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7/21/2019 Hermenêutica e Exegese _ NAPEC - Apologética Cristã
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05/12/2015 Hermenêutica e exegese | NAPEC - Apologética Cristã
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Por Alex Belmonte
Uma das grandes deficiências de m uitos crentes e principalmente pregadores é a falta do conhecimento das regras da
Hermenêutica Bíblica para a pregação da Palavra. Com isso é comum ouvirmos determinados absurdos, que, muitas
vezes, acabam causando enormes contradições doutrinárias e até m esm o as famosas “heresias de púlpito”.
A herm enêutica que aqui me refiro é a ciência que estabelece os princípios, leis e métodos de interpretação. As
pessoas pensam que basta apenas ler a Bíblia e o Espírito Santo faz o restante. Sim, é claro que o Espírito Santo age
no momento em que lemos a Bíblia. Ele nos dá a iluminação dos textos, mas o Espírito acaba encontrando limites
para atuar de forma m ais abrangente, pois encontra na vida de m uitos cristãos o comodism o na bus ca do crescimento
no conhecimento da Bíblia, entre eles a forma correta de interpretar as Sagradas Escrituras.
Na sua origem e raiz encontramos três tipos de hermenêutica que nasceram da tradição de leitura e interpretação de
diferentes corpos textuais: Hermenêutica jurídica, filológica e teológica. A abrangência da disciplina alcança diferentes
escalas, mas em todas as abordagens a hermenêutica possui as mes mas características de ação.
1. A Hermenêutica Jurídica
O Dr. Paulo Fernandes Trindade def ine a Hermenêutica Jurídica como “a técnica específica que visa compreender a
aplicabilidade de um texto legal”. A Hermenêutica Jurídica possui também alguns métodos de aplicação. Na verdade,
são regras técnicas que visam à obtenção de um resultado. Com elas procuram-se orientações para os problemas de
decidibilidade dos conflitos.
2. Hermenêutica Filológica
Do grego antigo, “amor ao estudo, á instrução”. É a ciência que estuda uma língua, literatura, cultura ou civilização sobuma visão Histórica, a partir de documentos escritos.
A herm enêutica filológica é respons ável por fazer o leitor entender a literatura em sua mais ampla vis ão. Nes ta visão
estão os mis térios das diversas culturas, de uma língua e todo um revestimento histórico.
Hermenêutica e exegesePosted by Outros autores in APOLOGÉTICA | REFLEXÕES TEOLÓGICAS
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Com isso precisamos entender que não basta apenas ler um livro histórico, fazer uma leitura viajante sem interpretar a
História. Essa interpretação filológica é feita pelo ponto de vista crítico e investigativo, encontrando seus valores,
ensinos, particularidades e questões gerais.
3. Hermenêutica Teológica
A Hermenêutica Teológica que tem no seu cerne a texto bíblico deixa claro em que medida o texto original deve ser
tratado com uma especial atenção. É a disciplina da Teologia Exegética que não só ensina as regras de interpretação,
mas também a maneira de aplicá-las corretamente. É a ferramenta que aborda com profundidade os textos sagradosnos seus preciosos capítulos e versículos.
O termo Hermenêutica procede do verbo grego hermeneuein, usualmente traduzido por “interpretar”, e do
substantivo hermeneia que significa “interpretação”. Tanto o verbo quanto o substantivo podem significar “traduzir,
tradução”.
O que é então Exegese?
Exegese é o estudo cuidadoso e sistemático de um texto para comentários, visando o esclarecimento ou interpretação
do mesmo. É o estudo objetivando subsidiar o passo da interpretação do método analítico da hermenêutica. Este
estudo é desenvolvido sob as indagações de um contexto histórico e literário. Sendo assim, a hermenêutica é aferramenta de interpretação e a exegese, a maneira como usar essa ferramenta.
A palavra Exegese, do grego eksegesis, cujo significado é “explicar, interpretar, contar, descrever, relatar ”. Significa,
segundo o contexto, narrativa, explicação, interpretação.
O termo é formado pela aposição do final “isis” , expressivo de ação, ao tema verbal composto, ek+hegeomai, cujo
significado é “tiro, extraio, conduzo fora”. A exegese é, pois , a extração dos pens amentos que ass istiam ao escritor ao
redigir determinado documento.
A Exeges e refere-s e a idéia de que o interprete está derivando o seu entendimento do texto, em vez de incutir no texto o
seu entendimento. Teologicamente a exegese utiliza-se de modos formais de explicação, que são aplicados apassagens bíblicas.
