guia de plantas

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Instituto da Conservação da Natureza 2004 /KE= de Plantas Aquáticas

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Guia completo de plantas

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Page 1: Guia de Plantas

Instituto da Conservação da Natureza2004

Guiade

PlantasAquáticas

Page 2: Guia de Plantas

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Ficha técnica:

Fonseca, J.P., S. Chozas & A. Paiva 2004. Guia de Plantas Aquáticas.

Instituto da Conservação da Natureza/ Centro de Zonas Húmidas.

Ano: 2004

Edição: Instituto da Conservação da Natureza /

Centro de Zonas Húmidas

Fotografias: Adelaide Clemente (AC), Ana Paiva (AP), Eduardo

Gameiro (EG), João Carlos Farinha, (JCF), João Paulo

Fonseca (JPF), Paulo Lucas (PL), Sergio Chozas (SC) e

Intituto da Conservação da Natureza (ICN.)

Depósito legal: xxxxxx/xx

ISBN: xxx-xxx-xxx-x

Impresso por: Palmigráfica

Tiragem: 1000 exemplares

O presente trabalho foi elaborado no âmbito do projecto MW/SUDOE,

co-financiado pelo programa INTERREG III B Sudoeste Europeu

2000 - 2006 � N.º S0/2.1/P20.

PROGRAMA INTERREG III B - SUDOE

Com a participação da União Europeia

Projecto cofinanciado pelo FEDER

Page 3: Guia de Plantas

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Introdução ..............................................................................................

Vegetação Aquática

Vasculares flutuantesAzolla caroliniana Willd. (Azola) ................................................................Eichhornia crassipes (Mart.) Solms (Jacinto-de-água) ............................Lemna minor L. (Lentilha-de-água-menor) .................................................Ranunculus peltatus Schrank (Ranúnculo-aquático) ...............................

Folhas flutuantes / Vasculares radicularesMarsilea quadrifolia L. (Trevo-de-quatro-folhas) ......................................Nymphaea alba L. (Golfão-branco) ...........................................................Potamogeton polygonifolius Pourret (Colher) ...........................................

Emergentes

Emergentes não persistentesAlisma plantago-aquatica L. (Orelha-de-mula) ........................................Aster tripolium L. (Malmequer-da-praia) ..................................................Cistanche phelypaea (L.) Coutinho ........................................................Drosera intermedia Hayne (Orvalhinha) ..................................................Iris pseudacorus L. (Lírio-amarelo-dos-pântanos) .................................Limonium ovalifolium (Poiret) Kuntze (Sempre-viva) ...............................Narcissus jonquilla L. (Jonquilho) ...........................................................Narcissus papyraceus Ker-Gaeler (Narciso-branco) .............................Nasturtium officinale R. Br. (Agrião) .......................................................Oenanthe crocata L. (Embude) ...............................................................Panicum repens L. (Alcarnache) .............................................................Paspalum paspalodes (Michx) Scribne (Graminhão) ..............................Pinguicula lusitanica L. (Pinguícola) .......................................................Polygonum persicaria L. (Erva-pessegueira) ..........................................Woodwardia radicans L. (Feto-do-botão) ................................................

Índice

Page 4: Guia de Plantas

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Emergentes persistentesArundo donax L. (Cana) .........................................................................Carex pendula Huds. (Palha-de-amarrar-vinha) ...................................Inula crithmoides L. (Madorneira-bastarda)Juncus acutus L. (Junco-agudo) ...........................................................Juncus conglomeratus L. (Junco-glomerado) ........................................Juncus maritimus Lam. (Junco-marítimo) ..............................................Mentha pulegium L. (Poejo) .....................................................................Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdc. (Erva-pinheirinha) ......................Phragmites australis (Cav.) Trin. (Caniço) .............................................Scirpus cernuus Vahl (Cabeleira-de-velha) ..........................................Scirpus holoschoenus L. (Bunho) ..........................................................Scirpus maritimus L. (Junco-triângular) ..................................................Typha dominguensis Pers. (Tabúa-estreita) ............................................

ArbustosArthrocnemum fruticosum (L.) Moq. ........................................................Atriplex halimus L. (Salgadeira) ..............................................................Dorycnium rectum Ser. (Erva-mata-pulgas)Myrica gale L. (Samouco-do-brabante) .................................................Nerium oleander L. (Alandro) ..................................................................Rubus ulmifolius Schott (Silva) ..............................................................

ÁrvoresAlnus glutinosa (L.) Gaertn. (Amieiro) ...................................................Betula celtiberica Rothm. & Vasc. (Vidoeiro) ........................................Celtis australis L. (Lodão-bastardo) .......................................................Frangula alnus Miller (Sanguinho-de-água) ............................................Fraxinus angustifolia Vahl (Freixo) .........................................................Populus alba L. (Choupo-branco) ...........................................................Populus nigra L. (Choupo-preto) ............................................................Salix alba L. (Salgueiro-dourado) ...........................................................Salix atrocinerea Brotero (Salgueiro-negro) ...........................................Salix salvifolia Brot. (Borrazeira-branca) ..............................................Tamarix africana Poir. (Tamariz)Ulmus minor Miller (Ulmeiro) ..................................................................

Page 5: Guia de Plantas

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O Sistema de Classificação de Habitats MedWet (Farinha et al.1996), apresentado durante o projecto MedWet 1 (1993-1996),é um sistema de classificação que permite descrever os habi-tats duma zona húmida.

Trata-se de um sistema direccionado para a análise estruturaldos ecossistemas, portanto, distinto da classificação da floraem �tipos biológicos�, usualmente utilizada em botânica. Visa,sobretudo, definir tipologias de habitats para a fauna, uma vezque os animais respondem mais intensamente às caracte-rísticas estruturais dos habitats, do que à sua composiçãoflorística.

A sua principal utilidade é a cartografia das zonas húmidas, uminstrumento para monitorização e gestão dos sítios, um elementoimprescindível para identificar problemas, quantificar a suaextensão, ou para avaliar, de forma expedita, a adequação doshabitats para espécies alvo de programas de conservação.

Neste contexto, o principal objectivo desta publicação consisteem fornecer aos não especialistas em botânica informação quepermita identificar de forma fácil, mas correcta, algumas dasespécies mais abundantes no continente português. Optou-sepor incluir critérios de identificação simples e macroescópicose, sempre que possível, evitar a utilização de termos técnicosbotânicos. Para os casos em que não foi possível evitar a suautilização, apresenta-se no final da brochura um breve glossário.

ESTRUTURA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

A estrutura do Sistema de Classificação de Habitats MedWet éhierárquica, isto é, desenvolve-se através de vários níveis, domais abrangente para o mais específico. O primeiro nível designa-se por Sistema, e os níveis subsequentes por Subsistema, Classee Subclasse. O sistema conta ainda com outras categorias �

Introdução

Page 6: Guia de Plantas

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Modificadores � que permitem a descrição dos tipos de regimehídrico, salinidade, artificialização dos habitats , e ainda o tipo dedominância, que permite identificar tipos de habitats importantes.

Consoante a percentagem de cobertura de um determinado habi-tat (mais de 30%), classifica-se o tipo de vegetação em Classese Subclasses: Vegetação aquática (Vasculares radiculares,Folhas flutuantes e Vasculares flutuantes), Emergentes (Nãopersistente e Persistente), Arbustos e Árvores.

ClasseVegetaçãoaquática

Emergentes

Nãopersistentes

Persistentes

Arbustos Arvoredo

Sub-Classe

Classe e Subclasses descritos no presente Guia:

Folhacaduca

Folhapersistente

Folhacaduca

Folhapersistente

O presente Guia pretende facilitar a descrição da estrutura dohabitat, ao nível da Classe/Subclasse, através do apoio àidentificação de um conjunto de plantas aquáticas.

