habilidades e competÊncias em leitura, escrita e...

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Maria Christina Velloso de Mello HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EM LEITURA, ESCRITA E MATEMÁTICA ADQUIRIDAS POR ALUNOS DE OITO ANOS DE UM COLÉGIO PARTICULAR DO RIO DE JANEIRO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Fundação Cesgranrio, como requisito para obtenção do título de Mestre em Avaliação Orientadora: Profa. Dra. Nilma Santos Fontanive Rio de Janeiro 2012

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Maria Christina Velloso de Mello

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EM LEITURA, ESCRITA E MATEMÁTICA ADQUIRIDAS POR ALUNOS DE OITO ANOS DE UM COLÉGIO

PARTICULAR DO RIO DE JANEIRO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Fundação Cesgranrio, como requisito para obtenção do título de Mestre em Avaliação

Orientadora: Profa. Dra. Nilma Santos Fontanive

Rio de Janeiro 2012

M527 Mello, Maria Christina Velloso de

Habilidades e competências em leitura, escrita e matemática adquiridas por alunos de oito anos de um colégio particular do Rio de Janeiro / Maria Christina Velloso de Mello. – 2012.

54 f. ; 30 cm.

Orientadora: Profª. Drª. Nilma Santos Fontanive. Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) – Fundação Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2012.

Bibliografia : f. 48-49.

1. Habilidades em leitura e matemática. 2. Ensino fundamental – Avaliação. 3. Escola particular – Rio de Janeiro. I. Fontanive, Nilma Santos. II. Título

CDD 372.4098157

Ficha catalográfica elaborada por Anna Karla S. da Silva (CRB7/6298)

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação.

Assinatura Data

Dedico esse estudo aos meus pais e filhos, como prova de que não há limites para os nossos sonhos, mas, a realização de muitos deles exige de nós determinação, disciplina, planejamento e ousadia.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Professora Doutora Nilma Santos Fontanive, minha orientadora, por sua paciência, carinho e didática em orientar-me sobre cada capítulo.

À Professora Doutora Ligia Gomes Elliot, por suas correções no fechamento da dissertação.

À Professora Doutora Fátima Cristina de Mendonça Alves por fazer parte da banca.

A meus professores do Mestrado que em suas valiosas aulas me orientaram para que eu chegasse a essa dissertação.

À equipe da Cesgranrio que sem ela eu não teria conseguido organizar todos os dados dessa dissertação.

À Coordenação e às professoras do Colégio que se colocaram a disposição em aplicar o teste.

RESUMO

O presente estudo teve como propósito avaliar o alcance da Meta 2 do Programa

Todos pela Educação, que recomenda: Toda criança plenamente alfabetizada até os

8 anos. O estudo foi realizado a partir da aplicação da Prova ABC, a todos os alunos

matriculados em um colégio particular do Rio de Janeiro, que estavam completando

o 2º ano do Ensino Fundamental, em 2011. A Prova ABC é dividida em duas partes,

contendo 20 questões objetivas de leitura, 20 questões de Matemática e uma

redação. Foi aplicada aos alunos em dois dias consecutivos, por professoras de

turmas diferentes das avaliadas. Os resultados dos desempenhos dos alunos foram

colocados nas Escalas do SAEB/Prova Brasil e interpretados em termos das

habilidades que os alunos demonstraram dominar ao final do processo de

alfabetização. Os alunos que participaram da Prova ABC 2011, do colégio,

obtiveram média de 226,9 em leitura e 89,2% deles alcançaram desempenho

esperado nessa parte. Tiveram também um excelente desempenho na parte escrita.

De um total de 209 alunos, 90,4% atingiram a média 75, considerada adequada para

o ano/série, enquanto 65% dos alunos chegaram à média 100, apesar de nunca

terem feito uma carta. No resultado em Matemática pode-se notar que mais da

metade dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental (57,7%) estão acima do nível

de desempenho esperado (nível 175), considerado adequado pelo Movimento Todos

pela Educação para a Meta 2. O estudo recomenda que o colégio reveja o método

de ensino empregado em Matemática para identificar se este está sendo explorado

em todo o seu potencial; se os professores dominam o referido método e se sentem

confortáveis em aplicá-lo. Recomenda-se ainda que os resultados da Matemática

sejam discutidos entre os professores e a coordenação pedagógica do colégio.

Palavras-chave: Avaliação e Prova ABC. Alfabetização de alunos de oito anos.

Escalas de Desempenho em Leitura, Matemática e Escrita do SAEB/Prova Brasil.

ABSTRACT

This study aimed to assess the scope of the 2nd goal of the All for Education

Program, which recommends: Every child fully literate up to age 8. The study was

conducted based on the application of the ABC Test to all students enrolled in a

private school in Rio de Janeiro, who were completing the 2nd year of elementary

school in 2011. The ABC Test is divided into two parts, containing 20 objective

questions in reading, 20 questions in mathematics and an essay. The test was

administered to students in two consecutive days, for different classes with different

teachers. The results of the students’ performance were placed in the scales SAEB/

Prova Brazil and interpreted in terms of the skills that students demonstrated to

dominate at the end of the literacy process. Students who participated in the 2011

ABC Test, from that school, got an average of 226.9 in reading and 89.2% of them

achieved expected performance in this part. They also had an excellent performance

in the written part of the test. From a total of 209 students, 90.4% achieved an

average of 75, considered suitable for the year/grade, while 65% of the students

reached the average 100, despite never having written a letter before. In the

mathematics results more than half of the students of the 2nd year of elementary

school (57.7%) are above the expected level of performance (level 175), considered

appropriate by the Movement for Education for All for the 2nd goal. The study

recommends that the school reviews the teaching method used in mathematics to

identify whether this is being explored for its full potential, and the teachers dominate

this method and feel comfortable applying it. It also recommends that the results of

mathematics are discussed among teachers and the pedagogical coordination of the

school.

Keywords: Assessment and ABC Test. Literacy of eight years old students.

Performance Scales in Reading, Mathematics and Writing SAEB/Prova Brazil.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Termômetro em escala Celsius......................................................... 19

Figura 2 Exemplo de escala de desempenho em Língua Portuguesa............ 20

Figura 3 Exemplo de escala de desempenho em Matemática........................ 20

Gráfico 1 Percentual de alunos acima dos níveis de desempenho em Língua Portuguesa......................................................................................... 25

Gráfico 2 Percentual de alunos acima dos níveis de desempenho em Matemática......................................................................................... 28

Figura 4 Escala de Desempenho de Leitura – 3º ano EF................................ 30

Figura 5 Escala de Desempenho de Matemática – 3º ano EF........................ 38

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Média em leitura e percentual de alunos que aprenderam o esperado no Colégio, Brasil e por rede de ensino.............................. 26

Tabela 2 Médias de desempenho em Leitura e percentual de alunos que aprenderam o esperado para o 3º ano, por região e por rede de ensino.................................................................................................. 26

Tabela 3 Média de desempenho em Matemática e percentual de alunos que aprenderam o esperado para o 3º ano no Brasil e por rede de ensino.................................................................................................. 28

Tabela 4 Média de desempenho em Matemática e percentual de alunos que aprenderam o esperado para o 3º ano por região e por rede de ensino.................................................................................................. 29

Tabela 5 Resultados obtidos pelo Colégio na Prova de Escrita........................ 45

Tabela 6 Médias de pontos na escala de escrita (Brasil e Regiões)................. 46

Tabela 7 Média de pontos na prova escrita e percentual de alunos que aprenderam o esperado para o 3º ano/2ª série, por Rede de Ensino 46

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 11

1.1 OBJETIVO E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO................................................. 12

1.2 QUESTÕES AVALIATIVAS........................................................................... 13

2 A PROVA ABC E O SEU CONTEXTO.......................................................... 14

2.1 A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.................................. 14

2.2 O MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO................................................ 15

2.3 A PROVA ABC............................................................................................... 17

2.4 ESCALAS DO SAEB...................................................................................... 18

2.5 ALFABETIZAÇÃO.......................................................................................... 22

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 23

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO................................................................ 23

3.2 IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUMENTO.......................................................... 23

3.3 COLETA DE DADOS..................................................................................... 23

3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................................................... 24

4 RESULTADOS............................................................................................... 25

4.1 RESULTADOS OBTIDOS EM LEITURA....................................................... 25

4.2 RESULTADOS OBTIDOS EM MATEMÁTICA............................................... 27

4.3 AS ESCALAS DE DESEMPENHO DE LEITURA E MATEMÁTICA.............. 30

4.4 RESULTADOS NA PROVA ESCRITA........................................................... 45

4.5 CONSIDERAÇÕES........................................................................................ 46

4.6 RECOMENDAÇÕES...................................................................................... 47

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 48

ANEXOS........................................................................................................ 50

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2005, mais precisamente no dia 8 de setembro de 2005, foi

marcado o início da Década das Nações Unidas para a Educação e o

Desenvolvimento Sustentável 2005-2014. Este dia ficou sendo o Dia Internacional

da Alfabetização. A comemoração da data no Brasil acontece desde 1930, no dia

14 de novembro, data da Fundação do Ministério da Educação e Saúde Pública.

O índice de cidadãos alfabetizados de um país indica o nível de

desenvolvimento do mesmo. A alfabetização é o processo que desenvolve as

habilidades de leitura e de escrita de um sujeito, tornando-o capaz de identificar e

decifrar os códigos escritos. Um meio familiar alfabetizado favorece muito o

desenvolvimento da criança, tendo um impacto positivo na duração da escolarização

das pessoas, bem como no modo como adquirem os conhecimentos.

Durante os últimos anos, numerosos programas de alfabetização,

particularmente aqueles voltados para os adultos, foram mais claramente orientados

para as necessidades locais, especialmente privilegiando o desenvolvimento

comunitário e a proteção do ambiente. Estas abordagens procuram enriquecer os

cursos de alfabetização, ultrapassando as funções básicas da leitura e da escrita

para incluírem competências da vida diária e o conteúdo correspondente. “Calcula-

se ainda que mais de 100 milhões de crianças não frequentem a escola. É evidente

que o apoio dado à alfabetização ainda está longe de responder às necessidades

existentes” afirma o secretário geral da Organização das Nações Unidas

(ASSEMBLEIA, 2012).

O Dia Internacional da Alfabetização serve para lembrar que a alfabetização

para todos é uma parte integrante da educação. A alfabetização não é um pré-

requisito para um mundo saudável, justo e próspero. É um instrumento do trabalho

que visa tornar realidade os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, aprovados

por todos os governos do mundo como um plano geral para a construção de um

mundo melhor no século XXI.

