hipersensibilidade À picada de insetos em equino: relato de caso

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“Hypersensivity due to insect bite in a horse - case report” “Hipersensibilidad a las picaduras de insectos - reporte de un caso” Karina Calciolari; Deborah Penteado M. Dias; Nara Saraiva Bernardi: Depto. de Clínica e Cirurgia Veterinária, FCAV/Unesp - Jaboticabal, SP Raquel Mincarelli Albernaz Depto. de Morfologia e Fisiologia Animal, FCAV/ Unesp - Jaboticabal, SP Bruno Watanabe Minto; Carlos Augusto A. Valadão; José Corrêa de L. Neto * : ([email protected]) Depto. de Clínica e Cirurgia Veterinária, FCAV/Unesp - Jaboticabal, SP *Autor para Correspondência à picada de insetos em equino - relato de caso RESUMO: A hipersensibilidade à picada de insetos é uma dermatopatia comum em equinos, porém pouco diagnosticada por ser confundida com outras afecções cutâneas mais conhecidas. A doença resulta em lesões crostosas, com queda dos pelos principalmente da crina e cauda, gerando aparência desagradável. Recomenda-se a prevenção por meio do uso de repelentes e capas mosquiteiras, sendo a administração de anti-inflamatórios esteroidais o tratamento sistêmico recomendado. Reporta-se o caso de um equino com comportamento e lesões sugestivas de hipersensibilidade à picada de insetos. O leucograma demonstrou eosinofilia compatível com a enfermidade de caráter alérgico. O equino foi tratado mediante aplicação de medicamentos tópicos e administração de anti-histamínico sistêmico nos períodos mais agudos da doença, evitando-se o uso e riscos de corticosteróides sistêmicos. Com base nas lesões apresentadas, resposta ao tratamento e remissão dos sinais clínicos julgou-se tratar de um quadro típico de hipersensibilidade cutânea à picada de insetos. Unitermos: Culicoides, equino, dermatologia veterinária, hipersensibilidade, prurido ABSTRACT: Insect bite hypersensivity is commonly observed in horses, however poorly diagnosed, as the lesions are similar to other dermatitis. The lesions presented crusted, and hair loss is observed in the mane and tail, leading to unsightly appearance. Prevention is indicated by the use of repellents, a cover to avoid insect contact, and corticosteroids administration. This report presents a horse with characteristic lesions and behavior of insect bite hypersensibility. Leucogram showed eosinofilia suggesting the allergic component of the disease. The horse was treated using topical agents and systemic anti-histaminic drugs during the acute phase of the disease, avoiding the risks of corticosteroids systemic administration. According to the lesions, response to treatment and remission of clinical signs the present horse was diagnosed as a typical case of insect bite hypersensivity. Keywords: Culicoides, horse, hypersensivity, pruritus, veterinary dermatology RESUMEN: La hipersensibilidad a la picadura de insecto es una enfermedad común de la piel de los caballos, pero rara vez se diagnostica debido a la similitud con otros trastornos cutáneos más conocidos. Esta enfermedad causa lesiones costrosas, con caída de pelos de las crines y cola, y generan una desagradable apariencia. Se recomienda prevención mediante el uso de repelentes y mosquiteras. La administración de esteroides anti-inflamatorios es el tratamiento sistémico recomendado. Se refiere al caso de un caballo con el comportamiento y lesiones sugestivas de hipersensibilidad a las picaduras de insectos. El recuento de leucocitos mostró eosinofilia compatible con la enfermedad alérgica. El caballo fue tratado mediante la aplicación de medicamentos tópicos y la administración de antihistamínicos durante la manifestación más aguda, evitando así el uso y consecuentes riesgos de corticoides sistémicos. De acuerdo con las lesiones que se presentaba, la respuesta al tratamiento y la remisión de los síntomas clínicos, se consideró el caso como un cuadro típico de hipersensibilidad cutánea a las picaduras de insectos. Palabras clave: Culicoides, equino, dermatología veterinaria, hipersensibilidad, prurito FONTE: KARINA CALCIOLARI