Vascularesradiculares

Folhasflutuantes

Vascularesflutuantes

Page 7: Guia de Plantas

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Classe: Vegetação aquática

SUBCLASSE: VASCULARES FLUTUANTESInclui habitats com a vegetação dominada por espécies queflutuam livremente na água ou à sua superfície. A coberturadesta vegetação é superior a 30%. As populações destasplantas podem ser movimentadas pela acção do vento oudas correntes.

SUBCLASSE: VASCULARES RADICULARESEsta Subclasse inclui habitats com a vegetação dominadapor espécies vasculares enraizadas no substrato. NosSistemas Fluvial, Lacustre e Palustre as plantas vascularesradiculares ocorrem em diversas profundidades em águasparadas ou movimentadas.

SUBCLASSE: FOLHAS FLUTUANTESEsta Subclasse inclui habitats em que a vegetação é dominadapor espécies vasculares submersas em que as folhas seencontram, total ou parcialmente, à superfície.

Inclui habitats dominados por plantas que crescemgeralmente à superfície da água ou imediatamenteabaixo da superfície durante a maior parte da época decrescimento, na maior parte dos anos. A Classe Vegetaçãoaquática ocorre geralmente em águas com profundidadesinferiores a 2 metros.

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Azolla caroliniana Willd.

Azola

Vasculares flutuantes

Descrição: Planta flutuante de pequenasdimensões, com 7 a 25 mm de diâmetro, muitoramificada. Folhas verdes ou acastanhadas,imbricadas, com uma estreita margemmembranácea. Raízes negras. Esporulação deMaio a Junho.

Distribuição geográfica: Originária daAmérica foi introduzida em Portugal com acultura do arroz. Actualmente, ocorre no Centroe Sul do país.

Habitat: Cursos de água de corrente lenta ezonas pantanosas, por vezes com algumasalinidade.

Espécies similares: Azolla filiculoidesapresenta dimensões muito superiores (até 10cm). Menos frequente em Portugal.

(Esp.: Azola)

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Eichhornia crassipes (Mart.) Solms

Jacinto-de-água

Vasculares flutuantes

Descrição: Erva aquática vivaz, flutuante. As folhas são pecioladas eapresentam um limbo com 15 cm de comprimento máximo. A inflorescência,em espiga, tem cerca de 15 cm e 8 a 12 flores azul-violáceas. Floraçãoem Junho e Julho.

Distribuição geográfica: Originário de América do Sul, o Jacinto-de-água foi introduzido em todas as áreas tropicais e subtropicais do Mundo.Em Portugal, foi introduzido no início do século XX, pelo seu valor orna-mental. É muito abundante nas bacias do Tejo e Sado, sendo menosfrequente a Norte e a Sul destes rios.

Habitat: Águas doces estagnadas ou de corrente lenta. A proliferação doJacinto-de-água causa problemas ecológicos graves, devido ao facto decobrir toda a superfície da água, impedindo que a luz chegue à água eevitando o crescimento da vegetação aquática imersa.

(Esp.: Jacinto de agua, Buchón de agua)

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Lemna minor L.

Lentilha-de-água-menor

Vasculares flutuantes

Descrição: Planta flutuante de pequenas dimensões, reduzida a umafronde e uma raiz central, elíptica e quase plana na página superior.Reproduz-se assexuadamente através da divisão das frondes. Os frutose as flores nunca foram observadas.

Distribuição geográfica: Subcosmopolita. Em Portugal, ocorre de Nortea Sul.

Habitat: Cursos de água de corrente lenta, lagos, charcos e zonaspantanosas.

Espécies similares: Lentilha-de-água-maior (Lemna gibba) distingue-sefacilmente de Lentilha-de-água-menor por apresentar uma fronde convexana página inferior.

(Esp.: Lenteja de agua)

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Ranunculus peltatus Schrank

Ranúnculo-aquático

Vasculares flutuantes

Descrição: Apresenta dois tipos defolhas: umas capilares que apre-sentam menor resistência à água,usualmente estão submersas, eoutras laminares, geralmente flutu-antes. As folhas laminares, relati-vamente pequenas e menores queos entrenós, não são profundamentefendidas. Os segmentos das folhaslaminares apresentam lobos largos econtíguos. Tépalas com mais de6 mm. Floresce e frutifica deFevereiro a Junho.

Distribuição geográfica: Centro eOeste da Europa. Em Portugal, ocorrede Norte a Sul.

Habitat: Cursos de água.

(Esp.: Hierba lagunera)

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Folhas flutuantes / Vasculares radiculares

Descrição: Feto aquático, emergente em algumas épocas do ano. Apresentaum amplo rizoma de onde saem folhas com um longo pecíolo. O limboassoma frequentemente à superfície da água e apresenta quatro folíolos,com 1 a 2 cm de comprimento. Esporulação de Junho a Julho.

Distribuição geográfica: Costas atlânticas do Sudoeste de Europa,Região Mediterrânica e Ilhas Canárias. Em Portugal, outrora distribuía-sepelas bacias hidrográficas dos rios Vouga, Douro, Lima e Minho.Actualmente, está restrita a um único local da bacia do Douro.

Habitat: Charcos e margens de cursos de água.

Espécies similares: Marsilea batardae (Trevo-de-quatro-folhas-peludo)apresenta menores dimensões, folíolos de 5 a 15 mm, e ocorreexclusivamente nas Bacias do Tejo e do Guadiana. As folhas apresentampêlos.

Marsilea quadrifolia L.

Trevo-de-quatro-folhas (Esp.: Trébol de cuatro hojas)

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Folhas flutuantes / Vasculares radiculares

Descrição: Planta de folhas flutuantes, circulares ou elípticas, com umlongo pecíolo submerso. As flores são emersas, grandes e com pétalasbrancas. Floresce e frutifica de Março a Outubro.

Distribuição geográfica: Europa, Norte de África, Oeste da Ásia. EmPortugal é frequente de Norte a Sul e também nos Açores.

Habitat: Lagoas e cursos de água de corrente fraca.

Espécies similares: O Golfão-amarelo (Nuphar lutea) distingue-se deGolfão-branco pelas folhas mais elípticas e pela flor, mais pequena, compétalas amarelas.

Nymphaea alba L.

Golfão-branco (Esp.: Nenúfar)

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Folhas flutuantes / Vasculares radiculares

Descrição: Planta até 25 cm. Folhas com um longo pecíolo, inteiras ecoriáceas. Pecíolo até 18 cm. Limbo ovado a lanceolado, por vezesflutuante. Estípulas até 5 cm, membranosas. Floresce de frutifica deMarço a Agosto.

Distribuição geográfica: Europa, Norte de África, Sudoeste asiático.Em Portugal, ocorre de Norte a Sul do país e também nos Açores eMadeira.

Habitat: Pântanos e turfeiras. Frequentemente em águas ácidas.

Espécies similares: Várias espécies de Potamogetum semelhantes ocorremem Portugal. Distinguem-se desta espécie, essencialmente, por pormenoresdo fruto.

Potamogeton polygonifolius Pourret

Colher

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Classe: Emergentes

SUBCLASSE NÃO PERSISTENTESInclui habitats com vegetação dominada por espécieshidrófitas vasculares que geralmente caem para a superfíciedo substrato ou da água no fim da época de crescimento.Em certas épocas do ano, podem não existir sinais evidentesda existência desta vegetação. Esta Subclasse ocorreextensivamente nas margens dos Sistemas Lacustre e Flu-vial e particularmente no Sistema Palustre.