Além disso, a alfabetização é um direito humano, como afirma a Declaração

Universal dos Direitos Humanos que consagra o direito de todos à educação. É um

processo emancipador, que permite que milhões de seres humanos tenham acesso

ao conhecimento e à informação, que alarga horizontes, aumenta as oportunidades

e cria alternativas para a construção de uma vida melhor.

12

O Brasil, embora tenha desenvolvido desde 1995 instrumentos de Avaliação

da Aprendizagem Escolar, como SAEB e a Prova Brasil, não possuía provas que

avaliassem as habilidades adquiridas por crianças ao final do Ciclo de Alfabetização,

ou seja, ao final do 2º ano de escolaridade do Ensino Fundamental de 9 anos. Em

2010, em parceria com o Movimento Todos pela Educação, com o Instituto Nacional

de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), ligado ao Ministério da

Educação, Fundação Cesgranrio e o Instituto Paulo Montenegro, foi desenvolvida a

Prova ABC, que permitiu colocar nas escalas do SAEB, os desempenhos dos alunos

dessa faixa etária (ANUÁRIO, 2012 p. 42).

1.1 OBJETIVO E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Este estudo teve como objetivo avaliar a aquisição de competências e

habilidades em leitura, escrita e Matemática, pelos alunos de uma escola particular

do Rio de Janeiro, doravante denominado Colégio, ao final do segundo ano do

Ensino Fundamental de nove anos em 2011. Por meio da aplicação da Prova ABC,

os resultados encontrados foram comparados com os obtidos pelas populações e

sub-populações de alunos brasileiros e da Região Sudeste, que fizeram a Prova

ABC em 2011.

A Prova ABC é um instrumento nacional criado para avaliar as habilidades de

Leitura, Escrita e de Matemática adquiridas pelos alunos brasileiros pertencentes a

uma amostra de escolas estatisticamente significativa. As Escalas do SAEB/Prova

Brasil descrevem, desde 1995, os desempenhos para os alunos do 5o ano do Ensino

Fundamental. Ao colocar os desempenhos obtidos na Prova ABC nas Escalas do

SAEB/Prova Brasil, essas Escalas têm seu escopo ampliado e possibilitam a

interpretação dos níveis de desempenho dos alunos do 2o ano do Ensino

Fundamental.

A aplicação da Prova ABC, em uma escola particular do Rio de Janeiro, é o

primeiro estudo realizado no Brasil, fora do âmbito da pesquisa original de 2011, e

seus resultados trazem importante contribuição aos dados anteriormente divulgados.

Tal contribuição justifica a relevância do presente estudo avaliativo.

13

1.2 QUESTÕES AVALIATIVAS

A partir do objetivo do estudo, foram elaboradas as seguintes questões

avaliativas:

1) Quais as habilidades de Leitura, Escrita e Matemática os alunos do

Colégio adquirem após os dois anos de escolaridade do Ensino Fundamental?

2) Há diferenças de desempenho dos alunos do Colégio quando

comparados com o dos alunos brasileiros que estudavam nas capitais das Unidades

da Federação?

3) Os alunos do Colégio demonstraram atingir nível de habilidade de leitura,

escrita e Matemática mais altos, quando são comparados com a sub-população de

alunos de escolas particulares da Região Sudeste?

2 A PROVA ABC E O SEU CONTEXTO

Este capítulo apresenta breve histórico da avaliação da educação no Brasil,

informações sobre o Movimento Todos pela Educação, o instrumento que foi

adotado para esta avaliação e as escalas de desempenho do SAEB/Prova Brasil.

Complementando o capítulo, é apresentado brevemente o método de alfabetização

aplicado no colégio.

2.1 A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL

Como parte da reforma dos sistemas de ensino, na década de 80 diferentes

países criam sistemas centralizados de avaliação da educação escolar oferecida às

crianças e jovens. Esses sistemas de avaliação tinham como principal objetivo

diagnosticar os níveis de aprendizagem alcançados pelos alunos em diferentes

etapas da vida escolar e acompanhar o progresso e evolução da educação ao longo

dos anos. Graças ao uso de uma metodologia de avaliação baseada na Teoria de

Resposta ao Item (TRI) que possibilita colocar o desempenho dos alunos em

escalas de proficiências invariantes no tempo, os sistemas de avaliação

popularizaram-se no cenário educacional de muitos paises. No Brasil, o Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) utilizando a TRI foi realizado

pela primeira vez em 1995 (FONTANIVE; KLEIN, 1995) e, desde então, em ciclos

bi-anuais, descreve o desempenho dos alunos brasileiros do 5o e 9o anos do Ensino

Fundamental e da 3a série do Ensino Médio nas disciplinas de Língua Portuguesa e

Matemática. Graças ao SAEB é possível acompanhar e comparar as proficiências

dos alunos de diferentes unidades da federação e das diversas redes de ensino –

Federal, Estadual, Municipal e Particular e atingir seu objetivo principal que segundo

Franco e Bonamino (2001, p. 04 apud SANTOS, 2002), é “gerir e organizar

informações sobre a qualidade, a equidade e a eficiência da educação nacional”.

Avaliação e letramento: concepções de aluno letrado subjacentes ao SAEB e ao

PISA.

Além dos testes, o SAEB é acompanhado de questionários, dirigidos aos

alunos, ao diretor e ao professor e à escola, visado obter informações capazes de

gerar relações entre os fatores intra e extraescolares explicativas dos resultados dos

desempenhos encontrados.

15

A partir de 2005, o INEP cria a Prova Brasil, aplicada censitariamente aos

alunos de 5o e 9o anos do Ensino Fundamental das redes públicas do País, no

mesmo período do SAEB. Com os resultados da Prova Brasil foi criado um Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) (2011) que conjuga os resultados do

desempenho dos alunos e as taxas de aprovação das escolas públicas.

Entretanto, o Brasil não dispunha de um instrumento de avaliação que

descrevesse o desempenho dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental,

contemplando as habilidades de leitura, escrita e de matemática, alcançados pelos

alunos ao final de dois anos de escolaridade.

Em 2008, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (INEP), órgão do Ministério da Educação, cria a Provinha Brasil, uma

avaliação aplicada a alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. A prova é

recomendada para que todas as escolas de Ensino Fundamental no Brasil passem

por um diagnóstico do aprendizado de seus estudantes - escolas públicas e

particulares podem optar por aplicar ou não a avaliação aos alunos. A Provinha é

dividida em duas avaliações com 20 questões cada: uma prova de Leitura e outra de

Matemática e é aplicada em duas etapas, no início e no fim do ano letivo.

Os professores são os responsáveis pela aplicação. Os resultados da Provinha

Brasil não são divulgados para todo País, pois apenas os professores e gestores de

cada escola têm acesso a eles (INSTITUTO, 2003).

Entretanto, O INEP, não colocou os resultados da Provinha Brasil nas escalas

do SAEB, faltando assim um instrumento de avaliação que permitisse comparar os

níveis de proficiências alcançados pelos alunos ao final do final do 2o ano de

escolaridade para, de um lado, descrevê-las, ampliando as Escalas do SAEB e, de

outro, situar a aprendizagem destes alunos relativamente aos dos alunos do 5o ano.

Este instrumento, denominado Prova ABC, desenvolvido em parceria ao

Movimento Todos pela Educação com o INEP, Fundação Cesgranrio e o Instituto

Paulo Montenegro, será apresentado na seção 2.2, desta dissertação.

2.2 O MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO

O Movimento Todos pela Educação tem como principal missão “Contribuir

para a efetivação do direito de todas as crianças e jovens à Educação Básica de

qualidade até 2022” (DE OLHO NAS METAS, 2012 p. 146). O “Todos pela

16

Educação”, como é conhecido, é um movimento financiado exclusivamente pela

iniciativa privada, que congrega sociedade civil organizada, educadores e gestores

públicos que tem como objetivo contribuir para que o Brasil garanta a todas as

crianças e jovens o direito à Educação Básica de qualidade.

Criado em setembro de 2006, em ato público realizado simbolicamente nas

escadarias do Museu da Independência em São Paulo, o movimento trabalha para

que sejam garantidas as condições de acesso, alfabetização e sucesso escolar,

além de lutar pela ampliação e boa gestão dos recursos públicos investidos na

Educação. Esses grandes objetivos foram traduzidos em cinco Metas, com prazo de

cumprimento até 2022, ano do Bicentenário da Independência do Brasil.

As cinco Metas são claras, realizáveis e monitoradas a partir da coleta

sistemática de dados e da análise de séries históricas de indicadores educacionais

oficiais. Elas servem como referência e incentivo para que a sociedade acompanhe

e cobre a oferta de Educação de qualidade para todos. São elas:

Meta 1: Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola. Meta 2: Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos. Meta 3: Todo aluno com aprendizado adequado à sua série. Meta 4: Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos. Meta 5: Investimento em Educação ampliado e bem gerido

O Todos pela Educação entende ser dever primordial do Estado oferecer

Educação de qualidade a todas as crianças e jovens. No entanto, diante da

dimensão e importância dessa tarefa e do quadro histórico da Educação Básica no

Brasil, somente a ação dos governos não será suficiente para alcançá-la. Para isso,

é muito importante que o debate sobre os rumos do setor seja o mais abrangente

possível.

Somente com a participação dos diversos segmentos da sociedade, reunidos

em torno de metas comuns e alinhadas com as diretrizes das políticas públicas

educacionais, é que será possível encontrar as melhores soluções e implementá-las

com sucesso.

O envolvimento e compromisso de toda a sociedade é condição fundamental

para promover o salto de qualidade que a Educação Básica brasileira necessita.

17

2.3 A PROVA ABC

A Prova ABC é uma prova experimental desenvolvida para a avaliação dos

alunos do Ensino Fundamental Brasileiro. Trata-se de uma avaliação inédita

desenvolvida pelo Movimento Todos pela Educação. A intenção é avaliar o nível de

alfabetização dos alunos com referência nos conteúdos aprendidos no final do ciclo

de alfabetização, aos 8 anos.

A Prova ABC, teve a primeira aplicação experimental nos meses de abril e

maio de 2011 em amostras de alunos que estavam iniciando o 4o ano do Ensino

Fundamental.

Antes de prosseguir, cabe uma explicação sobre a Meta 2, Toda criança

alfabetizada aos 8 anos, que foi lançada pelo Movimento Todos pela Educação,

antes de o Ensino Fundamental de 9 anos tornar-se obrigatório. Assim, a

escolaridade compulsória no Brasil iniciava-se aos 7 anos. O ciclo de alfabetização

abrangia o que seria a 1a e 2a série do Ensino Fundamental de 8 anos, estando as

crianças com 8 anos completos ou ao redor dele, ao final do ano.

