habeas corpus para professora lésbica de bangu ficar em liberdade provisória

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A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus - impetrado pelo escritor Eduardo Banks - à professora de Matemática Cristiane Teixeira Maciel Barreiras, condenada a 12 anos de reclusão por estupro de vulnerável – ela teve relacionamento afetivo com uma aluna de 13 anos. A concessão de ordem ocorreu na última quinta (10/02/2011), entretanto, só foi divulgada ontem pelo TJ/RJ.

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  • 5/10/2018 Habeas Corpus para professora lsbica de Bangu ficar em liberdade provisria

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    Poder JudidllrioTribunal de Justi~a do Estado do Rio de Janeiro

    Sexta Camara Criminal

    Habeas Corpus n 0060838-55.2010.8.19.0000Relator: Desembargador Paulo de Oliveira Lanzellotri BaldezPaciente: CRlSTIANE TEIXEIRA MACIEL BARREIRASImpetrante: Eduardo Banks dos Santos Pinheiro (ADV.)Impetrado: Juizode Direito da Z a Vara Criminal Regional de Bangu

    HABEAS CORPUS.REQUERIMENTO DE TRANCAMENTO DA A;AOPENAL COM FUNDAMENTO NA SUPOSTAINCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 217-A DOC6DIGO PENAL. PEDIDO DE RELAXAMENTO DAPRISAO PELA ILEGALIDADE DO FLAGRANTE EDE LIBERDADE PROVlS6RIA POR AUSENCIADOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA PRISAOPREVENTIVA. CONSTRANGIMENTO lLEGALCONFIGURADO.1. Inexistencia de inconsritucionalidade no tipo penal imputadoa paciente.2. Auto de Flagrante Delito que padece de irregularidadeinsanavel e ausencia de fundamentacao id6nea quanto apresenca dos requisitos autorizadores da prisao preventiva.3. Condenacao supervenience que nao tern 0condao de superara ilegalidade originaria da prisao. Inobservancia, pelo juizo aquo , da regra do art. 387, p. unico, do C6digo de ProcessoPenal. que dete.rmina a fundamentacao da manutencao oudecretacao de prisao preventiva no momento da prolacao dasentenca. jurisprudencia do S1].4. Relaxamento da prisao ilegal e reconhecimento, de oficio,em favor da paciente, do direito de pennanecer em liberdadeate 0 eventual transito em julgado da sentenca penalcondenatoria,ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA. \ I'O\ f

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    ACORDAO

    VISTOS, relatados e discutidos estes autos do habeascorpus n. 0060838-55.2010.8.19.0000 em que e Paciente CRISTIANETEIXEIRA MACIEL BARREIRAS e autoridade coatora 0jutzo DEDIREITO DA 23VARA CRIMINAL REGIONAL DE BANGU.

    ACORDAM os Desembargadores da Sexta CamaraCriminal do Tribunal de Justic;a do Estado do Rio de Janeiro, porunanimidade, em CONCEDER A ORDEM, com expedicao de alvarade soltura, nos termos do voto do Desembargador Relator.

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    Poder judiciarioTribunal de Justi~a do Estado do Rio de Janeiro

    Sexta Camara Criminal

    Habeas Corpus n" 0060838-55.2010.8.19.0000

    r:-'-t ' : _ _ _ ~ 'Relator: Desembargador Paulo de OliveiraLanzellotti BaldezPaciente: CRISTIANE TEIXEIRA MACIEL BARREIRASImpetrante: Eduardo Banks dos Santos PinheiroImpetrado: Juizo de Direito cla 2a Vara Criminal Regional de Bangu

    RELATOruo

    Trata-se de h a be as c o rp u s, com pedido lirninar, impetradopar EDUARDO BANKS DOS SANTOS PINHEIRO em favor deCRISTIANE TEIXEIRA MACIEL, apontando como autoridadecoatora 0Juizo de Direito da 2a Vara Criminal Regional de Bangu.

    Sustenta 0 impetrante, em sintese, a ilegalidade dasegregacao da paciente - ante a ausencia de siruacao flagrancial, bern comopela efetivacao da prisao em periodo veda do pelo C6digo Eleitoral -.aduzindo, tarnbern a inconstitucionaliclade do tipo penal imputado apaciente. Requer, liminarmente, a "cassacao da decisao da AutoridadeCoatora que decretou a 'prisao em flagrante'" e, no merito, 0trancamentoda acao penal com fundamento na inconstitucionalidade do art. 217-A doC6d.igo Penal ou, subsidiariamente, a concessao da liberdacle provis6ria apaciente.

    A liminar foi indeferida a s fls. 25/26.Inforrnacoes da autoridade coatora as fls. 138/139,

    acompanhada das copias de fls. 140/144 .

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    Parecer do Ministerio Publico a s fls. 146/149, da lavrado douto Procurador de ]ustic;a Dennis Aceti B. Ferreira, opinando peladenegacao da ordem por entender, ern SUIDa,que 0 juiz natural da causa"ao tomar conhecimento da prisao e identificar 'os pressupostosautorizadores da prisao preventiva', veio a proceder a sua convolacao emprisao preventiva, cujos requisites, ja referidos, ainda pennanecern e, porconseguinte, justificam a prisao provis6ria da paciente".

    E0 relat6rio.c ~o de J aneiro, lOde fevereiro de 2011.

    J 0'VV ~'A~VVV'k~. .v-QJl )U-/ .PAULd DE OLIVirlRALANZEU6"TfI BMj;EZDESEMBARGADOR RELATOR

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    Tribunal de justica do Estado do Rio de JaneiroSexta Camara Criminal

    Habeas Corpus n" 0060838-55.2010.8.19.0000Relator: Desembargador Paulo de Oliveira. Lanzellotti BaldezPaciente: CRISTIANE TEIXEIRA MACIEL BARREIRASImpetrante: Eduardo Banks dos Santos PinheiroImpetrado: Juizo de Direito da 2 :l Vara Criminal Regional de Bangu

    VOTO

    A ora paciente foi "presa em flagrante no dia 27.10.2010 edenunciada perante 0JOOo da 2:lVara Criminal de Bangu pela pratica dosdelitos previstos nos art. 217-A e 2IS-A, na forma do art. 71, todos doC6digo Penal.

    Insurge-se 0impetrante contra a segregacao cautelar sob osfundamentos de inconstirucionalidade do tipo imputado a paciente e deilegalidade de sua prisao, tendo em vista a existencia de vicio formal nosautos do flagrante e a circunsclncia de ter side a paciente detida a 02 (dois)dias do segundo turno das eleicoes ocorridas no ano de 2010.

    Registre-se, desde logo, a insubsistencia da alegacao deofens a ao art 236 do C6digo Eleitoral porquanto esta se confunde com apr6pria legalidade da prisao. 1sso porque ou a prisao e legal e nao hi que sefalar em ofensa a norma eleitoral, ou hi ilegalidade na prisao da paciente, 0que por si 56 seria capaz de desconstirui-Ia, sendo irre1evante para 0deslinde do caso a invocacao a regra do art. 236 do diploma eleitoral.

    No merito, entretanto, assiste parcial razao ao irnpctrante. \t~

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    o requerimento de ttancamento da acao penal pela supostainconstitucionalidade do art 217-A do C6digo Penal, com a redacao dadapela Lei 12.015/2010, nao merece acolhida.

    Qualquer analise sobre a materia deve partir dopressuposto de que toda lei. e presumidamente constitucional ate que aorgao competente, canstitucionalmente autorizado, profira decisao emsentido contrario, 0que nao ocorreu.

    Por outro lado, a existencia de debate doutrinario ejurisprudencial sabre a validade do consentimento dado pot pessoa rnenorde 14 (quatorze) anos nao tern 0 condao de afetar a validade da norma antea opcao legislativa por uma punicao mais rigorosa quanto aos delitossexuais cometidos contra tais pessoas, consideradas pela lei como"vulneraveis' e merecedoras de maior protecao.

    E bern de ver, alias - ao contrario da argumentacao doimpetrante -, que na vigencia do revogado art. 224 do Codigo Penal, quetambern susdtava acirrada discussao sabre a validade do consentimentodado pela vitima menor de 14 (quatorze) anos, 0Supremo Tribunal Federalem nenhum momento acatou a tese de inconstitucionalidade da nonna,Iimitando-se a relativizar a validade do consentirnento de acordo com aspeculiaridades do caso concreto.

    Logo, nao tern qualquer procedencia a pretensao detrancamento da acao penal.

    Superado este ponto, verifica-se que, de fato, a segregacaoda paciente padece do vicio de ilegalidade, na medida em que efetuada forade qualquer situacao de flagrante e s c m amparo em ordem escrita efundamentada de autoridade competente, em clara afronta ao disposto noart. 5, LXI, da Constituicao Federal.