SUBCLASSE PERSISTENTESinclui habitats com a vegetação dominada por espéciesvasculares hidrófitas que se mantêm erectas até ao inícioda época de crescimento do ano seguinte. Esta Subclasseocorre extensivamente nas margens dos Sistemas Estuarinose em sapais salgados. Estes habitats ocorrem tambémextensivamente no Sistema Palustre, onde existe uma grandevariedade de espécies, como por exemplo Phragmites sp. eScirpus sp.

É caracterizada pela existência de vegetação hidrófitaerecta, radicular e herbácea. Esta vegetação encontra-sepresente durante a maior parte da época de crescimento namaior parte dos anos, mantendo geralmente a mesmaaparência ano após ano. São geralmente dominados porplantas perenes.

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Emergentes não persistentes

Descrição: Erva vivaz com 20 a120 cm de altura, com folhasemergentes, ovadas a lanceoladas,de 2 a 3,6 vezes mais compridasdo que largas, com longos pecíolos.Flores com 3 pétalas, brancas,rosadas ou liláses. Floresce efrutifica de Maio a Agosto.

Distribuição geográfica: Europa,Norte e Este de África, e Ásia. EmPortugal, ocorre de Norte a Sul.

Habitat: Locais encharcados,margens de rios, lagos e lagoas.Geralmente em águas poucoprofundas e de corrente fraca ounula.

Espécies similares: Tanchagem-de-água (Alisma lanceolatum With.)distingue-se principalmente pelasfolhas mais alongadas, com ocomprimento 3 a 12 vezes maiorque a largura.

Alisma plantago-aquatica L.

Orelha-de-mula (Esp.: Llantén de agua)

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Emergentes não persistentes

Descrição: Arbusto pequeno, até 80 cm. Folhas um pouco carnudas,longas e lanceoladas. A inflorescência é constituída por flores liguladasazuis ou liláses, e por flores não liguladas amarelas. Floresce de Outubroa Novembro.

Distribuição geográfica: Norte de África e litoral europeu excepto noNorte.Em Portugal ocorre no Centro e Sul do país.

Habitat: Sapais e solos salgados.

Aster tripolium L.

Malmequer-da-praia

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Emergentes não persistentes

Cistanche phelypaea (L.) Coutinho

Descrição: Planta parasita, semclorofila, depende de outras plantaspara obter alimento. Após agerminação, procuram as raízesdas plantas que irão parasitar. Umavez encontradas, começam aabsorver directamente a seiva daplanta hospedeira. O caule écilíndrico e carnudo de 20 a 100cm. As folhas são cinzentoacastanhado a amarelas. As floressão de cor amarela muito viva,agrupam-se numa inflorescência de10 a 20 cm. Corola tem entre 35 a45 mm. Floresce de Março a Abrile frutifica de Junho a Outubro.

Distribuição geográfica: Penín-sula Ibérica, Norte de África eArábia. Em Portugal, ocorre noCentro e no Sul.

Habitat: Encontra-se em sapais esolos salgados, menos frequentemente nas areias do litoral.

Espécies similares: Algumas espécies do Género Orobanche, porapresentarem a corola amarelada, podem ser confundidas com Cistanchephelypaea, mas a sua dimensão é sempre inferior a 35 mm. Acresceque,Orobanche, raramente ocorre em terrenos salgados.

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Emergentes persistentes

Drosera intermedia Hayne

Orvalhinha

Descrição: Planta carnívora, de folhas basilares elípticas. Parte superiordo limbo coberta com pêlos compridos, vermelhos, glandulares, queproduzem uma substância pegajosa na forma de pequenas gotículasbrilhantes. O seu brilho atrai os insectos que, ao pousarem, ficam presosnas folhas, sendo digeridos por enzimas libertadas pela planta. O escapoé lateral é pouco mais comprido do que as folhas. Flores brancas. Florescede Abril a Novembro.

Distribuição geográfica: América do Norte, Europa e Ásia. Em Portugal,ocorre nas regiões elevadas do Noroeste e, para Sul, em zonas húmidasdo litoral arenoso, até à bacia do Sado.

Habitat: Sítios húmidos pantanosos e turfeiras. O habitat desta espéciecaracteriza-se pela presença de baixos níveis de nutrientes, o que faz daobtenção de fontes de azoto a partir dos insectos uma importante vantagemadaptativa. Calcula-se que cada planta consuma 2-3 insectos de pequenadimensão por mês.

Espécies similares: Drosera rotundifolia L. tem as folhas basilaresarredondadas e o escapo, aparentemente terminal, de 4 a 8 cm, é muitomais comprido que as folhas.

(Esp.: Atrapamoscas)

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Emergentes persistentes

Descrição: Lírio de grandes dimensões, até120 cm, com rizoma. Ramificado desde a parteinferior. Folhas planas (de secção nãoarredondada). Flores amarelas. Floresce deMarço a Junho.

Distribuição geográfica: Europa, Oeste daÁsia Norte de África. Em Portugal Continentalocorre de Norte a Sul e também na Madeira.

Habitat: Cursos de água e zonas pantanosasde água doce.

Espécies similares: Para além do Lírio-amarelo-dos-pantanos, o Maio-amarelo (Iris xiphium var.lusitanicum) é o único lírio amarelo da floraportuguesa, mas apresenta bolbos e nãorizomas, as folhas são estreitas, arredondadas,e as flores são de dimensões muito menores.

Iris pseudacorus L.

Lírio-amarelo-dos-pântanos

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Emergentes persistentes

Limonium ovalifolium (Poiret) Kuntze

Sempre-viva

Descrição: Planta com uma roseta defolhas basilares com 3 a 20 cm decomprimento por 1 a 4 de largura, com5 a 7 nervuras paralelas entre si nopecíolo e divergentes no limbo,obovadas a lanceoladas e terminadasnuma ponta aguda. Constitui uma dasmaiores espécies deste género,chegando a alcançar 105 cm. Florescede Junho a Setembro.

Distribuição geográfica: Desde aCosta Atlântica de França até Gibraltar.Em Portugal ocorre no Centro e Sul.

Habitat: Arribas costeiras e sapais.

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Emergentes não persistentes

Narcissus jonquilla L.

Junquilho

Descrição: Flor amarelo-vivo ecom pedicelos bem evidentes.Tubo hipantial recto. Flor muitoaromática. O comprimento dastépalas (10-15 mm) excede o dobrodo comprimento da corola. Folhascom 15 a 50 cm de comprimento e1.5 a 4 mm de largura, lineares eerectas. Floresce de Fevereiro aAbril.

Distribuição geográfica: Ende-mismo do Centro e Sul da PenínsulaIbérica.

Habitat: Em solos ácidos, frequen-temente junto a cursos de água.

Espécies similares: Narcissusfernandesii, espécie muito rara enão aromática, apresenta folhasrígidas. Tépalas com 8 a 11 mm.Aparentemente, restrito às baciashidrográficas do Tejo e do Sado.

O Narciso-do-Algarve (Narcissuswillkommii), igualmente muito raroe não aromático, apresenta folhasflexíveis e tépalas com 6 a 9 mm.É conhecido um único núcleopopulacional localizado na ribeira deQuarteira.

(Esp.: Junquillo)

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Emergentes não persistentes

Narcissus papyraceus Ker-Gaeler

Narciso-branco

Descrição: É o único Narcisosilvestre com a corola com-pletamente branco-puro. Apresentaum escapo de 20 a 45 cm e folhasaté 55 cm de comprimento.Floresce de Dezembro a Março.

Distribuição geográfica: RegiãoMediterrânica, Açores e Canárias.

Habitat: Solos húmidos, maisfrequentemente em zonas ripícolas.

