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GUIA DO FORMADOR INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM SITUAÇÕES DE CATÁSTROFE

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GUIA DO

FORMADOR INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM SITUAÇÕES DE CATÁSTROFE

GUIA DO FORMANDO

Introdução

O presente guia constitui o instrumento de trabalho completo para estar preparado para ser formador

do curso Intervenção Psicológica em Situações de Catástrofe.

Este guia inclui:

Descrição do curso (objetivos, estrutura, metodologia);

Avaliação (orientações para a avaliação dos formandos) (disponibilização da grelha de avaliação);

Manual de apoio à formação presencial;

Outros instrumentos (folha de registos).

Guia do Formando

Descrição do curso

OBJETIVO GERAL

Este projeto tem como objetivo a formação de psicólogos para acuar em situações de catástrofe e assim

criar uma bolsa de 1000 Psicólogos voluntários, a nível nacional, que será constituída por profissionais

devidamente preparados para atuar nestas situações.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender a intervenção psicológica na crise;

Conhecer o perfil do psicólogo de intervenção na crise;

Identificar os critérios de diagnóstico DSM-V para a perturbação de stress pós-traumático;

Compreender o conceito de resiliência psicossocial;

Descrever as características do crescimento pós-traumático.

Compreender o papel do SIOPS e do SIEM e respetivas entidades;

Identificar os principais objetivos do Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil;

Descrever os sistemas presentes numa situação de catástrofe;

Conhecer o conceito de catástrofe;

Compreender as reações e respostas à catástrofe;

Conhecer os aspetos culturais que influenciam a intervenção psicossocial em catástrofe;

Compreender as diferenças nas reações das vítimas de terrorismo e de catástrofes naturais;

Conhecer as fases de reação das vítimas face ao terrorismo;

Saber como intervir em populações especiais: imigrantes, idosos, populações em meio rural e pessoas com

incapacidade;

Compreender as funções e as considerações éticas do psicólogo no terreno.

Identificar os princípios de intervenção a serem utilizados para orientação e informação nos cenários de catástrofe;

Compreender o Modelo dos Primeiros Socorros Psicológicos;

Descrever as linhas orientadoras para os interventores em cenários de catástrofe;

Listar os passos de preparação para a aplicação dos Primeiros Socorros Psicológicos;

Saber quais são as ações centrais dos Primeiros Socorros Psicológicos;

Compreender a aplicação das ações centrais dos Primeiros Socorros Psicológicos;

Definir o conceito de luto;

Compreender os diferentes tipos de reações ao luto;

Identificar quais são as fases do processo de luto;

Distinguir a forma como as crianças percecionam a morte;

Descrever como agir na comunicação de más notícias, mais especificamente a notificação da morte;

Caracterizar a melhor forma de intervir junto a crianças;

Descrever como intervir junto a profissionais de emergência;

Descrever as considerações a ter ao decidir se está apto a intervir numa situação de catástrofe;

Distinguir as reações comuns de stress das reações extremas de stress;

Compreender os cuidados de organização e de autoajuda que poderão reduzir o risco de reações extremas de stress;

Identificar o que fazer e o que evitar durante e após a intervenção.

Guia do Formando

Estrutura e Duração

O curso está estruturado em sete módulos, onde serão abordadas as seguintes temáticas:

Módulo 1 – Introdução ao Curso

Módulo 2 - Intervenção do Psicólogo na Crise

Módulo 3 - Intervenção Psicossocial em

Eventos de Larga Escala e Catástrofe

Módulo 4 - Modelo de Intervenção Psicossocial

em Catástrofe

Módulo 5 - Intervenção em Situações

Específicas

Módulo 6 - Autoajuda e Limites do Interventor

Módulo 7 - Avaliação Sumativa

MÓDULO UNIDADES

Aceder e frequentar os conteúdos do Módulo 1

Perfil do Psicólogo de Intervenção na Crise

Crise Psicológica e Reações de Stress

Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD)

Resiliência Psicossocial

Crescimento Pós-Traumático

Legislação

A Catástrofe e as suas Vítimas

Terrorismo

Intervenção com Populações Especiais

O Psicólogo no Terreno

Princípios de Hobfoll

Modelo dos Primeiros Socorros Psicológicos (Brymer

et al 2006)

Luto

Comunicação de Más Notícias – Notificação de Morte

Intervenção com Crianças

Intervenção com Profissionais

Fases da Intervenção

Atividade de avaliação sumativa

A componente e-learning do curso decorrerá durante 3 semanas, período após o qual ocorrerão os dois dias

de formação presencial.