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A hipersensibilidade à picada de insetos é uma dermatopatia comum em equinos, porém pouco diagnosticadapor ser confundida com outras afecções cutâneas mais conhecidas. A doença resulta em lesões crostosas, com quedados pelos principalmente da crina e cauda, gerando aparência desagradável. Recomenda-se a prevenção por meio douso de repelentes e capas mosquiteiras, sendo a administração de anti-inflamatórios esteroidais o tratamento sistêmicorecomendado. Reporta-se o caso de um equino com comportamento e lesões sugestivas de hipersensibilidade à picadade insetos. O leucograma demonstrou eosinofilia compatível com a enfermidade de caráter alérgico. O equino foi tratadomediante aplicação de medicamentos tópicos e administração de anti-histamínico sistêmico nos períodos mais agudosda doença, evitando-se o uso e riscos de corticosteróides sistêmicos. Com base nas lesões apresentadas, resposta aotratamento e remissão dos sinais clínicos julgou-se tratar de um quadro típico de hipersensibilidade cutânea à picada deinsetos.

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Page 1: HIPERSENSIBILIDADE À PICADA DE INSETOS EM EQUINO: RELATO DE CASO

“Hypersensivity due to insect bite in a horse - case report”

“Hipersensibilidad a las picaduras de insectos - reporte de un caso”

Karina Calciolari;Deborah Penteado M. Dias;Nara Saraiva Bernardi:Depto. de Clínica e CirurgiaVeterinária, FCAV/Unesp -Jaboticabal, SP

Raquel Mincarelli AlbernazDepto. de Morfologia eFisiologia Animal, FCAV/Unesp - Jaboticabal, SP

Bruno Watanabe Minto;Carlos Augusto A. Valadão;José Corrêa de L. Neto*:([email protected])Depto. de Clínica e CirurgiaVeterinária, FCAV/Unesp -Jaboticabal, SP

*Autor para Correspondência

à picada de insetos em equino - relato de caso

RESUMO: A hipersensibilidade à picada de insetos é uma dermatopatia comum em equinos, porém pouco diagnosticadapor ser confundida com outras afecções cutâneas mais conhecidas. A doença resulta em lesões crostosas, com quedados pelos principalmente da crina e cauda, gerando aparência desagradável. Recomenda-se a prevenção por meio douso de repelentes e capas mosquiteiras, sendo a administração de anti-inflamatórios esteroidais o tratamento sistêmicorecomendado. Reporta-se o caso de um equino com comportamento e lesões sugestivas de hipersensibilidade à picadade insetos. O leucograma demonstrou eosinofilia compatível com a enfermidade de caráter alérgico. O equino foi tratadomediante aplicação de medicamentos tópicos e administração de anti-histamínico sistêmico nos períodos mais agudosda doença, evitando-se o uso e riscos de corticosteróides sistêmicos. Com base nas lesões apresentadas, resposta aotratamento e remissão dos sinais clínicos julgou-se tratar de um quadro típico de hipersensibilidade cutânea à picada deinsetos.Unitermos: Culicoides, equino, dermatologia veterinária, hipersensibilidade, prurido

ABSTRACT: Insect bite hypersensivity is commonly observed in horses, however poorly diagnosed, as the lesions aresimilar to other dermatitis. The lesions presented crusted, and hair loss is observed in the mane and tail, leading tounsightly appearance. Prevention is indicated by the use of repellents, a cover to avoid insect contact, and corticosteroidsadministration. This report presents a horse with characteristic lesions and behavior of insect bite hypersensibility.Leucogram showed eosinofilia suggesting the allergic component of the disease. The horse was treated using topicalagents and systemic anti-histaminic drugs during the acute phase of the disease, avoiding the risks of corticosteroidssystemic administration. According to the lesions, response to treatment and remission of clinical signs the presenthorse was diagnosed as a typical case of insect bite hypersensivity.Keywords: Culicoides, horse, hypersensivity, pruritus, veterinary dermatology