Na verdade, com o Ensino Fundamental de 9 anos, a criança brasileira

ingressa no Ensino Fundamental com 6 anos completos ou a completar até o mês

de Junho, data da coleta do Censo Educacional. Assim, ao final de dois anos, ela

terá 8 anos ou ao redor dessa idade. Por esta razão, o Movimento decidiu não

alterar a Meta, que já estava bastante divulgada.

A prova foi organizada pela Fundação Cesgranrio, com itens do seu próprio

Banco de Itens, além de itens da Escala do SAEB cedidos pelo INEP. Foram

utilizados também alguns itens da Provinha Brasil para compor os cadernos de

teste.

Ao todo foram aplicados 50 itens de leitura e 50 de Matemática, divididos em

blocos de 10 itens cada, dando origem a 10 cadernos de cada disciplina.

Cada aluno respondeu a dois blocos ou 20 itens, por disciplina, além de uma

prova de produção escrita.

A amostra da Prova ABC foi composta por: a) Escolas urbanas das capitais,

estaduais, municipais e privadas; b) Escolas estaduais e municipais com 4ª série/5º

ano que participaram da Prova Brasil 2009; c) 45 estratos de amostra por região,

dependência administrativa da escola, e nível de proficiência médio da escola na

última Prova Brasil.

18

O tamanho da amostra desejada por região e disciplina incluiu 500 alunos de

cada uma das regiões Norte, Sul e Centro Oeste, 700 alunos da região Nordeste,

800 alunos da região Sudeste. O total por disciplina foi de 3.000 alunos, ou seja,

6.000 alunos ao todo compuseram a amostra.

Em cada um dos estratos de amostragem, as escolas foram selecionadas

com igual probabilidade. Em cada escola selecionada, foi selecionada uma turma e

todos os alunos da turma selecionada participaram do estudo, sendo que metade

realizou a prova de Leitura e metade a prova de Matemática.

Apesar de o processo de seleção do aluno ter sido realizado em duas etapas,

para efeitos dos cálculos dos pesos foi considerado que os alunos de uma mesma

escola foram selecionados com igual probabilidade.

2.4 ESCALAS DO SAEB

Os resultados da avaliação da Educação Básica são apresentados em

escalas de desempenho capazes de descrever, em cada nível, as competências e

as habilidades que os alunos demonstram ter adquirido em cada disciplina. No

SAEB, o uso de itens comuns entre séries e entre anos permite que os alunos de

todas as séries e de todos os anos sejam postos em uma mesma escala de

proficiência de modo que seus desempenhos possam ser comparados. (KLEIN,

2003 p. 18) Para cada nível a ser interpretado, para cada item estima-se o

percentual de acerto dos alunos no nível, calculando-se o percentual de acerto dos

alunos com proficiências em um intervalo que contém o nível.

A escala do Saeb é única para cada disciplina e permite apresentar, em uma

mesma métrica, os resultados de desempenhos dos estudantes do 5o ano e 9o anos

do Ensino Fundamental e 3a série do Ensino Médio. Pela escala, pode-se verificar

que percentual de alunos já construiu as competências e habilidades desejáveis

para cada um dos anos avaliados, quantos ainda estão em processo de construção,

quantos estão abaixo do nível que seria desejável para o ano e quantos estão acima

do nível que seria esperado.

“Uma escala é uma maneira de medir resultados de forma ordenada onde a

origem e a unidade de medida são arbitradas. As escalas de proficiências ordenam

os desempenhos dos alunos do menor para o maior, em um continuum.” (SARESP,

2008. p. 1) Para se explicar a origem e os intervalos de uma escala, costuma-se

19

fazer uma analogia com outra escala, conhecida, como a escala Celsius. A escala

Celsius é graduada em centígrados. A origem é o ponto de fusão da água (0 grau) e

o seu extremo, 100 graus, é o ponto de ebulição.

Os pesquisadores da Fundação Cesgranrio (2004), ao estabelecer um

paralelo entre a escala de proficiência e a escala Celsius têm apresentado, desde

1995, a figura de um termômetro usado para medir a temperatura corporal.

Figura 1: Termômetro em escala Celsius.

Fonte: Elliot; Fontanive (2004).

O termômetro, utilizado para medir a temperatura corporal de uma pessoa,

costuma apresentar valores que vão dos 35 graus aos 42 graus Celsius. Como a

temperatura basal de uma pessoa é de aproximadamente 36 graus, se o termômetro

acusar uma temperatura de 37 graus, pode-se interpretar que a pessoa está febril.

Entretanto, se o resultado obtido for 41 graus, a interpretação indica a necessidade

de se tomar algum procedimento para a temperatura voltar aos níveis de

normalidade.

Na escala nacional, a origem e a unidade de medida foram arbitradas como a

média e o desvio padrão da distribuição do desempenho dos alunos da 8ª série/9º

ano, no ano de 1997, ou seja, 250 para a média e 50 para o desvio padrão.

Enquanto os pontos marcados no termômetro vão de 35 graus a 42 graus (escala

Celsius), na escala de proficiência os valores estão compreendidos entre 0 e 500,

aproximadamente.

Algumas características da escala de proficiência devem ser lembradas:

A escala é comum às séries avaliadas para cada componente curricular.

Foi possível obter uma escala única porque alunos do 2º ano do EF responderam a

alguns itens de 5º ano, e os da 3ª série do EM responderam a alguns itens do 9º ano

do EF.

Em cada escala são escolhidos pontos para interpretar as habilidades que

os alunos demonstram possuir quando seus desempenhos estão situados ao redor

daquele ponto.

20

Os níveis da escala são cumulativos, ou seja, os alunos posicionados em

um nível dominam as habilidades dos níveis anteriores. Assim, quanto maior o nível

da escala, melhor o desempenho.

Exemplos de escalas de desempenho, com seus valores numéricos,

interpretados em níveis, com distância entre si de meio desvio padrão, podem ser

assim representados como nas Figuras 2 e 3.

Figura 2: Exemplo de escala de desempenho em Língua Portuguesa.

125 150 175 200 225 250 275 300 325 350

Fonte: BRASIL, Relatório Nacional SAEB (2003).

Observa-se, em azul, o nível adequado de desempenho em Língua

Portuguesa preconizado pelo Movimento Todos Pela Educação para os alunos do 3º

ano do EF, antiga 2ª série é 175, para o 5º ano do EF, antiga 4ª série, é 200, de 9º

ano do EF, antiga 8ª série, é 275 e de 3ª série do EM é 300, de acordo com as

habilidades descritas nesses níveis da escala.

Figura 3: Exemplo de escala de desempenho em Matemática.

125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425

Fonte: BRASIL, Relatório Nacional SAEB (2003).

Na disciplina Matemática os níveis recomendados pelo Movimento Todos

Pela Educação para os alunos do 3º ano do EF, antiga 2ª série, é 175, 5º ano do EF,

antiga 4ª série, é 225, de 9º ano do EF, antiga 8ª série, é 300 e de 3ª série do EM é

350, de acordo com as habilidades descritas nesses níveis da escala.

Os números 125, 150, 250, sozinhos, não possuem qualquer significado, da

mesma forma que a nota 7 ou o conceito B só fazem sentido para o professor que

elaborou as questões, aplicou-as e corrigiu as provas. Entretanto, como a avaliação

em larga escala utiliza uma quantidade considerável de itens para avaliar o

desempenho dos alunos em cada componente curricular e série, torna-se pouco

adequado apresentá-los um a um para explicar os resultados obtidos. Com o

21

propósito de facilitar a compreensão da escala, foi desenvolvida uma metodologia de

interpretação dos níveis utilizando a descrição dos conteúdos e habilidades que os

alunos demonstraram possuir, quando acertaram determinados itens aplicados.

Desde 1995, para se chegar descrição das habilidades que compõem cada

nível da escala, adota-se uma metodologia de interpretação apoiada em dois

procedimentos (Klein, 2003, p 138).

I. Identificação dos níveis âncora da escala Em primeiro lugar deve-se lembrar que a adoção da Teoria da Resposta ao Item permite colocar em uma mesma escala os itens de teste utilizados na avaliação de uma disciplina e o desempenho dos alunos que participaram daquela avaliação. Para a interpretação das escalas obtidas são selecionados os itens que se posicionam em um determinado nível (ou ponto) da escala. A seleção desses itens para um nível da escala é feita a partir dos seguintes critérios: em torno do nível, pelo menos 65% dos alunos acertem o item. em torno do nível acima na escala pelo menos 65% dos alunos desse nível acertem o item; que menos de 50% dos alunos em torno do nível abaixo acertem o item e que a diferença entre os percentuais de alunos que acertaram o item em cada nível seja maior do que 30%. É importante lembrar que nos níveis mais altos da escala esse percentual de acertos é maior. II. Apresentação dos itens âncora a especialistas das áreas curriculares avaliadas para que eles interpretem o que os alunos sabem, são capazes de fazer ou que habilidades demonstraram possuir para acertar aqueles itens

Nos painéis, os especialistas contam com todos os itens utilizados na avaliação e não somente com o subconjunto de itens de testes aplicados a uma série. É importante recordar que há blocos de itens comuns nos cadernos de testes respondidos por alunos das três séries avaliadas, e que a Teoria da Resposta ao Item permite colocá-los e ordená-los em uma mesma escala, independente da série do aluno.

Os especialistas também dispõem, para a discussão nos painéis, dos

resultados estatísticos obtidos pelos itens. Eles podem então avaliar os índices de

dificuldade de cada item, tipos de erros mais frequentes cometidos pelos alunos,

analisando a atração de uma alternativa errada, pelo percentual de alunos que

escolheram aquela alternativa.

Com essas informações os especialistas chegam às descrições de cada um

dos níveis das escalas.

22

2.5 ALFABETIZAÇÃO

Existem vários métodos de alfabetização e cada um tem a sua especificidade.

Vários estudos evidenciam a eficácia de cada um de acordo com a maneira de

serem aplicados e os estudos da época da implantação de cada um.

No colégio deste estudo, o método aplicado começou a ser estudado em

1975, no Laboratório de Currículos da Secretaria de Educação do Estado do Rio de

Janeiro, com uma equipe específica. Esta fazia parte da equipe responsável pela

elaboração da obra “Reformulação de Currículos – Alfabetização” e pela

implementação de nova metodologia de alfabetização nas escolas públicas de 1º

grau, sendo ambos os trabalhos coordenados pela Professora Helena Gryner

(GRYNER et al., 1977).

Segundo a Professora Gryner, é na unidade linguística tomada como ponto

de partida no processo de alfabetização que a maioria das escolas se baseia para a

escolha de métodos e cartilhas. O trabalho que essa autora propõe que o

aprendizado da leitura e escrita está esquematicamente organizado em:

Desenvolvimento em unidades interligadas que se sucedem obedecendo a critérios de gradação, em uma ordem crescente de complexidade.

Uma unidade consiste em um conjunto de etapas desenvolvidas a partir de um tema produzido e vivenciado pelas crianças. Dele se parte para a seleção dos enunciados e palavras-chave a serem analisados na unidade. Embora todas as unidades do processo sejam constituídas das mesmas etapas, a cada unidade, um novo tema, novos enunciados, novas palavras-chave.

A duração de cada unidade é determinada pelo professor, já que o número de aulas necessário para seu desenvolvimento depende de fatores tais como: o nível da turma; o momento do processo (o tempo despendido para a exploração de uma unidade inicial é certamente maior que aquele exigido para uma unidade mais avançada do processo); a complexidade maior ou menor de cada unidade. O professor pode estendê-las ou diminuí-las, tendo em vista o rendimento dos alunos. O mesmo se aplica em relação às etapas. O tempo necessário para desenvolvê-las depende dos mesmos fatores acima discriminados. Assim sendo, o número de unidades trabalhadas em um ano letivo, em classe de Alfabetização/ 1º ano, varia.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

São aqui apresentados os procedimentos metodológicos que possibilitaram o

desenvolvimento deste estudo.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo avaliativo adotou a abordagem orientada por objetivos, no

caso, as habilidades da Prova ABC. Essa abordagem pode ser considerada como

derivada do modelo tyleriano (WORTHEN; SANDERS; FITZPATRICK, 2004). Em

seu desenvolvimento, o estudo seguiu diversas etapas, a saber: identificação do

instrumento, aplicação da Prova ABC aos alunos do Colégio, análise dos resultados

obtidos pelos alunos, comparação com os resultados obtidos em nível nacional e na

Região Sudeste.

3.2 IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUMENTO

As provas de leitura, escrita e Matemática foram elaboradas por especialistas

da Fundação Cesgranrio. Todos os itens de teste empregados foram validados e

colocados nas escala do SAEB/Prova Brasil.

Neste estudo, as provas aplicadas eram compostas por 20 itens em leitura,

20 em Matemática e uma proposta de produção escrita. Esta proposta encontra-se

no Anexo A, deste estudo. Os itens de leitura e de Matemática pertencem ao Banco

de Itens do Inep e não podem ser divulgados.

É importante destacar que os alunos brasileiros que fizeram a Prova ABC em

2011 cursavam o 3º ano do Ensino Fundamental, enquanto que os alunos do

Colégio que participaram do presente estudo estavam no final do 2º ano desse nível

de ensino.

3.3 COLETA DE DADOS

A Prova ABC foi aplicada a um grupo de 220 alunos, distribuídos em oito

turmas, do 2º ano do Ensino Fundamental, de uma escola particular do Rio de

janeiro. No primeiro dia, os alunos fizeram a prova de Língua Portuguesa e Redação

e no segundo dia, a prova de Matemática.

24

A prova foi aplicada aos alunos que estavam concluindo o 2º ano do Ensino

Fundamental, em novembro de 2011.

Cada sala de aula recebeu o envelope da turma lacrado com as provas que

estavam identificadas com o nome de cada aluno.

A prova foi aplicada ao mesmo tempo, nas oito turmas do 2º ano do Ensino

Fundamental. Cada turma fez a prova com um aplicador diferente, sem ser o seu

professor.

Os alunos foram informados, na hora da prova, de que se tratava de um

estudo para uma dissertação de Mestrado, o que os envolveu ainda mais em

participar.

A prova foi autorizada pela diretora pedagógica da escola e o grupo de

professores das oito turmas teve uma reunião prévia com a autora, para orientação

sobre a prova. Ficou combinado que esta seria aplicada na última semana de aula

de 2011. A coordenadora do segmento também participou e ajudou na organização.

3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos nas provas foram apurados com a utilização da TRI.

Além de identificarem as habilidades dominadas pelos alunos, por meio de seu

desempenho, os resultados serviram para situar o Colégio comparativamente aos

resultados da amostra brasileira dos alunos de escolas urbanas e, em particular, aos

da Região Sudeste, onde se encontra o Colégio participante.

Os resultados são apresentados nas escalas nacionais de desempenho,

situando e descrevendo os desempenhos dos alunos do Colégio. Tabelas permitem

verificar a comparação desses desempenhos com os obtidos pelos alunos da

amostra brasileira e da Região Sudeste.

4 RESULTADOS

Nesse capítulo serão apresentados os resultados obtidos com a aplicação da

Prova ABC, que objetivou avaliar quais as competências e habilidades foram

adquiridas em leitura, escrita e Matemática, por alunos da escola particular do

Rio de Janeiro, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental de nove anos em 2011.

O capítulo também apresentará uma comparação dos resultados obtidos pela

população e subpopulações de alunos brasileiros e da região Sudeste, que fizeram a

Prova ABC em 2011, com os dos alunos da escola particular avaliada.

4.1 RESULTADOS OBTIDOS EM LEITURA

Desempenho do Colégio

Os alunos que participaram da Prova ABC 2011, do Colégio, obtiveram média

de 226,9 em leitura e 89,2% deles alcançaram desempenho esperado em leitura,

igual ou maior do que 175.

Gráfico 1: Percentual de alunos acima dos níveis de desempenho em Língua Portuguesa.

100,0 100,0 100,097,2

89,2

72,8

54,9

31,0

16,4

00,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

≥75 ≥100 ≥125 ≥150 ≥175 ≥200 ≥225 ≥250 ≥275 ≥300

Pe

rcen

tua

l

Níveis de Desempenho Fonte: A autora (2012).

O Gráfico 1 mostra o percentual de alunos do Colégio acima dos diversos

níveis de desempenho da escala de leitura. Pode-se notar que quase 90% dos

alunos estão no nível de desempenho esperado (175), recomendado pelo

26

Movimento Todos pela Educação, como meta para o ano de 2022. Chama-se a

atenção que os alunos do Colégio (72,8%) têm o desempenho acima do nível 200,

nível recomendado para o 5º ano, antiga 4ª série, de acordo com o Movimento.

Esses resultados refletem o ótimo desempenho dos alunos do Colégio na Prova

ABC.

Comparação dos resultados do Colégio com os do Brasil

A Tabela 1 mostra o resultado do Colégio em leitura, seguido pelos resultados

obtidos no país e redes de ensino, pública e particular.

Tabela 1: Média em leitura e percentual de alunos que aprenderam o esperado no Colégio, Brasil e por rede de ensino.

Rede de Ensino Média Proporção de alunos com desempenho

esperado para 8 anos de idade

Colégio 226,9 89,2%

Brasil Total 185,8 56,1%

Brasil Pública 175,8 48,6%

Brasil Particular 216,7 79,0%

Fonte: A autora (2012).

Observa-se que a média do Colégio encontra-se acima da média total do

Brasil (185,8) e o percentual dos alunos com desempenho esperado foi superior 33

pontos percentuais ao do Brasil. Nota-se ainda uma diferença de 10 pontos

percentuais favoráveis ao Colégio em relação à rede de ensino particular, que

obteve média 216,7, com 79% de alunos atingindo o desempenho esperado,

enquanto a rede pública apresentou média 175,8, mais baixa do que a do Colégio,

sendo que apenas 48,6% de seus alunos alcançaram o desempenho esperado.

Comparação dos resultados do Colégio com os das Regiões

As médias de desempenho de cada região brasileira e das respectivas redes

pública e particular, com o percentual de alunos que atingiram o desempenho

esperado para o 3º ano do Ensino Fundamental são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2: Médias de desempenho em Leitura e percentual de alunos que aprenderam o

esperado para o 3º ano, por região e por rede de ensino.

Regiões Rede de Ensino Média Proporção de alunos com

desempenho esperado para o 3º ano

Norte Total 172,8 43,6%

Norte Pública 166,7 39,4%

Norte Particular 210,6 69,4%

Nordeste Total 167,4 42,5%

(Continuação)

27

(Continuação)

Regiões Rede de Ensino Média Proporção de alunos com

desempenho esperado para o 3º ano

Nordeste Pública 159,7 36,5%

Nordeste Particular 191,1 61,1%

Sudeste Total 193,6 62,8%

Sudeste Pública 182,0 54,4%

Sudeste Particular 224,2 85,1%

Sul Total 197,9 64,6%

Sul Pública 186,8 56,5%

Sul Particular 228,4 86,8%

Centro-Oeste Total 196,5 64,1%

Centro-Oeste Pública 186,6 56,8%

Centro-Oeste Particular 226,2 85,5%

Fonte: Fontanive, (1997) adaptado pela autora.

A Tabela 2 mostra que há uma variação de desempenho no País e

proximidade entre as médias das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, quanto ao

desempenho em leitura. Essas regiões tiveram desempenho acima da média

nacional (185,8), apresentando médias de, respectivamente, 197,9; 193,6 e 196,5

pontos. Abaixo da média brasileira ficaram a Região Norte com média 172,8 e a

Região Nordeste com 167,4.

A comparação dos resultados alcançados pelo Colégio revela que a média

226,9 é superior a da Região Sudeste (193,6), assim como o percentual dos alunos

com desempenho esperado (89,2% para 62,8%).

Se a análise for feita separando as Redes, particular e pública, ter-se-ia então

como resultado das escolas particulares da Região Sudeste um valor mais

aproximado do Colégio. Ou seja, a Rede Particular da Região Sudeste obteve média

224.22 e 85% dos alunos com desempenho esperado, enquanto os alunos do

Colégio obtiveram média 226.9 e 89,2% com desempenho esperado.

4.2 RESULTADOS OBTIDOS EM MATEMÁTICA

Desempenho do Colégio

Constatou-se que os alunos do Colégio que participaram da Prova ABC 2011

atingiram a média de 183,9, e 57,7% desses alunos alcançaram o nível de

aprendizagem 175, esperado em Matemática (Gráfico 2).

28

Gráfico 2: Percentual de alunos acima dos níveis de desempenho em Matemática.

100,0 100,0 100,097,2

89,2

72,8

54,9

31,0

16,4

00,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

≥75 ≥100 ≥125 ≥150 ≥175 ≥200 ≥225 ≥250 ≥275 ≥300

Perc

en

tual

Níveis de Desempenho Fonte: A autora (2012).

