hercílio mães - elucidações do além (espírito ramatís)

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Elucidações do Além Hercílio Maes Ramatís RAMATÍS Elucidações do Além Obra mediúnica ditada pelo Espírito Ramatís ao médium Hercílio Maes 1

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livro espirita

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Elucidaes do Alm

Elucidaes do Alm

Herclio Maes

Ramats

RAMATS

Elucidaes do Alm

Obra medinica ditada pelo Esprito Ramats ao mdium Herclio Maes

Elucidaes do Alm

"No Universo no existem fantasias nem milagres. mas tudo obedece a um processo de Cincia Csmica com leis invariveis. bvio, pois, que a operao de "pensar", "desejar" ou "sentir" do esprito exige sistemas, rgos e mecanismos adequados na contextura do perisprito."

Ramats

Nesta obra, Ramats simplifica temas transcendentais relativos constituio oculta do homem.

Os corpos astral e mental (perisprito), o duplo-etrico e suas funes, a descrio e funcionamento dos chacras etricos e astrais, assim como noes sobre o prana, so tratados de forma didtica, na caracterstica forma de perguntas e respostas que o luminoso Mestre da Grcia antiga aprecia utilizar para transmitir o conhecimento.

Faculdades psquicas outrora comuns ao currculo das escolas iniciticas - algumas hoje catalogadas como "faculdades medinicas" so analisadas de forma clara e acessvel ao estudante: a Radiestesia, a Psicometria, os fenmenos de efeitos fsicos e de "voz direta", bem como o mecanismo astroetrico que produz os chamados "lugares assombrados".

Em captulo especial, Mestre Ramats desvenda o processo reeducativo que se verifica, em casos de retardo mental severo, no psiquismo enfermo dos espritos fazedores de guerra do passado. Outro captulo peculiar descreve a misso social e espiritual do Brasil na liderana da Nova Era, analisando os componentes do psiquismo do povo brasileiro que o credenciam para essa condio.

H 35 anos esgotando sucessivas edies, esta obra j se imps preferncia dos estudantes espiritualistas do Brasil.

Herclio Maes

Herclio Maes, mdium de Ramats, nasceu e viveu em Curitiba, Paran, por 80 anos (1913-1993). Completou trs anos do curso de Medicina, que interrompeu por razes de sade, vindo a formar-se posteriormente em Direito, profisso que exerceu paralelamente de Contador.

Aos 30 anos, aps ver aflorar sua mediunidade, teve contato com Ramats. com o qual possua laos espirituais de remotas eras. Ciente do compromisso de trabalho assumido antes de seu reencarne, passou a psicografar atravs da mediunidade intuitiva a srie de obras de Ramats, que abrange temas inditos e despertadores, de fcil receptividade ao leitor por apresentar. de maneira acessvel, o conhecimento inicitico milenar.

Universalista e estudioso das mais diversas correntes espiritualistas, Herclio Maes foi maon, rosacruz e teosofista. Paralelamente tarefa de psicografia, foi mdium receitista de rara eficincia. Atravs da Radiestesia, em que era perito, atendia com o receiturio homeoptico gratuito centenas de enfermos por semana em um pequeno centro esprita de Curitiba. S aceitava, via de regra, pacientes desenganados da Medicina; os mais necessitados saam com a prpria medicao fornecida por ele.

A legio de casos complexos. exticos e "incurveis" resolvidos com assistncia de uma equipe de mdicos do espao nunca foi mencionada por Herclio, cujo trao marcante de temperamento e de vida era a simplicidade. Caracterizava-se pela ndole generosa e a singeleza espiritual com que acolhia a todos e encantava auditrios nas palestras que mesclavam conhecimento transcendental e permanente bom-humor.

Deixou neste plano a esposa, D Eleonora Maes, companheira de todas as tarefas, trs filhos (Iara, Zlia e Mauro) e vrios netos.

OBRAS DE RAMATIS .

1. A vida no planeta marte

Herclio Mes 1955

Ramatis

Freitas Bastos

2. Mensagens do astral

Herclio Mes 1956

Ramatis

Conhecimento

3. A vida alem da sepultura Herclio Mes 1957

Ramatis

Conhecimento

4. A sobrevivncia do Esprito Herclio Mes 1958

Ramatis

Conhecimento

5. Fisiologia da alma

Herclio Mes 1959

Ramatis

Conhecimento

6. Mediunismo

Herclio Mes 1960

Ramatis

Conhecimento7. Mediunidade de cura

Herclio Mes 1963

Ramatis

Conhecimento

8. O sublime peregrino

Herclio Mes 1964

Ramatis

Conhecimento

9. Elucidaes do alm

Herclio Mes 1964

Ramatis

Conhecimento

10. A misso do espiritismo

Herclio Mes 1967

Ramatis

Conhecimento

11. Magia da redeno

Herclio Mes 1967

Ramatis

Conhecimento

12. A vida humana e o esprito imortal Herclio Mes 1970

Ramatis

Conhecimento

13. O evangelho a luz do cosmo Herclio Mes 1974

Ramatis

Conhecimento

14. Sob a luz do espiritismo

Herclio Mes 1999

Ramatis

Conhecimento

15. Mensagens do grande corao America Paoliello Marques ?Ramatis Conhecimento16. Evangelho , psicologia , ioga America Paoliello Marques ?Ramatis etc Freitas Bastos

17. Jesus e a Jerusalm renovada America Paoliello Marques ?Ramatis

Freitas Bastos

18. Brasil , terra de promisso

America Paoliello Marques ?Ramatis

Freitas Bastos

19. Viagem em torno do Eu

America Paoliello Marques ?Ramatis

Holus Publicaes

20. Momentos de reflexo vol 1Maria Margarida Liguori 1990Ramatis

Freitas Bastos

21. Momentos de reflexo vol 2Maria Margarida Liguori 1993Ramatis

Freitas Bastos

22. Momentos de reflexo vol 3Maria Margarida Liguori 1995Ramatis

Freitas Bastos

23. O homem e a planeta terra Maria Margarida Liguori 1999Ramatis

Conhecimento

24. O despertar da conscincia Maria Margarida Liguori 2000Ramatis

Conhecimento

25. Jornada de Luz

Maria Margarida Liguori 2001Ramatis

Freitas Bastos

26. Em busca da Luz Interior

Maria Margarida Liguori 2001Ramatis

Conhecimento

27. Gotas de Luz

Beatriz Bergamo1996

Ramatis Srie Elucidaes

28. As flores do oriente

Marcio Godinho 2000

Ramatis

Conhecimento29. O Astro Intruso Hur Than De Shidha 2009

Ramatis

Internet

30. Chama Crstica

Norberto Peixoto2000

Ramatis

Conhecimento

31. Samadhi

Norberto Peixoto2002

Ramatis

Conhecimento

32. Evoluo no Planeta Azul

Norberto Peixoto2003

Ramatis

Conhecimento

33. Jardim Orixs

Norberto Peixoto2004

Ramatis

Conhecimento

34. Vozes de Aruanda

Norberto Peixoto2005

Ramatis

Conhecimento

35. A misso da umbanda

Norberto Peixoto2006

Ramatis

Conhecimento

36. Dirio Medinico

Norberto Peixoto2009

Ramatis

Conhecimento

37. Umbanda P no cho

Norberto Peixoto2009

Ramatis

ConhecimentoMinha homenagem fraterna

"A Edison Guiraud, companheiro estudioso da espiritualidade e liberto de injunes sectaristas, dedico esta obra".

Curitiba, agosto de 1964

Herclio Maes

ndice

Invocao s Falanges do Bem ...............................................................

8Invocao s Falanges do Bem ...............................................................

9Captulo 1 O Brasil e a sua misso social e espiritual sob a gide do espiritismo ......... 10

Captulo 2 - O espiritismo e o carter da sua assistncia material e espiritual ................ 15

Captulo 3 O sacerdcio ou apostolado crstico e o ambiente do mundo profano ......... 17

Captulo 4 As almas enfermas dos responsveis pelas guerras ..................................... 19

Captulo 5 Os trabalhos medinicos e a amplitude di intercmbio espiritual ............... 25

Captulo 6 Aspectos singulares das sesses medinicas .............................................. 28

Captulo 7 A responsabilidade e os riscos da mediunidade .......................................... 39

Captulo 8 Consideraes sobre as sesses medinicas no lar ...................................... 46

Captulo 9 Recursos energticos dos guias, junto aos encarnados ................................ 52

Captulo 10 Elucidaes sobre o perisprito ..................................................................

59

Captulo 11 Elucidaes sobre a prece ..........................................................................

69

Captulo 12

Relato e anlise da psicometria .................................................................. 80

Captulo 13 Relato e anlise da radiestesia ...................................................................

87

Captulo 14 Os trabalhos de fenmenos fsicos ............................................................ 92

Captulo 15 O fenmeno da voz direta ......................................................................

101

Captulo 16 A msica nos trabalhos medinicos de efeitos fsicos ..............................

104

Captulo 17 Os fenmenos de efeitos fsicos no caso das assombraes .....................

108Captulo 18 Algumas noes sobre o Prana .................................................................

111

Captulo 19 O Duplo Etrico e suas funes ................................................................

118

Captulo 20 Os Chacras ................................................................................................

139 ( Os chacras ou centros de foras etricassobre o duplo etrico do homem) 145Captulo 21 possvel a morte do Esprito? ................................................................

155Cincia comprova previses de Ramats ....................................................... 158Invocao s Falanges do Bem

Doce nome de Jesus, Doce nome de Maria, Enviai-nos vossa luz Vossa paz e harmonia!Estrela azul de Dharma,Farol de nosso Dever! Libertai-nos do mau carma, Ensinai-nos a viver!Ante o smbolo amado Do Tringulo e da Cruz, V-se o servo renovado Por Ti, Mestre Jesus!Com os nossos irmos de Marte Faamos uma orao-. Que nos ensinem a arte Da Grande Harmonizao!Invocao s Falanges do Bem

Do ponto de Luz na mente de Deus,

Flua luz s mentes dos homens,

Desa luz terra.

Do ponto de Amor no Corao de Deus,

Flua amor aos coraes dos homens,

Volte Cristo Terra.

Do centro onde a Vontade de Deus conhecida,

Guie o Propsito das pequenas vontades dos homens,

O propsito a que os Mestres conhecem e servem.

No centro a que chamamos a raa dos homens,

Cumpra-se o plano de Amor e Luz,

e mure-se a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder

restabeleam o Plano de Deus na Terra.Captulo 1

O Brasil e a sua misso sociale espiritual sob a gide do Espiritismo

PERGUNTA: - Quase todos os mentores espirituais que falam Terra so unnimes em afirmar que o Brasil, sendo o pas mais esprita do mundo, 1 est fadado a desempenhar, no futuro, uma alta funo moral e espiritual no seio da humanidade. Podereis citar alguns fundamentos objetivos, que justifiquem semelhante prognstico?

1 - Nota do Revisor: Na assemblia dos prelados e reitores catlicos que se realizou em Roma, o secretrio do Conselho Episcopal Latino-Americano afirmou ser o Brasil "o pas mais esprita do mundo" (jornal "O Globo" de 27-9-1958).

RAMATS: - Efetivamente, medida que o Povo brasileiro se espiritualizar assimilando conscientemente o racionalismo do processo reencarnacionista, ou seja, a grandeza e a amplitude moral das vidas sucessivas, que transformam o homem imperfeito, de hoje, no anjo futuro, o Brasil far jus a receber novos acrscimos do Alto, que o habilitaro a ser, no somente o celeiro material do mundo, mas tambm um farol moral e espiritual da humanidade.

