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FEMA – FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSISIMESA – INSTITUTO MUNICIPAL DE ENSINO SUPERIOR DE ASSIS
Campus “José Santilli Sobrinho”
Guilherme Afonso Domingues Mendes
PROGRAMA SILVIO SANTOS: 50 ANOS DE AUDIÊNCIA
ASSIS / SP2010
FEMA – FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE ASSISIMESA – INSTITUTO MUNICIPAL DE ENSINO SUPERIOR DE ASSIS
Campus “José Santilli Sobrinho”
Guilherme Afonso Domingues Mendes
PROGRAMA SILVIO SANTOS: 50 ANOS DE AUDIÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado junto ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da FEMA – Fundação Educacional do Município de Assis, sob a orientação da Profª. Ms. Maria Lídia de Maio Bignotto
ASSIS / SP
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2010MENDES, Domingues Guilherme Afonso. Programa Silvio Santos: 50 anos de audiência. 2010. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo) – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis.
RESUMO
A televisão brasileira sempre contou com diferentes perfis de apresentadores que tornaram-se ícones em nosso país.
Este trabalho tem por finalidade fornecer algumas informações sobre a vida deste comunicador que é um dos mais respeitados no meio em que atua e sobre os formatos do Programa Silvio Santos, que é o programa de auditório brasileiro que está a mais tempo no ar.
Por fim, apresentamos nesta pesquisa algumas considerações sobre a Indústria Cultural, pois o programa dominical de Silvio Santos é um produto genuíno dessa Indústria.
Palavras-chave: Comunicação. Programas de Auditório. Televisão. Indústria Cultural
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MENDES, Domingues Guilherme Afonso. Silvio Santos Show: 50 years of audience. 2010. Monography (Essay of Conclusion of the Course of Social Communication with Habilitation in Journalism) – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis.
ABSTRACT
The Brazilian television always counted on different profiles of presenters who had become icons in our country.
This work has as a purpose to supply some information on the life of this communicator, who is one of the most respected in the midia where he works and on the formats of the Silvio Santos Show, which is the program of Brazilian audience that is more time in the air.
Finally, we present in this research some considerations on the Cultural Industry, therefore the Sunday show of Silvio Santos is a genuine product of this Industry.
Key-words: Communication. Programs of Audience. Television. Cultural Industry
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Dedicatória
Eu, Guilherme Afonso Domingues Mendes abro essa dedicatória oferecendo
meu trabalho de pesquisa à Deus que é princípio, meio e fim de tudo. Sem a graça
Dele, nada existiria. Nem mesmo eu.
Posso dizer que sou um agraciado, pois tudo o que eu quis até agora em
termos de futuro profissional eu consegui. E foi por Ele.
Em segundo lugar dedico à minha querida família que sempre me apoiou e
apóia em tudo, mesmo no início do curso quando meu pai ainda relutava para que eu
fizesse Direito. Mas com o passar do tempo ele foi percebendo que meu dom era rádio
e TV e me apoiou e apóia mais ainda. Obrigado pai por esse alicerce firme.
Por último, e não menos importante, dedico todo esse trabalho que pra mim foi
prazeroso, à minha maior inspiração de vida profissional o senhor Senor Abravanel
(Silvio Santos).
Esperei 16 anos por um momento que vivi em 23 de julho de 2010. Conheci
uma das maiores emissoras de TV do país (na minha opinião a maior), que é o
Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Então Silvio, por você ser a razão de tudo o que estou me tornando hoje, foi
que resolvi escrever sobre você e seu programa. E, dedico tudo isso à você.
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Agradecimentos
Eu, Guilherme Afonso Domingues Mendes gostaria de agradecer à Deus por
tudo de ótimo que ele tem me concedido.
Depois à minha orientadora Profª MS. Maria Lídia de Maio Bignotto, por ter me
acalmado em todos os meus momentos de desespero com essa pesquisa.
Quando eu achava que não ia dar tempo de entregar nada, ela me dizia “não
fique desesperado. Senta e escreve”. Devo tudo a você, querida. Obrigado pela força!
Também não poderia esquecer, mais uma vez, da minha amada família pela
força e apoio de sempre. Obrigado pai, mãe, irmã, vô, vós por acreditarem no meu
sonho e confiarem em mim.
Obrigado especial ao Felipe Modesto Cardoso (esse é amigo que a gente pode
contar segredo), pela sugestão do tema. Ele me disse “já que você quer estudar o
Silvio Santos, por que então não analisa a audiência do programa dele?”. Valeu
moleque!
Obrigado Fernando Veríssimo Silva (Fernandinho), Fernando Cândido de
Paula (Fernandão), Sidney Aparecido Fernandes (Neyzinho), Anderson Eduardo
Ferreira (Feijão ou Palmital), Fábio Fernando Santos (Fabião), Ana Paula Dias
(Aninha), e todos os outros cujos nomes não citei aqui. Sintam-se abraçados e
beijados.
Obrigado à Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), por três
excelentes anos de estágio no Laboratório de Comunicação (Labcom).
Tudo o que eu sei sobre prática audiovisual e jornalística devo à equipe
competentíssima do Labcom.
Obrigado Alzimar Ramalho (Alzi), Alex Caligaris Monteiro (Guaíra), Lutércio
Alves da Silva, Carlos William Ferreira Contin (Carlão), Gabriel Camolesi (Alemão),
Bruce Monteiro Corbetta, Patrícia Dias, Kallil Landiosi Dib, Igor Dib e todo o resto da
equipe cujos nomes não citei aqui. Obrigado por acreditarem em mim e no meu
potencial.
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SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................10
1 – Fundamentação teórica1.1 – A televisão brasileira............................................................................................111.2 – A TV Digital no Brasil............................................................................................151.3 – Emissoras de TV brasileiras.................................................................................161.3.1 – TV Tupi..............................................................................................................161.3.2 – TV Paulista........................................................................................................171.3.3 – Record...............................................................................................................181.3.4 – TV Excelsior......................................................................................................181.3.5 – Globo.................................................................................................................191.3.6 – Band..................................................................................................................201.3.7 – Cultura...............................................................................................................201.3.8 – TV Gazeta.........................................................................................................211.3.9 – Manchete...........................................................................................................211.3.10 – Rede TV..........................................................................................................221.3.11 – SBT..................................................................................................................221.4 – Quem é Silvio Santos...........................................................................................24
2 – O Programa Silvio Santos (PSS) – Objeto de estudo........................................282.1 – Quadros do Programa Silvio Santos....................................................................312.1.1 – Topa Tudo por Dinheiro.....................................................................................312.1.2 – Show de Calouros.............................................................................................322.1.3 – Qual é a Música.................................................................................................342.1.4 – Hot hot Hot........................................................................................................342.1.5 – Casa dos Artistas..............................................................................................352.1.6 – Show do Milhão.................................................................................................362.1.7 – Porta da Esperança...........................................................................................372.1.8 – Domingo no Parque...........................................................................................382.1.9 – Em Nome do Amor............................................................................................382.1.10 – Tentação..........................................................................................................39
3 – Gêneros e formatos...............................................................................................403.1 – Programas de auditório........................................................................................413.1.1 – Game show.......................................................................................................423.1.2 – Quiz show..........................................................................................................433.1.3 – Talk show..........................................................................................................433.1.4 – Variedades........................................................................................................443.1.5 – Circo Bombril.....................................................................................................443.1.6 – O Céu é o Limite................................................................................................453.1.7 – Discoteca do Chacrinha....................................................................................453.1.8 – Almoço com as Estrelas....................................................................................463.1.9 – Um instante Maestro.........................................................................................463.1.10 – Essa Noite se Improvisa..................................................................................473.1.11 – 8 ou 800...........................................................................................................473.1.12 – Viva a Noite.....................................................................................................473.1.13 – Programa Hebe...............................................................................................483.1.14 – Domingão do Faustão.....................................................................................493.1.15 – Domingo Legal................................................................................................493.1.16 – Programa Livre................................................................................................503.1.17 – Programa do Ratinho......................................................................................51
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3.1.18 – Altas Horas......................................................................................................513.2 – Considerações sobre a Indústria Cultural............................................................52
Considerações finais..................................................................................................54
Referências..................................................................................................................55
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Introdução
A televisão brasileira atualmente oferece um vasto leque de opções, e por isso
é um dos meios de comunicação que mais atrai a grande massa.
Com atrações que vão desde o entretenimento até uma cultura mais elitista, ela
conta com personagens e alguns estereótipos com os quais o telespectador se
identifica.
Na programação televisiva notamos vários gêneros de programas, como:
entretenimento, informação, educação etc. No gênero entretenimento, encontramos os
programas de auditório.
Nas atrações apresentadas nestes programas, o que conta é a ousadia e as
inovações, usadas para alcançar o maior objetivo da TV que é a audiência.
Nesse contexto, insere-se um dos programas de auditório mais famosos de
todos os tempos: o Programa Silvio Santos, objeto de estudo desta pesquisa e que
chegou a ganhar um espaço no Guiness Book como o programa de maior duração na
TV (mais de dez horas ininterruptas).
Por meio dessa atração, o apresentador Silvio Santos destaca-se por seu
carisma e poder de comunicação, e por isso em todos os momentos o usa
excessivamente para cativar o público.
Esse programa alcançou nestes 50 anos de existência, um índice significativo
de audiência. Isso porque Silvio Santos sempre primou por sua programação, com o
objetivo de agradar ao público.
Com isso, temos por finalidade analisar os formatos utilizados pelo animador
para cativar o público. Vale ressaltar que Silvio Santos sempre buscou a inovação, a
ousadia, a diversidade, a versatilidade etc.
Para realização deste trabalho, apresentaremos no primeiro capítulo a
Fundamentação Teórica onde será ressaltada a história da TV no Brasil, TV Digital, a
história das emissoras de TV existentes no país e por fim, quem é o apresentador
Silvio Santos.
No segundo capítulo, daremos destaque aos formatos do Programa Silvio
Santos, objeto de estudo desta pesquisa.
No terceiro capítulo, discorreremos sobre os diversos gêneros e formatos de
programas existentes no Brasil, com ênfase para os programas de auditório e ainda,
faremos breves considerações sobre a Indústria Cultural.
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1 – Fundamentação teórica
1.1 – A televisão brasileira
A pré-estréia da Televisão no Brasil aconteceu no dia 3 de Abril de 1950. Foi com
uma apresentação de Frei José Mojica e as imagens foram assistidas em aparelhos
instalados no saguão dos Diários Associados, que é um grupo de empresas de
propriedade de um pioneiro da comunicação no Brasil, Francisco de Assis
Chateubriand Bandeira de Melo, e que compreende emissoras de TV, rádio e jornais
impressos.
