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  • 1. A FORMAO DOS PROFESSORES DE Educao Infantil: apreciaesbibliogrficasRAUPP, Marilene Dandolini - CED/UFSCGT: Formao de Professores/ n.08Agncia Financiadora: No contou com financiamento.Consideraes IniciaisEste trabalho vincula-se a uma pesquisa, intitulada provisoriamente A ProduoAcadmica sobre Formao de Professores de Educao Infantil no Brasil(1983-2003): concepes de formao. Seu objetivo analisar a produo acadmicasobre a formao de professores de Educao Infantil de 1983 a 2003 no Brasil.A definio desse perodo justifica-se, segundo Rocha (1999) e Strenzel (2000),porque a partir dele que se observa o crescimento das pesquisas sobre EducaoInfantil no Brasil, sobretudo no final da dcada de 1980 e incio dos anos 90. Umcrescimento que interpretado como resposta consolidao dessa modalidade deeducao, que coincide com a expanso do atendimento criana de 0 a 6 anos e com aredefinio da funo social das instituies de Educao Infantil.As fontes utilizadas resultam de um levantamento que inclui livros, artigos decoletneas, teses e dissertaes,1 artigos de peridicos,2 e trabalhos completos dasreunies anuais da ANPED. Este levantamento resultou em 8 teses, 68 dissertaes , 5livros , 25 artigos em sete peridicos e 37 trabalhos completos nas Reunies Anuais daANPED, assim como 43 artigos em coletneas, totalizando 186 produes sobre aformao de professores de Educao Infantil no Brasil. A busca das teses edissertaes no Banco de Dados da CAPES ocorreu por meio dos seguintes descritores:infncia, criana, Educao Infantil, creche e pr-escola; na seleo bibliogrficaforam considerados os ttulos dos trabalhos que tratavam sobre os profissionais queexercem a funo docente, tanto em creche (0-3 anos) como em pr-escola (4-6 anos).Professor de Educao Infantil, nesse trabalho, diz respeito a todos osprofissionais responsveis pela educao direta da criana na faixa etria de 0 a 6 anos.O recorte est relacionado histria da Educao Infantil, em que a atuao direta com1 As teses e dissertaes referem-se dcada de 1983 at 2001. As produes do perodo de 1983-1998foram consultadas em Strenzel (2000) e complementadas por consulta ao Banco de Dados da CAPES,que disponibiliza essas produes nos perodos de 1987-2001.2 Os peridicos referem-se queles da rea da educao, conceito A Qualis, classificados comointernacional ou nacional, e que mais publicam sobre Educao Infantil: Educao & Sociedade daUNICAMP, Cadernos de Pesquisa da Fundao Carlos Chagas, Revista Brasileira de EstudosPedaggicos do INEP, Revista CEDES da UNICAMP, Revista Perspectiva da UFSC, Revista Pro-Posies da UNICAMP. A Revista Idias da FDE foi includa por trazer alguns nmeros que focalizama Educao Infantil. As Revistas: Brasileira de Educao da ANPED, Educao & Realidade daUFRGS no trazem artigos sobre o tema.

2. 2crianas de 0 a 6 anos marcada, principalmente, nas dcadas de 1970 e 1980, pelautilizao de espaos ociosos e uso de pessoal voluntrio, selecionados pelo critrioprimordial de ter boa vontade. A profissionalizao dessas educadoras passou a seramplamente debatida desde as discusses que antecederam a aprovao da Lei deDiretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN 9394/96). Esta lei prev que aspessoas que atuam diretamente com as crianas na Educao Infantil sejamconsideradas professoras, dispondo que as mesmas tero um prazo at o ano de 2006para obter formao em nvel superior ou mdio. Neste contexto, a definio deprofessor de Educao Infantil baseia-se em Arce (2001), para quem o professor destenvel aquele que ensina, que deve possuir competncia (que supere a improvisao, oamadorismo e a mediocridade), tenha preciso, rigor filosfico e disciplinametodolgica, criatividade e criticidade na forma de entender e trabalhar oconhecimento conforme o contexto em que foi produzido (p.181). importante considerar que as polticas educacionais do governo vmincorporando conceitos e referenciais que desafiam a qualidade dos processosformativos de professores. Assiste-se