J existe real fundamento para tais prognsticos, pois enquanto nos outros pases o Espiritismo cultuado subordinando-se a um academismo de pura experimentao cientfica, os brasileiros, pelo seu sentimento fraterno de teor espiritual, acolheram-no de modo efusivo, abrindo-lhe as portas com satisfao e alegria, de modo que as prprias raas imigradas no se retraem influncia reformadora da doutrina esprita.

No Brasil, a prtica e aceitao do Espiritismo est resguardada de preconceitos separatistas, pois apesar de o seu Povo ser constitudo de raas heterogneas as mais diversas, os que se unem sob a bandeira do Espiritualismo mantm entre si uma unidade de afetos crsticos de amplitude universal. que o sublime Evangelho de Jesus tem na sua doutrina o veculo mais racional para difundir os seus conceitos divinos por todos os quadrantes do mundo.

Doutrina cimentada nos princpios sadios do espiritualismo oriental, milenrio, e codificada em linguagem acessvel a todos os cidados da humanidade, um roteiro seguro que ilumina at as criaturas desprovidas de inteligncia ou de cultura, libertando-as dos dogmas e preconceitos religiosos sediciosos e supersticiosos. Alm disso, o Espiritismo no exige que os seus adeptos fujam do mundo profano onde Deus tambm est, pois as mltiplas estradas da vida das coletividades so abenoadas escolas de educao e reajustamento fraterno entre todas as criaturas.

PERGUNTA: - Mas existem porventura alguns atributos etognicos ou virtudes relevantes, no Povo brasileiro, que qualifiquem o Brasil como digno e "escolhido" para vir a ser o maior lder social e espiritual ante a humanidade?...

RAMATS: - A vossa pergunta exige uma digresso que focalize alguns aspectos de carter etnolgico do Povo brasileiro e tambm algumas consideraes a respeito das etapas da sua evoluo mental, levando em conta a sua ndole de boa f e misticismo ainda grampeados a diversas crenas, algumas subordinadas a ritos de padro muito elementar.

Comearemos por dizer que o brasileiro ainda conserva desde o bero de sua raa a tendncia fraterna e afetiva das trs raas que cimentam a formao do seu temperamento e constituio psicolgica.

Do negro, ele herdou a resignao, a ingenuidade e a pacincia; do silvcola, o senso de independncia, intrepidez e a boa f; do portugus, a simplicidade comunicativa e alvissareira. Nele imprimiu-se um tipo humano de sangue quente e verstil, no qual circulam tanto as virtudes excepcionais, quanto os pecados extremos, mas, louvavelmente, em curso para a predominncia de um carter de esprito superior. E esse caldeamento heterogneo ou mistura, que poderia sacrificar a qualidade dos seus caracteres originais, terminou por avivar o psiquismo do brasileiro, despertando-lhe uma agudeza espiritual incomum e em condio de sintoniz-lo facilmente vida do mundo oculto. Consolida-se, ento, uma raa possuidora de diversos valores tnicos de natureza espiritual benfeitora e que o Espiritismo, cada vez mais radicado no Brasil, catalisa, pouco a pouco, para os grandes desideratos da Fraternidade entre os povos da Terra.

PERGUNTA: - Contudo, no conseguimos admitir a ocorrncia de fatos que venham a credenciar o Brasil, no sentido de ele vir a ser o maior lder espiritual ante a humanidade. Podereis referir alguns motivos relevantes e convincentes, que nos induzam a aceitar como lgico e possvel a realizao de semelhante acontecimento?

RAMATS: - Estais vivendo uma poca em que os acontecimentos se precipitam. E so chegados os tempos em que surgiro novos fatos enquadrados na promessa do Enviado Divino quando Ele disse: - "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertar"!

Ora, entre as verdades que vo ser conhecidas ou reveladas ao mundo ainda antes do fim deste sculo, avultam como estrondosas e revolucionrias em seus efeitos morais, sociais e espirituais, a comprovao substantiva da pluralidade dos mundos habitados e a da pluralidade das existncias.

Quanto primeira, ser comprovada pelas comunicaes interplanetrias; e quanto segunda, simultaneamente, em diversos pases, surgiro psicanalistas experimentados, os quais, mediante experincias conjugadas metapsquica e parapsicologia experimental, provaro que as vidas sucessivas ou reencarnao do esprito tambm uma realidade absoluta e demonstrvel. Esta prova decisiva est entrosada num fenmeno de psiquismo que j tem sido levada a efeito entre vs, em exibies pblicas no palco de teatros e cinemas. Referimo-nos ao fenmeno de condicionar o "ego" ou esprito encarnado (o homem), a uma introspeco psquica, fazendo que ele regrida e "viva", de novo, os diversos estgios de sua vida e idade, num descenso vibratrio que, mediante uma espcie de "revelao das chapas" fotografadas na tela da sua memria, faculta-lhe expor e retornar a "viver", com absoluto realismo, as emoes de cenas e quadros vividos por ele durante a sua vida atual, indo at aos pormenores de sua prpria meninice.

Acresce, ainda, que os ditos psicanalistas iro mais alm, pois eles conseguiro que o indivduo (o homem), submergido nesse transe introspectivo, seja levado a regredir at ao ponto de o esprito "encaixar-se" na personalidade que ele foi em uma ou mais das suas existncias pretritas, ou seja: ser conseguida uma "translao" do esprito idntica que se obtm no plano astral quando um esprito, por efeito de uma aguda e profunda "requisio mental", consegue imergir ou mergulhar no seu passado e "viver" a sua personalidade de vidas anteriores, semelhando a lagarta que despe a sua "roupagem de crislida" e surge metamorfoseada em borboleta.

Em conseqncia, tal fenmeno trar superfcie certos fatos e detalhes de outra encarnao de um mesmo esprito, cuja identificao e autenticidade, em diversos casos, ser possvel comprovar. Por conseguinte, quando este fenmeno for comprovado e tiver a chancela da Cincia oficial ou acadmica - tratando-se de um fato ou realidade que demonstra a pluralidade das existncias proclamadas pelo Espiritismo - este, desde logo, ante o consenso da opinio mundial, se impor como o precursor da "nova ordem" moral e espiritual fundada no Espiritismo. E como decorrncia desse acontecimento ruidoso, que abalar a conscincia espiritual da humanidade, o Brasil, por ser, de fato, o pas mais esprita do mundo, ser chamado a exercer a funo de lder da nova marcha moral e espiritual revelada ao mundo por Allan Kardec, nas obras que constituem a edificao da doutrina esprita.

O brasileiro criatura muito sensvel e receptiva influncia dos espritos desencarnados, pois, ingnuo, despreocupado, otimista e resignado, ainda pouco afeito ao rigorismo cientfico ou dogmatismo acadmico, livrou-se de enredar a sua mente no labirinto das concepes transcendentais que tanto atrofiam a intuio. certo que ele tambm se desarvora facilmente sob o guante malfazejo dos espritos do astral inferior, quando, rico ou pobre, sbio ou ignorante, mas vencido pelo desespero, pelo tdio ou pela doena, se deixa escravizar pelo lcool, pela sensualidade ou pelo jogo vicioso, com graves danos para sua vida psquica.

Todavia, quando decide meditar e libertar-se de seus equvocos, um tipo capaz de lograr avanados desideratos do esprito, pois entrega-se prtica sincera da caridade e aceita humildemente os ensinamentos de Jesus. Embora seja um pecador renitente, ele assim que resolve empreender a sua reabilitao espiritual, marcha para a frente sobrepondo-se e vencendo os seus recalques inferiores.

So ainda raros os pases em que se empreendem campanhas to singulares quanto s que se fazem no Brasil, onde os ricos e mesmo os pobres, antecipando-se s prprias obrigaes dos administradores pblicos, conjugam seus esforos para obter o alimento, o agasalho, o leito, a veste e tambm proporcionar assistncia aos tuberculosos, lzaros, favelados, rfos, s crianas e velhos desamparados e ainda levar a palavra doutrinria de esclarecimento e resignao aos que se encontram presos nas penitencirias.

Apesar da corrupo moral, desarticulao social, desleixo administrativo e dos reflexos obscuros projetados na sua mente pelo dogmatismo sectarista do Clero Romano, o Brasil uma coletividade das mais promissoras efetivao do programa de confraternizao espiritual entre os povos.

A despeito de suas crises agudas de carter social, poltico e econmico, a Nao brasileira encaminha-se para consolidar um padro superior em todos os setores das atividades humanas. Alm do seu equilbrio financeiro e econmico j previsto pelo Alto, no futuro, o Brasil tambm promover a confraternizao entre todas as classes de trabalho e a socializao do seu Povo, mas sem as lutas sangrentas que, em geral, provocam o massacre e a separao no conjunto das naes divididas pelos dios e ideologias polticas de carter inquisitorial e sanguinrio.

Nenhum sistema poltico de vosso mundo atual est em condies de corresponder, integral e ideologicamente, s condies morais, ao temperamento psicolgico, ao cosmopolitismo, natureza intuitiva e aos sentimentos fraternos e tolerantes do povo brasileiro. Afora as quizlias partidrias, to comuns em todas as comunidades humanas e afetas aos quistos polticos egocntricos, os governos j se sucedem no Brasil sob um ritmo de paz e tolerncia afetiva, de acordo com a prpria ndole e sentimento fraternos dos seus governados. Eles sucedem-se cada vez mais compreensivos e menos vingativos.

Mesmo a "pureza" partidria poltica, que em algumas outras naes atravessa os sculos sob irredutvel pragmtica e seleo ariana, no Brasil perde o seu rigorismo tradicional, pois os partidos polticos brasileiros fundem-se, dissolvem-se e refundem-se mesclando-se os seus elementos nas adeses ou conclaves inesperados, em que os velhos adversrios de ontem confraternizam-se calorosamente para a elaborao de novos programas e labores. Embora a crtica, por vezes, censure essa instabilidade ou inquietao poltico-emotiva, pois em muitos casos trata-se realmente de resguardar interesses pessoais ou adeses partidrias visando apenas cargos ou remuneraes pblicas, o certo que na essncia doutrinria dos seus agrupamentos partidrios, salvo alguns casos isolados, de politiqueiros refratrios tica da compreenso e decoro, h sempre o mesmo cimento coesivo, que corresponde ao temperamento fraterno e espiritualmente acessvel do brasileiro.

Desaparecem tambm os estigmas do caudilhismo sangrento das lutas fratricidas e os ensaios do tiranismo no Brasil, para surgirem, pouco a pouco, os espritos benfazejos e regrados, que ingressam no seu comando e passam a agir de modo mais humano. Atravs de roteiros pacficos, a vossa comunidade encaminha-se para a socializao benfeitora, mas isso, como j o dissemos, vai ser realizado sem a violncia prpria dos povos belicosos.

A Nao brasileira h de ajustar-se social, econmica e politicamente, atendendo aos anseios materiais e psicolgicos de todos os povos da Terra, porquanto ela significa um dos mais preciosos laboratrios de experimentaes fraternas do Alto. H de ser um clima sem violncia, sem tiranismo ou extremismos ideolgicos, com um padro tico-poltico distante dos dogmas ou das imposies religiosas, embora intimamente inspirado pelo Evangelho de Jesus.