Finalmente no dia 18 de setembro a TV Tupi de São Paulo, PRF-3 TV, canal 3,
foi inaugurada. Era a concretização do sonho de Assis Chateaubriand que já
controlava os Diários Associados.
Chateaubriand havia encomendado à RCA equipamento para duas emissoras
de televisão. A antena foi instalada no edifício do Banco do Estado de São Paulo.
"TV na Taba", apresentado por Homero Silva, foi o primeiro programa
transmitido. Teve a participação de Lima Duarte, Hebe Camargo, Mazzaropi, Ciccilo,
Lia Aguiar, Vadeco, Ivon Cury, Lolita Rodrigues, Wilma Bentivegna, Aurélio Campos,
do jogador Baltazar e da orquestra de George Henri.
Logo na estréia a TV Brasileira teve de mostrar seu poder de improviso. Eram
apenas duas câmeras e horas antes do início da transmissão uma das câmeras pifou.
Os técnicos americanos aconselharam que a "festa" fosse adiada, mas lá
estava o diretor Cassiano Gabus Mendes, outro pioneiro da TV brasileira, que decidiu
ir ao ar mesmo só com uma câmera.
A transmissão foi assistida através de 200 aparelhos importados por
Chateaubriand e espalhados pela cidade.
Logo, com ajuda dos profissionais do rádio, jornal e do teatro, as transmissões
aconteciam das 18 às 23h e foi colocado no ar o primeiro telejornal: "Imagens do Dia".
Os primeiros anunciantes da TV Brasileira foram Sul América Seguros,
Antárctica, Moinho Santista e empresas Pignatari (Prata Wolf).
Já em 1951 existiam, aproximadamente, 7 mil aparelhos de televisão entre São
Paulo e Rio de Janeiro.
No dia 20 de Janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de
Janeiro, a TV Tupi da "Cidade Maravilhosa" inicia suas operações.
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Começam também a fabricar no Brasil aparelhos receptores de TV. Os
primeiros foram da marca "Invictus", de Bernardo Kocubej.
O autor José Carlos Aronchi de Souza em seu livro Gêneros e Formatos da
Televisão Brasileira, 2004, ressalta a importância da TV:
Sem desmerecer a contribuição do rádio e da imprensa, é possível
afirmar, sem medo de erro, que a televisão é a mídia brasileira mais
importante. Em menos de quatro décadas, o vídeo transformou a face
do país, modificou os hábitos diários do povo, revolucionou a política,
impôs profundas alterações na cultura, estabeleceu parâmetros de
comportamento, afetou a fala e inovou a língua dos brasileiros.
(SOUZA, 2004, p.24)
"Sua vida me pertence", a primeira telenovela brasileira, vai ao ar. Escrita por
Walter Foster e estrelada por ele mesmo, Lia de Aguiar, Vida Alves, José Parisi e
Dionísio de Azevedo. Eram dois capítulos por semana transmitidos pela Tupi.
Dia 14 de Março de 1952, a TV Paulista, canal 5 de São Paulo, pertencente as
Organizações Victor Costa, é inaugurada.
Na Tupi já estavam no ar os seguintes programas: "TV de Vanguarda", o
primeiro e mais importante teleteatro da TV brasileira, "Clube dos Artistas", único dos programas pioneiros a ficar no ar até 1980 e a
primeira adaptação do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" de Monteiro Lobato, escrita por
Tatiana Belinky e dirigida por Júlio Gouveia.
Em 1953, um sucesso do rádio encanta e faz sucesso na TV: "Repórter Esso".
Foi ao ar pela primeira vez no dia 17 de junho.
Em 27 de Setembro foi inaugurada a TV Record de São Paulo e na TV Paulista
vai ao ar o primeiro circo na TV "Circo do Arrelia", que depois foi apresentado na TV
Record; e "A Praça da Alegria", apresentada por Manoel de Nóbrega.
Em 1954, o primeiro seriado produzido no Brasil vai ao ar. Era estrelado por
Ayres Campos e Idalina de Oliveira, foi exibido na TV Record. Era o "Capitão 7".
Em 18 de Setembro de 1955 acontece outro marco importante para a TV
Brasileira. esta é a data da primeira transmissão externa direta com a transmissão do
jogo Santos X Palmeiras, na Vila Belmiro, pela TV Record..
Na Tupi faz sucesso "O Céu é o Limite", de J. Silvestre, precursor de todos os
programas de perguntas e respostas da TV brasileira.
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Para a criançada tinha na TV Record a "Grande Gincana Kibon", iniciado em
17 de Abril daquele ano, ficando no ar por 16 anos.
A TV no Brasil crescia a passos largos. No dia 15 de julho foi inaugurada mais
uma emissora: a TV Rio, de João Batista do Amaral e Paulo Machado. Em 8 de
setembro é inaugurada a TV Itacolomy de Belo Horizonte.
O sucesso da TV é tanto que o mercado publicitário investiu pesado. Em 1956,
as três emissoras de TV de São Paulo arrecadavam mais que as treze emissoras de
rádio.
A essa altura a TV atingia cerca de um milhão e meio de telespectadores em
todo o Brasil.
Mais nove estações da Rede dos Diários Associados (Assis Chateaubriand)
são inauguradas: Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Campina Grande, Fortaleza,
São Luís, Belém e Goiânia.
"Poliana", a primeira telenovela infantil vai ao ar pela Tupi, com adaptação de
Tatiana Belinky e direção de Júlio Gouveia.
A TV Tupi realiza também nesse ano, a primeira transmissão interestadual. Foi
o jogo Brasil x Itália, direto do Maracanã no Rio de Janeiro para São Paulo.
Para realizar a transmissão o técnico da Tupi, Reinaldo Paim, construiu três
antenas, utilizando tela de galinheiro.
Em 11 de dezembro de 1957, começam as transmissões para o interior de São
Paulo.
No ano de 1958, pela primeira vez no Brasil é usado o videoteipe. Foi no "TV
de Vanguarda", da TV Tupi de São Paulo, com a apresentação de "O Duelo", de
Guimarães Rosa. Ainda não havia a possibilidade de montagem/edição do VT.
Em 1959, é inaugurada a TV Excelsior de São Paulo. "Paulistas e Cariocas", da
TV Tupi, foi o primeiro programa exibido simultaneamente no Rio de Janeiro e em São
Paulo.
Naquele ano, em 21 de setembro, Assis Chateaubriand assina uma escritura
doando 49% de suas ações e cotas das empresas Associadas a 22 funcionários de
sua total confiança.
Assinada em Outubro, pelo então Ministro da Justiça, Armando Falcão, a
primeira legislação regulamentando a censura de TV no Brasil.
Na década de 60, já existiam 200 mil aparelhos receptores de televisão. Em
maio acontece o primeiro incêndio na TV Record.
O videoteipe passa a ser utilizado com mais regularidade no programa "Chico
Anísio Show", dirigido por Carlos Manga. As propagandas que eram apresentadas ao
vivo passam a ser gravadas.
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Com a inauguração de Brasília, transmitida para todo o Brasil, o governo
começa a investir nas transmissões à distância para atingir um maior número de
telespectadores.
As imagens chegam a São Paulo, Rio e Belo Horizonte e a TV Tupi foi a
primeira emissora a ocupar um link e transmitir em cadeia no Brasil, através de 1.200
km, com 7 torres de transmissão.
O primeiro teleteatro a usar o VT foi "Hamlet", de William Shakespeare,
adaptado e dirigido por Dionísio de Azevedo, da TV Tupi.
A TV Cultura junto com a Secretaria de Educação de São Paulo colocam no ar
o primeiro Telecurso, preparando candidatos para o exame de admissão ao ginásio.
Nos anos 70, o Censo aponta que os aparelhos de televisão chegaram a
4 milhões de lares, atingindo, aproximadamente a 25 milhões de
telespectadores.
Nesse mesmo ano, no dia 10 de janeiro um incêndio toma conta dos
estúdios da TV Globo no Rio de Janeiro. A novela “Irmão Coragem” é o
folhetim de maior sucesso na emissora.
Em 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, é inaugurada a
TV Gazeta.
No dia 17 de julho, mais um incêndio entra para a história da TV. Desta
vez nos estúdios da TV Excelsior na Vila Guilherme em São Paulo.
Em 28 de setembro, a TV Excelsior canal 9 de SP é fechada em
decorrência da cassação da concessão da emissora.
Na década de 80, acaba a censura do telejornalismo, a TV Tupi de São
Paulo deixa de existir. Permanecem no ar somente as TVs Brasília e Itapuã.
O Governo Federal anuncia a abertura de concorrência para a
exploração de duas novas redes de TV.
Estavam em jogo as sete concessões que pertenciam à Tupi, mais duas
que pertenciam à TV Excelsior de São Paulo e à TV Continental do Rio de
Janeiro, também extintas. A primeira nova rede de televisão ficaria com quatro
emissoras e a segunda com as outras cinco. Também nessa década, nasce o
Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Ficaram com o empresário Sílvio Santos as seguintes emissoras: Canal
04, de São Paulo; Canal 9, do Rio de Janeiro, Canal 05, de Porto Alegre; canal
02, de Belém.
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A outra rede foi entregue ao empresário Adolpho Bloch: Canal 09, de
São Paulo; Canal 06, do Rio de Janeiro; Canal 04, de Belo Horizonte; Canal
06, de Recife; e Canal 02, de Fortaleza.Atualmente, o Brasil possui um sistema de TV aberta com transmissão UHF e
VHF, com seis emissoras VHF e três UHF.
O próximo passo na história da televisão brasileira é a digitalização, que já está
em fase de implantação.
1.2 – A TV Digital no Brasil
A televisão digital no Brasil remete à implementação do sistema digital de
televisão no Brasil que, entre 2006 e 2007, se definiu de maneira significativa, apesar
das polêmicas quanto ao padrão adotado e alguns impasses ainda pendentes.
A primeira transmissão oficial de sinal de TV digital no Brasil ocorreu em 2 de
dezembro de 2007, às 21h20, na Sala São Paulo, na cidade de São Paulo. A
solenidade reuniu mais de 2000 pessoas e contou com a presença do presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva e de grandes empresários do setor.
A partir de maio de 2008, teve início a campanha de popularização da televisão
digital brasileira, que incluía demonstrações em pontos de grande circulação.
Apesar de várias cidades em quatro das cinco regiões do Brasil e suas
respectivas já possuírem transmissão digital antes da expectativa inicial, o ritmo de
instalação do sistema ainda é lento.
