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LUDERE NON LAEDERE H A J A S O L ! ! ! Roberto Mancuzo Jornal de opinião - Presidente Prudente - Ano 1 - número 2 - Novembro 2019 - Distribuição gratuíta

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LUDERE NON LAEDERE

HAJA SOL!!!

Roberto Mancuzo

Jornal de opinião - Presidente Prudente - Ano 1 - número 2 - Novembro 2019 - Distribuição gratuíta

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Assinantes Master de apoio cultural

- Ordem dos Advogados do Brasil - Presidente Prudente

- Toledo Prudente Centro Universitário

- Universidade do Oeste Paulista

NOVEMBRO 2019

“O presidente da República virou lobista do fi lho deputado, para conseguir elegê-lo líder. Acho que é a maior humilhação a que um presidente já foi submetido. O Eduardo Bolsonaro é desprovido de massa cinzenta. O que há na cabeça dele é um fígado enorme e ele só age com o fígado.” Joice Hasselmann, Deputada Federal do PSL

“A lentidão da Justiça resultou na prescrição do processo criminal

contra o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e o Bispo

João Batista, ambos acusados de lavagem de dinheiro e outros delitos. A ação penal completou 8 anos sem

julgamento em setembro.” Flávio Ferreira, Jornalista

da Folha de S. Paulo

“É preciso reconhecer que Lula teve capacidade para governar, pois demonstrou ter jogo de cintura e não quebrou regras. Eu não tenho a visão de que o Brasil vai piorar porque o presidente é de direita e seu grupo de referência atrasado,reacionário e antiquado.”Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República em entrevista à Folha de S. Paulo

“O presidente mentiu na ONU quando declarou que a Amazônia

permanece praticamente intocada. Não faltam estudos, imagens, dados e registros ofi ciais mostrando que quase um quinto do bioma já virou fumaça.”

Marcelo Leite, jornalista e doutor em ciências

sociais pela Unicamp

“No primeiro ano da gestão João Dória (PSDB) como

governador, a área social foi uma das mais penalizadas por cortes de gastos

orçados no Estado de São Paulo” Artur Rodrigues,

jornalista da Folha de S. Paulo

“O que esperar da censura bolsonariana? O presidente só vê Chaves

e o ministro só conhece berimbau. Estamos perdidos!”

Alexandre Frota, Deputado Federal (PSDB-SP), sobre a Caixa

ter criado sistema de censura a projetos culturais realizados em

seus espaços

“Em vez de insistir em explicações conspiratórias que atribuíram a vitória de Bolsonaro, a oposição faria melhor se refl etisse sobre os seus erros, assim como sobre os acertos da nova direita, que conseguiu se conectar com a população e jogá-la contra a esquerda.” Pablo Ortellado, professor da USP e doutor em Filosofi a

“Há quem alimente os crocodilos na esperança de ser comido por último”

Winston Churchill, em 1940, sobre aqueles que queriam negociar

com os autocratas e nazistas

“Se Olavo Carvalho, consultor do nosso presidente, fosse um guru respeitável e não um fanfarrão, não defenderia a bizarra teoria do terraplanismo. Bom mesmo seria isolá-lo nas extremidades do nosso planeta, onde poderia passar o resto de sua vida empinando papagaios.”Juca Gaudério,jornalista deste tabloide

“Até Bolsonaro deve querer se livrar de Ricardo Salles. Mas é uma

missão impossível, pois, para assumir o Meio Ambiente não há nada pior

do que Ricardo Salles.” Flávia Boggio, radialista do

núcleo de humor da TV Globo

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3 LUDERE NON LAEDERE - - NOVEMBRO 2019

Editora Pio-pardo CNPJ 32.63.751/0001-65 - Presidente Prudente/SP

Comercial: Nelson Balloni - [email protected] Telefone (18) 3223-5315 - Whatsapp: (18) 99775-5315Av. José Soares Marcondes - 87 - sala 131 - Bairro: Bosque

Editores: Zelmo Denari - [email protected]é Roberto Fernandes Castilho - [email protected]

Estagiário em Jornalismo: Luan Buzzo - [email protected] DECOMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE

Diagramação:Aurélio Miguel

Tiragem: 5.000 exemplares

facebook.com/jornalpiopardoJORNAL DE OPINIÃO

Presidente Prudente - Pio Pardo nova aparição ano 1 - número 2 - Novembro 2019

Os artigos assinados não correspondem necessariamente a opinião do jornal, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.

O fato mais icônico da se-mana foi o voto da ministra Rosa Weber, da Suprema Corte, contra a prisão dos condenados após decisão de segunda instância. O quadro atual computa 4 ministros a favor da prisão e 4 ministros contra a prisão.

A serem mantidos os po-sicionamentos anteriores, a corte constitucional deverá por 6 con-tra 5 se posicionar contra a prisão após decisão de segunda instân-cia, nos estritos termos do art. 5º, inciso 57 que somente admite a prisão após o “trânsito em julga-do de sentença penal condenató-ria”.

Trocando em miúdos, isto significa dizer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverá ser libertado no próximo mês de novembro e, portanto, doravante, como dizia conhecida marchinha de carnaval, “as águas vão rolar”, mas os petistas mais radicais es-tão aguardando para o próximo e novo dilúvio!

De resto, um dos proble-mas mais instigantes do nosso país continua sendo o da anoma-lia dos estipêndios dos servidores públicos. Em todos os redutos do funcionalismo público temos no-tícias dos salários elevados e das aposentadorias privilegiadas. É o que retrata o recente editorial da Folha de São Paulo.

O país clama há tempo por uma reformulação administrativa do Estado brasileiro, direcionada aos três níveis e governo. Na es-fera federal, a folha de pagamento responderá por 22.8% da despesa primária, isto é, excluindo os ju-ros, sendo que a maior rubrica fica a cargo dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Num dos Estados mais críticos, do Rio Grande do Sul, os salários, aposentadorias e pen-sões relacionados ao funciona-lismo representam 82% do gasto até agosto e o governador Eduar-do Leite (PSDB) se lançou numa dura batalha ao anunciar um pa-cote destinado a mudar carreiras e remunerações dos servidores.

De resto, conforme me-

todologia adotada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a despesa brasileira com funcioná-rios públicos da ativa, equivale a 13,6% do Produto Interno Bruto e está entre as mais altas do mundo! Os inativos, por sua vez, conso-mem cerca de 5% do PIB.

O motivo desses despauté-rios decorre dos salários elevados e aposentadorias privilegiadas. Um trabalho recente do Banco Mundial apontou que os servido-res federais contam com uma re-

muneração 96% superior a de em-pregados na iniciativa privada, de qualificação e região semelhantes.

Por essa razão, um editoria-lista da Folha considerou oportuna e correta a decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou não obrigatório os reajustes anu-ais, ou seja, os Estados-membros não estão obrigados a concedê-los, pelo puro e simples decurso de um ano. Somente em São Paulo, a economia pode chegar a R$ 2,3 bilhões ao ano.

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4 NOVEMBRO 2019

Antonio da Cunha Braga [email protected]

O bom filho a casa torna! Que ótimo termos de volta o Pio-Pardo, com seu senso critico, desnudando a verdade, doa a quem doer.

Em relação à matéria “Iluminação Pública”, pág. 19, gostaria de fazer algu-mas considerações sobre um tema da maior relevância, e que a administração munici-pal está relegando a segundo plano, tratando o tema como algo de menor importância para nossa cidade . Algo que me orgulho em nossa cidade - acredito que seja o pensa-mento de toda população - é a organização da cidade: ruas limpas, faixas pintadas, gra-ma aparada, tudo isso emol-durado, nas grandes ave-nidas, por uma iluminação pública da melhor qualidade, com lâmpadas vapor de só-dio na maior parte dela. Entra prefeito, sai prefeito, muitas coisas mudam, mas a quali-dade dos cuidados com a ci-dade permanece, integrando--se à nossa cultura.

Há dois anos, a Ener-gisa substituiu parte da ilu-minação das grandes aveni-das no centro da cidade por lâmpadas led, cor branca, quebrando muito desse visu-al bonito que nós tínhamos do centro da cidade, é só ob-servar, circulando pelas Av. Cel. Marcondes, Washington

Luiz, Manoel Goulart e Av. Brasil, quando saímos do tre-cho com lâmpadas vapor de sódio e entramos no trecho com lâmpadas led a queda de qualidade e beleza é gri-tante.

A lâmpada led está chegando para trazer econo-mia no consumo de energia, fato já comprovado. Porém não podemos garantir que seu tempo de vida útil seja maior, pois se trata de um produto muito novo no mer-cado e devemos, ainda, levar em consideração as condi-ções de chuva, sol, vento e a qualidade ruim da energia brasileira devido às oscila-ções do sistema elétrico na-cional.Outro ponto da maior importância é que a luz ama-rela penetra pela copa das ár-vores chegando até a calçada onde as pessoas transitam, enquanto que a luz branca se perde na copa das arvores, piorando a segurança dos transeuntes. Basta observar-mos as cidades da Europa, onde predomina as lâmpadas de sódio. Já as de led não são aceitas pelos responsáveis da beleza visual das cidades. Por exemplo, Paris, que seu

slogan é “Cidade-Luz”. Mas, voltando à nossa

Prudente, estamos assistindo a administração atual con-cluir uma licitação pública para comprar lâmpadas de led, para substituir 100% da iluminação central, mas sem um plano diretor, sem um planejamento global, sem uma discussão com a socie-dade, com as instituições re-presentativas do comércio, com as indústrias e com a Câmara Municipal.

