ha-hidrologia estatística-2013-1º

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13/06/2013 1 Hidrologia Estatística 2 Os processos hidrológicos podem ser classificados em determinísticos ou estocásticos. Processos Hidrológicos Determinísticos: variações espaço-temporais podem ser completamente explicadas por um número limitado de variáveis, a partir de relações funcionais (Física, Química ou Biologia) ou experimentais unívocas. Em hidrologia, são raríssimas as ocorrências das regularidades inerentes aos processos puramente determinísticos; e.g. resposta hidrológica de uma superfície completamente impermeável, de geometria simples e totalmente definida, a um pulso conhecido, uniforme e homogêneo de precipitação. Processos Hidrológicos Estocásticos: governados por leis de probabilidades, por conterem componentes aleatórias as quais se superpõem a regularidades explicitáveis (variações da radiação solar no topo da atmosfera ao longo da órbita de translação da Terra em torno do Sol). Assim, em um ponto, [Q, P, ETP, i, Q SS , seção, Temp] x t são PHE.

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  • 13/06/2013

    1

    Hidrologia Estatstica

    2

    Os processos hidrolgicos podem ser classificados em determinsticos ou estocsticos.

    Processos Hidrolgicos Determinsticos: variaes espao-temporais podem ser completamente explicadas por um nmero limitado de variveis, a partir de relaes funcionais (Fsica, Qumica ou Biologia) ou experimentais unvocas. Em hidrologia, so rarssimas as ocorrncias das regularidades inerentes aos processos puramente determinsticos; e.g. resposta hidrolgica de uma superfcie completamente impermevel, de geometria simples e totalmente definida, a um pulso conhecido, uniforme e homogneo de precipitao.

    Processos Hidrolgicos Estocsticos: governados por leis de probabilidades, por conterem componentes aleatrias as quais se superpem a regularidades explicitveis (variaes da radiao solar no topo da atmosfera ao longo da rbita de translao da Terra em torno do Sol). Assim, em um ponto, [Q, P, ETP, i, QSS , seo, Temp] x t so PHE.

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    2

    3

    2. Variveis Hidrolgicas

    As variaes temporais e/ou espaciais dos fenmenos do ciclo da gua podem

    ser descritas pelas variveis hidrolgicas. Exemplos:

    o nmero anual de dias consecutivos sem precipitao, em um dado local

    a intensidade mxima anual da chuva de durao igual a 30 minutos

    a vazo mdia anual de uma bacia hidrogrfica

    o total dirio de evaporao de um reservatrio

    a categoria dos estados do tempo dos boletins meteorolgicos.

    As flutuaes espao-temporais das variveis hidrolgicas podem ser

    quantificadas ou categorizadas por meio de observaes ou medies, as quais,

    em geral, so executadas de modo sistemtico e de acordo com padres

    nacionais ou internacionais. Exemplos: Pdia s 7 h, Etanque s 9h, H7 e H17.

    4

    3. Sries Hidrolgicas

    Sries hidrolgicas temporais renem as observaes ou medies da varivel, organizadas no modo seqencial de sua ocorrncia no tempo (ou espao).

    Embora instantneas ou contnuas ao longo do tempo/espao, as limitaes dos processos de medio ou observao implicam em registros separados por determinados intervalos de tempo ou de distncia, em geral, eqidistantes. Exemplos: (i) bacia do rio So Francisco em Pirapora: as vazes mdias dirias, tomadas como mdias aritmticas das leituras linimtricas instantneas das 7 e das 17 horas de cada dia, iro constituir a srie temporal representativa da varivel; (ii) bacia do ribeiro Arrudas: srie temporal mais conveniente a formada pelos registros de vazes mdias horrias.

    Completas: todos os registros (ex. toda a seqncia

    dos 61 anos de VMD em P. N. Paraobeba)

    Sries Hidrolgicas

    Reduzidas: alguns valores caractersticos (ex. as 61 VMAs em P. N. Paraopeba)

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    5

    Anuais: 1 nico valor anual (ex. figura, srie

    Sries Reduzidas (extremos) de VMAs em P. N. Paraopeba)

    Parciais: valores acima (abaixo) de limiar

    (ex.figura Q>290 mcs 71,76,89)

    Rio Paraopeba em Ponte Nova do Paraopeba

    0,0

    200,0

    400,0

    600,0

    800,0

    1000,0

    1939 1949 1959 1969 1979 1989 1999

    Ano Hidrolgico (out-set/aaaa)

    Vaz

    o M

    d

    ia D

    iri

    a M

    x

    ima

    Anua

    l

    (m3/s

    )

    6

    Populao e Amostra

    Populao: conjunto finito ou infinito de todos os possveis resultados, ou

    possveis realizaes, de uma varivel hidrolgica.

    Amostra: sub-conjunto extrado da populao, com um nmero limitado de

    observaes.

    Se a amostra estacionria, homognea e representativa da populao, o

    principal objetivo da hidrologia estatstica o de extrair concluses vlidas

    sobre o comportamento probabilstico populacional da varivel hidrolgica,

    somente a partir da informao contida na amostra.