Espécies similares: Narciso-do-Inverno (Narcissus tazetta), comtépalas brancas mas corola ama-relo vivo, e Narcissus triandrus,com flor amarelo-esbranquiçada etépalas mais compridas e viradaspara trás (retroflexas).F

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Emergentes não persistentes

Descrição: Planta com 20 a 90 cm. Flores comquatro pétalas, com 4 a 5 mm. Os frutos sãosilíquas ligeiramente arqueadas. Folhaspenatiseptas, com os folíolos ovados ouligeiramente lanceolados. O folíolo terminal émais longo. Floresce de Março a Agosto.

Distribuição geográfica: Cosmopolita. Comumem todo o território nacional.

Habitat: Ribeiras e margens de cursos de água

Espécies similares: Cardamine é o únicogénero da família do Agrião com folhassemelhantes. No entanto, apresenta pétalas commenos de 4 mm e as silíquas são rectas.

Nasturtium officinale R. Br.

Agrião (Esp.: Berro)

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Emergentes não persistentes

Oenanthe crocata L.

Embude

Descrição: Erva de grandes di-mensões, até 150 cm. Floresbrancas e dispostas em umbela.Caules verdes, ocos, pelo menosna base, e bastante estriados.Folhas penatisectas, divididas até3 a 5 vezes. Dentes do cálice de0,5 a 1,0 mm. Floresce de Maio aJulho.

Distribuição geográfica: Oesteda Europa e Região Mediterrânica.Frequente de Norte a Sul do país.

Habitat: Margens de cursos deágua.

Espécies similares: Oenanthepimpinelloides, apresenta o caulemaciço. Conium maculatum apre-senta pequenas manchas pur-púreas no caule. Bunium sp. atingeuma altura mais pequena, até40cm, e não possui dentes nocálice.

(Esp.: Nabo del diablo)

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Emergentes não persistentes

Descrição: Erva com espiguetaaté 3 mm e bainhas sem pêlos.Folhas até 25 cm de comprimentoe 8 mm de largura, planas, rígidas,com pêlos compridos na páginainterna da folha e sem pêlos napágina externa. Floresce de Maio aOutubro.

Distribuição geográfica: Sul daEuropa. Em Portugal é frequenteem todo o território.

Habitat: Solos arenosos e húmi-dos. Por vezes, parcialmente emer-sos.

Espécies similares: Panicumdichotomiflorum distinguem-sefacilmente pelas folhas maisflácidas e compridas, até 50 cm.

Panicum repens L.

Alcarnache (Esp.: Grama borde)

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Emergentes não persistentes

Descrição: Erva anual, estolhosa,com caules rastejantes e entrenósocos, por meio dos quais a plantaenraíza. Folhas membranosas,lineares e ligeiramente enroladassobre si mesmas. As inflores-cências, não pecioladas, formamdois cachos com 1,5 a 7 cm decomprimento, ao longo dos quaisse dispõem as espiguetas. Asespiguetas são formadas por duasflores, uma estéril e outra fértil.Floresce de Maio a Novembro.

Distribuição geográfica: Américatropical e subtropical. Naturalizadoem quase todo o Mundo.

Habitat: Solos arenosos e húmi-dos. Por vezes, parcialmenteemersos.

Espécies similares: Paspalumvaginatum é muitas vezes confun-dido com Paspalum paspalodes.Porém, as inflorescências sãomarcadamente pecioladas emPaspalum vaginatum.

Paspalum paspalodes (Michx) Scribne

Graminhão (Esp.: Grama)

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Emergentes persistentes

Pinguicula lusitanica L.

Pinguícola

Descrição: Planta carnívora, defolhas dispostas em roseta, com10 a 25 mm (máximo 30) decomprimento e 3 a 8 mm de largura,fortemente recurvadas para dentro,e recobertas de pêlos que segre-gam um muco adesivo. Durante operíodo de floração (Março a Maio)apresenta vários escapos longos(até 20 cm) suportando uma únicaflor. Corola, branca a lilás, comfauce amarela e 7 a 9 mm (máximo11). Floresce e frutifica de Março aMaio.

Distribuição geográfica: OesteEuropeu e Noroeste de África. EmPortugal, embora pouco abun-dante, ocorre por todo o país.

Habitat: Sítios húmidos, por vezesturfosos, e margens de rios,charcos e lagoas.

Espécies similares: Pinguiculavulgaris de folhas maiores 20 a 45mm (máximo 90) de comprimentoe 14 a 20 (máximo 25) de largura.Corola com 15 a 22 (máximo 30),lilás a roxa e fauce branca. EmPortugal, está restrita às áreasmontanhosas do Noroeste.

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Emergentes não persistentes

Descrição: Erva anual, com 30 a80 cm de comprimento. Cauleserectos ou ascendentes, entu-mescidos nos nós. Folhas de 30 a150 mm de comprimento, usual-mente com uma marca escura nocentro. Tal como todas as espéciesda família das Poligonáceas,apresenta ócreas que, neste caso,são longamente ciliadas. Florescede Junho a Novembro.

Distribuição geográfica: Em Por-tugal é abundante no Norte e Centrodo país. Mais raro no Sul.

Habitat: Solos húmidos e fre-quentemente ruderalizados.

Espécies similares: Várias espé-cies deste género ocorrem em Por-tugal, e muitas delas apresentamhabitat e morfologia semelhantes,designadamente: P. hydropiper, P.lapathifolium e P. saliciforme.

Polygonum persicaria L.

Erva-pessegueira (Esp.: Hierba pejiguera)

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Emergentes não persistentes

Woodwardia radicans L.

Feto-do-botão

Descrição: Feto de grandesdimensões, com folhas de 1,5 a2,5 m, persistentes, limbo ovado alanceolado, dividido em folíolosinteiros, lanceolados e pontia-gudos. As restantes espécies defetos de grandes dimensões queocorrem em Portugal tambémapresentam o limbo dividido emfolíolos, mas estes são, por suavez, divididos em folíolos maispequenos.

Habitat: Margens de cursos de águade montanha.

Distribuição geográfica: Sub-cosmopolita. Em Portugal Continen-tal ocorre na Serra do Gerês, tendosido descoberta recentemente norio Teixeira. Utilizada como plantaornamental nos parques históricosda serra de Sintra. Mais frequentenos Açores e Madeira.

(Esp.: Helecho de cumbre)

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Emergentes persistentes

Descrição: Planta perene, muito robusta, de rizoma grosso. Caules de 2a 6 m de altura e 1 a 4 cm de diâmetro. Folhas lanceoladas a lineares até60 cm de comprimento e com 1 a 8 cm de largura. Inflorescência de 30 a90 cm. Floresce de Agosto a Abril.

Distribuição geográfica: Provavelmente originária do Sul da Ásia, foiintroduzida praticamente em todo o Mundo. Em Portugal, ocorre de Nortea Sul. É uma espécie invasora, que frequentemente causa graves impactesna flora ribeirinha autóctone.

Habitat: Margens de cursos de água doce, sebes de campos agrícolas ezonas com intensa intervenção humana.

Espécies similares: Cana-de-sequeiro (Arundo plinii), mais escassa emPortugal e mais pequena. Atinge cerca de  4 m e os seus caules têmapenas 1 a 1,5 cm de espessura máxima. Ocorre nas margens dos cursosde água, no Centro e Sul do país.

Caniço (pág. 39), embora seja de menor tamanho e menos robusto. Aocontrário do caniço, a cana apresenta uma lígula é orlada de pêlos curtos.

Arundo donax L.

Cana (Esp.: Caña común)

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Emergentes persistentes

Descrição: Planta robusta e densa. As folhassão amarelo-verdosas por cima e mais claraspor baixo, com 2 cm de largura máxima e 50 a180 cm de comprimento. Inflorescências com5 a 7 espigas com mais de 10 cm, pendentes,característica referida no seu nome científico.Floresce de Março a Maio.

