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SANDRA HELENA DOS SANTOS DE MELLO HIDRATAÇÃO SUBCUTÂNEA EM PACIENTES COM AIDS NO INSTITUTO DE INFECTOLOGIA “EMÍLIO RIBASDissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de Doenças - PPG-CCD para obtenção do Título de Mestre em Ciências. Área de Concentração: Infectologia em Saúde Pública. Orientador: Prof. Dr. Nilton José Fernandes Cavalcante SÃO PAULO 2006

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SANDRA HELENA DOS SANTOS DE MELLO

HIDRATAÇÃO SUBCUTÂNEA EM PACIENTES COM AIDS NO

INSTITUTO DE INFECTOLOGIA “EMÍLIO RIBAS”

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Ciências da

Coordenadoria de Controle de Doenças

- PPG-CCD para obtenção do Título de

Mestre em Ciências.

Área de Concentração: Infectologia em

Saúde Pública.

Orientador: Prof. Dr. Nilton José

Fernandes Cavalcante

SÃO PAULO 2006

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SANDRA HELENA DOS SANTOS DE MELLO

HIDRATAÇÃO SUBCUTÂNEA EM PACIENTES COM AIDS NO

INSTITUTO DE INFECTOLOGIA “EMÍLIO RIBAS”

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Ciências da

Coordenadoria de Controle de Doenças

- PPG-CCD para obtenção do Título de

Mestre em Ciências.

Área de Concentração: Infectologia em

Saúde Pública.

Orientador: Prof. Dr. Nilton José

Fernandes Cavalcante

SÃO PAULO 2006

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iii

Epígrafe ___________________________________________________________________________________________________

“Se eu puder diminuir o sofrimento ou aliviar a dor

de alguém, ou ajudar um pássaro ferido a voltar

para o seu ninho, não terei vivido em vão...”.

Emily Dickinson

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iv

Dedicatória ___________________________________________________________________________________________________

Ao meu esposo Carlos Alberto,

pelo companheirismo, compreensão e

paciência. Presença carinhosa;

colaboração e estímulo constante nesta

árdua tarefa. Minha mais profunda gratidão.

Aos meus filhos, Felipe e Otávio,

obrigada por cada sorriso, abraço, beijo.

Vocês me fazem capaz de enfrentar

desafios com garra e perseverança.

Mostram-me que a vida é um dom a ser

dividido com intensidade. Obrigada por

me devolver a infância e a alegria de

ver crescer uma nova vida.

À minha mãe (in memorian), Vitalina, razão

de minha vida amor mais puro e

incondicional com quem aprendi as mais

importantes lições da vida.

Às minhas irmãs e sobrinhos pelo apoio,

orações, colaboração e presença contínua.

Jamais os esquecerei.

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v

Agradecimentos Especiais ___________________________________________________________________________________________________

Ao meu Orientador,

Prof. Dr. Nilton José Fernandes Cavalcante,

pela dedicação, disponibilidade e atenção.

Perene fonte de conhecimento e

simplicidade pressuposto daqueles que

podemos, verdadeiramente, chamar de

Mestre.

O meu muito obrigada, sempre.

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vi

Agradecimentos ___________________________________________________________________________________________________

À Equipe de Assistência Domiciliar

Terapêutica - I.I.E.R., agradeço pelo

carinho, apoio, incentivo no decorrer deste

estudo. À Dra. Célia Elisa Guarnieri, e

todos os profissionais envolvidos no

trabalho.

À Equipe Interdisciplinar de Cuidados

Paliativos - I.I.E.R., que proporcionou a

oportunidade de desenvolver esta pesquisa, o

meu muito obrigada a todos os profissionais,

capelães e voluntários; pela confiança, apoio,

colaboração, estímulo, e presença amiga.

Às enfermeiras Dorothée Volckers Arantes,

Alzelene Ferreira, Rosângela Teixeira

Negrão, Agmar Costa Ferro, Silvia Regina

Flint, pela amizade e carinho.

À Myuki Hirai pela formatação,

atenção e amizade no decorrer do estudo.

Ao Marcelo Barbosa, bibliotecário

do I.I.E.R., pela disponibilidade e atenção.

Aos profissionais de enfermagem que, direta

ou indiretamente, colaboraram para a

realização deste trabalho, implementando

minha vivência para a realização da arte e

estética do cuidar, meus agradecimentos.

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RESUMO

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viii

Resumo ___________________________________________________________________________________________________

RESUMO

INTRODUÇÃO: A manutenção do estado de hidratação com ingestão oral é um

desafio para instituições que cuidam de pacientes com aids na fase avançada da

doença. A infusão de líquidos no tecido subcutâneo (hipodermóclise) é uma

técnica econômica e de fácil aplicação para hidratação e administração de vários

tipos de medicamentos em pacientes com desidratação leve a moderada, sendo

largamente aplicada em pacientes terminais com câncer. Considerando-se as

dificuldades de informações na literatura sobre o assunto, este estudo pretendeu,

inicialmente, avaliar as indicações desta técnica especificamente em pacientes

com aids. OBJETIVO: Avaliar o perfil do paciente com aids, quanto à elegibilidade

para realização de hipodermóclise. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo,

quantitativo e exploratório, realizado nas unidades de internação do IIER, com

levantamento de 89 prontuários de pacientes com aids que ficaram internados e

receberam atendimento da equipe de Cuidados Paliativos no período de janeiro

de 2004 a agosto de 2005. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra foi composta de

56 pacientes do gênero masculino e 27 do feminino. As indicações para a

hipodermóclise foram: 16 (19,27%) náuseas e vômitos; 51 (61,44%) em fase

avançada da doença; 21 (25,30%) em uso de opióides; 28 (33,73%) de disfagia;

33 (39,75%) de rede venosa ruim; e 65 (78,31%) de pacientes com mais de uma

indicação. As doenças associadas foram: 63 (75,90%) infecções bacterianas; 34

(40,96%) infecções virais; 46 (48,19%) infecções fúngicas; 26 (31,32%)

neoplasias; outras ocorrências também foram observadas como 13 (15,66%)

diarréias e 34 (40,96%) relatos de dor. A análise das variáveis demonstrou

significância (p<0,05) entre a ocorrência de óbitos em pacientes com falência de

múltiplos órgãos, a presença de dor em pacientes que apresentaram neoplasia e

que fizeram o uso de opióides. A disfagia foi significante (p<0,05) entre os

pacientes que fizeram uso de opióides e entre os que apresentaram rede venosa

ruim. Quanto aos exames realizados houve redução de albumina nos pacientes

em fase avançada da doença e naqueles com rede venosa ruim, demonstrando

que a hipodermóclise pode ser mais uma opção para colaborar no tratamento dos

pacientes com aids. CONCLUSÕES: O estudo evidenciou que as indicações para a

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ix

Resumo ___________________________________________________________________________________________________

realização de hipodermóclise em pacientes com aids existem e que podem ser

aplicadas, trazendo benefícios que poderão contribuir para redução de seu

sofrimento, proporcionando-lhes mais conforto neste período difícil de suas vidas.

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ABSTRACT

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xi

Abstract ___________________________________________________________________________________________________

ABSTRACT

INTRODUCTION: Maintenance of the hydration status with oral ingestion is a

challenge for the institutions in charge of HIV patients in the advanced phase of

the disease. Subcutaneous tissue fluid therapy (hypodermoclisis) is a low-cost

technique and of easy management for the hydration process and administration

of several types of drugs in patients with mild to moderate dehydration, being

extensively used in terminal patients with cancer. Based on the difficulties to

obtain information in the literature on this subject, this study initially aimed to

evaluate indications of this technique specifically in HIV patients. OBJECTIVE:

Evaluate the HIV patient’s profile regarding eligibility to perform hypodermoclisis.

METHODOLOGY: A retrospective, quantitative and exploratory study, conducted at

the hospitalization units of IIER, surveying HIV records of 89 patient’s hospitalized

and assisted by the Palliative Care Group, from January 2004 to August 2005.

RESULTS AND DISCUSSION: The sample consisted of 56 males and 27 females.

Indications for hypodermoclisis were: 16 (19.27%) nauseas and sudden vomits; 51

(61.44%) advanced phase of the disease; 21 (25.30%) opioid use; 28 (33.73%)

dysphagia; 33 (39.75%) bad venous system and 65 (78.31%) patients with more

than one indication. The associate diseases were: 63 (75.90%) bacterial

infections; 34 (40.96%) viral infections; 46 (48.19%) fungic infections; 26 (31.32%)

neoplasias; other occurrences were also observed, such as 13 (15.66%) diarrhea

and report of pain in 34 (40.96%) patients. Analysis of the variables showed a

significance (p<0.05) between death report in patients with multiple organ failure,

the presence of pain in patients with neoplasia and opioid dependant individuals.

Dysphagia was significant (p<0.05) between patients who were using opioid and

between those with a bad venous system. At the moment of the tests, reduction of

albumin in terminal patients and in those with a bad venous system was observed

and it was concluded that hypodermoclisis could be one more option to collaborate

in the management of HIV patients. CONCLUSIONS: This study showed that the

indications for hypodermoclisis in patients with aids exist and its use can bring

benefits, contributing to reduce their suffering, bringing some comfort in this critical

period of their lives.

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xii

Lista de Siglas e Abreviaturas ___________________________________________________________________________________________________

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

SIGLAS

CAISM Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher

CDC Centers for Disease Control and Prevention

DST Doenças Sexualmente Transmissíveis

EICP Equipe Interdisciplinar de Cuidados Paliativos

HAART Terapia Anti-retroviral Altamente Eficaz (Highly Active Anti-Retroviral Therapy)

IIER Instituto de Infectologia “Emílio Ribas”

INCA Instituto Nacional do Câncer

OMS Organização Mundial de Saúde

SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatística

SUS Sistema Único de Saúde

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xiii

Lista de Siglas e Abreviaturas ___________________________________________________________________________________________________

ABREVIATURAS E UNIDADES DE MEDIDA

% Percentual

< Menor

> Maior

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

AVC Acidente Vascular Cerebral

CD Cluster of Differentiation (Agrupamento de Diferenciação)

CMV Citomegalovirus

g grama

HBV Hepatite B

HCV Hepatite C

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

LEMP Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva

LNH Linfoma Não-Hodgkin

MAC Complexo Mycobacterium avium

mEq miliequivalente

ml mililitros

mm3 milímetro cúbico

NaCl Cloreto de Sódio

SNC Sistema Nervoso Central

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xiv

Lista de Tabelas ___________________________________________________________________________________________________

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 Distribuição das Indicações de Hipodermóclise Segundo

Gênero. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados

Paliativos - IIER ............................................................................ 23

TABELA 02 Distribuição das Principais Complicações Associadas em

Pacientes com Indicação de Hipodermóclise ............................... 24

TABELA 03 Distribuição das Infecções Bacterianas. Período de janeiro de

2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER ...................... 24

TABELA 04 Distribuição das Infecções Fúngicas Sistêmicas e Pulmonares.

Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados

Paliativos - IIER ............................................................................. 25

TABELA 05 Distribuição das Infecções Virais. Período de janeiro de 2004 a

agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER .................................. 25

TABELA 06 Distribuição das Neoplasias. Período de janeiro de 2004 a

agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER .................................. 26

TABELA 07 Distribuição das Doenças Quanto às Topografias de

Acometimento. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005.

Cuidados Paliativos - IIER ............................................................ 28

TABELA 08 Análise da Correlação das Indicações para Hipodermóclise com

Falência de Múltiplos Órgãos, Neoplasias, Hepatite C,

Candidose, Uso de Drogas Injetáveis, Dor e Óbitos ..................... 29

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Listas de Gráfico, Figuras e Quadros ___________________________________________________________________________________________________

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 Distribuição das Indicações de Hipodermóclise. Período de

janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER ..... 23

GRÁFICO 02 Avaliação da Dor para Indicação de Hipodermóclise. Período de

janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER ..... 28

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 Locais de Aplicação da Hipodermóclise ........................................ 03

FIGURA 02 Administração de Hipodermóclise ................................................ 05

FIGURA 03 Controle da Hipodermóclise .......................................................... 08

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 Vantagens e Desvantagens do Método de Hipodermóclise ......... 07

QUADRO 02 Escala Numérica de Intensidade da Dor ...................................... 20

QUADRO 03 Distribuição do Período de Internação dos Pacientes Estudados.