Curso Intervenção Psicológica em Situações de Catástrofe DURAÇÃO

Curso e-learning 15 horas

Formação presencial 14 horas (2 dias)

TOTAL 29 horas

Duração e Carga Horária

Guia do Formando

Metodologia Pedagógica

O curso será ministrado em regime de b-learning, sendo deste modo constituído por um período de

formação e-learning e por um período de formação presencial.

SESSÕES PRESENCIAIS

As sessões presenciais constituem momentos práticos da formação, nos quais o foco será o treino de

competências. Como tal, a participação ativa nas atividades propostas é fundamental e obrigatória para a

conclusão da formação.

Os princípios que orientam a organização deste período de formação são:

Aprendizagem ativa: através da apresentação e discussão de casos reais, mediante role-plays e

simulações;

Aprendizagem colaborativa: através da partilha de opiniões relativamente aos casos discutidos e

através da partilha de experiências passadas.

PERÍODO E-LEARNING

A organização do período e-learning baseia-se nos seguintes princípios:

Aprendizagem autónoma: o formando define o seu ritmo de aprendizagem de acordo com a sua

disponibilidade, sendo ainda autónomo na identificação de temas que pretenda aprofundar;

Aprendizagem colaborativa: não obstante a autonomia, poderá interagir com o grupo (formandos/

formadores/tutores), escolhendo para tal os temas do seu interesse;

Acompanhamento contínuo: autonomia não significa isolamento. O seu percurso será acompanhado

por uma equipa, que verificará regularmente a sua participação, por forma a garantir que chega ao final

do período com sucesso.

Fóruns de Discussão

Durante o período e-learning terá acesso a um fórum de discussão. Este tem como objetivo proporcionar ao

grupo um espaço de discussão para partilha de dúvidas e experiências exclusivamente no âmbito do curso.

A participação no fórum é livre, não há atividades obrigatórias associadas a este espaço.

O formador responderá às dúvidas colocadas no prazo máximo de 48 horas.

Guia do Formando

Avaliação

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO

A avaliação no Curso será formativa, contínua e sumativa. A aprovação e acesso ao certificado implica a

participação obrigatória nas seguintes atividades:

Visualização do conteúdo multimédia

Aprovação, com o mínimo de 70%, no Módulo 7 – Avaliação Sumativa do curso e-learning;

Presença nos dois dias de formação presencial e participação ativa nas atividades propostas nestes

dias.

Aos formandos que terminem o curso com sucesso será atribuído um certificado de formação profissional.

Esta formação está acreditada e confere 14,5 créditos de formação.

Qualquer cancelamento após 3 (três) dias úteis antes da data de início da formação ou não comparência na

formação por parte do formando/a implica o pagamento da totalidade do valor da inscrição.

O limite máximo de faltas permitido por ação de formação é de 10% do número total de horas de formação

presencial estipuladas no cronograma da formação; ultrapassado o limite indicado de faltas é determinada

falta de aproveitamento e consequente cessação da relação contratual por incumprimento.

A avaliação nas sessões presenciais deverá ser atribuída tendo em conta a grelha disponível no

documento “Grelha_Avaliacao_Continua.xlsx”, que reproduzimos na página seguinte.