RESUMEN: La hipersensibilidad a la picadura de insecto es una enfermedad común de la piel de los caballos, pero raravez se diagnostica debido a la similitud con otros trastornos cutáneos más conocidos. Esta enfermedad causa lesionescostrosas, con caída de pelos de las crines y cola, y generan una desagradable apariencia. Se recomienda prevenciónmediante el uso de repelentes y mosquiteras. La administración de esteroides anti-inflamatorios es el tratamiento sistémicorecomendado. Se refiere al caso de un caballo con el comportamiento y lesiones sugestivas de hipersensibilidad a laspicaduras de insectos. El recuento de leucocitos mostró eosinofilia compatible con la enfermedad alérgica. El caballofue tratado mediante la aplicación de medicamentos tópicos y la administración de antihistamínicos durante lamanifestación más aguda, evitando así el uso y consecuentes riesgos de corticoides sistémicos. De acuerdo con laslesiones que se presentaba, la respuesta al tratamiento y la remisión de los síntomas clínicos, se consideró el casocomo un cuadro típico de hipersensibilidad cutánea a las picaduras de insectos.Palabras clave: Culicoides, equino, dermatología veterinaria, hipersensibilidad, prurito

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1. INTRODUÇÃOAs dermatopatias situam-se entre as en-

fermidades de diagnóstico mais desafiador,cujas semelhanças dos quadros clínicos le-vam à imprecisão no diagnóstico. Nessecontexto, o minucioso exame físico e der-matológico, associado a exames hemato-lógicos e de biópsias, orientam a suspeitaclínica12. A hipersensibilidade à picada deinsetos (HPI) é conhecida também como“coceira doce equina” (sweet itch), nomeque derivou de sweat itch, devido a doen-ça ocorrer principalmente nas épocas maisquentes do ano quando o cavalo transpiracom maior frequência1. A reação de hiper-sensibilidade pode ser causada pela pica-da de mosquitos hematófagos, principal-mente do gênero Culicoides (Diptera: Ce-ratopogonidae).

Situa-se entre as causas mais comunsde prurido em equinos4,19,26, todavia sua eti-ologia é comumente confundida com lesõescausadas por agentes infecciosos (micoses,dermatofilose, esporotricose ou dermati-tes)27. Por isso, muitos casos de HPI são er-roneamente tratados de forma insatisfató-ria com antifúngicos e antibióticos. Depen-dendo da intensidade das lesões, determi-nantes de prurido intenso, a enfermidadepode prejudicar o desempenho e a concen-tração durante a atividade atlética e, ain-da, comprometer a participação em com-petições e exposições gerando perdas eco-nômicas17,30. Relata-se o caso de um equi-no com quadro clínico sugestivo de HPIcom uma revisão sobre o assunto.

2. REVISÃO DE LITERATURAA dermatite causada pela hipersensibi-

lidade à picada de insetos parece estar re-lacionada a uma reação de hipersensibili-dade do tipo I mediada por imunoglobuli-na E (IgE). A reação ocorre frente aos antí-genos presentes na saliva de insetos, prin-cipalmente do gênero Cullicoides25,10,24. Osanimais acometidos podem apresentar re-ações imediatas ou tardias após a picada1,4.As proteínas da saliva de mosquitos da es-pécie C. nubeculosus, empregadas em tes-te de alergia em equinos apresentando HPI,identificou 10 proteínas diferentes que po-dem se ligar à IgE causando a reação desensibilidade9.

A maioria dos casos de HPI ocorre nasestações mais quentes do ano, demonstran-do a sazonalidade em função do aumentoda reprodução dos insetos em períodos declima quente e úmido4,25,30. Ainda, aspec-tos relacionados ao clima de origem do ani-mal quando há mudança de ambiente e agenética favorecem a ocorrência da afec-

ção1,18,30. Entretanto, estudos retrospectivosrealizados no Canadá1 e na Noruega8 nãoidentificaram diferenças na prevalência dadoença em relação às raças locais, bemcomo em relação ao sexo, altura ou cor dapelagem do cavalo.