Distribuição geográfica: Europa, Norte deÁfrica, e Oeste Ásia. Em Portugal ocorre nocontinente, sendo mais frequente no Norte, etambém nos Açores e na Madeira.

Habitat: Locais encharcados, ricos em matériaorgânica, usualmente, ao longo de cursos deágua, mas também e em bosques húmidos.

Carex pendula Huds.

Palha-de-amarrar-vinha (Esp.: Espadaña)

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Espécies similares: Em geral, as espécies do género Carex são difíceisde identificar. No entanto, a Palha-de-amarrar-vinha esta espécie diferencia-se facilmente devido às espigas pendentes e ao seu tamanho.

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Emergentes persistentes

Descrição: Arbusto pequeno, até 1 m de altura. Folhas em forma delança, alongadas e carnudas. Flores amarelas. Floresce no fim do Verãoe no Outono.

Distribuição geográfica: Oeste e Sul de Europa, Norte de África eSudoeste da Ásia. Em Portugal Continental ocorre do Algarve até àEstremadura.

Habitat: Solos salgados incluindo salinas, sapais, mais raramente emarribas costeiras.

Espécies similares: Devido à cor das suas flores, numerosas espéciesda família das compostas podem ser confundidas com a Madorneira-bastarda. No entanto, na sua maioria, evitam solos salgados e raramenteapresentam folhas carnudas.

Inula crithmoides L.

Madorneira-bastarda

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Emergentes persistentes

Descrição: Erva vivaz, apenascom folhas basais, sem folhascaulinares, formando moitas.Caules rígidos, de 50-180 cm decomprimento e de 2-4 mm dediâmetro. Com 2-5 folhas basais eroliças, pontiaguadas, muitosemelhantes ao caule. Inflores-cência de 10-25 cm, densa,globosa, aparentemente lateral, jáque uma das brácteas simula umprolongamento do caule. Estabráctea é rígida e, tal como asfolhas, termina numa extremidadeaguçada, dolorosa ao toque.Floresce de Maio a Junho.

Distribuição geográfica: Sub-cosmopolita. Em Portugal, ocorreno Continente e nos Açores.

Habitat: Areias marítimas, sapaise linhas de água.

Espécies similares: Várias espé-cies deste género apresentamgrandes semelhanças entre si. Noentanto, o Junco-agudo distingue-se devido à bráctea terminal muitorígida, característica que só partilhacom o Junco-das-esteiras (Juncusmaritimus). O Junco agudo, apre-senta também uma inflorescênciadensa e frutos (cápsulas) grandes,lustrosas e bem visíveis, não sópela sua dimensão (4 a 5,5 mm),mas também porque não estãorecobertos pelas tépalas.

Juncus acutus L.

Junco-agudo

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Emergentes persistentes

Descrição: Planta até 85 cm de altura, apenas com folhas basais, semfolhas caulinares. Inflorescência muito densa. Bráctea inferior semextremidade dolorosa ao toque. O caule apresenta 11 a 30 estriasimediatamente abaixo da inflorescência. Floresce de Maio a Junho.

Distribuição geográfica: Europa, Norte de África, Sudoeste da Ásia ealgumas localidades da América do Norte. Em Portugal, ocorre em todo opaís.

Habitat: Solos muito húmidos, usualmente junto a cursos de água ouzonas periodicamente inundadas.

Espécies similares: Juncus effusus, que se distingue pela suainflorescência menos densa e pelo número de estrias, que ultrapassamas 30.

Juncus conglomeratus L.

Junco-glomerado

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Emergentes persistentes

Descrição: Planta apenas comfolhas basais, geralmente até 1 mde altura. Folhas muito pontiagudase dolorosas ao toque. Inflores-cência pouco densa, com floressolitárias ou em grupos de 2-3(máximo 5). Floresce de Junho aAgosto.

Distribuição geográfica: Europa,Norte de África e Sudoeste da Ásia.Em Portugal, ocorre no litoral, deNorte a Sul do País.

Habitat: Estuários, lagunas e zo-nas terminais das bacias hidro-gráficas. Usualmente, em solossalgados.

Juncus maritimus Lam.

Junco-marítimo (Esp.: Junco de playa)

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Emergentes persistentes

(Esp.: Poleo)

Descrição: Planta de 15 a 45 cm,com ramos ascendentes e ligei-ramente ramificados. Folhas compecíolo, ligeiramente serradas epequenas (20-30 x 4-15 mm).Inflorescência muito característica,com as flores agrupadas em voltado eixo, formando grupos apro-ximadamente esféricos e sepa-rados entre si. Floresce de Maio aOutubro.

Distribuição geográfica: Centroe Sul da Europa, Norte de África,próximo Oriente e Macaronésia. EmPortugal é abundante de Norte aSul.

Habitat: Prados húmidos e cursosde água.

Mentha pulegium L.

Poejo

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Espécies similares: As restantes espécies de Mentha da flora portuguesaapresentam as folhas muito mais largas. A Hortelã-aquática (Menthaaquatica) apresenta folhas ovadas e a inflorescência, semi-esférica,dispõe-se frequentemente no final dos talos. A Hortelã-brava (Menthasauveolens) apresenta uma inflorescência em forma de espiga.

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Emergentes persistentes

Descrição: Planta total ou parcialmente imersa, raramente emersa.Constituída por caules muito longos podendo atingir 6 m, ao longo do qualestão dispostas 4 a 6 folhas por verticilo. As folhas são geralmentemaiores do que os entrenós. Floresce de Abril a Junho.

Distribuição geográfica: Espécie oriunda da América do Sul foi introduzidana Europa e na América do Norte. Em Portugal ocorre no litoral Centro eNorte.

Habitat: Cursos de água de corrente lenta, lagoas e albufeiras, onde porvezes forma tapetes densos e extensos, cobrindo amplas extensões dasuperfície aquática.

Espécies similares: Três espécies autóctones poderão ser confundidascom a Erva-pinheirinha: Myriophyllum alterifolium, Myriophyllum spicatum eMyriophyllum verticillatum. A distinção, difícil, faz-se sobretudo através decaracterísticas da flor.

Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdc.

Erva-pinheirinha

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Emergentes persistentes

Descrição: Erva de grandes dimensões, comfolhas lineares até 3,5 cm de largura. Caulesde 0,8 a 4 m e pouco ramificados. Espigas degrandes dimensões, de 15 a 50 cm, fre-quentemente acastanhadas. A lígula é orlada eos pêlos longos. Floresce de Outubro aFevereiro.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.Frequente de Norte a Sul do país.

Habitat: Cursos de água de corrente fraca,lagoas, açudes, zonas estuarinas e lagunares.Por vezes, também, em solos salinos.

Phragmites australis (Cav.) Trin.

Caniço (Esp.: Carrizo)

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Emergentes persistentes

Descrição: Planta anual, pequena e em forma de tufo, com caules nãoexcedendo os 21 cm de comprimento, usualmente menores. As espiguilhas,solitárias ou, mais raramente em grupos de duas, dispõem-se na pontados caules, têm forma arredondada e cor amarelo-claro. Apresentam umabráctea terminal no prolongamento do caule. Folhas basais apresentamuma bainha avermelhada e limbo até 7 cm. Floresce de Abril a Maio.

Distribuição geográfica: Subcosmopolita.

Habitat: Linhas de água e pequenos charcos.

Espécies similares: Scirpus setaceus planta até 17 cm de altura, folhascom limbo até 9 cm e espiguilhas em grupos de 2 ou 3.

Scirpus pseudosetaceus planta até 9 cm de altura, com folhas com limboaté 3 cm, e espiguilhas solitárias, ou em grupos de 2 ou 3.