No Gráfico 2 constata-se o percentual de alunos acima dos diversos níveis de

desempenho da escala de Matemática. Pode-se notar que mais da metade dos

alunos do 2º ano do Ensino Fundamental (57,7%) estão acima do nível de

desempenho esperado (nível 175), considerado adequado pelo Movimento Todos

pela Educação – meta 2 - Todos alfabetizados até os 8 anos de idade como meta

para o ano 2022. Pode-se observar também que 28,2% dos alunos estão acima do

nível 200, desempenho considerado adequado para os alunos do 5ª ano, antiga

4ª série do EF.

Comparação dos resultados do Colégio com os do Brasil

A Tabela 3 mostra o resultado do Colégio em Matemática, seguido pelos

resultados obtidos no país e redes de ensino, pública e particular.

Tabela 3: Média de desempenho em Matemática e percentual de alunos que aprenderam o esperado para o 3º ano no Brasil e por rede de ensino.

Rede de Ensino Média Proporção de alunos com desempenho

esperado para 8 anos de idade

Colégio 183,9 57,7%

Brasil Total 171,1 42,8%

Brasil Pública 158,0 32,6%

Brasil Particular 211,2 74,3%

Fonte: A autora (2012).

29

A média do Colégio (183,9) ficou situada acima da média do Brasil. A média

de desempenho em Matemática dos alunos brasileiros na Prova ABC foi mais baixa,

de 171,1 pontos na escala, com 42,8% do total das crianças aprendendo o que era

esperado para esta etapa do ensino da matéria, enquanto o Colégio apresentou

57,7% de seus alunos na mesma situação.

Em relação à média das escolas particulares que participaram da Prova ABC

em 2011, há uma diferença de 27 pontos percentuais favoráveis em relação à média

obtida pelo Colégio.

Comparação dos resultados do Colégio com os das Regiões

O resultado do Colégio em Matemática é superior ao da Região Sudeste, cuja

média é 179,1 e o percentual de alunos alcançando o nível esperado é de 47,9%,

para 57% dos alunos do Colégio (Tabela 4).

Tabela 4: Média de desempenho em Matemática e percentual de alunos que aprenderam o

esperado para o 3º ano por região e por rede de ensino.

Regiões Rede de Ensino Média Proporção de alunos com desempenho

esperado para o 3º ano

Norte Total 152,6 28,3%

Norte Pública 145,4 21,9%

Norte Particular 196,7 67,7%

Nordeste Total 158,2 32,4%

Nordeste Pública 148,9 25,2%

Nordeste Particular 186,9 54,7%

Sudeste Total 179,1 47,9%

Sudeste Pública 161,9 35,6%

Sudeste Particular 224,2 80,6%

Sul Total 185,6 55,7%

Sul Pública 171,3 44,5%

Sul Particular 224,9 86,3%

Centro-Oeste Total 176,5 50,3%

Centro-Oeste Pública 167,1 40,6%

Centro-Oeste Particular 204,2 78,9%

Fonte: Fontanive, (1997) adaptado pela autora.

Quando a análise é feita separando-se as redes, particular e pública, tem-se

então como resultado das escolas particulares da Região Sudeste uma média maior

do que a obtida pelo Colégio. Ou seja, a rede particular da Região Sudeste teve

média 224,2 e 80,6% dos alunos atingiram a aprendizagem esperada, enquanto a

média do Colégio foi 183,9 e 57% dos alunos alcançaram o nível esperado de

desempenho. Esse resultado aponta que o Colégio tem que priorizar a

aprendizagem de Matemática nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental.

30

Analisando o desempenho de Matemática nas regiões vê-se que acima da

média nacional, ficaram os alunos das Regiões Sul (185,6), Sudeste (179,1) e

Centro-Oeste (176,5) e abaixo dos 171,1, que é a média de desempenho dos alunos

brasileiros na prova ABC, os alunos das Regiões Nordeste (158,2) e Norte (152,6).

Esses resultados são similares aos encontrados em Leitura.

Em relação às Redes de Ensino, vê-se que a média nacional dos alunos da

rede privada foi de 211,2, enquanto na rede pública foi de 158,0. Em nenhuma das

regiões, os estudantes de escolas públicas tiveram desempenho igual ou superior a

175 média considerada adequada para esse ano escolar, pelo Movimento Todos

pela Educação. (SÃO PAULO, 2001).

Sobre essa situação, Klein (2003) consultor da Fundação Cesgranrio, afirma:

Estes dados apontam que o baixo desempenho em matemática apresentado pelos alunos brasileiros ao final do Ensino Fundamental, e posteriormente do Ensino Médio, começam já a serem traçados nos primeiros anos da vida escolar. Fato que nos coloca diante da necessidade de promover políticas públicas de incentivo a aprendizagem de matemática desde a alfabetização.

4.3 AS ESCALAS DE DESEMPENHO DE LEITURA E MATEMÁTICA

A seguir serão apresentadas as Escalas de Desempenho com os percentuais

de alunos nos seus níveis interpretados, comparativamente para o Brasil (SAEB),

Prova ABC e Colégio.

Figura 4: Escala de Desempenho de Leitura – 3º ano EF.

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

100

A partir de uma imagem, os alunos da 2ª série, 3º ano, neste nível,

identificam a palavra correspondente à imagem;

selecionam a sílaba inicial do vocábulo correspondente a uma dada imagem;

relacionam palavras de escrita mais complexa (dissílaba com encontro consonantal e dígrafo) com imagem.

93,8% – 100,0%

(Continuação)

31

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

125

Além das habilidades anteriormente citadas, neste nível, a partir de uma imagem, os alunos da 2ª série, 3º ano

identificam o vocábulo correspondente a uma figura dada a partir de um elenco de palavras (trissílabas e polissílabas), iniciadas com a mesma sílaba.

A partir de textos curtos, como contos infantis, histórias em quadrinhos e convites, os alunos da 4ª e da 8ª séries:

localizam informações explícitas que completam literalmente o enunciado da questão;

inferem informações implícitas;

reconhecem elementos como o personagem principal;

interpretam o texto com auxílio de elementos não-verbais;

identificam a finalidade do texto;

estabelecem relação de causa e conseqüência, em textos verbais e não-verbais; e

conhecem expressões próprias da linguagem coloquial.

85,8% 86,5% 100,0%

150

Este nível é constituído de textos curtos, com poucas informações, de diferentes gêneros (conto, tirinha, história em quadrinhos, tabela, cartaz) e modos de organização (narrativo e instrucional). Além das habilidades anteriormente citadas, neste nível, os alunos da 2ª série, 3º ano

localizam informação explícita em história em quadrinhos, em tabela, em cartaz, mobilizando seus conhecimentos prévios do assunto tratado no texto;

interpretam texto instrucional a partir de leitura de imagens;

estabelecem relação de causa/consequencia em texto instrucional, relacionando o verbal com o não verbal;

interpretam a reação do personagem a partir da leitura de imagem em tirinha;

inferem as características de um personagem em tirinha;

interpretam a ilustração de um texto de base narrativa;

interpretam história em quadrinhos, apoiando-se em recursos verbais e não verbais; ou apenas em recursos não verbais (quadrinhos só com imagens);

inferem informação implícita em conto e em história em quadrinhos;

73,4% 69,7% 97,2%

(Continuação)

32

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

150

identificam o tema de um conto e de história em quadrinhos com base na compreensão global do texto; e de um texto instrucional (dicas), mobilizando os conhecimentos prévios do assunto tratado.

73,4% 69,7% 97,2%

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

localizam informações explícitas em textos narrativos mais longos, em textos poéticos, informativos e em anúncio de classificados;

localizam informações explícitas em situações mais complexas, por exemplo, requerendo a seleção e a comparação de dados do texto;

inferem o sentido de palavra em texto poético (cantiga popular);

inferem informações, identificando o comportamento e os traços de personalidade de uma determinada personagem a partir de texto do gênero conto de média extensão, de texto não-verbal ou expositivo curto;

identificam o tema de um texto expositivo longo e de um texto informativo simples;

identificam o conflito gerador de um conto de média extensão;

identificam marcas lingüísticas que evidenciam os elementos que compõem uma narrativa (conto de longa extensão); e

interpretam textos com material gráfico diverso e com auxílio de elementos não-verbais em histórias em quadrinhos, tirinhas e poemas, identificando características e ações dos personagens.

175

A partir de textos com várias informações (lendas, conto, fábula, desenho, história em quadrinhos), neste nível, os alunos da 2ª série, 3º ano, além das habilidades anteriormente citadas,

identificam o tema de uma lenda com base na compreensão global do texto;

localizam informação explícita, em texto narrativo, com vários personagens;

identificam as marcas linguísticas que caracterizam a fala de personagens de texto narrativo;

identificam os diferentes personagens de um conto;

estabelecem relações de causa/consequencia entre as informações contidas no enredo de uma fábula, de um conto, sendo que a consequencia é dada e a causa está explícita;

localizam informação explícita em conto a partir da sequencia de dados fornecidos pelo texto; em desenho;

56,1% 49,0% 89,2%

(Continuação)

33

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

175

estabelecem relação de causa/consequencia na reação de personagens em história em quadrinhos;

identificam características de personagens em conto;

inferem informação implícita em lenda; identificam efeito de sentido de onomatopéias em histórias em quadrinhos.

56,1% 49,0% 89,2%

Este nível é constituído por narrativas mais complexas e incorporam novas tipologias textuais (ex.: matérias de jornal, textos enciclopédicos, poemas longos e prosa poética). Nele, os alunos da 4ª e da 8ª séries:

localizam informações explícitas, a partir da reprodução das ideias de um trecho do texto;

inferem o sentido de uma expressão, mesmo na ausência do discurso direto;

inferem informações que tratam, por exemplo, de sentimentos, impressões e características pessoais das personagens, em textos verbais e não-verbais;

interpretam histórias em quadrinhos de maior complexidade temática, reconhecendo a ordem em que os fatos são narrados;

identificam a finalidade de um texto jornalístico;

localizam informações explícitas, identificando as diferenças entre textos da mesma tipologia (convite);

reconhecem elementos que compõem uma narrativa com temática e vocabulário complexos (a solução do conflito e o narrador);

identificam o efeito de sentido produzido pelo uso da pontuação;

distinguem efeitos de humor e o significado de uma palavra pouco usual;

identificam o emprego adequado de homonímias;

identificam as marcas linguísticas que diferenciam o estilo de linguagem em textos de gêneros distintos; e

reconhecem as relações semânticas expressas por advérbios ou locuções adverbiais e por verbos.