O Brasil foi o único país emergente em que emissoras e indústrias de
equipamentos financiaram parte dos testes de laboratório e de campo para comparar a
eficiência técnica dos três padrões tecnológicos existentes para transmissão e
recepção dos sinais.
Desde 1994, 17 emissoras de televisão e pouco mais de uma dezena de
empresas interessadas criaram o grupo SET/Abert juntamente com a Universidade
Mackenzie passaram a pesquisar os três sistemas de transmissão de TV Digital: o
modelo ATSC americano, o modelo DVB europeu e o modelo ISDB japonês. Desde
1996,
Goiás é um dos estados diretamente empenhados na corrida tecnológica para
a implementação da televisão digital. O ano de 1996 também ficou marcado pela
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chegada da DirecTV, primeiro sistema de TV digital no país, porém pago e inacessível
à maioria da população. No final daquele ano chegou a SKY para competir nesse
mercado.
Em 1998 foram iniciados os trabalhos do primeiro consórcio técnico com a
Universidade Mackenzie, que resultou nos primeiros testes de laboratório e de campo
que duraram seis meses: entre agosto de 1999 e março de 2000.
O governo federal criou 22 consórcios técnicos envolvendo 106 universidades
públicas e privadas brasileiras, institutos de pesquisa e empresas privadas. Cerca de
R$60 milhões do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações
foram aplicados para a criação de inovações brasileiras, incluindo o aperfeiçoamento
de equipamentos e tecnologias e de softwares nacionais.
Em 2003 o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto n.º 4.901,
que criou o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, ou SBTVD, e o Comitê de
Desenvolvimento, responsável pela sua implementação.
Após o término da primeira fase de estudos em 2006, o presidente Lula
assinou o decreto de n.º 5.820 que criou Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital
Terrestre, responsável por padronizar e harmonizar as tecnologias nacionais,
desenvolvidas pelas universidades e centros de pesquisas brasileiros, com a
tecnologia da ARIB (Association of Radio Industries and Businesses) do Japão e
outras.
1.3 – Emissoras de TV brasileiras
1.3.1 – TV Tupi
A Tupi foi a primeira emissora de televisão do Brasil e da América Latina.
Inaugurada em 18 de setembro de 1950, o canal PRF – 3 TV Tupi de São Paulo,
era a realização de um sonho do jornalista Assis Chateubriand, o pioneiro da
comunicação no país.
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Os primeiros programas da emissora foram: Alô Doçura, Sítio do Pica-Pau
Amarelo, TV Vanguarda, Clube dos Artistas e Repórter Esso, jornal de sucesso no
rádio, que ficou por 18 anos no ar.
Com a chegada de novas emissoras e a morte de seu fundador, a Tupi deixa
de ser líder absoluta e passa por uma crise
A má administração, os problemas financeiros e constantes atrasos de salário
dos funcionários fizeram com que a emissora perdesse qualidade e
conseqüentemente audiência.
No final da década de 1970 e início de 1980 uma greve piora a situação da
emissora, e mesmo com a ajuda de João Figueiredo, presidente do Brasil na
época, nada pode ser resolvido.
O governo decidiu fechar a emissora e entregar o canal a uma cooperativa de
funcionários.
Ainda existe um acervo com 6.100 fitas, 200.000 rolos de filmes, além de VTs
de programas e textos de telejornais que eram da Tupi.
1.3.2– TV Paulista
A TV Paulista é de 14 de março de 1952, tendo como proprietários um grupo
de empresários paulistas liderados por Luiz Fonseca de Souza Meirelles e Nestor
Bressane.
O primeiro programa da TV Paulista foi a novela Helena, baseada na obra de
Machado de Assis.
Um ano após sua inauguração, a emissora estréia seu primeiro programa o
Circo Arrelia.
Foi na TV Paulista que em 1961, o apresentador Silvio Santos fez sua estréia
com o programa noturno Vamos Brincar de Forca.
No ano seguinte, Silvio estreava aos domingos do meio-dia às duas da tarde
com o mesmo programa. O sucesso imediato, o transformaria mais tarde no rei
dos domingos brasileiros.
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Com muitos problemas financeiros e falta de investimentos, a situação ficou
incontrolável e em 1965 a TV Paulista foi vendida às Organizações Globo,
tornando-se em afiliada Rede Globo até 1969.
Atualmente, o nome TV Paulista pertence ao apresentador e empresário
Augusto Liberato.
Como ele tem a concessão, pode montar sua própria rede de TV a qualquer
momento.
1.3.3 - Record
Em 27 de setembro de 1953 às 20h00 entrava no ar a TV Record do
empresário Paulo Machado de Carvalho.
A estréia da emissora foi marcada por um programa musical apresentado por
Sandra Amaral e Hélio Ansaldo.
A emissora também investiu no jornalismo com o programa Mesa Redonda,
com debates sobre os assuntos da semana.
O humor teve grande espaço na Record, com Praça da Alegria, Circo Arrelia e
Família Trapo, criado em 1967 e considerado o maior humorístico da TV brasileira.
1.3.4 – TV Excelsior
No dia nove de julho de 1960, às 18h00 estreava a TV Excelsior, canal 09 de
São Paulo.
Para a solenidade de inauguração foram distribuídos convites para a sociedade
paulistana. Nesses convites, o canal disponibilizava a grade de programação com os
dias e os horários.
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A Excelsior era de propriedade da família Simonsen que investia muito na
emissora. Eram feitas cópias de todos os programas e enviadas às afiliadas, para que
todas as capitais do país pudessem acompanhar a programação.
A primeira telenovela da história (2-5499 Ocupado) foi transmitida pela TV
Excelsior, e era exibida em videotape. Pouco depois, o folhetim passou a ser ao vivo.
O canal também investiu no humor, seriados americanos e principalmente em
musicais, tendo como principal nome o humorista, apresentador e cantor Moacyr
Franco.
Em 1964, o canal começa a atravessar uma crise, pois a família Simonsen era
extremamente contra o regime militar, o que punha essa TV também numa condição
desfavorável.
Já em 1965, a emissora é vendida para o Grupo Folha, porém, dois anos
depois os Simonsen conseguem recuperá-la.
Mesmo assim, a Excelsior já possuía mais de 16 pedidos de falência, salários
atrasados, além de enfrentar a marcação do governo.
Em 30 de setembro de 1970, às 18h40, durante uma apresentação ao vivo de
uma comédia, o Contel (órgão semelhante à ANATEL – Agência Nacional de
Telecomunicações) retira o cristal que possibilitava o funcionamento do transmissor e
fecha a emissora.
1.3.5 – Globo
A Rede Globo de Televisão entrou no ar no dia 26 de abril de 1965 às 11h00,
pelo canal 4 do Rio de Janeiro.
O proprietário, o jornalista Roberto Marinho, já era dono de emissoras de rádio
e do jornal impresso O Globo.
No ano seguinte, a Globo chega a SP e obtém a concessão do canal 5 que era
da TV Paulista.
Em 1969, a emissora já possuía uma grande rede de afiliadas. Nesse mesmo
ano, acontece a estréia do Jornal Nacional (JN), o primeiro telejornal a abranger todo o
território nacional.
Nos anos de 1970, a emissora começa o chamado “Padrão Globo de
Qualidade”, que seria decisivo na conquista do primeiro lugar de audiência.
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Em 1971, o Jornal Hoje estréia na emissora, e no ano seguinte a TV Globo
torna-se a primeira emissora no país a exibir um programa totalmente em cores (Meu
primeiro baile).
No ano de 1973 o slogan “O Que é Bom está na Globo” é lançado, e surgem
programas que marcaram época e até hoje estão no ar, como: Globo Repórter,
Esporte Espetacular, Fantástico que até 1974 era exibido em preto e branco.
Atualmente, o canal conta com cerca de oito mil funcionários que são
responsáveis por mais de 4.420 horas de programação, colocando a emissora no
posto de canal com maior número de produções próprias do mundo.
1.3.6 – Band
A estréia da Rede Bandeirantes aconteceu em 13 de maio de 1967 no canal 13
de São Paulo de propriedade de João Jorge Saad, que já era dono da Rádio
Bandeirantes desde 1948.
O canal entrou no ar sem intervalos. A separação dos programas era feita pelo
“Coelho Bandeirante”, mascote da emissora na época.
No mesmo ano, o canal estréia sua primeira telenovela “Os Miseráveis” escrita
por Walter Negrão, e baseada na obra homônima de Victor Hugo..
Em 1970, transmitiu a Copa do Mundo ao vivo diretamente do México, e foi a
primeira emissora a transmitir a Fórmula Indy.
Transmitiu também a Liga de Basquete Americano (NBA), e em 1983 estréia o
programa Show do Esporte.
Atualmente ela transmite jogos dos campeonatos italiano, paulista e brasileiro,
além da cobertura de outras modalidades, mas já não possui mais a hegemonia dos
anos 70 e 80.
1.3.7 – Cultura
A TV Cultura estreou em 15 de junho de 1969 às 19h30 com o discurso do presidente
da Fundação Padre Anchieta, o senhor José Bonifácio Coutinho Sobrinho e o
governador do Estado de São Paulo, o senhor Roberto de Abreu Sodré.
21
Em seguida, foi apresentado um vídeo mostrando os projetos futuros da
emissora assim como seus programas.
Em 1992, a Cultura exibiu a primeira série voltada ao meio ambiente, o
Repórter Eco.
A emissora também foi precursora em programas de entretenimento voltados
às pessoas com mais de cinqüenta anos, como o Festa Baile.
Nesse segmento, Viola minha Viola é o programa de música raiz mais antigo
da TV brasileira.
A Cultura foi a primeira a transmitir o desfile das Escolas de Samba de São
Paulo e também campeonatos de skate e surf.
1.3.8 – TV Gazeta
A Gazeta é de 25 de janeiro de 1970, dia do aniversário da cidade de São
Paulo. Com sede na Avenida Paulista, ela é administrada pela Fundação Cásper
Líbero.
O esporte sempre foi a marca registrada da emissora, que desde sua estréia
lançou o programa Gazeta Esportiva e aos domingos o Mesa Redonda.
O primeiro programa esportivo transmitido pela Gazeta, foi o GP do Brasil de
Fórmula 1. Outro evento que sempre teve destaque no canal é a Corrida Internacional
de São Silvestre, por ser trazida para o Brasil por Cásper Líbero.
Os programas femininos sempre marcaram presença na grade da TV Gazeta,
como o Mulheres, o Pra Você, TV Culinária e outros.
1.3.9 – Manchete
A Rede Manchete foi ao ar em 05 de junho de 1983, depois de uma contagem
regressiva de oito segundos e transmitiu o discurso de Adolpho Bloch, e depois
colocaram no ar um clipe com o logo do canal, a letra M.