Período de Janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados

Paliativos - IIER ............................................................................. 22

QUADRO 04 Distribuição dos Pacientes Quanto à Avaliação da Dor. Período

de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER. 27

QUADRO 05 Distribuição dos Resultados de Exames. Período de janeiro de

2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos – I.I.E.R. .................. 29

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xvi

Sumário ___________________________________________________________________________________________________

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE GRÁFICOS, FIGURAS E QUADROS

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 01

1.1 Hipodermóclise ........................................................................................... 01

1.2 Características da Hipodermóclise ............................................................. 03

1.3 Fluídos e Aditivos Adequados a Hipodermóclise ....................................... 05

1.4 Cuidados com a Hipodermóclise ................................................................ 07

1.5 Modalidades de Reidratação e a Hipodermóclise ...................................... 08

1.6 A Hipodermóclise em Aids ......................................................................... 10

2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 15

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 15

2.2 Objetivo Específico ..................................................................................... 15

3 MÉTODO ......................................................................................................... 17

3.1 Universo do Estudo .................................................................................... 17

3.2 Amostra do Estudo ..................................................................................... 17

3.2.1 Características dos Pacientes ................................................................ 17

3.2.2 Critérios de Inclusão ............................................................................... 17

3.2.3 Critérios de Exclusão .............................................................................. 18

3.3 Tipo do Estudo ........................................................................................... 18

3.4 Análise de Prontuários ............................................................................... 19

3.5 Instrumento e Levantamento de Dados ..................................................... 19

3.6 Método Estatístico ...................................................................................... 20

3.7 Comitê de Ética e Pesquisa ....................................................................... 20

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xvii

Sumário ___________________________________________________________________________________________________

4 RESULTADOS .................................................................................................. 22

5 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 31

5.1 Náuseas e Vômitos .................................................................................... 32

5.2 Fase Avançada da Doença ........................................................................ 33

5.3 Uso de Opióides ......................................................................................... 35

5.4 Disfagia ...................................................................................................... 37

5.5 Rede Venosa Ruim .................................................................................... 38

5.6 Análise Quanto as Infecções: Bacterianas, Virais, Fúngicas Sistêmicas e

Pulmonares ................................................................................................ 40

5.6.1 Infecções Bacterianas ............................................................................. 40

5.6.2 Infecções Virais ....................................................................................... 43

5.6.3 Infecções Fúngicas Sistêmicas e Pulmonares ........................................ 45

5.7 Distribuição das Neoplasias ........................................................................ 48

5.8 Outras Ocorrências ..................................................................................... 50

6 CONCLUSÕES ................................................................................................. 55

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 60

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................................. 66

ANEXO I. Folha de Aprovação do Protocolo de Pesquisa nº 04/04:

Hidratação Subcutânea em Pacientes com Aids no Instituto de

Infectologia “Emílio Ribas”................................................................ 74

ANEXO II. Ficha de Avaliação Inicial ................................................................. 76

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1. INTRODUÇÃO

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 HIPODERMÓCLISE

A hidratação subcutânea (ou infusão intersticial, hipodermóclise ou

simplesmente clise), foi utilizada no início do século XX apresentando, naquela

época, vantagens sobre a infusão intravenosa, por não acarretar reações

apirogênicas1. É um método conhecido há cerca de 100 anos. Teve sua prática

suspensa nos anos 50 após relatos de complicações ligadas ao seu uso,

principalmente relacionadas à sobrecarga hídrica e cardiovascular1. Em 1900,

Kane sugeria esta técnica como preferível à infusão intravenosa em situações de

emergência, como num choque hemorrágico. Para a infusão rápida de líquidos,

preconizava a infusão simultânea em quatro ou mais sítios1.

Esta técnica foi muito usada no passado, mas caiu em desuso na década

de 1950 devido à facilidade da infusão intravenosa e às complicações

desencadeadas pela hipodermóclise como choque circulatório que ocorria devido

à infusão subcutânea de grandes volumes de soluções sem eletrólitos,

provocando uma migração de eletrólitos extracelulares para o local da

hipodermóclise. As infusões não eram necessariamente subcutâneas, sendo

feitas também no tecido muscular, com resultados desastrosos2. Voltou a ser

utilizada na década de 1980, com novos cuidados e, em alguns serviços, com

mais liberdade, sendo sugerido o emprego precoce deste tipo de hidratação,

assim que uma redução de ingestão por via oral fosse notada3-4.

É interessante constatar que a hipodermóclise técnica simples, pouco

invasiva e potencialmente útil seja pouco conhecida.

A hidratação intravenosa é mais conveniente que a subcutânea em

pacientes que necessitam receber muitas medicações parenterais. Da mesma

forma, a hipodermóclise não substitui a via venosa para o tratamento da

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

2

desidratação grave. Tampouco substitui a nutrição parenteral ou via cateter

nasogástrico, quando esta técnica é necessária para o tratamento da desnutrição.

Porém, não é verdade que só deva ser empregada em último caso, quando não

se consegue puncionar veias periféricas. A hipodermóclise poderia ser muito útil

para pacientes que se alimentam por via oral, em menores quantidades e sem um

cateter nasogástrico, dispensando, neste caso, a venoclise e propiciando ao

paciente mais liberdade para realizar suas atividades. Por todas estas facilidades

o uso desta técnica também é recomendado para o tratamento domiciliar3.

Sasson5 demonstrou a eficácia da absorção da hipodermóclise, após um

estudo que utilizou solução fisiológica intravenosa e subcutânea, com 750IU de

hyaluronidaze, infundida em 167ml por hora, em 60 pacientes idosos (acima de

80 anos), que apresentavam dificuldade para ingesta oral adequada, vômito e

náuseas, infecção, obstrução abdominal devido ao câncer ou, ainda, acidente

vascular cerebral e com moderada desidratação. O resultado foi de apenas cinco

porcento de presença de edema no local da punção.

Bruera6 verificou infecção local em dois pacientes em estudo realizado com

38 pacientes com câncer na fase avançada, sendo a duração da hidratação

subcutânea entre nove a 14 dias.

Schen & Singer Edelstein7, após observar a evolução de 4500 hidratações

por hipodermóclise em 634 pacientes, descreveram os efeitos adversos em

somente 13 pacientes: cinco que apresentaram edema em região glútea; quatro

que apresentaram edema pulmonar, duas celulites, e dois outros já em fase

terminal, com poucas horas de hidratação ministrada, sendo difícil a avaliação.

Frisoli Junior (2000)8 relata que a terapia pelo método da hipodermóclise é

eficiente para a terapia da analgesia e hidratação de pacientes com moderada

desidratação.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

3

1.2 Características da Hipodermóclise

Algumas especificidades merecem atenção ao realizar a hipodermóclise,

como a escolha do local para punção, devendo-se verificar sempre regiões com

pele íntegra. As várias opções de regiões devem ser utilizadas para o rodízio das

punções como: flanco, região infraclavicular, axilas, faces anterior, interna ou

externa das coxas, após assepsia com álcool a 70%. Em pacientes com

incontinência urinária e em insuficiência vascular periférica, deve-se evitar a face

interna das coxas9. Após a punção, faz-se o curativo com esparadrapo

transparente, que permitirá uma avaliação mais completa e rápida do local

(FIGURA 01).

Quanto à agulha, são utilizadas as do tipo scalp no calibre de 23 a 25G,

sendo também possível a utilização de cânulas de teflon pediátricas, como o

jelco9.

FIGURA 01. Locais de Aplicação da Hipodermóclise.

FONTE: Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Dor. Centro de Suporte Terapêutico Oncológico (CSTO), Instituto Nacional do Câncer, RJ - 20029.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

4

Referente à técnica da punção, existe facilidade de inserção da agulha e,

quando bem instalada, num ângulo de 45º, a extremidade distal da agulha deve

oferecer pouca resistência à movimentação lateral. É importante observar,

rigorosamente, aqueles pacientes com pouco tecido adiposo, a fim de não ocorrer

punção em tecido intradérmico, tendo como conseqüência o extravasamento.

Após a punção da pele, é interessante girar a agulha sobre si mesma 180º,

fazendo com que o bisel fique voltado para baixo9. Com esta técnica evita-se o

risco de obstrução da agulha pela gordura do subcutâneo, quando o scalp for

pressionado pelo curativo.

A infusão de medicação pode ser feita via subcutânea, porém,

preferencialmente, não no mesmo local da hidratação, pois a absorção da

medicação pode ser alterada pela presença do soro.

Os efeitos colaterais são raros, reversíveis e de pequena importância

clínica, desde que sejam observados inicialmente. Entre estes efeitos os mais

citados são edema e reações locais.

A hipodermóclise provoca um excesso de líquidos no interstício, sem que

haja a alteração do equilíbrio de Starling, fato que ocorre nas situações de edema

patológico. Como as forças coloidosmóticas e hidrostáticas estão em equilíbrio, o

líquido infundido é absorvido pelo mecanismo natural, dentro de alguns limites. A

absorção ocorre na extremidade venosa dos capilares e, complementarmente,

pelos capilares linfáticos por hipodermóclise. O fluxo normal varia em até 1500ml

por sítio, em 24 horas (máximo de dois sítios)10.

A quantidade de líquido intersticial que pode acumular-se nos tecidos,

varia de acordo com o local. Alguns tecidos oferecem maior resistência à

distensão, devido ao fato de serem mais firmemente entrelaçados. Na maior parte

do organismo o edema tende a ser limitado, pois quanto mais o tecido se

intumesce, mais resistência oferece a uma maior distensão. Quando a pressão

hidrostática no fluído intersticial se equivale à do interior dos capilares, a produção

de líquido intersticial praticamente cessa naquela região1.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

5

1.3 Fluídos e Aditivos Adequados à Hipodermóclise

A infusão de solução fisiológica numa velocidade por minuto é bastante

segura, cuja composição, de 150mEq de sódio por litro, aproxima-se da

composição do líquido extracelular1.

Por outro lado, a infusão rápida de uma solução sem eletrólitos, com

certeza, excede os limites da difusão e perfusão tecidual, podendo gerar edema,

hipotensão por migração de sódio ou inflamação local. Contudo, não existe a

solução ótima e a péssima; diversas soluções já foram analisadas. A escolha

basear-se-á no diagnóstico do tipo de desidratação e na indicação ou não de se

incluir glicose no soro (FIGURA 02).

Estudos mostram, também, que a solução glicosada a cinco porcento é

isenta de riscos11, salientando que o ideal é avaliar cada caso e alcançar um

equilíbrio entre a quantidade de sódio, água e glicose.

Segundo Schoueri Júnior1, em relação ao aporte nutricional pode-se

oferecer 1500ml de SG5%, desde que associado a NaCl, correspondendo a 75g

FIGURA 02. Administração de Hipodermóclise.

FONTE: Manual de Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Dor. Centro de Suporte Terapêutico Oncológico (CSTO), Instituto Nacional do Cancêr, RJ - 20029.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

6

de glicose, ou seja, apenas 300 calorias, o que é pouco relevante em termos

nutricionais.

As soluções muito ácidas ou básicas (pH<2 ou >11) têm aumentado o

risco de precipitação ou irritação. As soluções isotônicas são melhor toleradas1.

Em relação à infusão de medicações, pode ser feita via subcutânea,

porém, preferencialmente, não no mesmo local da hidratação, pois a absorção da

medicação pode ser alterada pela presença do soro. Geralmente, os opióides são

bem tolerados e esta via é muito utilizada para dose de resgate. Os níveis séricos

de opióides por via subcutânea, são comparáveis aos níveis por via intravenosa12.

Entre os opióides que podem ser administrados por via subcutânea estão

a morfina, o fentanil e o tramadol12.

Para administração de outras drogas, a via subcutânea também poderá

ser utilizada como no uso dos antieméticos, análogo somatostatina, sedativos,

anti-histamínicos, anticolinérgicos, corticosteróides, bloqueadores H2, diuréticos e

bifosfanatos9.