PERGUNTA: - Contudo, alguns espritas sensatos consideram que o Povo brasileiro no apresenta credenciais polticas, sociais ou morais para se tornar um laboratrio de ensaio de confraternizao universal. H mesmo certa crtica e desnimo dos brasileiros mais pessimistas, pois acham que, atualmente, a Nao no vai alm de um "pas que se impe pelo futebol e pelo carnaval". Que dizeis?

RAMATS: - A despeito dessa conceituao negativa, estou autorizado a informar-vos que os socilogos siderais j traaram um roteiro especfico e coerente para essa importante realizao fraterna, moral e social do vosso pas; mas isso no quer dizer que sejais um Povo superior ou completamente livre de quaisquer reparaes crmicas dolorosas do passado. a caracterstica espiritual que cimenta a formao etnolgica brasileira, a sua peculiar ndole fraterna, caritativa e tolerante, aliada ainda a uma natureza intuitiva incomum, o que justifica tal prognstico. Esses elementos fundamentais afetivos que predizem o xito futuro dos empreendimentos espirituais de confraternizao terrena, os quais seriam difceis e mesmo impraticveis num povo racista, avaro ou materialista.

Sob as caractersticas psicolgicas e temperamentais do tipo brasileiro h muito "ouro" aproveitvel, que o Espiritismo, como abenoado garimpeiro do Alto, h de desbastar em contnuo aproveitamento espiritual. No tenhais dvida - e no vacilamos em vos dizer: - realmente, o Brasil um dos mais avanados celeiros de almas com inclinaes para subordinarem-se ao Evangelho de Jesus e tomarem sua ptria um smbolo relevante de fraternidade crstica.

No h, pois, exagero no prognstico aventado por conhecido esprito j desencarnado, que diz: - "O Brasil est destinado a ser o Corao do Mundo e a Nova Ptria do Evangelho"!

Captulo 2O Espiritismo e o carter da suaassistncia material e espiritual

PERGUNTA: - Aludindo ao servio de caridade do Espiritismo, no Brasil, porventura outros credos tambm no o tm praticado a contento, tais como os protestantes, que mergulham nas regies mais afastadas do globo a fim de socorrer os selvagem e os famintos de po e de esclarecimento?

RAMATS: - Reconhecemos que o protestantismo, principalmente, desenvolveu no mundo um bem organizado e louvvel programa de paz e amor, pois os seus adeptos se embrenham pelas matas e regies inspitas, levando o consolo, o socorro e o medicamento aos infelizes prias que se encontram em zonas distantes e sem quaisquer recursos de assistncia imediata. Nesses labores socorristas e caritativos, eles so disciplinados, metdicos e ordeiros, conseguindo resultados proveitosos em favor dos enfermos e necessitados. Muitos desses protestantes hericos so almas de escol, que deixam suas moradias felizes a fim de servirem ao homem terreno ainda preso s cadeias do raciocnio primrio e inconscientes quanto sua hierarquia moral e espiritual na ordem da Criao.

No entanto, o programa esprita mais avanado no seu contedo doutrinrio, pois atravs dele o Alto tem como principal finalidade esclarecer o esprito do homem e libert-lo conscientemente dos ciclos dolorosos das encarnaes terrenas, ajudando-o a compreender e a sentir qual o verdadeiro motivo e objetivo real da vida, de modo que ele tenha conscincia plena de si mesmo como esprito eterno ou imortal. E ento, esclarecido de que uma entidade superior, ele se esforce por vencer os instintos animais e alcance, o mais breve possvel, o seu destino glorioso da angelitude, que o libertar das reencarnaes e lhe facultar ser feliz em todos os recantos do universo a servio de Deus e das humanidades em seus estgios de evoluo.

Embora o Protestantismo realize proveitoso trabalho de assistncia junto aos deserdados da sorte, a sua meta precpua "salvar" as criaturas, as almas, mediante o cultivo das virtudes santificantes, mas, tambm, ameaando-as de que os pecados as condenaro s chamas do Inferno por toda a eternidade!

Ora, o homem precisa aprender a cultivar a virtude, porm, conscientemente, sem ameaas ou temores; e permanecendo no seio da vida comum em experimentaes educativas com os demais seres. Enquanto na sua tarefa benfeitora os protestantes orientam as criaturas no sentido de vencerem os pecados do mundo, fechando os olhos para no v-los, os espritas as ensinam a imunizarem-se contra as tentaes mediante o raciocnio que ilumina e edifica a conscincia, fazendo que o homem se torne capaz de enfrentar as sombras do pecado sem contagiar-se. Mesmo porque ningum deve fugir s lutas de um mundo que Deus criou como escola educativa indispensvel para a Alma.

O selvagem, o doente ou o faminto que, depois de amparado materialmente pelo Protestantismo, resolve fugir aos pecados do mundo porque receia que a sua alma seja lanada no Inferno, essa fuga no conseguir extinguir os reca1ques malignos dos instintos, pois esses desejos reca1cados ou adormecidos tornaro a "explodir" assim que se apresentem circunstncias favorveis, capazes de romper as amarras dbeis da sua vontade mal disciplinada.

As virtudes, quando impostas, no tm fora para resistir compresso dos instintos inferiores. S a conscincia espiritual emancipada pela sua prpria auto-evangelizao est em condies de vencer a tremenda batalha moral entre o homem-esprito e o homem-animal.

Em qualquer circunstncia da vida a "proibio" estimula o desejo e provoca o esprito infrao, pois da natureza humana preferir o que lhe faculta vantagens ou prazer imediatos e desinteressar-se por quaisquer benefcios ou promessas futuras e que lhe parecem enigmticas.

Embora louvemos os credos religiosos dogmticos no seu trabalho de assistncia ao prximo e no servio do Cristo a favor dos prias do mundo, somos obrigados a salientar o Espiritismo, pois alm de sua tarefa socorrista e de estmulo espiritual, doutrina de esclarecimento consciente. As exortaes doutrinrias cujo "pano de fundo" so as fogueiras do Inferno ou o paraso do Cu podem fazer compreender quanto s vantagens de ser bom e ser premiado; porm, de modo algum, do ao homem aquele discernimento moral, subsistente, apoiado na meditao que considera, deduz, compara e o habilita a saber qual o rumo mais certo e seguro que lhe convm seguir na jornada da sua evoluo como esprito imortal.

Captulo 3

O sacerdcio ou aposto lado crsticoe o ambiente do mundo profano

PERGUNTA: - Segundo o cdigo secular da Igreja Catlica e tambm conforme a opinio da maior pane de seus proslitos, o isolamento de seus sacerdotes nos conventos e mosteiros, abdicando das injunes comuns e cotidianas da vida, tem por objetivo ou finalidade fazer que eles, segregando-se do crculo do mundo profano, se voltem completamente s tarefas espirituais em favor da humanidade e melhor servirem s causas de Deus. E justificam essa diretriz austera, sob a alegao de que Jesus, Buda, Francisco de Assis e outros grandes iluminados que legaram humanidade mensagens sublimes de salvao espiritual, se isolavam do convvio do mundo profano. Que vos parece?

RAMATS: - Semelhante concepo decorre de uma anlise muito superficial, pois se considerarmos objetivamente a vida e os exemplos de Jesus e dos seus apstolos, certificaremos o contrrio, pois o Mestre, to depressa surgiu a hora da sua misso, ei-lo, justamente, nas praas pblicas, entre o bulcio do mundo profano, pregando e exemplificando os mandamentos da sua doutrina at ser imolado no Calvrio.

Igualmente, os seus discpulos ou apstolos, embora em algumas cidades da Palestina eles tivessem as manses onde se reuniam, a sua vida ativa consistia num sacerdcio levado a efeito nas praas pblicas, ou seja, enfrentando o ambiente vicioso do mundo, porquanto o Mestre advertiu que Ele viera "tratar dos doentes (os pecadores) pois os sos no precisam de mdico"! Quanto a Buda, este abandonou os seus tesouros e prazeres da corte de Kapilavastu e jamais voltou a interessar-se por esses bens do mundo material. E Francisco de Assis tambm no foi um lder religioso pregando a sua doutrina isolado no deserto. Ao contrrio, ele imps-se como um "revolucionrio espiritual", vencedor de todos os desejos da vida fsica, mas sem fugir do mundo profano onde, alis, Deus tambm est!

PERGUNTA: - Mas esses inmeros conventos e ordens monsticas, que surgiram em diversas panes do mundo e que tm subsistido atravs dos sculos, abrigando dezenas de milhares de sacerdotes e freiras, no constituem ncleos de resistncia no sentido de amparar as causas de Deus e de Jesus?

RAMATS: - O aspecto desse movimento, bem considerado em sua intimidade, produto de um egocentrismo espiritual. uma fuga ou refgio asctico ditado pelo interesse ntimo ou privado de melhor conquistar-se a salvao. E no como um sacrifcio destinado, essencialmente, a salvar os que esto do "lado de fora", perdidos nos labirintos do mundo profano.

Nos primeiros sculos do cristianismo, os seguidores de Jesus, em vez de se refugiarem nas muralhas dos conventos ou das igrejas, eles iam ao "encontro do mundo", enfrentando, de peito aberto, grandes lutas, riscos e impedimentos de toda espcie, pois naqueles tempos no havia estradas de ferro, nem automveis, nem avies. Contudo, l se iam esses peregrinos do sacrifcio, caminhando dia e noite, dispostos a lutarem com os poderosos, mas sem levar armas. Iam enfrentar hipcritas e no levavam astcia; iam conquistar conscincias e no levavam dinheiro.

Ora, justamente, o racionalismo sensato da mensagem esprita esclarece que o homem terreno, para emancipar-se em esprito, no precisa fugir do mundo profano, nem deixar de constituir um lar ou abster-se das obrigaes e alegrias comuns da vida. O homem que foge dos problemas da sua comunidade, fechando-se, qual caracol, dentro da "casca" da sua convenincia, no s perde o treino da experincia da vida integral, como ainda se assemelha criatura egosta que foge da estrada dificultosa em que todos labutam, deixando ao abandono os seus companheiros exaustos, enquanto ele vai cuidar exclusivamente de si mesmo, na busca de sua ventura espiritual, que ele resolveu colocar e sobrepor acima de tudo e de todos.

Captulo 4

As almas enfermasdos responsveis pelas guerras

PERGUNTA: - Ainda quanto aos aspectos da Alma enferma, agradeceramos vosso empenho em nos esclarecer, quanto culpa das almas desequilibradas ou "doentes" em potencial, que desencadeiam guerras; e, alm do morticnio de milhes de criaturas, a sua passagem pela Terra cria entre os povos um ambiente que degenera em novos dios e represlias.

RAMATS: - Sem dvida, todos os filhos de Deus, mesmo os mais perversos, so dignos da magnanimidade divina e dos ensejos reeducativos para a sua redeno espiritual, embora suas provas devam ser disciplinadas pelo mesmo esquema espiritual de que "a colheita de acordo com a semeadura"! bvio, pois, que as condies, os processos e o tempo empregado nessa retificao redentora, variam segundo o volume dos equvocos e delitos praticados pelos espritos endividados. Os tiranos, os fazedores de guerras e os exterminadores de povos, depois da morte fsica enfrentam, por longo tempo, problemas terrficos e cruciantes de acordo com a extenso dos seus crimes e segundo a sorna exata de todos os minutos que empregaram nos atos de perversidade, vandalismo e prejuzo humanidade. No entanto, depois de submetidos aos processos de retificao espiritual, mediante reencarnaes sucessivas, que se processam atravs dos sculos, eles tambm logram a sua melhor graduao para os ensejos anglicos do futuro.