    Problema: entre 1939 e 1999, as vazes mximas anuais de P. N. Paraopeba

    (figura) tem amplitude de 246 e 1017 m3/s. Com base nica e exclusivamente

    na amostra, a probabilidade de valores inferiores ou superiores aos limites

    amostrais nula. De modo anlogo, a enchente que dever ocorrer no prximo

    ano, neste local, estaria compreendida provavelmente entre 246 e 1017 m3/s.

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    4

    7

    Soluo:

    Populao: todos os resultados

    possveis de uma varivel hidrolgica,

    descrita por uma ou mais distribuies de probabilidade, definidas por

    parmetros i.

    ),...,,(21 kX

    xf

    x

    Amostra:

    homognea e

    representativa, a partir da qual so

    produzidas as

    estimativas dos

    parmetros

    populacionais. deduo

    induo

    Hidrologia Estatstica : usar as estimativas amostrais k

    ,...,,21

    para prever

    o comportamento populacional sob cenrios ou condies diversas.

    8

    PARTE 2 ANLISE PRELIMINAR DE DADOS HIDROLGICOS

    Conjunto de mtodos e tcnicas que visam extrair as caractersticas empricas

    essenciais do padro de distribuio de uma varivel hidrolgica. Trs grupos:

    Apresentao Grfica de Dados Hidrolgicos

    Sumrio Numrico e Estatsticas Descritivas

    Mtodos Exploratrios

    1. Apresentao Grfica de Dados Hidrolgicos

    Grficos essncia do padro de distribuio da VA com facilidade e nitidez.

    Diagrama de Linha

    Histograma

    Polgono de Freqncias

    Diagrama de Freqncias Acumuladas

    Curva de Permanncia

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    5

    9

    Diagrama de Linha

    Aplicao: nmero de ocorrncias de uma varivel hidrolgica discreta

    Eixo Horizontal: valores possveis da varivel

    Eixo Vertical: nmeros de ocorrncias = alturas das linhas verticais

    N=34 anos

    Cheia Limiar=300 mcs

    Razovel Simetria

    Valor Central=4 cheias anuais

    Nmero de Anos de Cheias do Rio Magra em

    Calamazza (Itlia)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

    Nmero de Cheias Anuais

    N

    mero

    de

    Oc

    orr

    n

    cia

    s

    10

    Histograma

    Apropriado para amostras de tamanho mdio (25 a 70) e grande (>70).

    Agrupar as observaes em classes, definidas por intervalos de largura fixa ou

    varivel (LIC), e, em seguida, contar o nmero de ocorrncias (ou a freqncia

    absoluta) em cada classe. NC depende do tamanho da amostra:

    ou nos limites de 5 a 25 para cada classe.

    LIC~Amplitude/NC Tabela de Freqncias:

    NNC NNC 10log3,31

    Classe j Intervalo de

    Classe (m3/s)

    Freqncia

    Absoluta fj

    Freqncia

    Relativa frj

    Freqncia Acumulada

    j

    jfrF

    1 (30,50] 3 0,0484 0,0484

    2 (50,70] 15 0,2419 0,2903

    3 (70,90] 21 0,3387 0,6290

    4 (90,110] 12 0,1935 0,8226

    5 (110,130] 7 0,1129 0,9355

    6 (130,150] 3 0,0484 0,9839

    7 (150,170] 1 0,0161 1

    Total 62 1

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    6

    11

    Exemplo: Histograma das vazes mdias anuais do Rio Paraopeba em Ponte

    Nova do Paraopeba Perodo 1938 a 1999.

    Concentrao no terceiro IC (valor central), Assimetria Leve, Outliers (?).

    Histograma de Vazes Mdias Anuais do Rio

    Paraopeba em Ponte Nova do Paraopeba

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30 50 70 90 110 130 150 170

    Intervalos de Classes (m/s)

    Fre

    q

    n

    cia

    Ab

    so

    luta

    0,0000

    0,0500

    0,1000

    0,1500

    0,2000

    0,2500

    0,3000

    0,3500

    0,4000

    Fre

    q

    n

    cia

    Re

    lati

    va

    12

    Polgono de Freqncias

    Pontos mdios dos topos dos retngulos do histograma, depois de estend-lo

    por uma classe adicional de cada um de seus lados (ordenadas inicial e final

    nulas e rea igual do histograma). Maior ordenada=moda. Ex. p/ Xmo=80mcs.

    Polgono de Freqncias Relativas das Vazes

    Mdias Anuais do Rio Paraopeba em Ponte Nova

    do Paraopeba

    0

    0,05

    0,1

    0,15

    0,2

    0,25

    0,3

    0,35

    0,4

    0 50 100 150 200

    Vazo Mdia Anual (m/s)

    Fre

    q

    n

    cia

    Re

    lati

    va

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    13

    Diagrama de Freqncias Acumuladas

    (1) Pares formados pelos limites superiores dos ICs e pelas ordenadas

    consecutivamente acumuladas do histograma, desde a menor at a maior ou

    (2) Classificao em OC e atribuio de probabilidade emprica m/N

    Pontos de Interesse:

    - Mediana Q2

    - Quartis Q1 e Q3

    - Decis, percentis, quantis

    - AIQ=Q3 - Q1

    Pontos Atpicos

    (outliers)