Dípteros do gênero Culicoides distribu-ídos em diversas partes do mundo, comoC. peregrinus e C. obsoletus no Japão29, C.robertsi na Austrália20, C. obsoletus noCanadá1, C. insignis e C. stellifer na Flóri-da, Estados Unidos5, parecem ser agentescausais da afecção. Um estudo retrospecti-vo realizado na Suécia, demonstrou que15% dos cavalos apresentavam HPI6. To-davia, não há um estudo quanto a distri-buição dos Culicoides spp. que acometemequinos da região Sudeste do Brasil.

2.1. Sinais clínicosOs animais começam a apresentar os

sinais clínicos ainda jovens, entre dois aquatro anos de idade30. As lesões iniciaisapresentam-se como pequenas pápulas,perdas de tufos de pelos e hiperestesia, se-guindo com prurido intenso que pode le-var à auto-mutilação1. O trauma provoca-do pelo próprio equino é a causa das lesõessecundárias, como edema e alopecia locais,uma vez que o prurido causado pela picadaleva o animal a morder-se e/ou esfregar-seem mourões de cerca, árvores, portas e pa-redes de baia1,30. As lesões podem se tornarrecorrentes, particularmente em regiões declima quente, ou ainda quando há cronifi-cação do processo16. Neste caso o pruridopersiste e a afecção progride para forma-ção de crostas, hipopigmentação, lignifi-cação, hiperqueratose e formação de cris-tas transversais na pele1,9,28. Os pelos da cri-na e da cauda geralmente apresentam-sequebradiços e emaranhados. A chamada“cauda de rato” trata-se de apresentaçãocaracterística, quando o animal perde gran-de parte dos pelos. Comumente observa-sea cauda curta com maior frequência demovimentação devido à irritação com apresença dos insetos28.

A localização das lesões pode ser asso-ciada à espécie do mosquito agressor, queataca preferencialmente regiões específicasdo corpo30. A maioria das fêmeas hemató-fagas agridem as regiões ventral do abdo-men, da crina e da cauda, sendo estes por-tanto, os sítios mais comuns para o apare-cimento das reações de hipersensibilidade9.As lesões ventrais acometem virilha, axi-las, membros, espaço intermandibular e ab-dome e, as dorsais, aparecem na cabeça,orelhas, pescoço, crina e base da cau-da13,14,30.

2.2. DiagnósticoO diagnóstico da HPI é baseado na sa-

zonalidade, no histórico de exposição à in-setos, na distribuição das lesões e na res-posta ao tratamento9,28. A análise histopa-tológica da lesão aguda pode auxiliar nadefinição do diagnóstico. Dentre as altera-ções sugestivas estão a acantose e paraque-ratose epidérmica, edema subepidermal eperivascular, infiltrado eosinofílico, alémda presença de neutrófilos e fibroblastosocasionais1. Observa-se ainda vasculite eo-sinofílica ou linfocítica e vasodilatação. En-tretanto considera-se que as alterações his-topatológicas sem a associação aos sinaisclínicos não diagnosticam a doença11,25.

O teste de sensibilidade intradérmicocom diferentes antígenos ajuda a identifi-car o agente causador da alergia22,23. Reco-menda-se utilizar antígenos de vários in-setos, além de outros agentes aos quais ocavalo nunca tenha sido exposto, estandoatento a possíveis reações cruzadas. Osanimais com HPI apresentam reação posi-tiva ao extrato de saliva de Culicoides, en-quanto cavalos sadios apresentam resulta-do negativo ou mínimo1.