Porm, no julgueis que os tiranos e os dspotas so os nicos culpados pelos massacres, vandalismos, crueldades e saques praticados pelos seus comandados em tempo de guerra; a responsabilidade e a culpa so distribudas proporcionalmente de acordo com as responsabilidades individuais de todos que, direta ou indiretamente, so unidades do conjunto. Em face da liberdade criminosa ensejada pela guerra, h soldados que deitam fogo a cidades indefesas, saqueiam os bens alheios, mutilam combatentes adversos, torturam fugitivos, trucidam jovens, velhos, mulheres e crianas, quer em obedincia a ordens superiores, ou seja pela sua perversidade na desforra. Mas a Lei Crmica, em sua ao justiceira e impessoal pesa criteriosamente a "culpa individual" de cada criatura, responsabilizando-a por todo estmulo belicoso, ato agressivo ou contribuio direta ou indireta s atividades sangrentas da guerra desumana e fratricida.

Nenhum tirano, por mais poderoso e cruel, pode conduzir sozinho uma nao guerra e ensopar de lgrimas o mundo. Ele, para atingir os seus fins bestiais, precisa do apoio incondicional dos prprios compatriotas e sditos.

Geralmente, ante a simples perspectiva de uma guerra contra o "inimigo", logo homens e mulheres estremecem, apreensivos; porm, ante a possibilidade de sua ptria ser vitoriosa contra as naes "inimigas", ento, em quase todos desperta a cupidez, a ganncia e a desforra. Sob o clima beligerante, at as almas sensveis de artistas, filsofos ou poetas, deixam-se contagiar pelas falsas glrias colhidas nos morticinios coletivos dos povos adversos; e cantam hosanas ou compem poemas ptria herldica, incentivando o povo a impor-se triunfalmente na face da Terra.

A guerra insuflada, igualmente, por interesses escusos, pois alm de oportunidade para o saque, o ganho fcil, a investida desonesta aos degraus mais altos da poltica, tambm um dos melhores ensejos para as promoes dos militares.

Enquanto os soldados sonham com divisas de sargento e os oficiais inferiores ambicionam novos gales, os chefes de graduao militar superior mostram-se esperanosos de soldos extras e glorificaes pblicas. Alguns professores aproveitam a situao exaltada, para despertarem em seus alunos o sentimento belicoso. Os jornalistas, exaltados por um patriotismo frentico, consomem toneladas de tinta acirrando o nimo do povo para a luta. Os prprios sacerdotes catlicos no se pejam de benzer armas, fazer oraes e promover cerimnias religiosas em louvor da vitria de sua ptria, rogando a Deus que o ajude a destruir os seus "inimigos" odiosos.

Os tiranos, os strapas e os opressores da humanidade so "pontas de lana", que abrem as comportas das paixes de amplitude coletiva. Eles no criam homens perversos, cpidos e sanguinrios.

A presena desses gnios destruidores, na Terra, um efeito moral da atrao magntica que est em ebulio na mente social, pois a dinmica de "os semelhantes se atraem" tambm uma lei psquica. A presena e atuao de tais almas em vosso mundo uma espcie de raio deflagrado pelos sentimentos inflamados da cobia, domnio e dos recalques de orgulho patritico, que esto em efervescncia na conscincia das massas que constituem o Povo. 1

1 - Nota do Mdium: Haja vista o que cidados aparentemente pacficos e honestos fizeram na ltima guerra, quando incorporados aos exrcitos nazistas cometeram as atrocidades mais brbaras, enquanto praticavam os roubos mais cnicos, pelo saque desaforado s bibliotecas, museus e obras de arte, dos povos vencidos.

Sob o comando de Anbal, Alexandre ou Napoleo, 2 muitos dos seus soldados e comparsas, diante da oportunidade fcil de satisfazerem seus prprios desejos e paixes abominveis, revelaram-se bem mais perversos e sanguinrios do que os seus chefes, pois enquanto estes, sem rancor pessoal, viam, nos seus exrcitos e nas formaes inimigas, somente as peas vivas de um jogo de xadrez de vida ou morte, os seus comandados praticavam as mais condenveis atrocidades como o desforo pessoal.

2 - Nota do Mdium: Vide comunicao medinica de Napoleo, em 13 de novembro de 1906, pelo famoso mdium portugus Fernando de Lacerda, pgina nmero 26, da obra "Do Pais da Luz", livro primeiro, a qual serve de contribuio ao pensamento de Ramats a respeito do assunto em foco. Obra editada pela Livraria da Federao Esprita Brasileira.

Porm, na balana fiel da Justia Divina, a culpa coletiva das atividades guerreiras divide-se, proporcionalmente, a cada um dos seus participantes, tendo em conta as imposies a que o indivduo est obrigado perante a lei humana e as exorbitncias das atitudes pessoais, que so uma decorrncia do seu prprio livre-arbtrio. A desonestidade, a violncia, a traio ou o sadismo, tanto no setor das atividades morais quanto no campo das incumbncias materiais, so de responsabilidade individual. Nenhum tirano ou dspota pagar pelo crime do seu soldado ou subalterno que, exorbitando do seu dever, deita fogo na casa pacfica, mutila o prisioneiro fujo, profana a moa indefesa ou trucida velhos, crianas e mulheres inofensivos.

PERGUNTA: - Afim de melhor compreendermos a questo da alma neurtica dos conquistadores sangrentos, podereis dizer-nos algo de um Hitler, por exemplo, que foi um tirano e dspota em nossa poca?

RAMATS: - Embora Hitler tenha sido um homem atrabilirio, cruel e vingativo, julgado pela histria moderna como o responsvel exclusivo pela ltima hecatombe guerreira, nem por isso, julgueis que ele seja realmente o nico culpado de todos os atos abominveis e brbaros cometidos pelos seus comparsas militarizados. Na verdade, ele deu forma concreta e objetiva aos anseios e sentimentos belicosos do seu prprio povo, o qual, hipnotizado pelas perspectivas de dominar o mundo, cobrir-se de glorolas tolas e aumentar os lucros no saque ao inimigo, animou e estimulou tal indivduo empreitada homicida e cruel da guerra. Embora considerando-se, com justia, que certa parte do povo alemo realmente pacfica, construtiva e avessa tradicional belicosidade germnica, a sua maioria ficou responsvel por endeusar e colocar no cimo do seu governo o tipo demente, ambicioso, violento e cruel que foi Hitler.

A imprudncia, o orgulho, a ambio e o esprito de desforra tambm encontraram nos moos, velhos e mesmo nas mulheres e crianas alems o seu prolongamento vivo e natural, quando, reunidos em praas pblicas, eles aderiram s cerimnias festivas e s homenagens pags, com que apoiaram fanaticamente o "Fhrer", para ele acender a fogueira da guerra. Esse dio e vingana atingiram os prprios vizinhos sem culpa direta no caso, enquanto a fria nazista destrutiva caiu sobre o adversrio mais prximo e mais dbil, apontado como um dos culpados pela humilhao do passado, ou seja, o judeu. Ento as mulheres, os velhos, os moos e as crianas hebraicas serviram de causa preliminar para o futuro massacre perverso considerando inimigos da ptria todos os homens que no fossem alemes. 3

3 - Nota do Mdium: Convm o leitor ler o artigo"As Expiaes Coletivas", de autoria de Rodolfo Galligaris, inserto no "Reformador", de outubro de 1962, pgina 221, quando ele aborda o passado dos judeus destruindo cidades e populaes indefesas, segundo os relatos do prprio Velho Testamento, e depois sofrendo as provaes coletivas pelos flagcios e fuzilamentos em campos de concentraes nazistas, no cumprimento doloroso do seu carma pregresso.

No entanto, malgrado Hitler ter sido estigmatizado como o Sat da histria e o nico responsvel por acender afoitamente a fogueira da guerra, outras naes "vestidas de donzelas", tambm contriburam com o seu feixe de lenha cortado sob o machado da opresso econmica, imposio ideolgica ou poltica, competio comercial ciumenta ou orgulho de raa, impondo sua prepotncia mal disfarada e apressando solues egostas para o futuro.

Os adversrios de Hitler apressaram o passo para "salvar a humanidade" mas tambm escreveram pginas sombrias de vingana, de dio e de desonestidade, as quais, embora ignoradas pela histria do mundo, o Senhor marcou no "Livro da Vida" para o resgate porvindouro dos responsveis. Ambos os lados beligerantes, esquecidos do Amor pregado pelo Cristo, perpetraram crimes odiosos, fuzilamentos desnecessrios e deram vazo s paixes de raa; cometeram pilhagens e barbarismos protegidos pelo pavilho simblico da ptria, justificando os seus atos ignbeis por um cdigo imoral de guerra.

As naes terrenas ainda so constitudas por ncleos de homens apaixonados e belicosos, sejam quais forem as raas de que eles descendam. Elas so pacficas e suportam-se mutuamente, enquanto encontram-se incapacitadas para apoderarem-se dos bens do vizinho, pois a cultura, a educao e os valores intelectuais que lhes atenuam a irracionalidade, esboroam-se fugazmente diante da primeira oportunidade blica fratricida. Em verdade, os povos pacficos de hoje foram os conquistadores e invasores impiedosos do passado, que saqueavam populaes indefesas e anexavam os seus territrios. Assim que lhes for dada nova oportunidade de poderio guerreiro, no h dvida de que tais povos "inofensivos" tornar-se-o novamente piratas sanguinrios, semeando a morte e furtando os despojos do prximo, pois a rapinagem ainda o trao fundamental do terrcola.

Alis, os povos ou naes movem-se conforme os seus interesses imediatos e no segundo algum cdigo de honra ou moral crist. E desde que se conjuguem interesses recprocos no mesmo jogo de benefcios, os inimigos de hoje podero ser os aliados de amanh, embora sacrificando-se os amigos de ontem. Da mesma forma, os vencedores justificam a sua contribuio para a guerra sangrenta, defendendo-se pelo "slogan" de salvadores da humanidade e protetores da civilizao em perigo, enquanto atribuem aos vencidos a culpa dos piores crimes e atrocidades, acoimando-os de "brbaros" responsveis pela mesma hecatombe que, ocultamente, interessa a todos.

No seio de um mesmo povo, os revoltosos tambm se transformam em "libertadores", enquanto, depois de assaltarem o poder constitudo e desalojarem os adversrios que defendiam a legalidade, mais tarde os encostam no paredo de fuzilamento, fazendo-os pagar pelos crimes de corrupo, embora, em breve, esses mesmos libertadores de hoje tambm se transformem nos tiranos de amanh.

Mas, em obedincia ao ciclo crmico da Justia Espiritual, os "novos idealistas", que trucidam seus adversrios, tambm resgataro suas culpas sob o muro de fuzilamento em que sacrificaram os seus antecessores. E caso isso no lhes acontea na mesma existncia, h sempre um peloto executivo esperando-os nas vidas futuras, a fim de retificar-lhes o esprito de desforra sob o conceito de "quem com ferro fere, com ferro ser ferido", e pelo desprezo dos ensinamentos de Jesus, que recomendou ao homem: "No vos digo que perdoeis at sete vezes, mas at setenta vezes sete". (Mateus, 18:21,22).