CLASSIFICAÇÃO

A classificação vai incidir nos momentos avaliativos atrás referidos de acordo com a seguinte ponderação:

ATIVIDADES PONDERAÇÃO

Teste de avaliação sumativa 40%

Participação nas sessões presenciais 60%

TOTAL 100%

Avaliação

FOLHA DE REGISTO

IPSC - Intervenção Psicológica em Situações de Catástrofe Pontuação:

Coordenador da Ação:

Formando:

Data da Realização:

Pontualidade: 1. Chegou atrasado a um dos períodos mais de 20 minutos

2. Chegou atrasado até 15 minutos

3. Chegou atrasado até 5 minutos

4. Chegou sempre à hora combinada

Interesse e motivação 1. Nenhum interesse ou motivação

2. Pouco interesse ou motivação

3. Bastante interesse e motivação

4. Elevado interesse e motivação

Empatia 1. Nenhuma empatia

2. Pouca empatia

3. Bastante empatia

4. Elevada empatia

Assertividade 1. Nenhum assertividade

2. Pouca assertividade

3. Bastante assertividade

4. Elevada assertividade

Domínio dos PSP* 1. Nenhum domínio

2. Pouco domínio

3. Bastante domínio

4. Elevado domínio

*Primeiros Socorros Psicológicos

Para efeitos da classificação da avaliação contínua, os formandos são classificados de 1 a 4 (some a pontuação - escala de 0-20 valores)

AVALIAÇÃO CONTÍNUA

Produto:

MANUAL DE APOIO

À FORMAÇÃO

PRESENCIAL

Manual de Apoio à Formação Presencial

Temas Conteúdos Programáticos Metodologia Atividades/ Exercícios Recursos Horário

Introdução e objetivos

• Introdução e objectivos ao curso

• Apresentação dos formandos

Expositiva / Interrogativa

Actividade 1 – Onde estava no 11 de Setembro?

Computador, projetor multimédia, apresentação, quadro de papel, marcadores. Folhas de Registo

9h – 9:45h

Módulos Online

• Dúvidas/Questões sobre os

módulos online

Expositiva / Interrogativa

9:45h – 10h

Plano Nacional de

Emergência e Protecção

Civil

• Ações e entidades coordenadoras Expositiva 10h – 10:15h

Revisão Teórica Hobfoll • Princípios de Hobfoll Expositiva / Interrogativa

10:15h –

10:45h

Revisão Teórica –

Modelo dos Primeiros

Socorros Psicológicos

• Contacto e Estabelecimento da

Relação

• Segurança e Conforto

• Estabilização

• Recolha de Informação:

Necessidades e Preocupações

Actuais

• Assistência Prática

• Conexão ao Suporte Social

• Informação sobre o Coping

• Referenciação a Serviços

Expositiva / Interrogativa/

Demonstrativa /

Activa

Actividade 2 –

Demonstração de

Estabilização

emocional e role-play

11h – 13h

Revisão Teórica –

Modelo dos Primeiros

Socorros Psicológicos

(cont.)

• Recolha de Informação:

Necessidades e Preocupações

Actuais

• Assistência Prática

• Conexão ao Suporte Social

• Informação sobre o Coping

• Referenciação a Serviços

• Criança não acompanhada

• Contacto e toque

• Lidar com os problemas de sono

das crianças

• Crise psicótica

Expositiva / Interrogativa / Demonstrativa /

Activa

Actividade 3 – Role-play de informação sobre coping

Actividade 4 - Discussão de casos em grupo

14h – 16h

Primeiros Socorros

Psicológicos

• Treino Prático Expositiva / Interrogativa

/ Activa

Actividade 5 – Role Play tornado

16h – 17h

Cronograma do primeiro dia:

Manual de Apoio à Formação Presencial

Apresente-se pelo nome e experiência profissional. Passe a apresentar os conteúdos

das sessões presenciais. Diga que o objetivo das sessões passa pelo treino prático do

que aprenderam nos módulos elearning, mas que para tal vão em conjunto rever

alguns conceitos teóricos.

Quebra gelo de apresentação:

Peça aos formandos que se apresentem dizendo: o nome, localidade, o que os

motivou a fazerem esta formação e onde estavam no 11 de Setembro.

No final estabeleça a ponte entre os incidentes críticos e os processos de

memória associados ao trauma.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Terminadas as apresentações, questione sobre dúvidas ou necessidade de

esclarecimento de algum tópico das matérias do curso online. Se não existir

alguma questão que não consiga imediatamente responder diga que vai

pesquisar e que no período seguinte trará a resposta.