construo hegemnica por parte do governo,mas tambm por setores significativos da academia, de uma concepo de professorprofissional, informado pela epistemologia da prtica, competente para responder squestes e apenas essas de suas tarefas cotidianas (Moraes, 2004, p. 153). Para esteprofissional, uma formao aligeirada basta. Isto preocupa, sobretudo no caso deformao de docentes para a Educao Infantil, tanto por sua complexidade qual seacrescenta a carga social da desigualdade, da violncia, da falta de expectativa quantopelas exigncias de um trabalho docente que demanda maior qualificao, leitura crticae capacidade intelectual. Seria de esperar, portanto, propostas de formao quetematizassem essas questes e assegurassem as condies de seu entendimento. Frente aisso, concordamos com Duarte (2003) quando afirma que:De pouco ou nada servir mantermos a formao de professores nasuniversidades se o contedo dessa formao for maciamente reduzido aoexerccio de uma reflexo sobre os saberes profissionais, de carter tcito,pessoal, particularizado, subjetivo, etc. De pouco ou de nada adiantardefendermos a necessidade dos formadores de professores serempesquisadores em educao, se as pesquisas em educao se renderem aorecuo da teoria (p. 620).A Produo de Conhecimentos: um breve traado Os agrupamentos dos trabalhos so assim definidos: formao docente, queabordam estudos sobre a formao de professores de Educao Infantil, incluindo a 3. 3formao inicial e a continuada; a formao inicial refere-se a estudos quefocalizam cursos normais de ensino mdio, cursos superiores ou cursosuniversitrios; a formao continuada diz respeito a estudos sobre formaosistemtica, que acontece externamente formao inicial, sendo comum ocorrer nolocal de trabalho e, neste caso, ser denominada formao em servio; a profissodocente inclui:momentos de singularidade e universalidade (...) Singularidaderepresentada pelas posies polticas dos professores, seus conflitos eideologias, suas representaes do mundo, sua identidade pessoal euniversalidade presente na organizao poltico-associativa dos indivduos,organizao esta compreendida como mediadora das condies empricassingulares com a sociedade, com aspectos de uma particularidade que acategoria profissional ocupando um espao social (Souza, apud Facci,2004, p.25).Finalmente, o trabalho docente compreendido como ato de ensinar, comoprocesso de transmisso da cultura, que segundo Saviani (1991) o ato de produzir,direta e intencionalmente, em cada indivduo singular, a humanidade que produzidahistrica e coletivamente pelo conjunto dos homens ( Saviani, 1991, p.21). Constata-se, na dcada de 1980, o predomnio das temticas trabalho docente(7) e formao continuada (6), com (2) trabalhos sobre formao inicial. Na dcada de1990,a temtica que predomina a formao continuada (32), seguida da profissodocente (23), trabalho docente (22), formao inicial (20) e formao docente (18). Aformao continuada (18) e profisso docente (18) so as temticas predominantes nosanos de 2000-2003, seguidas das temticas:formao docente (13) formao inicial (9). Os trabalhos mais referenciados nessas produes, com exceo de teses edissertaes, so: Flvia Rosemberg et al (1984); Maria M. Campos et al (1984); Zilmade M. R. de Oliveira (1992, 1994); Zilma de M. R. de Oliveira & Maria C. Rossetti-Ferreira (1992); Solange J. e Souza & Snia Kramer (1992); Tisuko M. Kishimoto(1992, 1999); Snia Kramer (1994); Maria M. Campos (1994, 1999); Selma G. Pimenta(1994); Flvia Rosemberg (1994); Ana B. Cerisara (1996); Silvia H. V. Cruz (1996);Maria L. Machado (1998). Outras referncias que esto influenciando um grandeespectro deste conjunto de produes no Brasil so tradues italianas, a partir de 1998,e desde 1999, publicaes portuguesas. O maior nmero de trabalhos encontra-se na PUC/SP (com 18), na UFSC (com15), na PUC/RJ (com 14), na USP/SP (com 10), na UNICAMP e na UNESP (com 7trabalhos cada), na UFPR e na UFF (com 5 trabalhos cada), na PUC/RS, UMP, 4. 