    (critrio)

    superior: >Q3 + 1,5AIQ

    inferior: < Q1 - 1,5AIQ

    Diagrama de Freqncias Relativas Acumuladas

    das Vazes Mdias Anuais do Rio Paraopeba em

    Ponte Nova do Paraopeba

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0 20 40 60 80 100 120 140 160

    Vazo Mdia Anual (m/s)

    Fre

    q

    n

    cia

    de

    N

    o

    Su

    pe

    ra

    o

    - P

    (Q30

    P(cara)=? ; (2) impossibilidade fsica

    de se repetir um experimento um

    nmero infinito de vezes, sob

    condies rigorosamente idnticas e

    (3) a definio no pode acomodar a

    noo de probabilidade subjetiva

    (baseada na experincia/julgamento

    pessoal de um especialista)

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    23

    Definio axiomtica (Kolmogorov, 1933; base da moderna T. P.):

    A probabilidade de um evento A, contido em um espao amostral S, um

    nmero no negativo, denotado por P(A), que satisfaz as seguintes condies:

    i. 0 P(A) 1

    ii. P(S)=1

    iii. Para eventos disjuntos E1 , E2 , ... .

    Decorrncias:

    (a) P(Ac)=1-P(A) (b) P()=0 (c) Se A e B so dois eventos em S P(A)P(B)

    (d) P(A)1 (e) (Regra da adio)

    (f) Para A1, A2, ... , Ak em S (Boole)

    Em uma rea sujeita a terremotos, dois eventos naturais podem produzir a ruptura de uma barragem, a saber: a ocorrncia de uma

    enchente maior do que a cheia de projeto do vertedouro (evento A) ou o colapso estrutural devido a um terremoto destrutivo

    (evento B). Suponha que, com base em dados anuais observados em um dado local, foram estimadas as seguintes probabilidades

    P(A)=0,02 e P(B)=0,01. Com base somente nesses valores, estime a probabilidade da barragem se romper em um ano qualquer.

    Resposta: ~ 3%.

    11 ii

    ii EE

    k

    ii

    k

    ii AA

    11

    )()()( BABABA

    24

    3. Variveis Aleatrias

    Uma varivel aleatria uma funo X que mapeia o espao amostral e

    associa um valor numrico a cada resultado de um certo experimento.

    Experimento: lanamento simultneo de duas moedas VA: X=no de faces

    0 1 2 x 0 1 2 x

    )(xpX

    ixXX

    xpxP )()(

    1,0

    0,5

    0

    1,0

    0,5

    0

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    13

    25

    Discretas: se x um nmero inteiro

    Variveis Aleatrias

    Contnuas: se x um nmero real

    VAD espao amostral numervel finito ou infinito

    a FUNO MASSA DE PROBABILIDADES (FMP)

    a FUNO ACUMULADA (FAP)

    Propriedades:

    Inversamente, se uma funo possui essas propriedades, ento ela pode ser

    considerada uma funo massa de probabilidades.

    )()( xXxpX

    xx

    iXX

    i

    xpxX)x(P todos

    xxpX dealor qualquer v e todopara 0)(

    x

    X xp todos

    1

    26

    VAC espao amostral no-

    numervel finito ou infinito.

    A funo , equivalente

    FMP, no negativa e denomina-se

    funo densidade de probabilidade

    (FDP); o caso limite de um

    polgono de freqncias para uma

    amostra de tamanho infinito (LIC

    tende a zero).

    probabilidade de X=x0 = intensidade com que a

    probabilidade de no superao de x0

    alterada na vizinhana de x0..

    b

    a

    XXX aFbFdxxfbxa )()()()(

    a b x

    a b x

    )(xf X

    FX (x)

    1

    )( 0xf X

    )(xf X

    )( 0xf X

    0)()()(

    xXxXxXdxxfxF

    x

    XX

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    14

    27

    Funo Acumulada de Probabilidades (FAP):

    Formas da FDP:

    x

    XX dxxfxF )()(

    1,0,)(

    )( XXX

    X FFdx

    xFdxf

    x

    fX(x)

    x

    fX(x)

    x

    fX(x)

    x

    fX(x)

    x

    fX(x)

    x

    fX(x)

    Assimtrica Simtrica Bimodal

    Exponencial Forma de U Uniforme

    28

    Problema Proposto 1: Considere que a varivel aleatria vazo media diria mxima anual, em

    m3/s, em uma certa estao fluviomtrica, seja representada por X e que sua funo densidade de

    probabilidade seja dada pela figura abaixo. Pede-se (a) P(X300 m3/s).

    Problema Proposto 2: A funo definida por , para x0 e 0, a forma

    paramtrica que define a famlia exponencial de funes densidade de probabilidades, ou

    seja, uma FDP para cada valor numrico do parmetro . Pede-se: (a) provar que,

    independentemente do valor de , trata-se de uma funo densidade de probabilidade; (b)

    expressar a funo acumulada FX (x); e (c) calcular P(X>3), para o caso de =2.

    0 100 300 400 x

    fX(x)

    y

    z

    xxf

    Xexp

    1)(

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    15

    29

    1. Medidas Descritivas Populacionais de Variveis Aleatrias

    So sumrios das caractersticas de forma de pX(x) ou fX(x) e

    obtidas por meio de mdias, ponderadas por pX(x) ou fX(x), de

    funes da varivel aleatria. Exemplos: valor esperado, a

    varincia, coeficientes de assimetria e curtose.

    1.1 Valor Esperado E[X] ou X

    ou

    Abscissa do centride de pX(x) ou fX(x).

    ix

    iXiX xpxXE todos

    dxxfxXE XX

    30

    Exemplo 1: Calcule o valor esperado para a funo massa de probabilidades especificada pela figura abaixo.

    Exemplo 2: Considere uma varivel aleatria exponencial X, cuja funo

    densidade de probabilidade dada por , para x0 e 0.

    (a) calcular o valor esperado de X;

    (b) empregando somente as medidas populacionais de tendncia central, a

    saber, a mdia, a moda e a mediana, comprovar que se trata de uma distribuio

    com assimetria positiva.

    0 1 2 x 0 1 2 x

    )(xpX

    ixXX

    xpxP )()(

    1,0

    0,5

    0

    1,0

    0,5

    0

    xxf X exp1)(

  • 13/06/2013

    16

    31

    1.2 Varincia Populacional Var[X] ou

    ou

    Propriedades:

    Var[c]=0, para c constante.

    Var[cX]=c2Var[X].

    Var[cX+d]=c2Var[X], para d constante.

    X = desvio padro populacional= raiz quadrada positiva da varincia

    = coeficiente de variao populacional

    2

    X

    222

    2Var XEXEXEX XX

    222

    2Var XEXEX X

    X

    X

    X

    CV

    32

    Exemplo 3 Para uma varivel aleatria exponencial, mostre que a varincia

    2, o desvio padro e o coeficiente de variao igual a 1.

    1.3 Coeficiente de Assimetria Populacional

    3

    3

    3

    3

    X

    X

    X

    XE

    Assimetria/Simetria de Funes Densidade de Probabilidades

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    -5 -3 -1 1 3 5

    X

    f(x

    )

    =+1,14 =-1,14 =0

    Para a distribuio

    exponencial, o coeficiente de

    assimetria independente do

    parmetro e igual a 2.

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    17

    33

    1. Motivao para o uso de Modelos Probabilsticos

    Modelos de distribuio de probabilidades: capazes de sintetizar o comportamento das variveis aleatrias hidrolgicas.

    uma forma matemtica abstrata, a qual, por suas caractersticas intrnsecas de variabilidade e conformao, podem ser capazes de representar, de modo conciso, as variaes contidas em uma amostra de observaes de uma varivel aleatria.

    tambm uma forma paramtrica, ou seja, um modelo matemtico prescrito por parmetros, cujos valores numricos o definem completamente e o particularizam para uma certa amostra de observaes de uma varivel aleatria. Uma vez estimados os valores numricos de seus parmetros, um modelo de distribuio de probabilidades pode constituir-se em uma sntese plausvel do comportamento de uma varivel aleatria e ser empregado para interpolar, ou extrapolar, probabilidades e/ou quantis no contidos na amostra de observaes.

    Podem ser discretos e contnuos. Uma funo de distribuio discreta aquela empregada para modelar o comportamento de uma varivel aleatria cujo espao amostral do tipo numervel, composto por valores isolados, em geral, nmeros inteiros.

    34

    2. Processos de Bernoulli Jakob Bernoulli (1654-1705)

    Experimento: apenas dois resultados possveis

    e dicotmicos: sucesso (S) e falha( F).

    Espao amostral: conjunto {S,F}.

    Probabilidade de ocorrer um sucesso p.

    VAD X;

    Valores possveis: X=1 para S e X=0 para F.

    X segue uma distribuio de Bernoulli. (irmo do matemtico Johan e

    A funo massa de probabilidades dada por tio do hidrulico Daniel)

    com E[X]=p e Var[X]=p(1-p).

    10 e 0,1 para ,1 1 pxppxp xxX

  • 13/06/2013

    18

    35

    Extenso: escala de tempo de um processo estocstico discretizada em intervalos de

    largura definida, por exemplo, em intervalos anuais, indexados por i=1, 2, ...

    Em cada intervalo, pode ocorrer um nico sucesso , com probabilidade p, ou

    uma nica falha , com probabilidade (1-p), e elas no so afetadas pelas

    ocorrncias anteriores. Esta repetio de eventos tambm um processo de Bernoulli.

    0 :S QQ

    max

    i

    0 :F QQ

    max

    i

    Q0

    ndice do Ano i N

    Q0

    1 2

    sucesso

    falha

    . . . .

    1

    2

    k

    36

    repetio de processos independentes de Bernoulli: 3 tipos de VADs Y

    a varivel dita binomial, quando Y refere-se ao nmero de sucessos em N

    repeties independentes;

    a varivel geomtrica, quando Y refere-se ao nmero de repeties

    independentes necessrias para que um nico sucesso ocorra; e

    a varivel binomial negativa, quando Y o nmero de repeties

    independentes para que um certo nmero r de sucessos ocorram.

  • 13/06/2013

    19

    37

    2.2 Distribuio Geomtrica

    A varivel geomtrica Y est associada ao nmero de experimentos (ou tentativas)

    necessrios para que um nico sucesso ocorra. Funes:

    Valor Esperado:

    Nesta equao, com 0

  • 13/06/2013

    20

    39

    Tempo de Retorno:

    Exemplo 3: Considere a FDP da figura. Determine (a) o tempo de retorno da vazo

    X=300 m/s e (b) a vazo de tempo de retorno T=50 anos.

    P(X>xT)=1-FX(xT)

    fX(x)

    y

    z

    0 100 300 400 x

    40

    Tempo de Retorno:

    Exemplo 3: Considere a FDP da figura. Determine (a) o tempo de retorno da vazo X=300

    m3/s e (b) a vazo de tempo de retorno T=50 anos.

    b) A vazo de tempo de retorno T=50 anos est entre 300 e 400 m/s, com ordenada na FDP

    igual a w. A primeira equao a ser escrita (400-X50).w/2=1/50. A segunda equao decorre

    da semelhana entre tringulos, ou seja, [(400-300)/z]=[(400-X50)/w]. Sabendo-se que z=1/600

    e combinando as duas equaes, resulta: X50 2-800X50+157000=0. Uma das razes dessa

    equao maior do que 400 m/s e, portanto, est fora do domnio de definio de X. A outra,

    resposta do problema, X50=351 m/s.

    P(X>xT)=1-FX(xT)

    fX(x)

    y

    z

    0 100 300 400 x

    Soluo:

    (a)A varivel X, nesse caso, refere-se a vazes mximas

    anuais e, portanto, o tempo de retorno igual ao inverso da

    probabilidade de superao. Exemplo anterior:

    P(X>300)=0,083. Logo, o tempo de retorno de X=300 m3/s

    T=1/0,083=12,05 anos.

  • 13/06/2013

    21

    41

    Risco Hidrolgico: Dado um quantil de referncia XT, de tempo de retorno T, o risco

    hidrolgico definido como a probabilidade de que XT seja igualado ou superado pelo

    menos uma vez, em um perodo de N anos. Em geral, o quantil de referncia XT a

    cheia de projeto da estrutura hidrulica e N (anos) corresponde sua vida til.

    N

    TR

    111

    Tempo de Retorno da Cheia de Projeto x Vida til

    1

    10

    100

    1000

    10000

    1 10 100 1000

    Vida til da Estrutura Hidrulica (anos)

    Te

    mp

    o d

    e R

    eto

    rno

    da

    Ch

    eia

    de

    Pro

    jeto

    (a

    no

    s)

    R=5% R=10% R=20% R=25% R=50%

    Aplicao: Se R previamente fixado,

    em funo da importncia e das

    dimenses da estrutura hidrulica, e/ou

    das conseqncias de seu eventual

    colapso para as populaes ribeirinhas,

    pode-se empregar a equao para

    determinar para qual tempo de retorno

    deve ser calculada a cheia de projeto de

    uma estrutura cuja vida til de de N

    anos.

    42

    Extenso do conceito de Tempo de Retorno para Vazes Mnimas:

    Exerccio Proposto: A figura mostra o esquema de desvio de um rio

    durante a construo de uma barragem. Duas ensecadeiras A e B

    garantem que o canteiro de obras esteja a seco durante o perodo de

    construo, enquanto o rio desviado de seu curso natural por meio

    de um tnel T, escavado em rocha, pela margem fluvial direita.

    Suponha que o perodo de construo de 5 anos e que a empresa

    projetista tenha fixado o risco de 10% para que o canteiro de obras

    seja inundado pelo menos uma vez nesse perodo. Com base nesses

    elementos, determine para qual perodo de retorno deve ser calculada

    a cheia de projeto a ser escoada pelo tnel.

  • 13/06/2013

    22

    EEUFMG PPG SMARH

    Hidrologia Estatstica

    Variveis Aleatrias Contnuas:

    Distribuies e Aplicaes

    44

    VARIVEIS ALEATRIAS CONTNUAS: DISTRIBUIES E APLICAES 1/2

    Seqncia:

    1. Motivao para os Modelos Probabilsticos

    2. Distribuio Normal

    3. Distribuio Log-Normal

    4. Distribuio Exponencial

    5. Distribuio Gumbel Mximos

    6. Distribuio Gumbel Mnimos

  • 13/06/2013

    23

    45

    1. Motivao para o uso de Modelos Probabilsticos

    Modelos de distribuio de probabilidades: capazes de sintetizar o comportamento das variveis aleatrias hidrolgicas.

    uma forma matemtica abstrata, a qual, por suas caractersticas intrnsecas de variabilidade e conformao, podem ser capazes de representar, de modo conciso, as variaes contidas em uma amostra de observaes de uma varivel aleatria.

    tambm uma forma paramtrica, ou seja, um modelo matemtico prescrito por parmetros, cujos valores numricos o definem completamente e o particularizam para uma certa amostra de observaes de uma varivel aleatria. Uma vez estimados os valores numricos de seus parmetros, um modelo de distribuio de probabilidades pode constituir-se em uma sntese plausvel do comportamento de uma varivel aleatria e ser empregado para interpolar, ou extrapolar, probabilidades e/ou quantis no contidos na amostra de observaes.

    Uma funo de distribuio contnua aquela empregada para modelar o comportamento de uma varivel aleatria cujo espao amostral do tipo no-numervel, composto por nmeros reais.

    46

    3. Distribuio Normal (ou de Gauss ou de De Moivre-Gauss)

    Usada para descrever o comportamento de

    uma VAC que flutua simetricamente em

    torno de um valor central. Em decorrncia

    do TLC, apropriada modelao de uma

    VAC que resulta da soma de um grande n

    mero de outras VACs independentes. Tam

    bm est presente na formulao terica da

    construo de ICs, testes de hipteses e

    na teoria de regresso e correlao.

    Johan Karl Friedrich Gauss (1777-1855)

    x

    xexpxfX para

    2

    1

    2

    12

    2

    1

    2

    2

    x

    X dxx

    expxF 2

    1

    2

    12

    2

    1

    2

    2

  • 13/06/2013

    24

    47

    Momentos:

    Distribuio Normal - 1=8 e 2=1

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    4 6 8 10 12

    x

    F(x

    ) e

    f(x

    )

    1XE

    2

    2

    2Var X

    0 =3

    48

    Porque 1= e 2=, pode-se expressar a FDP Normal como

    e que X~N(,).

    x

    xexpxf X para

    2

    1

    2

    12

    Funo Densidade Normal - Efeito do Parmetro

    de Posio

    0

    0,05

    0,1

    0,15

    0,2

    0,25

    0,3

    0,35

    0,4

    0,45

    -4 -2 0 2 4 6

    x

    f(x

    )

    =0, =1 =1, =1 =2, =1

    Funo Densidade Normal - Efeito do Parmetro de Escala

    0

    0,05

    0,1

    0,15

    0,2

    0,25

    0,3

    0,35

    0,4

    0,45

    -4 -2 0 2 4 6

    x

    f(x

    )

    =0, =1 =0, =1,5 =0, =2

  • 13/06/2013

    25

    49

    Propriedade Reprodutiva: se X~N(X,X), a VAC Y=aX+b tambm

    Normal com e . Extenso a n VAs

    normais e independentes: se , ento Y~N(Y,Y),

    com e . Exemplo 3.18 (livro): se Y

    a mdia aritmtica de uma AAS de Xi ~ N(X,X), Y~N .

    A FAP Normal no tem integrao analtica. Soluo 1: integrao

    numrica para cada par de valores (X,X). Soluo 2: pela prop.

    reprodutiva, se , ento Z~N . A

    integrao numrica de FZ (z) fornece a Dist. Normal Padro (z).

    ba XY XY a

    n

    i

    ii bXaY1

    n

    iiiY ba

    1

    n

    i

    iiY a1

    22

    n, XX

    XZ 10 ZZ ,

    50

    (existem excelentes aproximaes de (z) por meio de polinmios ver livro pg.136-137)

    Para calcular P(Xx), para X~N(X,X), calcula-se z=(x-X)/X e P(Xx)= .

    Para calcular x(P), veja na tabela o valor de z para P= e x=X+zX.

    Fatos: 68,26% da rea entre 1. 95,44% entre 2. 99,74% entre 3.

    Concluso: se X>3X, a Normal pode ser usada para modelar VAs hidrolgicas no-negativas porque a chance de se obter um valor de X negativo quase desprezvel.

    zezzFz z

    Zd

    2

    12

    2

    -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 z

    0,4

    0,3

    0,2

    0,1

    fZ(z)

    z

    (z)

    z 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09

    0,0 0,5000 0,5040 0,5080 0,5120 0,5160 0,5199 0,5239 0,5279 0,5319 0,5359

    0,1 0,5398 0,5438 0,5478 0,5517 0,5557 0,5596 0,5606 0,5675 0,5714 0,5753

    0,2 0,5793 0,5832 0,5871 0,5910 0,5948 0,5987 0,6026 0,6064 0,6103 0,6141

    0,3 0,6179 0,6217 0,6255 0,6293 0,6331 0,6368 0,6406 0,6443 0,6480 0,6517

    0,4 0,6554 0,6591 0,6628 0,6664 0,6700 0,6736 0,6772 0,6808 0,6844 0,6879

    0,5 0,6915 0,6950 0,6985 0,7019 0,7054 0,7088 0,7123 0,7157 0,7190 0,7224

    0,6 0,7257 0,7291 0,7324 0,7357 0,7389 0,7422 0,7454 0,7486 0,7517 0,7549

    0,7 0,7580 0,7611 0,7642 0,7673 0,7704 0,7734 0,7764 0,7794 0,7823 0,7852

    0,8 0,7881 0,7910 0,7939 0,7967 0,7995 0,8023 0,8051 0,8078 0,8106 0,8133

    0,9 0,8159 0,8186 0,8212 0,8238 0,8264 0,8289 0,8315 0,8340 0,8365 0,8389

    1,0 0,8413 0,8438 0,8461 0,8585 0,8508 0,8531 0,8554 0,8577 0,8599 0,8621

    z z

  • 13/06/2013

    26

    51

    Exemplo 2: Suponha que as vazes naturais mdias anuais Q de um afluente do rio Amazonas sejam

    normalmente distribudas com mdia de 10.000 m3/s e desvio padro de 5000 m3/s. Calcule (a) P(Q