A avaliação da atividade dos anticor-pos IgG e IgE pode auxiliar no diagnósti-co dos animais com HPI. Em um trabalhorealizado no Reino Unido, apenas animaiscom sinais clínicos de hipersensibilidadeapresentavam anticorpos IgE e, os anticor-pos IgG foram identificados tanto em ca-valos sadios quanto com hipersensibilida-de25. Relata-se que apenas uma picada emanimais sensíveis pode levar a aumento sig-nificativo na concentração de histaminaplasmática, que permanece elevada por atéuma hora. Um animal exposto a uma noitede ataque dos insetos pode levar de três aseis semanas para que ocorra regressão dosníveis de histamina1.

2.3. Diagnóstico DiferencialDentre as principais afecções que de-

vem constar no diagnóstico diferencial deHPI encontram-se a oncocercose cutânea,a dermatite focal na linha média e a oxiu-rose. A oncocercose não é sazonal e provo-ca prurido leve, ocorrendo preferencialmen-te em áreas não pigmentadas1. Entretanto,como o nematóide causador (Onchocercacervicalis) é transmitido pelos Culicoides,que ingerem a microfilária durante a he-matofagia, a HPI e a oncocercose podemcoexistir no mesmo indivíduo1,7,15. A pica-da de mosca do chifre (Haematobia irri-tans) em equinos causa dermatite focal so-mente na região abdominal ventral, dife-renciando-se assim da HPI, que acomete

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também outras regiões. A infestação pelonematóide Oxyuris equi provoca prurido naregião perianal levando à aparência de cau-da de rato semelhante à HPI, porém suaincidência não é sazonal1. Considera-se ain-da no diagnóstico diferencial a dermatiteatópica, a alergia alimentar e até mesmodistúrbio comportamental, no qual o ani-mal pode apresentar o hábito de se coçarcausando lesões cutâneas. A dermatofilosetambém deve ser considerada como doen-ça primária para diagnóstico diferencial ousecundária à HPI, sendo comum a ocorrên-cia das duas afecções concomitantemente.Indica-se ainda a identificação e combate àectoparasitas como carrapatos e piolhosantes de prosseguir com testes de diagnós-tico para a HPI30.

2.4. Tratamento e ProfilaxiaA melhor forma de tratamento para

equinos diagnosticados com hipersensibi-lidade a Culicoides é reduzir a exposiçãoao agente causador. Deve-se colocar o ani-mal o mais longe possível dos criadourosde larvas, como lagos, brejos, canais de ir-rigação, além de esterqueiras, que costu-mam atrair grande número de insetos9,28.Os cochos de água devem ser limpos diari-amente, para evitar que este seja fonte deágua parada permitindo a reprodução dosmosquitos19. Preconiza-se como ideal o usode bebedouros automáticos, os quais acu-mulam pequeno volume de água e tem re-novação rápida.

Culicoides apresentam atividade prin-cipalmente crepuscular, portanto estabularos animais nos horários de pico de alimen-tação dos mosquitos (amanhecer e entar-decer) auxilia no tratamento e na preven-ção. A baia deve ser especialmente prepa-rada, fechada com tela fina e aspergida fre-quentemente com repelentes. Deve-se es-colher a baia mais ventilada do galpão, ouentão instalar ventiladores, pois o aumen-to da circulação de ar desestimula a movi-mentação de insetos. Indica-se a aplicaçãode repelentes de insetos específicos paraequinos, como por exemplo os fitoterápi-cos a base de citronela e óleo de cravo, quenão causam intoxicação. Pelo seu carátertóxico, o uso de produtos contendo piretri-nas deve ser preconizado somente nos ca-sos de alta infestação. A aspersão frequen-te das regiões acometidas evita mais pica-das, auxiliando a diminuir a formação decrostas e aliviando o prurido1,28.

O uso de anti-histamínicos pode ser be-néfico, porém sua ação é descrita como li-mitada, uma vez que tais fármacos apre-sentam ação somente sobre a histamina e a

patogenia da HPI inclui a combinação demediadores pró-inflamatórios como pros-taglandinas e serotonina, entre outros1.

Finalmente, quando a terapia tópica ea administração de anti-histamínicos nãocontrola os sinais clínicos, indica-se a uti-lização de anti-inflamatórios esteroidais,que minimizam o prurido dos equinos aco-metidos pela HPI9,28. Prioriza-se o uso doscorticóides de curta ação como prednisonaou predinisolona, administrados na dose de1 mg/kg/dia até que o prurido cesse ou di-minua substancialmente (geralmente entre7 a 10 dias). Recomenda-se então que a doseseja diminuída lentamente (0,25 mg/kg/dia)e ajustada para a mais baixa possível quecontrole o prurido, administrada em diasalternados até desaparecimento dos sinaisclínicos, normalmente quando diminui aquantidade de insetos com acesso ao ani-mal28. A contra-indicação do uso dos anti-inflamatórios esteroidais consiste em evi-dências que tais fármacos predispõe ao de-senvolvimento de outras afecções em equi-nos, dentre elas a laminite1,3,21. Relata-seainda uma significativa redução dos sinaisclínicos após a administração de ivermec-tina em equinos acometidos por HPI, o queteria certa ação repelente, porém outrasinvestigações se fazem necessárias paracomprovar a eficiência de tal tratamento1.

A imunoterapia tem sido discutida comopotencial tratamento para casos de HPI.Entretanto, como cada cavalo apresentadiferentes padrões de ligação aos anticor-pos presentes na saliva do mosquito, a imu-noterapia deve ser definida de acordo comteste de sensibilidade prévio identificandoo padrão da reação alérgica do indivíduo9.Propõe-se ainda a suplementação alimen-tar com grãos ricos em ácidos graxos es-senciais, como a linhaça (Linum usitatissi-mum), que comprovou-se experimental-mente reduzir a reação de hipersensibili-

dade ao extrato da saliva de Culicoides emanimais acometidos por HPI. A ingestãocontrolada de ácidos graxos essenciais au-menta a secreção de sebo cutâneo, favore-cendo a flora da derme, melhorando a bar-reira física da pele contra microorganismose raios solares e, ainda, diminuindo a libe-ração de mediadores pró-inflamatórios poralterar a cascata do ácido aracdônico, o quereduz o prurido14.

3. RELATO DE CASOUm equino da raça Quarto de Milha

com 14 anos de idade e 400 kg utilizadopara esporte, foi encaminhado para aten-dimento por apresentar feridas recorrentesna região da cauda, crina e membros quecoincidiam com épocas quentes do ano. Oproprietário relatou a tentativa de vários tra-tamentos contra ectoparasitas, micoses edermatopatias bacterianas, sem resultadossignificativos.

Ao exame físico realizado na proprie-dade foram observadas lesões granuloma-tosas acompanhadas de pústulas (Figura1) e sangramento, descritas como lesões re-centes e, lesões antigas de aspecto lignifi-cado principalmente no lado direito da baseda cauda, além de várias outras feridas comcrostas na região glútea, face (Figura 2),

Figura 1: Imagem fotográfica da região glúteadireita de equino acometido por hipersensibi-lidade à picada de insetos mostrando pústula(lesão aguda típica) de 1 cm de diâmetro

Figura 2: Imagemfotográfica daporção rostral dacabeça de equinoacometido porhipersensibilidade àpicada de insetosmostrando lesõesdecorrentes daspicadas e daautomutilação naface lateralesquerda damandíbula

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região cervical e inserção da crina demons-trando intensa hipopigmentação (Figura 3).O equino mostrava-se inquieto, com movi-mentos constantes de cauda (Figura 4) ecabeça para afastar os insetos. Apresenta-va ainda intenso prurido nas áreas afeta-das, friccionando-as constantemente emparedes, árvores e mourões de cerca na ten-tativa de se coçar, além de mordedura in-dicando a auto-mutilação (Figura 5).

