guia dos rios

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Rio Minho-11km/Cl III Apoio: Melgaço e Valença do Minho Regime: Pluvial. Barragem Acampamento: Em Parque de Campismo em Penso ou selvagem na Praia Fluvial de Melgaço. Como alternativa pode-se acampar no lado espanhol na aldeia de Arbo num largo á esquerda uns 200m depois de passarmos a ponte. O Rio: O Minho drena uma vasta região do norte da Espanha e recebe um grande número de afluentes, o que lhe permite ter água durante todo o ano. Nasce na serra da Meira e percorre 300km até á sua foz em Caminha, dos quais os últimos 70 servem de fronteira entre Portugal e o pais vizinho. Como o seu regime nesta zona é ditado pelas descargas da Barragem da frieira, durante um só dia o Minho pode variar mais do que uma vez dos 300m3 para apenas 25… e em épocas de chuva chega a debitar regularmente mais de 600m3 e muito mais! Percurso 1: Embarque: Barragem da frieira. De Melgaço sair em direcção a S.Gregório e Espanha, cruzar a fronteira e pouco depois virar á direita para uma pequena estrada que indica barragem (embalse). Ao chegar a uma ponte, estacionar num largo de terra e continuar 5 min. A pé até á água, a jusante da parede da barragem. Desembarque: Praia fluvial de Melgaço. Dentro da Vila de Melgaço, seguir em direcção ao mercado e depois continuar para a direita por uma pequena estrada que irá entrar em terra, sempre a descer e que leva á praia fluvial. Dentro do rio, contar com o apoio de terra para sinalizar a saída ou então memorizar as margens pois há poucas referências. Época: Todo o ano. Descrição: Estão cansados de “creeking”? Estão mesmo a pedir um pouco de relax e muito divertimento? Bem vindos á “Playland”. Nesta secção o Minho proporciona um excelente terreno para “Freestyle” quando a barragem debita na ordem dos 200/300 m3.Percurso um pouco longo, com muitos remansos, mas também com

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Page 1: Guia Dos Rios

Rio Minho-11km/Cl III

Apoio: Melgaço e Valença do Minho

Regime: Pluvial. Barragem

Acampamento: Em Parque de Campismo em Penso ou selvagem na Praia Fluvial de Melgaço. Como alternativa pode-se acampar no lado espanhol na aldeia de Arbo num largo á esquerda uns 200m depois de passarmos a ponte.

O Rio: O Minho drena uma vasta região do norte da Espanha e recebe um grande número de afluentes, o que lhe permite ter água durante todo o ano. Nasce na serra da Meira e percorre 300km até á sua foz em Caminha, dos quais os últimos 70 servem de fronteira entre Portugal e o pais vizinho. Como o seu regime nesta zona é ditado pelas descargas da Barragem da frieira, durante um só dia o Minho pode variar mais do que uma vez dos 300m3 para apenas 25… e em épocas de chuva chega a debitar regularmente mais de 600m3 e muito mais!

Percurso 1:

Embarque: Barragem da frieira. De Melgaço sair em direcção a S.Gregório e Espanha, cruzar a fronteira e pouco depois virar á direita para uma pequena estrada que indica barragem (embalse). Ao chegar a uma ponte, estacionar num largo de terra e continuar 5 min. A pé até á água, a jusante da parede da barragem.

Desembarque: Praia fluvial de Melgaço. Dentro da Vila de Melgaço, seguir em direcção ao mercado e depois continuar para a direita por uma pequena estrada que irá entrar em terra, sempre a descer e que leva á praia fluvial. Dentro do rio, contar com o apoio de terra para sinalizar a saída ou então memorizar as margens pois há poucas referências.

Época: Todo o ano.

Descrição: Estão cansados de “creeking”? Estão mesmo a pedir um pouco de relax e muito divertimento? Bem vindos á “Playland”. Nesta secção o Minho proporciona um excelente terreno para “Freestyle” quando a barragem debita na ordem dos 200/300 m3.Percurso um pouco longo, com muitos remansos, mas também com muitos rolos fortes e ondas espectaculares para surfar. Logo no primeiro desnível depois da barragem, encostado á margem direita, há um rolo fabuloso (vê-se do local onde se param os carros). Depois sucedem-se rápidos em volume, compridos e espaçados, geralmente com grande s”v” bem definidos quando o rio é apertado pelos muros das pesqueiras.

Isolamento: Vale relativamente isolado e com poucos acessos. Do lado Espanhol uma linha de caminhos-de-ferro acompanha o rio e há alguns carreiros a pé, um deles que leva ao apeadeiro da aldeia de pousa.

Percurso 2 – 4,5km/CL III Embarque: Ver desembarque do percurso 1.Desembarque: Praia de Arbo (Espanha). Sair de Melgaço em direcção a Valença do Minho, virar á direita para Espanha (sinalizado) e atravessar a ponte de Arbo. Uns 100m depois, logo a seguir a um estacionamento, virar á direita para uma pequena estrada que desce e nos leva a outro estacionamento perto do rio e de um campo relvado. Bons acesos ao rio (e um bar no verão).

Page 2: Guia Dos Rios

Época: Todo o ano.

Descrição: Um excelente complemento do percurso 1, que é mais interessante com um caudal próximo dos 125m3. Bons spots para surfar. Ao passarmos debaixo da ponte, encostará direita para acabar a descida junto ao relvado. Um bom sitio para relaxar depois da descida. Mesmo em frente costuma haver bons l cais para treinar umas manobras. Se ainda houver forças, há que remar cerca de 500 metros a jusante e conhecer a famosa “Onda do Minho”, (Ola), ampla e incrivelmente suave, ideal para surf ou umas manobras horizontais. Logo atrás há uma segunda onda, mais vertical e a rebentar, que convida a coisas mais verticais. A onda forma-se com o caudal a 125m3. Como não há nenhuma escala, há que olhar para o rio em frente á praia de Arbo: se houver muita pedra e areia no meio do rio, está demasiado baixo (25m3). Se estiver tudo debaixo de água, está demasiado alto. É normal descer até á onda para brincar e depois remar de volta á praia (3 portagens a fazer). Se o rio estiver com caudal ecológico (25m3) forma-se um rolo perfeito 300 m a jusante da Onda e que é usado para a realização de provas de Freestyle Portuguesas e Espanholas. Há que poupar alguma energia pois o regresso á praia, quase 1km contra a força da corrente, vai ser um pouco duro…

Isolamento: Vale relativamente isolado e com poucos acessos. Do lado Espanhol há uma linha de caminhos-de-ferro que acompanha o rio e alguns carreiros a pé.

Rio Mouro-8 km/CL IV (5)

Apoio: Monção, Melgaço

Regime: pluvial

Acampamento: Parque de campismo de Monção. Como recurso, selvagem junto á ponte de Cela (embarque do percurso 1)

O Rio: Este rio drena o verde planalto de Lama de Mouro, por onde se podem avistar garranos selvagens e os imponentes montes de granito de Castro Laboreiro. Dezenas de ribeiros juntam-se para formar o mouro quando ele se precipita por um vale fechado e desnivelado em direcção a oeste e depois para Norte até ao rio Minho. As suas águas têm uma transparência impressionante e o granito em que corre uma cor maravilhosamente clara.

Percurso 1:

Embarque: ponte de Cela. De Monção, seguir a N202 em direcção a Melgaço. Em Ceivães, cortar para Riba de mouro por uma estrada estreita e sinuosa. Nesta aldeia, continuar para Gave e daqui para Cela. A meio do caminho encontra-se a ponte de cela, onde se entra no rio logo após a junção do Mouro com um afluente, perto de um moinho.

Desembarque: Ponte velha de Riba de Mouro. Regressando para atrás, antes da Riba de Mouro, segue-se uma estrada em direcção a pereiro e Virtelo que desce até á ponte. (Atenção: não é a ponte que se passa na estrada a caminho do embarque, junto a uma serracção, este será o desembarque do percurso bónus).

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Um espectáculo de beleza natural, atravessando gargantas cobertas de floresta antiga e vegetação frondosa que toca as águas do rio. Percurso com boa pendente, repleto de saltos

Page 3: Guia Dos Rios

para pôr em prática uma boa “giclé”. Com caudal médio, os rápidos têm suficientemente manobra e ficam compridos e divertidos. Pouco depois do início, a seguir a um curto plano de água mais calma, reconhecer na margem direita um salto de 4metros que será a passagem de classe5. Entrada estreita e um batente a meio que espalha a água em cortina, metade da qual vai directamente contra um bloco enorme de granito á esquerda, que faz drossage. Portagem relativamente fácil pela margem direita. O rio continua sempre muito bonito, com passagens divertidas e não muito exigentes (CL IV-). Por vezes avistam-se algumas lontras que fogem rapidamente ao aperceberem-se da nossa presença. O Mouro vai acalmando gradualmente, mas mantém bastante interessante até final.

Isolamento: Vale relativamente isolado na primeira metade, por vezes com paredes verticais. Vegetação abundante e cerrada que poderá dificultar um eventual abandono. Na segunda metade, acessos facilitados por campos cultivados em ambas as margens.

Percurso bónus: -2km/CL V (6)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ponte nova de Riba de Mouro, junto a uma serração, na estrada que liga Ceivães a Riba de Mouro.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Percurso curto e radicalmente diferente do anterior, com pendente bastante acentuada e diversas passagens muito exigentes (leia-se perigosas também). Começa com alguns açudes (que vão crescendo em altura) e depois o rio entra numa curta, mas tortuosa garganta semeada de blocos de pedra, troncos, sifões, etc. No entanto, dependendo do caudal e da limpeza do leito, proporciona momentos extraordinários de canoagem de águas bravas. Atenção: a fazer como complemento anterior se este não estiver muito forte e com bastantes reconhecimentos e boas seguranças activas.

Isolamento: Depois da zona de açudes, o leito encaixa e as escapatórias não são óbvias nem fáceis.

Rio Vez-3 km/CL V+ (6)

Apoio: Monção, Arcos de Valdevez.

Regime: Pluvial.

O Rio: O rio vez nasce a 1300m em plena serra da Peneda bem dentro do magnífico Parque Nacional da peneda-Gerês. No seu percurso, descreve um arco rodeando o parque até entrar no rio Lima, por um vale de paisagens deslumbrantes que conservam grandes extensões de velhas matas de carvalhos. A sua pendente ao início é intensa, aliviando pouco a pouco á medida que se aproxima de terras mais baixas.

Percurso 1:

Embarque: Ponte romana de Porta Cova. De Monção, apanhar para sul a N304 (que depois se torna a N202-2) em direcção a Sistelo, cortar á esquerda e subir a estrada estreita até á pequena ladeia de Porta Cova. Do largo onde termina a estrada, há que carregar os barcos durante 20min. Por um caminho empedrado abaixo até uma ponte romana.

Desembarque: Ponte de Sistelo, direcção Monção.

Page 4: Guia Dos Rios

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Talvez o percurso mais exigente que se pode remar em Portugal (um do nosso top3) e que deve ser feito com relativamente pouca água. Magnifico, sucessivo, estético: um dia inesquecível de águas bravas.Logo á partida os passos mostram bem o tipo de rio que vamos navegar: saltos, passagens estreitas e técnicas, toboggans. Há de tudo e muito, É obrigatório reconhecer muitos dos rápidos e montar seguranças eficazes, pois há poucos espaços de recuperação. Tomadas essas precauções, este percurso alto do Vez é daqueles que vão ficar na memória durante muito tempo. Pouco depois de embarcar encontramos a rápida chave do percurso (CL 6): um salto com 8m com uma recepção muito estreita e forte circular á direita. Mas que pode ser remado, dependendo do caudal do dia e com uma forte incidência á esquerda. Portagem pela margem direita, pelo meio do mato. Destacam-se ainda outros saltos que chegam aos 5 metros, que farão a alegria de todos, e muitas outras passagens sempre variadas e extremamente belas.

Isolamento: Vale relativamente aberto com terrenos cultivados na primeira parte do percurso, com um caminho pedestre que acompanha o rio pela margem esquerda, seguido de um vale mais encaixado e com uma vegetação densa até final. Há 1 ponte de cimento a meio do percurso que pode ser usada para sair pela margem esquerda, mas obrigando a carregar o kayak de regresso á aldeia de Porta Cova…

Percurso 2: -3,5km/CL IV+ (6)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ermida da Sra dos Aflitos.2 ou 3km abaixo de Sistelo seguindo pela N202, cortar para a direita por uma pequena estrada de terra que leva ao largo da capela.

Época: Novembro/Abril

Descrição: Percurso muito menos desnivelado que o anterior, mas com passagens exigentes e sucessivas. Pode ser parcialmente observado da estrada que segue o vale, especialmente a passagem CL6, um “S” muito fechado com a saída em drossage por baixo de um grande bloco de granito, logo pouco depois do início da descida. Portagem algo complicada pela margem esquerda, usando cordas. Também aqui neste percurso deve haver bastante tempo para reconhecer algumas passagens fora do barco e montar seguranças eficazes mas vale bem a pena o “trabalho” que dá.

Isolamento: Vale fechado entre granito e vegetação cerrada. A estrada passa perto, o que não significa que seja facilmente acessível…

Percurso 3: -6km/CL IV

Embarque: Ver desembarque do percurso 2.