200

Utilizando como base a variedade textual já apresentada, neste nível, os alunos da 2ª série, 3º ano, além das habilidades descritas nos níveis anteriores,

percebem a causa da reação de personagem em narrativa não verbal;

38,9% 29,1% 72,8%

(Continuação)

34

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

200

identificam características físicas e psicológicas de uma personagens em texto narrativo;

identificam sequencia de acontecimentos em texto de base narrativa;

estabelecem relação de causa/consequencia entre diferentes partes de um texto narrativo;

localizam informação explícita em texto narrativo com muitos personagens e informações;

inferem o tema de uma fábula e de uma lenda, com base na compreensão global do texto;

identificam marcas linguísticas que evidenciam o locutor de um texto.

38,9% 29,1% 72,8%

A partir de anedotas, fábulas e textos com linguagem gráfica pouco usual, narrativos complexos, poéticos, informativos longos ou com informação científica, os alunos da 4ª e da 8ª séries:

selecionam entre informações explícitas e implícitas as correspondentes a um personagem;

inferem o sentido de uma expressão metafórica e o efeito de sentido de uma onomatopéia;

inferem a intenção implícita na fala de personagens, identificando o desfecho do conflito, a organização temporal da narrativa e o tema de um poema;

distinguem o fato da opinião relativa a ele e identificam a finalidade de um texto informativo longo;

estabelecem relações entre partes de um texto pela identificação de substituições pronominais ou lexicais;

reconhecem diferenças no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos;

estabelecem relação de causa e conseqüência explícita entre partes e elementos em textos verbais e não-verbais de diferentes gêneros;

identificam os efeitos de sentido e humor decorrentes do uso dos sentidos literal e conotativo das palavras e de notações gráficas; e

identificam a finalidade de um texto informativo longo e de estrutura complexa, característico de publicações didáticas.

225

Este nível é constituído por textos mais complexos, com muitas informações. Os alunos da 2ª série, 3º ano, neste nível, além das habilidades descritas nos níveis anteriores,

interpretam a mensagem de um cartaz, a partir da articulação de linguagem verbal e não verbal;

24,7% 14,2% 54,9%

(Continuação)

35

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

225

inferem informação implícita em fábula;

identificam características implícitas de um personagem em lenda;

localizam informação explícita no segmento final de um texto narrativo com muitos detalhes.

24,7% 14,2% 54,9%

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

distinguem o sentido metafórico do literal de uma expressão;

localizam a informação principal;

localizam informação em texto instrucional de vocabulário complexo;

identificam a finalidade de um texto instrucional, com linguagem pouco usual e com a presença de imagens associadas à escrita;

inferem o sentido de uma expressão em textos longos com estruturas temática e

lexical complexas (carta e história em quadrinhos);

estabelecem relação entre as partes de um texto, pelo uso do "porque" como conjunção causal; e

identificam a relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial ou conjunção comparativa.

Os alunos da 8ª série ainda:

localizam informações em textos narrativos com traços descritivos que expressam sentimentos subjetivos e opinião;

identificam o tema de textos narrativos, argumentativos e poéticos de conteúdo complexo;

identificam a tese e os argumentos que a defendem em textos argumentativos.

250

A partir de textos com linguagem gráfica pouco usual, os alunos da 2ª série, 3º ano, neste nível, além das habilidades descritas nos níveis anteriores,

interpretam diferentes informações distribuídas em um bilhete de passagem de ônibus.

14,6% 5,6% 31,0%

Utilizando como base a variedade textual já descrita, neste nível, os alunos da 4ª e da 8ª séries:

localizam informações em paráfrases, a partir de texto expositivo extenso e com elevada complexidade vocabular;

identificam a intenção do autor em uma história em quadrinhos;

depreendem relações de causa e conseqüência implícitas no texto;

identificam a finalidade de uma fábula, demonstrando apurada capacidade de síntese;

(Continuação)

36

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

250

identificam a finalidade de textos humorísticos (anedotas), distinguindo efeitos de humor mais sutis;

estabelecem relação de sinonímia entre uma expressão vocabular e uma palavra;

identificam relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar, conjunção temporal ou advérbio de negação, em contos.

14,6% 5,6% 31,0%

Os alunos da 8ª série ainda:

inferir informação a partir de um julgamento em textos narrativos longos;

identificar as diferentes intenções em textos de uma mesma tipologia e que tratam do mesmo tema;

identificar a tese de textos argumentativos, com linguagem informal e inserção de

trechos narrativos;

identificar a relação entre um pronome oblíquo ou demonstrativo e uma idéia; e

reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de recursos morfossintáticos.

275

Além de todas as habilidades descritas nos níveis anteriores, os alunos da 2ª série, 3º ano, neste nível,

identificam características do personagem principal de lenda a partir de informações contidas no enredo.

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

identificam relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar, advérbio de tempo ou termos comparativos em textos narrativos longos, com temática e vocabulário complexos;

diferenciam a parte principal das secundárias em texto informativo que recorre à exemplificação;

Os alunos da 8ª série ainda:

inferir informações implícitas em textos poéticos subjetivos, textos argumentativos com intenção irônica, fragmento de narrativa literária clássica, versão modernizada de fábula e histórias em quadrinhos;

interpretar textos com linguagem verbal e não-verbal, inferindo informações marcadas por metáforas;

reconhecer diferentes opiniões sobre um fato, em um mesmo texto;

8,6% 1,6% 16,4%

(Continuação)

37

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

275

identificar a tese com base na compreensão global de artigo jornalístico cujo título, em forma de pergunta, aponta para a tese;

identificar opiniões expressas por adjetivos em textos informativos e opinião de personagem em crônica narrativa de memórias;

identificar diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (ex.: anáforas ou pronomes relativos, demonstrativos ou oblíquos distanciados de seus referentes);

reconhecer a paráfrase de uma relação lógico-discursiva;

reconhecer o efeito de sentido da utilização de um campo semântico composto por adjetivos em gradação, com função argumentativa; e

reconhecer o efeito de sentido do uso de recursos ortográficos (ex.: sufixo diminutivo).

8,6% 1,6% 16,4%

Fonte: A autora (2012).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (FONTANIVE, 1997),

os objetivos da Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano)

esperam que os alunos sejam capazes de:

1) compreender o sentido das mensagens orais e escritas; 2) compreender o sentido global de textos lidos; 3) ler e escrever textos dos gêneros previstos para o ciclo; 4) produzir textos coesos e coerentes; 5) narrar histórias, mantendo o encadeamento dos fatos e sua sequência cronológica; 6) ler textos cujo conteúdo e forma são familiares, de forma independente; 7) escrever utilizando a escrita alfabética, demonstrando preocupação com a convenção ortográfica (SALLES, 2005. p. 24).

De um modo geral, os alunos no 2º ano já devem conhecer bem as letras, ler

corretamente e conseguir escrever, ter criatividade, escrever um texto com início,

meio e fim. Os alunos do Colégio reconhecem as palavras, compreendem o texto,

uma vez que nunca haviam feito uma carta. Seguindo a escala de desempenho de

leitura, 100% dos alunos do 2º ano do Colégio conseguem, a partir de uma imagem,

identificar a palavra correspondente à imagem, ponto 100 da escala. Também 100%

identificam a finalidade do texto, apesar de nunca terem feito uma carta; conhecem

expressões próprias da linguagem coloquial, que corresponde ao nível 125 da

referida escala.

38

Já 97,2% dos alunos interpretam texto instrucional; 89,2% identificam o tema

com base na compreensão global do texto; localizam informação explícita, em texto

narrativo, com vários personagens; identificam os diferentes personagens de um

conto; estabelecem relações de causa/consequência entre as informações contidas

no enredo de uma fábula, de um conto, sendo que a consequência é dada e a causa

está explícita; localizam informação explícita em conto a partir da sequência de

dados fornecidos pelo texto; em desenho; estabelecem relação de

causa/consequência na reação de personagens em história em quadrinhos;

identificam características de personagens em conto; inferem informação implícita

em lenda; identificam efeito de sentido de onomatopéias em histórias em

quadrinhos.

Figura 5: Escala de Desempenho de Matemática – 3º ano EF.

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

100 Neste ponto da escala, os alunos

contam objetos de uma coleção. 92,8% –– 100,0%

125

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas no nível anterior,

leem e interpretam calendário, identificando o dia da semana correspondente a uma determinada data;

identificam o número que falta no meio de uma sequência numérica em que cada termo é igual ao anterior acrescido de uma ou de 5 unidades, sendo que neste último caso cada termo é múltiplo de 5;

efetuam adição de números naturais sem reserva, com parcelas de até 3 algarismos e que têm a mesma quantidade de algarismos.

Neste ponto, os alunos da 4ª e da 8ª séries:

resolvem problemas de cálculo de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada;

reconhecem a quarta parte de um todo apoiados em representações gráficas.

80,5% 98,0% 96,2%

150

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas no nível anterior, efetuam:

adição de números naturais com reserva;

subtração de números naturais, sem recurso, onde o minuendo e o subtraendo têm quantidades diferentes de algarismos;

63,1% 85,6% 84,5%

(Continuação)

39

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

150

multiplicação de números naturais sem reserva, tendo o multiplicador apenas um algarismo;

identificam/ reconhecem:

o número de objetos que compõem uma dúzia;

a decomposição e a composição de um número natural de até três algarismos, segundo suas ordens e sem zero intermediário;

a movimentação de objetos representada em croquis, envolvendo giros à direita ou à esquerda;

um objeto que tem a forma de um quadrado;

lêem:

números com até três algarismos, segundo as regras do sistema de numeração decimal;

resolvem situação-problema que envolve:

a subtração de números naturais sem recurso;

a ideia de acrescentar da adição.

63,1% 85,6% 84,5%

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

resolvem problemas envolvendo adição ou subtração, estabelecendo relação entre diferentes unidades monetárias (representando um mesmo valor ou numa situação de troca, incluindo a representação dos valores por numerais decimais);

reconhecem o valor posicional dos algarismos em números naturais;

localizam números naturais (informados) na reta numérica;

leem informações em tabela de coluna única; identificam quadriláteros.

175

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas nos níveis anteriores,

efetuam adição de números naturais, sem reserva, com três parcelas, com zero intermediário, sendo as parcelas números com diferente quantidade de algarismos;

efetuam subtração de números naturais com recurso;

resolvem situação-problema que envolve:

a ideia de completar da subtração;

a troca de notas e/ou moedas do sistema monetário brasileiro;

a multiplicação como adição de parcelas iguais;

unidades de medida padronizadas (litro e meio litro).