Quanto aos efeitos colaterais são raros, reversíveis e de pequena

importância clínica, contanto que sejam diagnosticados precocemente. O edema,

quando discreto, geralmente é reversível caso se reduza a velocidade de infusão

ou caso se empregue a hialuronidase1.

O QUADRO 01 apresenta as vantagens e desvantagens da aplicação do

método da hipodermóclise.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

7

QUADRO 01. Vantagens e Desvantagens do Método de Hipodermóclise13.

VANTAGENS DO MÉTODO DE HIPODERMÓCLISE

� Trata-se de uma técnica fácil de administração por qualquer profissional ou cuidador treinado.

� Manutenção relativamente constante de níveis plasmáticos das drogas.

� Mínimo desconforto para o paciente eliminado a necessidade de injeções freqüentes.

� Confortável para uso no domicílio.

� Facilita a alta hospitalar para pacientes desidratados ou em uso de medicação analgésica.

� Menor risco de hiper-hidratação inadvertida reduzindo a possibilidade de sobrecarga cardíaca.

� Não há necessidade de imobilização de membros. A infusão pode ser interrompida a qualquer hora, sem risco de trombose.

� O baixo custo também deve ser considerado na técnica.

DESVANTAGENS DO MÉTODO DE HIPODERMÓCLISE

� Não são possíveis ajustes de doses rápidas.

� Necessidade de supervisão para a possibilidade de inflamação no sítio da infusão, ou outras possíveis complicações conforme mencionado nos efeitos colaterais.

1.4 Cuidados com a Hipodermóclise

O local da punção deve ser monitorado a cada hora nas primeiras quatro

horas e, quando necessário, por profissional capacitado (enfermeiro, técnico de

enfermagem, auxiliar de enfermagem). Deve-se interromper a infusão ao primeiro

sinal de inflamação, febre, calafrios, edema, extravasamento, eritema, hematoma,

dor ou suspeita de infecção local e trocando o sítio da punção. É igualmente

importante monitorar a possível presença de cefaléia, ansiedade, taquicardia,

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

8

turgência jugular, hipertensão arterial, tosse, dispnéia. Há a possibilidade do

surgimento de sobrecarga hídrica14.

A freqüência de troca, sem sinais de alteração no sítio de punção,

depende da qualidade das drogas infundidas: O tempo médio num mesmo sítio é

de dois a três dias. O novo local deve estar a uma distância mínima de cinco

centímetros do local anterior. A infusão de drogas mais irritantes como corticóide

requer rodízio mais freqüente dos sítios. A infusão de morfina permite a

manutenção do mesmo sítio de punção por até duas semanas (FIGURA 03).

1.5 Modalidades de Reidratação e a Hipodermóclise

A modalidade de hidratação oferecida ao paciente é aplicada de acordo

com a situação clínica e, também, conforme o local onde o paciente se encontra:

numa unidade de terapia intensiva, numa unidade de internação, num hospital

dia, numa Casa de Apoio ou em seu próprio domicílio.

Independentemente da complexidade do ambiente é freqüente que um

paciente, com grave comprometimento neurológico e com pneumonia de

FIGURA 03. Controle da Hipodermóclise.

FONTE: Manual de Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Dor. Centro de Suporte Terapêutico Oncológico (CSTO), Instituto Nacional do Câncer, RJ - 20029.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

9

repetição, com ou sem prognóstico de melhora, apresente a disfagia, o que leva à

indicação de alimentação por cateter enteral15.

Outra indicação, também em situações semelhantes, seria a

gastrostomia, supostamente mais confortável para o paciente, embora não aceita

em muitos serviços1.

A hidratação parenteral é realizada por veia central ou periférica. A

punção venosa profunda é de uso freqüente, mas acarreta riscos próprios,

principalmente no uso prolongado, tais como: acidentes por punção arterial ou

pleural, arritmias, endocardite bacteriana e trombose. A venoclise acarreta menos

riscos, mas possui seus inconvenientes: a dificuldade de punção às vezes

dolorosa para o paciente e frustrante para o enfermeiro devido à fragilidade da

veia do paciente, principalmente naqueles usuários de drogas intravenosas as

obstruções por coágulos que geram as freqüentes necessidades de repunção, a

variação de gotejamento conforme a movimentação do membro, o risco de

infiltração do soro infundido, flebite, necessidade de permanecer imóvel por

longos períodos, predispondo o paciente a uma fraqueza muscular e induzindo a

formação de úlceras de decúbito, entre outros1-14, 16.

A hipodermóclise não substitui a via venosa para o tratamento da

desidratação severa, tampouco a nutrição parenteral ou por cateter nasogástrico,

quando estas técnicas são necessárias para o tratamento da desnutrição. Porém,

a hipodermóclise não deverá ser utilizada em último caso, quando não se

consegue puncionar veias periféricas. Há, provavelmente, diversas situações, nas

quais, a preferência de outra técnica à hipodermóclise é resultado de preconceito

ou de desconhecimento1-15, 17.

Outra forma de hidratar, pouco convencional, é a proctóclise. Nesta

técnica, insere-se um cateter 22 French pelo ânus, a 40 centímetros da linha

pectínea, infundindo-se água por esta via. Embora seja potencialmente útil, esta

técnica é desconfortável1.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

10

Schoueri Júnior1 relata que um paciente sentir-se-á melhor alimentando-

se por via oral, mesmo que pouco, sem um cateter nasogástrico, recebendo a

complementação da hidratação subcutânea. Dispensando a venoclise terá mais

liberdade para as atividades de enfermaria e para obter progressos na

reabilitação, além de poder utilizar esta técnica para o tratamento domiciliar.

1.6 A Hipodermóclise em Aids

A manutenção do estado de hidratação com ingestão oral é um desafio

para instituições que cuidam de pacientes com aids na fase avançada da doença,

sendo vencida apenas na medida em que é considerado um problema de toda a

equipe envolvida: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, nutricionista,

copeiro, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. É de fundamental importância, a

atuação direta de todos sobre este aspecto do ato de cuidar, podendo, ainda,

contar até mesmo com os familiares e/ou cuidadores responsáveis.

A eficácia dos recursos terapêuticos na aids, com o uso de drogas de

potente ação anti-retroviral (HAART - Highly Active Anti-Retroviral Therapy),

utilizadas no Brasil desde 1996 para o tratamento da aids, a importância dos

cuidados paliativos, associado a procedimentos mais confortáveis aos doentes

não pode ser negligenciada. Ao contrário, o prolongamento da vida dos pacientes

em terapia amplia suas possibilidades a aplicação, embora a grande ênfase da

assistência recaia sobre a terapêutica antiretroviral.

Aires18, Jacobson et al.19; Easterbrook & Meadway20 e Brechtl et al.21,

relatam alguns problemas, inerentes à terapia anti-retroviral e aos próprios

pacientes, que dificultam ou impedem seu pleno benefício:

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

11

� Cronificação da Doença: devido ao aumento da sobrevida, os pacientes apresentam mais doenças crônicas, como diabetes mellitus, tumores oportunistas ou não, cirrose hepática (alcoólica ou devido às hepatites virais, entre outras doenças, trazendo sofrimento).

� Não-aderência/resistência à medicação: o índice de falha com HAART pode ocorrer, devido a efeitos colaterais, problemas psíquicos ou sociais ou ainda ao uso por longa data, e a conseqüente resistência adquirido a medicação.

� Efeitos Colaterais Inerentes à Medicação: o HAART tem implicado em aumento de diabetes mellitus, dislipdemias graves com aumento de Acidente Vascular cerebral (AVC) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), osteopenias, lipodistrofias (deformidades corporais), acidose lática, entre outros, o que têm dificultado a abordagem e uso correto das medicações.

Os pacientes com aids apresentam inúmeras circunstâncias de

desconforto e sofrimento, em conseqüência da doença que se agrava com a

presença de múltiplas infecções. Nestes casos, a hipodermóclise poderá ser mais

uma opção, para que se possibilite oferecer melhores condições no tratamento,

principalmente, aqueles em fase avançada da doença.

Nesta situação, a aids caracteriza-se pela deterioração progressiva do

estado geral, quando a imunodeficiência evolui a despeito da terapia instituída e

quando os episódios agudos e as intercorrências quase sempre requerem

assistência hospitalar. A necessidade de cuidados é comum devido à debilidade

geral e às afecções neurológicas, comprometendo a locomoção, dificuldades

visuais decorrentes de retinites que podem levar à cegueira, distúrbios cognitivos

e quadro demencial22.

Dentre os sintomas mais freqüentes inclui-se: fraqueza, anorexia,

náuseas, vômitos, emagrecimento, febre, tosse, diarréia crônica, prurido, dor,

úlceras de pressão e mal estar geral23.

É importante ressaltar que a maioria dos doentes com aids pode

apresentar rede venosa em más condições, devido a fatores como múltiplas

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

12

internações ou tratamento em hospital-dia, decorrente de várias infecções

oportunistas e, consequentemente, a necessidade do uso de várias medicações

administradas pela via intravenosa. Em situações mais graves ocorre a

necessidade de aquisição de um acesso venoso central, adicionando riscos de

infecções hospitalares.

A hipodermóclise é realizada por meio de técnica simples e segura, mas

pequenas observações como o volume e a qualidade de fluídos e medicamentos

a serem infundidos devem ser consideradas, assim como o seu controle, o que

não diferencia muito dos critérios utilizados em outras vias de administração.

Muitos pacientes com aids em fase avançada da doença recusam o uso

de sondas para alimentação, sentindo-se agredidos enquanto seres humanos,

outros, ainda, apresentam rede venosa em más condições, devido às várias

internações e/ou uso de drogas injetáveis.

Embora os cuidados paliativos no IIER já sejam realizados desde 1999, a

implantação e execução do procedimento de Hipodermóclise, especificamente em

pacientes com aids, ainda não é um procedimento realizado em sua rotina, talvez

pela própria escassez de pesquisas sobre o assunto. Nenhuma pesquisa descrita

na literatura científica, que tratasse deste tema em aids, foi encontrada durante o

desenvolvimento deste estudo.

No contato com outras instituições que desenvolvem cuidados paliativos

em outras doenças observou-se o uso da técnica de hipodermóclise

constantemente. Embora os diagnósticos e o estado clínico dos pacientes com

aids sejam diferentes daqueles com câncer, nos quais o procedimento é realizado

com êxito, alguns sintomas são semelhantes.

Houve, assim, a oportunidade de se verificar a importância da

hipodermóclise, inclusive na colaboração com a redução do risco de desidratação,

além da sua grande valia na administração de alguns medicamentos.

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1. Introdução ___________________________________________________________________________________________________

13

Esta experiência trouxe a reflexão para iniciar-se este estudo, quanto a

possibilidade do uso desta técnica em pacientes com aids, promovendo conforto e

aliviando o sofrimento.

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2. OBJETIVOS

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2 Objetivos ___________________________________________________________________________________________________

15

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o perfil do paciente com aids em cuidados paliativos, quanto à

elegibilidade da realização de hipodermóclise.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Analisar os critérios de indicação da hipodermóclise para pacientes com

aids sob Cuidados Paliativos.

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3. MÉTODO

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3 Método ___________________________________________________________________________________________________

17

3 MÉTODO

3.1 UNIVERSO DO ESTUDO

O Instituto de Infectologia “Emílio Ribas” (IIER) é Referência Estadual na

assistência a pacientes portadores de doenças infecciosas e localiza-se na cidade

de São Paulo. O estudo foi realizado em Unidades de Internação.

3.2 AMOSTRA DO ESTUDO

Foram avaliados 89 prontuários de pacientes com aids, internados no IIER

e assistidos pela Equipe Interdisciplinar de Cuidados Paliativos (EICP), no período

de janeiro de 2004 a agosto de 2005.

3.2.1 Características dos Pacientes

Os pacientes foram avaliados segundo o gênero, a idade, p período de

internação, a evolução para alta ou óbito, as doenças infecciosas, as neoplasias,

outras complicações associadas e os seguintes exames laboratoriais: dosagem

de albumina, creatinina, uréia, sódio, potássio, tempo de protrombina, tempo de

tromboplastina, fibrinogênio, CD4, CD8 e carga viral.

3.2.2 Critérios de Inclusão

� Idade acima de 18 anos.

� Diagnóstico de aids e em acompanhamento pela Equipe de Cuidados

Paliativos no IIER.

� Expectativa de vida acima de sete dias.

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3 Método ___________________________________________________________________________________________________

18

� Necessidade de hidratação parenteral41, e que apresentavam as

seguintes situações:

� Náuseas e vômitos de difícil controle.

� Pacientes em fase avançada da doença: considerados os que

apresentassem falência de antiretrovirais, associado à dosagem

de linfócitos CD4+ abaixo de 100/mm3; falência grave de órgãos

vitais independente do valor de linfócitos CD4+; doenças de mau

prognóstico em aids, tais como Leucoencefalopatia Multifocal

Progressiva (LEMP), demência pelo HIV, Sarcoma de Kaposi

pulmonar extenso, Linfoma Não-Hodgkin (LNH) refratário ao

primeiro esquema de quimioterapia e caquexia.

� Pacientes que apresentaram quadro de dor importante e, portanto,

necessitaram do uso de grandes doses de opióides.

� Pacientes que apresentaram disfagia.

� Pacientes que apresentaram a rede venosa periférica em más

condições, fazendo-se necessárias cinco ou mais punções.

3.2.3 Critérios de Exclusão

� Pacientes menores de 18 anos.

� Pacientes com desidratação grave.

� Pacientes com risco de congestão pulmonar, como insuficiência

cardíaca congestiva.

� Pacientes com distúrbio de coagulação.

3.3 TIPO DO ESTUDO

No intuito de aumentar a validade da construção e desenvolvimento deste

estudo foram empregadas as abordagens quantitativa, exploratória e descritiva,

com pesquisa retrospectiva.

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3 Método ___________________________________________________________________________________________________

19

A fase descritiva é caracterizada por viabilizar ao pesquisador o

conhecimento sobre as características de grupos, assim como estimar proporções

de determinados aspectos, além de constatar a presença de relações entre as

variáveis.

3.4 ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS

Foram analisados prontuários, fornecidos pelo Serviço de Arquivo Médico e

Estatística (SAME) do IIER, de todos os pacientes assistidos pela EICP, no

período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. O diagnóstico de aids dos 89

avaliados, segundo os critérios de inclusão, foi verificado por meio das evoluções

clínicas diárias e conferido com aqueles identificados na folha da alta hospitalar

e/ou atestado de óbito dos prontuários.

3.5 INSTRUMENTO E LEVANTAMENTO DE DADOS

O instrumento utilizado para o levantamento dos dados foi uma ficha

elaborada pelo pesquisador (ANEXO 2), contendo informações necessárias para a

avaliação de indicação da hipodermóclise, como: identificação do paciente (nome,

idade, gênero), função cognitiva, diagnóstico e dados laboratoriais, data da alta e

ou óbito, número de internações, período de internação; fundamentados em

literaturas e experiências advindas de outras instituições, onde se realiza a

hipodermóclise em pacientes com outros diagnósticos como o câncer.

Os exames necessários ao estudo eram constituídos de resultado de

albumina, sódio, potássio, creatinina, tempo de protrombina, tempo de

tromboplastina e fibrinogênio, uréia, CD4 e CD8 e carga viral, verificados nos

prontuários.

Foram organizados em banco de dados os critérios que indicavam a

aplicação da hipodermóclise como: náuseas e vômitos; disfagia; doença terminal;

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3 Método ___________________________________________________________________________________________________

20

uso de opióides e condição de rede venosa; uso de drogas intravenosas prévio;

destino do paciente (alta ou óbito); número de internações e exames laboratoriais.

A escala utilizada para a avaliação da intensidade da dor dos pacientes foi

a numérica, cuja nota (0-10), a qual já é utilizada de rotina pela EICP no IIER e a

mesma estava anotada no prontuário (QUADRO 02).

QUADRO 02. Escala Numérica de Intensidade da Dor41

0 Nenhuma dor

0 ---------------- 2 Dor leve

2 ---------------- 4 Dor moderada

4 ---------------- 6 Dor severa

6 ---------------- 8 Dor muito severa

8 ---------------- 10 Dor insuportável

3.6 MÉTODO ESTATÍSTICO

As variáveis foram representadas por freqüência absoluta (n) e relativa (%).

A presença de associação entre os parâmetros estudados foi avaliada pelo

Teste de Quiquadrado.

Adotou-se o nível de significância de 0,05 (a=5%), sendo que os níveis

descritivos inferiores a este valor foram considerados significantes e

representados por (*).

3.7 COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

Projeto aprovado no protocolo nº 04/04.

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4. RESULTADOS

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

22

4 RESULTADOS

Dos 89 prontuários de pacientes avaliados neste estudo, seis não continham

registros dos critérios de inclusão. Os 83 selecionados foram avaliados e

analisados quanto às indicações registradas para a realização da hipodermóclise.

Do total de pacientes avaliados, 57 (68,67%) eram do gênero masculino e 26

(31,33%) do gênero feminino. A idade dos pacientes variou entre 18 e 64 anos,

com média de 39,7 anos.

Os pacientes tiveram internação variando de uma a seis, com uma média de

três internações.

O período de internação dos pacientes foi diversificado, variando entre um

dia e 136 dias, com média de 66 dias (QUADRO 03).

QUADRO 03. Distribuição do período de Internação dos Pacientes Estudados. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005.

Cuidados Paliativos - IIER.

PERÍODO DE INTERNAÇÃO NÚMERO DE PACIENTES

01 a 30 dias 67 pacientes

31 a 60 dias 10 pacientes

61 a 90 dias 01 paciente

> 91 dias 05 pacientes

O número de óbitos até o final do estudo correspondeu a 37 (44,57%).

Quanto aos critérios de indicação de hipodermóclise entre os pacientes

avaliados, observou-se que 65 (78,31%) apresentaram mais de um critério. Sendo

assim, na TABELA 01, observa-se a distribuição das indicações de hipodermóclise

por gênero. A maioria dos pacientes encontrava-se na fase avançada da doença,

com rede venosa ruim e disfagia como principais indicações hipodermóclise

(GRÁFICO 01).

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

23

TABELA 01. Distribuição das Indicações de Hipodermóclise Segundo o Gênero.

Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

No estudo houve relato de que 18 pessoas possuíam antecedentes de

abuso de drogas ilícitas intravenosas.

Quanto à ocorrência de doenças associadas, constaram em prontuário

múltiplos diagnósticos de infecções bacterianas, fúngicas, virais, neoplasias,

diarréias sem etiologia e relato de dor (TABELA 02).

INDICAÇÃO MASCULINO FEMININO TOTAL p

Náuseas e Vômitos 13 (81,25%) 3 (18,75%) 16 (100%) 0,21

Fase Avançada da Doença 36 (69,23%) 15 (30,77%) 51 (100%) 0,80

Uso de Opióides 14 (66,67%) 7 (33,33%) 21 (100%) 0,85

Disfagia 18 (64,29%) 10 (35,71%) 28 (100%) 0,58

Rede Venosa Ruim 25 (75,76%) 8 (24,24%) 33 (100%) 0,24

GRÁFICO 01. Distribuição das Indicações de Hipodermóclise. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005 - Cuidados Paliativos - IIER

0 10 20 30 40 50 60

15

51

21

28

33

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

24

TABELA 02. Distribuição das Principais Complicações Associadas a Pacientes com Indicação de Hipodermóclise.

DOENÇAS TOTAL %

Bacterianas 63 29,17

Infecções fúngicas 46 21,30

Relato de dor 34 15,74

Infecções virais 34 15,74

Neoplasias 26 12,04

Diarréias sem etiologia 13 6,02

TOTAL DE DOENÇAS 216 100

Foram relatadas 63 infecções bacterianas, sendo as micobacterioses as

mais freqüentes, especialmente tuberculose e infecções respiratórias baixas

(TABELA 03).

TABELA 03. Distribuição das Infecções Bacterianas. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER.

DOENÇAS TOTAL %

Tuberculose 21 33,33

Broncopneumonia 12 19,04

Sepses 08 12,69

Celulites 06 9,52

Infecção urinária 05 7,93

Osteoarticular 04 6,34

Micobacteriose 04 6,34

*Outros 03 4,75

TOTAL DE BACTERIANAS 63 100

* 01 endocardite, 02 sífilis.

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

25

Entre as 46 infecções fúngicas, destacaram-se as candidíases orais e

esofágicas, neurocriptococose e pneumocistose (TABELA 04).

TABELA 04. Distribuição das Infecções Fúngicas Sistêmicas e Pulmonares. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

DOENÇAS TOTAL %

Candidíase oral e esofágica 31 67,39

Neurocriptococose 06 13,04

Pneumonia por Pneumocystis jiroveci 05 10,86

*Outros 04 8,68

TOTAL DE FÚNGICAS SISTÊMICAS/PULMONARES 46 100

*02 Criptococose pulmonar, 01 histoplasmose, 01 paracoccidioidomicose.

Entre as 34 infecções virais, foram encontrados relatos de Hepatite C (HCV),

Citomegalovírus (CMV) e doenças pelo vírus do Herpes (TABELA 05).

TABELA 05. Distribuição das Infecções Virais. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

DOENÇAS TOTAL PORCENTAGEM

Hepatite C 12 35,29

CMV 09 26,47

Hepatite B 02 5,88

Herpes simplex 04 11,76

*Outros 04 11,76

LEMP 03 8,82

TOTAL DE INFECÇÕES VIRAIS 34 100

* 02 papilomavírus, 01 varicela zoster, 01 leucoplasia pilosa.

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

26

Entre as 26 neoplasias, foram referidos 13 casos de linfoma, cinco casos de

Sarcoma de Kaposi e oito pacientes com diferentes neoplasias (TABELA 06).

Foram referidas ocorrências de múltiplas neoplasias em 20 pacientes.

TABELA 06. Distribuição das Neoplasias. Período de janeiro de 2004 á agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

DOENÇAS TOTAL PORCENTAGEM

Linfomas 13 50,00

Sarcoma de Kaposi 05 19,23

*Outras Neoplasias 08 30,77

TOTAL DE NEOPLASIAS 26 100,00

*4 Metástases, 01 Câncer de Laringe, 01 Câncer de Colo de Útero, 01 Câncer de Pulmão, 01 Câncer de Fígado.

A diarréia sem etiologia definida foi observada em 13 pacientes, enquanto

que a dor acometeu 33 pessoas, com o escore de intensidade variando de 3 a 10

(QUADRO 04).

A falência de múltiplos órgãos ocorreu entre 13 pacientes.

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

27

QUADRO 04. Distribuição dos Pacientes Quanto a Avaliação da Dor. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

PACIENTE / NÚMERO DOR - NOTA MÁXIMA DOR - NOTA MÍNIMA

12 08 0

16 03 0

18 07 0

23 09 02

30 08 02

32 10 01

36 08 02

38 09 01

41 09 01

46 07 0

49 09 01

50 10 01

52 08 02

55 06 01

57 03 01

59 05 0

61 06 0

62 08 02

64 10 01

65 07 01

66 10 01

67 08 01

68 07 0

69 10 02

70 10 02

71 09 02

72 07 01

74 08 0

75 08 0

77 05 0

81 04 0

88 06 0

89 04 0

TOTAL: 33 (15,74%) MÉDIA: 7.2 MÉDIA: 0.8

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

28

O GRÁFICO 02 apresenta o grau de dor considerado importante para a

indicação da hipodermóclise (Escala de Dor � Média 7.2).

A TABELA 07 e o QUADRO 08 apresentam as distribuições das doenças,

segundo a topografia principal de acometimento, assim como dos resultados de

exames, respectivamente.