Dizer que se vai iniciar a revisão de alguns tópicos centrais, começando pelos aspectos

da organização da resposta à catástrofe. Mencionar as entidades coordenadoras e

todas as intervenientes salientando que a OPP é (após a assinatura do protocolo com a

ANPC) uma entidade de protecção civil e como tal os Psicólogos da OPP poderão

intervir no cenário de catástrofe.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Dizer que o CAPIC (Centro de Apoio Psicológico e de Intervenção em Crise) é responsável pela

formação das ZAP (Zona de Apoio Psicológico), coordena o apoio às vítimas primárias e

secundárias. As vitimas terciárias (profissionais), são da responsabilidade das próprias

instituições. O Instituto de Segurança Social coordena as ZCAP (zonas de concentração e de

apoio psicológico) que remetem para o apoio de continuidade.

Dizer que Hobfoll (2007) reuniu um painel mundial de especialistas no estudo e tratamento das

pessoas expostas a catástrofes e violência em massa, para extrapolar dos campos de pesquisa

relacionados, e para obter consenso sobre os princípios de intervenção em Catástrofe. Foram

identificados cinco princípios de intervenção suportados empiricamente que devem ser utilizados

para orientar e informar a intervenção e a prevenção nos cenários de catástrofe. Em seguida

descrever os princípios como estão nos slides.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Dizer que o modelo dos Primeiros Socorros Psicológicos (PSP) é um modelo modular,

baseado na evidência para ajudar crianças, adolescentes, adultos e as famílias após

uma catástrofe ou atentado terrorista. O modelo PSP foi construído para reduzir o

distress inicial causado por eventos potencialmente traumáticos, e para promover o

funcionamento adaptativo e os mecanismos de coping positivos a curto e médio prazo.

O modelo PSP não assume que todos os sobreviventes irão desenvolver problemas

mentais ou dificuldades a longo-prazo na recuperação. Assume sim, que os

sobreviventes e outros afectados pelo incidente irão experienciar inicialmente reações

ao stress (fisícas, psicológicas, comportamentais, espirituais) e que algumas destas

reacções poderão causar distress que interferirá com o coping adaptativo e com a

recuperação, pelo que é importante o suporte no imediato.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Falar sobre as acções centrais e os seus objectivos, salientando que existe toda uma

preparação antes de entrarem no cenário, como obtenção de informação sobre o que

aconteceu, sobre as entidades de suporte existentes, sobre aspectos específicos da

cultura local, entre outros.

O formador vai pedir um voluntário para demonstrar a técnica. A “vítima” estará a hiperventilar e

com parastesias no braço esquerdo. Instruir a vitima para não hiperventilar mais do que 10 seg.

sob pena de poder ficar realmente ansiosa, mas encorajar a manter o mais realisticamente a

personagem. Irá apresentar-se pelo nome e função e diga que está ali para ajudar. Inicie a

respiração abdominal com a vítima (auxilie a vitima a inspirar lentamente pelo nariz e a expirar

lentamente pela boca, poderá ter de colocar a sua mão sobre a mão da pessoa no abdomém). No

final e a manterem-se as parastesias no braço esquerdo, fazer o relaxamento muscular. Termine a

demonstração após o término das técnicas.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Dizer que agora é a sua vez de praticarem. Coloque os formandos em pares. 1 assume o papel de

vítima e o outro assume o papel de psicólogo. No final de 10 minutos trocam papéis. No final, em

grupo, questione a cada díade como correu o role-play, pedindo para enumerar no papel de psicólogo

um ponto em que sentiram que estiveram bem e um ponto a melhorar.

Continue posteriormente a rever as fases do modelo até ao Coping.

Coloque novamente os formandos em pares. 1 assume o papel de vitíma e o outro

assume o papel de psicólogo. No final de 5 minutos trocam papéis. No final questione a

cada díade como correu o role-play, pedindo para enumerar no papel de psicólogo um

ponto em que sentiram que estiveram bem e um ponto a melhorar. Identifique na

discussão o trabalho em torno do coping (stress e duração das reacções; culpa e

vergonha; comportamentos aditivos; problemas de sono).

Manual de Apoio à Formação Presencial

A saber:

Informe sobre as reações de stress:

• Forneça informações simples sobre reações de stress e coping;

• Construa a discussão em torno das reações do sobrevivente;

• Inclua possíveis reações negativas e positivas;

• Evite patologizar as reações de stress;

• Discuta formas positivas e negativas de lidar com as reações de stress.

Informe sobre a duração das reações de stress:

• A duração das reações dependerá (entre outras coisas):

O Da gravidade da exposição ao trauma e perda;

O Da gravidade das adversidades após o incidente;

O Da frequência com que estão expostos a estímulos que evocam pensamentos ou

sentimentos associados ao incidente.

Diga que é natural a resposta de ansiedade face ao que viveu e que é normal que comece a

diminuir a intensidade, frequência e duração das reações. Contudo se as reações

continuarem a interferir com a sua capacidade de funcionar, após um mês, deverá procurar

serviços especializados de saúde mental.

Informe sobre o Coping negativo (pode ter efeitos negativos não intencionais):

• Isolamento social;

• Evitamento extremo de pensar ou falar sobre o incidente;

• Trabalhar demasiado;

• Raiva ou violência;

• Uso de álcool ou drogas.

Informe sobre o Coping positivo (leva a resultados positivos):

• O apoio social;

• Atividades positivas distratoras;

• Estabelecer e alcançar objectivos;

• Alterar expectativas/prioridades;

• Respiração/relaxamento/descanso;

• Exercício físico;

• Escrever um diário;

• Aconselhamento.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Informe sobre as emoções “negativas” de culpa e vergonha

Alguns sobreviventes podem pensar acerca do que causou o evento, como reagiram, e como

poderá ser o futuro. Atribuírem excessiva culpa a eles ou a outros pode aumentar a intensidade

das suas reações.

• Deve escutar essas crenças e ajudar os sobreviventes a olhar para a situação de outra forma.

Poderá perguntar: “Se um amigo seu tivesse passado por esta situação, o que lhe diria? Consegue

dizer o mesmo a si próprio?”;

• Ajude a esclarecer mal-entendidos, rumores e distorções;

• Ajude os sobreviventes a entender como os pensamentos influenciam as emoções.

Informe sobre como lidar com os problemas do sono

Incentivar os sobreviventes para:

• Manterem rotinas de sono regulares;

• Reduzirem o consumo de álcool;

• Eliminarem as bebidas com cafeína à tarde/noite;

• Aumentarem o exercício físico regular;

• Relaxamento antes de dormir;

• Limitar as sestas a 15 minutos, e sempre antes das 16:00;

• Obterem suporte para preocupações imediatas.

Informe sobre o abuso de substâncias

• Explique que muitas pessoas optam por beber, usar medicamentos ou drogas para reduzirem o

seu sofrimento;

• Peça ao indivíduo para identificar os prós e contras do uso de álcool ou de outras drogas como

forma de lidar com os problemas;

• Chegue a um acordo de abstinência ou de um padrão de consumo seguro.

Manual de Apoio à Formação Presencial

As questões para discussão têm em seguida slides com aspetos a reter. Coloque o cenário ao grupo e

peça indicações sobre como intervir nesta situação, quais as prioridades e o que deve ser assegurado.

Estes cenários são para discussão breve. Tente manter um diálogo fluído, encorajando respostas curtas

e limitando respostas demasiado longas.

Na discussão do cenário da crise psicótica e antes de mostrar o slide acima, poderá fazer o exercício de

simulação grupal de uma crise psicótica. Para tal divida o grupo em 3 partes (com número semelhante de

elementos), em seguida nomeie o 1º subgrupo como o grupo do delírio e treine com eles a frase “Corre

que eles vão-te matar”; nomeie o 2º subgrupo como o grupo que reconhece que precisa de ajuda e treine

“Sei que preciso de ajuda”; nomeie o 3º subgrupo como o grupo da ambivalência e treine “Talvez vá,

talvez não vá”. Em seguida aproxime-se do grupo e diga “sou psicólogo e estou aqui para ajudar” e

aponte alternadamente para os subgrupos aumentando progressivamente a confusão. Reflita que é difícil

para alguém em crise psicótica conseguir prestar atenção ao exterior com tanta confusão interna.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Distribua as folhas de registo das necessidades das vítimas para utilização no role-play pelo

psicólogo. Coloque os formandos em pares. 1 assume o papel de vitima e o outro assume o papel

de psicólogo. No final de 10 minutos trocam de papéis. No final questione a cada díade como

correu o role-play, pedindo para enumerar no papel de psicólogo um ponto em que sentiram que

estiveram bem e um ponto a melhorar. Foque a discussão na proteção dos estímulos

potencialmente traumáticos e na recolha das necessidades da vítima.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Temas Conteúdos Programáticos Metodologia Atividades/ Exercícios Recursos Horário

Luto e Notificação

de Morte

• Modelo de Luto

• Modelo de Notificação

de Morte

• Treino

Expositiva / Interrogativa / Demonstrativa

/ Activa

Actividade 6 – Role Play Notificação de Morte

Computador, projetor multimédia, apresentação, quadro de papel, marcadores. Folhas de Registo

9h – 10:30h

Primeiros Socorros

Psicológicos

• Treino Prático Activa Actividade 7 – Role play Sismo

Actividade 8– Role play Incêncio Florestal

10:30h –

13h

Primeiros Socorros

Psicológicos

• Treino Prático Activa Actividade 9 – Role play

Acidente Viação

14h –

15:30h

Cuidados de Auto-

ajuda

• Estratégias de auto-

ajuda

Expositivo/ Interrogativa

16h – 16:30h

Encerramento do

Curso

• Avaliação da formação

e encerramento do

curso

Expositiva/ Interrogativa

16:30h –

17h

Cronograma 2º dia:

Inicie o 2º dia questionando por dúvidas relativamente ao que foi treinado no dia anterior.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Dizer que o Luto é sempre algo inerente a um cenário de catástrofe, na medida em que existem perdas:

morte de entes queridos ou amigos, morte de animais de estimação, perda de bens materiais

significativos, alteração das rotinas diárias...

Kubler-Ross fala das 5 fases do luto. Num cenário de intervenção em emergência é natural encontrarem

as fases da negação, raiva e negociação.

O modelo de Baile é um modelo que poderá ser utilizado para qualquer má notícia, mas aqui é aplicado à

notificação de morte.

O formador vai pedir um voluntário para demonstrar a técnica. A “Vitima” esteve envolvida num acidente

de viação em que faleceu um familiar. Sabe que ele estava mal, mas ainda não sabe que ele morreu.

Demonstre a notificação à luz do modelo IPICEC (Baile et al.). Siga todos os passos do modelo. No final

discuta com o grupo os aspectos mais importantes do que observaram.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Coloque os formandos em pares. 1 assume o papel de vítima e o outro assume o papel de psicólogo. No

final de 10 minutos trocam papéis. No final questione a cada díade como correu o role-play, pedindo para

enumerar no papel de psicólogo um ponto em que sentiram que estiveram bem e um ponto a melhorar.

Valide a dificuldade em dizer “morreu”.

Distribua as folhas de registo das necessidades das vítimas para utilização no role-play. Coloque os

formandos em pares. 1 assume o papel de vítima e o outro assume o papel de psicólogo. No final de

10 minutos trocam de papéis. No final questione a cada díade como correu o role-play, pedindo para

enumerar no papel de psicólogo um ponto em que sentiram que estiveram bem e um ponto a

melhorar. Foque a discussão na ajuda à ligação a outras pessoas e à avaliação do risco suicida (a

sra. tinha “apenas” ideação suicida ou tinha intenção (plano, meios) de cometer suicídio? Reflita sobre

a necessidade da avaliação do risco.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Distribua as folhas de registo das necessidades das vítimas para utilização no role-play. Coloque

os formandos em pares. 1 assume o papel de vítima e o outro assume o papel de psicólogo. No

final de 10 minutos trocam de papéis. No final questione a cada díade como correu o role-play,

pedindo para enumerar no papel de psicólogo um ponto em que sentiram que estiveram bem e um

ponto a melhorar. Foque a discussão na ajuda à ligação à rede social de suporte e ao registo das

necessidades.