Os investimentos de-vem ultrapassar os R$ 3 mi-lhões e as perguntas que não querem calar são as seguin-tes: qual o ganho no consu-mo de energia? O que se per-de em beleza e estética? O que se perde em segurança? Qual o tempo de vida destas lâmpadas? Que tipo de led seria necessário para tentar se manter o nível de ilumina-ção das avenidas?

Na audiência publica, do dia 26 de Setembro, uma das sugestões foi de se come-çar a troca pelos bairros da cidade, até porque é onde se tem problemas de fato com uma iluminação de baixa qualidade. Além de serem os lugares que necessitam de maior investimento em se-gurança pública. Se buscarmos a história da iluminação pública no Brasil, nos últimos 50 anos, vamos encontrar a lâmpada incandescente que predomi-nou durante décadas, seguida pela lâmpada mista, vapor de mercúrio, vapor de sódio mista e por último, vapor de sódio pura. As novidades fo-ram chegando devagar, sendo essas lâmpadas testadas nos postes com toda sorte de in-tempéries. Assim sendo, não podemos nos dias atuais ves-tir a roupagem da novidade, e entrarmos de cabeça nesta matéria, sem uma discussão que nos permita adotar uma postura homeopática, corren-do o menor risco possível de cometermos erros e de jogar-mos pelo ralo os recursos pú-blicos.

Vamos discutir

sobre iluminação

pública!

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5 NOVEMBRO 2019

No dia 29 de julho deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo jul-gou uma ação referente à intervenção na rodovia que gerou danos morais aos proprietários de uma residência que ti-veram perda temporária da privacida-de. A privacidade constitui valor pro-tegido pela Constituição Federal, va-lor que se relaciona diretamente com a atividade construtiva, gerando con-flitos. É algo que ocorre, por exemplo, também em relação às janelas e outras aberturas da edificação, que podem devassar a propriedade lindeira, ge-rando múltiplas ações de reparação – e ações para a necessária vedação delas (v. art. 1.031 do Código Civil).

O caso julgado em julho re-feriu-se a uma passarela para pe-destres construída sobre a rodovia Dom Pedro I, que cruza a área ur-bana de Campinas. Como dizem os autores na inicial, eles sofreram com as consequências do ato prati-cado pela concessionária da rodo-via, ou seja, a construção de “uma passarela na rodovia Dom Pedro I realizando a ligação de dois bairros, Jardim Santa Mônica e Jardim São Marcos”. Aduzem que tal obra “foi instalada bem em frente da residên-cia, ocasionando com que todos os transeuntes que ali passam, tenham ampla visão do interior da proprie-dade, violando sua privacidade e intimidade”.

A inicial diz ainda que “a passa-rela fica a apenas 5 metros da proprie-dade dos autores, e sua casa se tornou uma vitrine a céu aberto a quem quiser vê-la, atraindo até pessoas mal-inten-cionadas”. Daí a necessidade da ação judicial com dois pedidos básicos: (a) que a concessionária seja condenada em obrigação de fazer, qual seja, “rea-lize obras de correção na passarela de modo que cesse a visão da passarela sobre a casa dos autores, ou alternati-vamente que a passarela seja retirada e construída em outro trecho da rodo-via”; e (b) a condenação da empresa a indenizar os autores “em danos morais no valor de R$ 10 mil”.

Na contestação, a empresa afir-mou que a obra teve como finalidade a própria segurança dos moradores “que necessitavam realizar a traves-sia da rodovia”, devendo prevalecer o interesse coletivo sobre o interesse privado dos donos da casa.

Porém, a ação de indenização por danos morais foi julgada parcial-mente procedente em primeiro grau. Isto porque a concessionária, anteci-pando-se ao julgamento final, insta-lou uma chapa de ferro na estrutura, vedando a visão. Mas isto ocorreu somente após a propositura da ação,

Passarela gera danos moraisJosé Roberto Fernandes [email protected]

Visão da passarela a partir da residência (Foto extraída dos autos judiciais)

Passarela já com a visão vedada (Foto extraída dos autos judiciais)

em 2018. Em janeiro de 2019, a con-cessionária informa nos autos que pro-videnciou a instalação de uma chapa de ferro, a fim de obstar a visão da pas-

sarela em relação à casa dos autores. “Trata-se de uma estrutura metálica formada por perfis metálicos e chapas de aço que impedem a visualização das

residências próximas”. Mesmo assim, a sentença ob-

servou que a residência ficou com-pletamente exposta após a execução da obra, “sendo evidente, no caso, a violação ao direito à privacidade dos requerentes (art. 5º/X da Constituição Federal), não se caracterizando a si-tuação como mero dissabor comum das relações cotidianas. Nesse ponto, evidente que a lei, ao dispor sobre o direito de construir, buscou garantir o direito à privacidade da vizinhança, notadamente quanto do conflito de in-teresses causados pelas interferências indevidas em propriedades imóveis próximas”. Sobrevindo dano em de-corrência da execução da obra, “surge o dever da empresa de ressarcir os pre-juízos a que deu causa, pelo período em que a propriedade do autor esteve exposta à visão direta de terceiros”.

Assim, a sentença condenou a concessionária ao pagamento de R$ 5 mil a título de danos morais – metade do valor que foi pedido -, ponderan-do a finalidade da obra executada, ou seja, “a proteção de interesse coletivo, mais especificamente, a segurança dos pedestres que necessitavam realizar a travessia da rodovia”, e a vedação pos-teriormente feita, de modo voluntário.

No Tribunal de Justiça, em julho, a decisão foi mantida, reafir-mando-se que “a edificação causou constrangimentos aos autores que su-peraram – e muito – o mero dissabor ou aborrecimento das relações cotidia-nas”.

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6 NOVEMBRO 2019

ROBERTO MANCUZO

Prefeitura e Estado recorreram da decisão que determina a instalação do Bom Prato em Prudente, mas não teve jeito. A nova decisão do Tribu-nal de Justiça reafirma a necessidade de previsão orçamentária para 2020 visando à instalação do restaurante popular.

A cidadania agradece ao dr. Orivaldo Junior, grande defensor pú-blico de nossa cidade e batalhador incansável pela causa pública. Agora, ainda que haja recursos aos Tribunais Superiores, a Prefeitura vai ter que cumprir a decisão que muito a desa-gradou.

Só resta cumprimentar a De-fensoria Pública e lamentar a posição equivocada do sr. prefeito pruden-tino, que desde o início foi contra o restaurante e agora apresenta todos os recursos possíveis. Até agora a pre-feitura só perdeu... Não era melhor cumprir a decisão, sendo 2020 ano eleitoral, sr. prefeito???

A novela da desocupação do Camelódromo começou em 2014 com a ação civil pública

que o Ministério Público propôs e perdeu, determinando o

Magistrado que ficassem no local apenas 240 boxistas. Em reunião

no Fórum, ficou marcada a data de 25 de outubro para a desocupação,

mas agora a Prefeitura já fala em janeiro de 2020.

Enquanto isso, os profissionais da educação

física que trabalham no PUM são contrários à mudança do

Camelódromo para lá porque, segundo eles, as quadras são muito

utilizadas por crianças e jovens, são novas, foram reformadas

faz pouco tempo, e o espaço não pode ter outra destinação além

da prática desportiva. Alguns prudentinos levantaram a

possibilidade de o Camelódromo ir para as proximidades do

Matarazzo, o que os boxistas não querem porque há pouco

movimento por lá. Enfim, muita água ainda vai rolar. O certo é que

até hoje o Ministério Público não propôs ainda o cumprimento da

sentença da ação civil pública que determinou a redução do número

de boxistas. Vamos aguardar...

Camelódromo: a novela continua

Falando em novela... Bom Prato

e a Prefeitura

Produção localUm prudentino esperto comprou

camisas modernosas num site ameri-cano, pagou em dólar e aguardou por meses a chegada delas. Achou que ia se vestir com a última moda de Nova York. Pagou bem caro por elas. Meses depois,

após o trâmite de importação, recebeu o material e ficou empolgado. As camisas eram lindas, com estampas inéditas, des-conhecidas por aqui.

Porém, ele resolveu verificar a etiqueta para saber onde tinham sido fa-

bricadas e descobriu, com total surpresa, que elas tinham sido fabricadas em... As-sis!!! As camisas tinham viajado alguns milhares de quilômetros para voltar qua-se ao mesmo ponto de partida. Resultado de um mundo globalizado...

ROBERTO MANCUZO

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7NOVEMBRO 2019

ROBERTO MANCUZO

A praça Dobbio Zaina, no Bosque, está literalmente em ruínas. As calçadas no entorno dela estão intransitáveis. Pior ainda é o interior dela, as paredes estão desabando em razão do crescimento das raízes das árvores. Podendo ocasionar um acidente grave se algum tijolo atingir uma pessoa. Já a Prefeitura não toma providência alguma. E o prefeito? Ele prefere ficar brigando com boxistas do camelódromo, com pais de alunos do conservatório e das escolinhas do PUM e com o Tribunal de Justiça por causa do restaurante Bom Prato. Prudente precisa de uma zeladoria eficiente. Cargos na Prefeitura há, o que não há é execução. A prefeitura está paralisada.

Praça Dobbio Zaina

Prudente no rankingA imprensa local noticia que Presidente Prudente subiu dois

degraus, do 17º para o 19º lugar, no ranking das melhores cidades para fazer negócios, superando inúmeras cidades em todo o país, dados da consultoria de análise de mercado Urban Systems. Não bastasse, Prudente é a 8ª melhor cidade para se viver após a apo-sentadoria, informações da Revista Exame. A 20ª melhor cidade para se morar (Revista Veja), 49º melhor município em qualidade de vida segundo dados analisados pelo instituto IBEU (Índices de Bem-Estar Urbano). 27ª no ranking das cem melhores cidades para fazer carreira, pela revista Você S/A. E ainda 78ª no ranking das 100 melhores cidades para se investir em imóveis (Revista Exame). Bora mudar para Prudente?