TABELA 07. Distribuição das Doenças Quanto às Topografias de Acometimento. Período de janeiro de 04 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

DOENÇAS TOTAL PORCENTAGEM

Neurotoxoplasmose 33 50,00

CMV 09 13,63

Neurocriptococose 06 9,09

Paralisias 04 6,06

Hipertensão Intracraniana 02 3,03

Neurites periféricas 02 3,03

Depressão 03 4,54

Acidente vascular cerebral 02 3,03

LEMP 03 4,54

TOTAL DE NEUROLÓGICAS 66 100

0 2 4 6 8

GRÁFICO 02. Avaliação da Dor para Indicação de Hipodermóclise. Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

2

2

2

3

5

8

5

6

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4 Resultados ___________________________________________________________________________________________________

29

QUADRO 05. Distribuição dos Resultados de Exames.

Período de janeiro de 2004 a agosto de 2005. Cuidados Paliativos - IIER

Foram analisadas as variáveis cruzando os parâmetros observados. Na

TABELA 08 apresentam-se os resultados com p ≤ 0,05.

TABELA 08. Análise da Correlação das Indicações para Hipodermóclise com Falência de Múltiplos Órgãos, Neoplasias, Hepatite C, Candidose, Uso de Drogas Injetáveis, Dor, Óbitos, Uso de

Opióides, Fase Avançada da Doença, Rede Venosa.

PARÂMETRO A (N) PARÂMETRO B (N) PACIENTES (TOTAL) P*

Falência de múltiplos órgãos (13) Óbito (37) 83 <0,01*

Neoplasia (26) Dor (33) 83 <0,01*

Uso de opióide (21) Dor (33) 83 <0,01*

Fase avançada da doença (51) Albumina alterada (38) 70 0,01*

Uso de opióide (21) Disfagia (28) 83 0,029*

Rede venosa ruim (33) Disfagia (28) 83 0,01*

Rede venosa ruim (33) Albumina alterada (38) 70 0,039*

Candidose oroesofágica (31) Disfagia (28) 83 0,029*

Usuário de drogas (18) Hepatite C (12) 83 0,04*

*apresentados valores com significância (p<0,05).

EXAME NORMAL ALTERADO TOTAL

Albumina 32 38 70

Sódio 71 11 82

Potássio 64 16 80

Creatinina 60 21 81

Uréia 60 21 81

Fibrinogênio 63 06 70

Tempo de Tromboplastina 63 06 70

Tempo de Protrombina 63 06 70

CD4 32 (<100) 38 (>100) 70

CD8 32 38 70

Carga Viral 07 28 35

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5. DISCUSSÃO

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

31

5. DISCUSSÃO

A realização deste estudo proporcionou a obtenção e a organização de

informações correspondentes às características e intercorrências dos pacientes

com aids, que estiveram em acompanhamento pela EICP em suas trajetórias de

doença. Embora a experiência do cuidar destes pacientes já permitisse percebê-

las sob a visão empírica, não sistematizada, os dados obtidos mostraram o

quanto se pode reduzir o sofrimento dos pacientes com aids, principalmente

quando a doença progride e os sintomas vão se tornando cada vez mais intensos

e de difícil controle. Neste estudo ficou demonstrado que há mais de uma

possibilidade para indicação de hipodermóclise em pelo menos 65 (78,31%) do

total de pacientes estudados.

Entre as indicações para a realização de hipodermóclise (TABELA 01),

avaliadas separadamente, observou-se que pelo menos um quinto dos pacientes

tinham ao menos uma indicação; assim: fase avançada da doença 51 (61,44%),

rede venosa em más condições 33 (39,75%), disfagia 28 (33,73%) uso de

opióides 21 (25,30%), náuseas e vômitos 16 (19,27%). Existem parâmetros para

que os pacientes com aids, que vivenciam estas tristes realidades, possam se

beneficiar deste procedimento, a fim de colaborar para a redução de seu

sofrimento na fase tão complexa de situações dolorosas e angustiantes.

Outra ocorrência que ficou evidenciada foi a diarréia com etiologia não

identificada (TABELA 02) um sintoma significante a ser considerado para a

indicação da hipodermóclise.

A queixa de dor foi observada entre 33 (15,74%) pacientes (TABELA 02),

provocando uma busca maior por subsídios para a implementação da assistência,

por meio de avaliações constantes e rigorosas. A utilização de arsenal

farmacológico e outras medidas para o alívio deste sofrimento necessitaria de

uma implementação, principalmente para aqueles em estágios avançados e na

fase terminal da doença.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

32

As análises das variáveis demonstraram significância entre vários fatores

observados, como a ocorrência de óbitos entre pacientes com falência de

múltiplos órgãos, além da presença de relato de dor entre os que apresentaram

neoplasia e, por conseqüência, fizeram uso de opióides. A disfagia mostrou-se

significante entre os pacientes com candidose, que fizeram uso de opióides e

para os que apresentaram rede venosa em más condições. Quanto aos exames,

a albumina esteve diminuída nos pacientes classificados em fase avançada da

doença e naqueles com rede venosa ruim, demonstrando que a hipodermóclise

pode ser mais uma opção para colaborar no tratamento dos pacientes com aids.

5.1 NÁUSEAS E VÔMITOS

Segundo Aires26, entre os sintomas mais freqüentes relatados pelos

pacientes com aids sob cuidados paliativos, estão a náusea e o vômito.

Foram observados estes sintomas em 16 pacientes (19,27%) dos 83 que

foram avaliados no estudo (TABELA 01). O sistema digestório é acometido em

muitas pessoas com aids, principalmente naqueles em fase avançada da doença.

Existem várias causas que podem influenciar nesta situação, como a presença

das infecções oportunistas, o uso de grande número de medicamentos

necessários para o seu combate e ou profilaxia, somando-se, ainda, à potente

terapia antiretroviral e seus efeitos colaterais, entre os quais uma importante

intolerância gástrica.

Tais sintomas, quando de difícil controle, aumentam o desconforto, a

dificuldade de ingesta e a hidratação via oral, tornando a hipodermóclise uma das

opções a ser utilizada para reposição de fluídos e soluções glico-fisiológicas.

Segundo Rachid25, as afecções do sistema digestório como as gástricas e

a gastrite medicamentosa são responsáveis por queixas de náuseas e vômitos,

devido a grande freqüência do uso de sulfametoxazol e outras sulfas,

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

33

medicamentos como cetoconazol, rifampicina, pirazinamida e aciclovir e,

sobretudo, a terapia antiretroviral.

Neste contexto, o enfermeiro deve prestar orientações na tentativa de

minimizar a presença das náuseas e vômitos como: a importância da ingesta de

líquidos entre as refeições e não durante; realizar refeições menores, mais

freqüentes e mais frias, assim como uma mastigação lenta; propiciar um ambiente

agradável para as refeições, mantendo-se em posição confortável e, se possível,

permanecer sentado uns 40 minutos após cada refeição. O objetivo desta

intervenção está na estimulação do apetite, evitando uma possível perda de peso,

em conseqüência do fator nutricional.

Considerando-se estas colocações, a indicação de hipodermóclise para

pacientes com os sintomas de náuseas e vômitos, possivelmente, será de grande

importância para reduzir o risco de desidratação, quando iniciada precocemente,

fazendo a implementação da aceitação alimentar.

5.2 FASE AVANÇADA DA DOENÇA

Entre os prontuários de pacientes avaliados, 51 (61,44%) (TABELA 01),

apresentaram um quadro de doença avançada. Considerando que todos

pacientes estavam em atendimento pela EICP, a questão sobre pacientes

terminais foi de relevância para o estudo.

Schoueri Júnior1 ao fazer uma revisão em prontuários de pacientes que

realizaram hipodermóclise verificou que todos estavam em tratamento paliativo, o

que vem a confirmar a necessidade da aplicação desta técnica de forma mais

regular, como demonstraram também os trabalhos de Hays13, que utilizou a

hidratação e a morfina para o controle de dor, com bons resultados.

Revisões recentes atestam o interesse por esta técnica nos últimos anos,

embora seu emprego ainda seja restrito ao contexto da medicina paliativa e à

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

34

geriatria: Ashby (1993)27; Fainsinger et al. (1994)28; Ferry et al. (1999)11; Frisoli

Júnior et al. (2000)8, Rochon et al. (1997)29.

Guerra22 afirma que, mesmo considerando que a pandemia de aids

apresenta uma dinâmica bastante variável ao longo do tempo e que a utilização

de agentes terapêuticos potentes, desde meados de 1996, tenha causado um

considerável impacto na redução da sua mortalidade, o número de óbitos

continua preocupante em relação a outras doenças.

Como as manifestações clínicas da aids variam muito, a fase avançada da

doença nem sempre é fácil de ser detectada, deixando de solicitar o

acompanhamento da Equipe em algumas situações.

Os pacientes em fase terminal de aids, avaliados no estudo, encontravam-

se nas condições correspondentes à classificação da infecção pelo HIV

categoria C3 (presença de doenças indicativas de aids e linfócitos CD4<200/mm3)

conforme as normas do Centers for Disease Control and Prevention (CDC)25,

cujos critérios são os mesmos estabelecidos pelo Sistema de Vigilância

Epidemiológica Nacional do Brasil.

Estudo como o da Medical care in advanced aids30, relata que na fase

terminal da aids, devem ser considerados os seguintes critérios: CD4 < 25 células,

carga viral > 100.000 cópias/ml; perda da massa corporal de 33%; presença do

complexo Mycobacterium avium com bacteremia não tratada ou não responsiva

ao tratamento ou com recusa de tratamento; presença da LEMP, linfoma

sistêmico em fase avançada não responsivo ao tratamento quimioterápico;

sarcoma de Kaposi visceral não responsivo a terapia; falência renal sem diálise;

infecção por cryptosporidium; toxoplasmose não responsiva ao tratamento e

Karnofsky Perfomance Status de 50%. O mesmo estudo coloca, ainda, critérios

secundários que podem também evidenciar a evolução para a fase avançada da

doença dos pacientes com aids como: diarréia crônica persistente por mais de um

ano; albumina <2,5 persistente no soro; idade acima de 50 anos; avanço da

demência pela aids; toxoplasmose; insuficiência cardíaca sintomática.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

35

Os pacientes atendidos pela EICP desenvolvem situações como as

mencionadas nesta pesquisa, o que exige da equipe estudos intensos sobre a

questão da fase avançada da doença no paciente com aids.

Entretanto, a indicação de hipodermóclise para pacientes com aids nesta

fase da doença é de importante valia, pois em momentos em que o período de

internação já se prolongou ou, então, várias reinternações já ocorreram,

ocasionando uma rede venosa fragilizada, a dificuldade para alimentar está

presente e, em algumas situações, a aceitação alimentar é inferior às

necessidades corporais. A implementação da hidratação pelo processo de

hipodermóclise é um procedimento que irá proporcionar um menor risco de

infecção, considerando-se a sua fragilidade imunológica.

Os profissionais de enfermagem, via de regra, que mantêm um

relacionamento mais estreito com os pacientes e sua família, neste período em

que a doença progride e as possibilidades de melhora da situação tornam-se

irreversíveis, precisam cultivar a percepção da individualidade dos pacientes,

respeitar a sua dor, suas crenças, procurar entender a fase em que se encontram

e os sinais verbais e não-verbais para auxiliá-los, bem como a seus familiares31.

Portanto, é de fundamental importância considerar a presença contínua,

exercendo a arte e a estética do cuidar, como imprescindível em todas as

situações de enfermidades, incapacidades e durante o processo de morrer, com

dignidade e profissionalismo, associado à solidariedade.

5.3 USO DE OPIÓIDES

Dentre os 83 pacientes avaliados, 21 (25,30%) apresentaram a

necessidade do uso de opióide como motivo para indicação de hipodermóclise

(TABELA 01), devido a presença de dor intensa e de difícil controle, com o uso de

outros medicamentos menos potentes.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

36

A dor mal controlada associa-se ao intenso sofrimento físico, psíquico,

social e espiritual para o paciente e seus cuidadores, somando-se às limitações

da doença, o que piora substancialmente a qualidade de vida. O controle da dor

envolve o uso de medidas farmacológicas, físicas, educacionais, cognitivo-

comportamentais, de conforto espiritual e emocional. Todos os profissionais

envolvidos necessitam compreender estes mecanismos a fim de minimizar tais

sofrimentos.

Para Aires26, a dor em pacientes HIV positivos ou com aids é altamente

prevalente 30-90%, sendo maior quanto mais avançado o estágio da doença,

agregada a significante morbidade e ao tratamento inadequado.