Scirpus cernuus Vahl

Cabeleira-de-velha

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Emergentes persistentes

Descrição: Erva vivaz, com caules simples, roliços, sem nós e com 30-150 cm de comprimento. É a única espécie do género que desenvolveuma inflorescência esférica suportada por pedúnculos bem evidentes. Asfolhas são todas basais e sub-roliças, podendo atingir um comprimentoaté 22 cm. Floresce de Maio a Novembro.

Distribuição geográfica: Europa, Ásia e América do Norte. Em Portugal,é muito abundante por todo o país.

Habitat: Linhas de água e solos húmidos. Usualmente, permanentementeemerso.

Espécies similares: Algumas Juncáceas e Ciperáceas podem serconfundidas com o bunho. No entanto, a presença de inflorescênciasglobosas suportdas por um pedúnculo é um caracter discriminante.

Scirpus holoschoenus L.

Bunho (Esp.: Junco churrero)

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Emergentes persistentes

Descrição: Erva vivaz, com altura até cercade 80 cm. Os caules apresentam uma secçãotriangular, pelo menos a partir da metade supe-rior. Inflorescência com 2-4 brácteas seme-lhantes a pequenas folhas. Muito frequen-temente, as inflorescências não são pedun-culadas. As flores apresentam um cálice comdentes evidentes. Caule verde sem manchase oco. Folhas tão ou mais largas que o caule,até 7 mm de largura, e sem pêlos. Floresce deAbril a Junho.

Distribuição geográfica: Cosmopolita.

Habitat: Margens de cursos de água, lagunase estuários, frequentemente em solos comalguma salinidade.

Scirpus maritimus L.

Junco-triângular (Esp.: Junzón)

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Emergentes persistentes

Descrição: Inflorescência formada por uma espiga feminina, mais largae em posição inferior e uma espiga masculina mais estreita em posiçãoinferior. A espiga feminina é 10 ou mais vezes mais comprida do quelarga, castanho escura, e separada da espiga masculina por 0,5 a 6 cm.Folhas com 5 a 14 mm de largura. Floresce e frutifica de Julho a Novembro.

Distribuição geográfica: Regiões tropicais da América e África,Mediterrâneo e Ásia. Em Portugal ocorre no Centro e Sul.

Habitat: Terrenos encharcados, de água doce ou ligeiramente salobra,frequentemente com elevada carga orgânica.

Espécies similares: Tabúa-de-folha-estreita (Typha angustifolia) é maispequena que Tabúa-estreita, apresenta folhas de 3 a 8 mm. A espigafeminina, tem 4 a 7 mm de espessura, é 6 a 10 vezes mais comprida doque larga e de cor castanho escuro a castanho avermelhadoa. Segundoalguns autores, em Portugal, ocorre apenas no Minho e nos Açores.

Tabúa-larga (Typha latifolia) tem folhas com 8 a 20 mm de largura, e espigafeminina até 6 vezes mais comprida do que larga, castanho-escuro.

Typha dominguensis Pers.

Tabúa-estreita (Esp.: Anea, Espadaña)

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Classe: Arbustos

SUBCLASSE: FOLHA CADUCAInclui habitats com vegetação dominada por espécieslenhosas de arbustos em que mais de 50% das plantas têmfolha caduca.

SUBCLASSE: FOLHA PERSISTENTEInclui habitats com vegetação dominada por espécieslenhosas de arbustos em que mais de 50% das plantas têmfolha persistente. Este tipo de habitat é pouco comum emPortugal, sendo mais frequente no Sudeste Alentejano e noAlgarve.

Inclui zonas dominadas por vegetação lenhosa com menosde 6 metros de altura. São caracterizados pela presença dearbustos, árvores jovens, ou árvores de altura reduzida,devido a condições ambientais adversas. Estes habitatssão mais comuns em zonas ripárias com inundação temporáriaou sazonal. Ocorrem ainda em planícies costeiras, áreassalgadas continentais e deltas. Podem constituir um estágiode recuperação da vegetação para a classe Arvoredo ou umsintoma de degradação das formações arbóreas.

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Arbustos

Arthrocnemum fruticosum (L.) Moq.

Descrição: Arbusto até 1 m dealtura, com caules carnudos e, pelomenos os mais novos, articulados.Usualmente os caules são erectose não produzem raízes. As folhas,muito reduzidas, são escami-formes. Floresce de Abril a Junhoe frutifica de Julho a Outubro.

Distribuição geográfica: Costasatlânticas do Sudoeste da Europa,Região Mediterrânica e IlhasCanárias. Em Portugal ocorre nolitoral Centro e Sul.

Habitat: Sapais e solos salgados.

Espécies similares: Arthrocnemumperenne apresenta os caulesprostrados e com raízes. Usual-mente, ocorre em pontos de cotamais baixa do que Arhrocnemumfruticosum.

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Arbustos

Descrição: Arbusto até 2,5 m, muito ramoso. Folhas 2 a 6 cm decomprimento, branco-prateado, ovais a romboidais e com pecíolo. Asflores, de pequeno tamanho, agrupam-se em inflorescências de coracastanhada. Floresce de Junho a Dezembro.

Distribuição geográfica: Sul da Europa, Norte de África, Macaronésia,Oeste e Sudoeste da Ásia. Em Portugal, ocorre no litoral Centro e Sul.

Habitat: Solos salgados, por vezes azotados, não longe do mar.Normalmente em arribas marítimas ou sapais. Muito utilizado em jardinscomo planta ornamental.

Espécies similares: Atriplex glauca L. apresenta um porte prostrado efolhas mais pequenas (5 a 1 mm de comprimento), sem pecíolo. Ocorreem sítios arenosos e salgados, no Estuário do Sado.

Atriplex halimus L.

Salgadeira (Esp.: Orgaza)

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Arbustos

Dorycnium rectum Ser.

Erva-mata-pulgas

Descrição: Arbusto de 30-150 cm, pubescente. Folhas compostas por 5folíolos. As flores, rosadas, agrupam-se em inflorescências arredondadas,com 20 a 40 flores. A vagem tem valvas contorcidas na maturação,permanecendo na planta bastante tempo após a dispersão das sementes.Floresce e frutifica de Abril a Julho.

Distribuição geográfica: Região Mediterrânica. Em Portugal, ocorre noLitoral Centro, onde é muito frequente, e no Sul.

Habitat: Sítios húmidos, margens de cursos de água e valas.

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Arbustos

Myrica gale L.

Samouco-do-brabante

Descrição: Pequeno arbusto com0,5 a 1,5 m, de folha caduca. Comfolhas pequenas, de 3 a 6 cm decomprimento, simples, alternadas,ligeiramente serradas, sem estí-pulas e com pêlos em ambas aspáginas ou, pelo menos, na infe-rior. A floração e frutificaçãoocorem de Abril a Maio.

Distribuição geográfica: Ampladistribuição geográfica na Europa,Ásia e América do Norte. Em Por-tugal é escassa, ocorrendo apenasno litoral.

Habitat: Cursos de água, lagoas eturfeiras das terras baixas.

Espécies similares: Samouco(Myrica faia), árvore de dimensõesrazoáveis, com folhas persistentes,maiores de 4 a 11 cm.

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Arbustos

Descrição: Arbustos até 4 m de altura. Folhasopostas, lineares a lanceoladas. Flores cor de-rosa escuro a branco. Fruto longo e estreito,com 4-5 a 9-16 cm de comprimento. Florescede Maio a Setembro.

Distribuição geográfica: Região Mediterrânicae Macaronésia.

Habitat: Cursos de água, sobretudo, no Sul einterior Centro do pais. Cultivada como orna-mental, frequente em jardins ou ao longo deestradas.

Espécies similares: Rododendro(Rhododendromponticum), espécie muito rara em Portugal erestrita às Serras do Caramulo e Monchique,apresenta as folhas mais largas e coriáceas.