PERGUNTA: - E qual a situao dessas almas opressoras, no Alm-tmulo?

RAMATS: - As almas enfermias e tirnicas, que semeiam a dor, a fome e a orfandade mediante suas tropelias sangrentas, frutos de sua excessiva ambio e orgulho, transitam no Alm, acompanhadas pelo mesmo cortejo dos seus velhos comparsas, que as insultam, as perseguem, as ameaam e responsabilizam por todas as suas desditas, amarguras e desprezos. Algemadas s vtimas impiedosas e vingadoras, aoitadas pelas tempestades das regies inferiores e mergulhadas nos pntanos mais repugnantes, sofrendo os sarcasmos dos prprios espritos satnicos que as incentivaram ao genocdio, na Terra, elas vagueiam em bandos, torturadas at o dia em que possam renascer na matria sob a bno do esquecimento do passado.

Alucinadas e acometidas pela incessante superexcitao e angstia, do remorso, sem pouso e sem alvio, s lhes resta o recurso de encerrarem o seu inferno ntimo no biombo da carne terrena, a fim de amortecerem as lembranas cruis do passado durante a fase sedativa de inconscincia entre o bero e o tmulo fsico.

PERGUNTA: - Como se processa ou em que consiste a reparao de tais almas ou espritos tirnicos e doentes, a fim de recuperarem a "sade moral" que, no futuro, tambm lhes facultar a cidadania anglica, que Deus destina a todos os seus filhos?

RAMATS: - As almas dos dspotas sanguinrios, vtimas da loucura, do egosmo, da cobia e autores do morticnio de milhares de criaturas sacrificadas para garantir-lhes a prepotncia e a ambio, so como o cavalo selvagem que arremessa o seu cavaleiro ao solo, produzindo-lhe ferimentos nas quedas dolorosas. Infelizmente, pela vibrao violenta das energias malficas que ainda excitam-lhe o perisprito, o tirano, o conquistador sanguinrio e os seus comparsas perversos, ao encarnarem na Terra, o trauma psquico que os perturba violenta-lhes o trabalho harmnico das clulas fsicas, fazendo-os nascer idiotas e anormais. 4

4 - Nota do Mdium:Vide o artigo"Idiotia", de Emmanuel, pgina 226 do "Reformador", de outubro de 1962, rgo da Federao Esprita Brasileira, em que o autor espiritual tece consideraes sobre a encarnao sacrificial dos tiranos e dspotas do mundo, quando jungidos imbecilidade.

Sob o violento e desordenado abalo do perisprito, alteram-se as linhas de foras na composio dos genes e no ajuste dos cromossomas do corpo fsico. Ento o dspota surge luz da vida terrena, parvo, alienado do crebro e dos nervos, vivendo sob a chacota e sarcasmo da mesma humanidade que tanto subestimou e prejudicou no passado. Assim, o corpo do idiota reflete as condies enfermias do esprito brutal ali encarnado, funcionando guisa de um crcere que reprime os impulsos desordenados e perigosos do seu ocupante, tal qual o freio domina o cavalo fogoso e desatinado. As paixes violentas como a crueldade, a ambio e o orgulho que desatam as foras do instinto animal selvtico, impossibilitadas de sua ao destruidora, vo se debilitando pouco a pouco, de modo a no voltarem a manifestar-se sob os mesmos impulsos indominveis. A glndula pineal, delicadssima antena do sistema psiconervoso, "central eltrica ou usina piloto" do organismo humano, funciona, nesse caso, oprimida na sua atuao, tomando-se incapaz de transmitir, com clareza, a mensagem racional dirigida pelos neurnios, que constituem o aparelho receptor e transmissor do esprito para a matria. Nesse retardamento obrigatrio, de um corpo fsico tardo no seu metabolismo motor e nervoso, o perisprito enfermio readquire, gradualmente, a sua vibrao normal e a alma, o seu domnio salutar.

Represando na carne o seu excesso perturbador, ela submete-se teraputica obrigatria do repouso vibratrio, pois disciplina a sua emotividade, reprime as foras instintivas que fervilham na intimidade perispiritual, assim como o cavalo indcil, atado a pesado veculo, tambm fica impedido dos desatinos prejudiciais a si mesmo.

Pouco a pouco, a alma enferma, que, pelos seus impulsos animalizados, praticou crimes, distrbios e atrocidades coletivas no mundo fsico, termina por corrigir-se dos excessos danosos sob o domnio das "grades" de um corpo fsico deformado. Ela exaure-se e cansa, ante as tentativas inteis de dominar, a seu talante, um sistema nervoso rgido e retardado, que lhe anula a coordenao dos raciocnios e a impede de usar suas foras malficas.

As paixes to comuns dos dspotas e guerrilheiros, como o orgulho, a ambio, a prepotncia e a impiedade, que eles manifestam quando portadores de corpos sadios e crebros normais, terminam arrasadas e impedidas de qualquer ao sob o organismo carnal atrofiado. As suas idias perigosas e as emoes atrabilirias nem chegam a ultrapassar-lhes o campo subjetivo, pois extinguem-se ou cessam por falta de um sistema cerebral nervoso, correto e sensvel capaz de dar-lhes forma e ao no mundo exterior.

Contudo, no h punio deliberada para tais espritos doentes, mas apenas a reparao espiritual no sentido de se ajustarem ao padro de vida superior. O corpo imbecilizado a subjugar-lhes os impulsos homicidas, sufocando-lhes a ecloso violenta das paixes animais, constitui-se no abenoado "estgio" para a sua evoluo espiritual no futuro.

Captulo 5

Os trabalhos medinicos e a

amplitude do intercmbio espiritual

PERGUNTA: - Que nos dizeis quanto convenincia dos trabalhos medinicos no seio do Espiritismo?

RAMATS: - As reunies espritas de intercmbio espiritual prestam o valioso servio de possibilitar o equilbrio psicofsico de certas criaturas que, pela sua faculdade medinica de alta sensibilidade psquica, sofrem assdio constante por parte dos espritos desencarnados que desejam comunicar-se para expandirem os seus males ou queixas e serem esclarecidos das dvidas e confuses em que ainda se encontram.

PERGUNTA: - Ento, eles no podem ser esclarecidos pelos assistentes do prprio setor em que vivem, ou seja, pelos seus guias?

RAMATS: - Esses espritos desencarnados encontram-se na mesma situao confusa do indivduo que, na Terra, seja transferido, de repente, para um pas estrangeiro, cujo idioma, hbitos, costumes e ambientes so completamente diversos daquele onde ele viveu durante toda a vida. Ou seja: embora no sendo cego, nem surdo ou mudo, ele encontra-se impossibilitado de manifestar as suas emoes e entender o que lhes dizem os habitantes desse outro pas. Faz-se, pois, mister serem esclarecidos ainda mediante a palavra humana e no ambiente do prprio mundo onde viveram.

PERGUNTA: - Ento os trabalhos das sesses espritas devem ser ampliados cada vez mais, pois alm de constiturem o veculo de socorro eficaz aos espritos que se encontram perturbados, tambm a nica forma de desenvolver a mediunidade dos assistentes ou participantes que possuem essa faculdade?

RAMATS: - Assim . Porm, quanto ao objetivo moral de esclarecer os espritos"que se encontram perturbados", toma-se oportuno lembrar-vos, alm das vossas sesses espritas programadas sob dias e horrios certos, h uma outra verdadeira sesso esprita, alis, de grande amplitude e mrito em seus objetivos redentores e que no deve ser relegada ao esquecimento.

A "sesso esprita" a que nos referimos, deveis inici-la logo que vos levantais do leito, pela manh, encerrando-a noite quando vos deitais para o sono reparador.

Consiste a mesma nos mltiplos ensejos que, durante o dia, proporcionam aos presidentes das vossas sesses habituais, aos mdiuns e a todos os adeptos, doutrinarem e esclarecerem alguns dos irmos "vivos" (pois tambm so espritos), que surjam no seu caminho, igualmente perturbados, seja pelas deficincias da sua ignorncia ou pelos recalques deprimentes do seu carter.

Embora acheis que o intercmbio medinico praticado nas vossas sesses programadas seja um alto relevo do Espiritismo, esses irmos encarnados merecem tanta assistncia doutrinria como os que se encontram, sem corpo fsico, no plano invisvel. E quantas vezes um conselho sensato e oportuno consegue mudar o rumo de uma vida e at, em certos casos, salvar ou evitar que uma fanu1ia inteira seja precipitada no abismo de uma desgraa?

Alis, vs sabeis que a assistncia direta dos vossos guias ou mentores espirituais, ao vosso lado, no est limitada exclusivamente s vossas sesses programadas. Essas entidades tambm se comunicam convosco por via inspirativa ou intuio todas as vezes que, em vossa vida social, vos dispondes a ser teis aos vossos irmos. E mais: Alm dos guias invisveis que vos assistem, inspirando-vos gestos de caridade, abnegao e sacrifcio, inmeros espritos benfeitores tambm existem entre vs, desempenhando, igualmente, uma funo de verdadeiros guias. Quem so eles? So os que tm a misso de pais, professores, patres, cientistas, sbios ou filsofos, que vos orientam no mundo, traam novos rumos ao progresso e vos proporcionam salrio para a manuteno do vosso lar.

Aqui so mdicos, dentistas, advogados ou engenheiros, que restabelecem a vossa sade, defendem os vossos direitos ou edificam a vossa moradia protetora. Mais alm, outros vos beneficiam mediante o seu mister de sacerdote, pastores evanglicos ou doutrinadores espritas. H ainda, na estrada da vossa vida, outros assistentes meritrios, os quais, embora classificados como de nvel social um tanto inferior, eles merecem, igualmente, o "diploma" de missionrios pois servem coletividade enfrentando tarefas que os intelectuais, os sbios e os ricos no so capazes de desempenhar. Tais missionrios annimos so os que atendem aos servios rudes de abrir valas e desobstruir esgotos, so os que varrem as ruas e os que, sem mscaras protetoras a resguardar-lhes os pulmes, recolhem o lixo e os detritos imundos que jogais fora todos os dias.

Que seria de vossa vida sem a abnegao desses irmos humildes que, seja em dias de primavera ou debaixo de um inverno tormentoso, ei-los, como soldados vigilantes, desincumbindo-se de tarefas que a maioria recusaria desempenhar?

Por conseguinte, no vosso prprio mundo tambm h espritos-guias idnticos aos que existem do "lado de c". Assim, conjugando vossas idias com eles, no sentido de esclarecer e orientar os espritos (encarnados), que se encontram perturbados, estais, na realidade, realizando um intercmbio de assistncia moral idntico ao que se processa nas vossas sesses espritas.

PERGUNTA: - Embora concordemos com vossas consideraes, h, em ns, uma ansiedade irreprimvel de nos pormos em contato direto com os nossos guias e protetores do plano invisvel, razo do nosso interesse pelas sesses medinicas. Que dizeis?

RAMATS: - Respeitamos esse vosso anseio, mas lembramos no deveis relegar a um plano secundrio o dever de dispensardes uma assistncia ativa aos espritos "vivos" , que surgem no vosso caminho, dominados por distrbios psquicos que os transformam em vagabundos, alcolatras, bomios, prostitutas, doidos e aleijados que suplicam a vossa ajuda. Mais alm, nas penitencirias, ser-vos- fcil doutrinar o malfeitor, o ladro, o assassino, todos eles, necessitados de orientao e exemplos redentores. Esses transviados, embora distantes das venturas do Bem, tambm so vossos irmos e precisam que os ajudeis a integrarem-se na vida humana sem terem de ser segregados da coletividade.