Desembarque: Ponte de Neval. Na N202-2 direcção a Arcos de Valdevez, cortar á direita num cruzamento pouco visível logo a seguir a Portela de Neval, e fazer uma curva fechada – e descer até á ponte. Pelo rio não há que enganar, pois é a primeira ponte que se encontra.

Época: Novembro/ Abril

Descrição: o percurso ideal para trinar uma navegação de contra em contra. A quantidade e qualidade da animação dependem muito do caudal. Para estar bom este os dois acima estarão demasiado fortes. Com um nível mediano há dezenas de bonitas passagens a despertarem sempre a nossa atenção: rápidos em escadaria que chegam a ser compridos, curvas apertadas

Page 5: Guia Dos Rios

entre paredes de granito entremeadas por magnificas piscinas verdes e cristalinas. Mas por não chegar ao nível dos 2 anteriores, não há que subestimá-lo pois é um troço excelente e divertido, num vale já menos selvagem mas ainda assim de grande beleza.

Isolação: Vale relativamente aberto e com campos cultivados que permitem quase sempre ema boa (mas penosa) escapatória do rio. A estrada acompanha quase sempre o vale pela margem esquerda, apesar de nalguns pontos estar mesmo um bom bocado afastado do rio.

Percurso 4-5 km/CL III+(4)

Embarque: Ver desembarque do percurso 3.

Desembarque: Ponte romana de Aboim das Choças. Da N202-2 (direcção a Arcos de Valdevez) desviar para a direita e descer em direcção a Aboim das Choças, para encontrar a ponte romana.

Época: Novembro/Abril

Descrição: Percurso divertido com bastante água, com um desnível mais ou menos regular, salteado por algumas passagens um pouco mais fortes. Ter atenção que algumas quebram mais verticais formam por vezes retornos fortes. O final é um par de km depois da confluência com o rio Cabreiro, um afluente da margem esquerda.

Isolamento: Vale relativamente aberto com acessos a pé para as terras cultivadas, embora quase sempre distante da estrada.

Rio Castro Laboreiro

Apoio: Monção

Regime: Pluvial

Acampamento: Não é permitido fazer campismo selvagem pois estamos no seio do PN da Peneda Gerês. Parque de Campismo em Lamas de Mouro, na estrada entre Melgaço e Castro Laboreiro.

O Rio: O Castro Laboreiro é a prova viva de como um rio pode suavizar uma região rude e dura. Terra de granito nu, quase sem solo, de vegetação rasteira e áspera. Mas de beleza singular. O seu percurso dita, quase sempre, a fronteira com Espanha e encontra-se no seio do PN da Peneda Gerês, correndo para sul até entregar as suas águas ao Lima, ou melhor, á barragem do Lindoso.

Percurso 1-7km/CL V (2 INFS)

Embarque: Ponte de Ameijoeira. De Melgaço seguir as indicações para Castro Laboreiro, pequena aldeia no meio das serras. Cruzando a aldeia encontra uma interessante ponte romana á nossa direita, continuar pela estrada em direcção a Espanha. Imediatamente antes de atravessar a fronteira, na aldeia de Ameijoeira, virar á direita (pouco visível) e descer em alcatrão até á ponte.

Desembarque: Ponte de Ribeiro de Baixo. Atravessar a ponte do embarque para a margem direita e subir uns ganchos, para virar á esquerda na estrada principal que vem de Castro e descer alguns km até avistar Ribeiro de Baixo. Antes de entrar, virar á esquerda e seguir uma pequena estrada que se dirige para a parte debaixo da aldeia e acaba perto do rio. Um pouco abaixo avistamos a pequena ponte por onde passa gado, que será o final.

Page 6: Guia Dos Rios

Época: Fevereiro/Maio

Descrição: O início do percurso é feito em águas tranquilas, mas há que não desesperar. Um par de km á frente o rio muda radicalmente de carácter, para se transformar num verdadeiro parque de diversões natural. Um leito em magnifico granito bem polido, um desnível bastante generoso e água cristalina são o terreno. Saltos, cascatas e toboggans para todas as medidas são o jogo. Logo para marcar o ritmo, o primeiro rápido é uma sucessão de 4 toboggans que terminam numa agradável piscina… Agrada? Então não fiquem por aqui porque há muito mais. A segunda passagem é um salto duplo com um batente rochoso a meio que deve ser abordado com cuidado, porque também agarra um pouco na recepção. Pouco depois vem uma passagem a que chamámos “autoclismo”, um canal muito estreito em “S” onde nem cabe a pagaia, e com um salto de 2metros como porta de entrada… Cansados? Então experimentem o “Quebra-costas”, um cascata com 8 metros de altura com saída de uma laje e uma entrada estreita e armadilhada. No entanto, há que ter cuidado e montar boas seguranças e ter atenção com as pedras das margens, que escorregam. O infranqueável é óbvio, uma cascata com cerca de 15 metros com recepção rochosa. Portagem algo complicada pela margem direita, sendo mais fácil atirar os kayaks para a profunda piscina em baixo. E por que não ir em seguida em salto também? A passagem deverá ser infranqueável dependendo do caudal. Portagem margem direita difícil e com cordas. Até ao final ainda faltam longos slaloms entre pedras e alguns saltos que vão deixar muitas histórias para contar á noite. Atenção: ao nível do rio, que deverá ser relativamente baixo! Há uma escala na ponte da Ameijoeira, que deverá estar por volta dos 20cm e não muito mais! De toda a maneira a primeira passagem poderá servir de bitola para o resto do percurso: se todas as rampas agarrarem demasiado, desistir e voltar para trás a pé é a opção mais acertada…

Isolamento: Vale muito encaixado e isolado, com alguns caminhos a pé, mas difíceis de encontrar e longe da estrada mais próxima que está na margem direita.

Percurso 2-6km/CL V (2 INFS)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Barragem do Lindoso. Voltar atrás á ponte do embarque do percurso 1, passá-la para a margem esquerda e continuar até á estrada principal, virar á direita e entrar em Espanha. Seguir até Terrachan (Entrimo), daqui apanhar a estrada para Illa e Quintela. Na povoação de Illa, escolher uma estrada que leva até Olelas e continuar até entrar num portão. Seguir um pouco a pé até ter acesso ao rio em frente á mistura das águas do Castro com o Rio da Peneda (ou o inicio da barragem do Lindoso, conforme o seu nível).

Época: Fevereiro/Maio.

Descrição: Em conjunto com o Cavado e a parte alta do Vez, esta segunda garganta do Castro está no nosso top 3 dos rios de Portugal! É obrigatória! Mas para uma equipa tecnicamente forte e que esteja preparada física e psicologicamente para uma longa e penosa portagem. O dia começa logo com boas sequências de passagens técnicas, estreitas e alguns saltos de recepção rochosa entre grandes blocos. A uns 4km do início o rio mergulha uma magnífica e profunda garganta entre lajes de granito, revelando a sua bela e selvagem natureza. Chegamos ao ponto alto da descida (alto em todos os sentidos) com uma magnífica sequência de 3 cascatas com 6, 8 e 10m. Todas se podem fazer dependendo do ânimo da equipa e do caudal.Com pouca água, a 1ª não tem nenhuma boa trajectória, nem permite um “giclé” que nos afaste da recepção rochosa. A 2ª também se torna muito complicada com uma pequena barriga rochosa á superfície na recepção. Mas a 3ª, a mais alta, tem sempre uma trajectória e recepção limpas. Com caudal alto, cerca de 25cm na escala da ponte da Ameijoeira, as linhas ficam de alguma forma mais fáceis, mas toda a descida é mais exigente em todos os outros aspectos. As

Page 7: Guia Dos Rios

portagens das 2 primeiras fazem-se pela margem esquerda com o auxílio de cordas. Se optarem por não saltarem a 3ª então há que subir ao nível da vegetação da encosta esquerda e fazer uma portagem longa para evitar também as 2 próximas passagens que são infranqueáveis. Se a saltarmos teremos obrigatoriamente que sair logo em seguida pela margem esquerda. Portagem longa e difícil pelo meio da densa vegetação para evitar outra cascata infranqueável com mais de 20m de altura e uma entrada sinfonada, logo seguida de outro longo sifão com mais de 50m de comprimento. É uma boa ideia levar um arnês 2 cordas de 30m para facilitar as portagens. O resto da descida tem ainda bastante animação recomeçando logo novamente com longos toboggans e continua com saltos, rápidos e passagens para todos os gostos. Atenção ao caudal: Esta descida é um bom complemento do percurso 1 (num dia diferente, claro) e deve estar com as mesmas condições de água, ou seja, com cerca de 20cm na escala da ponte e não muito mais.

Isolamento: Vale muito encaixado e isolado. Há apenas um caminho pedestre nos primeiros 4km do percurso ao longo da margem esquerda que sai da ponte do início, excelente para uma equipa de apoio filmar e fotografar a sequência das cascatas.

Rio da Peneda

Apoio: Melgaço.

Regime: Pluvial.

O Rio: O rio da Peneda tem a sua origem no mesmo planalto do rio Mouro, mas corre para sul até misturar as suas águas com o Castro Laboreiro, normalmente já sob a influência da barragem do Lindoso. Todo o seu percurso se encontra dentro das fronteiras do magnífico P.N. da Peneda Gerês o que por si só é sinónimo de paisagens grandiosas e ambiente natural preservado.

O Percurso-8km/CL V (2 INFS)

Embarque: Roucas. Vindo de Lamas de Mouro para Sul, passar o bonito santuário da Srª da Peneda e continuar até passar uma ponte sobre o rio da veiga junto a Gavieira, cortar para a esquerda e descer um pouco até encontrar a aldeia de Roucas. Entrar no rio por um caminho a pé que se percorre em 2 ou 3 minutos.

Desembarque: Várzea. Do embarque, continuar pela mesma estrada na direcção do Soajo. Cortar para a esquerda num pequeno cruzamento para Adrão, na direcção de Paradela e Lindoso e depois novamente á esquerda para a aldeia da Várzea e Ínsua. Na Várzea há um pequeno caminho a pé que desce até á barragem. Como alternativa para evitar o extenso percurso “flat” na barragem, sair na mistura das águas (ver desembarque do percurso Castro Laboreiro 2).

Época: Novembro /Abril.

Descrição: Um rio surpreendente em todos os aspectos: paisagem luxuriante e rápidos de grande beleza. O início do percurso faz-se no rio da Veiga, um pequeno afluente da margem direita do rio da Peneda. Começa com pendente acentuada e leito bastante estreito, com pequenos saltos sucessivos e exigentes. Ao aproximar-nos de Tibo, temos de ter atenção a uma ponte destruída que está ao nível do rio, logo a seguir a um salto um pouco mais alto do que os anteriores. Estamos quase na confluência com o Peneda. A partir daqui a descida vai mudar bastante mais água, obrigando a uma navegação serpenteante entre grandes blocos de granito (Atenção: que muitos fazem sifão). Uns 600m a jusante da reunião dos rios encontramos o 1º infranqueável, um salto para dentro de uma marmita quase fechada e com paredes verticais que sifonam. Portagem margem direita. Continuamos a navegar mais um pouco pelo meio de um bosque bastante antigo com raízes enormes que abraçam as paredes de granito. É tempo de parar na margem esquerda para portear o 2º infranqueável: um bloco gigantesco que bloqueia

Page 8: Guia Dos Rios

todo o rio com um sifão também ele tamanho XL. O restante percurso continua sempre com passagens espectaculares, especialmente as duas últimas antes de se juntar ao Castro mas que, dependendo do nível da barragem do Lindoso, poderão estar debaixo de água… resta-nos uma boa aula de musculação enquanto remamos meia hora no plano da barragem até á aldeia de Várzea, que aproveitamos para interiorizar toda a beleza do vale que acabámos de percorrer ou para começar a contar as histórias desta sensacional descida.

Isolamento: Vale isolado com vegetação muito densa, apenas com uma ponte destruída um pouco depois do inicio do percurso ainda no rio da Veiga, com acesso a pé á aldeia de Tibo.

Rio Coura-8km/CL III

Apoio: Caminha.

Regime: Pluvial. Mini-hidrica.

Acampamento: Parque de Campismo entre Vilar de mouros e Seixas ou, como recurso, selvagem na praia Fluvial de Vilar de Mouros (desembarque alternativo do percurso).

O Rio: Água e paisagem magnificas. O Coura nasce ainda perto do berço do Vez e faz a sua corrida para o Atlântico em direcção a oeste, entrando no Minho já praticamente na sua foz, junto a Caminha.

O Percurso

Embarque: Ponte da Ribeira de S. João. De Caminha, seguir a N301 que vai em direcção a paredes de Coura. Continuar até cerca do km14, onde encontramos uma ponte sobre um afluente (ribeira de S. João). Uns metros antes da ponte, num intervalo da vedação da estrada, encontramos um carreiro a pé (inclinado e no meio das árvores) que nos leva até ao rio.

Desembarque: Ponte de Vilar de Mouros ou praia fluvial. Voltar atrás na mesma estrada e virar para a aldeia de Vilar de Mouros para logo encontrar a ponte. Em alternativa, seguir um caminho de terra que segue ao rio pela margem esquerda até um pequeno bar junto a um moinho, 500m a montante.