Por isso, o termo exegese significa, como interpretação, revelar o sentido de algo ligado ao mundo do humano, mas a
prática se orientou no sentido de reservar a palavra para a interpretação dos textos bíblicos. Exegese, portanto, é a
denominação que se confere à interpretação das Sagradas Escrituras desde o século II da Era Cristã. Orígenes,
cristão egípcio que escreveu nada menos que 600 obras, defendia a interpretação alegórica dos textos sagrados,
afirmando que estes traziam, nas entrelinhas de uma clareza aparente, um sentido mais profundo.
O inimigo da Exegese: A Eisegese
Enquanto a exegese consiste em extrair o significado de um texto qualquer, mediante legítimos métodos de
interpretação, a Eisegese consiste em injetar em um texto, alguma coisa que o intérprete quer que esteja ali, mas que
na verdade não faz parte do mesmo. Sendo assim, a eisegese consiste em manipular o texto para dizer o que ele não
diz. Jamais confunda Exegese com Eisegese.
Existem de fato três tipos de argumentos quanto a interpretação bíblica, que podem revelar a presença da eisegese:
Argum ento bíblico, extra bíblico e antibíblico.
O Argumento bíblico surge quando se considera o que realmente está escrito, ou seja, a interpretação é baseada
jus tamente no que está regis trado, s em acrés cimo ou extração. Como exemplo podem os usar a pas sagem de Mateus
14. 25 onde registra “Jesus andando sobre o Mar”. O argumento bíblico é aquele que afirma que Jesus não correusobre o m ar, bem menos que ele se arrastou sobre o mar, mas conforme es tá escrito “andou”. Não encontramos aqui
nenhuma poss ibilidade para a influência da eisegese.
O Argumento extra bíblico por sua vez trabalhará com uma interpretação dentro de uma lógica ou análise correta cujo
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resultado não afetará o texto. É aquilo que não está escrito, mas que também está coerente com o que está registrado.
Vamos usar o mesmo exemplo. O pregador poderia dizer “Jesus andou sobre o mar e o vento balançava suas vestes”.
Se considerado o argumento bíblico essa frase está totalmente errada, pois o texto não diz que o vento balançava as
vestes do Mestre. Mas usando a lógica na interpretação veremos que em auto-mar é comum o agir do vento,
principalmente em meio a uma tempestade, como detalha o versículo anterior: “o vento era contrário” (v. 24). O grande
problema é que a maioria dos pregadores, buscando usar um argumento extra-bíblico, acabam enredando para as
incansáveis conjecturas e causando grande contradição com Verdades doutrinárias e até mesmo criando heresias.
Isto é, uma falta de cuidado criará a eisegese, no lugar da exegese.
Argumento Antibíblico, como o nome já diz, se trata de uma argumentação que fere a doutrina bíblica e os
fundamentos da Palavra. Usando o mesmo texto ficaria assim: “Jesus andou sobre ao mar e quase que afundou”.
Talvez não veríamos problema algum em entender que Jesus poderia ter quase afundado visto que o mar estava muito
agitado. Seria até uma tentativa extra bíblica. Mas a grande verdade é que, se Jesus quase afundou isso significa que
ele não teve tanto poder assim para andar sobre o mar. E se ele não teve poder suficiente para andar sobre o mar,
muito menos posso questionar sua autoridade para acalmar uma tempestade como registra outros relatos. Sendo
ass im ess e argumento é herético, antibíblico. Eis aí uma raiz da eiseges e.
Conclusão
Concluo lembrando que deve o exegeta possuir qualidades espirituais, principalmente o temor e a reverencia ao
Espírito Santo em seu ministério de ensino e exposição bíblica. O homem espiritual, segundo Paulo, é o crente que
tem capacidade de julgar, de discernir, de compreender todas as verdades espirituais. O crente maduro sabe se
comportar frente aos desafios que a interpretação bíblica requer.
Deve ser cheio do Espírito, isso significa ter uma vida de comunhão e intimidade com Deus. Para conhecer
profundamente o significado da Bíblia, o intérprete deve entender que o conhecimento adquirido pelo estudo tem como
base a ação do Espírito Santo na vida daqueles que buscam crescimento. A carência de sensibilidade com o Espírito
Santo incapacita o exegeta para captar com profundidade o significado das passagens bíblicas.
O hermeneuta reconhece o valor das línguas sagradas. Sabe que uma consistente extração da verdade depende, acerto ponto, do conhecimento das línguas bíblicas. Por isso se dedique ao conhecimento do grego e hebraico bíblico.
Além das línguas originais também da his tória dos povos bíblicos, da geografia palestina, arqueologia do Oriente
Médio, etc.
Enfim, a interpretação bíblica perfeita é feita por um conjunto de regras e princípios, conduta, espiritualidade, e ação de
Deus na vida do leitor. Contudo, a melhor interpretação é aquela cujo efeito edifica e desperta vidas com o poder de
Palavra, e leva pessoas à Cristo para a experiência da salvação.