Ataques de escorpiões

O GVS - Grupo de Vigilância Sanitária de Presidente Prudente de-tectou no corrente ano, até o dia 12 de agosto, 743 ataques de escorpião em nossa cidade. Tendo presente que no ano de 2018, fechamos o período com 1.361 ataques, tudo indica que poderemos atingir resultados muito mais preocupantes neste ano. Segun-do a diretora da VEM - Vigilância Epidemiológica Municipal, Elaine Bertacco, “existem 10.153 bocas de lobo em nossa cidade, boa parte de-

las sujas, cheias de lixos e entulho”, como foi apurado no Programa Boca de Lobo que tem por objetivo a lim-peza dos bueiros. Sendo que neles se encontram os maiores focos de cria-douros de escorpiões no município. O Pio tem uma solução simples: bas-ta incentivar-se a criação de galinhas na cidade. Como as galinhas comem os escorpiões, além da desinfesta-ção, os cidadãos poderiam comer fartas galinhadas no fim de semana. Tollitur quaestio!

Os ex-alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Fran-cisco - Turma Clovis Bevilaqua, ano de 1959 - se reuniram em São Paulo, num restaurante da Rua José Bonifácio, para comemorar 60 anos de formatura. Nos idos de 1954, os acadêmicos somavam cerca de 200 universitários e a foto retrata seus 17 “sobreviventes”, dentre eles, os prudentinos Renato Junqueira Meirelles e Zelmo De-nari. O colega Alfredo Ashcar (de terno preto entre duas colegas) foi um dos responsáveis pela coor-denação do grupo, desde a forma-tura. O Pio Pardo deseja a todos os colegas que participaram do con-clave uma “feliz reencarnação”!

- Evoè! Gritavam as bacan-tes, em evocação ao deus Baco.

Em comemoração a 60 anos da formatura

ROBERTO MANCUZO

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8 NOVEMBRO 2019

José Roberto Fernandes [email protected]

Assim é se lhe parece

Há clássicos da literatura uni-versal que refletem sobre todos os dramas humanos, como a vingança (“Hamlet”), o ciúme (“Dom Casmur-ro”), o desejo de ascensão social (“O vermelho e o negro”), etc. Na acade-mia, eu mesmo já usei a Antígone para discutir, no Direito, a relação entre di-reito natural e direito positivo; na En-genharia Ambiental, “Um inimigo do povo”, de Ibsen, para analisar o papel social do ambientalista; um pequeno texto de Borges para refletir sobre as escalas geográficas que, quando equi-vocadas, fazem com que a carta seja abandonada “às inclemências do sol e dos invernos”, etc.

Sobre as fake news ou os fac-tóides políticos também há uma obra literária fundamental, que parece não ser muito lida, o que é uma pena. Trata-se da peça do escritor italiano Luigi Pirandello chamada “Assim é (se lhe parece)” que discute verdade e aparência, mas sobretudo a inter-pretação subjetiva de fatos. Encenada algumas vezes no Brasil (inclusive no TBC dos áureos anos 1950), a peça estreou, na Itália, no mesmo ano que Prudente era fundada: 1917. Baseia--se num pequeno conto do próprio Pirandello e, em resumo, a história é o embate entre sogra e genro com a comunidade para onde se mudam a respeito da filha e esposa, que pode ser a mesma pessoa - ou não.

No conto, a esposa nem aparece, mas na peça surge apenas no final do terceiro e último ato – sempre em luto fechado e com um véu cobrindo-lhe o rosto (que não se vê) - numa cena tremenda porque ela dirá, numa única linha, o sentido daquilo tudo pouco an-tes do pano cair. Representará na peça a própria verdade e, portanto, nunca mostrará a face e daí a necessidade do “véu espesso e impenetrável sobre o rosto”, como indica Pirandello.

A história é a seguinte: para cer-ta cidade se muda o novo secretário municipal, que se instala com a esposa num edifício situado nos limites da ci-dade enquanto sua sogra é instalada no centro. São eles o senhor Ponzo e a se-nhora Frola, gente distinta, simpática e educada. Para o desenrolar verossímil da história, tanto no conto quanto na peça é dito que eles vieram de vilare-jo que passou por um terremoto, ficou em ruínas e todos os registros de nas-cimento e óbito se perderam. Não há documentos, portanto, de seu passado.

A população começa a achar estranha a longa distância entre mãe e filha e o fato de o senhor Ponzo, aten-cioso, visitar todo dia sua sogra. Esta também visita a filha todo dia mas não sobe a escada do prédio, vendo-a ape-nas de longe. Começa então o interro-gatório popular porque os moradores estavam “sedentos de notícia”. A se-nhora Frola, uma velhinha, de modo muito cortês e simpático, diz que o genro – um “jovem excepcional” - tem amor obsessivo, possessivo, por

sua filha, afastando-a de todos, inclusi-ve dos parentes. Já o senhor Ponzo re-vela, após saber da confissão da sogra, que a senhora Frola é completamente louca e que a filha dela, que fora sua primeira esposa, morreu há anos só que ela não admite isso e vive na ilusão de que a atual esposa dele é sua filha. Ambos falam que vivem muito bem à sua maneira.

A cidade começa a discutir de modo acalorado sobre quem é louco e quem é são já que ambos – sogra e genro – são pessoas sensatas e racio-nais. Invadindo a privacidade do casal – contra o que se rebela o senhor Pon-zo, que pede demissão do cargo diante da “inquisição feroz” -, a comunidade vai se inquietando ao extremo e resol-ve então chamar a própria filha e espo-

sa, pivô de toda a trama, para que se manifeste. Esta, enigmática como um oráculo, vai dizer que é tanto filha da senhora Frola quanto segunda esposa do senhor Ponzo, ou seja, confirma a história de ambos que são, em princí-pio, contraditórias. Diz ainda que para si mesma é nenhuma e depois arrema-ta, sem nunca mostrar seu rosto: “eu sou aquela que se crê que eu seja”. E sai rápido de cena, acabando a peça.

É um final magnífico porque fe-cha e não fecha a história, deixando--a em aberto (como, aliás, ocorre em Dom Casmurro), trazendo novos ele-mentos de interpretação. É magnífico também porque afirma que a verdade – que não se deixa ver jamais - é aquilo que as pessoas querem que ela seja. Ela não é fruto de uma razão universal e

suprema, mas das circunstâncias pes-soais de quem afirma.

Trata-se de texto muito atual que deveria ser leitura obrigatória em nos-sas faculdades de Direito (no tema dos meios de prova, em Direito Processu-al) e de Comunicação Social, que tanto discute o jornalismo militante (de es-querda e de direita), a ideologia da mí-dia, a checagem dos fatos. Neste senti-do, cabe perguntar: ouvir o outro lado, como diz toda a imprensa para afirmar sua suposta imparcialidade, assegura mesmo o conhecimento da verdade? Quem ouve a versão da senhora Frola e do senhor Ponzo chega, por acaso, à verdade da história? O texto deveria ser lido e relido. Parece, entretanto, que a grande literatura passa muito longe de nossas Universidades.

Luigi Pirandello (1867-1936)

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Usuários

9 NOVEMBRO 2019

Uma hora de narguiléé equivalente a 100 cigarros

Christian Balbino da Silva, 19 anos, não concorda com a ideia da proibição do uso de narguilé em locais públicos. “Como o narguilé é comparado ao cigarro, se proibir um, tem que proibir o outro também.” Ele é usuários há seis anos, reconhece que o uso faz mal como todo tabagismo.

Os motivos que levam os jo-vens a experimentarem qualquer tipo de droga, são os mesmos que os fa-zem utilizar o narguilé: enturmar-se no grupo de amigos, procurar ma-neiras de distração e a necessidade de experimentar coisas novas, são al-guns exemplos. Kauan Amorin Perei-ra, 19 anos, não vê o narguilé como viciante, usa apenas para estar próxi-mo dos amigos. “Uso para socializar, estar com os amigos, tirar o tédio e passar o tempo.”

Um dos principais problemas do narguilé é o uso ainda quando criança. Robert Junior dos Santos, 19, começou a utilizar com 12 anos. Ele fala que já tentou parar em vá-rias oportunidades, porém em todas não resistiu à tentação e voltou. “Em alguns períodos da minha vida que fiquei sem fumar, sempre me dava vontades repentinas e até uma agonia de não estar fumando”, disse.

Segundo estudos do Ministé-rio da Saúde, o uso de narguilé por uma hora equivale a 100 cigarros fumados. Os riscos para a saúde são praticamente os mesmos provocados pelo cigarro. Câncer de pulmão, boca

e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respiratórias. Além disso, o uso compartilhado do narguilé expõe o usuário aos vírus do herpes, hepa-tite C e à tuberculose. Para o pneu-mologista Paulo Roberto Mazaro, o narguilé tem mais potencialidade de causar câncer que o próprio cigarro. Pois se utiliza mais substâncias can-cerígenas, principalmente as essên-cias usadas para dar sabor ao tabaco. Além disso, o narguilé pode causar dependência física e psíquica.

Martinópolis proíbe narguiléA nova lei entrou em vigor em agosto, ficou proibido também a venda para menores de idade

Luan [email protected]

O novo hábito dos jovens bra-sileiros vem causando preocupações nos órgãos de saúde. Trata-se do uso de narguilé. Ele é um cachimbo a base de água onde podem ser inseridos vários tipos de substância, a mais comum é o tabaco.

Por causa dessa crescente no uso por parte dos jo-vens, o município de Martinópolis aprovou uma lei que proíbe a utili-zação do narguilé em locais públicos, abertos ou fecha-dos. Além, tam-bém, de proibir a venda para meno-res de 18 anos, as-sim como já acon-tece em todo Brasil com bebidas alcoólicas e cigarros.