Época: Novembro/Abril

Descrição: Rio tranquilo, com pendente moderada e continua, com alguns estreitamentos que obrigam a alguma manobra (e a observar se estão fechados por ramos). Este pequeno rio corre num bonito vale que nos dá a sensação de estarmos muito isolados, apesar de seguirmos bem perto da estrada. O Coura atravessa algumas gargantas curtas mas belas, para depois ir suavizando gradualmente até perto do final, onde vamos encontrar uma séries de açudes que poderão ou não ser saltados, consoante o caudal. Atenção: ás descargas da central hidroeléctrica de France, pois não tem qualquer aviso ou sinalização…

Isolamento: Vale fechado com vegetação muito densa. Apesar disso a estrada acompanha-o de perto na margem esquerda, possibilitando o acesso por alguns pequenos caminhos. Possível saída na ponte da central hidroeléctrica, a pouco mais de metade do percurso.

Rio Cavado

Apoio: Montalegre.

Regime: Pluvial.

Page 9: Guia Dos Rios

Acampamento: Parque de Campismo de Cabril.

O Rio: Situado nos limites do PN do Gerês, o Cavado nasce na serra do Larouco a 1500m de altitude e percorre 129km até á foz. A parte alta deste rio poderá ter sido toda ela um verdadeiro paraíso de águas bravas, mas infelizmente encontra-se mutilada por um dos mais importantes conjuntos de barragens do país. Salva-se este pequeno percurso como um vestígio do seu passado selvagem, enlatado no meio de 2 barragens, alimentado sobretudo por pequenos afluentes, o que significa que apenas pode ser navegado em períodos de muita água na região.

O percurso:4km/CL V(6)

Embarque: Ponte de Vilarinho/Covelo. Na N103 que liga Braga a Chaves, virar para a esquerda direcção Cabril poucos km antes de Venda-nova. Aqui as coisas complicam-se um pouco por falta de indicações, mas há que virar para uma pequena estrada que sobe á direita para Covelo do Gerês e Paradela. Quando se encontra um cemitério virar logo em seguida á esquerda para um estradão em terra e descer de carro até onde for razoável. Seguir a pé (ou em jeep) uns 500m até á velha ponte. Entrada no rio algo difícil junta á ponte na margem esquerda.

Desembarque: Ponte da Central Hidroeléctrica. Do embarque, há que voltar á estrada para Cabril, virar á direita e descer até encontrar a ponte

Época: Fevereiro/Maio

Descrição: sem dúvida o mais espectacular de todos os percursos portugueses (um do nosso top 3)! Água límpida, paisagens estonteante, toboggans longos e “amigáveis”, saltos para todas as medidas com maravilhosas piscinas pelo meio. Um soberbo “aquaparque” natural, especialmente na zona central. O início tem algumas passagens estreitas e labirínticas com pouca visibilidade, mas sem dificuldades de maior. Na ponte do embarque deve parecer que o rio tem pouca água apenas o necessário para navegar sem ficar muito preso nas rochas. A jusante a pendente e a gravidade vão dominar. Ao aproximar-nos da secção central entramos no reino do granito. Lajes suaves, brancas e altas são a razão de virmos aqui. E o Cavado não nos vai desapontar… Há muitas passagens que merecem um reconhecimento, mas apenas para descobrir, com alegria, que quase todas podem ser navegadas apesar da sensação de vertigem que podem provocar… Mas atenção, porque 2 rápidos são bastante exigentes, CL 6!Um salto com recepção numa marmita quase fechada e um super toboggan com ressalto a meio e saída em drossage .Com um caudal normal é fácil fazer portagens e reconhecer todas as passagens Atenção: percurso a evitar com caudal elevado! Quase todas as passagens provocarão retornos violentos e haverá muitas poucas zonas de recuperação. Um paraíso que se pode tornar num verdadeiro inferno… A garganta termina em grande com um maravilhoso e divertido toboggan com quase 10m e completamente limpo que se faz á direita. Depois resta um pouco de navegação como a do início até chegar á ponte da Central onde se desembarca na margem direita. Estão preparados para tantas emoções?

Isolamento: Vale isolado e profundo. Apesar de existirem na realidade alguns caminhos a pé eles não são muito vísiveis e muito penosos de subir. Mas a estrada está algures, alta e distante, na margem esquerda.

Rio Covas-8km/CL IV (5)

Apoio: Ribeira de Pena, Boticas.

Page 10: Guia Dos Rios

Regime: Pluvial. Mini hídrica.

Acampamento: Parque de campismo em Mondim de Basto ou selvagem na zona de lazer de Bragadas ou ainda em Gardunho (no desembarque).

O Rio: Água extremamente transparente, apetitosa, mas fria. O vale onde o rio corre é absolutamente selvagem e muito bonito, atravessando algumas matas de carvalhos.

O Percurso

Embarque: Mini hídrica de Covas. Saindo de Ribeira de Pena pela N312 para norte em direcção a Boticas, há que cortar para Canedo e seguir até á aldeia de Covas do Barroso. Do extremo da aldeia sai uma pequena estrada que nos levará á mini hídrica. Embarque a jusante da barragem.

Desembarque: Gardunho, na confluência com o rio Beça. Para chegar a Gardunho, há que seguir novamente a estrada para Ribeira de Pena (N312) e curvar para a direita para pista em terra na placa que indica Gardunho. No rio, saímos a montante da junção por um pequeno caminho de terra na margem esquerda, passando por cima do Beça por uma ponte pedonal, em direcção ás casas da minúscula aldeola (2, 3 casas)

Época: Novembro/Abril.

Descrição: O caudal não está marcado, mas o rio tem de estar pelas árvores logo no início (O rio Beça no seu percurso clássico deverá estar muito forte). Com menos água há passagens que não podem ser feitas. Atenção: Muito cuidado com as descargas da mini hídrica pois não há sinalização! Nos primeiros 2/3 do percurso as passagens vão sendo entrecortadas por planos de água tranquilos e alguns açudes (um deles alto e com pouca recepção). Sem grandes avisos, o rio precipita-se numa garganta mais profunda e proporciona passagens de grande beleza técnica e estética. Esta zona mais fechada do rio antes de um grande bloco de granito do lado esquerdo. A maior dificuldade do rápido será a sua saída em curva contra uma parede com drossage. Logo após esta passagem que se evita com portagem na margem esquerda, teremos o final do percurso.

Isolamento: Vale isolado e fechado com vegetação muito densa, apenas com uma ponte logo no inicio do percurso, mas apenas acessível a pé ou em jeep.

Rio Beça

Apoio: Ribeira de Pena, Boticas.

Regime: Pluvial. Mini hídrica.

Acampamento: Parque de campismo em Mondim de Basto ou selvagem na Zona de Lazer de Bragadas ou ainda em Gardunho (ver desembarque do percurso 1).

O Rio: O Beça é um verdadeiro clássico dos rios portugueses: com enormes, grandes, médios e pequenos blocos de granito, que formam sempre rápidos espectaculares, muitas vezes deixando-nos escolher mais do que uma trajectória para os fazer. Nasce na fria serra de Leiranco perto da imponente barragem do Alto Rabagão, e percorre para sul um bom caminho até vir engrossar o caudal do Tâmega, entrando na sua margem direita. Desde 1999 que possui uma barragem que veio alterar o seu regime. O percurso 2 descrito fica a jusante da recolha de água (que é entubada e desviada para o Tâmega directamente) e só poderá ser navegado com bastante água a montante, onde se encontra o percurso 1.

Percurso 1-10km/CL III+

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Embarque: Canedo, um pouco antes da aldeia, onde a estrada se aproxima do rio. Na estrada (N312) que liga Ribeira de Pena a Boticas, encontramos o desvio para esta aldeia.

Desembarque: Gardunho, na confluência com o rio Covas. Para chegar a Gardunho, há que seguir novamente a estrada para Ribeira de Pena (N312) e curvar para a direita para pista em terra na placa que indica Gardunho. No rio, saímos antes da confluência numa pequena ponte pedonal e seguimos por um pequeno caminho em terra na margem esquerda em direcção ás minúsculas aldeola (2,3 casas).

Época: Novembro/Abril

Descrição: Percurso fácil, na generalidade em CL II, com algumas passagens espaçadas um pouco mais divertidas e açudes que se saltam com precaução, mas de grande beleza paisagística.

Isolamento: Vale fechado e isolado com vegetação muito densa. Há caminhos a pé, mas sou pouco visíveis e penosos de percorrer. A estrada vai longe ao longo da margem esquerda.

Percurso 2-13km/CL IV (5)

Embarque: Ponte de Torneiro. Saindo de Ribeira de Pena para norte, seguir a N312 em direcção a Boticas, cortar para a esquerda logo depois da zona de lazer de Bragadas- onde está uma placa a indicar zona de pesca desportivas por uma estrada estreita que desce em empedrado que nos levará á ponte.

Desembarque: Ponte de Caves sobre o Rio Tamêga, na estrada N206 que liga Ribeira de Pena a Arco de Baulhe.

Época: Novembro/ Abril.

Descrição: No caudal certo, este percurso do rio Beça é capaz de nos surpreender a cada remada que damos: saltos, toboggans, um pouco de volume, paisagem selvagem e uma sublime sensação de isolamento. N aponte do embarque observar com atenção o caudal, que deve parecer um pouco baixo, porque nesta zona o rio corre enganador. Uma centena de metros a jusante vai estreitar dramaticamente e ganhar pendente. Quase todas as passagens são seguidas de pequenas piscinas, para logo retomar um ritmo apaixonante. Sensivelmente a meio do percurso, numa zona com uma grande laje de granito na margem direita, é tempo de reconhecer obrigatoriamente um salto para uma marmita e uma recepção mais do que duvidosa (CL 5). Passar á extrema-esquerda por um espectacular “S” num canal muito estreito, ou optar pela portagem margem esquerda. Numa primeira descida, convém estar um grupo equilibrado, disposto a fazer inúmeros reconhecimentos e montagem de seguranças o que, aliados á extensão do percurso, irão proporcionar um longo – mas inesquecível – dia de águas bravas. Ao entrar no rio Tâmega, ainda nos esperam dois rápidos bem fortes e com um bom volume de água e ainda umas boas pagaiadas em águas mais calmas até chegar á ponte de Cavês (ver também descrição do percurso Tâmega 1).

Isolamento: Vale profundo, isolado e fechado com vegetação muito densa. Há caminhos a pé em ambas as margens, mas pouco visíveis e muito duros de percorrer com um kayak ás costas…

Rio Tâmega

Apoio: Mondim de Basto ou Ribeira de Pena.

Regime: Pluvial.

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Acampamento: Parque de Campismo em Mondim de Basto ou selvagem no parque de lazer de Bragadas.

O Rio: O Tâmega é outro dos grandes rios que atravessam Portugal. Desde a sua nascente em Espanha na região dos Montes de Invernadero até ao seu encontro com o rio Douro, percorre quase 100km atravessando uma boa parte do norte Português. Dos muitos percursos possíveis neste rio, elegemos apenas alguns, pelo seu interesse em termos de águas bravas aliada á relativa facilidade dos acessos.

Percurso 1-9km/CL IV (5)

Embarque: Ponte de Sto. Aleixo de Além Tâmega. Saindo de Ribeira de Pena pela N312 em direcção a norte para Boticas, encontramos pouco depois esta ponte.

Desembarque: Ponte de Caves, na estrada N206, que liga Ribeira de Pena a Arco de Baúlhe.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Entramos no rio para encontrar cerca de 3km em CL II com alguns açudes espaçados. Um perfeito aquecimento para a acção que se segue. O rio começa a ganhar alguma velocidade e podemos esperar um par de rápidos com ondas e pequenos stoppers que nos levam á passagem mais exigente (CL 5) umas escassas dezenas de metros a montante da confluência com o rio Beça. Trata-se de um salto com menos de 3m para dentro de uma marmita quase fechada que agarra bastante e deixa pouca margem para erros de trajectória. A inspeccionar e agir consoante o caudal, o nível técnico e a capacidade para montar uma segurança infalível do resto do grupo. A portagem faz-se pela margem esquerda e pode ser bastante complicada com um caudal acima do médio. Depois o Tâmega recebe uma grande quantidade de água do Beça e nota-se bem no volume. Ainda faltam 2 rápidos bastante exigentes, o primeiro é uma sucessão de desníveis com rolos mais ou menos potentes, que terá que ser reconhecida pois a linha correcta varia bastante consoante o caudal (á extrema esquerda ou ao centro a cruzar para a esquerda?). Portagem e reconhecimento na margem direita. A 2ª passagem é uma espécie de rampa, mais fechada á direita que, como o anterior, tem que ser reconhecida (ou porteada) pela margem direita. De resto espera-nos um pouco de navegação em CL III mais descontraída até ao final. Ter apenas atenção ao açude já com a ponte á vista que pode fazer retorno apesar de estar partido.

Isolamento: Vale isolado na primeira parte do percurso, com excepção de uma pequena aldeia (Friume) próximo da margem esquerda, 2km depois do inicio. Na segunda metade a estrada aproxima-se do vale, mas há apenas acessos a pé e estão pouco marcados.

Percurso 2-7km/CL III

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ponte de Brumela, na estrada que liga Arco de Baúlhe a Atei. Saída por um caminho a pé na margem esquerda.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: O ambiente ideal para um playboater quando se encontra com um caudal médio. Rápidos espaçados mas longos e trens de ondas a perder de vista, normalmente com boas contras ao lado. É escolher qual (ou quais) tem a nossa medida… O resto reserva apenas algumas emoções em passagens um pouco mais estreitas e alguns açudes que se saltam com

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precaução. Com um caudal baixo, este percurso perde uma boa parte do seu interesse, ficando demasiado “flat” com longas piscinas e pouca corrente. Salva-se o ambiente íntimo com uma natureza rude e algumas formações rochosas interessantes esculpidas pelas águas do Tâmega quando este corre furioso.

Isolamento: Vale profundo e isolado com acessos a pé, mas muito complicados. O melhor ponto de saída será um pouco a mais de meio do trajecto, na confluência com o rio Louredo (margem esquerda), subindo um pouco até encontrar uma pista para jeep que liga a Agunchos.

Percurso 3-10km/CL III (4)

Embarque: Novembro/Maio.

Desembarque: Ponte de Mondim de Basto. Na N210 logo á saída da localidade em direcção a Celorico de Basto e Fafe. Saída antes da ponte na margem esquerda por um caminho de terra.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Se o percurso anterior estava bom de água e divertido, porque não continuar a festa? As características são semelhantes, apesar de um pouco mais fracas. Ou seja, rápidos mais espaçados e trens de ondas menos longos. Mas continua a merecer o interesse, especialmente um açude um pouco maior que os outros e que se deve saltar á direita pelo “V” onde se encontra partido e que forma umas magnificais 4 ondas que podem chegar a ser MUITO grandes (CL 4). Atenção: ao retorno que pode ser violento a meio e á esquerda, não falhar a trajectória correcta. O resto da navegação faz-se em CL II e CL III até á ponte da chegada.

Isolamento: Vale aberto mas isolado, relativamente longe de qualquer estrada (mas sempre mais próxima na margem esquerda).

Percurso 4-7km/CL IV(5)

Embarque: Desembarque percurso 3.

Desembarque: Praia fluvial de Britelo (Vau). Seguindo a N210 em direcção a Amarante e Celorico de Basto, cortar á esquerda para a povoação de Britelo, continuar sempre em frente até entrar em terra batida, numa quinta virar novamente á esquerda e seguir pela estrada sinuosa e lamacenta que desce até á praia fluvial.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Uma garganta curta mas intensa, que permite uma navegação divertida em volume, com rápidos longos e ondas espaçosas… Percurso que pode variar muito em dificuldade consoante o caudal do dia. Com muita água o percurso é entusiasmante, deixando-nos deslizar á velocidade da corrente – muito forte e rápida – entrecortado por grandes paredes de granito. Nesses locais, formam-se ondas sucessivas com grandes e potentes rolos á espera de surpreender os mais distraídos. Sensivelmente a meio desta garganta, quando o caudal está baixo, há uma longa recta que tem uma rocha que sinfona, quase no fim. O ideal será parar, reconhecer e montar segurança. Quase na conclusão do percurso, há que ter muita atenção á passagem chave: “O Trambolhão”, uma súbita quebra de pendente com forte retorno (CL 5). Já houve aqui um acidente mortal em rafting em 2000… O reconhecimento (e portagem) pode ser feito em ambas as margens. Normalmente rema-se ao lado esquerdo mas ainda longe da margem, mas a reconhecer porque a trajectória muda bastante com o caudal e mesmo após cada período de cheia. Atenção: imediatamente antes pode haver uma série de ondas e rolos fortes que dificultam a paragem antes do salto se o caudal estiver mesmo forte. Logo a seguir o rio acalma deixando encostar á margem direita na praia fluvial e terminar a descida.

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Isolamento: Vale profundo, muito isolado e sem acessos.

Percurso 5 -18km CL III (3+)

Embarque: Ver desembarque do percurso 4.

Desembarque: Ponte de Amarante.

Época: Novembro /Maio.

Descrição: A toada é de passeio, longo mas tranquilo. Navegação quase sempre em CL II, com excepção de um rápido com um trem de ondas a direito (CL 3+) que se encontra logo a seguir á 2ª ponte suspensa que pode ser facilmente ser evitado com portagem em ambos os lados. Ter atenção a alguns ramos de árvores mais frondosas junto ás margens se o caudal estiver um pouco forte, Chegada triunfante á bela cidade de Amarante.

Isolamento: Vale aberto ma isolado, com excepção feita aos últimos 5km em que uma estrada (que liga Amarante a Fridão) segue quase encostada á margem esquerda do rio.

Rio Louredo

Apoio: Ribeira de Pena.

Regime: Pluvial.

Acampamento: Parque de Campismo em Mondim de Basto ou selvagem na Praia Fluvial de Cerva (ver desembarque percurso 1).

O Rio: O Louredo nasce um pouco a norte da bela serra do Alvão, perto das termas de Pedras Salgadas. Percorre os seus primeiros km num planalto verde, para logo se apressar por um estreito, inclinado e pedregoso leito de granito de granito até entregar as suas águas ao imponente rio Tâmega na sua margem esquerda. Belo e ainda selvagem, este rio corta uma região que ainda conserva muita vegetação outrora característica do norte do País.

Percurso 1-4km/CL V (INFS)

Embarque: Ponte do Louredo. Na estrada Nacional N206, que liga Vila Pouca de Aguiar a Ribeira de Pena, cortar em Portela de Sta Eulália para a N312 em direcção a Cerva. Nesta vila, subir por uma estrada para Seixinhos, na parte de cima da aldeia virar para estradão em terra que nos levará até uma ponte antiga.

Desembarque: Praia fluvial de Cerva. Na Vila, procurar o acesso á praia fluvial indicado em placas.

Época. Novembro/ Abril.

Descrição: Este percurso é verdadeiramente exigente, com um desnível muito acentuado, muitas passagens de grande dificuldade técnica entre blocos de granito e alguns saltos altos, consecutivos e com recepções deficientes. Vamos encontrar durante esta curta descida tantos passos marcados, infranqueáveis ou não, que é difícil enumerá-los a todos. Decididamente este não é um desafio para os mais impressionáveis. Mas pelo meio de tantos trabalhos e dificuldades temos tempo para apreciar alguns rápidos de extrema beleza, entre os quais um salto de 7m totalmente limpo. E para todos os efeitos há sempre uma piscina á nossa espera… Algumas das portagens tornam-se realmente difíceis e aconselha-se o uso de cordas. Á medida que se aproxima o final as dificuldades vão diminuindo, mas sempre bastantes exigentes e

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perigosas, com a possibilidade de ramos e troncos bloqueados no meio dos rápidos. Descida para ser considerada por uma equipa pequena, muito experiente e com um caudal relativamente baixo…

Isolamento: Apesar da sensação de isolamento, há diversos pontos onde se pode abandonar o rio sempre pela margem esquerda, subindo até á estrada em terra que leva á ponte do início ou até á aldeia de Seixinhos. Mas regra geral os acessos são bastantes difíceis.

Percurso 2-9 km/CL IV+ (1INF?)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ponte de Brumela, sobre o rio Tâmega, na estrada que liga Arco de Baulhe a Atei. Saída por um caminho a pé na margem esquerda.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Este percurso é menos impressionante que o anterior, mas ainda assim de grande interesse. Para termos o caudal ideal, não deve passar demasiada água por cima do açude da praia fluvial do embarque, apenas alguns centímetros. Começamos por remar planos em água relativamente calmos, passando um afluente na margem esquerda, saltando alguns açudes de alturas que variam entre 1 e 3 metros (atenção ás recepções!). Um destes açudes, o mais alto, passa-se num canal que se forma á direita junto a uma parede em pedra que faz um pouco de drossage. O rio vai ganhando ritmo, estreitando, até mergulhar numa sucessão de pequenas gargantas em granito escuro, formando rápidos espectaculares que permitem quase sempre uma navegação de contra em contra. Antes do meio do percurso, o vale encaixa ainda mais e surge-nos a passagem mais exigente (CL 4+): um salto de 3 metros que normalmente faz retorno ao centro e á esquerda. Portagem algo complicada pela direita com hipótese de partida lançada. Atenção: apenas alguns metros depois, há uma passagem estreita que sifona á direita e que pode ser infranqueável, dependendo das condições do rio. Antes da ponte que encontramos durante a descida, há que parar para reconhecer uma ruptura de pendente que, consoante o caudal, se salta a meio ou á extrema-esquerda. Daqui até final, há ainda uma boa sucessão de passagens divertidas com alguns rápidos compridos, saltos e slaloms entre blocos para testar a nossa leitura do rio. Entrando no grande Tâmega, resta uma navegação descontraída em CL II e III em volume até ao final.

Isolamento: Apesar de relativamente isolado, da vegetação cerrada e encostas abruptas, há 2 pontes. A primeira de fácil acesso na estrada que vai para Caves e outra imediatamente antes de Louredo entrar no Tâmega (acesso de Agunchos ou Brumela, apenas a pé ou jeep).

Rio Olo

Apoio: Mondim de Basto, Amarante.

Regime: Pluvial.

Acampamento: Parque de Campismo em Mondim de Basto ou selvagem na Praia Fluvial de Ponte D’Olo. (desembarque do percurso 1) ou ainda junto á ponte de Canadelo (desembarque do percurso 2).

O Rio: O Olo é um dos mais atraentes rios do norte de Portugal. Nasce em plena serra do Alvão, próximo da população de Lamas de Olo no coração do Parque Natural e vai entregar as suas águas ao rio Tâmega, na sua margem esquerda. Pouco km depois da nascente, o Olo despenha-se numa sucessão de cascatas (infranqueáveis!), conhecidas como as “ Fisgas do Ermelo”. Depois, apesar de atenuar a pendente, mantém a sua grande beleza.

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Percurso 1-5,5km/CLIII

Embarque: Ponte de Ermelo, na estrada que liga Mondim de Basto a Ermelo (N304), junto ao desvio para as “Fisgas do Ermelo”.

Desembarque: Praia fluvial de Ponte d`Olo. Do embarque, voltar para trás de novo em direcção a Mondim, para cortar para uma pequena estrada que desce á esquerda serpenteando até uma ponte e á praia fluvial.

Época: Novembro/ Abril.

Descrição: Percurso bonito, mas pouco exigente tecnicamente. Com rápidos de CL II e III e apenas algumas passagens mais marcadas. Uma excelente alternativa á estrada normal é subir um pouco pela estrada que leva ás “Fisgas”, virar na 2ª (a mais larga) estrada em terra á direita e descer de carro até ser possível, fazer o resto a pé para entrar no rio num magnífico toboggan (alto, mas fácil tecnicamente). Repetir até cansar porque do final deste “aquaparque” até ao inicio normal do percurso é perto e em CL III.

Isolamento: Apesar de não ter muitos acessos evidentes, o rio segue sempre relativamente próximo da estrada na margem esquerda.

Percurso 2-9,5km/CL IV

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ponte de Canadelo. É complicado chegar a esta ponte pois só tem acesso por estrada em terra, e nada evidente. Do ponto de embarque tomar a direcção de Mondim de Basto, logo após Ponte d’Olo virar á esquerda para uma pequena estrada (ignorar o desvio para Paradança) e continuar em terra até entrar na N1208, para sair logo em seguida para a esquerda em direcção aos viveiros de árvores. No cruzamento virar á esquerda (quase para trás) e continuar em terra evitando os buracos e desfrutando a paisagem de floresta até á ponte. No rio, saída na margem esquerda antes da ponte, junto a um antigo moinho. Subir a pé por um pequeno caminho que sobe íngreme até á ponte.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Na ponte do desembarque é mais fácil verificar o caudal, olhando para o rápido a montante. Não deverá estar muito forte e ter pedras á vista para um caudal normal. A entrada no rio é feita numa zona calma, onde a primeira impressão é a transparência extraordinária da água, com um ligeiro tom azulado. Os primeiros km são feitos ao sabor da corrente com alguns açudes e pequenos saltos de caminho. Ao passar uma pequena ponte suspensa e em mau estado, o rio começa a correr num leito de granito e as passagens ficam mais técnicas. Slaloms, toboggans, pequenos saltos são então a ementa, e como ela é deliciosa. Apenas 2 ou 3 passagens pedem um reconhecimento fora do barco numa primeira descida. Já com a ponte que marca o final da descida á vista, há a passagem chave), que deve ser reconhecida e feita com cuidado pela extrema-direita.

Isolamento: Vale fechado e isolado com vegetação muito densa. Há 3 pontes ao longo do percurso com acessos a pé (margem esquerda), mas relativamente longe das estradas principais.

Percurso 3-7km/CL III_IV (1 INF)

Embarque: Ver desembarque do percurso 2.