Foram realizados exames hematológi-cos em diferentes períodos de maior gravi-dade das lesões, observando-se eosinofiliaem todas as avaliações (valores acima oupróximos do limite máximo de referência).Nos mesmos momentos de avaliação he-matológica, realizou-se exames coprológi-cos. Um primeiro exame revelou o númerode ovos por grama de fezes (OPG) igual a

300 pelo método de Mac Master e ovos deStrongilus pelo método de Willis. Nas ava-liações seguintes, o resultado do exameapresentou-se negativo para ambos os mé-todos. O proprietário relatou tratamentoregular com anti-helmínticos, alternandoo princípio ativo bimestralmente.

Realizou-se ainda, raspado das lesõescom lâmina de bisturi nos períodos de re-corrência das mesmas. Por meio da análisecitológica por microscopia ótica não obser-vou-se a presença de fungos e bactérias pa-togênicas, observando-se apenas micéliosde fungos saprófitas. Procedeu-se a biópsiacutânea da lesão considerada caracteristi-camente aguda, localizada na região garu-pa direita e posterior exame histopatológi-co. Observou-se infiltrado inflamatóriomoderado, composto por eosinófilos e lin-

fócitos, de distribuição multifocal a coales-cente, principalmente perivascular (Figu-ra 6) e ao redor de anexos cutâneos. Naderme superficial observou-se áreas de ede-ma e raros mastócitos. Na epiderme, ob-servou-se espongiose discreta e alguns fo-cos com perda do epitélio e infiltrado neu-trofílico.

Foi indicado a limpeza diária com sa-bonete anti-séptico a base de clorexidina2% e secagem do local com compressa es-téril. Para auxiliar a cicatrização e dimi-nuir o prurido, indicou-se alternar a apli-cação tópica de dois produtos diferentesdescritos a seguir. O primeiro, um spray abase de cloridato de oxitetraciclina 6,8% ehidrocortisona 2% (Terra Cortril Spray®,Pfizer). O segundo tratou-se de pomadacomposta por alantoína 2%, ácido tânico

Figura 3: Imagem fotográfica da região cervical dorsal de equino aco-metido por hipersensibilidade à picada de insetos monstrando lesõesdecorrentes das picadas e da automutilação na região da crina. Ob-serva-se a perda de pelos, presença de feridas, crostas e intensa hipo-pigmentação

Figura 6: Fotomicrografia de lesão aguda de equino acometido porhipersensibilidade à picada de insetos mostrando infiltrado eosinofíli-co (setas). Hematoxilina & Eosina - Obj. 20x.

Figura 4: Imagem fotográfica da região posterior direita de equino aco-metido por hipersensibilidade à picada de insetos mostrando área compequenas lesões de pele associadas à enfermidade (seta). Observa-seainda a cauda com pelos quebrados e em movimento constante paraafastar os insetos

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Figura 5: Equino acometido por hipersensibilidade à picada de insetosmordendo a cauda (automutilação) e causando arrancamento de pe-los e trauma cutâneo

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2% e óxido de zinco 2% (Alantol®, Vetnil).Como resposta ao tratamento preconizado,a lesão cicatrizou rapidamente e o sangra-mento, quando presente, cessou. Indicou-se ainda, a aspersão com repelentes, utili-zando-se óleo de cravo, produto específicopara equinos contendo citronela (KarflaeCitronela®, Winner Horse) ou repelentesempregados por seres humanos (Off®, Jo-hnson e Repelex®, Reckitt Benckiser) nãosendo observados efeitos adversos. Ainda,como método preventivo, empregou-se acapa “mosquiteira” feita com fina tela per-furada que, foi aspergida com repetente.

Nas recidivas mais agudas, quando oanimal mostrava-se extremamente irritadocom o prurido e se auto-mutilando, preco-nizou-se a administração de cloridrato deprometazina (Fenergan®, Aventis), na dosede 0,5 mg/kg por via intramuscular, umavez ao dia, por cinco dias, sendo este o únicofármaco administrado sistemicamente.