Nerium oleander L.

Loendro (Esp.: Adelfa)

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Arbustos

Descrição: Arbusto com espinhos fortes, revirados para trás mais oumenos iguais entre si. Folhas com 3-5 folíolos serrados, verde-escuro napágina superior. Página inferior mais clara, com pêlos rasos. Inflorescênciacom múltiplas flores de esbranquiçadas. Os frutos estão reunidos emconjuntos aproximadamente esféricos e são conhecidos como amoras-silvestres. Floresce e frutifica de Maio a Setembro.

Distribuição geográfica: Frequente de Norte a Sul do país.

Habitat: Ao longo de linhas de água, sebes e bosques húmidos.

Espécies similares: Género de sistemática muito complexa, não havendoconcordância entre os diversos autores. Para além, de Rubus ulmifolius,foram descritas inúmeras espécies para Portugal, confinadas ao Norte dopaís e às regiões montanhosas do Centro. As roseiras-brava (Rosa spp.)poderão também ser confundidas. No entanto, a base das suas folhas ésempre alada.

Rubus ulmifolius Schott

Silva (Esp.: Zarza)

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Classe: Arvoredo

SUB-CLASSE: FOLHA CADUCAInclui habitats com vegetação dominada por espécieslenhosas de árvores em que mais de 50% das plantas têmfolha caduca.

SUB-CLASSE: FOLHA PERSISTENTEInclui habitats com vegetação dominada por espécieslenhosas de árvores em que mais de 50% das plantas têmfolha persistente. Este tipo de habitat é muito raro em Por-tugal, estando restrito a linhas de água de regime torrencialdas serras algarvias.

É caracterizada por dominância de vegetação lenhosa commais de 6 metros de altura. As zonas húmidas dominadaspor árvores ocorrem sobretudo em matas com inundaçãotemporária em leitos de cheia, cursos de água e deltas.

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Descrição: Árvore de folha caduca, até 20 m,de casca cinzenta a castanho-escuro. Folhasredondas a ovadas, com 4 a 12 cm decomprimento e 5 a 8 pares de nervuras laterais.As inflorescências (amentos) são compostasexclusivamente por flores do mesmo sexo.Os amentos masculinos são pedunculados ependentes, e os femininos, de menor tamanho,são cilíndricos, erectos e não peciolados. Osfrutos, com 1 a 2 cm de comprimento, lembramuma pequena pinha. Floresce de Novembro aFevereiro.

Distribuição geográfica: Europa, Noroestede África, Sudoeste e Sul Asiático. Em Portu-

Alnus glutinosa (L.) Gaertn.

Amieiro

Arvoredo

(Esp.: Aliso)

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gal, ocorre em todo o país, excepto no Sudeste e em altitudes elevadas.

Habitat: Margem dos cursos de água e sítios inundados.

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Arvoredo

Betula celtiberica Rothm. & Vasc.

Vidoeiro

Descrição: Árvore até 10 m, copapouco densa, piramidal quandonova e arredondada em adulta. Acasca é branco-prateada comfendas romboidais negras. Folhastriangulares a romboidais e ser-radas, de 5 a 6 cm de comprimentopor 2,5 a 5 cm de largura. O fruto éalado. Floresce de Abril a Maio.

Distribuição geográfica: Zonasmontanhosas do Centro e Nortede Portugal e da Península Ibérica.

Habitat: Margens de cursos de águae terrenos húmidos das regiõeselevadas.

(Esp.: Abedul)

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Arvoredo

Descrição: Árvore até 25 metrosde folha caduca, copa arredondadae densa, casca cinzenta e lisa.Folhas muito características: de 4a 15 cm de comprimento por 1,5 a6 cm de largura, lanceoladas, coma extremidade alongada, arre-dondadas ou cordadas na base,com pêlos abundantes, e nervurasrecurvadas. Fruto rugoso, arred-ondado, com um longo pecíolo,negro quando maduro. Floresce deAbril e Junho.

Distribuição geográfica: Sul daEuropa, Norte de África e OesteAsiático. Em Portugal, ocorre nasbacias do Douro e no troço supe-rior da bacia do Tejo.

Habitat: Próximo de linhas de água,por vezes em encostas escar-padas. Muito frequente comoárvore ornamental.

Celtis australis L.

Lodão-bastardo (Esp.: Almez)

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Arvoredo

Descrição: Arbusto ou árvore até 5 m, de folha caduca. Casca cinzento-acastanhada. Ramos castanho-avermelhados. Folhas inteiras, obovadas.Fruto vermelho no início, tornando-se negro na maturação. Floresce deMaio a Junho.

Distribuição geográfica: Europa, Norte de África, Centro da Ásia.Naturalizada na América do Norte. Em Portugal, ocorre sobretudo nolitoral, sendo mais abundante no Norte.

Habitat: Margens dos cursos de água e sítios húmidos.

Frangula alnus Miller

Sanguinho-de-água (Esp.: Arraclán)

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Arvoredo

Fraxinus angustifolia Vahl

Freixo (Esp.: Fresno)

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FDescrição: Árvore caducifólia até 25 m, comcopa alta e irregular. Casca acinzentada. Ramospouco numerosos e ascendentes. Folhasdivididas em 5-13 folíolos, sempre em númeroimpar, serrilhados na parte terminal. Os frutossão alados. Floresce de Dezembro a Janeiro.

Distribuição geográfica: Europa, Noroestede África e Sudoeste da Ásia. Ocorre de Nortea Sul de Portugal.

Habitat: Usualmente, em margens de cursosde água. No Noroeste do país pode ocorrertambém em matas caducifólias. É utilizadafrequentemente como árvore ornamental.

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Arvoredo

Populus alba L.

Choupo-branco (Esp.: Álamo)

Descrição: Árvore caducifólia e degrandes dimensões, chegando aatingir 20 m de altura. Tronco decasca branca e fendida. Folhaspalmatilobadas ou dentadas,verdes na página superior, páginainferior com pêlos densos e branco-prateada. Limbo de 6 a 12 cm. Osamentos masculinos são ver-melhos e com lanugem cinzenta.Os femininos, inicialmente sãoverdes, cobrindo-se com peloquando a semente amadurece.Floresce de Fevereiro a Março.

Distribuição geográfica: Em Por-tugal, é frequente de Norte a Suldo país.

Habitat: Usualmente ao longo doscursos de água. É muito utilizadocomo árvore ornamental.

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Arvoredo

Descrição: Árvore de grandesdimensões, até 20 a 25 m. Troncorecto e grosso, com casca acin-zentada a negra, muito gretada.Copa estreita e cilíndrica. Folhasromboidais, com um longo pecíoloe ligeiramente serradas. Limbo de5 a 10 cm de comprimento por 4 a8 cm de largura, tornando-seamarelo no Outono. Floresce deFevereiro a Março.

Distribuição geográfica: Europa,Noroeste de África, Oeste da Ásiae Macaronésia. Introduzido em Por-tugal, sendo frequente de Norte aSul do país.

Habitat: Usualmente em margensde cursos de água. Muito frequentecomo árvore ornamental.

Populus nigra L.

Choupo-preto (Esp.: Chopo, Álamo negro)

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Arvoredo

Descrição: Árvore de médio porte,de folha caduca. Folhas entre 5 a10 vezes mais compridas do quelargas, serrilhadas, lanceoladas epubescentes, sobretudo na páginainferior, verdes na página superiore esbranquiçadas na página infe-rior. Os amentos, de 3,5 a 6 cm,surgem ao mesmo tempo que asfolhas. Os masculinos são ama-relos e os femininos são inicial-mente verdes e depois verdesaveludados. Floresce de Março aAbril.

Distribuição geográfica: Em Por-tugal distribui-se principalmente noCentro e no Sul.

