guia prÁtico para implementaÇÃo da arborizaÇÃo … · quando houver fiação, e o uso de...
TRANSCRIPT
1
ARBORIZAÇÃO URBANA
DESAFIOS PRESENTES E FUTUROS!!
Rua Fernando Costa, Osvaldo Cruz-SP
GUIA PRÁTICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO NO PERÍMETRO URBANO
OSVALDO CRUZ-SP
OUTUBRO/2017
2
Apresentação
Este Guia Prático foi elaborado com a finalidade de orientar os munícipes
sobre toda sistemática que envolve a Arborização Urbana nos dias atuais,
considerando que as cidades precisam cada vez mais de espaços verdes,
e tem sido cada vez mais difícil conciliar desenvolvimento sustentável com
o crescimento desordenado das cidades.
3
“Todos querem sombra, porém poucos plantam arvores”
4
Introdução
ARBORIZAÇÃO URBANA - é toda cobertura vegetal de porte arbóreo
existente nas cidades, ou seja, arbustos não são considerados. Essa vegetação
ocupa basicamente três espaços, sendo elas áreas livres de uso público e
potencialmente coletivas, áreas livres particulares e sistema viário.
O espaço urbano é constituído basicamente por áreas edificadas, áreas
destinadas à circulação das pessoas e veículos, e áreas livres de edificação,
essas áreas podem ainda ser classificadas como espaços públicos,
potencialmente coletivos ou privados. Espaços livres de uso público são locais
de acesso livre à população, áreas livres potencialmente coletivas
caracterizam- se por ter acesso controlado e as áreas livres privadas são
aquelas de propriedade particular. A importância da árvore para o meio
ecológico atua em diversos fatores como:
IMPORTÂNCIA DAS ÁRVORES NO MEIO URBANO
As árvores, por suas características naturais, proporcionam muitas vantagens ao homem
que vive na cidade, sob vários aspectos:
• proporcionam bem-estar psicológico ao homem; ¸ proporcionam melhor efeito
estético; ¸ proporcionam sombra para os pedestres e veículos;
• protegem e direcionam o vento; ¸ amortecem o som, amenizando a poluição
sonora;
• reduzem o impacto da água de chuva e seu escorrimento superficial;
• auxiliam na diminuição da temperatura, pois, absorvem os raios solares e
refrescam o ambiente pela grande quantidade de água transpirada pelas folhas;
• melhoram a qualidade do ar;
• preservam a fauna silvestre
5
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ARBORIZAÇÃO Algumas considerações devem ser feitas pela população, no processo de implantação ou
implementação da arborização urbana para que os conflitos futuros sejam evitados, tais como:
Devem ser utilizadas mudas com no mínimo 1,50 metros com fuste único e sistema radicular em
boas condições, ao se realizar o plantio nas calçadas. Nos demais espaços viários devem ser
considerados limites mínimos e máximos entre as dimensões das espécies quando adultas e a
localização de mobiliários urbanos e mobilidade.
Indica-se o uso de espécies de pequeno porte (altura máxima 6,00 metros e diâmetro de copa
5,00 metros), médio porte (altura máxima 12,00 metros e diâmetro de copa 7,00 metros) e grande
porte (altura superior a 12,00 metros e diâmetro de copa superior a 10,00 metros), privilegiando o
uso de espécies nativas regionais.
Parâmetros a serem avaliados:
Como medidas de segurança devem ser respeitadas alguns parâmetros para o plantio de
espécies arbóreas, sendo assim, seguem abaixo orientações referentes:
Em calçadas com largura inferior a 1,50 metros e sem recuo predial, não é recomendado o plantio
de mudas;
Em calçadas com largura entre 1,50 e 2,00 indica-se o plantio de árvores de pequeno porte
quando houver fiação, e o uso de arvores de médio porte quando houver recuo predial de 3,00
metros ou mais e não houver fiação;
Em calçadas com largura entre 2,00 e 3,40 indica-se o plantio de árvores e pequeno porte
quando houver fiação ou não houver recuo predial, e o uso de arvores de médio porte quando
houver recuo predial de 3,00 metros ou mais e não houver fiação e plantio de arvores de grande
porte quando o recuo predial foi superior a 3,00 metros e ausência de fiação elétrica;
Em calçadas com largura superior a 3,40 indica-se o plantio de árvores de pequeno porte quando
houver fiação, o uso de arvores de médio porte quando não houver recuo predial de 3,00 metros
e plantio de arvores de grande porte quando o recuo predial foi superior a 3,00 metros e ausência
de fiação elétrica;
Não é recomendado o plantio de espécies como o Ficcus, Paineira, Jequitibá, Pinheiros,
Flamboyants e similares em calçadas.
A seguir tabela com mais detalhes sobre a distância mínima para o plantio das árvores.
6
Espaçamento entre Mudas
- 4,0 m entre espécies de pequeno porte;
- 6,0 m entre espécies de médio porte; - 8,0 m entre espécies de grande porte.
Distância da muda da guia - 0,5 metros. Distância da esquina - 6,0 metros. Distância dos postes de iluminação e fiação - 4,0 metros. Distância das placas de sinalização - 3,0 metros. Distância de semáforos - 6,0 metros. Distância de boca de lobo e caixa de inspeção.
- 1,5 metro.
Distância de guias rebaixadas - 1,5 metro.
.
.
Plantio - Retirar a embalagem da muda com cuidado para não desmanchar o torrão - Cobrir o fundo da cova com terra misturada até que o torrão fique nivelado com o chão. - Colocar a muda dentro da cova, bem na vertical, observando a altura do torrão com relação ao solo. - Colocar uma estaca de madeira de 2,50m de altura rente à muda. Afundar até o fundo da cova. - Completar a cova com terra misturada e pisar a terra em volta da muda para firmá-la no chão, de forma a não cobrir o caule com terra. - Fazer uma vala em torno da muda, com o mesmo tamanho da cova, para captar água - Regar abundantemente, mas sem encharcar
7
Amarração - Amarrar a muda à estaca com: borracha, sisal ou outro material que não fira o caule da muda (Nunca utilize arame !). - A amarração pode ser feita em forma de oito deitado, como mostra a figura ao lado
Cuidados posteriores - Se a muda for plantada em local sujeito a depredação, colocar grade de proteção - caso não chova, faça irrigação de 4 em 4 dias com aproximadamente 20 litros de água
8
PODAS Objetivos da Poda
• Reduzir riscos de quedas
• Oferecer desobstrução
• Reduzir o sombreamento da copa e a resistência ao vento
• Manter a saúde
• Influenciar na produção de flores ou frutos
• Melhorar a vista
• Melhorar a estética
• Reduzir riscos de quedas Programa de PODA DE FORMAÇÃO
que começa no plantio e pode continuar nos primeiros 25 anos
ou mais, dependendo da espécie.
• Criação de um tronco sólido
• Desenvolvimento de arquitetura de galhos que sustentarão a
árvore por um longo período
• Aplicável a árvores mais velhas: limpeza, desbaste, redução,
elevação ou restauração
9
• Reduzir a resistência ao vento Estudo desenvolvido na Universidade da Flórida comprova que
a poda reduz o ângulo de curvatura do tronco, quando árvores
são submetidas a ventos de alta intensidade
10
Antes da poda Depois da poda TIPOS DE PODA
1) Poda de limpeza ou Manutenção Este tipo de poda é utilizado para remoção de partes indesejadas da planta como: Retirada de galhos velhos e doentes. Retirada de ramos e partes das plantas que estejam mortos. Retirada de ramos e partes infestadas (irremediavelmente) por insetos. Retirada de ramos partidos em consequência de ventos, tempestades. Retiradas de ramos que se cruzam e raspam um no outro. 2) Poda de Formação Tem o objetivo de dar à planta ou a um conjunto de plantas, uma forma básica de tronco e ramos, a fim de se ter uma distribuição equilibrada. Normalmente este tipo de poda é realizado nos viveiros, dando uma formação inicial à planta.
11
3) Poda de Condução Objetiva orientar a planta em determinado sentido ou sobre um suporte. Esta poda é muito utilizada para as cercas vivas e trepadeiras, pois geralmente possuem um crescimento limitado ou direcionado. 4) Desbrota Consistem na retirada dos brotos “ladrões” que surgem de gemas laterais existentes em mudas de árvores e arbustos e mesmo em espécies adultas, quando podadas. Tem a finalidade de conduzir com maior vitalidade a haste principal. 5) Podas de Raízes As podas de raízes são realizadas quando as raízes superficiais afloram na superfície ou quando se faz a troca de recipiente. Nas plantas de porte pequeno a eliminação das raízes é um processo fácil, mas no caso de árvores mais velhas é uma técnica onerosa e pouco recomendada, pois as árvores ficam suscetíveis à queda, sendo somente recomendado em casos excepcionais.
PODA DRÁSTICA É aquela poda realizada sem licença ambiental e em desacordo com a
legislação, a poda drástica é considerada crime e gera multas.
A poda drástica consiste no rebaixamento radical da copa das
árvores, sem qualquer critério técnico, sendo que em alguns casos,
nem mesmo os troncos são poupados.
12
ESPÉCIES INDICADAS PARA PLANTIO NAS CIDADES
Nome Científico: Bauhinia blakeana Nomes Populares: Bauínia-de-hong-kong, Árvore-de-orquídeas, Árvore-orquídea, Bauínia, Bauínia-blaqueana, Pata-de-vaca, Unha-de-vaca
• Nome Científico: Licania tomentosa • Sinonímia: Moquilea tomentosa, Pleragina odorata • Nomes Populares: Oiti, Goiti, Oitizeiro, Oiti-da-praia, Oiti-cagão, Guali,
Oiti-mirim, Oiticica, Manga-da-praia, Milho-cozido, Fruta-cabeluda, Guailí, Guití, Uiti
Árvore florífera e semicaduca, de pequeno porte, ideal para calçadas estreitas e sob a fiação elétrica
Árvore frutífera, largamente utilizada na arborização urbana no sudeste do país.
Nome Científico: Callistemon spp. Nomes Populares: Escova-de-garrafa, Calistemo, Lava-garrafas
Espécies de árvores de pequeno porte, nativas da Austrália, e muito resistentes à seca. Floração exuberante
13
• Nome Científico: Cassia fistula • Nomes Populares: Chuva-de-ouro, Árvore belíssima, que desponta inflorescências em cachos pendentes, de cor amarelo-ouro.
• Nome Científico: Jacaranda mimosaefolia • Nomes Populares: Jacarandá-mimoso,
Carobaguaçu, Jacarandá Um verdadeiro clássico. Árvore decídua, de floração exuberante. Ideal para arborização de ruas em regiões de clima subtropical.
• Nome Científico: Lagerstroemia indica • Nomes Populares: Resedá, Árvore-de-
júpiter, Extremosa, Flor-de-merenda, Suspiros
Arvoreta largamente utilizada na arborização urbana. Tem florescimento esplendoroso, é decídua e tolerante a podas drásticas. Atinge 8 metros de altura.
14
Nome Científico: Magnolia liliflora Nomes Populares: Magnólia, Magnólia-roxa
As magnólias além de belas e perfumadas, são muito interessantes para arborização urbana por seu porte pequeno. Decíduas e próprias para o clima subtropical e temperado. Alcançam de 5 a 10 metros de altura.