4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃOA apresentação clínica das lesões e o

comportamento do equino de se coçar cons-tantemente observados no presente relatoestão de acordo com as formas aguda e crô-nica da HPI já descritas por outros auto-res1,4,13,25,30. O aumento de leucócitos circu-lantes, especialmente eosinófilos, identifi-cado pelas avaliações hematológicas reali-zadas quando o animal apresentava lesõesaltamente pruriginosas, poderia estar asso-ciado à HPI11. Realizou-se exames copro-lógicos em conjunto com as avaliações he-matológicas para se excluir a possibilidadeda eosinofilia estar relacionada à presençade verminose. O primeiro exame identifi-cou ovos de Strongilus que, entretanto, de-sapareceram nas avaliações seguintes, con-cluindo-se que a eosinofilia observada foidevida à HPI. Ademais, o animal não apre-sentava sinais clínicos de outras enfermi-dades. O exame histopatológico do tecidocolhido de lesões agudas apresentadas peloanimal, demonstrou características seme-lhantes a lesões de HPI, como descrito porAnderson et al. (1988)1, McKelvie et al.(1999)11 e Wilson et al. (2001)25, confirman-do o diagnóstico.

Quando um equino apresenta pruridointenso, como o provocado pela HPI, indi-ca-se o uso de corticóides sistêmicos28. Otratamento indicado no presente caso foimais conservador, priorizando a profilaxiae terapia tópica. O produto a base de clori-dato de oxitetraciclina 6,8% e hidrocorti-sona 2% (Terra Cortril Spray®, Pfizer) uti-lizado apresenta ação antimicrobiana, evi-tando-se contaminações secundárias e alí-

vio do prurido devido a presença do anti-inflamatório esteroidal. A pomada compos-ta por alantoina 2%, ácido tânico 2% e óxi-do de zinco 2% (Alantol®, Vetnil) demons-trou ação cicatrizante, antimicrobiana e re-pelente. Não utilizou-se anti-inflamatóriosesteroides sistêmicos, cujo uso é indicadopor diferentes estudos, visando evitar al-gumas reações adversas que podem ocor-rer à administração de corticóides, como odesenvolvimento de laminite1,5,11,21. A tera-pia anti-inflamatória com esteroides tópi-cos preconizada não ocasionou sinais delaminite no animal, que participou de trei-namentos e competições normalmente du-rante todo o período de tratamento.

De acordo com a literatura consultada,os distúrbios pruriginosos respondem fra-camente a anti-histamínicos administradosde forma profilática ou terapêutica27. No en-tanto, o presente relato evidenciou que otratamento tópico somado à terapia comanti-histamínico na fase aguda foi eficaz,evitando-se assim o uso de anti-inflamató-rios esteroidais sistêmicos, preterindo pelasaúde e integridade atlética do animal.Apesar de não terem sido encontrados es-tudos em equinos, indica-se a administra-ção de prometazina sempre após a ativida-de física, pois o fármaco pode induzir a levesedação (sonolência)2, o que pode compro-meter o desempenho no esporte e trabalho.Entretanto, no caso apresentado, não seobservou nenhum efeito adverso à admi-nistração do fármaco, visto que o animalfoi montado e realizou atividade atléticasem complicações.

Diante do caso exposto, conclui-se quea hipersensibilidade à picada de insetos dogênero Culicoides é uma dermatopatia dedifícil diagnóstico diferencial, que deve serbaseado na sazonalidade, histórico de ex-posição aos insetos, distribuição das lesõese reposta ao tratamento proposto. Consi-dera-se ainda que o aspecto mais impor-tante do tratamento é a redução da exposi-ção aos insetos com o uso de barreiras me-cânicas e repelentes fitoterápicos ou pire-tróides. O presente relato demonstrou quea corticoterapia sistêmica não se faz neces-sária, havendo excelente resultado com otratamento tópico associado à terapia comanti-histamínico.

Referências

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