42,8% 63,2% 57,7%

(Continuação)

40

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

175

identificam o número de lados de um polígono;

determinam o número que estende uma sequência numérica em que cada termo é igual ao anterior acrescido de 3 unidades e cada termo é um múltiplo de 3;

leem horas em relógios digitais relacionando, por exemplo, de 20 horas com 8 horas da noite.

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

identificam/reconhecem:

a localização (lateralidade) ou a movimentação de objeto, tomando como referência a própria posição;

figuras planas pelos lados e pelo ângulo reto;

a representação decimal de medida de comprimento (cm) e identificam sua localização na reta numérica;

a escrita por extenso de números naturais e a sua composição e decomposição em dezenas e unidades, considerando o seu valor posicional na base decimal;

calculam operações envolvendo intervalos de tempo;

efetuam multiplicação com reserva, tendo por multiplicador um número com um algarismo;

leem informações em tabelas de dupla entrada;

resolvem problemas:

relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, horas e minutos) e de comprimento (m e cm);

envolvendo soma de números naturais ou racionais na forma decimal, constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos.

42,8% 63,2% 57,7%

200

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas nos níveis anteriores,

estabelecem relações entre dias e semanas;

identificam/reconhecem:

o retângulo dentre outras figuras planas;

a decomposição de um número de até 3 algarismos nas unidades correspondentes a cada ordem;

um objeto que tem a forma da esfera;

resolvem situação-problema que envolve:

a idéia de comparar da subtração;

mais de uma operação com dinheiro;

27,0% 39,0% 28,2%

(Continuação)

41

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

200

a relação entre os termos da subtração de números naturais.

comparam números naturais e os ordenam em ordem crescente;

estimam medida de comprimento utilizando unidade de medida não convencional.

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

identificam localização ou movimentação de objetos em representações gráficas, com base em referencial diferente da própria posição;

interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical;

estabelecem relações entre medidas de tempo (horas, dias, semanas), e, efetuam cálculos utilizando as operações a partir delas;

leem horas em relógios de ponteiros, em situação simples;

calculam resultado de subtrações mais complexas com números naturais de quatro algarismos e com reserva;

efetuam multiplicações com números de dois algarismos e divisões exatas por números de um algarismo.

27,0% 39,0% 28,2%

Os alunos da 8ª série ainda:

localizam pontos usando coordenadas em um referencial quadriculado;

identificam dados em uma lista de alternativas, utilizando-os na resolução de problemas, relacionando informações apresentadas em gráfico e tabela;

resolvem problemas simples envolvendo as operações, usando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas.

225

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas nos níveis anteriores, identificam/reconhecem

o cubo dentre outros sólidos geométricos;

o número de objetos que compõem meia dúzia;

a subtração como a operação que resolve uma situação-problema que envolve a ação de completar;

resolvem situação-problema que envolve a relação entre os termos da subtração, em situação de troco.

14,7 20,3% 11,3%

(Continuação)

42

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

225

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas nos níveis anteriores, identificam/reconhecem

o cubo dentre outros sólidos geométricos;

o número de objetos que compõem meia dúzia;

a subtração como a operação que resolve uma situação-problema que envolve a ação de completar;

resolvem situação-problema que envolve a relação entre os termos da subtração, em situação de troco.

14,7 20,3% 11,3%

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

calculam divisão com divisor de duas ordens;

identificam/reconhecem:

os lados e, conhecendo suas medidas, calculam a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada;

a representação numérica de uma fração com o apoio de representação gráfica;

propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos (número de faces);

comparam e calculam áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas;

resolvem uma divisão exata por número de dois algarismos e uma multiplicação cujos fatores são números de dois algarismos;

localizam informações em gráficos de colunas duplas;

leem gráficos de setores;

resolvem problemas:

envolvendo conversão de kg para g ou relacionando diferentes unidades de medida de tempo (mês/trimestre/ano);

de trocas de unidades monetárias, envolvendo número maior de cédulas e em situações menos familiares;

utilizando a multiplicação e reconhecendo que um número não se altera ao multiplicá-lo por um;

envolvendo mais de uma operação.

Os alunos da 8ª série ainda:

Identificam:

quadriláteros pelas características de seus lados e ângulos;

gráfico de colunas que corresponde a uma tabela com números positivos e negativos;

(Continuação)

43

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

225

calculam o perímetro de figuras sem o apoio de malhas quadriculadas;

conseguem localizar dados em tabelas de múltiplas entradas..

14,7 20,3% 11,3%

250

Neste ponto da escala, os alunos, além das habilidades descritas nos níveis anteriores,

identificam a multiplicação como a operação que resolve uma situação-problema que envolve configuração retangular.

Os alunos da 4ª e da 8ª séries:

calculam expressão numérica (soma e subtração), envolvendo o uso de parênteses e colchetes;

identificam/reconhecem:

algumas características de quadriláteros relativas aos lados e ângulos;

a modificação sofrida no valor de um número quando um algarismo é alterado e resolvem problemas de composição ou decomposição mais complexos do que nos níveis anteriores;

a invariância da diferença em situação-problema;

o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de forma textual;

o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores;

comparam números racionais na forma decimal, no caso de terem diferentes partes inteiras, e calculam porcentagens simples;

localizam números racionais na forma decimal na reta numérica;

resolvem problemas:

realizando cálculo de conversão de medidas: de tempo (dias/anos), de temperatura (identificando sua representação numérica na forma decimal); comprimento (m/km) e de capacidade (ml/L);

de soma, envolvendo combinações, e de multiplicação, envolvendo configuração retangular em situações contextualizadas.

Os alunos da 8ª série ainda:

associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual;

localizam números inteiros e números racionais, positivos e negativos, na forma decimal, na reta numérica;

resolvem problemas de contagem em uma disposição retangular envolvendo mais de uma operação;

8,9% 8,9% 4,2%

(Continuação)

44

(Continuação)

Ponto Descrição Prova ABC

4ª Série SAEB 2005

Colégio

250

identificam/reconhecem:

a planificação de um cubo em situação contextualizada

e aplicam em situações simples o conceito de porcentagem; e

e efetuam cálculos com ângulos retos e não-retos.

8,9% 8,9% 4,2%

Fonte: A autora (2012).

Seguindo a escala de desempenho da Matemática, podemos constatar as

habilidades aprendidas pelos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental do referido

colégio. Dos alunos, 100% contam objetos de uma coleção; 96,2% lêem e

interpretam calendário, identificando o dia da semana correspondente a uma

determinada data; identificam o número que falta no meio de uma sequência

numérica em que cada termo é igual ao anterior acrescido de uma ou de 5 unidades,

sendo que neste último caso cada termo é múltiplo de 5.

Efetuam adição de números naturais sem reserva, com parcelas de até 3

algarismos e que têm a mesma quantidade de algarismos; 84,5% efetuam: adição de

números naturais com reserva; subtração de números naturais, sem recurso, onde o

minuendo e o subtraendo têm quantidades diferentes de algarismos; multiplicação

de números naturais sem reserva, tendo o multiplicador apenas um algarismo;

identificam/ reconhecem: o número de objetos que compõem uma dúzia; a

decomposição e a composição de um número natural de até três algarismos,

segundo suas ordens e sem zero intermediário; a movimentação de objetos

representada em croquis, envolvendo giros à direita ou à esquerda; um objeto que

tem a forma de um quadrado; lêem: números com até três algarismos.

Segundo as regras do sistema de numeração decimal; resolvem situação-

problema que envolve: a subtração de números naturais sem recurso; a ideia de

acrescentar da adição; e 57,7 atingiram o nível considerado ideal segundo, onde

eles são capazes de efetuar adição de números naturais, sem reserva, com três

parcelas, com zero intermediário, sendo as parcelas números com diferente

quantidade de algarismos; efetuam subtração de números naturais com recurso;

resolvem situação-problema que envolve: a ideia de completar da subtração; a troca

de notas e/ou moedas do sistema monetário brasileiro; a multiplicação como adição

45

de parcelas iguais; unidades de medida padronizadas (litro e meio litro); identificam

o número de lados de um polígono; determinam o número que estende uma

sequência numérica em que cada termo é igual ao anterior acrescido de 3 unidades

e cada termo é um múltiplo de 3; lêem horas em relógios digitais relacionando, por

exemplo, de 20 horas com 8 horas da noite.

4.4 RESULTADOS NA PROVA ESCRITA

Todos os alunos que participaram da Prova ABC fizeram também uma

redação. A prova de escrita foi avaliada em relação a três competências:

adequação ao tema e ao gênero;

coesão e coerência;

registro (grafia das palavras, adequação às normas gramaticais,

segmentação de palavras e pontuação).

De uma escala que vai de 0 a 100 pontos, o desempenho esperado dos

alunos de 3º ano (2ª série) era de 75 pontos.

Um aluno que atinge os 75 pontos apresenta as seguintes habilidades:

desenvolve bem o tema e os elementos organizacionais do gênero (carta).

organiza bem as partes do texto, demonstra bom domínio dos recursos

coesivos.

apresentam bom domínio no registro escrito, referente à norma gramatical,

com poucos desvios relativos à segmentação de palavras e/ou pontuação.

Desempenho do Colégio em escrita

Tabela 5: Resultados obtidos pelo Colégio na Prova de Escrita.

Resultado Total ≥ 50 ≥ 75,0 ≥ 100,0

Colégio 209 208 189 136

Colégio percentual 100,0 99,5 90,4 65,1

Fonte: A autora (2012).

Os alunos do Colégio, comparando os resultados, tiveram um excelente

desempenho na parte escrita como demonstra a Tabela 5. De um total de 209

alunos, 189 alunos, ou seja, 90,4% atingiram a média 75 considerada adequada

para o ano/série, enquanto 136 alunos, ou seja, 65% dos alunos chegaram à média

100.

46

Comparação dos resultados de escrita do Colégio com os do Brasil e redes

de ensino.

Tabela 6: Médias de pontos na escala de escrita (Brasil e Regiões).

Média

Brasil 68,1

Pública 62,3

Privada 86,2

Norte 58,9

Nordeste 50,2

Sudeste 77,2

Sul 74,5

Centro-Oeste 73,9

Fonte: A autora (2012).

Tabela 7: Média de pontos na prova escrita e percentual de alunos que aprenderam o esperado para o 3º ano/2ª série, por Rede de Ensino.

Dependência ≥ 50 ≥ 75 100

Percentual Erro Percentual Erro Percentual Erro

Total 79,6 1,6 53,4 2,1 28,2 2,0

Pública 74,5 1,8 43,9 2,0 20,5 1,5

Particular 95,2 1,4 82,4 3,0 50,0 4,7

Fonte: A autora (2012).