  • 13/06/2013

    27

    53

    Exemplo 3 - Suponha que, a partir dos registros pluviomtricos de uma certa localidade, plausvel a

    hiptese de que as alturas de precipitao do trimestre mais chuvoso so distribudas segundo o modelo Log-

    Normal. A mdia e o desvio padro das alturas pluviomtricas trimestrais so respectivamente 600 e 150

    mm. Calcule (a) a probabilidade da altura pluviomtrica do trimestre mais chuvoso de um ano qualquer ficar

    compreendida entre 400 e 700 mm; (b) a probabilidade da altura pluviomtrica do trimestre mais chuvoso de

    um ano qualquer ser pelo menos igual a 300 mm; e (c) a mediana das alturas pluviomtricas. Soluo:

    a) Denotemos a varivel em questo por X. O coeficiente de variao de X CV=150/600=0,25. Com esse

    valor na equao , obtm-se . Com esse resultado e com X=600 na

    equao de E[X], tem-se ln(X)=6,366617. Portanto, X~LN( ). A probabilidade

    pedida

    (b) P(X>300)=1-P(X

  • 13/06/2013

    28

    55

    5. Distribuio Exponencial

    Distribuio empregada para modelar (i) tempo contnuo entre duas ocorrncias

    sucessivas de um processo de Poisson; (ii) tempo de falha (ou de vida til) de

    componentes de um sistema eletrnico; e (iii) magnitudes das excedncias {X-X0}das

    ocorrncias de Poisson acima (ou abaixo) de um limiar (threshold) X0 [em hidrologia,

    SDP; em ingls, POT (peaks over threshold) ou PUT (pits under threshold).

    FDP:

    FAP:

    Momentos:

    0 para ,ou 1

    xxexpxf

    xexpxf XX

    xexpxFx

    expxF XX

    1ou 1

    Distribuio Exponencial - =2

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0 2 4 6 8 10

    x

    f(x

    ), F

    (x)

    1

    ou XEXE

    2

    21

    Varou Var

    XX

    2

    56

    6 Distribuio Gumbel Max (EV1, Fisher-Tippet 1 ou Dupla Exponencial)

    FAP

    FDP Hidrologia: Curvas IDF, Q Cheias

    Quantis

    Momentos

    Cheia Mdia: T=2,33 anos (T. Dalrymple)

    0 para

    ,,y

    yexpexpyFY

    yexp

    yexpyfY

    1

    TlnlnTyFlnlnFy

    11ou

    57720,YE

    6

    Var

    22

    2

    YY

    13961,

    Funo Densidade Gumbel (Mximos)

    0

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,1

    0,12

    0,14

    0,16

    0,18

    0,2

    -5 0 5 10 15 20 25 30

    y

    f(y

    )

    =2, =4 =4, =4 =2, =2

  • 13/06/2013

    29

    57

    Exemplo 2 - Denote por X a varivel aleatria vazes mdias dirias mximas anuais; suponha que, em um certo local, E[X]=500 m3/s e E[X 2]=297025 (m3/s)2. Utilize o modelo de Gumbel para calcular (a) a vazo mdia diria mxima anual de tempo de retorno 100 anos.

    (a) Lembrando que Var[X]=E[X 2]-(E[X] )2, resulta que Var[X]=47025 (m3/s)2. Resolvendo o sistema formado pelas equaes

    obtm-se =169,08 m3/s e =402,41 m3/s. Com esses valores numricos dos parmetros na equao de quantis, a vazo mdia diria mxima anual de tempo de retorno 100 anos x(100)=1180 m3/s.

    57720,YE 6

    Var

    22

    2

    YY

    58

    7 Distribuio Gumbel para Mnimos (EV1 min)

    FAP:

    FDP:

    Quantis:

    Momentos:

    0 para 1

    ,,z

    zexpexpzFZ

    zexp

    zexpzfZ

    1

    TlnlnTyFlnlnFz

    11ou 1

    Funo Densidade Gumbel (Mnimos)

    0

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,1

    0,12

    0,14

    0,16

    0,18

    0,2

    -20 -15 -10 -5 0 5 10 15

    z

    f(z)

    =2, =4 =4, =4 =2, =2

    57720,ZE

    6

    Var

    22

    2

    ZZ

    13961,

  • 13/06/2013

    30

    59

    Exemplo 4 - Alguns estados brasileiros adotam como vazo de referncia, para a outorga de

    direito de uso da gua, a vazo mdia mnima anual de 7 dias de durao e de tempo de retorno 10

    anos, geralmente representada por Q7,10; para um dado ano de registros fluviomtricos, o valor Q7 anual corresponde menor mdia de sete vazes consecutivas ocorridas naquele perodo.

    Suponha que as Q7 anuais sejam denotadas pela varivel aleatria Z e que, em um dado local,

    E[Z]=28,475 m3/s e [Z]=7,5956 m3/s. Calcule a vazo Q7,10 pelo modelo de Gumbel (mnimos).