A lei municipal 3.086/2019 pre-vê ao estabelecimento que descumprir a nova legislação multa no valor de R$ 265,30. Em caso de reincidência este valor é dobrado. Já aos usuários que uti-

lizarem o narguilé em locais proibido, terão o aparelho e os acessórios apre-endidos. Para a retirada dos itens reco-lhidos, a multa é de R$ 132,65, sendo dobrada em reincidência.

A autoria da lei é do vereador Ricardo Trombini, a tramitação contou com a ajuda da Polícia Militar, Conse-lho Tutelar, de outros vereadores e tam-bém do Poder Executivo. Trombini fala que não teve muita dificuldade para a

criação e aprova-ção da lei, isso por-que contou com a colaboração de vá-rias organizações e, principalmente, da população. Ele ainda acrescenta que já é possível enxergar resul-tados positivos. “Com a aprovação da Lei já não se vê mais o uso em

locais públicos, em especial nas áreas de maior aglomeração.” O vereador relata que antes, muitos pais estavam reclamando, pois não conseguiam levar seus filhos nas praças por causa do uso excessivo do narguilé.

ROBERTO MANCUZO

ROBERTO MANCUZO

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Prudente tem aumento de 3Capacidade gerada na cidade abasteceria os muni

Luan [email protected]

Presidente Prudente é uma ci-dade tão quente que o calor aqui sem-pre foi visto como vilão. Mas o clima na cidade mudou e de um tempo para cá o sol que esquenta tudo e todos vem sendo tratado como investimento. Tra-ta-se da febre da energia fotovoltaica.

A implantação de sistemas geradores de energia solar cresceu rapidamente na cidade neste ano. Em relação a 2018, houve um aumento de 324%. No ano passado foram co-locados 170 sistemas fotovoltaicos na cidade, já em 2019, nos dez primeiros meses, o número é de 552, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O total de geradores de energia solar em Prudente é de 783, isso somando desde o ano de 2015, quando foi instalado o primeiro sistema fotovoltaico na cidade. Estes geradores têm a capacidade de gerar 8.408,09 kW de eletricidade. Mas o número que mais impressiona não é bem esse, mas sim o que se consegue com ele em termos de energia consu-mida (kWh), ou seja, usada nas casas, imóveis e espaços urbanos.

A conta é simples: pega-se o qui-lowatt (kW) e multiplica esta potência pelo tempo de sol disponível. Como um dia de sol rende aproximadamente quatro horas de energia, pode-se con-cluir que os 8.408,09 kW de capacidade dos geradores de Prudente podem ser transformados em algo em torno de 12 milhões de kWh disponível para consumo. Este valor produzido seria capaz de abastecer ao mesmo tempo as cidades de Marabá Paulista e João Ramalho, que juntas consomem em torno de 11,7 milhões de kWh por ano, segundo o Anuário de Energé-ticos do Estado de São Paulo de 2019 (que tem como base os dados do ano de 2018). Somando os habitantes dos dois municípios, pode se dizer que esta quantidade de energia supre em torno de 10 mil pessoas.

Em dezembro do ano passado, o município de Presidente Prudente tinha a potência de 1.746,24 kW nos geradores de energia solar. Hoje o número é de 8.408,09 kW e este au-mento contou com a colaboração da inauguração, em março deste ano, da maior usina fotovoltaica do estado de São Paulo. Localizada no campus II da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), ela tem a capacidade de gerar 3.120 kW ou 375.000 kWh por mês.

O investimento da obra foi de

ENERGIA SOLAR

R$ 12 milhões. Hoje, o campus II, onde cerca de 20 mil pessoas transitam por dia, é totalmente abastecido pela ener-gia gerada na usina. Ela é composta por 9.314 placas solares e 20 inversores, que transformam a energia recebida de corrente contínua para corrente alternada. A universidade é ligada à rede elétrica convencional, pois ela transfere o que “sobra” de eletricidade para a rede. Neste caso, o repasse é feito para o campus I. Desta maneira, qualquer um dos espaços acadêmicos não correm o risco de ficar sem energia elétrica em caso de pouca produção ou de qualquer outro problema ocasional na usina. O retorno do valor investido estava previsto inicialmente em seis ou sete anos. Porém, segundo a universi-dade, a expectativa agora é de menos de cinco anos. “A economia em média nos dois campi com a conta de luz está na base de R$ 250 mil por mês”, explica o engenheiro eletricista da Unoeste, Ednei Ailton Zaupa.

Proposta da Aneel deve

encarecer conta para quem tem energia solar

No último dia 15 de ou-

tubro, a Aneel aprovou uma

consultoria pública que pretende

alterar as regras para quem gera

sua própria energia, geralmente

por meios de placas solares. A

principal mudança seria a tarifa

cobrada para os consumidores

não por produzirem sua própria

eletricidade, mas pela utilização

da rede elétrica da distribuidora.

A questão é que hoje,

quem possui um gerador na

residência distribui para a rede

convencional o que “sobra” de

energia, ficando com créditos

junto à distribuidora para pos-

terior retirada. Com a nova

regra, este consumidor passaria

a pagar pela utilização da rede e

também pelos encargos cobrados

na conta de luz.

Se essas regras forem apro-

vadas, quem investir na energia

solar vai ter um prazo mais longo

para retorno do valor do inves-

timento. A consultoria pública

vai até o dia 30 de novembro.

Portanto, a proposta pode sofrer

alterações ainda.

10 NOVEMBRO 2019LUDERE NON LAEDERE - -

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Prudente tem aumento de 324% na implantaçãoa os municípios de Marabá Paulista e João Ramalho

ENERGIA SOLAR

EM CASA - Nas residências a economia

também é notória. Fernando Barros, 37, radialista, instalou um gerador de energia solar na sua casa há seis meses. Antes, pagava por volta de R$ 380,00 por mês de eletricidade. Hoje, paga o valor mínimo da Energisa, R$ 44,00. O investimento para a instala-ção do sistema fotovoltaico foi de R$ 13.900,00, dividido em 36 vezes. Ele conta que não foi obrigado a fazer nenhum tipo de economia extra, pois as parcelas ficaram praticamente no mesmo valor do que vinha antes na conta de energia.

Mário Cestari, 71, aposentado, também começou a produzir sua própria energia. As 12 placas solares instaladas em casa produzem em média 489 kWh por mês. Com esta produção, Mário conta que começou a utilizar mais energia. “Antes eu dei-xava o ar condicionado ligado apenas a noite, agora fica ligado o dia inteiro”, conta ele. O investimento dele foi um pouco maior do que o do Fernando, Mário investiu R$ 19 mil, dividido em 12 vezes. Hoje, ele também paga o mínimo na conta luz.

A questão é que nem tudo são flores neste mercado e uma proposta da Aneel pode colocar nuvens car-regadas sobre os novos geradores de energia caseiros.

11NOVEMBRO 2019

2015= 2 ...............................(7,04 kW)

2016= 13 ..........................(54,97 kW)

2017= 61 ........................ (300,55 kW)

2018= 233 ...................(1.746,24 kW)

2019= 783 ...................(8.408,09 kW)

GRÁFICO

LEGENDA: [] POTÊNCIA DE GERAÇÃO

[] QUANTIDADE DE GERADORES

Fonte: Aneel

COMUNICAÇÃO UNOESTE

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12 NOVEMBRO 2019

Desde o ano de 2010 as mon-tadoras de automóveis vem inovan-do com o lançamento de veículos híbridos (carros que possuem mo-tores a combustão e elétricos).

O Mercedes-Benz S400 foi o primeiro automóvel híbrido lança-do no Brasil, disponível desde abril de 2010, posteriormente veio o Ford Fusion Hybrid em novembro de 2010 e Toyota Prius em Janei-ro de 2013. O consumo de com-bustível de um automóvel hibrido fica em media de 18 km/L, embora

O futuro chegou às rodoviasNelson [email protected]

o automóvel híbrido polua menos do que os automóveis somente com motor a combustão, seus custos são altos se comparados à diferença de emissão de poluentes, porém a pre-visão é de que com o tempo a tecno-logia se torne mais barata.

CARROS ELÉTRICOS - De janeiro a agosto de 2019, a frota brasileira de carros elétricos cresceu ao índice chinês de 38% — tudo bem que eram apenas 11 mil unida-des e agora são 15 mil, mas já é o suficiente para justificar um merca-do diverso em empresas e produtos.

Os dois carros elétricos mais

vendidos da Europa chegaram ao Brasil no fim do ano passado: Re-nault Zoe e Nissan Leaf. Vice-líder do mercado americano, o Chevrolet Bolt tem estreia marcada para outu-bro. No começo de setembro, a chi-nesa JAC Motors apresentou cinco modelos diferentes para abastecer na tomada: carro urbano, SUV pe-queno, SUV médio, picape média e caminhão. Por R$ 119.900, o veí-culo urbano JAC iEV 20 se torna o mais barato do país.

Segundo a empresa Jac Mo-tors, o custo de abastecimento de um automóvel elétrico com bateria de 42 kW é de aproximadamente R$

6,00 para 100 quilômetros, conside-rando uma tarifa de energia elétrica no valor de R$ 0,70, como referên-cia, um veículo à combustão pode gastar até cinco vezes mais para per-correr o mesmo trajeto.

A reportagem do Pio Pardo visitou concessionária em São Pau-lo e dirigiu um carro elétrico. Além de todo o conforto, ele é equipado da mais pura tecnologia. É necessá-rio destacar a sustentabilidade am-biental, principalmente quando se usa fontes de energia renováveis. A queima de combustíveis é um dos principais fatores que agravam o efeito estufa.