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Desembarque: Ponte de Fridão. Na N312 que liga Fridão a Amarante. Pelo rio, a seguir á ponte (quase por baixo dela), sair na margem esquerda.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Percurso menos ritmado do que o anterior, mas com alguns rápidos belos e técnicos. Excelentes saltos por cima de pedras com formas estranhas, e muitos toboggans. Um pouco antes do meio do percurso há uma barragem infranqueável que deve ser porteada pela margem direita. Uma pagaiadas depois há um magnífico salto duplo CL IV que deve ser reconhecido. Atenção: Logo em seguida há uma zona semeada de sifões e por isso deve-se progredir com bastante cuidado! Em seguida o vale alarga, as passagens vão-se sucedendo entrecortadas por alguns remansos e açudes pelo meio.

Isolamento: Vale fechado e isolado com vegetação muito densa. Um pouco abaixo da barragem, há a possibilidade de sair do rio antes das passagens mais complicadas, junto a uma ponte a que se tem acesso a partir da aldeia de Olo.

Rio Tinhela-7km/CLIII+(4+)

Apoio: Vila Real, Mirandela.

Regime: Pluvial.

O Rio: O rio Tinhela nasce na serra da Padrela, um pouco a sul de Chaves, e é um afluente da margem direita do grande Tua. Corre num leito formado por granito escuro, numa profunda e bela garganta, atravessando uma região inóspita e muito fria. Com o caudal certo (médio) poderá ser um suplemento do percurso do Tua, mais técnico e com muito menos volume mas ainda assim, espectacular. Como recompensa, no final estão á nossa espera umas termas de água quente…

Embarque: Ponte de Martim. De Vila Real, seguir o IP4 e sair para Murça. Daqui seguir uns poucos km pela N15 (direcção Mirandela) até encontrar o desvio para Candedo, 2 km antes desta aldeia, virar para a direita para a pequena aldeia de Martim pela N1185-1, e continuar até á ponte.

Desembarque: Ponte das caldas de Carlão. Depois de atravessar Candedo, virar para sul continuando na N1185, na direcção de Brunheda (Ver também o acesso ao percurso do Tua), e curvar para as termas na direcção de Carlão, onde se encontra a ponte sobre o Tinhela logo antes dele entrar no Tua.

Época: Novembro/Maio.

Descrição. Um rio de grande beleza e um desafio técnico não demasiado exigente. Estamos envolvidos por encostas altas e áridas que nos fazem sentir muito pequenos. Sensação de imponência esmagadora que nos fará esquecer o frio cortante que caracteriza esta região. A grande maioria da descida faz-se sem grandes sobressaltos em CL III, mas algumas passagens mais exigentes em CL IV e uma delas mesmo 4+, vão manter a nossa atenção ocupada desde a primeira até á ultima pagaiada.

Isolamento: Vale profundo sem acessos. Isolamento considerável.

Rio Tua-20km/CL IV(4+)

Apoio: Vila Real, Mirandela.

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Regime: Pluvial.

Acampamento: Selvagem num campo na margem direita do rio Tua, a montante da Ponte de Brunheda (o local do embarque).

O Rio: O Tua é um dos mais volumosos rios que atravessam Portugal. Nasce como Tuela em Espanha e vai sendo engrossado por sucessivos afluentes no seu percurso até ao Douro. Atravessa uma zona remota, fria e seca, e forma uma das mais impressionantes gargantas do pais acompanhada por uma não menos fabulosa linha de caminhos-de-ferro.

Embarque: Ponte de Brunheda. De Vila Real, seguir o IP4 e sair para Murça. Daqui seguir uns poucos km pela N15 (direcção Mirandela) até encontrar o desvio para Candedo, desta aldeia seguir as indicações para Brunheda, entrar na N314 e virar á direita e seguir até encontrar a ponte (Ver acesso ao percurso do Tinhela). Uns 300 m antes da ponte – na margem direita – há uma pista em terra que desce até ao rio.

Desembarque: Rio Douro, 200 ou 300m a montante da foz do Tua. Na N314, depois de Brunheda, continuar para sul até ao rio Douro, e aqui seguir a margem até chegar o mais perto possível da foz do Tua.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Um longo dia de navegação em volume, com grandes sequências de ondas e rolos, entrecortados por planos de água mais calma, mas sempre com uma paisagem de cortar a respiração. Antigamente era conhecido como “O Inferno Branco”, porque com um caudal médio os rápidos ficam extensos e espectaculares, obrigando a sequências rápidas de remadas e mudanças de trajectória para evitar alguns buracos mais duvidosos. Grande parte do percurso pode ser navegado á vista e em movimento. Ter especial atenção a 2 passagens que, com um caudal baixo, poderão fazer retorno e sifonar. No entanto são fáceis de detectar pois são bem marcadas e facilmente se evitam com portagens pela margem esquerda. Especial cuidado também com a última passagem antes do Douro, que estreita entre gigantescos blocos de granito com um enorme sifão ao centro, que poderá ser infranqueável com pouca água.

Isolamento: Vale muito profundo com grandes paredes de granito e acessos muito difíceis até á linha de caminhos-de-ferro que acompanha o percurso pela margem esquerda, e depois muito perigoso caminhar pela linha até á estação mais próxima…Há 1 saída fácil na margem esquerda nas Caldas de S. Lourenço, uns 4km depois do início.

Rio Tedo-10,5km/CL IV+ (5)

Apoio: Lamego, Peso da Régua.

Regime: Pluvial.

Acampamento: Selvagem junto á Ponte de Sto. Adrião (o desembarque).

O Rio: O Tedo poderia ser mais um dos inúmeros afluentes da margem esquerda do Douro, mas tem uma particularidade que os distingue de todos os outros. Em vez de um percurso sinuoso como os seus companheiros, optou por traçar uma linha recta com uma pendente acentuada e contínua até entregar as suas águas ao Douro. Um verdadeiro rio Alpino em pleno Portugal…

O Percurso:

Embarque: Granja do Tedo. Da N222 que segue junto ao Douro em direcção a S.João da Pesqueira, há que cortar para a direita junto a Folgosa para uma pequena estrada (N1101) que

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nos leva a Vila Seca, Coura e finalmente Sto. Adrião. Antes desta última aldeia virar á esquerda e atravessar a ponte (a do desembarque) para cortar á direita antes de Tabuaço para a N514 em direcção a Carrazedo e depois virar á direita para Granja. Nesta aldeia procurar o acesso que fica junto a um pequeno parque e uma ponte pedonal.

Desembarque: Ponte de Sto. Adrião. Fazer o caminho inverso, antes de Tabuaço virar á esquerda, num caminho de terra junto a casa.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Um rio feito “prego a fundo”: rápido e sempre a descer. Apesar de parecer um percurso algo longo, vai parecer passar num instante. Dadas as suas características alpinas, a água ganha bastante força e velocidade, obrigando a uma navegação sempre atenta e a decisões imediatas para enfrentar uma CL IV contínua. Uma excepção num país onde a grande maioria dos rios são do tipo “pool and drop”, ou seja, normalmente encontramos uma zona mais calma a seguir aos rápidos. Aqui as contracorrentes são pequenas e escasseiam, o que obriga a uma organização de descida diferente do habitual. Depois da ponte que se encontra o percurso, as dificuldades aumentam, e a corrente fica ainda mais acelerada, sempre com rolos e pequenos saltos que não dão muito tempo para apreciar a paisagem. Vamos encontrar uma passagem bastante mais exigente (CL 5), uma curta garganta muito estreita e com desnível que pode ser evitada com uma portagem pela margem esquerda. Atenção: porque o rápido não é muito visível a montante e a paragem antes é algo complicada por falta de uma contracorrente bem definida! Daqui ao final continua em estilo alpino com algumas pedras e ramos a dificultar ainda mais as trajectórias, e dando sempre a sensação espectacular de estarmos num longo e contínuo toboggan…

Isolamento: Vale relativamente aberto com acessos para campos de cultivo, mas afastados das estradas. A cerca de 1/3 do percurso há uma ponte com acesso na margem esquerda junto á aldeia de Goujoim.

Rio Varosa-7km/CL V(5+)

Apoio: Castre Daire, Lamego.

Regime: Pluvial. Mini hídrica.

Acampamento: Selvagem junto á ponte de de Figueira, no final do percurso.

O Rio: O Rio Varosa é outro “filho” da Serra do Leomil, como o Paiva, mas corre para Norte em direcção ao gigante Douro. Escava o seu caminho tortuoso por encostas muito íngremes, acalmando um pouco por altura de Tarouca, para voltar a precipitar-se num vale selvagem e de grande beleza. Uma das descidas “obrigatórias” em Portugal, agora ameaçada por uma mini hídrica que só deixa um caudal aceitável para a descida quando há muita água na região. Atenção: ás descargas da barragem sem aviso!!

O Percurso:

Embarque: Mini hídrica de Gouviães. Sair de Castro Daire para norte em direcção a Lamego pelo IP3 e daqui apanhar a N226 em direcção a Tarouca. Sempre na N226, depois de passar Britiande e Barrocal (Ferreirim), cortamos para a esquerda (antes do cruzamento para Tarouca) e logo em seguida á direita para a N526 que nos leva a Gouviães. Continuar até ao acesso da mini hídrica, onde começa a descida.

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Desembarque: Ponte de Figueira. Do embarque, voltar atrás até á N26 e segui-la até Britiande. Logo á saída da aldeia, virar á direita para a N524 direcção Figueira e Peso da Régua. 4 Ou 5km á frente, depois de umas curvas em descida encontramos a ponte do final.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Que rápidos magníficos que o Varosa encerra dentro de si… Pouco depois do início, temos logo um maravilhoso salto de 8m, com uma laje a servir de rampa de lançamento que se faz á esquerda, mas não demasiado perto da margem. Que tal para começar? Um pouco mais á frente é tempo de parar á direita para reconhecer uma desafiadora e técnica sequência em “S” com bastante pendente e um final estreito que costuma agarrar bastante (CL 5). Depois de outros rápidos emocionantes, há um longo toboggan debaixo de uma ponte antiga com uma pequena piscina na recepção. Curta mas suficiente para preparar outro salto de 5m. É altura de largar os travões para uma longa rampa seguida de mais um salto de 5m, largo e completamente limpo… O Varosa surpreende sempre pela positiva ao virar de cada curva! Já quase no final do percurso há um salto muito estreito e recepção rochosa (CL 5+) com fácil portagem pela margem direita e que convida a uma partida lançada.Atenção aos ramos e troncos que por vezes se encontram nas passagens mais estreitas. Com alguma água, muitos saltos fazem retornos violentos, e com um nível médio há o perigo real de bloqueios verticais em alguns rápidos, mesmo quando não aparentam qualquer problema.Especialmente num acima da ponte intermédia, onde o rio deriva todo para a esquerda, antes de uma curva para a direita. Bons reconhecimentos e colocação de boas seguranças activas é fundamental neste rio.

Isolamento: Vale encaixado e selvagem, apenas com uma ponte que poderá servir para abandonar o rio, cerca de 3km depois do início. O acesso á ponte faz-se apenas a pé, mas os carros chegam á aldeia de Vila Pouca, um pouco acima. Para chegar a esta aldeia de carro, há que passar a ponte do desembarque para a margem direita, cortar á direita depois de Figueira para a N313 direcção Armamar, e voltar novamente á direita para Aldeias, Queimada, Queimadela para chegar por fim a Vila Pouca.

Rio Balsemão-5km/CL V+ (INFS)

Apoio: Lamego, Castro Daire.

Regime: Pluvial. Residualmente Nival.

Acampamento: Não há bons locais para fazer campismo selvagem na zona. Como alternativa ficar na Praia da Folgosa (ver desembarque percurso 2 do rio Paiva).

O Rio: O Balsemão é irmão do rio Varosa, mas nasce nas serras de Bigorne e Montemuro, correndo também para Norte e indo juntar-se do seu companheiro na barragem do Varosa, pouco antes de se entregarem ao Douro. Grande parte do seu percurso pode ser observado ao longo da estrada antiga que liga Castro Daire e Lamego (N2).

O Percurso:

Embarque: Ponte de Penude. Saindo de Lamego em direcção a Castro Daire pela N2, virar á esquerda ao km 108, antes de Penude, para Lamelas e depois á direita para cruzar a aldeia e descer um pouco até á ponte.

Desembarque: Ponte da N226 em Lamego. Logo á saída de Lamego pela N226 direcção Tarouca, encontra-se a ponte (há outra ponte um pouco a jusante, na N226-2 que também pode ser usada).

Page 21: Guia Dos Rios

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Forte pendente, leito estreito, inúmeros blocos de granito, passagens muito exigentes e perigosas dão o carácter desta descida. Ao contrário do Varosa, não há tantos saltos e passagens marcadas, mas uma pendente mais contínua e tortuosa. Exige muitos reconhecimentos por causa de ramos e passagens fortes que poderão ser infranqueáveis ou muito exigentes, dependendo do caudal. Logo no início (visível da ponte do embarque) encontramos uma passagem estreita que pode servir de referência para avaliar o caudal no resto do percurso, se esta estiver muito forte, suspender a descida é a melhor opção. Há pelo menos dois saltos um pouco mais altos com recepção duvidosa e que formam fortes retornos na recepção ,além de muitas outras passagens muito técnicas. As portagens tornam-se difíceis por causa da vegetação cerrada. Resumindo, esta é uma descida para um grupo forte tecnicamente e não muito numeroso.