4UNIMEP, UFSCAR, UFMG, UFRGS, UFRN (com 4 trabalhos cada), na UFES, UFM,UFPE, UFMS, UNB, UEJM, UFCE (com 2 trabalhos cada). Foi identificado umtrabalho sobre o tema nas demais instituies (UFMT, UFME, USP/RP, UFSM, UERJ,UEPJ, UPM, UNISINOS, PUC/Campinas).H predominncia de estudos que focalizam o tempo presente, ou seja, so rarosos estudos histricos sobre a profisso docente na Educao Infantil.As pesquisadoras brasileiras que se destacam pelo nmero de trabalhos sobre otema so: Ana B. Cerisara- UFSC, com dez, Tizuko M. Kishimoto - USP/SP, com oito,Maria L. Machado - PUC/SP e Maristela Angotti -UNESP de Araraquara, com cinco,Alessandra Arce - USP/RP, Snia Kramer -PUC/Rio e Maria B. C. Rodrigues comquatro.Dos 37 trabalhos da ANPED, 14 so resultados de teses (3) e dissertaes (11).No conjunto dos 43 artigos de coletneas, trs so decorrentes de dissertaes demestrado. Os cinco livros so resultados de tese (1) e dissertaes (4). Os peridicostotalizam 25 produes, sendo que seis so decorrentes de teses (3) e dissertaes (3).De um total de 110 produes, 7 so resultados de teses e 21 de dissertaes, ou seja,25% produo discente de cursos de ps-graduao em educao. Os demais trabalhosso decorrentes de pesquisas docentes e de iniciao cientfica, monografias, reflexestericas.Frente a este panorama, pretende-se analisar: o que move, em determinadasdcadas, o aumento de certas temticas; como a formao dos professores de EducaoInfantil era pensada na dcada de 1980, como foi se modificando no decorrer dos anos eo que isso significa para a rea.Para isso, a pesquisa pretende, por meio de anlise histrica, revelar asconcepes de formao de professores da Educao Infantil nesses perodos. Nestesentido, Thompson (1981) traz importante referencial em relao ao mtodo adequadoao estudo dos fenmenos em movimento, nas suas manifestaes contraditrias, nosseus procedimentos de anlise que esto em constante modificao como osmovimentos do evento histrico. uma lgica histrica, compreendida pelo autor comoum mtodo lgico de investigao, adequado a materiais histricos que consiste numdilogo entre conceito e evidncia, um dilogo conduzido por hipteses sucessivas, deum lado, e a pesquisa emprica, do outro (p.49-62). 5. 5RefernciasARCE, A. Compre um Kit neoliberal para a Educao Infantil e ganhe grtis os dezpassos para se tornar um professor reflexivo. In: Educao & Sociedade. (74):251-283, Abr.2001.DUARTE, N. Conhecimento Tcito e Conhecimento Escolar na Formao do Professor(por que Donald Schn no entendeu Luria). In: Educao & Sociedade. (83):601-625, Ago.2003.FACCI, M. G. D. Formao de Professores: valorizao ou esvaziamento do trabalhodo professor ? um estudo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e dapsicologia vigotskiana. So Paulo: Autores Associados, 2004.MORAES, M.C.M. Incertezas nas Prticas de Formao e no Conhecimento Docente.In: MOREIRA, A. F. et alli (Org.) Currculo: pensar, sentir e diferir. Rio de Janeiro:DP&A, 2004, p.139-157.ROCHA, E. A. C. A Pesquisa em Educao Infantil no Brasil: trajetria recente eperspectivas de consolidao de uma pedagogia. Florianpolis: UFSC, Centro deCincias da Educao, Ncleo de Publicaes, 1999.SAVIANI, D. Pedagogia Histrico-Crtica: primeiras aproximaes. So Paulo:Cortez Associados. 1991.STRENZEL, G. R. A Educao Infantil na Produo dos programas de Ps-Graduao em educao no Brasil: indicaes pedaggicas para educao de crianasde 0 a 3 anos. Florianpolis, 2000. 220f. Dissertao (Mestrado em Educao).Programa de Ps Graduao em Educao. Universidade Federal de Santa Catarina.THOMPSON, E. P. A Misria da Teoria ou Um Planetrio de Erros. Rio de Janeiro:Zahar, 1981.WARDE, M. J. A Produo Discente dos Programas de Ps-Graduao em Educaono Brasil (1982-1991): avaliao e perspectivas.In: Avaliao e Perspectivas da reada Educao. Porto Alegre, ANPED, 1993.(mimeo). 6. 6TTULOINSTITUIO - PROGRAMA DEPS GRADUAOGT formao de professoresAUTOR: GRFICO I (N de produes- 1983-2003)INTRODUO: GRFICO II (Produes por agrupamentos temticos- 1983-2003) RESULTADOS:OBJETIVO: CONSIDERAES PRELIMINARES:PROCEDIMENTOSMETODOLGICOS: REFERNCIAS: