EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DA COMARCA DE QUEIMADOS

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto de Cincias Humanas e Sociais

Departamento de Cincias Jurdicas

Prtica Jurdica II

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 2 VICE-PRESIDENTE DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FULANO DE TAL,brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/RJ sob n 00.000, CPF. n. 000.000.000/00, com escritrio na Rua X, n X, Bairro X, Rio de Janeiro/RJ, abaixo-assinado, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia, nos termos do artigo 5, inciso LXVIII, da Constituio Federal e artigos 647, 648, inciso I e seguintes do Cdigo de Processo Penal, impetrar a presente ordem deH A B E A S C O R P U S,com pedido de liminar,em favor deFULANA DE TAL, brasileira, estado civil, profisso, portadora do RG. n. 00.000.000, CPF. n. 000.000.000-00, residente Rua Y, N Y, Bairro Y, Rio de Janeiro-RJ, por estar sofrendo constrangimento ilegal emanado da AUTORIDADE COATORA o MM. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO JANEIRO, conforme motivos de fato e de direito a seguir expostos:DOS FATOS1. A PACIENTE, em 04 de outubro de 2007, foi denunciada pelo crime tipificado no Art. 171 do Cdigo Penal, conforme cpia em anexo.2. Em 23 de janeiro de 2003 a paciente deixou 8 tapetes orientais para limpeza, concordando com o oramento para a execuo do servio. Os referidos tapetes foram entregues denunciada que, deixando de cumprir o acordado, ou seja, de pagar a quantia de R$540,00 (quinhentos e quarenta reais) pelos servios prestados.

3. O Inqurito Policial, aps o seu encerramento e regular distribuio, foi remetido ao rgo ministerial que, em 04 de Outubro, denunciou o paciente nos termos do relatrio ofertado pela autoridade policial.4. A digna AUTORIDADE COATORA, por seu turno, apreciando a imputao formulada contra o paciente, recebeu a exordial acusatria ordenando a citao da paciente, nos termos do artigo 396 do Cdigo de Processo Penal, consoante se verifica do r. despacho cuja cpia segue em anexo.DO CONSTRANGIMENTO ILEGAL5. No presente caso no h dvida que a conduta do PACIENTE atpica, j que, dos elementos de prova incontroversos do inqurito policial restou demonstrado tratar-se na verdade de um desacordo comercial, tutelado pelo Cdigo Civil, j que a paciente simplesmente deixou de efetuar o pagamento pelo servio prestado, o que no considerado crime no nosso sistema penal; poderia apenas caracterizar ilcito civil.6. Ocorre que a paciente encontra-se em mora com a suposta vtima, devendo esta buscar as medicas CVEIS cabveis para fazer jus ao crdito avenado no contrato de prestao de servios. Consequncia indissocivel dessas assertivas a necessidade de que seja reconhecida a falta justa causa para a persecuo penal, no havendo outro fundamento vlido para o prosseguimento da ao penal instaurada em desfavor do paciente.7. Impede salientar que,embora no se preste a via estreita do habeas corpus a anlise aprofundada do conjunto probatrio, no caso em tela a situao diversa. A ausncia de justa causa que se pretende seja reconhecida emerge, desde logo, da simples verificao das provas pr-constitudas que do conta de fatos incontroversos, portanto, sem qualquer necessidade de dilao probatria ou realizao de diligncias a fim de evidenci-los, a denotar, ainda, que na hiptese dispensvel que os fatos aqui relatados sejam submetidos a amplo debate em contraditrio no curso da ao penal (STJ, HC n 24.966/RJ, DJU 11/04/2005 e STF, HC n 82.393/RJ, DJU 22/08/2003).8. Assim, plenamente demonstrado o constrangimento ilegal que est sofrendo o PACIENTE, que deve ser imediatamente afastado por meio do presente Habeas Corpus, j que inequvoca a falta de justa causa que deu ensejo instaurao da ao penal em epgrafe.DO PEDIDO9. Diante de todo o exposto, requer a esse Egrgio Tribunal,LIMINARMENTE,a concesso da ordem de Habeas Corpus, para que cesse imediatamente o constrangimento ilegal que est sendo imposto ao PACIENTE, suspendendo-se imediatamente a ao penal, inclusive com o recolhimento do mandado de citao caso tenha sido expedido. Aps a vinda das informaes da autoridade coatora e parecer do rgo ministerial, se digne determinar ao final, com o julgamento do presentewritpela Cmara Criminal competente, o trancamento da persecuo penal e seu arquivamento em razo da falta de justa causa para a imputao formulada contra o paciente, por ser medida de JUSTIA!10. Requer o impetrante seja intimado da incluso em pauta de julgamento deste habeas corpus, a fim de formular sustentao oral em defesa da paciente.Termos em que,pede deferimento.Rio de Janeiro-RJ,(NOME, OAB E ASSINATURA DO ADVOGADO)EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR 2 VICE-PRESIDENTE DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FULANO DE TAL,brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/RJ sob n 00.000, CPF. n. 000.000.000/00, com escritrio na Rua X, n X, Bairro X, Rio de Janeiro/RJ, abaixo-assinado, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia, nos termos do artigo 5, inciso LXVIII, da Constituio Federal e artigos 647, 648, inciso I e seguintes do Cdigo de Processo Penal, impetrar a presente ordem de

HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

em favor deSICRANO DE TAL, brasileira, estado civil, profisso, portadora do RG. n. 00.000.000, CPF. n. 000.000.000-00, residente Rua Y, N Y, Bairro Y, Rio de Janeiro-RJ, por estar sofrendo constrangimento ilegal emanado da AUTORIDADE COATORA o MM. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO JANEIRO, conforme motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

No dia 10 de dezembro de 2013 foi aceita denncia contra o paciente, segundo a qual teria este incorrido na conduta descrita no tipo presente no artigo 157, 2, incisos I e II do Cdigo Penal. Ocorre que, de acordo com a denncia o paciente teria sido reconhecido como o autor do fato apenas por foto pela suposta vtima perante autoridade policial.

Apesar do preenchimento da conduta como tpica, ilcita e culpvel, o que enseja a imposio de uma pena, a nica pea de informao contra o indiciado o seu reconhecimento por foto pela vtima. Alm disso, primrio, de bons antecedentes, com residncia fixa e profisso lcita, possuindo, portanto, o direito a Revogao da Priso Preventiva.

Apesar da existncia de tal direito, o M.M. Juiz de Direito, em 22 de maio de 2014, indeferiu o pedido de revogao de priso preventiva, motivo que enseja o presente habeas corpus.

DO DIREITO

Haver de ser concedida ordem liminar pleiteada inaudita altera pars por presente a ilegalidade e o constrangimento ilegal consistente no cerceamento do direito constitucional de ir e vir. A Autoridade Coatora, M.M. Juzo da ....... Vara Criminal da Comarca de .........., com base em conjecturas de ordem subjetivas e de cunho pessoal decretou a custdia preventiva. Todavia, conforme pode-se observar nos motivos expostos pela Autorida Coatora, inexiste fundamentao quanto a garantia da ordem pblica.

Acerca de estar a ordem pblica perturbada com a liberdade do paciente nada consta. A favor dele, ao contrrio, milita o fato de exercerem profisso lcita e de no lhes pesar nada desabonador de suas condutas. O despacho atacado, fundamentado ao seu alvitre, somente no subjetivismo de seu prolator pode silhuetar a existncia de periclitao da ordem pblica. Mas, objetivamente, no consegue encerrar a sua necessidade. Com viso, por fim, nublada e caolha do que seja a ordem pblica, pretende-se decretar a priso do paciente contra o qual inexiste um nico elemento indicirio da prtica do crime imputado como perigoso e prejudicial a sociedade, afirmando que o faz com vistas a salvaguardar a segurana da ordem pblica. Certo que, para o despacho de custdia preventiva, haver necessidade de fundamentao satisfatria. Neste sentido:

"A garantia da ordem pblica, dada com fundamento da decretao de custdia cautelar, deve ser de tal ordem que a liberdade do ru possa causar perturbaes de monta, que a sociedade venha a se sentir desprovida de garantias para a sua tranqilidade." (RJDTACRIM 11/201)

Por sua condio de antecipado comprometimento ao "jus libertatis" e ao "status dignitatis" do cidado, no pode merecer aplicao seno quando absolutamente indispensvel e indubitavelmente imperiosa a garantia da ordem pblica, convenincia da instruo criminal e segurana da aplicao da lei penal. A doutrina pacfica em afirmar da excepcionalidade da medida cautelar. Os mestres Ada Pellegrini Grinover, Antonio Scarance Fernandes e Antonio Magalhes Gomes Filho, no livro As Nulidades no Processo Penal, esclarecem:

"Constituindo a liberdade fsica do indivduo um dos dogmas do Estado de Direito, natural que a Constituio fixe certas regras fundamentais a respeito da priso de qualquer natureza, pois a restrio ao direito de liberdade, em qualquer caso, medida extraordinria, cuja adoo deve estar sempre subordinada a parmetros de legalidade estrita.

No caso da priso cautelar, essas exigncias se tornam ainda mais rigorosas, diante do preceito constitucional segundo o qual "ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena condenatria" (Art. 5, inc. LVII da CRFB/88); em face do estado de inocncia do acusado, a antecipao do resultado do processo representa providncia excepcional, que no pode ser confundida com a punio, somente justificada em situaes de extrema necessidade." (Ada Pellegrine Grinover, Antonio Scarance Fernandes e Antonio Magalhes Gomes Filho, As Nulidades no Processo Penal, 5 edio, Malheiros Editores, p. 233/234)

O saudoso professor Cludio Heleno Fragoso, sobre o assunto em tela, esclarece:

Resumindo a lio dos autores modernos, Eduardo Kern ensina que a priso preventiva deve ser limitada aos casos em que indispensvel.

A priso preventiva medida excepcional, pois atinge o direito de liberdade do cidado antes que os tribunais do pas declarem culpado do crime de que acusam. Esse carter excepcional da medida est expressamente consignado no art. 137 do novo CPP francs: la dtention prventive est une mesure exceptionalle. A priso preventiva traz para a vida do acusado, antes da declarao de sua culpabilidade, profunda perturbao, retirando-lhe os meios normais de subsistncia, afetando-lhe a estima no corpo social e privando a famlia de seu chefe. Por tais razes a priso preventiva s pode ser aplicada quando ocorrem rigorosamente os seus pressupostos e fique demonstrada a sua necessidade. (Heleno Cludio Fragoso, Jurisprudncia Criminal, 3 edio, p.433)

Certo que, nos presentes autos no h, em nenhum momento, a demonstrao cabal da necessidade da Custdia Preventiva. Comprovada a presena de plausibilidade do direito, demonstra-se igualmente a presena do perigo na demora ensejador da concesso da medida liminar inauduta altra pars que revogue a priso preventiva decretada contra o paciente.

Se for privado da liberdade e do convvio com seus familiares, amargar a angstia de ver seus filhos e dependentes privados do sustento, devido ao confinamento ao crcere em decorrncia do ilegal constrangimento outrora decretado atravs da priso preventiva. O paciente rene as condies necessrias para que seja deferida medida liminar ora pleiteada, no sentido de que sejam imediatamente posto em liberdade, tendo em vista as circunstncias pessoais deste, ou seja, primariedade, ausncia de antecedentes penais, residncia fixa e trabalho lcito. Logo, no tendo ocorrido nenhum fato juridicamente relevante para a decretao da custdia prvia do paciente, a mesma demonstra-se absolutamente desnecessria, materializando-se, em verdade, em mera perseguio policial-judiciria.

DOS PEDIDOS

Demonstrada a ilegalidade da deciso que decretou a priso preventiva e indeferiu sua revogao, as impetrantes requerem a imediata concesso da ordem liminar para que seja o paciente posto em liberdade, at final julgamento do habeas corpus, concedendo-se, em definitivo a ordem pleiteada.

Finalmente, face ao exposto a presente para fim de requerer:

1. seja esta recebida e autuada;

2. seja liminarmente e inaudita altera pars concedida a ordem no sentido de revogar a ordem de priso emitida contra o paciente;

3. sejam, mais, requisitadas as informaes da Autoridade Coatora;

4. aps, sejam abertas vistas dos presentes autos ao D. Representante do Ministrio Pblico e, finalmente;

5. seja concedida em definitivo a ordem para o fim de o Paciente responder em liberdade a ao penal perante a .... Vara Criminal da Comarca de ....

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [ms] de [ano].

[Assinatura do Advogado][Nmero de Inscrio na OAB]EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO __________FULANO DE TAL,brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/RJ sob n 00.000, CPF. n. 000.000.000/00, com escritrio na Rua X, n X, Bairro X, cidade/UF, abaixo-assinado, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia, nos termos do artigo 5, inciso LXVIII, da Constituio Federal e artigos 647, 648, inciso I e seguintes do Cdigo de Processo Penal, impetrar a presente ordem deHABEAS CORPUS COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

em favor deMARIA, brasileira, casada, profisso, portadora do RG. n. 00.000.000, CPF. n. 000.000.000-00, residente Rua Y, N Y, Bairro Y, CIDADE-UF, e SEU MARIDO, brasileiro, casado, profisso, portadora do RG. n. 00.000.000, CPF. n. 000.000.000-00, residente Rua Y, N Y, Bairro Y, CIDADE-UF, por estarem sofrendo constrangimento ilegal emanado da AUTORIDADE COATORA o MM. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA ...., conforme motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

A paciente Maria e o paciente Seu Marido possuem conta conjunta no banco Ita podendo ambos assinar cheques isoladamente. Maria emitiu um cheque para pagamento vista e mais dois, um para 30 dias e o outro para 60 dias. Ocorre que no dia anterior a data prevista para apresentao do ltimo cheque, o marido sacou, sem o seu conhecimento, todo o dinheiro da conta. O cheque foi devolvido por insuficincia de fundos. O portador do cheque foi delegacia e registrou em face de Maria ocorrncia por estelionato.O MP denunciou Maria e Seu marido em 10 de agosto de 2013, pela conduta descrita no artigo 171, pargrafo 2, VI, do Cdigo Penal, tendo sido a denncia recebida. A despeito da flagrante atipicidade da conduta dos pacientes o MM. Juiz designou a Audincia de Instruo e julgamento.

DO DIREITO

DA AUSNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A PROPOSITURA DA AO PENAL

I - TTULO DADO COMO GARANTIA DE DVIDA EM CONTRATO DE COMPRA E VENDA E DE FORMA PR-DATADO.

A PACIENTE Maria, ao depor em delegacia, afirmou ter emitido trs cheques em favor da suposta vtima, uma com data para XX/XX/XXXX e os outros dois para 30 e 60 dias, na modalidade conhecida no comrcio como pr-datada.No h tambm no depoimento da PACIENTE, qualquer possibilidade de enquadramento no tipo do artigo 171, pargrafo 2. VI, do Cdigo Penal. A PACIENTE Maria em momento algum do seu depoimento afirmou que o cheque fora para pagamento vista.Como se pode ver, EMRITOS JULGADORES, o contedo do depoimento da PACIENTE no se enquadra no tipo do artigo 171, pargrafo 2, VI, do Cdigo Penal. Mesmo porque, a PACIENTE ressarciu os prejuzos da suposta vtima, com o pagamento da crtula de crdito, com a devida atualizao financeira mais juros no dia 10 de julho de 2013, tendo presenciado o pagamento Jos Gomes e Carlos Donato. Ocorre que na audincia de instruo e julgamento designada a prova testemunhal produzida confirmou que Maria no sabia que a conta no tinha fundos, bem como que quitou todo o valor antes do recebimento da denncia. Alm disso, o paciente Seu Marido no tinha como saber que ainda havia cheque a ser debitado na conta conjunta do casal, logo a sua conduta de retirar o dinheiro da conta sem ter emitido o ttulo de crdito e sem ter conhecimento de sua emisso por Maria no tem o condo de configurar o dolo necessrio para que sua conduta se enquadre no tipo penal no qual foi denunciado.No h, portanto, JUSTA CAUSA PARA A PROPOSITURA DE AO PENAL contra os PACIENTES, o que se evidencia com a simples leitura da petio inicial e dos documentos que a instruem. Para comprovar ainda mais a FALTA DE JUSTA CAUSA PARA PROPOSITURA DE AO PENAL, citamos algumas jurisprudncias abaixo:"Se o cheque foi emitido como ttulo de dvida, e no como ordem de pagamento vista, no se configura o delito do artigo 171, pargrafo 2, do C.P.". (TJSC-AC-Rel. May Filho - Bol. ADU 3.197)

"Constando no verso do cheque meno de data futura sua emisso para o pagamento, evidencia-se que tal ttulo de crdito foi dado como garantia de dvida, sendo desvirtuado o respeito de pagamento vista. Logo, no se vislumbra a fraude na emisso do cheque referido, para dar ensejo tipificao e condenao com base no artigo 171, pargrafo 2, VI, do Cdigo Penal.". (RT 692/235).