A média nacional foi de 68,1, a média das escolas públicas foi de 62,3

enquanto a das particulares, de 86,2 pontos. Os alunos do colégio obtiveram a

média 90,4 e atingiram a média 75,0 considerada adequada para o ano/série.

4.5 CONSIDERAÇÕES

O Movimento Todos pela Educação tem como meta ter em 2022, 100% dos

alunos acima do nível 175, em Leitura e em Matemática, níveis considerados

adequados quando um aluno está plenamente alfabetizado até os 8 anos.

Seguindo esta referência, os alunos do Colégio particular do Rio de Janeiro,

que foi testado com a mesma Prova ABC aplicada em uma amostra de alunos

brasileiros no Brasil, tiveram um resultado muito bom no teste de Leitura e na

Redação. Analisando o desempenho em Leitura, constatou-se que 90% dos alunos

posicionaram-se acima do nível 175. Esse resultado reflete o excelente desempenho

dos alunos do Colégio, estando, portanto, perto da meta – 100% dos alunos

47

dominando as habilidades de Leitura até o ano de 2022. Na prova de Escrita, os

alunos do colégio mostraram excelente desempenho, uma vez que, 90,4% dos

alunos alcançaram média superior a 75 pontos e 65% dos alunos chegaram a obter

100 pontos na avaliação da Escrita.

Entretanto, em Matemática, vê-se que o desempenho do Colégio não é tão

bom como em Leitura e Escrita, pois apenas 57,7% dos alunos alcançaram o nível

esperado para 2022, ou seja, o nível 175 da Escala. Comparando esse resultado

com a Rede Particular da Região Sudeste (média 224,2), vê-se que os alunos do

Colégio obtém uma média menor, 183,9.

Todas essas questões foram respondidas nos comentários após cada escala

de desempenho.

4.6 RECOMENDAÇÕES

As recomendações que serão feitas nesta dissertação orientam-se para o

cumprimento da meta 2 do Movimento Todos pela Educação - Toda criança

plenamente alfabetizada até os 8 anos.

Pelos resultados obtidos vê-se que o Colégio está, no ano de 2011, bem

próximo de alcançar a meta, já que a maioria dos seus alunos em Leitura e Escrita

têm seu desempenho no nível esperado.

Quanto ao desempenho dos alunos na Matemática recomenda-se que o

Colégio reveja o método de ensino empregado; para identificar se este está sendo

explorado em todo o seu potencial; se os professores dominam o referido método e

sentem-se confortáveis em aplicá-lo.

De qualquer modo, recomenda-se que os resultados da Matemática sejam

discutidos entre os professores e à Coordenação Pedagógica do Colégio.

Recomenda-se, também, que seja revisto com as professoras se os horários

dedicados para as aulas de Matemática são suficientes (Anexo C).

48

REFERÊNCIAS

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49

INSTITUTO Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira. Provinha Brasil: histórico. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/provinha-brasil/historico>. Acesso em: 13 jan.2012. INSTITUTO Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira. (Org.). Relatório Nacional Saeb 2003. Brasília, DF: O Instituto, 2003. 266 p. Disponível em: <http://www.oei.es/quipu/brasil/RelatorioSaeb2003_1.pdf>. Acesso em: 04 jan. 2012. KLEIN, R. Utilização da teoria de resposta ao item no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. Ensaio: Aval. Polít. Públ. em Edu., Rio de Janeiro, v. 11, n. 40, p. 283-296, 2003. PROVA ABC traz dados inéditos sobre a alfabetização das crianças no Brasil. São Paulo: Instituto Paulo Montenegro, 2011. Disponível em: < http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.10.01.00.00&num=91&tp=especial&ver=por >. Acesso em: 14 jun. 2011. SALLES, J. F. de. Habilidades e dificuldades de leitura e escrita de crianças de 2ª série: abordagem neuropsicológica cognitiva. 2005. 356 f. Tese (Doutorado)-Faculdade do Instituto de Psicologia, Departamento de Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento, UFRGS, Rio Grande do Sul, 2005. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4197/000453537.pdf?>. Acesso em 04 jan. 2012. SANTOS, L. L. de C. O. Políticas Públicas para o ensino fundamental: parâmetros curriculares nacionais e sistema nacional de avaliação (Saeb). Rev. Educ. & Soc.,

Campinas, v. 23, n. 80, p. 346-367, set. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12936.pdf>. Acesso em: 12 maio 2012. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Matrizes de referência para a avaliação Saresp: documento básico: Ensino fundamental e médio. São Paulo: SEE, 2009. Disponível em: <http://saresp.fde.sp.gov.br/2012/Arquivos/Saresp2012_MatrizRefAvaliacao_DocBasico_Completo.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2012. SISTEMA de avaliação de rendimento escolar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2008. Disponível em: <http://landauglobal.co.uk/media/SARESP_Questoes_Mat_2008.pdf >. Acesso em: 04 jun. 2012. VILAS-BOAS, H. Alfabetização: outras questões: outras histórias. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. 245 p. WORTHEN, B. R.; SANDERS, J. R.; FITZPATRICK, J. L. Avaliação de programas: concepções e práticas. Tradução: Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Edusp: Gente, 2004.

ANEXOS

51

ANEXO A – Tema da Redação

ESCRITA

As aulas começaram! É hora de contar o que você fez nas suas férias.

Você se divertiu e participou de brincadeiras interessantes? Escreva uma carta a um amigo ou uma amiga contando o que você fez nas suas férias.

NÃO SE ESQUEÇA QUE TODA CARTA TEM

uma data

o nome da pessoa para quem você vai escrever

o assunto da carta (o que fiz nas férias)

a despedida

a assinatura.

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ANEXO B – Manual para Correção das Redações – 2ª Série/3o ano EF

O aluno do 2a série / 3o ano do Ensino Fundamental deverá escrever uma carta a um amigo ou uma amiga contando o que fez nas suas férias. Na proposta da redação há ainda as seguintes instruções:

NÃO SE ESQUEÇA QUE TODA CARTA TEM

► uma data

► o nome da pessoa para quem você vai escrever

► o assunto da carta (o que fiz nas férias)

► a despedida

► a assinatura

Espera-se que os alunos utilizem, na narração do que fez nas suas férias, um

formato que caracterize o gênero carta, expressões de linguagem escrita e elementos para dar coerência e coesão ao texto produzido.

O objetivo é verificar a competência escritora dos alunos.

1.1 Competências a serem avaliadas

I. Adequação ao tema e ao gênero;

II. coesão e coerência;

III. registro

1.2 Critérios a serem adotados na correção

0 ► Branco (a folha destinada à redação é apresentada em branco ou apenas com desenhos). 9 ► Não alfabético (pré-silábico; ou silábico; ou silábico-alfabético no texto todo). Este critério tem por finalidade identificar os alunos que ainda não estão alfabetizados. Duas situações podem ser consideradas: ou o aluno utiliza letras, mas a forma como as agrupa demonstra uma hipótese de escrita pré-silábica ou silábica; ou utiliza desenhos ou garatujas como tentativa de um registro escrito. 1 ► Insuficiente A redação que não atende à proposta do tema será pontuada nas três competências no nível 1. Nesta avaliação das redações, não há previsão do conceito ZERO, porque seu objetivo é essencialmente diagnóstico, ou seja, visa aferir a capacidade e habilidade dos alunos de redigir um texto a partir de um tema proposto.

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I – Adequação ao tema e ao gênero

1 2 3 4

INSUFICIENTE RAZOÁVEL BOM MUITO BOM

Desenvolve um texto que tangencia o tema e apresenta indícios do gênero carta.

Desenvolve razoavelmente o tema e os elementos organizacionais do gênero.

Desenvolve bem o tema e os elementos organizacionais do gênero.

Desenvolve muito bem o tema e os elementos organizacionais do gênero.

II – Coesão e coerência

1 2 3 4

INSUFICIENTE RAZOÁVEL BOM MUITO BOM

Organiza precariamente as partes do texto, demonstra pouco domínio dos recursos coesivos.

Organiza razoavelmente as partes do texto, demonstra domínio básico na utilização dos recursos coesivos.

Organiza bem as partes do texto, demonstra bom domínio dos recursos coesivos.

Organiza muito bem as partes do texto, demonstra muito bom domínio dos recursos coesivos.

III – Registro

1 2 3 4

INSUFICIENTE RAZOÁVEL BOM MUITO BOM

Apresenta muitas inadequações no registro escrito, referente à norma gramatical; à escrita das palavras (escrita alfabética, com eventuais marcas de escrita silábico-alfabética); à segmentação de palavras e frases (separa e junta palavras com frequência), à pontuação.

Apresenta inadequações no registro escrito, referente à norma gramatical, à escrita das palavras, à segmentação de palavras e frases (separa e junta palavras eventualmente); à pontuação.

Apresenta bom domínio no registro escrito, referente à norma gramatical, com pontuais desvios (indícios de seu domínio).

Apresenta muito bom domínio da linguagem escrita, mesmo com eventuais desvios.

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ANEXO C – Horário Semanal das Disciplinas do Colégio Hora 2ª Feira 3ª Feira

Turma 21 22 23 24 25 26 27 28 21 22 23 24 25 26 27 28

13:00 MAT LP R M I LP LP LP EF A LP MAT LP LP LP LP

14:00 LP R LP LP M MAT I MAT LP LP A EF MAT MAT LP LP

15:00 HG MAT MAT LP LP I M R MAT MAT MAT LP EF A MAT MAT

15:55 RECREIO RECREIO

16:30 M HG HG R MAT HG MAT I CN CN MAT MAT A EF MAT MAT

17:30 SAÍDA SAÍDA

Hora 4ª Feira 5ª Feira

Turma 21 22 23 24 25 26 27 28 21 22 23 24 25 26 27 28

13:00 A LP LP I LP R LP LP LP LP R LP LP LP EF LP

14:00 R MAT I LP MAT LP MAT A LP MAT LP R LP MAT LP EF

15:00 LP I MAT MAT R LP A MAT MAT EF LP MAT MAT MAT MAT R

15:55 RECREIO RECREIO

16:30 I MAT MAT A MAT MAT R HG MAT R EF MAT CN CN HG MAT

17:30 SAÍDA SAÍDA

Hora 6ª Feira

Turma 21 22 23 24 25 26 27 28

13:00 LP M LP LP R LP LP LP

14:00 MAT LP M MAT LP MAT R MAT

15:00 R LP MAT HG MAT M MAT CN

15:55 RECREIO

16:30 MAT MAT CN CN HG R CN M

17:30 SAÍDA