22
O primeiro programa da emissora foi Mundo Mágico, um show feito por vários
grupos musicais e artistas. Após o show foi exibido o filme Contatos Imediatos de
Terceiro Grau, de Steven Spielberg.
A Manchete foi pioneira nas transmissões do carnaval carioca ao exibir os
desfiles em 1984, mesmo ano da inauguração do sambódromo do Rio, a Marqês de
Sapucaí.
No ano seguinte, a emissora revelou a apresentadora Xuxa no programa Clube
da Criança
Na mesma linha de programas infantis, em 1987 aparece pela primeira vez,
também na Manchete, a apresentadora Angélica com apenas 13 anos.
Em novembro de 1998, os funcionários da emissora resolvem protestar contra
os constantes atrasos de salário, e o inevitável acontece. Greve, e o sinal da emissora
é cortado.
1.3.10 – Rede TV
Em maio de 1999, cinco concessões de emissoras são transferidas aos
empresários Amílcare Dallevo e Marcelo de Carvalho e em 15 de novembro desse
mesmo ano, estreava a Rede TV.
Os primeiros programas da emissoras foram: RTV (telejornal matutino), Galera
na TV apresentado por Andréa Sorvetão e voltado às crianças e as séries
internacionais Jeane é um Gênio, Friends e A Feiticeira.
Um dos maiores sucessos atuais da Rede TV é o humorístico Pânico na TV
que conseguiu grande popularidade pouco depois de sua estréia.
1.3.11 – SBT
Em maio de 1976, o apresentador Silvio Santos recebe do governo federal a
concessão do canal 11 do Rio de Janeiro, a TVS (TV Studios); com o apoio de
autoridades influentes da época e de Manoel da Nóbrega, amigo do apresentador.
23
A programação da TVS era baseada em filmes, desenhos e no principal
programa da casa: o PSS (Programa Silvio Santos), que era gravado num pequeno
estúdio no bairro de São Cristóvão, no RJ. O programa era exibido aos domingos e
tinha dez horas de duração.
Silvio obteve a concessão de quatro canais. Três deles pertenciam à TV Tupi.
Os canais eram: TV Tupi, de SP; TV Marajoara, de Belém (PA); TV Piratini, de Porto
Alegre (RS) e TV Continental, do RJ.
Em 19 de agosto de 1981, as dez horas da manhã na sede do Ministério das
Comunicações em Brasília, nascia o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), que foi ao
ar mostrando a assinatura do contrato de Silvio Santos com o governo federal nas
pessoas do Presidente Ernesto Geisel e do Ministro das Comunicações Euclides
Quandt de Oliveira.
Os estúdios da nova emissora ficaram espalhados por vários pontos da cidade
de SP: Vila Guilherme, Avenida Ataliba Leonel e Bairro do Sumaré (no prédio da
antiga TV Tupi).
Para preencher as doze horas de programação diária obrigatórias, a emissora
buscou atrações bem popularescas, desenhos, filmes, séries e telejornais.
Em seu livro A Fantástica História de Silvio Santos, o autor Arlindo Silva relata
que:
Pareceu logo aos dirigentes do SBT que qualquer caminho a seguir
era válido, menos o caminho que já estava sendo seguido pela
Globo, a emissora líder. Se a líder era qualificada de elitista, o SBT
seria popular. E, assim como se imaginou, se fez.
(SILVA, 2002, p.107)
A idéia, era que o SBT pudesse se diferenciar da Rede Globo de Televisão,
pois Silvio tem a intenção de fazer uma TV que reflita os gostos não de uma minoria
elitizada, mas sim de toda a população.
No dia 18 de novembro de 1981, o SBT lança seu primeiro telejornal, o
Noticentro, que era transmitido apenas para SP.
Silvio Santos também investiu na programação infantil com o Programa do
Bozo. O sucesso imediato do programa fez com que as outras emissoras mudassem
24
sua programação, até então voltada para o público feminino. Arlindo Silva diz a esse
respeito que:
Ao lançar a estratégia dos desenhos animados, Silvio Santos adotava
uma filosofia simples e realista: oferecendo desenhos à criançada, os
pais não se atreveriam a mudar de canal. Prendendo a atenção da
criançada, prendia-se o adulto. Na verdade, que é que vai contrariar
uma criança que está embevecida assistindo a um desenho
animado?
(SILVA, 2002, p.111)
O SBT começava a fazer sucesso. Em pouco tempo, tornou-se a segunda
maior emissora de TV do país e nessa época, lançou o slogan “líder absoluto da vice-
liderança”.
1.4 – Quem é Silvio Santos
Senor Abravanel, ou simplesmente Silvio Santos, é considerado um dos
maiores e mais importantes apresentadores de programas de auditório do país.
Filho de família greco-turca, ainda em idade escolar, Silvio começou a trabalhar
aos 14 anos como camelô, para ajudar nas despesas da casa, já que o pai, Alberto
Abravanel, gastava as economias com jogos de azar.
Rebecca Abravanel, mãe do apresentador, tinha um temperamento forte,
tratava seus filhos com rédeas curtíssimas. Ela vivia com um chinelo na mão, correndo
atrás de Silvio pelas ruelas da Vila Rui Castro, na Travessa Bentevi, no centro do Rio.
Mas, apesar de sua rigidez, dona Rebecca não conseguia controlar direito o
apresentador.
Cenourinha (apelido dado à ele pelos colegas da vizinhança em conseqüência
de seu tamanho diminuto) vivia aprontando. Não se pendia aos estudos.
25
Na sala de aula, contava histórias dos times de futebol. Também passava
horas brincando nas ruas da Travessa Bentevi e não dava sossego à sua mãe.
Aos doze anos, fazia malandragens para entrar nos cinemas da Cinelândia no
Rio de Janeiro.
Por falta de dinheiro, Silvio e o irmão dele Léo (apelido carinhoso de Leon)
entravam pela saída.
Mas o que realmente fascinava Silvio era a série “O Vale dos Desesperados”
que passava todas as quintas-feiras no extinto Cine OK.
O próprio Silvio Santos relata no livro de Arlindo Silva que a paixão era tanta,
que ele fazia questão de pagar para garantir a entrada:
Mas foi em relação ao Cine OK que aconteceu um fato que me
impressionou muito, e que talvez tenha sido a primeira manifestação
de sorte, que, graças a Deus sempre tive. O fato foi o seguinte: Era
uma daquelas quintas-feiras do seriado e eu fiquei resfriado, febril, e
minha mãe não nos deixou ir ao cinema. Fiquei arrasado, chorei,
pedi, supliquei, mas minha mãe foi intransigente. Com febre, não me
deixaria sair de maneira alguma. Pois naquele dia o Cine OK pegou
fogo.
(apud, SILVA, 2002, p.13)
A família de Silvio não era tão pobre, era considerada pertencente da classe
média.
O pai do comunicador deixou sua terra natal, a Grécia, para não servir ao
Exército, seguiu para a França, onde foi preso por trabalhar como camelô e depois
embarcou para o Brasil, onde se casou e constituiu família.
Frustrado com a situação difícil pela qual sua família passava, Silvio
abandonou a escola por dois meses, e passou a ganhar dinheiro em apostas com
jogadores de sinuca nos bares da Lapa.
O local preferido por Silvio para trabalhar era a Avenida Rio Branco, no Rio de
Janeiro. Lá ele vendia carteirinhas para documentos e canetas.
Sua inspiração foi um senhor chamado Augusto, um campeão de vendas, pois
vendia quase 200 canetas em uma hora.
Ao invés de conquistar os clientes no grito, como faziam os outros camelôs,
seu Augusto preferia mostrar as vantagens de se adquirir os produtos de sua barraca,
26
falando de suas funções. Só depois de tudo explicado é que ele falava o preço da
mercadoria.
Silvio Santos foi mestre em camelotagem. Apesar da bancada, que copiou do
seu Augusto, ele prendia a atenção de seus fregueses com números de magia e
piadinhas.
O apresentador, com o passar do tempo, percebeu que o que fazia além da
conversa, era um chamariz muito forte para atrair um maior público para sua
banquinha.
Ainda como camelô, Silvio contratou seus primeiros empregados, entre eles
Pedro Borboleta (sobrinho de Adolpho Bloch, ex dono da extinta TV Manchete) e o
irmão Leon. Um se passava pelo cliente e o outro vigiava todos os passos dos
guardas da rua.
O apresentador teve suas mercadorias apreendidas várias vezes, mas foi um
desses fiscais que em 1952 mudou a vida de Silvio para sempre.
Certo dia, enquanto Silvio Santos trabalhava nas ruas, apareceram fiscais
(“rapas”) para apreender as mercadorias ilegais, mas ele não teve tempo de fugir dos
policiais.
O fiscal Renato Meira Lima, da prefeitura, ficou surpreendido com a voz e a
facilidade de atrair pessoas daquele menino, e levou-o a um concurso de locutores na
Rádio Nacional.
Lá, ele disputou com outros 300 candidatos entre eles estavam Chico Anysio e
José Vasconcellos, o Ruy Barbosa Sá Silva da Escolinha do Barulho da Rede Record.
Silvio aceitou ir e, ganhou em primeiro lugar.
Foi na Rádio Nacional que Silvio Santos conheceu o humorista e empresário
Manoel da Nóbrega, pai de Carlos Alberto de Nóbrega.
Em 1957, Manoel foi procurado por um alemão que lhe ofereceu o Baú da
Felicidade, uma cópia das cestas de natal como a Amaral e Colombus.
O Baú da Felicidade era um bauzinho de veludo cheio de brinquedos que mais
parecia um caixão de defuntos.
Na negociação, Nóbrega poria seu nome na empresa e faria os anúncios, já o
alemão cuidaria do faturamento da empresa.
Muitas pessoas gostaram da idéia e compravam atraídas pelos anúncios, mas
o alemão sumiu com todo o lucro que o Baú vinha dando. Manoel da Nóbrega viu-se
em meio a um enorme prejuízo.
Silvio, então com 27 anos, percebeu que o negócio se bem administrado
renderia uma fortuna.
27
Ele fez a mesma proposta que o alemão, tocaria a empresa e Nóbrega ficaria
com a divulgação dela.
Manoel topou o negócio e a primeira providência de Silvio foi substituir o
“caixãozinho” por um catálogo com várias mercadorias.
O comunicador chegou a encomendar 40 mil bonecas da Estrela e fez negócio
com a fábrica Nadir Figueiredo para entregar 20 mil jogos de jantar.
O pai de Carlos Alberto de Nóbrega estava descrente de que a idéia de Silvio
de dar bonecas e jogos de jantar aos clientes iria dar certo e cedeu o Baú ao
apresentador.
Sob o comando de Silvio, o Baú da Felicidade cresceu e deu origem a mais 39
empresas, entre elas: Banco Panamericano, SBT, Liderança Capitalização,
Construtora Sisan, Jequiti, que hoje formam o GSS (Grupo Silvio Santos).
Em caravanas que apresentavam shows nos circos pelo interior de SP, Silvio
ganhou um novo apelido: “Peru que Fala”.
Como era ele quem chamava os artistas ao palco, as vezes ficava vermelho de
vergonha.
Ele trabalhava intensamente. Nos intervalos parava em farmácias e tomava
injeções de cálcio na veia para suportar o cansaço.
Na década de 60, Silvio Santos fez a fotonovela “Quando Nasce o Amor” ao
lado da cantora Wanderléa. Mas foi um desastre. Na hora que ele tinha que chorar ele
ria, quando era pra dormir ele abria os olhos.
A partir desse dia, Senor Abravanel continuou usando seu dom de
comunicação no rádio e depois na TV, na qual ele se mantém até hoje.
28
2 – O Programa Silvio Santos (PSS) – Objeto de estudo
O Programa Silvio Santos começou em 1961, mas não com esse nome.
Quando Silvio Santos ainda trabalhava na TV Paulista (hoje Globo), ele comprava
duas horas na grade dominical desta emissora. Do meio-dia às duas horas da tarde.
O programa chamava-se Vamos Brincar de Forca, e consistia na popular
brincadeira da forca.
O apresentador também utilizava esse espaço de duas horas para divulgar o
Carnê do Baú da Felicidade (primeira empresa do Grupo Silvio Santos).
Para conquistar espaço na TV, Silvio contou com a ajuda do deputado Carlos
Kherlakian, dono das Casas Econômicas de Calçados, para quem tinha feito comícios
durante as apresentações da “Caravana do Peru que Fala”.
Segundo Maria Theresa Rocco, o apresentador Silvio Santos com seu carisma
e poder de discurso consegue atrair as pessoas como se fossem íntimas. Desde a
abertura de seu programa, o animador consegue prender a atenção tanto do auditório
quanto do telespectador.
A entrada do apresentador se dá em clima apoteótico. Agradece aos
telespectadores pelas palmas do auditório. Há um processo de
contaminação entre auditórios, visto que o agradecimento é dirigido
29
antes ao telespectador de casa, quando os aplausos vem daquele
auditório que participa mais diretamente. A presença física do
apresentador impõe-se fortemente.
(ROCCO, 2003, p.122)
Maria Theresa Rocco explica ainda que:
O que prende o auditório é a utilização do gênero epidítico de que
lança mão Silvio Santos, gênero ostentatório, cujas marcas primeiras
já se fazem sentir por esse caráter apoteótico impresso em suas
aparições no início de cada quadro, pelos slogans e sobretudo por
sua própria figura, que maracá a todos e parece persuadir tanto
quanto aquilo que tem a dizer.
(ROCCO, 2003, p.127)
E finaliza dizendo que no programa,
Silvio Santos goza de prestígio. Tal fato é indiscutível. E se tem
prestígio, o seu dizer é metonimicamente contaminado pelo peso
persuasivo do seu fazer e reforçado pela sua maneira de ser, isto é,
reforçando-se pela própria figura arquetípica do apresentador.
(ROCCO, 2003, p.170)
Em 1961, mesmo tendo completado 10 anos da primeira transmissão no pais,
a TV ainda engatinhava no Brasil. Mas Silvio Santos já levava multidões a se sentar
diante da telinha para assistir seu programa noturno, Vamos Brincar de Forca.
Ainda nessa época, o Baú da Felicidade (a galinha dos ovos de ouro), primeira
empresa do grupo, patrocinava os programas do “patrão”.
Visionário, conseguiu prever o sucesso que o futuro reservava e decidiu
comprar as duas primeiras horas da programação da TV Paulista (Globo), canal 5, a
partir do meio-dia e transformá-las na melhor vitrine que o Baú poderia ter. Nascia aí o
Programa Silvio Santos, que em pouco tempo se tornaria famoso em todo o país.
30
O Programa Silvio Santos era um agrupamento de vários formatos como por
exemplo: Topa Tudo por Dinheiro, Gol Show, Tentação, Hot hot Hot, Qual é a Música?
Os programas do “pacote PSS” eram, e ainda são de entretenimento e jogos.
Hoje, grande parte do conteúdo desses programas se transformaram em quadros.
Ao migrar para a televisão, a premiação do Carnê do Baú ficou ainda mais
sofisticada.
Depois dos cobiçados aparelhos de TV, foi a vez do Fusca virar o prêmio mais
desejado pelos clientes do Baú.
Com o tempo, o Programa Silvio Santos, assim batizado em 1968, foi
ganhando espaço com novos quadros de calouros e brincadeiras, e chegou a ter oito
horas de duração, comandadas ao vivo pelo apresentador Silvio Santos.
Com isso, figurou por anos no Livro dos Recordes como o programa mais
duradouro e o mais longo da TV brasileira.
Em 1972, após deixar a TV Record, Manoel de Nóbrega, começou a trabalhar
no Programa Silvio Santos em um quadro que mais tarde de tornaria célebre, A Praça
da Alegria. Três anos depois, em 1975, o General Ernesto Geisel outorgou através do
decreto nº 76.488 o Canal 11 (TVS) do Rio de Janeiro a Silvio Santos, que em 1976
deixaria a Globo.
Depois que o apresentador deixou a Rede Globo, seu programa passou a ser
transmitido simultaneamente por sua rede a TVS (TV Stúdios) e pela TV Tupi em
cadeia nacional até o ano de 1980, quando a Tupi entrou em processo de
falimentação.
Dos anos 80 em diante Silvio abriu espaço gradual para outros apresentadores.
Na cidade de São Paulo, não mais em rede nacional, a TV Record continuou exibindo
o programa até 1987.
Em todos estes anos o programa já teve quase 100 quadros apresentados por
Silvio Santos, além de atrações comandadas por Gugu Liberato, Celso Portiolli, Hebe
Camargo, Ratinho, Otávio Mesquita e outros. Também foram integrados programas
humorísticos, séries americanas, partidas de futebol e corridas de Fórmula Indy.
Com a redução da atuação pessoal de Silvio Santos como apresentador, o
Programa Silvio Santos abandonou esse nome (ele deixou de ser usado nas grades
de programação - a última abertura foi exibida em 2001).
Em 2007, Silvio Santos voltou a apresentar uma quantidade considerável de
programas no domingo no SBT.
Em 2008, o apresentador volta a apresentar o Programa Silvio Santos
totalmente reformulado, com pouco mais de 4 horas de duração, com a participação
31
de cantores, sósias de personalidades e mais tarde a participação da garota Maísa
Silva, com um quadro de entrevistas.
Em 2010, o programa ganhou cenário e site novos, mas o logotipo continua o
mesmo de 2008, só mudaram as cores.
Ainda falando dessa nova fase do programa, podemos citar os quadros “caixa
de presentes” (brincadeira feita com as moças do auditório), “câmera escondida”,
“campeonato de mágicos”, “campeonato de palhaços”, “cãozinho mais bonito”,
“concurso de dança acrobática”, “concurso de dança de salão”, “concurso de dança
em grupo”, “concurso de dança individual”, “concurso de dança infantil”, “concurso de
humoristas”, “concurso de sósias” (quadro do extinto Hot hot Hot), “concurso de
transformistas”, “concurso miss simpatia” (brincadeira feita com as moças do
auditório), “é, não, porque” (brincadeira do extinto Topa Tudo Por Dinheiro”), “eu
preciso de ajuda” (quadro nos moldes do Porta da Esperança) entre outros.
2.1 – Abaixo elencaremos os diversos quadros utilizados por Silvio Santos na sua busca incessante por audiência
2.1.1 – Topa Tudo por Dinheiro
Topa Tudo Por Dinheiro foi um programa de televisão do Brasil, veiculado pelo
SBT e apresentado pelo empresário e apresentador Sílvio Santos. "Quem quer
dinheiro?" foi um bordão muito utilizado, nas décadas de 80 e 90,
O programa era exibido aos domingos dentro do Programa Silvio Santos. A
estreia foi em 5 de maio de 1991, às 5 da tarde.
Depois o programa foi exibido das às 20h e 22h, horário antes ocupado pelo
Show de Calouros.
A última exibição ocorreu no ano de 2001, quando deu lugar ao Reality Show
Casa dos Artistas. Nessa época o programa era exibido as 23:00.
O programa se passava num corredor em meio a plateia de um teatro, onde
Silvio Santos distribuía dinheiro e fazia algumas brincadeiras mais simples.
32
No palco tinha uma cortina que, ao comando do animador, se abriam e ele
explicava as outras provas sempre com participantes que se inscreviam na própria
emissora.
Para trocar de um cenário para outro, Silvio sempre dizia o bordäo "Vamos
topar tudo por dinheiro no palco.".
Este formato alcançou uma grande popularidade entre os telespectadores da
época.
Em pouco tempo o programa alcançou popularidade entre o público e também
audiência.
Depois da mudança de horário para às 20h o Topa Tudo passou a concorrer
diretamente com o Fantástico da Rede Globo e aos poucos o SBT foi aumentando seu
ibope.
Em 8 de setembro de 1991 aconteceu a primeira vitória em cima da revista
eletrônica, liderando por 30 minutos.
No dia 15 de setembro de 1991 o SBT encosta na Globo com um placar de 32
a 34 pontos.
Em 22 de setembro de 1991 finalmente Silvio Santos ultrapassa o Fantástico,
obtendo 36 com picos de 40 pontos no ibope contra 31 do programa dominical da
Globo.
Na semana seguinte ele venceu de novo com 37 pontos e picos de 41 contra
29 da Globo.
A guerra entre a Globo e o SBT continuaria no horário até a emissora carioca
colocar no ar o sitcom Sai de Baixo em 1996 dando a liderança novamente à Globo
nas noites de domingo.
2.1.2 – Show de Calouros
Show de Calouros foi um programa de auditório da televisão brasileira
apresentado por Silvio Santos por mais de 23 anos seguidos, tornando-se uma das
atrações mais importantes do Programa Silvio Santos.
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O Show de Calouros seguia o modelo básico de programas congêneres que já
faziam grande sucesso no rádio e marcaram profundamente a formação artística de
Silvio Santos.
Vários candidatos a artistas (principalmente cantores) se apresentavam para
uma bancada de jurados.
No início, o júri era formado principalmente por especialistas, como o maestro
José "Zé" Fernandes, a cantora romântica Cláudia Barroso e o compositor Alfredo
Borba (que depois iria quebrar discos no Programa Flávio Cavalcanti), Zé Fernandes
ficou famoso por reprovar (com a nota zero) quase todos os candidatos que por ali
passaram.
Outro jurado sério era o jornalista Décio Piccinini, ainda que não tão rigoroso
quanto Fernandes. A cantora Aracy de Almeida, sempre de mau humor e no controle
da campainha que dispensava implacavelmente os maus cantores, tornou-se a
sucessora de Zé Fernandes como a figura má do juri.
Mais tarde começaram a participar alguns amigos do apresentador, como
Pedro de Lara (que nos anos 70 tinha um quadro no programa de rádio de Silvio
Santos, na qual interpretava os sonhos das ouvintes), o humorista Manuel da
Nóbrega, a comediante Consuelo Leandro, a vedete Wilza Carla, Cinira Arruda e
outros.
Silvio Santos era muito rigoroso com a sua produção e nos anos 70 começou a
chamar os produtores para o palco, dando-lhes broncas.
As vítimas favoritas era um tal de Carlinhos e o seu chefe Valentino Guzzo.
Carlinhos era bem forte e tinha a função de empurrar os calouros para o palco, quando
Santos os chamava pelo nome.
Quando um deles quase caiu, Silvio irritado chamou Carlinhos para lhe dar
uma bronca. Depois foi a vez de Valentino, que tinha vindo da TV Bandeirantes.
Ele ficava nervoso e não gostava de aparecer na tela, mas seu
constrangimento causava gargalhadas na platéia, fazendo com que Santos o
chamasse cada vez mais.
Valentino resolveu assumir a palhaçada, e acabou se tornando a Vovó
Mafalda, aparecendo depois num quadro do programa infantil do palhaço Bozo exibido
pelo SBT, onde participava também Pedro de Lara.
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2.1.3 – Qual é a Música
Qual é a Música foi um programa de competição de auditório da televisão
brasileira, apresentado por Silvio Santos a partir dos anos 1970.
A atração promovia no palco, uma gincana musical com a presença de três
artistas do sexo feminino e três do sexo masculino.
Ao longo do programa, ambos os trios tinham que mostrar seu conhecimento
musical em uma série de provas.
Quando eles não sabiam a música quem participava era o auditório que
cantava e ainda saia com um prêmio em dinheiro do programa.
Como a música era a pricipal “estrela”, o "Qual é a Música" contava com uma
orquestra ao vivo no palco com a presença do coral do SBT e de dubladores.
2.1.4 – Hot hot Hot
Hot Hot Hot era uma programa de auditório apresentado por Sílvio Santos.
Estreou em 1994.
Consistia em diversos quadros, com jogos e brincadeiras, com artistas,
pessoas do auditório e pessoas que se inscreviam por cartas. No final, um dos
participantes concorria a um automóvel.
O cenário se baseava numa ilha tropical, com dançarinos e dançarinas em
trajes havaianos. O programa saiu do ar no final de 1994.
35
2.1.5 – Casa dos Artistas
A Casa dos Artistas foi um reality show brasileiro exibido pelo SBT entre 2001 e
2002.
A Rede Globo de Televisão acusou em nota oficial que o SBT estaria plagiando
a idéia da produtora Endemol, criadora e detentora dos direitos do reality show Big
Brother, programa que o SBT acabou recusando comprar, para fazer uma versão sem
pagar direitos autorais.
Logo em seguida a Endemol criou uma variação do Big Brother, semelhante à
atração de Silvio Santos: era o "Big Brother VIP" ou "Celebrity Big Brother", feito com
famosos, que foi ao ar nos Países Baixos em 2000 pela primeira vez.
Com medo de outros processos, a quarta temporada da "Casa dos Artistas" foi
a versão brasileira de "Protagonistas de Novelas", um reality show que revela atores e
atrizes, e que acabou não indo bem no Ibope.
Ainda faz parte da "família" o reality show "O Grande Perdedor" (também
chamado "Quem Perde, Ganha"), comprado do formato "The Biggest Loser".
Os participantes foram confinados na Casa dos Artistas, e nas primeiras
gravações do programa o logotipo característico da "Casa" - uma fechadura vermelha
- figurava no centro do palco.
A emissora tem a intenção de fazer uma 5ª edição do programa ainda este
ano.
36
2.1.6 – Show do Milhão
Show do Milhão (inicialmente Jogo do Milhão) foi um programa de televisão
brasileiro de perguntas e respostas, que concedia um prêmio máximo de 1 milhão de
reais.
A atração era exibida pelo SBT e apresentada por Silvio Santos. Alcançou
grande sucesso de audiência no primeiro período em que esteve no ar, entre 1999 e
2003.
O programa voltou à grade de programação do SBT no dia 8 de julho de 2009,
mas não obteve o mesmo êxito de audiência das temporadas antigas. Sua última
exibição ocorreu no dia 9 de setembro de 2009.
O programa consistia em três rodadas e uma pergunta final: a primeira
continha 5 perguntas, cada uma valendo mil reais cumulativos.
A segunda, de 5 perguntas valendo R$ 10 mil cumulativos cada. A terceira, de
5 perguntas de R$100 mil reais cumulativos cada. A última pergunta valia R$ 1 milhão.
Na segunda versão, estreada no dia 8 de julho de 2009, o programa passou de
16 para 24 perguntas.
A primeira rodada tinha em 11 perguntas, começando por R$ 500 e
acumulando R$ 100 por cada resposta correta.
A partir da pergunta de R$ 1 mil, o cumulativo passa a ser de R$ 1 mil. Na
segunda rodada, são feitas 6 perguntas valendo R$ 10 mil cumulativos cada.
A terceira, de 6 perguntas valendo R$ 100 mil cumulativos cada. A última
pergunta também valia R$ 1 milhão.
As mesmas ajudas da primeira versão se repetiam na segunda versão,
também não podendo usar nenhuma ajuda na pergunta milionária.
37
2.1.7 – Porta da Esperança
Porta da Esperança foi um quadro do Programa Silvio Santos, um programa de
auditório dominical exibido pelo SBT nas décadas de 1980 e 1990. Foi apresentado
sempre por Silvio Santos.
O quadro baseava-se na assistência aos telespectadores, sendo considerado o
primeiro programa assistencialista da televisão brasileira, servindo de modelo para
outros programas.
O apresentador convidava os telespectadores a enviar uma carta contando
suas necessidades (como uma ferramenta de trabalho, um carro, uma casa) ou
desejos (como uma viagem, um quimono, um instrumento musical).
As milhares de cartas recebidas passavam por uma triagem dos produtores do
programa, sendo que algumas dessas cartas eram enviadas para outras celebridades
da emissora, como o apresentador Boris Casoy.
Os telespectadores cujos casos eram selecionados, eram convidados a ir
gravar o programa, onde suas vidas eram apresentadas e o pedido justificado, na
esperança de ter a solicitação realizada.
O apresentador do programa mantinha suspense sobre esse acontecimento,
até a hora do clímax, a abertura de duas portas que corriam, abrindo para onde estaria
um empresário benemérito (ou outros) que apadrinharia o desejo e a necessidade do
participante.
Grande parte dos pedidos eram atendidos pelo programa. Aqueles não
atendidos poderiam voltar a participar, se desejassem, enviando novas cartas. Houve
participantes que gravaram mais de um programa.
O quadro nunca chegou à liderança de audiência, mas foi um dos de maior
sucesso realizado por Silvio Santos. Um dos bordões mais famosos deste
apresentador surgiu neste programa.
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2.1.8 – Domingo no Parque
Domingo no Parque era um programa de competição que fazia parte do
Programa Silvio Santos nos anos 70 e anos 80.
Num cenário de parque de diversões, equipes de duas escolas (que nos anos 80
passaram a ser representadas por times de futebol) se enfrentavam em diversas
provas, como a corrida de bebês, o cabo de guerra, o concurso de dança, o
foguetinho e, no encerramento do programa, o jogo da cobrinha.
Entre 1977 e 1978, o programa foi dirigido por Homero Salles. De 1978 a 1981, o
diretor foi Gugu Liberato.
2.1.9 – Em Nome do Amor
Em Nome do Amor foi um programa de televisão apresentado pelo empresário
Silvio Santos na década de 1990 e era um dos quadros do Programa Silvio Santos
exibido após o programa Tentação no SBT.
O programa era constituido de duas atrações principais, em uma delas um
admirador secreto se declarava para seu afeto em rede nacional.
O programa ficou famoso pela pergunta de Silvio Santos: É namoro ou
amizade? A pergunta era feita aos casais depois de uma breve dança, normalmente
embalada ao som de Julio Iglesias.
39
Antes, um grupo de rapazes e moças ficavam se olhando através de binoculos
azuis, depois os rapazes se dirigiam as moças e as retiravam para dançar.
Antes de fazer a famosa pergunta as moças, Silvio fazia uma breve e bem
humorada entrevista aos casais.
Para os casais que respondiam sim, um buquê de rosas, os moços rejeitados
iam para a repescagem.
Havia semanas em que um artista era convidado por Silvio Santos e recebia
homenagem com depoimentos de amigos e familiares.
Dentre esses artistas, vieram Roberto Carlos para receber o Troféu Imprensa,
Leandro e Leonardo, Carlos Alberto de Nóbrega, Dercy Gonçalves, Thalía e Gabriela
Spanic na época em que suas novelas explodiam no Brasil, dentre outros.
2.1.10 – Tentação
Tentação era um programa de televisão brasileiro, produzido e exibido pelo
SBT em conjunto com o Baú da Felicidade, apresentado por Silvio Santos.
O programa reunia 60 clientes das lojas do Baú da Felicidade que estavam em
dia com o pagamento do carnê de mercadorias do Baú.
Durante o programa os clientes participavam de brincadeiras valendo prêmios,
geralmente eletrodomésticos e eletro-eletrônicos.
No programa de perguntas e respostas haviam 3 vitrines, em cada uma deles
há uma resposta. No final do programa, os participantes que permenecessem no palco
retiravam maças, sendo que em apenas uma havia a flor, e nas outras nada.
Os participantes que pegam a maça vazia ganha mil reais em barras de ouro.
O que consegue a maça com a flor, vai para a final, participando do jogo do xis.
40
3 – Gêneros e formatos
Segundo José Carlos Aronchi de Souza, o indivíduo reconhecerá prontamente
a maioria dos programas, seus significados iconológicos e os possíveis gêneros.
Veja a seguir uma tabela com os gêneros dos programas de televisão
existentes no Brasil:
GÊNEROS FORMATOSEntretenimento Programas de auditório, colunismo social,
culinária, desenho animado, esportivo,
filme, game-show (competição),
humorístico, infantil, interativo, musical,
novelas, quis-show (perguntas e
respostas), reality-show, revista
eletrônica, séries internacionais e
brasileiras, sitcom (comédia), talk-show,
teledramaturgia (ficção), variedades,
western (faroeste)Informação Debate, documentário, entrevista,
telejornalEducação Educativo, instrutivo
Publicidade Chamada, filme comercial, político,
sorteio, telecomprasEspecial Eventos religiosos, musicais, minisséries
(ex: JK da Rede Globo de Televisão)Fonte: SOUZA, José Carlos Aronchi de. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São
Paulo, Summus, 2004. p.92
A classificação dos gêneros dos programas de televisão no Brasil não
acompanha um padrão internacional e é flexível, conforme os
interesses de cada rede – o que leva a concluir que a definição dada
pelas emissoras tem como objetivo principal atrair o telespectador,
em vez de se restringir a essência do gênero.
(SOUZA, 2004, p.36)
41
Os gêneros são grupos de programas categorizados por formas, estilos,
propostas e estratégias de comunicabilidade que seguem uma ordem.
Os formatos segundo José Carlos Aronchi de Souza são as características
gerais de um programa de televisão. É o que ele apresenta como partes integrantes.
O gênero e o formato de uma programação são definidos de acordo com cada
emissora.
Dentro de todas as categorias apresentadas, terão destaque neste capítulo os
gêneros e formatos de entretenimento que estão ligados aos programas de auditório.
3.1 – Programas de auditório
Os programas de auditório são os que mais aproximam o telespectador de uma
produção televisiva. As emissoras os classificam atualmente como programas de
variedades, pois apresentam musicais, quadros humorísticos, danças, entre outros.
Os programas de auditório surgiram no rádio na década de 40. Os ouvintes iam
até os estúdios para conhecer de perto os locutores.
Com relação aos programas de auditório, José Carlos Aronchi de Souza
explica:
Os que não utilizam diretamente o auditório costumam formatar as
produções indiretamente com ele para manter o clima alegre e
promover maior interação com o apresentador [...]. Para isso, existe o
recurso de sonorização com palmas e risadas, com um apresentador
se dirigindo a um auditório-fantasma.
SOUZA, 2004, p.97)
E ele continua:
42
Os primeiros programas da televisão brasileira reconhecidos pela
popularidade e pelo sucesso foram de auditório. Transpostas do rádio
para a TV, algumas produções tiveram apenas acréscimo da imagem.
[...]
(SOUZA, 2004, p.93)
Em 1956, o programa de auditório mais assistido na televisão brasileira era O
Céu é o Limite, transmitido pela TV Tupi e apresentado por Aurélio Campos e J.
Silvestre.
Os programas de auditório mais populares, tem vida perene na televisão,
graças a simpatia dos apresentadores que são com que juízes, que definem o que vai
ou não ao ar.
Todo esse conjunto de programação cativa os telespectadores, e dão
audiência às emissoras.
Abaixo elencaremos diversos programas de auditório apresentados também
pela TV brasileira.
3.1.1 – Game Show
O gênero game show foi criado nos EUA e é conhecido no mundo todo. São
programas feitos com o objetivo de despertar interesse, e manter o telespectador
atento.
Os principais programas desse estilo são apresentados nos finais de semana,
principalmente aos domingos, que é quando as famílias se reúnem.
Silvio Santos, Fausto Silva, Celso Portiolli e Gugu são os principais
apresentadores desses programas.
Seu principal formato é o de auditório, onde os competidores participam de
provas como estourar balões, caminhar sobre pontes, ou responder perguntas feitas
pela produção ou pelos adversários.
3.1.2 – Quiz Show
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O quiz show é um programa onde os participantes têm que acertar o maior
número de respostas para ganhar prêmios, que na maioria das vezes é uma grande
quantia em dinheiro. O maior exemplo desse tipo de programa é o Show do Milhão,
apresentado por Silvio Santos.
O apresentador deve sempre interagir com convidados e auditório para
despertar maior interesse do telespectador.
Segundo o autor José Carlos Aronchi de Souza, esse gênero abrange quase
todos os produtos com o formato auditório:
O gênero quis show utiliza em praticamente todas as produções o
formato auditório. Em algumas, o público do estúdio participa do
programa com os artistas e o telespectador. É necessário haver um
apresentador no estúdio para mediar o jogo, manter as regras e
controlar a duração do programa.
(SOUZA, 2004, p.125)
3.1.3 – Talk Show
Apresentando sempre o formato de auditório, o talk show é um programa de
entrevistas. Atualidades é um de seus principais temas.
O Programa Hebe, exibido pelo SBT, e o Programa do Jô, são os principais
exemplos desse gênero.
O apresentador conta sempre com a produção que passa informações sobre
os convidados mantendo assim um bate-papo produtivo.
44
3.1.4 – Variedades
São programas que apelam para a violência, fazendo de pessoas doentes,
crimes e brigas banais alguns de seus temas principais.
O formato que conta com auditório e apresentador é o mais freqüente, porém o
formato de entrevista e roportagem dão um tom mais sério à atração. José Carlos
Aronchi de Souza diz o seguinte sobre esse gênero:
A reclassificação do gênero variedades, antes denominado auditório,
é um artifício criado pelas emissoras para não dar ao programa a
imagem de popular [...] promovem uma guerra de audiência com
prejuízo para o telespectador, que vê, ri, chora e se espanta com tudo
que é apresentado.
(SOUZA, 2004, p.139)
O gênero pode variar, vão desde musicais até brincadeiras com o público no
estúdio ou em casa. Tudo isso por causa da audiência.
3.1.5 – Circo Bombril
O programa estreou em 1951 na TV Tupi com o nome Variedades Tupi. Depois
um tempo, o programa mudou de nome e passou a ser Circo Bombril, apresentado
pelo palhaço Carequinha e seus amigos Fred, Zumbi e Meio-Quilo com participação
da platéia formada por crianças.
Circo Bombril ficou no ar até 1964. Em 2006, Carequinha sofreu um infarto
fulminante mas, deixou lembranças boas às crianças (hoje adultos) da época.
3.1.6 – O Céu é o Limite
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Esse programa estreou em 1955 na TV Tupi, e como era transmitido
simultaneamente em SP e no Rio, ele tinha dois apresentadores: Aurélio Campos em
SP e J. Silvestre no RJ.
Era um programa de perguntas e respostas que testava a memória e a
agilidade dos participantes
A atração era considerada um marco na história dos programas de auditório,
pois a aceitação do público era ótima. Atingia 92% da audiência em todo o Brasil.
3.1.7 – Discoteca do Chacrinha
Chacrinha ficou famoso por apresentar programas de auditório com calouros e
por divulgar a MPB.
Seus principais programas foram Discoteca do Chacrinha, Buzina do Chacrinha
e Cassino do Chacrinha, exibidos na TV Tupi, TV Rio, Band e Globo.
A Discoteca do Chacrinha estreou em 1957, na TV Tupi. Era exibido às
quartas-feiras e lançou muitos artistas, mas a principal atração do programa eram as
“chacretes”, que eram dançarinas que animavam o programa com suas coreografias
durante os musicais.
Para desclassificar os calouros, Chacrinha usava uma buzina e dava um
abacaxi como troféu
Conhecido como “O Velho Guerreiro”, Abelardo Barbosa era cheio de alegria e
seus programas eram garantia de boa audiência na TV. Ele faleceu aos 72 anos, no
Rio de Janeiro.
3.1.8 – Almoço com as Estrelas
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Este, era um programa da TV Tupi que estreou em 1957 e ficou 23 anos no ar.
Era transmitido aos sábados das 12h30 às 16h.
Como a TV Tupi apresentava seus programas ao mesmo tempo no Rio e em
São Paulo, o programa Almoço com as Estrelas era apresentado por Aerton
Perlingueiro no RJ. J. Silvestre, Airto e Lolita Rodrigues comandavam a versão
paulista da atração.
3.1.9 – Um instante Maestro
Um instante Maestro estreou em 1957 na TV Tupi e era apresentado por Flávio
Cavalcante.
A diversão da família brasileira no domingo à noite era assistir o Um instante
Maestro, no qual o apresentador tinha a mania de tirar e colocar seus óculos a toda
hora.
O programa tinha tanta repercussão, que chegava a ser assunto pra semana
inteira.
3.1.10 – Essa Noite se Improvisa
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O programa estreou em 1966, exibido pela Rede Record de televisão e
apresentado por Blota Jr.
Um dos quadros desse programa lembra muito o que é hoje o Segredo
Musical, do Programa Silvio Santos.
Na época do Essa Noite se Improvisa, seis participantes tinham que correr para
o microfone e cantar uma música que tivesse a palavra que o apresentador propunha.
3.1.11 – 8 ou 800
Esse programa é da década de 1970, era veiculado pela Rede Globo e
apresentado por Paulo Gracindo e Silva Bandeira. Os participantes da atração
respondiam perguntas sobre temas específicos.
Em 1976, o saudoso estilista Clodovil Hernandez ficou no programa por doze
semanas respondendo perguntas sobre a atriz Maitê Proença, e chegou a ganhar o
prêmio máximo.
3.1.12 – Viva a Noite
O primeiro formato desse programa estreou em novembro de 1982 e foi criado
por Nelly Raymond (uma argentina que trabalhou com Silvio Santos nos anos de
1970).
A atração era composta por três quadros: Festival Nacional da Canção com
participação de cantores internacionais, e apresentado por Ademar Dutra. O outro
quadro, era Noite de Mistério, apresentado por Jair de Ogum e falava de exoterismo.
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O último, era o Hoje quem Dança é Você, apresentado por Antônio Augusto Liberato
(Gugu).
Com o tempo, o programa foi reformulado e, Gugu passou a apresentá-lo
sozinho.
Viva a Noite transformou-se num game show entre famosos divididos em duas
equipes de três pessoas cada uma. Quando o game terminava empatado, as
assistentes de palco jogavam um dado com três rostos femininos e três masculinos e
assim decidia-se quem ganharia o troféu em forma de lua.
A marca registrada do programa era o grito de Gugu: “VIVA A NOITEEE...” e a
resposta do auditório: “VIVA, VIVA, VIVA...”
A atração ficou no ar até 1992, e voltou a ser apresentada em abril de 2007
com apresentação da cantora Gilmelândia. O formato era o mesmo mas, em pouco
tempo, o programa deixou novamente a grade do SBT por problemas com a
audiência.
3.1.13 – Programa Hebe
Hebe iniciou sua carreira no rádio como cantora e apresentadora. Ela também
participou ao vivo da primeira transmissão de televisão em nosso país em 1950.
Depois de várias apresentações como cantora na Rede Record, ela passaria a
apresentar, em 1957, o programa O Mundo é das Mulheres na TV Paulista (atual
Globo).
Apresentou programas na Rede Record e na Band nas décadas de 1970 e 80.
Até que, em 1986, estreou no SBT onde apresentou também vários programas dos
quais o Programa Hebe, que continua no ar.
O Programa Hebe estreou no dia 4 (quatro) de março de 1986 e é um
programa de entretenimento e variedades.
O maior índice de audiência da atração foi 30 pontos, na noite em que recebeu
em seu palco os 12 (doze) participantes do reality Casa dos Artistas.
3.1.14 – Domingão do Faustão
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O Domingão do Faustão está no ar desde o dia 26 de março de 1989, a exatos
21 anos, e é apresentado por Fausto Silva.
O quadro mais tradicional do programa são as Videocassetadas, apresentadas
no final.
O programa também ficou famoso pelas Olimpíadas do Faustão, onde pessoas
comuns participavam de diversas provas para ganharem dinheiro. É o que acontece
hoje com as Gincanas do atual Programa Silvio Santos.
3.1.15 – Domingo Legal
O Domingo Legal já faz parte da vida dos brasileiros. Há mais de quinze anos,
a atração leva até a casa do telespectador um programa especial, com música,
reportagens, celebridades, notícias e muitos outros quadros.
A história do Domingo Legal começou em 17 de janeiro de 1993, quando
estreou e ainda era gravado. Foi a partir do primeiro domingo de agosto de 1994 que
passou a ser apresentado ao vivo.
Em 1998, a atração passou a ser exibida diretamente do Centro de Televisão
(CDT) da Anhanguera, atual sede do SBT, em Osasco.
Desde sua estréia, o programa sempre incomodou a concorrência e garantiu
excelentes índices de audiência. Nesta trajetória de sucesso, muitos quadros fizeram
história, como De Volta Pra Minha Terra, Construindo Um Sonho, entre outros.
Nomes de peso da música brasileira, como Leonardo, Zezé Di Camargo &
Luciano, Gilberto Gil, Bruno e Marrone e Ivete Sangalo já marcaram presença no palco
da atração.
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Ao longo dos anos, o programa também recebeu a visita de uma série de
artistas internacionais. Vale lembrar de Julio Iglesias, Ricky Martin, Thalia, Kenny G,
Laura Pausini, Shakira, Acqua, Daniela Aedo, Daniela Lújan, Chris Durán, Van
Damme, entre outros.
Em 12 de julho de 2009, Celso Yunes Portiolli assumiu o comando do Domingo
Legal e deu um novo ritmo ao programa, que se consolidou como um dos mais
queridos pelo público brasileiro.
3.1.16 – Programa Livre
Exibido pelo SBT, este programa estreou em 1993 e era apresentado por
Serginho Groisman. Seus público-alvo era os jovens que assistiam as entrevistas,
musicais e as outras atrações que o programa trazia. Eles podiam fazer qualquer tipo
de pergunta aos convidados.
Um telão com 18 TVs de 15 polegadas era o que mais chamava a atenção no
palco. Nele, eram mostrados VTs com reportagens sobre os temas que estavam em
voga na época.
Depois de seis anos, Serginho Groisman trocou o SBT pela Globo e Babi
Xavier entrou em seu lugar. Com ela, o programa ficou no ar por mais dois anos e
meio.
Seus convidados eram pessoas famosas e grupos musicais. Nomes como
Titãs, Barão Vermelho, Jota Quest, Skank, Renato Aragão, Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Daniela Mercury, Emnem, Kiss, Sepultura passaram pelo programa.
51
3.1.17 – Programa do Ratinho
Exibido pelo SBT, o programa estreou em 1998 e é apresentado por Carlos
Roberto Massa (o Ratinho).
O programa ficou conhecido por ter um estilo circense. A primeira fase da
atração ficou no ar de 98 a 2006 e voltou ao ar em 2009 totalmente reformulado.
A nova roupagem do Programa do Ratinho traz ao público o melhor de Carlos
Massa. Sempre preocupado com as questões da população, Ratinho volta a lutar
pelos direitos do povo e mostra, as principais notícias do dia.
No ar de segunda a sexta ao vivo, às 18h, a atração mistura entretenimento e
jornalismo.
De diversos lugares do país, os repórteres mostram os fatos que marcam
aquele dia e, a bordo do helicóptero do SBT, o público fica bem informado sobre os
acontecimentos em tempo real.
Tudo sempre acompanhado dos polêmicos comentários de Ratinho, sem
esquecer o lado humorístico, a atração diária conta com o fiel companheiro do
apresentador Xaropinho e também com novidades: uma banda no estúdio e a
secretária italiana Valentina.
Além disso, o programa mostra matérias especiais feitas pelo próprio
apresentador.
O telespectador ainda acompanha momentos históricos que marcam a carreira
de Ratinho e concorre a diversos prêmios através de divertidas brincadeiras.
3.1.18 – Altas Horas
O programa Altas Horas tem o slogan “vida inteligente na madrugada” e é
transmitido pela Rede Globo de televisão apresentado por Serginho Groisman.
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Estreou no ano 2000 trazendo um estilo totalmente distinto do Programa Livre
para assim, atrair um público mais elitizado.
Outro diferencial no programa, é a banda formada somente por mulheres e o
palco em forma de arena onde os entrevistados são rodeados pelo auditório jovem
que participa ativamente por meio de perguntas formuladas por eles mesmos.
Altas Horas é o programa de auditório que não usa de apelações grotescas e
nem mesmo é considerado um programa popular por sua platéia ser formada somente
por estudantes.
Por isso, o programa é considerado inteligente e com uma cultura mais
elevada.
3.2 – Algumas considerações sobre a Indústria Cultural
Para alguns apreciadores da cultura, programas de auditório como o Programa
Silvio Santos são vulgares e não possuem nenhuma qualidade, porém para outros,
são como um produto de massa feito para as classes populares facilmente
manipuladas pela figura do animador.
“A figura do animador apresentador que interpela tem que ser suficientemente
familiar e descontraída para permitir uma relação de identificação com a camada
heterogênea do público” (SODRÉ, 1999, p.62). Segundo Adorno:
A televisão permite aproximar-se da meta, que é ter de novo a
totalidade do mundo sensível em uma imagem que alcança todos os
órgãos, o sonho sem sonho, ao mesmo tempo, permite introduzir
furtivamente na duplicata do mundo aquilo que se considera
adequado ao real.
(ADORNO, 1975, p.346)
53
Nos programas de auditório a Indústria Cultural vende o sonho, a ideologia do
riso, onde o animador passa a imagem de amigo do telespectador, e o indivíduo se
sente como parte da história contada. Segundo Adorno:
A Indústria Cultural sorri: torna-se aquilo que é, e a sua mentira
consiste precisamente na confirmação e consolidação repetitivas do
simples ser – assim, daquilo que o andamento do mundo reduziu os
homens.Tanto mais convincentemente ela pode apontar que a culpa
não cabe ao assassino, mas ao morto: que ela ajuda trazer à luz
aquilo que de qualquer forma está no homem.
(ADORNO, 1975, p.353)
No Programa Silvio Santos, por exemplo, esse apelo à emoção do
telespectador tem início na abertura quando o apresentador convida o público para
sorrir e cantar: “La, la, la, la... La, la, la, la... Agora é hora de alegria / vamos sorrir e
cantar / do mundo não se leva nada / vamos sorrir e cantar / La, la, la, la, la, la / Silvio
Santos vem aí / La, la, la, la / Silvio Santos vem aí...” (MANZANO, Daiana de Souza;
POLIZEL, Janaína; AMARAL, Marina. Silvio Santos: O poder de comunicação do “Homem Sorriso” da televisão brasileira, Fundação Educacional do Município de
Assis – Fema: Assis, 2007. 75p. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) –
Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo – Instituto Municipal de Ensino
Superior de Assis – IMESA).
54
Considerações finais
Diante dos pressupostos apresentados nesta pesquisa, foi possível concluir
que mesmo com as constantes mudanças de formato e oscilações pelas quais o
Programa Silvio Santos passou, a atração continua perpetuando a audiência dominical
na TV brasileira.
Isso prova que, mesmo que o Programa Silvio Santos tenha enfrentado
oscilações de audiência no decorrer de sua existência seu público permanece fiel.
Somente essa audiência dos fãs, já basta para que o Programa figure há 50
anos como um dos mais assistidos no Brasil.
O apresentador Silvio Santos só é admirado e tem a audiência que tem,
segundo ele, em razão de uma frase que sempre diz nas poucas entrevistas que
concede: “o sucesso que dizem que eu e meu grupo de empresas temos, é uma
bandeira. De um lado tem a palavra sorte, do outro lado tem a palavra Deus” (frase
dita durante discurso na festa de 50 anos do Grupo Silvio Santos na Sala São Paulo
em São Paulo, em 22 de setembro de 2008).
Silvio não tinha a intenção de tornar-se animador nem ter a audiência que tem
com seu programa. Mas, o destino tinha coisas traçadas para ele, e hoje está aí como
um dos grandes empresários brasileiros e um dos maiores comunicadores da
televisão brasileira.
Concluímos então, que o Programa Silvio Santos, com certeza, diante da
dedicação de Silvio Santos em inová-lo, diversificá-lo, terá ainda uma longa vida
dentro da grade de programação do Sistema Brasileiro de Televisão.
55
REFERÊNCIAS
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Educacional do Município de Assis – Fema: Assis, 2007. 75p. Trabalho de Conclusão
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ECO, Umberto. APOCALÍPTICOS E INTEGRADOS, SÃO PAULO: DIFEL, 1991
FAGUNDES, Andréia. C. S. M. Um Outro olhar para a Telenovela: A contribuição da teledramaturgia. 2006. f. 153 Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto Municipal
de Ensino Superior de Assis IMESA, Fundação Educacional do Município de Assis
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56
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XAVIER, Ricardo; SACCHI, Rogério. ALMANAQUE DA TV: 50 ANOS DE MEMÓRIA
E INFORMAÇÃO. RIO DE JANEIRO: OBJETIVA, 2000
http://www.microfone.jor.br/historiadaTV.htm acessado em 17/08/10 às 18h00
57