    Com efeito, numa simples leitura das pecas do processo seconstata que as circunstancias do flagrante em momenta algum foramesc1arecidas peJa autoridade policial, sendo certo que do confuso relatoefetuado pelos policiais oms que acompanharam a paciente ate a sededistrital nao e possivel depreender a ocorrencia do flagrante, mas, ao reves,a conclusao se da no sentido diametralmente oposto.

    Para tanto e suficiente a analise dos depoimentosprestados pelos policiais civis Paulo Roberto Giroto e Vilson AleixoRibeiro, pelos quais se constata que a vitima sequer estava na companhia dapaciente no momento. em que esta foi abordada.

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    Na verdade, os policiais civis, a partir de urn registro dedesaparecimento da menor (fIs. 80/81), posteriormente aditado parasubtracao de incapaz, efetuaram diligencias para localizar a menor e apaciente, seodo esta encontrada na residencia de sua mae, ocasiao em que,atendendo ao pedido dos referidos policiais, passou a paciente a auxiliarnas buscas da menor, que acabou localizada na via publica, seguindo, apos,todos para a delegacia.

    Como entao se falar em flagrante delito?Ora, consoante bern observou 0 douto Procurador de

    JUSO'1a em seu parecer de fis. 147/149, "levando em cont.a a poucoesclarecedora descricao que os apresentantes (policiais civis Paulo RobertoGiroto e Gilson Aleixo Ribeiro) da pacienre a autoridade policial- porquecapturada em 'situacao flagrancial' - naDha efetivamente como se fazerum jufzo seguro da adequa~ao da conduta da paciente a s hip6tesesdo art. 302do CPP" (gOfos nossos).

    Ou seja, em sucinta analise do art. 302, do Codigo deProcesso Penal tem-se que a paciente nao foi encontrada cometendo ainfracao penal a ela imputada (1) , nem acabando de comete-la (III) etampouco em situacao de perseguicao logo apes ter praticado, em tese, adelito de estupro de vulneravel (Ill), inexistindo, portanto, qualquersituacao flagrancial a validar a sua prisao.

    Note-se que 0 fato de a paciente ter sido procurada parpoliciais civis - ja apos a lavratura do primeiro registro de ocorrencia, emdiligencias de natureza investigativa re1.acionadaa suas atribuicoes de policiajudiciaria - tal como indica a Auto de Prisao em Flagrante impugnado, ecircunstancia inteirarnente diversa daquela prevista no incise II] do artigo302 do CPP, pois que aqui se exige que se de efetiva perseguicao logo aposa cometimento do delito.

    Ademais, a procura da paciente pelos polici.ais se deve airnputacao de subtracao de incapaz, delito sequer mencionado na demincia,o que toma ainda mais evidente a ilegalidade do "flagrante" pe1a qual foidetida.

    Sendo assirn, irnpoe-se reconhecer a afrontosa ilegalidadedo auto de prisao em flagrante lavrado em desfavor da paciente.

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    Evidenciada a ilegalidade da pnsao em flagrante, restaanalisar a possivel ocorrencia da "convolacao do flagrante em prisaopreventiva", sustentada peIo douto representante do Ministerio Publico,bern como a alteracao do titulo prisional em vista da supervenientecondenacao da paciente.

    Parte da jurisprudencia tern entendido como valida amanutencao da prisao advinda de flagrante irregular, a titulo de prisaopreveotiva.

    E cerro, porern, que 0 decreto prisional, nesta situacaocomo em qualquer outra, nao prescinde de adequada e id6neafundamentacao, 0que nao ocorreu oa hipotese dos autos, tendo 0Juizo aquo , conforme decisao de fls. 144~ apenas afinnado genericamente ainexistencia de vfcios formais no Auto de Prisao em Flagrante - 0que, datavenia , nao condiz com a realidade dos fatos trazidos a apreciacao - edeclarado ser necessaria a prisao para a garantia da ordern publica.

    Da mesma fonna, as subseqiientes decisoes queindeferiram 0 pedido de relaxamento da prisao e de liherdade provisoriapartiram da equivocada premissa de legalidade da prisao em flagrante,deixando de apontar de forma concreta quais circunstancias faticasautorizariam a manutencao da prisao preveotiva.