Os delinqentes, por mais criminosos que tenham sido, no podem ficar enjeitados do vosso auxlio e caridade, pois os vossos guias e protetores espirituais tambm vos toleram e amam apesar dos desatinos e dos pecados que cometestes em existncias anteriores e tambm na que viveis atualmente.

O amor verdadeiro e desinteressado no requer lugares nem horas especiais para ser praticado a contento, pois o vosso mundo, com o sofrimento da sua humanidade torturada, , igualmente, um vasto campo de servio redentor para vs prprios.

Captulo 6

Aspectos singulares das sesses medinicas

PERGUNTA: - As sesses espritas que realizamos na Terra so sempre assistidas pelos espritos bons?

RAMATS: - Indubitavelmente a presena e a assistncia dos bons espritos nas sesses espritas dependem muitssimo das intenes e dos objetivos das pessoas que se propem ao intercmbio com o mundo invisvel. Mas, tambm, certo que todas as criaturas j vivem acompanhadas pelas almas que lhes so afins a todos os seus atos e pensamentos. Assim, os homens regrados e generosos tambm simpatizam e atraem as boas companhias do "lado de c", cujas almas, quando em vida fsica, j viviam afastadas das paixes degradantes e dos vcios perniciosos. No entanto, os maldosos, corruptos ou viciados, transformam-se em focos de atrao dos espritos gozadores, maquiavlicos e mal-intencionados.

Deste modo, quando as pessoas renem-se em torno da mesa esprita ou mesmo no terreiro para o intercmbio com o mundo oculto, elas j definem, de antemo, quais sero as entidades ou os companheiros espirituais que lhes faro companhias nos labores medinicos. Em verdade, durante a sesso medinica os encarnados ouvem diretamente as opinies, sugestes e roteiros que, em geral, j recebem pela via intuitiva e so inspirados atravs da mente ou do corao durante a vida cotidiana.

Em conseqncia, no a mesa nem o terreiro que fundamentam o tipo da presena espiritual ou da comunicao das almas desencarnadas, mas sim a prpria conduta e os hbitos dos seus componentes que asseguram a "qualidade" dos espritos presentes.

PERGUNTA: - verdade que nas sesses espritas, as cadeiras que ficam vazias costumam ser ocupadas por espritos desencarnados, como assistentes interessados nos trabalhos?

RAMATS: - Nas ditas sesses, o pblico invisvel, s vezes numeroso, comparecendo, especialmente, os espritos que buscam lenitivo e consolo moral para seus sofrimentos. Porm, quando o ambiente no corresponde a objetivos superiores, tambm se apresentam entidades turbulentas e interessadas em perturbar os trabalhos.

PERGUNTA: - A sesso esprita benfeitora, destinada a assistncia e doutrinao dos sofredores, realmente protegida por uma equipe ou "guarda de segurana" espiritual, conforme asseveram os entendidos?

RAMATS: - A sesso de boa envergadura moral protegida contra a invaso de espritos desordeiros e proibida mesmo queles que no foram indicados para assistirem ao trabalho da noite. Nas vias de acesso ao recinto onde ela se efetua, os mentores distribuem guardas que impedem o ingresso a qualquer esprito de ms intenes. Essa guarda tambm pode ser constituda pelos nossos irmos silvcolas, obedientes e serviais, que a servio do Bem, formam cordes de isolamento em torno do local. Deste modo, as entidades de m-f ou agressivas, postam-se a distncia, evitando-se, assim, a projeo dos seus pensamentos maldosos ou fluidos magnticos que perturbem a harmonia da sesso.

PERGUNTA: - Por que os doutrina dores, nessas sesses, costumam recomendar aos presentes que se concentrem bem, a fim de fortalecer a "corrente"? Que devemos entender por essa to propalada "corrente"?

RAMATS: - porque a segurana e eficincia dos trabalhos medinicos dependem essencialmente da harmonia e firmeza espiritual dos assistentes. O homem irradia foras benfeitoras ou nocivas segundo o grau do seu carter e a natureza da sua pose mental. Assim, qualquer debilidade na faixa vibratria, devida ao mau pensar ou mau sentir, de alguns, bastante para afetar o ambiente espiritual da reunio. Alm disso, assim como h pessoas cuja presena influencia beneficamente o ambiente, h outras que lhe so nocivas. Isto depende da aura magntica de cada um.

Enquanto a crueldade, os instintos agressivos e a sensualidade de Nero, Calgula, Gengis-Khan ou Torquemada deprimiam e intoxicavam o recinto onde eles estivessem, j, em sentido oposto, os que se aproximavam do amoroso Jesus sentiam-se contagiados por elevadas e sublimes emoes de alegria, bondade e encantamento espiritual. 1

1 - Nota do Revisor: Vide a excelente obra "Estudando a Mediunidade", de Martins Peralva, captulo III, "Problemas Mentais", pg. 22, edio da Livraria da Federao Esprita Brasileira.

Em tais condies, a concentrao espiritista deve ser uma convergncia de pensamentos lcidos e sadios focalizados num objetivo superior, alimentada pelo otimismo, tolerncia, perdo e ternura. Nas "sesses brancas" dos esoteristas, o mentor recomenda que os seus adeptos faam incidir os pensamentos vigorosamente sobre motivos agradveis, como seja uma paisagem encantadora, numa flor colorida e orvalhada, ou nas figuras santificadas do Mestre Jesus.

Da, o motivo por que o homem evangelizado um timo cooperador nos trabalhos espritas, pois a sua vida voltada ao Bem em todos os seus aspectos, faz que ele seja uma criatura em permanente sintonia com os espritos bons.

PERGUNTA. - Podereis elucidar melhor quanto aos efeitos dessa "sintonia"?

RAMATS: - evidente que se vos puserdes a pensar (em torno da mesa esprita), na caa, na pesca, em palhoas ou cocares em breve atraireis para junto de vs os espritos sintonizados a tal faixa vibratria, ou seja, os ndios, caboclos, caadores primitivos e infantis. Sintonizando-vos aos temas vulgares, em breve vos ligais mentalmente s criaturas dessa mesma predileo, da mesma forma que a especulao filosfica de natureza superior termina convocando os pensamentos dos sbios, dos filsofos e dos cientistas elevados. A evocao das cenas lbricas ateia desejos torpes e vos afina mesma faixa vibratria em que vivem as pessoas acostumadas a esses hbitos lascivos. Nestes casos, distanciais-vos imediatamente dos vossos guias espirituais, pois vivendo em diapaso muito elevado, eles no podem interferir a vosso favor, assim como o raio do Sol no consegue penetrar no vaso de barro.

PERGUNTA: - A maioria dos espritas assegura que h grande interesse dos espritos malfeitores desencarnados em acabarem com as sesses espritas medinicas, a fim de enfraquecer a obra do Espiritismo. Isso verdade?

RAMATS: - Os centros espritas podem falir ou ser "desmanchados" pelos seus prprios componentes "vivos", sem mesmo haver interferncia dos "mortos", pois a vaidade, a obstinao, o amor-prprio, a ignorncia, o cime ou a rivalidade entre os dirigentes e mdiuns tambm liquidam as agremiaes invigilantes. Nos centros espritas ou terreiros desavisados da realidade espiritual muito comum o conflito personalstico e a competio entre os seus prprios componentes, onde os nefitos tentam superar os velhos, ou estes petrificam-se de maneira teimosa em suas idias e empreendimentos conservadores.

Os candidatos a mdiuns, em geral, procuram suplantar em suas comunicaes tbias a conceituao lisonjeira dos veteranos tarimbados no intercmbio com o Alm. Assim, alguns dos novos, em sua pressa e afoiteza de sobrepujar os demais, carreiam as maiores tolices e incongruncias para a seara esprita, guisa de importantes revelaes do Alm-tmulo, sob o nome de algum falecido de alto gabarito no mundo terreno. Essa preocupao ingnua de impressionar o pblico e o rebuscamento de um palavreado altiloqente, coisa muito comum entre os mdiuns nefitos, s vezes, d margem para que os espritos mistificadores aproveitem-se para comunicar futilidades e distores doutrinrias, no sentido de confundir e abastardar a prpria filosofia esprita.

Alis, os mdiuns fascinados pelos maus espritos so sempre os ltimos a identificarem sua situao ridcula e as circunstncias censurveis com que se expem aos demais companheiros.

Doutra feita, o centro esprita petrifica-se num clima lgubre ou severo em extremo, porque o doutrinador ou demais responsveis so criaturas irascveis ou excessivamente puritanas. Escovados pela prpria experincia, identificam a malcia no mais sadio humorismo e apontam o "pecado" no menor descuido do prximo.

Sentenciosos e pessimistas anatematizam todo o bulcio do jovem, a msica moderna trepidante, o futebol e os excessos emotivos, os bailes da juventude e irritam-se ante a algazarra das crianas sadias. 2 Em sua implicncia, predispem no centro esprita o ambiente de constrangimento, preocupaes e temor entre os seus componentes, cerceando-lhes todas as iniciativas e labores que ajustam a doutrina s novas descobertas e aos esforos espiritualistas dos demais.

2 - Nota do Revisor: A propsito dessa necessidade da criatura humana expandir o excesso de sua vitalidade moa, e, tambm, da atitude excessivamente severa dos "velhos" conservadores, recomendamos a obra "Missionrios da Luz" captulo II, "A Epfise", pgina 23, quando o autor inicia a alnea, dizendo: "Segregando unidades de foras..."

Eis por que no muito difcil para os espritos falaciosos e maquiavlicos semearem a discrdia, o descontentamento ou o fracasso nos empreendimentos espiritistas improdutivos, onde a mesa-redonda da boa vontade substituda pela vontade discricionria e teimosa dos dirigentes obtusos, teimosos e egostas, adversos a qualquer movimento que modifique o rano conservador. Deste modo prestam um "desservio" doutrina esclarecedora de Kardec, produzindo um antifraternismo que alm de cercear o progresso frutifica o desnimo, afasta os entusiastas e os idealistas.

PERGUNTA: - Mas no verdade que certos espritos desencarnados pretendem liquidar com as reunies medinicas e os centros espritas porque isso lhes enfraquece suas empreitadas diablicas?

RAMATS: - Realmente, as falanges das sombras envidam todos os esforos para destrurem as atividades benfeitoras que tentam esclarecer o homem quanto sua verdadeira responsabilidade espiritual. bvio que a criatura terrena esclarece-se medida que se desprende das faixas vibratrias dos espritos viciosos e afeitos a toda sorte de paixes degradantes.

Assim que o homem assume a conscincia de seus atos, controlando suas emoes e pensamentos, indubitvel que ele tambm se liberta da condio de um "repasto vivo" das entidades desencarnadas afeitas a todas as torpezas e aberraes. Em conseqncia, as falanges das sombras realmente combatem com fria as atividades espirticas, na Terra, porque o Espiritismo firma suas bases libertadoras no prprio Evangelho do Cristo, isto , no mais avanado conjunto de leis siderais de salvao do homem encarnado. Os adeptos ou crentes nas religies dogmticas do mundo, em geral, buscam nos seus templos ortodoxos os sedativos que lhes afrouxam a musculatura espiritual. Atentos s palavras do pastor, do sacerdote ou lder evanglico, hipnotizados s rezas e aos cnticos coletivos, tais fiis retomam aos seus lares vivendo a sensao eufrica de que se libertaram de suas mazelas e pecados da vida cotidiana.