Rua: Alvino Gomes Teixeira - 2.112 Jardim Guanabara / Presidente Prudente

(18) - 3904-5300

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filosofias anticapitalistas e anti-im

ano era identifi

poética, fluida e dramática, o escri

que tem suas aspas justificadas pelo

são devassados sem qualquer dificulda

espelho para identificar situações críticas

vezes, enorme dificuldade para enxergar

nenhuma dificuldade para cumprir a ta universidades, ao procurar e identificar

nariamente, significava a virtude daque

Afirma-se, com bastante cer

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Rubens Shirassu Jú[email protected]

13NOVEMBRO 2019

“A riqueza continua se alimentando da pobreza alheia”

Lançado em 1971, o livro “As Veias Abertas da América La-tina”, do escritor uruguaio Eduardo Galeano, logo se transformou em um clássico para os seguidores de filosofias anticapitalistas e anti-im-perialistas.

No livro, o autor analisa a história da América Latina sob o ponto de vista da exploração eco-nômica e da dominação política, desde a colonização europeia até a contemporaneidade da época que foi lançado. Isso em um período contextualizado pela Guerra Fria (1945-1991), e pelo início de um ciclo de regimes ditatoriais nos países latino-a-mericanos. A pu-blicação de Gale-ano era identifi-cada como sendo uma obra revo-lucionária e de esquerda, que foi banida na Argen-tina, Chile, Brasil e no Uruguai, du-rante as ditaduras militares nesses países.

O escritor chegou a ser preso em solo uruguaio, e depois obriga-do a se exilar, primeiramente na Ar-gentina, e depois, na Espanha. Nes-te ensaio contado de uma maneira não acadêmica, mas, sim, de forma poética, fluida e dramática, o escri-tor usa suas últimas páginas para grafar a diferença entre as coloniza-ções de exploração, predominantes no sul dos EUA e em todo o conti-nente latino, e as de habitação, na parte dos Estados Unidos que do-

As veias abertas...minou todo o território, não esque-cendo, claro, dos aspectos herda-dos de um comportamento fascista, que ignora ferozmente aspectos de cunho social para supervalorizar o capital. Para Eduardo Galeano, o legado a seguir na América Latina era sim o social, na tentativa de fre-ar o alastramento do “progresso”, que tem suas aspas justificadas pelo corrimento da miséria nos pedaços de terra conquistados pelo primo rico, localizado mais ao norte. Mais de 40 anos depois, o escritor reve-lou ser a prosa da esquerda tradi-cional chata.

Além do que, o seu físico não aguentaria e, portanto, seria inter-nado no pronto-socorro. Em outra

declaração Ga-leano demons-tra que assumiu um tom mais ponderado para analisar o mani-queísmo político de outrora: “Em todo mundo, experiências de partidos políti-cos de esquerda no poder, às ve-zes deram certo,

às vezes, não, mas muitas vezes foram demolidas como castigo por estarem certas, o que deu mar-gem a golpes de Estado, ditaduras militares e períodos prolongados de terror, com sacrifícios e crimes horrorosos. Incluindo erros come-tidos em nome da paz social e do progresso, em alguns períodos”. – completou o escritor uruguaio.

Para provar que “As Veias Abertas da América Latina” é um clássico, talvez o maior deles, da esquerda latino-americana, basta

Nos dias de hoje quando a in-timidade das pessoas e os seus arquivos são devassados sem qualquer dificulda-de, vem à memória o extraordinário con-to do norte-americano Edgard Allan Poe batizado com o nome de “A Carta Rou-bada”. Trata-se de um texto que serve de espelho para identificar situações críticas fantasiadas pela visão nem sempre lim-pa do homem comum que tem, muitas vezes, enorme dificuldade para enxergar o que está vendo à sua frente. Vamos ao conto.

O detetive Dupin, que reside em Paris, é personagem principal da nar-rativa. Por volta dos anos de 1800, o de-tetive recebe a visita do delegado chefe, que muito esbaforido, informa que não consegue encontrar uma carta roubada de grande interesse político. Os fatos ocorrem num tempo em que as comuni-cações secretas ainda eram transmitidas

pela palavra escrita. O delegado estava ali para so-

licitar a atuação de Dupin, no sentido de encontrar a carta roubada, seguramente escondida numa biblioteca que já foi vi-rada e revirada por ele mesmo sem loca-lizá-la.

O delegado promete ao detetive uma enorme recompensa se a sua inves-tigação der certo. O detetive, em pou-quíssimo tempo, descobre onde se en-contra a carta, levando-a para sua casa. O delegado volta a visitá-lo e a carta lhe é entregue, em troca da recompensa pro-metida. O objeto perdido foi achado. O delegado acrescenta que quando lá es-teve revistou todas as gavetas, todas as páginas dos livros, debaixo de todos os tapetes, não encontrando o documento em lugar nenhum.

- Onde estava a carta? Dupin responde que não teve

nenhuma dificuldade para cumprir a ta-refa. Assim que entrou na sala da biblio-teca notou que sobre a mesa principal

estava depositado um porta-cartas. Teve, diz ele, apenas o traba-

lho de abrir o porta-cartas encontrando em seu interior a carta escondida. Onde se oculta uma carta roubada? Resposta, certamente no porta-cartas, onde nin-guém irá procurá-la.

O esconderijo não é essencial-mente um esconderijo. Assim se conver-te pela vontade do homem.

É desnecessário acrescentar que qualquer palavra para transmitir a genialidade de Poe será inútil. Muito embora dotado de impressionante capa-cidade criativa, teve uma história de vida reconhecidamente dolorosa. É possível que, por isso mesmo, conseguiu trans-mitir tantas e inesquecíveis lições. Uma delas, como no caso, teve como objeto uma carta roubada escondida em um porta-cartas.

Seguindo seu exemplo, várias universidades, ao procurar e identificar seus extraordinários e futuros pesquisa-dores, ensinam aos alunos que todas as

investigações – ou quase todas – come-çam no seu começo, método utilizado por Dupin para imediatamente encontrar a carta oculta. Há necessidade de ter paciência para decifrar a realidade. “Pa-ciência” é um vocábulo gerado de um verbo latino que, de tanta irregularidade, arrepiava e punha de pé os cabelos dos alunos por volta da metade do século XX.

O verbo irregular era o “pati” que se traduzia por “sofrer”. O verbo “pati” gerou, como se sabe, a palavra “patí-bulo”, local onde os condenados eram executados. Mas o verbo “pati” também gerou a palavra “paciência” que, origi-nariamente, significava a virtude daque-les que sabiam sofrer. Ou perto disso.

Afirma-se, com bastante cer-teza que determinadas pessoas extraem da sua amarga paciência a chave perdida de sua inteligência ou de sua criativida-de, passando a desvendar e a enxergar o quase nenhum mistério que oculta a existência humana.

A carta roubadaSérgio Roxo da [email protected]

saber que, na Cúpula das Américas de 2009, Hugo Chávez, então pre-sidente da Venezuela, deu o livro de presente a seu colega Barack Oba-ma. A notícia fez saltar o livro do lugar 60.280 na lista dos mais ven-didos da Amazon para o décimo posto, conforme lembrou o jornal espanhol “El País” no noticiário so-bre a morte do escritor uruguaio.

Prova de que, como admi-tiria mais tarde o próprio Galeano, as veias da América Latina continu-avam abertas, ao menos no sentido que lhe quis dar o escritor: “O siste-ma internacional de poder faz com que a riqueza continue se alimentan-do da pobreza alheia. Sim, as veias da América Latina ainda continuam abertas”.

ROBERTO MANCUZO

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GOODBA

D

14 NOVEMBRO 2019

A indicação do embaixador

Na atual conjuntura política, marcada pela turbulência, o Palácio do

Planalto suspendeu a indicação de Edu-ardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo

de embaixador do Brasil em Washin-gton. Embora morra de amores pelos States, Bolsonaro deixa o importante posto sem embaixador por quase dez

meses, sem embargo da prioridade de sua política externa com os EUA.

Homicídios em São PauloO ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,

revelou que o Estado é um bom exemplo, pois o número de pessoas no sistema prisional aumentou 329% nos últimos 25 anos, passou de 55 mil

presos para 235 mil. Para o ex-governador, estes números refl ete diretamente na queda de homicídios. No entendimento de Alckmin, o que estimula o crime é a impunidade. No entanto, estudiosos na área de segurança pública, acreditam

que é uma grande fantasia supor que o alto número de encarceramento possa reduzir a criminalidade. O juiz estadual Marcelo Semer explica que nem

10% do sistema penitenciário são ligados a homicídios.

Tetraplégico volta a andar

Depois de muitos anos de estudos, a Universidade de Grenoble, da França, apresentou ao mundo um exoesqueleto que ajudou um tetraplégico a andar novamente. Depois de quatro anos, Thibault, como chama o homem, conseguiu se movimentar sozinho, ou quase, apenas amparado pelo exoesqueleto, um tipo de robô, que atende aos seus pensamentos. Ele fi cou tetraplégico após cair da varanda de uma boate com altura de 12 metros, o acidente fez com que ele perdesse totalmente os movimentos dos

ombros para baixo. Os médicos que conduziram os estudos alertam que vai demorar para que o dispositivo fi que disponível para o público, mas enfatizaram que ele tem “o potencial de melhorar a qualidade de vida e a autoestima dos pacientes”.