Distribua as folhas de registo das necessidades das vítimas para utilização no role-play. Coloque

os formandos em pares. 1 assume o papel de vítima e o outro assume o papel de psicólogo. No

final de 10 minutos trocam de papéis. No final questione a cada díade como correu o role-play,

pedindo para enumerar no papel de psicólogo um ponto em que sentiram que estiveram bem e um

ponto a melhorar. Foque a discussão na estabilização emocional, na proteção de estímulos

potencialmente traumáticos, na ativação do suporte social no coping.

Manual de Apoio à Formação Presencial

Refira que muitas vezes não consideramos as nossas necessidades, quando estamos focados em atender

às necessidades dos sobreviventes. Deverá ser enfatizado que quando melhor “tratarmos” de nós numa

situação adversa, mais eficazmente vamos conseguir ajudar o outro.

Após os cuidados de auto-ajuda distribua os questionários de avaliação da formação. Deverá recolhê-los

voltando a face do questionário para baixo, de forma a que não seja possível a identificação de quem não

quer ser identificado.

Dar um momento para os últimos comentários sobre a formação e passar o último slide. Proceder ao

encerramento do curso.

Avaliação: Deverá ir avaliando continuamente a postura e desempenho dos formandos ao longo do curso,

sintetizando a avaliação na folha de avaliação contínua.

Guia do Formando

Apoio Técnico e help desk

Para questões técnicas sobre a utilização do portal ou relacionadas com o funcionamento do conteúdo

multimédia tem ao seu dispor um serviço de Help desk, através do e-mail

[email protected] e do telefone 210 417 490 (9h-13h | 14h-18h)

Folha de Registo

Data: _____________ Psicólogo______________________________

NOME: __________________________________________________________

Contacto: _________________ Local ________________________

Esta sessão foi conduzida com (liste todas as opções que se apliquem):

Criança Adolescente Adulto Família Grupo

1. Registe as dificuldades do sobrevivente

□ Extrema desorientação □ R. Agudas de Stress □ Dor de cabeça □ Negação da morte de

□ Consumos de □ Reacções Agudas □ Dor de estômago um ente querido

substâncias de Luto □ Dificuldade no sono □ Pesadelos ou sonhos

□ Isolamento □ Tris teza, choro □ Dificuldade em perturbadores

□ Comportamentos □ Irri tabi l idade, ra iva a l imentar-se □ Imagens/pensamentos

de risco □ Ans iedade, medo □ Pioria das condições intrus ivos

□ Comportamento □ Desespero, desamparo de saúde □ Dificuldades de

regress ivo □ Sentimentos de culpa □ Fadiga/exaustão concentração e

□ Ans iedade de □ Vergonha □ Agitação crónica memorização

separação □ Embotamento □ Outra: _______________ □ Dificuldades na

□ Comportamento □ Outra: ______________ tomada de decisão

violento □ Preocupação com a

□ Coping desadaptativo morte/destruição

□ Outra:______________ □ Outra: ______________

2. Registe as dificuldades do sobrevivente

□ Trauma prévio/problemas psicológicos/abuso de substâncias

□ Ferido como resultado do incidente

□ Correu risco de vida durante o incidente

□ Entes queridos desaparecidos ou mortos

□ Preocupações financeiras

□ Desalojado

□ Perda do trabalho/escola

□ Tem incapacidade fisíca/emocional

□ Necessita de estabilização por medicação

□ Preocupações com criança/adolescente

□ Preocupações espirituais

□ Outras: _______________________________________________________________________________________

3. Registe outras informações úteis para a referenciação

__________________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________________

4. Referenciação

□ Serviços da comunidade □ Serviços de saúde mental □ Tratamento médico

□ Serviços religiosos □ Outro: _________________________________________

5. A referenciação foi aceite pelo sobrevivente: □ Sim □ Não

Interventor: Use este formulário para registar as necessidades do sobrevivente. Este formulário pode ser

util izado para referenciação.

Comportamentais Emocionais Físicas Cognitivas