O altar, pela tradio, desde o velho Egito, o ponto de convergncia e ateno de todos os presentes cerimnia religiosa; ali se congregam os eflvios magnticos indesejveis. Por isso, na antigidade, os altares eram constru dos do melhor cedro, rvore conhecida como um dos melhores campos vegetais condutores de eletricidade, servia proveitosamente para o melhor xito da magia religiosa da poca.

A suntuosidade, o exotismo ou a disciplina exigida nas reunies e cerimnias das igrejas catlicas, templos protestantes e casas reformistas ajudam os adeptos a retomarem para seus lares, certos da limpeza dos seus pecados. No importa se outros novos pecados sero cometidos na prxima semana, pois o refgio de suas mazelas e dos seus equvocos estender-lhes- os braos, no domingo vindouro, mediante a prdica do pastor sentencioso ou do sacerdote que os absolve novamente.

No entanto, os espritas aprendem, j de incio, que nenhuma cerimnia, sacerdote ou compostura religiosa os salvar dos pecados cometidos; e que s a reforma ntima, a modificao da conduta e o esprito regrado lhes proporcionar melhor futuro. Os seus pecados so os efeitos de suas mazelas, sandices e crueldades do passado; a sua redeno no se far dentro de um templo luxuoso, aos ps de um sacerdote, mas pela libertao decisiva das paixes e dos vcios humanos, ou seja, destruindo em si mesmos o terreno mrbido pecaminoso, que os liga s esferas ocultas das entidades malfeitoras.

Em conseqncia, o movimento esprita mais perseguido e odiado pelos "mentores das Trevas" porque os seus adeptos no sublimam seus pecados semana aps semana, sob a agradvel impresso de transferirem-nos para o sacerdote ou pastor, que depois h de acertar-se com Jesus ou com Deus.

Um centro esprita funcionando base do Evangelho do Cristo um reduto salvacionista, onde os seus freqentadores imunizam-se contra as investi das dos planos inferiores. Ali, os seus participantes recebem estmulos energticos para ajustarem-se vida superior e porem-se a salvo das investidas das Sombras. O ensinamento no feito base de "obrigaes religiosas", mas principalmente sob o esquema do" dever" e da "responsabilidade" pessoal. Enquanto as religies dogmticas "frenam" as paixes dos seus fiis, confundindo a soluo do problema pecaminoso com o seu temporrio impedimento, o Espiritismo ensina e requer uma libertao consciente, lenta e demorada, se for preciso, mas "definitiva". A vida atual a revelao positiva do negativo da existncia finda; o sofrimento humano a retificao do desvio antianglico. No h injustia nem privilgio; "a cada um, segundo suas obras"! resoluo pessoal, individual e intransfervel a qualquer sacerdote ou pastor.

Deste modo, a doutrina esprita realmente um estorvo para as intenes maquiavlicas dos"maus espritos"; interessa-lhes minar as bases sadias que ensinam o homem a libertar-se das paixes e dos vcios num esforo particular e definitivo. No entanto, um centro esprita s se desmancha, realmente, quando os destruidores do Alm-tmulo podem infiltrar-se no seu seio atravs das paixes e das impertinncias dos seus prprios componentes. Eles ento exploram a vaidade, o cime, a rivalidade e o amor-prprio de todos, at lev-los ao atrito, separao e ao estagnamento doutrinrio.

PERGUNTA: - H fundamento na explicao de que certos centros espritas ou terreiros so protegidos pelos espritos trevosos?

RAMATS: - Pois se os espritos "das sombras" perseguem e tentam aniquilar os centros espritas onde prevalece o Evangelho do Cristo, bvio que eles prestam seu apoio e incentivam todos os esforos, reunies e agremiaes espirticas ou de Umbanda, onde os conceitos possam ser deformados e ridicularizados. Deste modo, os mentores do astral inferior recomendam aos seus tutelados que assistam os trabalhos medinicos de baixo nvel moral, onde a tolice, o ridculo, a vaidade e o interesse mercenrio constituem um verdadeiro "desservio" linhagem inicitica do Espiritismo.

Acresce, ainda, que muitas criaturas adulteram as funes da mediunidade, entregando-se a trabalhos anmicos de Umbanda, semeando sandices e truncando a realidade espiritual, guisa de um servio medinico superior. As comunidades do astral inferior fazem o seu estacionamento nos centros espritas e terreiros nos quais s domine a ansiedade do fenmeno espetacular, em vez da "auto-redeno". Ali estiola-se o esprito de iniciativa, desvirtua-se o discernimento espiritual e cresce o descuido para com a responsabilidade espiritual do ser. 3

3 - Nota do Revisor: Vide a obra "Nos Domnios da Mediunidade", captulo XXVII, intitulado "Mediunidade Transviada", pgina 226, em que o autor focaliza muito bem esse assunto da "proteo" dos legados das sombras nos trabalhos espritas de natureza inferior.

PERGUNTA: - Em geral os espritas atribuem aos sacerdotes catlicos desencarnados a primazia de "desmanchar" os centros ou reunies espirticas. Isso tem fundamento?

RAMATS: - No h dvida de que existe do "lado de c" um grande movimento sustentado pelo Clero Romano, no sentido de tolher as atividades do Espiritismo; e trata-se de iniciativa comandada pelos maus sacerdotes, isto , por aqueles que, na Terra, j viveram vida corrupta e censurvel no seio dos prprios templos. Foram homens que, em vez de cumprir com dignidade os propsitos assumidos para com a Igreja Catlica, s buscaram no mundo os gozos e os benefcios ilcitos protegendo-se pela santidade das vestes sacerdotais. Quando encarnados, foram prejuzos vivos contra a prpria comunidade a que pertenceram, porquanto desmentiam o trabalho santificado e til das almas excelsas que cumpriam seus votos religiosos sob a inspirao do Cristo. A Igreja Catlica no responsvel por esses trnsfugas, que no Alm-tmulo continuam a macular suas vestes sacerdotais em perseguio ao Espiritismo, pois dessa mesma Igreja que surgiram as figuras sublimes de um Francisco de Assis, Vicente de Paulo, Terezinha de Jesus, Dom Bosco, Antnio de Pdua, Padre Damio e outros, cuja vida foi um hino de beleza e amor ao prximo.

Como o rtulo no modifica o vinho azedo e o hbito no faz o monge, esses maus padres seriam perversos, ambiciosos ou imorais, em qualquer setor de atividade humana a que se devotassem. Deste modo, eles sempre estariam operando no "lado de c", no somente contra o Espiritismo, mas tambm contra qualquer instituio espiritualista que se devote a melhorar o padro espiritual do homem.

Em verdade, a classe sacerdotal indigna do prprio templo religioso em que conviveram na Terra, possui, no Espao, vasta agremiao e movimentos destinados.a destruir na Crosta qualquer esforo de carter espiritual superior. Dirigem-nos os gnios "maus" das "Trevas" e atacam qualquer reunio ou centro esprita que lhes facilite o ensejo demolidor; infiltram-se no seio dos trabalhadores descuidados e solapam as bases sadias das atividades construtivas, procurando incentivar a vaidade e promover a confuso entre os seus participantes. Quando logram comandar algum organismo medinico menos vigilante, destacam-se pelas comunicaes pomposas e pela verborragia oca, apresentando-se com o nome de homens famosos ou de criaturas j santificadas.

Inescrupulosos, sarcsticos e por vezes inteligentes, de longo tirocnio no campo da astcia, eles conseguem infiltrar-se entre os espritas nefitos, que ainda se entusiasmam pelo fenmeno, muito antes de buscarem sua modificao espiritual. Quando logram estabelecer a discrdia, a desconfiana e o choque personalstico entre os membros de uma agremiao esprita, ento, eles a destroem depois de rompida a segurana espiritual mantida pelos protetores do Alto.

PERGUNTA: - Qual a forma que os espritos benfeitores comprovam a boa ou m "concentrao" dos espritas nas suas reunies medinicas? Porventura os pensamentos se fotografam, no ar, em torno dos mesmos?

RAMATS: - As criaturas humanas emitem raios de luzes to intensos ou dbeis conforme lhes seja a natureza dos pensamentos e dos sentimentos. Durante as palestras cujo assunto inferior, fescenino ou agressivo, as auras dos homens tingem-se de cores escuras, que vo desde o vermelho-sanguneo, o verde-ardsia, o cinzento-oleoso at o preto depressivo. No entanto, se o assunto em foco de ordem elevada, no qual se conjugam os princpios elevados do esprito, ento fulguram as cintilaes luminosas dos seus autores e atraem para junto deles entidades que procuram o contato humano no sentido de ampliar o servio do Cristo no orbe terrqueo.

Em conseqncia, as pessoas que se renem em torno de uma mesa esprita com o objetivo de efetuar um trabalho medinico, espargem suas luzes conforme seja o seu carter espiritual, porquanto o volume de sua luminosidade corresponde exatamente ao grau de sua natureza psquica. A conexo de luzes que se faz entre as irradiaes das auras de todos os participantes tambm compem uma "aura de fora" ou de segurana espiritual, baseada no grau e na capacidade espiritual de concentrao. Enquanto se estabelece uma "corrente de fora" impregnada de elementos vitais e magnticos dos presentes, que em seguida casam-se aos fluidos dos espritos desencarnados, produz-se a emanao teraputica, que beneficia, suaviza e mitiga o sofrimento dos prprios espritos sofredores, ali presentes.

evidente que as pessoas corruptas, de mau viver e vtimas das paixes escabrosas no conseguem manter o "tnus vital" necessrio para sustentar uma concentrao de boa estabilidade medinica. Em tal caso, as comunicaes dos espritos no se efetuam com a devida exatido, mas deixam dvidas e desconfianas, tanto pelo excesso de animismo dos mdiuns, como em face do nvel espiritual de quem as efetua.

PERGUNTA: - Os mdiuns que trabalham em reunies espritas de bom quilate espiritual so atendidos ou fortalecidos antes das mesmas, pelos seus protetores, a fim de cumprirem um servio til e proveitoso? Ou no h necessidade de qualquer assistncia espiritual para as suas tarefas medinicas?

RAMATS: - evidente que o mdium no apenas uma pea viva mecnica, que deve funcionar inconscientemente durante o seu trabalho de intercmbio conosco;

acima de tudo ele esprito imortal e senhor da bagagem pregressa que incorporou em vidas anteriores. Tratando-se de criatura de responsabilidade pessoal definida na existncia cotidiana, ele tambm obrigado a manter o seu lar e cumprir os deveres sociais para com as demais criaturas do mundo fsico. Por isso, ele socorrido e examinado antes de qualquer trabalho medi nico, de modo a no comprometer a tarefa coletiva no instante de sua maior necessidade psquica. No dia do seu trabalho medinico, as entidades benfeitoras procuram afast-lo dos ambientes nocivos, eliminar-lhes os pensamentos grosseiros e aproxim-lo das criaturas benfeitoras, estimulando-lhe os sentimentos e propsitos espirituais superiores.