Habitat: Margens de cursos de águae lagoas.

Salix alba L.

Salgueiro-dourado (Esp.:Sauce blanco)

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Arvoredo

Descrição: Árvore de folha caduca até 9m de altura. Troncos grossos, com nósevidentes e casca de cor pardacenta.Folhas verde-escuras na página superiore de tom verde-azulado, com tomentoarruivado, na página inferior. Usualmente,3 vezes mais compridas do que largas,oblongo-lanceoladas, alternas, inteiras ouserradas e com pecíolo curto. As floresformam amentos de 2 a 7 cm e de corverde amarelados. Estípulas nuncapatentes. Floresce de Março a Abril.

Salix atrocinerea Brotero

Salgueiro-negro (Esp.: Sauce, Mimbre)

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Distribuição geográfica: Oeste da Europa e da Região Mediterrânica.Em Portugal, ocorre de Norte a Sul.

Habitat: Margens de linhas de água, lagoas e açudes.

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Arvoredo

Salix salvifolia Brot.

Borrazeira-branca

Descrição: Árvore de folha caduca até9 m de altura. Troncos grossos, comnós evidentes e casca de cor pardacenta.Folhas verde-acinzentadas na páginasuperior e com pêlos em ambas aspáginas. Usualmente, 3 a 10 vezes maiscompridas do que largas, oblongo-lanceoladas, alternas e com pecíolocurto. As flores formam amentos de 2 a7 cm e de cor verde amarelados.Estípulas patentes. Floresce de Março aAbril.

(Esp.: Bardaguera)

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Distribuição geográfica: Endemismo ibérico. Em Portugal, existe deNorte a Sul.

Habitat: Margens de cursos de água. Mais frequente nas regiões de climamais quente, ou nas cabeceiras dos rios.

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Arvoredo

Ulmus minor Miller

Ulmeiro

Descrição: Árvore até 30 m.Folhas serradas, de base assi-métrica, nervuras rectilíneasparalelas, e com 3 a 9 cm decomprimento por 2 a 4 cm delargura. Actualmente, exemplaresde grandes dimensões são muitoraros porque as populações euro-peias têm sido dizimadas por umadoença originada por um fungo: agrafiose. Floresce de Fevereiro aMarço

Habitat: Margens de cursos deágua, sebes de campos agrícolas,em solos húmidos. Por vezes,utilizado como árvore ornamental.

Distribuição geográfica: Europa,Norte de África, Sudoeste asiáticoe Canárias. Em Portugal ocorre emtodo o país.

(Esp.: Olmo)

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Arvoredo

Tamarix africana Poir.

Tamariz

Descrição: Arbusto ou, em casos excepcionais,pequena árvore até 6 metros. Folhas reduzidasa escamas. Pétalas com 1,8 a 3,3 mm decomprimento, brancas ou ligeiramente rosadas.O caule é ligeiramente avermelhado. Florescede Março a Maio.

Distribuição geográfica: Região Mediterrânicae Macaronésia. Ocorre de Norte a Sul do país,sendo mais frequente no litoral. É muito utilizadacomo árvore ornamental.

Habitat: Solos ligeiramente salgados do troçoterminal dos rios, margens de cursos de água earribas marítimas.

(Esp.: Taray)

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Espécies similares: Género de taxonomia difícil, não havendoconcordância entre vários autores. A Tamargueira-rosada (Tamarixcanariensis) apresenta pétalas mais pequenas, de 1,25 a 1,5 mm, de corrosada.

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Amentos: Espiga de flores todas de um único sexo.

Autóctone: Planta natural de uma dada região.

Bráctea: Folha modificada situada na base de uma inflorescênciaou de uma flor.

Basilar: Que se encontra inserido na base.

Cálice: Conjunto de sépalas de uma flor.

Capítulo: Inflorescência globosa ou achatada, formada de floressem pedúnculo, aglomeradas sobre uma base comum.

Cápsula: Fruto seco que se abre naturalmente na maturaçãopara libertar as sementes.

Ciliado: Com pêlos (cílios).

Cordado: Em forma de coração.

Coriáceo: Da resistência do coiro, duro.

Corola: Conjunto das pétalas de uma flor.

Cosmopolita: De distribuição mundial.

Drupa: Fruto carnudo com caroço.

Emergente: À superfície da água ou do solo.

Endemismo: Existente apenas num determinado local ou região.

Entrenó: Porção do caule compreendida entre dois nósconsecutivos.

Entumescido: Estrutura levemente dilatada.

Escamiforme: Com forma de escama.

Escapo: Caule ou pedúnculo simples e sem folhas, com a parteinferior rodeada por folhas basilares e a superior que terminanuma flor ou inflorescência.

Glossário de termos botânicosutilizados no texto

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Espiga: Inflorescência de flores sésseis, inseridas ao longo deum único eixo.

Espigueta: Nome dado à unidade básica da inflorescência dasgramíneas.

Estípula: Apêndice situado na base de certas folhas, por vezeslembrando uma pequena folha na base do pecíolo.

Folha caduca: Que cai durante o Outono.

Folha capilar: Muito estreita, embora, por vezes ramificada.

Folha composta: Folha composta por folíolos.

Folha laminar: Com a forma de uma lâmina.

Folha obovada: Em forma de pêra.

Folha romboidal: Com forma semelhante a um losângulo.

Folha serrada: Com dente agudos voltados para cima,lembrando uma serra.

Folha simples ou inteira: Folha não dividida nem recortada.

Folíolo: Cada um dos limbos que constituem uma folha composta.

Folhas alternas: Folhas inseridas em pontos distintos ao longodo caule.

Folhas opostas: Folhas inseridas duas a duas no mesmo pontoao longo do caule.

Folhas verticiladas: Folhas inseridas à volta de um mesmoponto do caule.

Fronde: Partes da planta não diferenciadas que incluem osorgão reprodutores da planta.

Hipanto: Parte inferior do cálice dos narciso, usualmente emforma de tubo ou de cone, situado entre o escapo e as tépalas.

Imbricadas: Dispostas de forma a cobrirem-se parcialmente,como as telhas de um telhado.

Inflorescência: Modo de disposição das flores na planta.

Lanceolado: Em forma de lança.

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Lígula: Pequena lâmina membranosa que nas folhas separa abainha do limbo, em algumas plantas como as gramíneas.

Lígulada (flor): Diz-se das flores de algumas plantas, como osmalmequeres que apresentam um prolongamento em forma delíngua.

Limbo: Parte plana e mais ou menos larga das folhas.

Nó: Região do caule onde se originam as folhas e asramificações.

Ócrea: Conjunto de estípulas soldadas entre si que reveste abase dos entrenós.

Patente: Aberto em ângulo quase recto.

Pecíolo: Porção da folha que liga o limbo ao caule, usualmentemuito estreito.

Penatisepto: Com o limbo dividido até a nervura central.

Pétala: Folhas modificadas que constituem a corola e que,geralmente, dão cor a uma flor. Localizam-se imediatamente acimadas sépalas.

Prostrado: Com disposição horizontal. Deitado.

Pubescente: Coberto por pêlos curtos. Contrário de glabro.

Rizoma: Caule subterrâneo alongado com folhas reduzidas aescamas.

Roseta: Grupo por folhas muito juntas.

Romboidal: Em forma de losângulo.

Ruderal: Vegetação que se desenvolve em áreas fortementehumanizadas.

Serrada ou serrilhada (folha): com dentes na margem.

Sépala: Folhas modificadas que constituem o cálice. Localizam-se imediatamente abaixo das pétalas da flor.

Séssil: Órgão inserido directamente sobre um outro órgão semintermédio de um eixo.

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Valva: Cada uma das partes longitudinais em que se dividemalguns frutos para libertarem as sementes.