• Nome Científico: Plumeria rubra • Nomes Populares: Jasmim-manga, Árvore-
pagode, Frangipane, Jasmim-de-caiena, Jasmim-de-são-josé, Jasmim-do-pará, Plumélia
Arvoreta de flores muito perfumadas e aspecto escultural. Ideal para regiões litorâneas. Atinge 6 metros de altura.
• Nome Científico: Tabebuia roseo-alba • Nomes Populares: Ipê-branco, Ipê-branco-
do-cerrado, Ipê-do-cerrado, Pau-d'arco, Planta-do-mel
Alcança de 7 a 16 metros de altura, com tronco medindo de 40 até 50 cm de diâmetro. Dotado de copa alongada, possui um tronco ereto medindo de 40 a 50 cm de diâmetro, com casca suberosa e superficialmente fissurada.
15
Nome científico: Tabebuia chrysotricha Nome Popular – Ipê Amarelo
O ipê-amarelo, pode atingir até 30 metros de altura e 60 centímetros de diâmetro, e é caducifólia. A floração amarela inicia no final de agosto, a espécie é hermafrodita, a frutificação ocorre entre setembro e fevereiro, dependendo da região, árvores cultivadas começam a se reproduzir com três anos.
• Nome Científico: Tibouchina mutabilis • Nomes Populares: Manacá-da-serra,
Cuipeúna, Jacatirão, Manacá-da-serra-anão Belíssima arvoreta, em que é possível admirar flores em três cores diferentes simultaneamente, branca, rosa e roxa, de acordo com a idade da flor. Atinge 6 metros de altura.
16
PROGRAMA ANUAL DE DOAÇÃO DE MUDAS AOS MUNÍCIPES
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente faz anualmente a doação de mudas
nativas, frutíferas e ornamentais a toda população, tanto da área urbana como
da área rural como forma de incentivar os munícipes a plantarem arvores nos
quintais, calçamento bem como nas áreas ciliares.
Para isso possui um Viveiro de Mudas, com capacidade de produção de mais
de 10.000 mudas. As solicitações para retiradas das mudas são feitas
pessoalmente pelos munícipes no prédio da Secretaria de Agricultura e Meio
Ambiente, localizada na Av. Armando Sales n-530, atendendo pelo telefone
(18) 3529-1877
As mudas são trazidas todas as quartas-feiras até a Secretaria para que os
munícipes possam retirá-las.
Viveiro Municipal de Mudas Nativas, Frutíferas e ornamentais
17
Considerações Finais A falta de planejamento das cidades brasileiras tem acarretado um
transtorno ambiental no tange a arborização urbana, uma vez que as
os ambientes urbanos estão se transformando em grandes ilhas de calor. Pode-se verificar na maioria delas uma sensação de desconforto
térmico, devido à falta de arborização ou da inadequada implantação
das mesmas. É crescente a necessidade de se adotar arborização
como prática nas cidades, isso deve passar por políticas públicas de
estímulo a essas condições e na tentativa de minimizar os custos da
implantação de árvores nas cidades deve haver interligação entre o
poder público e a iniciativa privada. Pode-se concluir que a implantação
de árvores nas cidades proporciona melhor qualidade de vida da
população.
18
19
20
21
22
23
24
Menção à norma ABNT 16 246-1 O que não for encontrado ou ficar na dúvida, pode consultar também a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que publicou, em
27 de novembro, a norma ABNT NBR 16246-1:2013 - Florestas
urbanas - Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas -
Parte 1: Poda, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Manejo
Florestal (ABNT/CEE-103).
Esta parte da ABNT NBR 16246 estabelece os procedimentos para a
poda de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas em áreas urbanas,
em conformidade com a legislação aplicável.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.jardineiro.net/arborizacao-urbana-escolha-das-especies.html
https://www.cpfl.com.br/Paginas/default.aspx
http://www.arvores.brasil.nom.br/
http://www.arvoresbrasil.com.br/
https://www.sosma.org.br/
http://www.ipef.br/