A Santa dos pobres,

a Santa do Brasil!Irmã Dulce, como fi cou conhecida em todo Bra-

sil, hoje é conhecida mundialmente como Santa Dulce dos Pobres, porém foi batizada com o nome Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Dulce era o nome de sua mãe, que morreu quando ela tinha apenas 7 anos. Como homenagem, adotou o nome da mãe em toda a sua ca-minhada de santidade. No dia 13 de outubro, o Papa Francisco comandou a celebração que canonizou a pri-meira santa brasileira. Nordestina, ela fi cou conhecida como “o anjo bom da Bahia”. Muito provavelmente, este codinome é em razão dela ter começado a constru-ção do Hospital Santo Antônio, em Salvador. Quando a Santa ocupou o lugar, ele era apenas um galinheiro ao lado do convento em que vivia. Para ser canonizada, foi necessária a comprovação de dois milagres que foram alcançados graças à intercessão de Irmã Dulce. O pri-meiro aconteceu em Sergipe, no ano de 2001. Cláudia Cristina dos Santos, após dar à luz seu segundo fi lho, Gabriel, sofreu com uma forte hemorragia, durante 18 horas, e passou por três cirurgias. Os médicos disseram que não tinham mais o que fazerem e seria necessá-rio um milagre. Ele aconteceu. E segundo a família foi pela intercessão de Irmã Dulce.

O segundo milagre aconteceu mais recentemen-te, em 2014. José Maurício Moreira estava cego há 14

anos e num dia estava sentindo muita dor nos olhos por causa de uma conjuntivite. Neste momento ele

pegou a imagem da Santa, que estava na cabecei-ra da cama, e passou nos olhos. O inacreditável aconteceu, Maurício voltou a enxergar.

Saneamento Básico Segundo dados informados

pela imprensa local, cerca de 100 mi-lhões de brasileiros, ou seja, quase a metade de nossa população, não tem acesso à coleta e tratamento de esgo-to. De resto, 35 milhões de pessoas vivem sem rede de abastecimento de água. Assim sendo, como está previs-ta para o ano de 2033 a meta de 100% de acesso ao saneamento universal, água e esgoto tratados, as perspecti-vas nesta sede são sombrias. Uma das soluções propostas pelo atual gover-no foi a de estimular os investimentos da iniciativa privada na área, mas a ideia patina no Congresso, tendo pre-sente os lobbies de setores públicos ( governadores e companhias estaduais ), além de particulares.

Acidentes de moto

A Folha de São Paulo fez um levantamento onde revelou que, nos últimos 10 anos, 2,7 milhões de bra-sileiros fi caram com invalidez perma-nente ou morreram em decorrência dos acidentes de motos. As ocorrên-cias incluem mais de 200 mil mortes no mesmo período. Esta cifra supera, por exemplo, a população de Forta-leza, que conta com 2,6 milhões de pessoas. No mesmo período, o con-tingente de acidentados por motos e ciclomotores (até 50 cilindradas) cresceu 72%, enquanto os acidenta-dos com outros meios de transporte aumentaram 28%, em média.

A opinião do psicanalista Contardo Calligaris, o governo brasileiro se declara liberal em economia, mas exala odores teocráticos: em nome de Deus, uma boa parte da base do governo, representada pela bancada evangélica, tenta censurar os costumes, as vidas e as artes de muitos. Os teocratas são bizarros: eles defendem sua própria liberdade (que ninguém contesta) e buscam limitar a dos outros.

EXEMPLO: o prefeito Crivella queria impedir as crianças cariocas de verem um beijo gay e a ministra Damares, que já viu Cristo no pé de goiabeira, disse em Budapest que sonha com um Brasil de famílias todas heterossexuais, em que os homossexuais não poderiam se casar, nem adotar crianças, um Brasil sem feminismo, sem transexuais. Que tal?

O avanço teocrata

O presidente em seu labirintoO presidente viaja para a Ásia e só retorna ao Brasil em novembro. A viagem acontece num momento difícil, em que o PSL, seu partido, enfrenta uma crise ética, pois o presidente da legenda, Luciano Bivar, bem como o ministro do

Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, estão envolvidos em desvio de verbas públicas do PSL-MG, por meio de quatro candidatas do interior de Minas. O ministro foi alvo de denúncia pelo Ministério Público Federal no último dia 4 de outubro e o presidente Bivar está também envolvido no mesmo esquema em Pernambuco.

Luciano Bivar

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15NOVEMBRO 2019

Da redaçã[email protected]

Os aliados políticos do presi-dente Jair Bolsonaro - notadamente daqueles que se intitulam pastores, bispos ou apóstolos, das inúmeras igrejas evangélicas que se multi-plicam em nosso país e que, soma-das, já ultrapassam, em número, os templos católicos - se insurgem, de uns tempos a esta data, contra a de-signada “ideologia de gênero”. Re-firo-me, em particular, aos evangé-licos, tendo presente uma sugestiva manifestação do papa Francisco, em sua última visita ao nosso país, quando, no interior do avião que o levou de volta à Itália, indagado a respeito do comportamento homos-sexual de alguns cristãos católicos, respondeu:

- Quem sou eu para julgar esse comportamento? Via de re-gra, o sexo biológico é que iden-tifica os gêneros e, assim sendo, aqueles que nascem com genitália masculina devem ser reconhe-cidos como “homens” e, por sua vez, aquelas que nascem com o sexo feminino devem ser reconhe-cidas como “mulheres”.

Costuma-se dizer que quan-do a pessoa se identifica com seu sexo biológico, ela se identifica com seu gênero, sendo qualifica-da como cisgênero. Assim sendo, a pessoa é cisgênero quando se identifica com seu sexo biológico que, em última análise, é respon-sável por ditar os padrões norma-tivos do masculino e do feminino.

Sem embargo desse critério, os estudiosos logo se deram conta de que o ser humano pode ter ge-nitália masculina, porém se identi-ficar como feminino e a recíproca é verdadeira, ou seja, ter genitália feminina e se identificar como masculino. As discussões que se

Ideologia de gênero

seguiram sobre esse tema foram logo identificadas como “ideologia de gênero”, que procura identificar o gênero das pessoas, independen-temente do sexo biológico.

Quando o ser humano osten-ta sexo masculino, mas se identifica como feminino ou vice-versa, são designados como transexuais ou transgêneros. Tratam-se, portanto, das pessoas cuja orientação sexual não se identifica com o respectivo sexo biológico.

Feita estas observações, muita importa ter presente que um indiví-duo transexual pode ser homosse-xual, ou seja, gostar de pessoas do mesmo sexo biológico aparente, ou ser heterossexual, ou seja, gostar de pessoas do sexo biológico oposto. De resto, cada vez mais frequentes

os casos de transgêneros, homosse-xuais que, nascem com sexo femini-no, mas adotam nome masculino e se relacionam com outras mulheres.

Há relatos históricos da ocor-rência do transexualismo entre os índios que habitavam nossas costas. O irmão Pero Correia, comerciante da capitania de São Vicente, relata, em carta datada de 1551, que “tem aqui algumas mulheres que, nas ar-mas e em tudo, se portam como ho-mens e têm outras mulheres, com as quais são casadas. O maior insulto que se pode fazer-lhes é chama-las de mulheres: quem fizer isso corre o risco de ser flechado.” *

A conclusão que se impõe, portanto, é que a orientação sexual de uma pessoa não está relacionada com seu sexo biológico.

Recentemente, a Folha de São Paulo trouxe à nossa reflexão o caso de um menino que em ten-ra idade, com cerca de 7 anos, que não se identificava com seu sexo aparente e costumava chorar, re-petindo à sua mãe, que gostaria de ser mulher e não homem. Somen-te teve paz e ficou feliz no dia em que passou a ser tratada como me-nina, recebendo o carinho dos seus familiares.

Na atual conjuntura política de nosso país, quando alguns dos nossos mais prestigiados represen-tantes políticos - dentre eles, res-pectivamente, o prefeito carioca Marcelo Crivella, bem como, o go-vernador de São Paulo, João Dória - saíram em ataque ao beijo-gay na Bienal do Livro, bem como, às apostilas que versavam sobre a ideologia de gênero, parece ter chegado a hora de enfrentarmos essas manifestações de forte apelo autocrático, utilizando somente o bom senso e as lições extraídas do conhecimento científico.

Portanto, precisamos nos libertar do jugo dos preconceitos dogmáticos e, principalmente, dos perigos do obscurantismo reli-gioso. Esta é a opinião do pastor adventista Michelson Borges, pós--graduado em Biologia pela Uni-versidade Cândido Mendes, Vi-ce-presidente da Sociedade Cria-cionista Brasileira, bem como, da Doutora Pamela Puppo, especia-lista na área, segunda a qual, as pessoas que nascem com um sexo e depois sentem que não tem o sexo correto, sofrem de disforia de gênero e, por isso, devem ser res-peitadas, amadas e acompanhadas.

Cf. carta do Irmão

Pero Correia, em “A

Fundação do Brasil”,

de Darcy Ribeiro, editora

Vozes, p. 222.

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16 NOVEMBRO 2019

Zelmo Denari [email protected]

No final de junho, tive a feli-cidade de ver o programa televisivo The Voice Brasil, da TV Globo, onde o desafio é escolher, entre os candida-tos, aqueles que ostentam as melhores vozes, interpretando as melhores mú-sicas populares do cancioneiro nacio-nal ou internacional.

Foi então que, maravilhado, assisti a performance do cantor negro Tony Gordon cantando a música “You are so beautiful”. Em dois minutos, o candidato paulista fez uma apresen-tação deslumbrante e, por essa razão, foi escolhido pelos quatro membros do júri musical.

Posteriormente, no mês de agosto, fazendo dupla com a candi-data Ana Ruth, também negra, a du-pla repetiu a dose, cantando a música “Easy” e ambos foram aceitos para uma etapa posterior. Foram aplau-didos de pé por todos assistentes do programa e pelos membros do júri.

Terminada as duas perfor-mances, dei-me conta de um fato jamais observado com a devida acui-dade em nosso país: no meu entendi-mento está mais que demonstrado que o timbre vocal dos negros os colocam em posição de superioridade no con-fronto com as demais raças.