Quando se trata de um mdium de bons propsitos e objetivos louvveis, os tcnicos do "lado de c" assistem-lhe tanto ao metabolismo fsico como ao equilbrio da sua natureza psquica. O seu sistema nervoso recebe o controle mdico do Espao, a fim de funcionar a contento durante a comunicao com o Alm; o sistema glandular examinado e estimulado na produo de hormnios capazes de compensarem o gasto de energias psicofsicas durante a tarefa medinica. Alis, cada clula do homem um organismo parte, que exige certo combustvel para funcionar a contento; no campo fsico pode isso ser compensado com o magnetismo, mas no campo espiritual s o Amor o alimento eletivo das clulas da alma.

PERGUNTA: - Como que o guia executa a sua tarefa no momento de comunicar os seus pensamentos? Ele interpenetra a organizao fsica do mdium ou s lhe movimenta os centros nervosos no sentido de cumprir a sua misso espiritual junto aos encarnados?

RAMATS: - Em geral, o esprito comunicante senta-se junto ao mdium, enlaa-o com o brao esquerdo e, com o direito, cobre-lhe o crebro acionando-lhe o campo da memria perispiritual, a fim de lograr maior acervo e recursos na traduo dos seus pensamentos. Sem dvida, ele tudo faz para evitar as imerses do subconsciente do mdium, pois deste modo, a sua mensagem ficaria algo truncada ou perturbada nos momentos de maior ressalte espiritual. Alis, o esprito comunicante procura sintonizar a sua luz mental irradiada da epfise perispiritual, com a luz mental que tambm aflora da epfise fsica do mdium. Ele procura efetuar uma combinao, a mais lcida possvel ou homognea, a fim de facilitar ao mdium transmitir com suas prprias palavras as idias que ventila no contato perispiritual.

No caso da psicografia o plexo braquial do mdium o ponto visado pelo esprito comunicante, pois quanto mais ele puder agir livremente por esse centro nervoso, mais lcida e ntida tambm a sua mensagem espiritual psicografada.

PERGUNTA: - H muitos espritos que desejam comunicar-se em cada sesso medinica, ou os mdiuns podem ficar inativos por falta de comunicantes desencarnados?

RAMATS: - O resultado dos trabalhos medinicos depende fundamentalmente da quantidade e da capacidade dos mdiuns participantes, pois do "lado de c" muito comum existir maior quantidade de espritos para comunicarem-se com os vivos, do que o ensejo de mdiuns disponveis. No entanto, nos trabalhos sensatos e protegidos, as oportunidades so distribudas de modo a favorecer mais o bem coletivo do que atender as solicitaes pessoais. Quando h mdiuns em quantidade razovel, os espritos tambm podem tratar de assuntos de natureza mais particular, ou lhes possvel dirigirem-se direta e familiarmente aos presentes nas suas mensagens medinicas. No entanto, quando apenas existe um s mdium em condies favorveis para a comunicao do Alm, os mentores do trabalho orientam o comunicante para s cuidar de assunto de interesse coletivo e evitar as particularidades.

Eis o motivo por que as sesses medinicas de mesa, em geral, no oferecem ensejos de comprovaes pessoais, enquanto as comunicaes costumeiras situam-se na craveira comum de todos os dias ou, quando muito, no passam de exortaes e assuntos de ordem geral. O mdium fica obrigado a estender-se em consideraes de mbito coletivo e evitar a preferncia pessoal, pois isso implicaria em desservio aos demais freqentadores.

PERGUNTA: - certo que os alcolicos, o fumo e a carne prejudicam o desenvolvimento medinico?

RAMATS: - Alguns mdiuns crem que a funo medinica nada tem a ver com a sua maneira de viver fisicamente. Por isso, abusam da carne nas mesas lautas, escravizam-se completamente ao fumo e encharcam-se ingerindo corrosivos alcolicos. No importa se a bebida carssima do rico ou a cachaa tradicional do pobre; o seu fundamento sempre o lcool perigoso e corrosivo contextura sensvel do ser. quase impossvel a criatura lograr o domnio de faculdades incomuns, quando ainda permanece jungida aos liames dos vcios e das paixes mais atrofiantes. No pode produzir resultados satisfatrios aquele que vai para a mesa esprita com o ventre excessivamente empanturrado de vsceras animais, vertendo alcolicos guisa de um alambique vivo ou exsudando fortemente o cheiro acre do charuto ou do "palhinha" babado de saliva. Acontece que o ato de intercambiar com as entidades superiores ou de fornecer fluidos teraputicos aos enfermos um momento incomum na vida do ser, o qual merece um pouco de ateno, disciplina e renncia de quem o efetua. A tal caso tambm se ajusta o conceito evanglico de que "no se acende uma vela a Deus e outra ao Diabo".

Se no fora a assistncia benfeitora dos espritos encarregados de dissolverem os fluidos que se geram em tais imprudncias, ento seriam de pouco resultado as reunies de intercmbio medinico com o mundo astral. Os candidatos a mdiuns procuram as revelaes de alto gabarito e o domnio de faculdades incomuns, mas quase sempre continuam cultivando as aberraes de suas vidas, que lhes embotam a sensibilidade psquica.

PERGUNTA: - verdade que, durante as sesses de sofredores ou doutrinaes de espritos perturbados, deve-se evitar a presena do pblico?

RAMATS: - J dissemos que a mente a base de todas as atividades do esprito na matria, e tanto cria os quadros mrbidos que afligem o homem, como as cenas agradveis que despertam o jbilo no prximo. Durante os trabalhos de esclarecimento de espritos infelizes e habitantes do astral inferior, os circunstantes se prendem aos quadros que esto sendo descritos pelos comunicantes, e assim cada um interfere conforme sua ndole, seu temperamento ou condies psquicas, seu otimismo ou pessimismo. A entidade que ali se encontra vivendo momentos de aflio, sente agravar-se o seu sofrimento ante os fluidos perturbados e animalizados do mdium e das pessoas presentes. Isso a desajusta no ritmo consolador a que o doutrinador a conduz, uma vez que ela sente-se mais "materializada" num campo de foras de natureza inferior.

Acresce, ainda, que a exposio de acontecimentos dolorosos do infeliz comunicante desencarnado desperta toda sorte de sentimentos heterogneos no pblico indisciplinado, e por esse motivo o trabalho medinico decai em sua freqncia vibratria, enfraquece na segurana psquica e, assim, facilita a interferncia de outras entidades maldosas. Considerai que a prpria confisso dos pecados do homem ao sacerdote feita de modo sigiloso, no confessionrio, ao abrigo das indiscries alheias, na forma de uma contemporizao piedosa para com os equvocos da vida fsica.

PERGUNTA: - H importncia na questo de horrios para se iniciar ou terminar os trabalhos medinicos ou reunies espritas?

RAMATS: - bvio que nas reunies medinicas nos centros espritas de bom teor espiritual a assistncia do "lado de c" tambm de natureza superior. Em conseqncia, os espritos que desempenham as tarefas de socorro espiritual so entidades serviais, benfeitoras e laboriosas, cujo tempo lhes precioso, em face dos seus outros compromissos no ambiente do plano astral.

Eles vivem onerados por tarefas espirituais de vulto e dividem os seus minutos num programa de ao proveitosa a desencarnados e encarnados. Deste modo, se iniciais os vossos trabalhos medinicos a esmo e sem cumprir o horrio programado, evidente que estareis desperdiando o valioso tempo desses vossos amigos do Alto, por faz-los esperarem inutilmente e retardar-lhes tarefas preciosas.

Da a necessidade de se cumprir o horrio programado para iniciar e terminar as sesses medinicas, a fim de que os vossos protetores desencarnados possam dar cumprimento a suas tarefas espirituais programadas para outros locais e atender outras obrigaes. Alis, o problema de pontualidade no Espao levado a srio, pois quanto mais responsvel o esprito, mais severo e correto ele em seus compromissos.

PERGUNTA: - Que se deve fazer com as pessoas que se apresentam todos os dias nos centros espritas, rogando a oportunidade de desenvolvimento medinico?

RAMATS: - Nem todas as pessoas que se apresentam s reunies espritas com o fito de desenvolver sua mediunidade a conselho de outros, so realmente mdiuns ou requerem esse desenvolvimento imediato. J dissemos que muitos confundem manifestaes fisiolgicas com faculdades medinicas; doutra feita trata-se de enfermos; precisam mais de assistncia espiritual, do medicamento, do passe e do conselho, do que mesmo de sentar-se mesa esprita para fenomenologia medinica.

de pouca valia o desenvolvimento medinico na criatura que ainda no exercitou a pacincia, no desenvolveu a bondade, nem perdoou os seus adversrios; e ainda intrigante, caprichosa ou ociosa. Sem dvida, tal mdium h de ser um tropeo entre aqueles que levam a srio sua responsabilidade medinica e desejam aproveitar todos os momentos disponveis para o seu engrandecimento espiritual. Algumas vezes os candidatos a mdiuns confundem hipersensibilidade medinica com a sua prpria irascibilidade, descontentamento, amor-prprio, ressentimentos ou mau gnio, atribuindo aos espritos desencarnados a culpa de suas prprias mazelas espirituais.

Deste modo, aqueles que se apresentam nos centros ou nas reunies espritas buscando o desenvolvimento medinico, em primeiro lugar devem avaliar o seu grau de pacincia, tolerncia, renncia e perseverana em assistir os trabalhos medi nicos, para ento auferir os conhecimentos ali divulgados, corrigir sua conduta moral e afeioar-se aos demais conhecimentos do Espiritismo. indubitvel que o mdium no poder beneficiar o prximo, se antes de tudo recusa-se ao burilamento interior, leitura espiritista e afasta-se do contato benfeitor com os espritos bons.

Os passes magnticos, as vibraes amorosas dos espritos guias e as relaes incessantes com os componentes dos grupos espiritistas sempre ajudam o candidato a mdium a recuperar-se das perturbaes espirituais e assim sentar-se mesa esprita para o devido desenvolvimento medinico. Da, pois, a convenincia do mesmo fazer um pequeno "estgio" de reconhecimento e afinidade para com o grupo de pessoas a que vai submeter-se num servio de intimidade espiritual, onde suas qualidades e seus defeitos viro superfcie atrados pelas condies hipersensveis do meio esprita. A mediunidade como o "fio d'gua"avanando lentamente por entre os escolhos da superfcie do mundo, mas encorpando-se e tornando-se cada vez mais til e generoso, tanto quanto exercita-se no esforo de se "desenvolver" at o curso do rio benfeitor.

PERGUNTA: - Quais seriam as virtudes mnimas para um bom mdium e um bom desenvolvimento medinico?

RAMATS: - Desnecessrio vos dizer que a bondade, a tolerncia e a ternura so as principais virtudes que aproximam do mdium os espritos benfeitores e amorosos; no entanto, o mandato medinico ainda exige para o seu bom xito outras qualidades que burilam e engrandecem a criatura no servio cristo em favor do prximo. O mdium deve ser sigiloso, discreto e perseverante, a fim de resguardar aquilo que por vezes lhe transmitido de modo confidencial e que, por piedade, no deve ser divulgado. Sem dvida, o estudo incessante das obras espiritistas formar a base segura do discernimento do mdium, facultando o ensejo dele receber mensagens de entidades elevadas e condutoras de homens.

Quanto ao desenvolvimento medinico favorvel, ele pede cuidados desde a alimentao at a higiene psquica, porquanto a sade psicofsica do candidato fator preponderante na composio dos fluidos magnticos e vitais que lhe aliceram o intercmbio medinico. Cumpre-lhe afastarse dos ambientes viciosos, infestados de entidades malfeitoras e de ba