heitor villa-lobos e o ensino de música no brasil entre 1930 e 1945 (nascimento, 2013)

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Page 1: Heitor Villa-Lobos e o Ensino de Música No Brasil Entre 1930 e 1945 (NASCIMENTO, 2013)

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Nº 2 > COLUNAS

Daniel Simão Nascimento Leia Mais ...

Mesmo um rápido olhar sobre a biografia de Heitor Villa-Lobos é suficiente para convencer o mais cético estudioso da sua importância para a história da música brasileira no século XX. Embora hoje em dia ele seja classificado como um autor clássico, Villa-Lobos não pensava a música a partir da simples separação entre clássico (ou erudito) e popular. Sempre muito próximo dos maiores músicos populares de seu tempo, o maestro influenciou profundamente muitos deles e foi também por eles influenciado. No entanto, quando falo na importância e na influência de Villa-Lobos, não são as relações pessoais por ele cultivadas que tenho em mente, mas sim seu papel à frente da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA) durante o governo Getúlio Vargas. Como é bastante comum entre os músicos, Villa-Lobos passou por dificuldades financeiras em vários momentos de sua carreira. Sabemos, por exemplo, que, mesmo em 1923, depois que ele já havia se estabelecido com um dos maiores, se não o maior, músico do país, sendo responsável por toda a parte musical da Semana de Arte Moderna do ano anterior, Villa-Lobos ainda encontrava dificuldades para financiar suas atividades. Bem relacionado, o maestro consegue que alguns amigos se articulem para conseguir a liberação de 108 contos de réis junto à Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro com o objetivo de subsidiar sua estadia por dois anos na Europa, período que ele utilizaria para divulgar sua obra

i. A

proposta causou muita polêmica tanto na Câmara quanto na imprensa, e no final teve seu valor modificado para 40 contos de réis, dos quais Villa-Lobos recebeu apenas a metade. A situação do maestro não era melhor em 1930. Apesar do sucesso que foi a viagem para a Europa e de todo o reconhecimento que ele obteve da crítica nos anos seguintes, o fato é que, quando chega a crise política que derrubou o então presidente Washington Luís, Villa-Lobos estava falido e pronto para tentar a sorte fora do Brasil. É então que João Alberto Lins de Barros, interventor em São Paulo, o convida para excursionar pelo interior. Villa-Lobos tocaria violoncelo e trabalharia como produtor de uma caravana composta por outros sete músicos. Pouco depois o maestro seria indicado por Anísio Teixeira para dirigir a SEMA. A indicação lhe deu a chance de desenvolver suas propostas para a educação musical no Brasil, das quais algumas já haviam sido apresentadas ao governo em 1925. No entanto, foi só depois que Getúlio chegou ao poder que elas tiveram a chance de sair do papel.

Leia as colunas dos outros números

A invenção de uma tradição, samba e política no Brasil do século XX

Folclorização do popular, o modernismo

brasileiro e a valorização da música folclórica

nº1

Heitor Villa-Lobos e o ensino de música no Brasil entre 1930 e 1945

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