    Soluo:

    As solues simultneas do sistema formado pelas equaes dos dois primeiros momentos

    resultam em =5,9223 e =31,8933. Com esses valores e T=10 anos na equao de quantis,

    conclui-se que a Q7,10 pelo modelo de Gumbel (mnimos) z(T=10)=18,6 m3/s.

    EEUFMG

    Hidrologia Estatstica

    Anlise Local de Freqncia de VAs Hidrolgicas

  • 13/06/2013

    31

    61

    1.Introduo

    Anlise de freqncia de VAs hidrolgicas: relacionar a magnitude dos eventos

    (QT) freqncia com que eles so igualados ou superados [P(Q>QT) ou T], por

    meio de uma distribuio de probabilidades emprica ou paramtrica (terica).

    Local: uma nica srie (fluviomtrica, pluviomtrica ou

    Classificao da AF climatolgica) usada para a AF.

    (extenso geogrfica) Regional: informaes de vrios postos de uma regio

    homognea so agrupados para a AF regional.

    Usos da anlise de freqncia :

    projetos de vertedores de barragens,

    pontes, bueiros e outras estruturas.

    estimativas de valores caractersticos para

    o planejamento de RH, como a Q7,10 .

    cotejar custorisco para tomada de

    decises em projetos de engenharia.

    62

    de Sries de Valores Mximos (Mnimos) Anuais

    Classificao da AF

    (valores da srie) de Sries de Durao Parcial ou POT (PUT)

    Out/77 Set/78 Out/78 Set/79

    Q

    m3/

    s

    Dia

    POT

    PUT

    Q0

    Q0

    Srie de Mximos Anuais Srie de Durao Parcial

    Srie Total

    Ano Hidrolgico i Ano Hidrolgico i+1

  • 13/06/2013

    32

    63

    Emprica: uso de grficos de probabilidade

    Classificao da AF

    ( probabilidade e estatstica) Analtica: distribuio de probabilidade+parmetros+quantis

    Requisito fundamental: A amostra deve ter elementos independentes entre si (valores

    mximos e mdiosano hidrolgico; valores mnimosano civil), consistentes

    (isentos de erros de observao), representativos, homogneos e estacionrios.

    Etapas da Anlise Local de Freqncia de VAs Hidrolgicas:

    Optar pela utilizao de sries anuais ou sries de durao parcial.

    Avaliar os dados das sries, quanto aos atributos de consistncia, homogeneidade, independncia e

    representatividade.

    Propor uma ou algumas distribuies tericas de probabilidade, com a estimativa de seus

    parmetros, quantis e intervalos de confiana, seguida de verificao de aderncia distribuio

    emprica.

    Realizar a identificao e tratamento de pontos atpicos, com eventual repetio de algumas etapas

    precedentes.

    Selecionar o modelo distributivo mais apropriado.

    64

    2. Anlise de Frequncia com o Fator de Frequncia

    2.1 AF Local com uso do Fator de Freqncia

    onde depende da distribuio de X, de T e de N, podendo ser expresso por

    onde kT denominado FATOR DE FREQNCIA (Chow, 1964). Com as

    estimativas amostrais, tem-se a frmula geral .

    Distribuio Normal: kT =Z(1-1/T) onde Z a varivel Normal padro

    Distribuio Log-Normal: com kT =Z(1-1/T)

    Distribuio Log-Pearson III: e kT dado pela eq. de Wilson-Hilferty

    na qual Y representa o coeficiente de assimetria de Y=ln(X) e Z a varivel Normal padro.

    XX X X

    XTkX

    XTT skxx

    TxlnxlnT k.Sxexpx

    TxlnxlnT k.Sxexpx

    543

    2

    2

    32

    63

    1

    661

    66

    3

    1

    61

    YYYYYT .Z.Z.Z.Z.ZZk

  • 13/06/2013

    33

    65

    Distribuio Gumbel (Max):

    N=tamanho da AAS

    Onde,

    Se N,

    i

    i

    Y

    YT

    T

    YNk

    11lnln

    N

    iNYi

    Tlnln.

    ,,kT

    11

    2831

    1450

    TlnlnYT

    11

    66

    Exemplo 2 - Calcular o fator de freqncia da distribuio Gumbel, referente ao tempo de retorno de 50 anos

    para uma amostra de 10 elementos.

    Soluo:

    Com as estimativas de Y = 0,4952 e Y = 1,9496, o fator de freqncia pode ser calculado por

    Importante: ver Ex. 8.5 pg. 325

    11

    n

    ilnlnnYi

    i 1n

    i nYi I

    1n

    i nYi

    1 0,090909 2,350619 8 0,727273 -0,26181

    2 0,181818 1,60609 9 0,818182 -0,53342

    3 0,272727 1,144278 10 0,909091 -0,87459

    4 0,363636 0,794106 iY

    0,4952

    5 0,454545 0,500651 iY

    0,9496

    6 0,545455 0,237677

    7 0,636364 -0,01153

    9019350

    11

    11 ,lnln

    TlnlnYT

    5874394960

    495209019310 5050 ,

    ,

    ,,Yk

    Y

    Y