Ocorreu-me, também, que isto explica, em nosso país, o sucesso musical de cantores negros e mulatos como Dorival Caymi, Milton Nasci-mento, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Djavan, bem como, das cantoras Elsa Soares, Angela Maria, Alcione, Cle-mentina de Jesus, somente para citar alguns nomes.

Mais interessante, ainda, que

Dentre as promessa de campa-nha do governo Bolsonaro, a alteração do estatuto do desarmamento, LEI No 10.826, de 22 de dezembro de 2003, era uma das mais esperadas pelos bol-sonaristas. Portanto, já era de se espe-rar que depois de eleito, o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, iria cumprir com o que prometeu, mas a grande questão é saber como as mu-danças propostas podem refletir na na-ção brasileira.

Primeiramente é necessário ex-plicar como estava o estatuto antes do projeto de lei 3.713/2019, que prevê alterações na licença de posse e porte de armas de fogo.

Anteriormente era necessário ter o curso para manejar a arma de fogo; ter idade maior que 25 anos; pos-suir ocupação lícita e residência; não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal; não ter antece-dentes criminais nas justiças Federal, Estadual, Militar e Eleitoral; e também comprovar ter a efetiva necessidade de ter a arma. Tais medidas foram imple-mentadas com o objetivo de reduzir a

Rastro de pólvoraCamila Araú[email protected]

circulação de armas e estabelecer pe-nas mais severas para crimes como o porte ilegal e o contrabando.

A posse é o direito de ter o ar-mamento dentro da residência ou es-tabelecimento, já o porte é a possibili-dade do indivíduo andar armado. Mas se a Constituição já permite o cidadão (dentro dos critérios) possuir uma arma de fogo, por que flexibilizar ain-da mais essas condições?

O argumento dos armamentis-tas para defender a mudança é a von-tade da população por mais segurança. Entretanto, de acordo com uma pes-quisa feita pelo Datafolha, divulgada em julho de 2019, 66% da população é contra a posse e 70% se diz contrário ao porte de arma.

EFETIVA NECESSIDA-DE - Com a alteração do estatuto do desarmamento 19 categorias seriam adicionadas à lista de profissionais que teriam direito a licença, como por exemplo, caminhoneiros, advogados, políticos e jornalistas.

Uma das categorias que aparen-tam maior interesse sobre a flexibili-zação são os proprietários rurais, isso porque, o projeto de lei visa conside-rar residência toda a extensão da pro-

priedade rural como privada, na qual permite ao residente a manutenção de arma de fogo.

As preocupações dos movimen-tos desarmamentistas são de que a libe-ração pode facilitar o acesso a armas, consequentemente aumentando a vio-lência.

O embasamento é derivado de casos de tragédias como a chacina de Realengo e os altos índices de feminicí-dio. Outro motivo de temor dos grupos desarmamentistas é o possível aumento da circulação de armas de fogo na so-ciedade, podendo aumentar, assim, os índices de roubos e homicídios.

o mesmo ocorre no plano internacio-nal, onde o desempenho vocal dos negros parece até mais destacado, po-dendo elencar, entre as mulheres, Ella Fitsgerald, Sarah Vaughan, Nina Simo-ne, Billie Holiday, Josephine Baker ou, entre os homens, Louis Armstrong, James Brow, Nat King Cole.

Não bastasse, essas perfor-mances dos negros e mulatas não acontecem somente no campo musical. Mas também no meio desportivo. Nossos esportistas negros, no plano futebolístico: Leônidas, Domingos da Guia, Baltazar, Pelé, Romário ou, no presente, nosso irrequieto Neymar - somente para citarmos alguns nomes - são reverenciados, tidos e havidos

como responsáveis pelos títulos con-quistados por nosso país ao longo de sucessivas Copas.

De outra parte, se direcionar-mos nossos olhares para o terreno in-ternacional, podemos adicionar inú-meros exemplos, tais como, Michael Jordan (basquete), Usain Bolt (atle-tismo), Jesse Owens - o atleta que calou Hitler - Mohamed Ali, Eusébio e Romário, Magic Johnson, e no tê-nis, Vênus e Serena Willians.

Fui encorajado a redigir este texto, somente para propalar, a todos os ventos, que, na área desportiva, o Brasil poderia ombrear, em termos de medalhas olímpicas, os Estados Uni-dos, bem como os demais países euro-

peus e asiáticos, se soubesse estimular e treinar rapazes e garotas de ascen-dência negra, notadamente aqueles in-tegrantes das camadas mais pobres da população, concitando-os a participar de treinamentos em todas as modali-dades desportivas.

Para finalizar esta despreten-siosa crônica, não sei por que razão, ocorreu-me que a Bahia- cuja popu-lação negra é das mais expressivas em nosso país - poderia servir de teste para arregimentação dos referidos atle-tas masculinos e femininos, até por-que, como vaticinou Caymi, mestre do nosso cancioneiro popular:

- Você já foi à Bahia, nega! Não? Então vá!

A ascensão dos negros

Av. Cel. José Soares Marcondes, 905 - PRESIDENTE PRUDENTE

(18) 3222-2637

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dar o direito de liberar o que é sigiloso, muito menos quando a matéria não é de sua competência. Juízes e promoto-res não podem ingressar no jogo politi-co- partidário, muito menos espancar a dignidade alheia com declarações que significam condenação antecipada do processo. Promotor não pode dar entre-vista ou palestra, porque sua profissão é da discrição. A lava Jato, navegando na justa indignação contra a corrupção, se deu o direito de agir corruptamente. Quando o sistema judiciário se utiliza da sua força para ajudar um lado, ou prejudicar outro, ele também está sendo corrupto. Pois corrupção não é apenas di-nheiro na cueca, mas também opor-tunistas que tiram proveito do cargo que possui.Mas esse time de ser-vidores públicos, que compõem esse

“disfarce de entidade ou de partido po-litico”, conhecido inicialmente como lava-jato e agora vaza-jato, se era ame-açado por seus próprios abusos come-tidos, e já conhecidos por juristas e ad-vogados, colocou num forte impasse o sistema de justiça do país, para o qual a cidadania pede, como direito de todos, julgamentos justos por parte de auto-ridades imparciais, o que pressupõe honestidade de caráter. O conteúdo das publicações feitas pelo The Intercepts--Brasil foi confirmado por pessoas que aparecem nas revelações, mas se des-

taca, dentre todas, a da procuradora da Lava-Jato, que pediu desculpas públicas pela ma-neira como ela participara dos di-álogos de arrogân-cia e de escarnio com que se tratou, internamente, o drama da família enlutada do con-

denado ilustre e presidencial.Nos Estados unidos, mas preci-

samente na Flórida, em 2007, teve um caso muito parecido com o nosso aqui no Brasil. Juízes e promotores troca-ram mensagem e telefonemas sobre um réu com o processo ainda em curso. Quando estas notícias vazaram, a juíza Ana Gardner foi obrigada a se demitir, o promotor foi suspenso por dois anos das atividades jurídicas e o julgamento foi anulado. A conduta da juíza foi con-siderada antiética, tendenciosa a ponto de comprometer a imparcialidade que deve caracterizar a atuação judicial nos processos penais. Como destacou o juiz texano Gary Belian, “o episódio caracterizou uma indiscutível afronta ao sistema adversarial de justiça, que tem sua base no principio da imparcia-lidade Judicial”. No Brasil, os órgãos de controle da atividade judiciária, Conselho Nacional da Justiça e Con-selho Nacional do Ministério Público têm agido para nos convencer de que eles devem ser extintos ou radicalmen-te reformados.

Feres [email protected]

17NOVEMBRO 2019

Os orgãos de controle da Justiça devem ser reformados

Muitos órgãos têm procurado desqualificar as revelações do The In-tercepts-Brasil, e de outros órgãos da imprensa, sobre as mensagens troca-das pelo então Juiz Sérgio Moro, hoje Ministro da Justiça, com procurado-res da Lava Jato. Uma maneira singe-la de confundir o incauto é dizer que juiz pode conversar com procurador. Simples assim. Só que essa simplici-dade de justificativa, para a verdade dos fatos revelados, constitui não só uma inconstitucionalidade como arre-matada estupidez. Pois não se trata de conversas do cotidiano e, sim, de um processo em curso.

Juiz não pode receber ras-cunho daquilo que será a denuncia. Nem pode indicar testemunhas. Ele não formula a acusação. Tem que manter a integridade do processo e ser verdadeiro a prestar as informações do caso. Um pedido de desculpa não extingue seu crime. Ser juiz não lhe

Afronta à Justiça

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18 NOVEMBRO 2019

Pesquisa do Datafolha, reali-zada no final do mês de agosto, reve-la que os brasileiros mais pobres e as pessoas de 35 a 59 anos estão puxan-do a alta de reprovação do presidente Jair Bolsonaro. Dentre os que avaliam o governo como “ruim ou péssimo” figuram: as mulheres (43%), pesso-as com rendas superiores a 10 salá-rios mínimo (46 %), desempregados (48%), pretos (51%), moradores do

Nordeste (52 %) e, finalmente, os ateus (76 %). Por outro lado, os segmentos daqueles que mais apoiam Bolsonaro são composto por homens (33%), brancos (36%), moradores do Sul e Centro-Oeste (37%), com rendi-mentos de 5 a 10 SM (39%), evangé-licos neopentecostais (46%) e, final-mente, empresários (48%). Como se depreende, Bolsonaro não está bonito na fotografia...

O prestígio do nosso presidente

Nosso vice-presidente, Hamilton Mourão - diga-se de passagem, um dos melhores quadros do atual governo - tam-bém foi contestado pela Folha de 13/10. Mourão afirmou, em nome do governo, que “a Amazônia é brasileira e nossa responsabilidade é protegê-la.” O bispo de São Felix do Araguaia, dom Adriano Vasino, respondeu que “este governo está querendo cancelar a cultura e a identida-de dos indígenas; querem que os índios desapareçam e se agreguem à socieda-de branca como pobres”. Acrescentou, ainda, que “a soberania do Brasil, e de outros países que fazem parte da Ama-zônia, não está em discussão”. Não bas-tasse, em outro artigo em que Hamilton Mourão elogiou o empreendedorismo das capitanias hereditárias, foi contradi-tado pelo escritor Eduardo Bueno, para quem todas as nossas capitânias resulta-ram em fragoroso fracasso, assim finali-zando: “Na primeira vez na qual o Brasil decidiu deixar seu governo nas mãos de capitães, a vaca foi pro brejo. Mas pelo menos ela não estava fardada”.

O ataque ao

vice-presidente

Faturamento das igrejas

A arrecadação das igrejas no Brasil, compreendendo doações, dízimos e ofertas aos templos, atingem R$ 32 bilhões, segundo dados da Receita Federal, obtidos pela Lei de Acesso à Informação.

Dinheiro para ninguém bo-tar defeito, equivalendo à quase metade do que o governo deverá gastar com o BPC, ou seja, Benefí-cio de Prestação Continuada, pago a idosos carentes e pessoas com deficiência.

A quantia corresponde a uma receita de quase R$ 88 milhões por dia para entidades religiosas, em valores atualizados e sobre a mes-ma não cai nenhum tributo por for-ça de imunidade prevista no texto constitucional. O extraordinário aumento da arrecadação dos tem-plos se deve, em grande parte, ao aumento vertiginoso de religiosos evangélicos em todo o país.

No Estado de São Paulo, a Assembleia de Deus e a Congrega-ção Cristã do Brasil, somam 799 templos, superando os 731 católi-cos. Sinal dos tempos...

L´enfant terribleO “menino terrível” do nosso presidente atende pelo nome de

Carlos Bolsonaro, que é seu segundo filho. Vereador mais votado do Rio de Janeiro, ultrapassando a marca de 100 mil votos. Já se disse que seu objetivo é ocupar o espaço e interditar qualquer debate que não lhe

interesse. Sua última investida, no desfile do Sete de Setembro, foi contra a “democracia”. No seu entendimento, as vias democráticas inviabilizam

qualquer tentativa de administrar com proficiência nosso país. O moço tem vocação para ditador!

Intolerância racista nos StatesRaramente ouvimos referência

à intolerância racista ou à homofobia nos Estados Unidos. No entanto, no ano de 2018, a cidade de Washington bateu o recorde de crimes de ódio dire-cionado contra negros, com 205 casos reportados à polícia. Os especialistas acham que este número deve ser mui-to superior, pois nem todas as vítimas

registram a ocorrência, justamente em Washington que já teve o apelido de “chocolate city”, uma referência à grande quantidade de negros, muitos deles gays e transgêneros. Os analis-tas avaliam que há uma relação direta entre o aumento desses índices de vio-lência e a eleição de Trump, por sua habitual retórica contrária às minorias.

Os bolsonaristas postaram um vídeo que retrata um leão (nos-so presidente) acossado por hienas

(seus inimigos). Dentre as hienas figuram o Supremo Tribunal Federal,

os jornais Folha e Estadão, além da OAB, CNBB e até o PSL (partido

do presidente). O ministro do STF, Celso de Mello, declarou que a pos-

tagem evidencia que o presidente tem comportamento de monarca, mas não chegou à idade adulta e que “seu

atrevimento parece não encontrar limites”.

Logo após, o presidente se desculpou publicamente pela posta-

gem e disse que iria se retratar por eventuais ofensas...

O destempero do presidente

General Mourão

Carlos Bolsonaro

Celso de MelloPI

NGA

FOG

O

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19NOVEMBRO 2019

Sandro [email protected]

Confesso que não tenho medo da morte. Tenho pavor! Talvez o medo seja causado por todo aque-le ritual em torno da Velha da Foice, como diz o Xico Sá, referindo-se à morte.

Para onde vamos depois que batemos as botas e outros calçados? Acaba tudo ou entramos no lado do mistério? Uma coisa é certa: a morte é inevitável - ou infalível - e da qual não conseguimos escapar.

Aliás, convém lembrar Ben-jamin Franklin, o inventor do para--raios: “Neste mundo, duas coisas são infalíveis: os impostos e a morte”. É verdade, mas no Brasil há ricos sus-peitos de sonegação que raramente são incomodados pelo leão da Receita Federal e, assim, escapam dos impos-tos. Já do cerco da “velha da foice” ninguém escapa.

Se me permitem uma metá-fora, a morte é a hora de a onça be-ber água? Parece que sim. Ainda bem que pessoas notáveis nos consolam e, principalmente, nos orientam. Chico Xavier deixou claro que não somos finitos - ou finados - e outros líderes espirituais também abordaram o tema com competência e, pelo jeito, com conhecimento.

“Morte, onde está a tua vitó-ria?”, perguntou São Paulo em uma

O escritor e prestigiado médico cancerologista, Drauzio Varella - repetindo as palavras do respeitado sanitarista Gonzalo Ve-cina, da Faculdade de Saúde Pú-blica da USP - disse toda a ver-dade: “ Sem o SUS, é a barbárie”!

Explicou, então, em artigo publicado na Folha de 18 de agos-to, que houve um tempo em que somente os brasileiros com cartei-ra assinada tinham direito à assis-tência médica, pelo antigo INPS (Instituto Nacional de Previdên-cia Social). Os demais tinham que pagar pelo atendimento ou faziam fila na porta de meia dúzia de hos-pitais públicos espalhados pelo país. Muito ainda dependiam da caridade alheia, concentrada nas Santas Casas de Misericórdia ou de algumas instituições religiosas.

As crianças pobres, por sua vez, não tinham acesso aos pe-diatras e recebiam uma ou outra vacina em campanha, geralmente nos períodos eleitorais.

Deu-se, então, que há cer-ca de 30 anos atrás, um grupo de visionário, ligados à esquerda do

Sem o SUS... a barbárie!Da redação [email protected]

espectro político, defendeu a idéia de que seria possível criar um sistema que oferecesse saúde gratuita a todos os brasileiros. Parecia divagação de sonhadores.

O médico confessa que “sem-pre achou que levaríamos décadas até dispor de recursos financeiros para a implantação de políticas públicas com tal alcance. Em seguida, sobreveio a Constituição Federal que considerou a saúde um direito do cidadão e um dever do Estado e por incrível que pa-reça, poucos brasileiros sabem que o Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que ousou levar assistência médica gratuita a toda a po-pulação”.

Por esta razão, segundo o refe-rido facultativo “o SUS é, disparado, o maior e o mais democrático progra-ma de distribuição de renda do país. Perto dele, o Bolsa Família não passa de pequena ajuda. Enquanto o investi-mentos no SUS, consomem cerca de R$ 270 bilhões anuais, o orçamento do Bolsa Família mal chega a 10% disto”.

Assim sendo, tendo presente que vivemos, atualmente, sob a égide de um presidente colérico, capaz de sustentar que os comunistas são “co-medores de criancinhas”, muito im-porta saber que a implantação do SUS

A morte e seus mistériosde suas famosas epístolas. Acho que isso nos conforta e quem sou eu para duvidar de um santo tão importante. Dom Paulo Evaristo Arns, o grande cardeal de São Paulo na época da di-tadura militar, disse numa missa de Finados que “não há homem morto diante de Deus”.

Mais importante, ainda, foi a fala de Jesus Cristo, ao afirmar, ca-tegoricamente, que “na casa de Meu Pai há muitas moradas”. Se não duvi-do do apóstolo Paulo, como poderia duvidar de Jesus?

Aliás, quem sou eu, um bai-xíssimo, para duvidar do Altíssimo? Penso cá com meus botões que as “muitas moradas” citadas por Jesus devem ser planetas habitados nesse vasto Universo, que só não é maior do que o desemprego no Brasil e o drama dos imigrantes na Europa.

Li que só na Via Láctea, com 150 bilhões de estrelas e inúmeros planetas, há milhões de civilizações. Portanto, meus cupinchas, são “mui-tas moradas”, como avisou o Mes-tre. Certamente iremos habitar esses mundos, admiráveis mundos novos.

Quero também lembrar o que disse o jornalista e humorista ameri-cano Art Buchwald momentos antes de partir deste insensato mundo, em seu leito de morte:

- Nunca pensei que morrer fosse tão divertido!

Tremendo gozador? Ironia numa hora dessas? Certamente, não.

foi resultado das lutas políticas ala-vancadas pelas correntes de esquerda de nosso país.

Por estas razões, sem embar-go das deficiências apresentadas pela

referida instituição de saúde pública temos boas razões para defendê-la e, de resto, nos orgulharmos pelos bons serviços prestados ao nosso país, até a presente data.

Buchwald tinha por costume criticar, sem destruir ninguém. Certamente, deve ter visto algo deslumbrante antes

de fechar os olhos e partir. O mais inte-ressante é que, depois de partir, nunca mais se teve notícias dele...

Drauzio Varella

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20 NOVEMBRO 2019

Pergunte ao Bob CrazyQual o significado do dita-

do: “o que abunda não prejudica”. Resposta de Bob - “Os romanos já diziam “quod abundat non nocet” e seu significado é muito simples: uma pessoa pode ter um bumbum muito saliente e achar que sua compleição física pode, de alguma forma, pre-judicá-la. No entanto, desde a anti-guidade, os romanos sabiam que o excesso de traseiro, nas mulheres, era mais prazeroso do que sua falta.