Isolamento: Apesar de correr num vale relativamente fechado, há duas pontes pedestres no percurso e alguns caminhos que levam até á estrada que acompanha o vale não muito distante da margem esquerda.

Rio Bestança-6km/CL IV+(5)(1INF?)

Apoio: Cinfães, Lamego.

Regime: Pluvial. Residualmente Nival.

Acampamento: Não há bons locais para fazer campismo selvagem na zona. Como alternativa ficar na Praia Fluvial da Folgosa (ver desembarque do percurso 2 do rio Paiva)

O Rio: O Bestança é outro fruto da serra de Montemuro, drenando as águas das chuvas e do degelo dos 1400m de altitude da encosta norte da serra, e levando-as até ao Douro. Vale de extrema beleza com vegetação abundante e bosques nas margens durante grande parte do percurso.

O Percurso:

Embarque: Ponte de Valverde. De Cinfães, apanhar a N321 direcção Tendais e Castro Daire, 2km depois virar á esquerda para a estrada secundária, depois de mais 2km virar á direita para a N1025 direcção Valverde. Depois de Vila de Muros e parar cerca de 500m antes de Valverde (junto a Agulhão), descer um caminho romano para a esquerda que nos levará, numa caminhada de 15min, até a uma bela ponte Romana.

Desembarque: Ponte de Pias. Em Cinfães, seguir a N222 direcção Oliveira do Douro e Resende. Em Pias cortar para a que desce á esquerda e fazer as curvas que levam á ponte. Boa saída junto á ponte na margem direita (uma escadaria que desce mesmo até ao rio).

Época: Novembro/Abril.

Descrição: O transporte longo – mas sempre a descer – dos kayaks até ao rio, é largamente compensado pelas passagens divertidas e exigentes que este magnífico vale esconde. Começa calmo e com pendente regular cortada por alguns açudes, mas a pouco mais de 1km do início, o rio lança-se furioso por uma garganta estreita, profunda, com um desnível considerável que em nossa opinião é infranqueável (mas a reconhecer e julgar). Portagem um pouco longa e com cordas pela margem direita. Durante o resto do percurso encontramos alguns passos fortes e com boa dificuldade técnica que não nos irão desiludir. Como um salto “cego” para dentro de uma marmita escavada na parede vertical (CL 5) e ainda rampas, saltos com recepção rochosa, trajectórias complicadas e ao milímetro.

Page 22: Guia Dos Rios

O Bestança mantém-se sempre interessante, mas vai decrescendo de dificuldade á medida que se aproxima do final. Ambiente de isolamento delicioso. Atenção: ao caudal! Com muita água algumas passagens poderão ficar muito difíceis (para não dizer perigosas) e muitas serão mesmo infranqueáveis.

Isolamento: Apesar de acompanhado por estradas em ambas as margens, é difícil detectar os caminhos a pé que lhes dão acesso. As encostas estão cobertas de vegetação cerrada e são bastantes íngremes. Há um caminho que permite abandonar o rio na margem direita logo após a portagem e liga á estrada N1027 que vai da aldeia de Covelas para Ruivais.

Rio Paiva

Apoio: Arouca, Castro Daire.

Regime: Pluvial.

Acampamento: O Paiva nasce nas serras de Leomil e da Lapa, para os lados de Moimenta da Beira. Percorre ainda bastante caminho até começar a ser navegável. É o rio mais polivalente, pois oferece percursos de diversos graus de dificuldade e conserva um caudal mais ou menos regular durante uma longa temporada. O verdadeiro clássico dos rios portugueses.

Percurso 1-10km/CL III

Embarque: Ponte de Covelo de Paiva. De Castro Daire seguir a N225 em direcção a Vila Nova de Paiva para entrar na aldeia de Vila Cova á Coelheira, virar á esquerda para a N1164 e andar cerca de 4km onde, logo antes da aldeia de Malhada se curva á esquerda e desce até á ponte de Covelo de Paiva.

Desembarque: Ponte de Granja. Regressar á N225 em direcção Castro Daire, virar depois á esquerda em direcção a Granja, passar a aldeia continuar em frente na pequena estrada, atravessar o rio Mau e descer até a uma ponte sobre o rio Paiva.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Percurso com uma paisagem muito bonita. Navegação fácil e descontraída essencialmente em CL II, rápidos relativamente fáceis e espaçados e alguns açudes para saltar no caminho. Percurso para desfrutar a natureza.

Isolamento: Vale relativamente aberto, com duas pontes apenas acessíveis a pé e longe das estradas principais.

Percurso 2-5km/CL III (6)

Embarque: Desembarque do percurso 1.

Desembarque: Praia fluvial de Folgosa. Voltando atrás pela N225, 1km antes de chegar a Castro Daire encontra-se uma rotunda, cortar na última á esquerda para uma estrada estreita que depois de subir um pouco irá descer bastante (manter- se na estrada da direita) com algumas curvas até á praia fluvial.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Este é um excelente percurso para principiantes, com pequenos rápidos espaçados, e onde podemos encontrar alguns locais para brincar. E eles vão aparecendo, tendo como ponto mais alto o famoso “Pô-lo em pé” – onde se fez o primeiro encontro de rodeo em Portugal.

Page 23: Guia Dos Rios

Atenção: Pouco antes do final há uma portagem a fazer num rápido CL 6, “minado” de sifões e pedras que obstruíram as principais passagens. Parar com antecedência e fazer portagem pela margem esquerda, que poderá ser complicada se o caudal for muito forte!

Isolamento: Vale relativamente aberto apenas com acessos a pé e longe das estradas principais.

Percurso 3-Sex-Up- 5km/ CL IV+

Embarque: Central Hidroeléctrica. Sair de Castro Daire em direcção a S.Pedro do Sul pela N228 (depois da ponte sobre o Paiva virar á direita), voltar de novo á direita, direcção Reriz e pouco depois uma vez mais á direita junto a uma pequena casa para uma pequena estrada que leva á central Eléctrica (misto de terra e alcatrão). Descer até um pequeno largo com um portão e andar 2 ou 3min até ao rio.

Desembarque: Ponte da Ermida. Voltar a Castro Daire e seguir em direcção a Alvarenga pela N225 (a seguir aos bombeiros, em frente ao jardim principal). Ao km 61, pouco depois de passar uma ponte sobre um afluente, parar á esquerda junto a uma pequena igreja, onde se avista a velha ponte uns metros abaixo. No rio parar na margem esquerda antes da ponte e subir por um caminho a pé que começa numa laje de pedra.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Magnífico este percurso que já foi palco de 2 provas internacionais de kayak Extremo – o famoso “Sex Up Paiva”. Boa pendente com algumas passagens mais marcadas, rampas, saltos e estreitos entre grandes blocos de granito, zonas de vegetação no meio do rio, outras com curiosos labirintos entre pedras… é só pedirem. Navegação de contra em contra com muita pouca visibilidade, há que ter uma boa capacidade de leitura do rio ou fazer inúmeros reconhecimentos numa primeira descida. Atenção: ao caudal, se estiver forte muitas passagens fazem retorno e as zonas de recuperação ficam demasiado curtas!

Isolamento: Vale relativamente aberto, a estrada encontra-se sempre perto um pouco acima na margem direita, e há diversos caminhos a pé que sobem até ela por onde se pode abandonar o rio.

Percurso 4-8km/CL III+

Embarque: Ponte de Reriz. Em Castro Daire seguir pela N225 em direcção a Alvarenga. Uns km depois, em Ester, cortar á esquerda para baixo onde s encontra uma placa castanha que dirá “Casa Museu”, continuar a descer á esquerda para, pouco depois, chegar á ponte. Entrada no rio na margem esquerda por um caminho que desce para uma casa em pedra. ~

Desembarque: Ponte de Nodar . Regressar á N225 direcção Alvarenga e continuar até Parada de Ester, onde se encontra o desvio á esquerda para a estrada que levará a Nodar e á sua ponte.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Nesta zona o Paiva é uma proposta interessante para um primeiro contacto com um rio de águas bravas ou para uma descida em playboat, para aproveitar todos os movimentos de água que o percurso oferece (há um excelente rolo a seguir a um açude partido logo uns 300m depois do embarque). Ainda assim tem rápidos mais técnicos e acelerados, como uma bonita passagem em “S” junto a um moinho velho. Mas dificilmente passará de CL III+. O caudal estará “no ponto” quando o percurso anterior_ o Sex Up_ estiver demasiado forte. No final, debaixo da ponte junto á margem direita e com muita água, forma-se um rolo perfeito entre pilares, forte e retentivo, que convida a uma sessão de Freestyle e que por si só justifica esta descida.

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Isolamento: Vale relativamente aberto mas isolado e longe das estradas principais. Na primeira metade as melhores escapatórias estão na margem direita. Na outra metade, será pela margem esquerda por um dos caminhos a pé existentes.

Percurso 5_Garganta-7km/CL V (6)

Embarque: Praia fluvial de Areinho. Partindo de Castro Daire, seguir a N225 até Alvarenga, onde se curva á esquerda direcção Arouca pela N326_1, depois de muitas curvas a descer está a bela e alta ponte sobre o Paiva. Logo a seguir, numa curva fechada á direita, curvar para a esquerda para uma pequena estrada em alcatrão que desce íngreme até uma casa de madeira e á praia fluvial. De Arouca, seguir em direcção a Castro Daire pela N326_1 e cortar para a praia cerca de 300m antes da ponte sobre o Paiva.

Desembarque: Praia Fluvial de Espiunca. Voltar á estrada que levará a Arouca (N326_1) para virar á direita no próximo cruzamento em direcção a Canelas pela N505 (sinalizado com placas), passar a aldeia e continuar sempre a descer. Cerca de 200m antes da ponte de Espiunca, cortar á esquerda entrando em empedrado e á direita para um caminho de terra entre muros que dá acesso á praia fluvial.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: O mais famoso percurso de águas bravas em Portugal, com uma série de rápidos como o “Serra Calos”, “Rápido Grande”, “As Marmitas”, “Rápido da Parede”, “O Salto”, “As Escadinhas”, “S”, “Os 3 saltinhos” entre muitos outros que nem nome têm. Um percurso exigente numa garganta impressionante, que começa logo após passarmos por baixo da ponte de Alvarenga. O primeiro rápido que encontramos é o “Serra Calos” (CL IV), um estreito entre grandes blocos de granito, passagem pelo meio (atenção aos ramos bloqueados!) ou pela direita por um pequeno canal. Portagem pela margem direita. Depois de uns rápidos mais tranquilos, é tempo de encostarmos á esquerda e para reconhecer o “Rápido Grande”, longo e exigindo muita manobra. Atenção: a entrada do rápido tem um sifão no estreito do lado esquerdo e a saída obstruída por pedras. Paragem em ambas as margens, mas mais fácil a portagem á esquerda. Depois de mais um rápido, remar o plano de água e parar á esquerda para reconhecer as “Marmitas” (CL V), que são muito exigentes e perigosas. Portagem pela margem esquerda. Daqui até á Praia de Vau há belas passagens mas que não ultrapassam a CL IV com caudal normal. Depois da praia e de uma secção quase flat, surge-nos o “Rápido da Parede” (CL III+), em curva para a esquerda e com um tecto em pedra na saída. Muita atenção ao rápido ao fim da recta: “O Salto” (CL 6). O rio “desaparece” todo para a esquerda com linha de horizonte evidente. Paragem fácil na margem direita (portagem por cima das pedras com boas hipóteses de partida lançadas). Fazemos uma pequena recta tranquila e preparamo-nos para o rápido das “Escadinhas” (CL IV+), uma sucessão de rolos onde devemos entrar á esquerda. Quem não o quiser remar, deve ir ao lado direito e descer pelos pequenos canais que se formam ou carregar o Kayak por cima das pedras até á piscina do final. Depois ainda teremos o rápido do “S” (CL IV) e os “3 saltinhos” (CL IV) óptimo para sacar umas manobras. Daqui até final ainda há uns rápidos interessantes em CL III. Ver o caudal á partida: para estar ideal a praia do Areinho não pode estar coberta de água e deve ver-se a ponta das pedras no meio do rio. Apesar da classificação de CL V, este percurso pode ser feito por uma equipa com menor capacidade técnica obrigando, claro, a diversas portagens nos rápidos mais exigentes. Vale mesmo a pena pela beleza do Paiva nesta zona.

Isolamento: Vale muito isolado, o rio segue apertado entre duas encostas íngremes durante a primeira metade do percurso com hipóteses de abandono. A pouco mais de meio do percurso, há a praia fluvial do Vau (acesso a partir de Canelas, indicado em placas) que nos permite sair do rio (ou entrar com um playboat para fazer a 2ª metade da garganta). Uma estrada em terra permite chegar quase ao rio em jeep ou a pé (5min.)

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Percurso 6-15km/CL III+

Embarque: Ver desembarque do percurso 5.