    Isto sem falar que 0 juiz a quo em momento algummencionou ter relaxado a prisao em flagrante para convola-la em prisaopreventive, seodo inadmissivel se construa tal interpretacao em prejuizo doj us f ibe r/ at is da paciente, ante a inexistencia de rnanifestacao judicial expressanesse sentido.

    Portanto, in casu, nao se pode admitir a tese de"convolacao do flagrante em prisao preventive", ainda que se tenha comocorreta a posicao jurisprudencia1 que entende valida a adocao de talprovidencia pelo magistrado.

    Quanta a possivel alteracao do titulo prisional emdecorrencia de superveniente condenacao, esta, em regra, tern como efeitoa perda do ohjeto de impetracao anterior.

    Todavia, no atual ordenamento patrio nao mais subsiste aprisao como efeito automatico da sentenca condenat6ria recorrivel,devendo toda e qualquer segregacao cautelar ser fundamentada, mesmoaquela irnposta no momento da condenacao, tal como determina, de modoexpresso, 0 art. 387, p. unico, do C6digo de Processo Penal. rrI\"

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    No caso em tela uma simples leitura do decreto prisionalcontido na sentenca demonstta que a regra do paragrafo unico do referidoart. 387 nao foi observada, nao se afigurando como apta a manter asegregayao cautelar a simples afirmativa de que "se afiguram presentes osmotivos ensejadores da custodia cautelar da re, ora reforcados pelapresente condenacao", mormente considerando a absoluta ausencia defundamentacao previa e idonea a respeito de tais "motives ensejadores",

    Por fim, registre-se que' e pacifica a jurisprudencia doEgregio Superior Tribunal de justica no sentido de que 0 decretocondenatorio, pOl' si s6, f l a O e capaz de suprir a ilegalidade do ato prisional,na ausencia de fundamentacao concreta e id6nea a justificar a cust6diaprovisoria. Confira-se:

    HABEAS CORPUS 2006/0055553-3Relatot(a) Ministro FELIX FISCHER (II 09)Data da Publicacao/Fonte DJ 18/12/2006 p. 420PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUSSUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINARlo. ART. 157, 2 D , INCISO II, DO CODIGO PENAL PRISAO EMFLAGRANTE. LIBERDADE PROVISORIA_FUNDAlvIENTAc;Ao INSUFICIENTE. SENTEN < ;ACONDENATORlA PROLATADA. AUSENClA DENOVOS FUNDAMENTOS.I - A prisio caurelar deve ser considerada excecso, ja que, pormeio desta medida, priva-se 0acusado de seu jus libertatis antesdo pronunciamento condenatorio definitive, consubstanciadona sentenca ttansitada em julgado. E por isso que tal medidaconstritiva so pode ser decretada se expressamente forjustificada sua real indispensabilidade para assegurar a ordempublica, a instrucao criminal ou a aplicacao da lei penal, ex vi doartigo 312 do C6digo de Processo Penal, sob pena de se tornarindevida antecipacao da puoic;ao estatal.II - Em razao russo, a decisio que iodefere pedido de liberdadeprovisoria deve ser necessariamente fundamentada de formacfetiva, nao bastando meras referencias quanto a gravidadegenerica do delito supostamente praticado. Tampouco sesustenta a prisio pela conveniencia da instrucao criminal, combase em eventual necessidade de se repetir 0reconhecirnen topessoal, se a instrucao se encontra encerrada (Precedentes).III - A 8uperyeniencia da seDten~a condenatQria naQ suptea iJeg

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    Em resurno, e esta a siruacao destes autos: a prisao emflagrante esta eivada de ilegalidade e as sucessivas decisoes que mantiverama prisao da paciente inclusive aquela proferida quando da condenacaocarecem de fundamentacao concreta e idonea, inexistindo, por conseguinte,titulo legitime a justificar a restricao da liberdade da paciente.

    Por tais motives, VOTO NO SENTIDO DECONCEDER A ORDEM para relaxar a prisso da paciente, comexpedicao de alvara de soltura em seu favor, reconhecendo de oficio 0 seudireito de permanecer em liberdade ate 0 eventual transite em julgado dasentenca penal condenatoria, ante a ausencia de fundamentacao id6nea ajustificar a sua custodia cautelar,

    ~ Rio de Janeiro, 10 de fever~o de 2011.J I ~ ~ . ~ tN\A--X ~~~lt~~ (.

    PAULO DE OLIVEIRA LANZELLOTII BMlbEZDESEMBARGADOR RELATOR