II - DA INEXISTNCIA DE FRAUDE E DA CONSIGNAO EM PAGAMENTO ANTES DO OFERECIMENTO DA DENNCIA.

No obstante a conduta da PACIENTE Maria no se enquadrar no fato descrito no artigo 171, pargrafo 2, VI, do Cdigo Penal, haja vista que a emisso do cheque se deu de forma pr-datado e como garantia de contrato de compra e venda, merece ser analisada a questo da fraude, consignando-se nesta oportunidade sua inexistncia.Com efeito, verifica-se pelos documentos anexos, que a PACIENTE Maria efetuou o pagamento da referida dvida antes mesmo do oferecimento da denncia, demonstrando sua boa-f, no sentido de ser saldado o dbito e sobretudo pela inexistncia do intuito fraudulento.A ausncia da justa causa para o prosseguimento da ao penal em casos anlogos ao presente evidenciada pela inexistncia de obteno de lucro, haja vista a reparao do dano anteriormente ao oferecimento da denncia, e tambm pela ausncia de fraude.No sentido da inexistncia do delito quando da consignao do pagamento antes do oferecimento da denncia, anote-se: "ESTELIONATO - Emisso de cheque sem fundos - Delito no configurado - Propositura de ao consignatria visando seu resgate - Validade do procedimento, no da data do depsito, mas do momento em que ajuizada a causa - Ocorrncia antes do incio da ao penal - Falta de justa causa - Recurso de "habeas corpus" provido." (RT 483/389) "ESTELIONATO - emisso de cheque sem fundos - Delito no configurado, sequer em tese - Importncia depositada em juzo, por ter sido recusado o seu recebimento pela vtima - Fato verificado antes do recebimento da denncia - Ausncia, pois, de justa causa para a ao penal - Recurso de "habeas corpus"provido para o seu trancamento - Declarao de voto - Inteligncia dos arts. 171, pargrafo 2, n. VI, do Cdigo Penal e 648, n. VI, do cdigo de Processo Penal."(RT 504/442) O cheque ps-datadodesnatura a ordem de pagamento vistaque esse instituto representa. Com efeito,cheque emitido em garantia de dvida,isto , ps-datado (pr-datado, para alguns), representa umapromessa de pagamento,a exemplo danota promissria.Eventual inexistncia de fundos suficientes quando de sua apresentao no caracteriza, portanto, oestelionatodefinido no dispositivo em exame. Se no for compensado por falta de suficiente proviso de fundos, constituir somente um ilcito civil, e no chega aostatusde crime pela falta daquela caracterstica natural do cheque de serordem de pagamento vista. (Bitencourt, Cezar Roberto. Cdigo penal comentado. 7. ed. So Paulo: Saraiva, 2012.)A matria foi objeto da Smula 246 do STF, assim transcrita: "Comprovado no haver fraude, no se configura o crime de emisso de cheques sem fundos".Todavia, o MM. Juiz de Direito da Comarca de ..................../....., s fls. ...., do processo n. ........... recebeu a denncia contra os PACIENTES, inobstante e evidente ausncia de justa causa e designou data audincia de instruo e julgamento j realizada.O recebimento da denncia ante a ausncia de justa causa caracterizou coao real contra os PACIENTES, justificando a impetrao do presente pedido de HABEAS CORPUS, nos termos do artigo 647 e 648, inciso I, do Cdigo de Processo Penal, para efeito de trancamento liminar da ao penal pblica proposta nos termos acima, contra os PACIENTES, perante o juzo de Direito da Comarca de ................................ .DOS PEDIDOSDiante dos fundamentos acima expostos, requer os PACIENTES que a eles seja concedido liminarmente a ordem de HABEAS CORPUS para trancamento da referida ao penal contra eles proposta junto ao Juzo de Direito da Comarca de ............................. .

Nestes Termos,

Pede e Aguarda Deferimento......................., .... de ....... de ........

............................AdvogadoOAB/UF nAluno: Eric Teixeira Araujo

Matr.: 201133014-7