Desembarque: Ponte de Travanca. Atravessar a ponte de Espiunca, seguir a N505 que acompanha o vale pela margem direita, virar á esquerda num cruzamento e seguir em direcção a Castelo de Paiva até encontrar a ponte sobre o rio, atravessá-la e estacionar num parque á direita. Pelo rio, sair na margem direita antes da barragem com a ponte á vista. Atenção: não falhar este desembarque! Com quase todos os caudais, a barragem tem um retorno violento. Saída subindo a encosta por um caminho de terra até á estrada e caminhar até ao parque.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Com o caudal ideal (nível da água ligeiramente abaixo da praia do inicio), esta “parte de baixo do Paiva”- como é conhecido é um paraíso para um playboater. Não têm conta as ondas e rolos que se formam no seu trajecto. Como não tem rápidos muito exigentes que ultrapassem o III+, permite uma descida descontraída e vocacionada para brincar. Com pouca água há algumas zonas mais calmas, mas sempre seguidas de um rápido interessante.

Isolamento: Vale relativamente aberto, mas com poucos acessos e quase todos implicam carregar o kayak pelas encostas acima. Excepção para um acesso na povoação de Bairros na margem esquerda e uma pista em terra que sai de uma praia de areia na margem direita, um pouco abaixo desta aldeia.

Rio Paivô-9km/CL III

Apoio: Arouca.

Regime: Pluvial.

Acampamento: Selvagem na Praia de Areinho, junto ao desembarque no rio Paiva.

O Rio: O Paivô é um dos principais afluentes do rio Paiva, drenando uma boa parte das serras da Freita e da Arada. Corre num vale de grande interesse paisagístico, que mistura o xisto com algumas zonas de granito. Este percurso é usado por algumas empresas de rafting quando o Paiva está em cheia.

Embarque: Ponte de Telhe. Em Arouca, tomar a estrada (N326) que sai da Vila junto aos bombeiros, direcção ponte de Telhe e Janarde. Em Portela, mudar para a N510 que irá acompanhar uma boa parte da ribeira de Moldes. Ao chegar a Ponte de Telhe cortar para a esquerda e descer até á ponte.

Desembarque: Praia fluvial de Areinho. Há que voltar novamente a Arouca, desta vez para apanhar a N326-1 para Alvarenga (ver acesso ao percurso da garganta do Paiva), continuar sempre na mesma estrada até uns 300m antes da ponte sobre o Paiva onde, num gancho á esquerda ,se tem de cortar á direita para uma pequena estrada que desce e leva á praia fluvial de Areinho .

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Percurso que pode ser bastante animado com um caudal elevado, e que se torna uma balada tranquila quando está mais baixo. A água tem uma qualidade excelente, transparente e apetitosa. Não se encontram obstáculos importantes a assinalar, apenas a vegetação frondosa das margens e que quase fecham totalmente o rio nalgumas zonas e dificultam algumas curvas. Após 6km de descida entramos no rio Paiva e ainda faltam 3km até ao final, com 2 rápidos mais

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movimentados que se fazem avisar por quebras súbitas de pendente. Atenção: Saída obrigatória na praia fluvial pois a seguir entra-se no percurso da garganta do Paiva em CL V (6)!

Isolamento: Vale isolado e profundo, com poucos e difíceis acessos a pé.

Rio Covo

Apoio: Castro Daire.

Regime: Pluvial.

Acampamento: Selvagem na Praia Fluvial de Folgosa (ver desembarque do percurso 2 do rio Paiva).

O Rio: O Covo é um pequeno afluente da margem direita do Paiva, que se encontra no seu caudal ideal em tempo chuvoso. O seu percurso é marcado pela presença de inúmeras azenhas que aproveitam a força das águas cristalinas na sua corrida por um leito de granito claro. A paisagem é fantástica, para as bonitas serras da Nave e Cascalheira.

Embarque: Ponte de Vila Cova á Coelheira. Sair de Castro Daire pela N225 direcção Vila Nova de Paiva, continuar até ao km83, onde a estrada passa por cima do rio. 500m depois da ponte virar á direita e andar outros 200 até outra ponte. Entrada no plano de água a montante.

Desembarque: Ponte de Covelo de Paiva, no rio Paiva. Do ponto de embarque, passar a ponte e atravessar a aldeia de Vila Cova á Coelheira, virar á esquerda para a N1164 e andar cerca de 4km onde, logo antes da aldeia de Malhada, se curva á esquerda e desce até á ponte.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: O Covo é o rio ideal para fazer quando o percurso 3 no Paiva está demasiado grande (não fica longe). Estreito, inclinado, técnico e envolvente são os seus atributos. Começa logo com uma bonita sequência de saltos e rampas em granito (onde se pode avaliar o caudal), e mantém o interesse até á entrada no Paiva. Uma primeira descida exige uma série de reconhecimentos e a montagem de seguranças activas nos passos chave. Depois do passo da entrada, bastante impressionante, ainda temos a destacar um pequeno salto em curva onde a corrente descai para a esquerda directamente para uma espécie de marmita e um salto de 4m quase vertical que costuma agarrar um pouco na recepção. Depois da junção do Covo com o Paiva ainda há que fazer cerca de 2km em CL II e III até á ponte do desembarque.

Isolamento: Vale encaixado, apenas com escapatórias a pé durante quase todo o trajecto.

Rio Vouga

Apoio: Viseu, S.Pedro do Sul, Vouzela ou Oliveira de Frades.

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Regime: Pluvial.

Acampamento: Selvagem na Praia Fluvial de Sejães (ver desembarque percurso 3).

O Rio: O Rio Vouga nasce na Serra da Lapa, cortando quase metade de Portugal de Este para Oeste até chegar ao Atlântico, 148km depois. É na sua secção intermédia, correndo apertado entre serras cobertas de extensos pinhais, que se encontram os percursos de maior interesse.

Percurso 1 – 11,5km/CL IV+ (1INF)

Embarque: Ponte de Almargem. Partindo de Castro Daire para sul pela N2 em direcção a Viseu encontra-se a ponte ao km 160.

Desembarque: Ponte de Ribafeita. Continuar na N2 direcção Viseu para cortar á direita para Lustosa e Ribafeita na N587, logo após a povoação de Seganhos, cortar para a central hidroeléctrica á direita (pouco visível, mas indicado) e descer até á ponte. No rio, saída mesmo na central ou logo a seguir á ponte na margem direita (há uma escala por baixo da ponte na margem direita, que deve estar entre 90 e 110cm para um bom caudal).

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Inicio enganador para um percurso espectacular. Começa com longos planos calmos, mas vai animando pouco a pouco. Até á ponte a meio do percurso há rápidos interessantes mas essencialmente a navegação faz-se em CL III. Depois o leito ganha pendente e as passagens tornam-se mais exigentes e, por isso, mais divertidas. Entre todas destacam-se um salto descaído para a esquerda que é uma boa armadilha para os mais desprevenidos, pois atira-nos directamente para uma espécie de marmita partida da qual não é fácil sair de cabeça para cima. Também um impressionante toboggan em curva que deve ser cruzado para a direita. Com isto chegamos ao lado da barragem infranqueável (a tentação é grande, mas a recepção é uma laje em pedra…). A Portagem faz-se pela direita, usando o canal das trutas. Atenção: Se o caudal for elevado esta portagem pode ser muito complicada ou mesmo impossível, mas de resto não é aconselhável entrar no rio nessas condições…Entramos nos kayaks apenas para atravessar o rio e reconhecer um estreito em degraus. Pouco depois chegamos ao rápido mais exigente do dia (CL IV+): extenso e que obriga a uma trajectória serpenteante entre os vários blocos de pedra que bloqueiam a linha mais simples. Ainda restam uma série de passagens concentradas e de grande beleza, variando na forma e no efeito, e terminando em grande com uma rampa, quase á chegada, que costuma agarrar bastante…

Isolamento: Vale fechado e isolado com vegetação muito densa. Há uma ponte a meio do percurso antes das maiores dificuldades cujo acesso se faz pela povoação de Paraduça, junto ao tanque: começa em 100m de empedrado e passa a terra até á ponte. Há outra saída no plano de água da barragem, margem esquerda, mas com acesso complicado e em jeep.

Percurso 2:10,5km-CL IV (1 INF)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ponte de S.Pedro do Sul na N16.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Para se poder fazer este percurso a escala por baixo da ponte de embarque tem que estar um pouco acima dos 100cm!Uns 2km após a partida há uma barragem infranqueável que se evita com uma portagem algo acrobática pelo lado direito. Se o caudal estiver baixo, não

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deverá passar água depois da barragem o que inviabiliza o resto da descida! Percurso mais calmo que o anterior, mas ainda assim divertido e exigente, em sucessivas gargantas e com uma passagem de grande beleza sensivelmente a meio (CL IV+). Atenção á drossage do lado esquerdo! O percurso fica mais fácil á medida que nos aproximamos do final, mas sempre com bonitas passagens e alguns pequenos saltos.

Isolamento: Vale encaixado mas com diversos acessos mas que implicam longos caminhadas a pé, e sempre melhores na margem direita. Podemos também utilizar o acesso á barragem (saída pela margem esquerda).

Percurso 3:9km/CL III (5)

Embarque: Ponte de Vouzela (Ferreiros). Esta ponte está logo á saída de Vouzela para quem toma a direcção das termas de S.Pedro do Sul, pela N1249.

Desembarque: Praia fluvial de Sejães. De Vouzela, há que seguir a N16 até Oliveira de Frades. Do centro desta localidade, seguir a estrada que vai para S.João da Serra (N333-3), e descer. Antes da ponte sobre o Vouga virar á esquerda para uma pequena estrada que dá acesso á praia fluvial do final do percurso.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Um percurso delicioso e exigente com mais volume do que os anteriores. Nesta zona, o rio Vouga proporciona uma navegação essencialmente em CL II/III mas com duas passagens mais exigentes em CL 4 e 5. O rio começa com rápidos fáceis e alguns açudes saltáveis (atenção aos retornos). Logo após a passagem sob uma ponte em pedra encontram-se os dois rápidos mais complicados: o 1º é longo, com vários blocos semeados pelo meio e uma saída estreita. O 2º reconhece-se por ter uma pedra enorme com um tronco bloqueado. Ambos podem ser evitados com portagens pela margem direita.

Isolamento: Vale encaixado mas com algumas escapatórias. Antes das passagens mais difíceis pode-se abandonar o rio pela ponte de pedra cujo acesso se faz por uma estrada que sai da N333-3 entre Oliveira de Frades e a praia de Sejães.

Rio Teixeira-7km/CL III+

Apoio: Oliveira de Frades, Viseu.

Regime: Pluvial. Mini Hídrica.

Acampamento: Selvagem na praia fluvial do vau, com acesso por uma pequena estrada que sai da aldeia de Conlela.

O Rio: O rio Teixeira é conhecido como um percurso de canyoning na sua parte mais alta. Á medida que se vai aproximando do rio Vouga, o desnível e relevo vão-se suavizando, perdendo a sua imponência. Um rio bonito que corre numa região também ela de grande beleza.

Embarque: Ponte do Teixeira. Saindo de Oliveira de Frades, há que rumar pela N333 em direcção a Vale de Cambra, depois de uns poucos km a descer e passar uma ponte sobre o Vouga, sobe até entroncar na N227. Seguindo esta estrada para a esquerda e passando pela aldeia de S.João da Serra, havemos de encontrar a ponte do Teixeira, com vista para uma bela casa com um moinho. Bom acesso logo depois da ponte na margem direita.

Desembarque: Confluência com o Vouga. Há que passar a ponte do início para a margem direita para, 4km depois, cortar para outra estrada á esquerda, passar Casal Velide e outros 2km

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depois virar novamente á esquerda para uma pequena estrada que desce até perto do rio. Pelo rio, assim que o Teixeira entra no Vouga, saída na margem direita andando 2 ou 3 minutos a pé até aos carros.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: O rio Teixeira esconde no seu vale este trajecto que tem tanto de interessante como de bonito. O ritmo é marcado por uma pendente regular, mas sempre com algumas surpresas ao longo do caminho: uns rápidos um pouco mais exigentes para quebrar a relativa monotonia. Ideal para quem procura uma navegação mais descontraída. Mas apesar de tudo há que ter atenção ao caudal pois se ele for elevado alguns passos poderão ser CL IV. Atenção: pode haver descargas da barragem sem aviso prévio. E como se trata de um rio estreito, há que ter atenção também á presença de ramos ou troncos bloqueados no meio do rio.

Isolamento: Vale relativamente aberto, com campos cultivados e alguns acessos a pé. Cerca de 3km depois do inicio, há uma praia fluvial (praia do Vau) que permite o acesso de carro pela margem esquerda (pequena estrada que sai da aldeia de Conlela).

Rio Mondego

Apoio: Gouveia, Mangualde ou Seia.

Regime: Pluvial. Nival.

Acampamento: No Parque de Campismo próximo de Gouveia ou selvagem na Praia Fluvial de Ribamondego (embarque do percurso 1).

O Rio: O Mondego é o maior rio inteiramente Português e nasce na Serra mais alta de Portugal Continental, a 1425m de altitude, percorrendo 234km até desaguar junto á Figueira da Foz. Corre primeiro para Este, para depois rodear e Estrela pelo Norte e seguir em direcção ao Atlântico para Oeste. Já distantes das grandes pendentes da Serra, corre agora num vale profundo mas suavizado pela força das águas ao longo dos milhares de anos.

Percurso 1:12km/CL III (3INFS)

Embarque: Praia fluvial de Ribamondego. Na N330 que liga Gouveia a Fornos de Algodres, virar á esquerda para Ribamondego pela N329, passar a aldeia e seguir até á praia fluvial.

Desembarque: Ponte de Palhez. Há diversas maneiras de ir do início á ponte da chegada. A mais perto será atravessar a ponte de Ribamondego, direcção Fornos, para depois virar á esquerda para Abrunhosa e Contenças de Baixo. Depois desta e ao entrar na N232, virar á esquerda e seguir até á ponte.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Nos primeiros 5km do percurso encontramos apenas alguns rápidos espaçados e fáceis, e uns poucos de açudes. Depois de uma pequena praia as dificuldades (ou será o interesse?) aumentam um pouco. O rio corre agora num leito mais estreito entre margens escarpadas e inacessíveis. Quando se avistam umas linhas de alta tensão (cerca de 2km depois da pequena praia) há que ter cuidado com o rápido seguinte. Parar com antecedência e ir reconhecer: o leito deverá estar completamente obstruído por grandes blocos de pedra com a água a passar por baixo, mas sem espaço para nós ou o kayak. Esta garganta tem 3 secções de sifões que será melhor evitar com uma portagem, um pouco longa e penosa pela margem direita…

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Em seguida o rio retoma o interesse e navegamos em CL III com alguns bonitos rápidos e açudes para saltar, sempre seguidos de boas zonas de recuperação. O percurso termina um pouco antes da ponte de Palhez, num acesso na margem direita antes de se saltar um ultimo açude.

Isolamento: Vale profundo e quase sempre inacessível. Cerca de 5km depois do inicio, há um caminho para uma pequena praia na margem direita do rio, com acesso em estradão de terra que sai da estrada que liga de Abrunhosa-A-Velha a Póvoa de Cervães, logo após uma ponte sobre o caminho-de-ferro.

Percurso: 2: 13km/CL III (4)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Ponte Nova de Nelas. Da ponte do inicio podemos escolher entre seguir a margem direita ou esquerda do rio. A mais directa (mas mais difícil de seguir) será pela N501 direcção Mangualde, virar á esquerda para Abrunhosa do Mato, novamente á esquerda depois de Vila Ruiva e seguir a N1745 até chegarmos junto ao rio e á ponte da chegada.

Época: Novembro/ Abril.

Descrição: Uma bela e profunda garganta com rápidos entusiasmantes e deliciosa sensação de isolamento. Neste percurso realizou-se em 2001 um Encontro Nacional de Águas Bravas. Não é aconselhável com caudais elevados, pois as dificuldades (e perigos) serão consideravelmente maiores. A navegação faz-se sobretudo em CL III com bons rápidos exigente, chegando a CL 4) e alguns açudes, entrecortados por zonas mais calmas. Mesmo com um nível de água normal, há que ter atenção ás árvores nas margens que são um pouco mais traiçoeiras.

Isolamento: Trajecto algo longo no qual não existem praticamente quaisquer acessos, excepto alguns caminhos alguns caminhos de terra pouco visíveis.

Ribeira Loriga

Apoio: Seia, Covilhã.

Regime: Pluvial. Nival

Acampamento: Não é permitido fazer campismo selvagem pois estamos no seio do PN da Serra da Estrela. Parques de Campismo em S.Gião e ponte das 3 entradas, ambas no vale do rio Alva.

O Rio: A Ribeira da Loriga recebe o seu nome após a confluência de várias ribeiras cujas nascentes se situam perto da Torre da Serra da Estrela. Sendo uma ribeira de montanha, atravessa bonitas paisagens, o leito é estreito e muito acidentado, com margens muito íngremes e verdes onde predomina o xisto.

O Percurso: 9km/CL IV (6)

Embarque: Aldeia de Cabeça. Saindo de Seia, pela N231 direcção Loriga, poucos km antes desta vila, cortar á direita para uma pequena estrada que desce para a aldeia de Cabeça. Inicio junto a uma pequena ponte na base da aldeia, a que se chega através de um caminho íngreme e escorregadio que atravessa vários socalcos da encosta e parte da aldeia junto a uma pequena fonte numa curva da estrada.

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Desembarque: Ponte de Vide. Continuando pela estrada que nos levou a Cabeça, sempre a descer, passaremos a aldeia de Muro e em seguida entramos na N230, viramos á esquerda e logo em seguida temos a ponte da saída, já sobre o rio Alvoco.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Percurso muito divertido e mantido. A navegação faz-se quase sempre á vista, com pequenos saltos, açudes e pequenas rampas em lajes xistosas. São poucas as zonas calmas que ainda anima mais esta descida. Há que ter atenção a alguns açudes um pouco mais altos e cuja recepção é pouco profunda, alguns deles chegam aos 4 metros. A reconhecer para escolher a trajectória que provoque menos “danos”. Mas de resto não há obstáculos de maior até chegar ao “Salto”, junto á localidade de Muro, que é a passagem CL 6 deste percurso. Bem visível a montante, o rio desaparece da nossa vista com linha de horizonte bem definida. O rápido é uma dupla rampa, de altura total próxima dos 10 metros, com recepção rochosa á direita e muito estreita á esquerda! Já foi feita mas aconselhamos vivamente uma portagem pela margem direita por cima de uns blocos em pedra. Depois ainda restam alguns km com passagens interessantes, mas acalmando progressivamente até entrarmos no rio Alvoco e encontrar pouco depois a ponte do desembarque.

Isolamento: Este percurso é acompanhado por uma estrada na margem direita, mas muito elevada em relação ao rio e os poucos caminhos de acesso que existem na encosta são bastante íngremes. Há um acesso razoável na base da aldeia de Muro (junto ao rápido CL 6).

Rio Zêzere

Apoio: Silvares, Fundão.

Regime: Pluvial. Nival.

Acampamento: Parque de Campismo em Ribeiro de Baixo (ver desembarque percurso 2) ou selvagem na praia fluvial de Silvares (ver embarque percurso 1).

O Rio: O rio Zêzere é outro dos frutos da Serra da Estrela. Depois de uma corrida atribulada por um dos vales glaciares mais belos da Europa – o de Manteigas – vai acalmando a sua força e entra num vale largo e suave. É já nesta sua viagem para sul que encontramos os percursos mais interessantes.

Percurso 1: 5km/CL III (3+)

Embarque: Ponte de Silvares. Na estrada que liga o Fundão a Silvares (N238), logo antes desta última localidade vira-se á direita para encontrar a ponte de embarque. Atravessar a ponte e cortar á esquerda para caminho em terra e seguir em frente até ao rio.

Desembarque: Ponte de Dornelas do Zêzere. Sair de Silvares pela estrada que levará a Pampilhosa da Serra (N238), depois de passar a aldeia de Barroca, virar na estrada á direita em direcção a Dornelas do Zêzere (N545), onde encontramos a ponte de chegada.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Descida relativamente fácil e curta, com poucos rápidos espaçados entre si, um deles o famoso rápido da Panasqueira (CL 3+), facilmente identificado com antecedência pelos grandes depósitos de minério nas margens. Depois de passarmos debaixo da ponte na Panasqueira, o rio continua largo e calmo deixando admirar belas paisagens por mais 1 ou 2kms. Ao chegarmos próximo da aldeia de Barroca temos um açude que devemos passar á extrema direita e em seguida fazemos uma curva acentuada para sairmos da trajectória que nos

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levaria directamente contra um pilar de uma ponte pedonal… Daqui ao final seguimos numa balada tranquila em CL II.

Percurso 2: 18km/CL III (1 INF)

Embarque: Ver desembarque do percurso 1.

Desembarque: Praia fluvial de Janeiro de Baixo. De Dornelas seguir a N545, passar por Carregal para depois virar á esquerda até Porto de Vacas. Atravessar a aldeia (sem atravessar a ponte sobre o rio) e continuar na mesma estrada quase sempre com vista para o rio, ignorando todos os desvios até chegar a Janeiro de Baixo. Nesta povoação seguir as indicações para o parque de campismo que fica na praia fluvial da chegada.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Percurso extenso, mas que pode facilmente ser reduzido, acabando na barragem de Porto de Vacas ou na Ponte de Janeiro de Cima. Para fazer todo o trajecto, o mais aconselhável será ir em primeiro lugar á barragem de Porto de Vacas e verificar se passa água suficiente a jusante. Se for o caso deverá ser feita depois uma portagem pela margem direita para evitar a barragem. Atenção: ao açude seguinte. Pode ser muito perigoso com caudal médio/elevado ou obrigar a uma portagem com um nível baixo. Com excepção destes perigos e ressalvas, o restante percurso é fácil, agradável e calmo, com pequenos rápidos espaçados e alguns açudes para animar um pouco a descida. Quem sabe o ambiente perfeito para uma descida de 2 dias em autonomia.

Isolamento: Vale sempre próximo das entradas, mas quase sempre relativamente difícil de abandonar. Com excepção de Porto de Vacas que tem um excelente acesso e a ponte de Janeiro de Cima. Para acabar a descida na barragem, aproveitar o acesso alcatroado que existe e que se apanha virando á esquerda antes de Porto de Vacas para quem vem de Dornelas. É fácil de reconhecer a estrada pois desce bastante até junto do rio.

Percurso 3: 7km/CL III+

Embarque: Desembarque do percurso 2.

Desembarque: Ponte de Cambas. Para seguir o caminho mais curto o melhor será sair Janeiro de Baixo em direcção a Unhais-o-Velho pela N546 para virar á esquerda próximo de Armadouro. Depois tomar sempre a esquerda nos desvios e cruzamentos até chegar á ponte de cambas. Atravessá-la e estacionar ou tentar a sorte no pequeno carreiro em terra que sai para a esquerda e vai quase até ao rio. Como alternativas pode fazer-se uma pista em terra que sai de Janeiro de Baixo em direcção a Ademoço (começa em alcatrão) e daqui para Cambas. Ainda podemos optar por regressar atrás e passar a ponte de Janeiro de Cima, virar á direita e seguir até apanhar a N328 que nos levaria a Castelo Brando e tornar a virar á direita para a N112 que conduz á ponte de Cambas.

Época: Novembro/Maio.

Descrição: Percurso um pouco mais animado do que o anterior, especialmente ao passar entre as fragas que parecem apertar o Zêzere, onde encontramos 2 rápidos que merecem uma inspecção prévia, pois estão semeados de blocos grandes que podem sifonar. Encontramos também alguns açudes que temos de desconfiar pois poderão fazer retorno consoante o caudal. Mesmo no final junto a Cambas costuma-se formar uma pequena mas bonita onda que permite tentar umas manobras mais molhadas antes de acabar a descida.

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Isolamento: Vale isolado com um acesso apenas na margem esquerda imediatamente antes das fragas, mas muito próximo do inicio.

Ribeira da Sertã

Apoio: Sertã.

Regime: Pluvial.

Acampamento: Selvagem na praia a meio do percurso. Ver acesso na secção isolamento.

O Rio: A Ribeira da Sertã nasce aos 800m de altitude na Serra Das Mougueiras e imita o percurso do Zêzere, mas um pouco mais a sul, até contribuir com as suas águas para a barragem de Castelo de Bode. Corre num leito xistoso e escuro, num vale quase sempre mais fechado na margem esquerda. Tem uma pendente contínua e sem grandes desníveis abruptos, e vai gradualmente aumentando de interesse, especialmente na sua fase final antes da barragem.

O Percurso: 14km/CL III (4)

Embarque: Piscinas da Sertã. Dentro da localidade, procurar as indicações das piscinas, na margem esquerda da ribeira.

Desembarque: Ponte de Palhais. Sair da Sertã para sul pela N2 em direcção a Vila de Rei, e cortar á direita para Cumeada (N534-1), continuar até Palhais onde se vira á direita em direcção a Cernache de Bonjardim (N534) para encontrar logo a ponte do final. E m alternativa sair da Sertã logo pela estrada para Cernache e desta aldeia seguir para sul pela N238 para depois virar á esquerda para mudar para a N534 até encontrar a ponte.

Época: Novembro/Abril.

Descrição: Um percurso agradável num bonito vale sem ser demasiado exigente. A primeira coisa que surpreende é a largura do leito, demasiado amplo para uma simples ribeira. Depois passados uns bons 5km de águas calmas com apenas algumas acelerações, torna-se mais interessante e começa a correr com mais velocidade, produzindo alguns rápidos espaçados mas com animação suficiente. De todos há a destacar apenas 2, um deles com manobra e desnível chegando a CL III+ e outro, mais traiçoeiro, que merece uma inspecção prévia: um estreitamento do rio em que a água passa por cima de uns blocos de pedra (CL 4). O interesse mantém-se alto, mas suavizando á medida que nos aproxima do final.

Isolamento: Vale isolado, apenas com um acesso um bom bocado antes do meio (no final da parte mais calma), por uma estrada em terra (mas em boas condições) na margem direita. Para chegar até aqui sai-se da Sertã pela N533 que leva a Cernache, para cortar á esquerda na aldeia de Outeiro da Lagoa e descer até ao rio.

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