Como a dor tem contribuído muito para aumentar o sofrimento do paciente

e prejudicado a sua qualidade de vida, considerando-se, ainda, que pode ser

tratada na maioria dos casos, é importante ressaltar que é necessária a

realização de avaliação rigorosa para o seu tratamento eficaz, por meio de

anamnese e exame físico detalhado, assim como a quantificação por escalas já

padronizadas, levando em conta a avaliação concomitante do componente

emocional e social que possam interferir na percepção da dor, além dos aspectos

qualitativos e interferência ou não nas atividades diárias da vida.

O uso de opióides foi considerado uma indicação importante para a

realização de hipodermóclise, pelo fato do tratamento da dor na aids seguir as

mesmas orientações do câncer26 como:

� Intensidade da dor: para uma dor de fraca intensidade utilizam-se

analgésicos comuns ou antiinflamatórios não-hormonais.

� Dor de moderada intensidade: utilizam-se opióides fracos (codeína ou

tramadol).

� Dor de forte intensidade: utilizam-se opióides fortes (morfina).

� Considerando a qualidade da dor: associam-se adjuvantes quando

necessário. Exemplo: para a dor neuropática associa-se antidepressivo

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

37

e/ou anticonvulsivante; para a dor em cólica utiliza-se antiespasmódico;

para a cefaléia por hipertensão intracraniana usam-se corticóides.

A dor deve ser tratada enquanto a sua causa é avaliada, sempre usando

medicamentos com horário fixo e mantendo monitoramento contínuo da resposta

à terapêutica analgésica, tendo a enfermagem fundamental participação na

observação rigorosa do resultado do tratamento.

Guimarães 199932 relata que as características da dor podem variar para a

mesma pessoa, a cada situação dolorosa, como: localização, qualidade,

intensidade, freqüência, natureza, etiologia e duração.

Conforme o Manual de Dor em Câncer9, a administração de opióides por

via subcutânea proporciona níveis no sangue, comparados aos alcançados por

via intravenosa, portanto, pode-se lançar mão das mesmas recomendações de

doses utilizadas para intravenosa.

5.4 DISFAGIA

Dentre os pacientes avaliados, 28 (33,73%) apresentaram disfagia (TABELA

01). Os pacientes com aids que desenvolvem infecções como candidíase oral ou

esofágica, CMV, Herpes simplex (VHS), sarcoma de Kaposi e LNH, podem

apresentar sintomas como a disfagia, que é uma conseqüência destes agravos,

colaborando para a sua perda de peso e ocasionando complicações como a

caquexia ou má nutrição, bem como perda de tecido adiposo e água extracelular,

que pode colaborar para a piora de seu estado geral.

A “síndrome do emagrecimento” incide sobre 11 a 80% dos pacientes com

aids33.

Alguns pacientes, quando internam, já se encontram com a mucosa oral

bastante prejudicada com importante dificuldade de alimentar-se. A indicação de

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

38

hipodermóclise nestas situações tem o objetivo de hidratar o paciente, prevenindo

uma possível desidratação severa.

Vários pacientes apresentam dificuldade em aceitar e/ou manter uma

sonda nasogástrica ou nasoenteral para receber as dietas, tornando a situação

ainda mais delicada. Vários pacientes relatam que não suportam esse

procedimento, considerando um desconforto significante.

Segundo Sundfeld33, as alterações imunológicas em desnutrição protéico-

calórica são semelhantes às descritas em pacientes com aids e ambas as

condições caracterizam-se por infecções oportunistas múltiplas de origem viral,

bacteriana, fúngica e parasitária.

Fatores como a numerosa variedade de medicamentos utilizados nos

tratamentos das infecções oportunistas por HIV também são causas de disfagia,

suprimindo o apetite, alterando o paladar e o olfato, diminuindo a absorção de

nutrientes e agindo como antagônicos de vitaminas e minerais33.

A disfagia apresenta importante sofrimento e exige do enfermeiro atenção

às condições de melhor aceitação alimentar, assim como a melhora da dor, além

de cuidados mínimos como uma boa higiene oral com escova de cerdas macias

antes e após as refeições, mantendo os lábios sempre umidificados, observando

e avaliando a intensidade de dor ao deglutir e utilizando medicamento específico,

prescrito antes das refeições.

O esforço na preservação e/ou recuperação do peso deve ser integral,

objetivando a boa qualidade de vida, respeitando sempre as vontades ou opções

do paciente por esta ou aquela terapia nutricional.

5.5 REDE VENOSA RUIM

Entre os prontuários dos pacientes avaliados 33 (39,75%) receberam

indicação para hipodermóclise devido às más condições da rede venosa (TABELA

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

39

01). Cerca de metade destes pacientes (18 - 54,5%) eram usuários de drogas

injetáveis, o que dificulta muito a administração de medicações e ou hidratação

por meio de rede venosa periférica, exigindo, nestes casos, para o profissional de

enfermagem, a necessidade de várias punções na tentativa de infusão das

medicações que, em muitas vezes, não resulta em sucesso, causando agitação e

ansiedade ao paciente e, ao profissional, o risco de acidente com material

pérfuro-cortante.

Na maioria das vezes estes pacientes são submetidos a procedimentos

invasivos como a punção de veias profundas (intracath) ou a realização de

flebotomias, expondo mais ainda aos riscos de aquisição de novas infecções,

podendo levá-los a situações mais complicadas e difíceis.

Outros motivos que favorecem a má condição de rede venosa entre os

pacientes com aids são os períodos e os números de re-internações necessárias,

associados à variedade de medicações exigidas para o tratamento das múltiplas

infecções.

As venopunções tornam-se ainda mais difíceis quando os pacientes estão

em fase avançada da doença, deixando as veias periféricas mais colapsadas,

finas, frágeis, rompendo-se com grande facilidade.

No entanto, para que o paciente receba a hipodermóclise existe a

necessidade de avaliações constantes a fim de detectar tal possibilidade

precocemente, proporcionando mais esta opção na realização de seu tratamento.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

40

5.6 ANÁLISE QUANTO AS INFECÇÕES: BACTERIANAS, VIRAIS, FÚNGICAS SISTÊMICAS

E PULMONARES

5.6.1 Infecções Bacterianas

Os resultados das infecções bacterianas mostraram um dado significante

em relação às outras infecções (TABELA 03). A tuberculose (33,33%), ainda se

mantém numa posição importante em referência às demais patologias,

confirmando Kritski et al.34, quando dizem que um dos fatores que mais favoreceu

a re-emergência da tuberculose foi a co-infecção pelo HIV e a aids. A aids trouxe,

portanto, outro impacto importante no controle da tuberculose. A tuberculose deve

ser analisada de modo diferente. Deve ser mantida a ênfase ao tratamento

ambulatorial (atendimento primário), mas também dever ser enfatizada a

vigilância da associação da tuberculose com a aids, sobretudo nos ambientes

fechados como hospitais, prisões, albergues e, prioritariamente, nas unidades

hospitalares com elevada prevalência de tuberculose e aids. Medidas específicas

para o controle da doença devem ser implementadas como a notificação dos

casos, controle ambiental da infecção e educação continuada para os

profissionais de saúde. Também deve ser dada ênfase a rapidez do diagnóstico,

agilizando o resultado da baciloscopia. Devido a possibilidade de abandono de

tratamento e a resistência às drogas contra a tuberculose, alguns pacientes

internados nos hospitais podem albergar cepas multiresistentes.

A presença das micobacterioses, embora demonstre um dado não

muito relevante (6,34%), não deve ser desconsiderada, mas sim representar mais

um agravo para o controle da aids. Em pacientes com comprometimento de

defesas celulares, a maioria das infecções micobacterianas é causada por

organismos pertencentes ao grupo chamado Complexo Mycobacterium avium

(MAC), sendo incluso neste grupo o Mycobacterium avium e o Mycobacterium

avium intracellulare (MAI)35. A maioria das infecções disseminadas por MAC é

causada pelo M. avium, antes consideradas uma causa rara de doença no

homem. As infecções por MAC aumentaram com o advento da aids.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

41

Segundo Marques & Masur36, anteriormente pensava-se que a infecção

por MAC fosse uma mera colonização em pacientes gravemente

imunodeficientes, porém, atualmente, sabe-se que contribui significativamente

para a morbi-mortalidade, provavelmente reduzindo em seis meses a sobrevida

dos pacientes infectados.

As infecções por MAC, devido aos vários sintomas como a febre,

sudorese, anemia, diarréia e dor abdominal e a possibilidade de disseminação

para outros órgãos, como o baço e medula óssea, fígado e linfonodos, traz ao

paciente com aids risco de complicações, aumentando o seu desconforto.

O valor observado nos pacientes com broncopneumonia corresponde a

19,04% e a sua freqüência varia de acordo com a origem da infecção,

considerando também que foi observada a sua presença, devido à origem no

âmbito hospitalar, a idade e ao uso anterior de antibióticos, sendo a grande

maioria em decorrência das condições imunológicas. Nos casos dos pacientes

avaliados, pode-se justificar que o período de internação e/ou o seu número,

foram fatores que colaboraram para a presença das broncopneumonias. Por outro

lado, a resistência por parte de alguns agentes patogênicos vem favorecendo a

dificuldade para o tratamento rápido e eficaz.

A sepses ocorreu em 12,69% dos pacientes observados, mostrando que

diferentes processos infecciosos podem desenvolvê-la como via final.

Para Diament & Lomar37, as doenças de base imunodepressivas como

câncer, doenças imunológicas congênitas, aids, doenças auto-imunes como lúpus

eritematoso sistêmico e doenças infecciosas causadas por fungos, predispõem ao

aparecimento de bacteremia e sepses pelos distúrbios que causam no sistema

imune, quer sejam secundários à terapêutica, quer à própria moléstia. Outras

condições como o alcoolismo, Diabetes mellitus, insuficiência renal crônica,

doença pulmonar obstrutiva crônica e outras, também predispõem à instalação de

focos de infecção de pele, pulmões e a outros focos, levando à sepse.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

42

Considerando que os pacientes avaliados já se encontravam na fase

avançada da doença (aids), a maioria com níveis imunológicos diminuídos, e com

presença de várias infecções oportunistas, a predisposição para evolução à sepse

torna-se bastante evidenciada, uma vez que as manifestações associadas podem

ter várias origens.

As infecções osteoarticulares foram observadas em 6,34% dos

pacientes avaliados, cujas várias causas estavam correlacionadas: a presença de

dor em articulações, eritema, calor e tumefação, fadiga, febre e perda ponderal,

aumentando muito a permanência dos pacientes na instituição.

Segundo Rachid & Schechter25, no curso da infecção pelo HIV, pode

ocorrer a eclosão de algumas doenças reumáticas ou o agravamento de outras

preexistentes. As alterações músculo-esqueléticas são relativamente comuns e

podem provocar danos funcionais importantes. Algumas manifestações

reumáticas são decorrentes do tratamento anti-retroviral. Outras parecem estar

relacionadas á própria infecção pelo HIV, como artrites, síndrome articular

dolorosa e a síndrome linfocítica infiltrativa difusa.

Rachid & Schechter25 acrescentam que a artralgia é a manifestação

músculo-esquelética mais comum, ocorrendo em cerca de 30-40% dos casos,

geralmente intermitente, sendo afetados os joelhos e os ombros na maioria das

vezes. O acometimento de pequenas articulações é raro.

Outras infecções como as do trato urinário, foram observadas em

7,93% dos pacientes, considerando a presença de seqüelas neurológicas em

alguns com diagnóstico de aids associado à neurotoxoplasmose; as trocas e o

contínuo uso de sonda vesical, mesmo dando preferência ao cateter de foley (de

demora), a necessidade do uso freqüente de fraldas descartáveis é um agravante

que pode levar a infecção do trato urinário, sendo o cateter de foley, um dos

principais fatores predisponentes das infecções hospitalares do trato urinário.

Outros fatores também podem estar presentes, predispondo a infecção como a

ocorrência de outras patologias associadas, como o Diabetes mellitus.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

43

Rachid & Schechter25 relatam que alguns estudos publicados sugerem

que infecções urinárias altas, causadas por patógenos entéricos, especialmente

E. coli, ocorrem com maior freqüência em pacientes com infecção pelo HIV,

especialmente em fases avançadas de imunodeficiência.

O número de pacientes observados com celulite foi de (9,52%), entre

outras infecções apresentadas. Vários fatores como; trauma, lesões cutâneas

prévias como impetigo, furúnculo, ferida infectada, e ainda punção venosa podem

estar presentes no paciente com aids, favorecendo a presença da celulite.

As demais infecções somaram-se num total de três (4,76%): um caso de

endocardite e dois de sífilis.

5.6.2 Infecções Virais

As infecções virais constituem sérios agravos para os pacientes com

aids, causando-lhes muito desconforto e, muitas vezes, complicações na

evolução da doença. Entre os pacientes avaliados foram observadas 34 infecções

virais (TABELA 05).

A HCV foi observada em 12 (35,29%) pacientes. Rachid & Schechter25,

relataram que a infecção pelo vírus C e B é comum em pessoas infectadas pelo

HIV e que a co-infecção aumenta a viremia do HCV, diminuindo a precisão dos

testes diagnósticos, podendo alterar a história natural da hepatite, que tenderia a

ser mais grave. Com a melhora do prognóstico da infecção pelo HIV, após a

introdução de terapia anti-retroviral potente, a doença hepática crônica tornou-se

uma das mais importantes causas de morbi-mortalidade em pacientes co-

infectados pelo vírus HCV/HIV.

Considerando-se os modos de transmissão do HCV, com prevalência

entre pacientes politransfundidos e usuários de drogas intravenosas ilícitas, onde

a via parenteral é a principal forma de contágio, houve importante correlação

entre HCV e usuários de drogas injetáveis (p=0.04).

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

44

Entre os pacientes infectados pelo HCV apenas 20% evoluem para a

cura na fase aguda da doença, sendo que alguns evoluem para a cronificação da

hepatite e um pequeno grupo evolui, em muitos anos (10-25 anos), para a cirrose

hepática e carcinoma hepatocelular37.

O HCV, atualmente constitui um sério problema de saúde pública, devido

à significativa incidência na população, associada à gravidade de sua evolução.

Além de todas as implicações que a doença pode apresentar ao paciente, existe,

por outro lado, a questão do risco de transmissão ocupacional, via material

pérfuro-cortante entre os profissionais de saúde, vindo a acarretar-lhes, além dos

transtornos psicológicos, a possibilidade de aquisição do vírus. Medidas de

biossegurança se fazem necessárias, além da obtenção de equipamentos de

proteção individual de boa qualidade.

O CMV revelou-se em nove (26,47%)37 casos, mostrando que as

populações de maior prevalência de infecção pelo HIV são, também, as mais

expostas ao CMV, sendo que mais de 90% dos homossexuais masculinos e cerca

de 70% dos usuários de drogas injetáveis soropositivos para HIV possuem

evidência sorológica de infecção pelo CMV.

Marques & Masur36 relatam que a retinite é a doença mais comum

causada pelo CMV, sendo responsável por 85% dos casos. Este relato, associado

à prática diária hospitalar, comprova a afirmação dos autores, pois a infecção pelo

CMV é muito presente com freqüente presença da retinite, o que torna o paciente

cada vez mais dependente, por vezes, demonstrando dificuldade de adaptação à

nova realidade, permanecendo apático e com a auto-estima bastante afetada,

devido à acuidade visual prejudicada.

Quanto à infecção pelo VHS, foram observados quatro (11,76%)

pacientes. Embora seja uma infecção comum, de rápida evolução e, na maioria

das vezes, autolimitada, para o paciente com aids torna-se mais um agravante e

uma causa a mais no aumento do seu sofrimento e desconforto, devido à

presença de lesões dolorosas, febre, calafrios, mal-estar e cefaléia. Na fase

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

45

avançada de imunodeficiência pode ocorrer disseminação com vesículas

isoladas, ou pápulas com halo eritematoso, e centro com crosta necrótica que

sangra ao ser retirada.

Mesmo quando acometem apenas a região labial, a situação prejudica os

pacientes, principalmente na alimentação e higiene, além de deixar a imagem

corporal prejudicada.

A infecção pelo VHS também apresenta, no curso da infecção pelo HIV,

várias nuances e desconfortos, prioritariamente em pacientes na fase avançada

da doença, que são aqueles acompanhados pela EICP.

As lesões mencionadas podem ser extensas e atingir o esôfago, assim

como pode estar associado ou preceder herpes perianal ou anorretal.

Entre as infecções observadas está a LEMP, com três (8,82%) pacientes.

Segundo Rachid & Schechter25, em algumas instituições houve um aparente

aumento do número de casos de LEMP.

Com a cronificação da aids o cuidar de pacientes com LEMP, atualmente,

já faz parte da rotina, porém com algumas considerações de observações

rigorosas em referência ao nível de consciência, alterações visuais e letargia.

Outras infecções que foram observadas em menor freqüência: HVB �

dois (5,88%); HPV � dois (5,88%); Herpes zoster � um (2,94%); Leucoplasia

pilosa � um (2,94%).

5.6.3 Infecções Fúngicas Sistêmicas e Pulmonares

As infecções fúngicas, podem acometer diversas áreas do organismo,

causando inúmeras complicações para os pacientes com aids.

No estudo realizado foram observadas 46 infecções fúngicas (TABELA 04),

Marques & Masur36 relatam que as infecções por Cândida em pacientes

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

46

infectados pelo HIV são comuns, aumentando a incidência com a progressão da

imunodeficiência e sendo particularmente mais freqüentes quando a contagem de

CD4 encontra-se abaixo de 300/mm3.

A infecção que mais ocorreu entre os pacientes foi a candidíase oro-

esofágica, com 31 (67,39%) infecções, sendo 13 orais e 18 esofagianas.

A candidíase oral, normalmente, é uma das primeiras infecções

oportunistas que surgem no paciente com aids.

Em fase inicial, a candidíase oral, pode ser assintomática, evoluindo com

importante desconforto devido a alteração no paladar, áreas hiperemiadas ou

pontos eritematosos e, algumas vezes, a presença de dor. As placas

esbranquiçadas que ocorrem na superfície de mucosa e, principalmente, na

região ventrolateral da língua são facilmente removíveis, porém a maioria dos

pacientes refere dor ao realizar a higiene. Quando não ocorre a retirada das

placas, a tendência é a disseminação cada vez maior para a extensão

orofaringeana e, posteriormente, evoluindo para o esôfago e, assim, aumentando

principalmente a dificuldade para a aceitação alimentar. É importante que o

enfermeiro preste orientações ao paciente e aos familiares, quanto à importância

da higiene oral rigorosa.

A candidíase esofagiana pode ou não estar associada á candidíase oral,

como também pode decorrer da progressão de lesões da cavidade oral.

No curso da candidíase esofagiana, a dor retroesternal costuma ser

freqüente e descrita como uma forte queimação, quando apresentam disfagia

e/ou odinofagia.

As recidivas de candidíase oral e esofagiana são comuns e guardam

relação direta com o grau de imunodeficiência, pela progressão da doença, ou

perda da eficácia dos antiretrovirais em uso.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

47

A neurocriptococose foi observada em seis (13,04%) pacientes,

salientando que a meningite geralmente está presente nesta infecção.

Para a enfermagem este paciente requer uma assistência cuidadosa nos

aspectos de atentar para a presença de cefaléia, uma vez que as lesões do

Sistema Nervoso Central (SNC) são freqüentes. Outra importante observação é a

administração da medicação (Anfotericina B), devido aos seus possíveis efeitos

colaterais, como a febre que pode estar seguida de calafrios.

Entre os pacientes avaliados foi observada a presença de Pneumonia

por Pneumocystis jiroveci (PPJ), em cinco (10,86%) pacientes. Como as

doenças pulmonares ainda continuam sendo uma das causas mais comuns de

manifestações agudas e óbito em pacientes com infecção pelo HIV, a pneumonia

causada pelo PPJ, também continua sendo condição definidora de aids.

Em pacientes com aids na fase avançada da doença, vários fatores como

a candidíase oral e febre podem estar propiciando risco para o desenvolvimento

da referida pneumonia.

No cuidar deste paciente, a equipe de enfermagem deve atentar aos

mínimos sinais de sofrimento como o desconforto respiratório, dispnéia,

intolerância aos esforços, febre, taquipnéia e taquicardia, a fim de proporcionar

ações implementares, procurando minimizar o sofrimento humano. Estas medidas

devem ir muito além do ato da administração de medicamentos e oxigenoterapia,

com a promoção do conforto em todas das dimensões do cuidar, considerando o

contexto holístico da assistência.

Outras infecções fúngicas foram observadas em número menor como:

criptococose dois (4,34%) casos; histoplasmose um (2,17%) caso; e

paracoccidioidomicose um (2,17%) caso.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

48

5.7 DISTRIBUIÇÃO DAS NEOPLASIAS

Foram observadas em 20 pacientes, 26 doenças neoplásicas (TABELA 06).

O número de linfomas verificados correspondeu a 13 (50%), exigindo da EICP

melhor conhecimento referente às especificidades nesta área, principalmente no

que diz respeito ao uso dos quimioterápicos associados à terapia anti-retroviral,

sendo os linfomas considerados doença definidora da aids.

O aumento de linfomas, já observado empiricamente associado à infecção

pelo HIV, foi confirmado na realização do atendimento assistencial diário.

Lacerda & Potsch38 e Lima39 relatam que a história natural do linfoma de

Hodgking é modificada nos pacientes com aids, com cursos mais agressivos,

maior freqüência de doença avançada no momento do diagnóstico e envolvimento

não usual de sítios extranodais. Acrescenta que em mais de 70% dos casos, o

linfoma primário do SNC ocorre em pacientes com diagnósticos prévio de aids,

indicando imunodeficiência grave como condição predisponente.

Rachid & Schechter25 colocam que, em contraste com os linfomas

sistêmicos, os linfomas primários do SNC ocorrem quase que exclusivamente em

pessoas intensamente imunodeprimidas, com contagem de CD4 < 50/mm3, sendo

os sinais e sintomas de apresentação mais comuns a confusão, a letargia e a

perda de memória.

A importância da indicação de hipodermóclise, para os pacientes com

linfoma, ocorre nos períodos de avanço da doença, devido a rede venosa difícil,

ao grande número de medicações e, em algumas situações, a presença de

disfagia.

Os LNH também foram observados nos pacientes, sendo a segunda

neoplasia mais comum na aids e a mais comum nos hemofílicos infectados pelo

HIV. Marques & Masur36 relatam que, em um estudo de 1000 pacientes com

infecção pelo HIV, o LNH apresentou uma prevalência geral de 2,3%, tendo

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

49

aumentado por 3,2% nos pacientes que haviam recebido dois anos de terapia

anti-retroviral.

Os LNH na aids são caracterizados por evidência histológica de processo

maligno de alto grau, fenótipo de células B, envolvimento extranodal incomum e

prognóstico ruim. Os linfomas de grandes células imunoblásticas e os de células

pequenas não clivadas compreendem 70% dos LNH relacionados à aids,

enquanto que, o linfoma de células grandes difusas corresponde aos 30%

restantes34.

O trato gastrointestinal é o segundo sítio extranodal mais comum nos LNH

associados à aids, ocorrendo como manifestação inicial em 30% dos casos.

As manifestações torácicas incluem doença nodular, alveolar difusa e

intersticial, adenopatia mediastinal leve e moderada e derrame pleural.

As características de prognóstico ruim incluem doença extranodal, índice

de Karnofsky abaixo de 70% e contagem de CD4 abaixo de 100/mm3 ou história

prévia de aids34.

A indicação de hipodermóclise, nestes casos, torna-se significativa devido

a severidade das condições de acometimento dos órgãos, principalmente quando

atinge o trato gastrointestinal dificultando a alimentação e, ainda, a presença de

quadro álgico de forte intensidade. Normalmente, o uso de opióide se faz

necessário em altas dosagens.

Entre os pacientes avaliados, cinco (19,23%) apresentaram Sarcoma de

Kaposi, que representa morbidade comum no paciente com aids, sendo

observada com freqüência em homossexuais e bissexuais masculinos. A

manifestação traz ao paciente uma baixa auto-estima, devido a presença de

lesões na forma de mácula, pápula e ou nódulo único ou múltiplo com uma

coloração variando de rosácea a violácea, afetando, principalmente, a face, além

de outros locais, alterando a imagem corporal.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

50

O sofrimento ocorre devido ao acometimento pulmonar causando

importante desconforto respiratório, transtorno no tratamento pela quimioterapia,

com evolução para terminalidade30.

Entre as outras neoplasias, foram observadas metástases em oito

(30,77%) pacientes. A evolução para a fase avançada da aids, momento este

extremamente importante para a indicação da assistência pela EICP para o alívio

do sofrimento pela promoção do conforto em todas as esferas do cuidar (física,

psíquica, social e espiritual), a hipodermóclise pode ser aplicada como parte deste

atendimento.

5.8 OUTRAS OCORRÊNCIAS

O número de pacientes que apresentou quadro de diarréia sem etiologia

definida correspondeu a 13 (28,26%) (TABELA 02). Considerando que a diarréia

pode levar os pacientes a sérios problemas como a desidratação, perda de peso

e desnutrição, além de favorecer a ocorrência de outras infecções, a importância

de investigação das causas parece fundamental. Na impossibilidade de averiguar-

se a causa da diarréia, a hipodermóclise poderá ser aplicada na correção dos

distúrbios eletrolíticos, proporcionando conforto ao paciente e deixando-o livre

para movimentar-se, colaborando para a reposição necessária à manutenção do

organismo.

Embora a hipodermóclise isolada não resolva a situação em casos de

desnutrição severa, pode ser realizada paralelamente à hidratação intravenosa,

principalmente nos casos em que os pacientes apresentam dificuldades ou pouca

aceitação por via oral, ou ainda em situações, nas quais, a dor abdominal, a

náusea e o vômito possam estar presentes.

Em casos de pacientes com quadro de diarréia é importante para a equipe

de enfermagem que as normas de biossegurança, antes e após a sua

manipulação, seja rigorosa, desde a lavagem das mãos até a finalização de todos

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

51

os procedimentos, trazendo não só o conforto, mas a segurança da não

contribuição para a disseminação da infecção aos outros pacientes.

A presença da dor foi observada em 33 (71,74%) pacientes, sendo

considerada, entre outras, uma das queixas importantes e constantes do paciente

com aids, devido à presença de várias infecções oportunistas, revelando que os

pacientes com aids desenvolvem várias doenças que justificam uma melhor

atenção em todas as áreas da assistência, pois, apesar de esforços para superar

o desafio do controle da dor, o seu alívio não é completo.

Segundo Sofaer15 é importante que os que lidam com a dor do paciente

tenham uma visão multidisciplinar. Esta informação remete à reflexão de que

todos profissionais devem estar cientes da natureza complexa da dor de cada

paciente e do fato de que o alívio somente pode ser efetivo, quando o tratamento

ou a combinação de tratamentos objetivar o controle de todos os fatores

envolvidos.

Pimenta40 relata que a dor é freqüente na doença oncológica e ocorre em

cerca da metade dos doentes. Considerando todos os estágios da doença, a

ocorrência média é de 70% a 80% naqueles com doença avançada.

Em Cuidados Paliativos, Sim & Mossi descrevem a dor como uma das

principais causas de desconforto físico.

No paciente com aids, Aires26, afirma que o subtratamento diante da dor,

ainda é mais comum do que nos pacientes com câncer.

Ao cuidar do paciente com aids que apresenta dor, observa-se que se

reveste de características peculiares, pois vivencia desconfortos de ordem física,

psíquica, espiritual e social a dor total, segundo Saunders41.

i Sim R, Moss VA (1995) - Aula de Capacitação para profissionais de saúde em cuidados paliativos do paciente com aids,

ministrada pela Dra. Elisa Miranda Aires em 2005.

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

52

Considerando este contexto a EICP realizou o atendimento dos pacientes

sempre em equipe, propondo um plano assistencial sob a ótica de todos os

profissionais.

Para a avaliação da dor na aids devem-se seguir eixos norteadores como

acreditar no paciente, tratar rapidamente enquanto avalia a causa da dor, tratar de

forma mais simples e eficaz possível e fazer história detalhada da dor (local,

distribuição, qualidade, severidade, freqüência, fatores de melhora e piora,

realizar investigação por meio de exames laboratoriais e de imagem, realizar

investigação dos aspectos emocionais e culturais do doente e o padrão de

funcionalidade e desempenho das atividades de vida diária atuais, realizar a

quantificação do quadro álgico por meio de escalas)42.

Pimenta & Teixeira42, salientam que a avaliação da experiência dolorosa

não é procedimento simples, visto tratar-se de fenômeno individual e subjetivo,

cuja interpretação e expressão envolvem elementos sensitivos, emocionais e

culturais.

“A dor é o que o paciente diz e existe quando ele diz existir”15.

A necessidade de quantificar e qualificar a sensação dolorosa e medir o

alívio obtido com as terapias levou ao desenvolvimento de escalas de avaliação

de dor que facilitam a comunicação entre o doente e o profissional, permitindo

comparações individuais e grupais adequadas para o uso em pesquisa, com

maior compreensão da experiência dolorosa e de suas repercussões na vida do

paciente. Estas pesquisas auxiliam no diagnóstico e na escolha terapêutica,

avaliando a eficácia das diferentes terapias. O instrumento utilizado deve pautar-

se na sua adequação ao paciente e ao objetivo a se pretende atingir, sendo

fundamental que tenha sido padronizado para a população de interesse.

As escalas para a avaliação da intensidade da dor estão organizadas em

categorias, escalas numéricas, de analogia visual, de descritores verbais e de

representação gráfica não numérica (de faces, copos, cores, frutas, entre outras).

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5 Discussão ___________________________________________________________________________________________________

53

Pimenta40 salienta que o controle de sintomas objetivando mais conforto,

independência, felicidade e preservação da dignidade da pessoa deve ser

prioridade de qualquer atendimento em saúde, especialmente naqueles

portadores de quadros crônicos.

A dor no paciente com aids acompanha as diversas afecções crônicas e,

em muitos casos, mais do que um sintoma, a dor é a doença em si, e seu controle

é fundamental para a sobrevivência com mínima qualidade de vida.

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6. CONCLUSÕES

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6 Conclusões ___________________________________________________________________________________________________

55

6 CONCLUSÕES

1. Com a realização deste estudo pode-se verificar que cerca de 93,25%

(83 de 89) dos pacientes em cuidados paliativos, avaliados no período

de estudo, poderiam receber medicação e ou hidratação por

hipodermóclise.

2. Dos pacientes avaliados 78,31% (65/83) apresentaram mais de uma

indicação para a realização de hipodermóclise.

3. As principais indicações de hipodermóclise foram: fase avançada da

doença (51 - 61,44%), rede venosa ruim (33 - 39,75%), disfagia (28 -

33,73%), uso de opióides (21 - 25,30%), náuseas e vômitos (16 -

19,27%), independentemente do gênero.

4. A ocorrência de óbitos foi maior em pacientes com falência de múltiplos

órgãos.

5. A dor estava presente entre os pacientes com neoplasias, assim como

o uso de opióides.

6. Entre os pacientes que apresentavam rede venosa ruim verificou-se um

nível alterado de albumina (<=3,0), denotando a dificuldade da

hidratação.

7. A candidose está correlacionada com a disfagia entre os pacientes.

8. Entre os pacientes portadores de Hepatite C, houve significante

correlação com o uso de drogas injetáveis ilícitas.

9. Os pacientes com aids apresentam sinais e sintomas de difícil controle,

como os pacientes com diagnóstico de câncer.

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6 Conclusões ___________________________________________________________________________________________________

56

10. As indicações referentes aos sinais e sintomas, obtidas como referência

dos pacientes com diagnóstico de câncer, corresponderam àquelas dos

pacientes com aids, resultando em respostas positivas ao estudo.

11. O estudo demonstrou que existe a necessidade de realização da

hidratação subcutânea, para observação dos efeitos colaterais, controle

e conhecimento prático em pacientes com diagnóstico de aids.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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7 Considerações Finais ___________________________________________________________________________________________________

58

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo evidenciou que as indicações para a realização de hipodermóclise

em pacientes com aids, sob a assistência dos cuidados paliativos, são

pertinentes, principalmente naquelas situações em que a doença já se encontra

em sua fase mais avançada.

Estas indicações merecem considerações especiais ao se identificar com as

mais variadas associações das doenças oportunistas, seus comprometimentos,

além de outras complexidades de infecções desenvolvidas pelo paciente com

aids.

Certamente, este estudo, poderá ser útil como subsídio para que,

futuramente, a técnica de hipodermóclise, possa reduzir o sofrimento e

colaborando para uma melhor adaptação perante as situações críticas no

agravamento da doença.

A hipodermóclise poderá ser uma importante alternativa para os pacientes

com aids, em fase avançada ou ainda na terminalidade da doença, quando

oferece um suporte para a sua subsistência, trazendo mais conforto, atendendo

às suas necessidades e vindo de encontro com a proposta da assistência dos

cuidados paliativos em “prevenir desconfortos, atuando precocemente sob as

causas que possam trazer mais sofrimentos”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências Bibliográficas ___________________________________________________________________________________________________

60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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utilização da hipodermóclise em pacientes idosos [dissertação]. São

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Avaliação da resposta ao tratamento.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa

Nacional de DST e AIDS. Recomendações para terapia anti-retroviral em

adultos e adolescentes infectados pelo HIV: 2004c. Brasília: MS; 2004. p. 42:

Quadro VII-e: Efeitos adversos mais freqüentes e interações medicamentosas

mais importantes dos inibidores de protease.

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adultos e adolescentes infectados pelo HIV: 2004d. Brasília: MS; 2004. p. 43-

4: Quadro VII-f: Efeitos adversos mais freqüentes e interações medicamentosas

mais importantes dos inibidores de protease.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa

Nacional de DST e AIDS. Recomendações para terapia anti-retroviral em

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ANEXO I.

FOLHA DE APROVAÇÃO DO PROTOCOLO Nº 04/04

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ANEXO II.

FICHA DE AVALIAÇÃO INICIAL

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Anexo II. Ficha de Avaliação Inicial ___________________________________________________________________________________________________

76

FICHA DE AVALIAÇÃO INICIAL

I. NOME:

MATRÍCULA:

IDADE: GÊNERO:

MASCULINO � FEMININO �

DATA: ALTA _____/_____/_____ ÓBITO_____/_____/_____

NÚMERO DE INTERNAÇÕES:

II. FUNÇÃO COGNITIVA (DIAGNÓSTICO PRÉ-EXISTENTE):

III. INDICAÇÃO DA HIDRATAÇÃO SUBCUTÂNEA:

Náuseas e Vômitos �

Doença Terminal �

Grandes Doses de Opióides �

Disfagia �

Condições da Rede Venosa �

MOTIVO DA INTERRUPÇÃO:

Acesso Central �

Não Aceitação do Paciente �

Piora do Quadro �

Infecção �

Suspeita de ICC �

IV. DADOS LABORATORIAIS:

Pré-Infusão : ________________

Albumina : ________________

Sódio : ________________

Potássio : ________________

Creatinina : ________________

Coagulograma : ________________

Uréia : ________________

Pós-Infusão : ________________

Albumina : ________________

Sódio : ________________

Potássio : ________________

Creatinina : ________________

Coagulograma : ________________

Uréia : ________________

CD4:

CD

8:

CARGA VIRAL:

V. SINAIS VITAIS:

Temperatura Axilar : _____________

FC : _____________

FR : ________________

Pressão Arterial : ________________

VI. CARACTERÍSTICA DO TRATAMENTO:

Tipo de Fluído : ________________

Volume : ________________

Duração : ________________

Local de Infusão : ________________

VII. EVOLUÇÃO CLÍNICA:

Dias após a suspensão da hidratação subcutânea : Período de tratamento da hidratação subcutânea : Reações Adversas: