grupos abelianos bornológicos

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  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

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    Grupos Abelianos Bornologicos

    d. p. pombo jr.

    Conteudo

    Introducao 17

    1 Conjuntos bornologicos 18

    2 Grupos abelianos: algumas construcoes basicas 21

    3 Grupos abelianos bornologicos 25

    4 Uma propriedade universal da b ornologia da equilimitacao 38

    5 Uma propriedade universal da bornologia da equicontinuidade 43

    Referencias 48

    Introducao

    Como Hogbe-Nlend observou em seu artigo de divulgacao [10], varios aspectos importantes da Analise

    Funcional nos quais o conceito de limitacao desempenha um papel central motivaram a introducao da

    nocao de bornologia convexa em um espaco vetorial real ou complexo, que apareceu explicitamente pela

    primeira vez nos artigos pioneiros [20] e [21] de Waelbroeck. A importancia das bornologias convexas na

    Analise Funcional classica foi enfatizada nos livros [11], [12] e [22], embora tambem tenha sido natural

    considerar a nocao de bornologia em outros contextos, como pode ser visto, por exemplo, em [1], [13],

    [15], [16], [18] e [19].

    O ponto de partida para o presente trabalho e a observacao de que a maioria das estruturas bor-

    nologicas estudadas ate o momento satisfaz a propriedade comum de ser compatvel com uma estrutura

    de grupo abeliano. Esse fato nos motivou a introduzir a no cao de grupo abeliano bornologico, onde um

    grupo abeliano bornologico e simplesmente um grupo abeliano munido de uma bornologia de grupo (ou

    seja, de uma bornologia compatvel com a sua estrutura de grupo). Nas secoes 3, 4 e 5 deste trabalho

    discutimos as construcoes fundamentais na classe dos grupos abelianos bornologicos e as propriedades

    universais satisfeitas pelos grupos abelianos bornologicos construdos, estabelecemos uma versao do teo-

    rema de isomorfismo de Noether no nosso contexto e provamos a exatid ao de certas sequencias de grupos

    Palavras-chave: grupos abelianos bornologicos, sequencias exatas, bornologia da equilimitacao, bornologia da equicon-

    tinuidadeInstituto de Matematica, UFRJ, Caixa Postal 68530, 21945-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    17

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    18 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    abelianos bornologicos. Os pre-requisitos sobre conjuntos bornologicos e grupos abelianos sao includos,

    respectivamente, nas secoes 1 e 2. Cabe tambem mencionar que varios resultados deste trabalho foraminspirados em resultados basicos de Algebra Linear [6].

    1 Conjuntos bornologicos

    Nesta secao nos limitaremos aos resultados sobre conjuntos bornologicos necessarios ao desenvolvimento

    do presente trabalho. Uma exposicao mais completa sobre o assunto pode ser encontrada em [12] ou

    [18].

    Definicao 1.1. Sejam G um conjunto e Bum conjunto de partes de G. B e dita uma bornologia emG

    quando as seguintes condicoes sao satisfeitas:

    (a) se B1, B2 B, entaoB1 B2 B;

    (b) se B1 Be B2 B1, entaoB2 B;

    (c) {x} Bpara todo x G.

    Os elementos deBsao ditos os limitadosdeB. Um conjunto bornologico e um par (G, B), ondeG e um

    conjunto eB e uma bornologia em G. Dados dois conjuntos bornologicos (G, B) e (H, C), diz-se que uma

    aplicacao u : (G, B) (H, C) e limitada seu(B) Cpara todo B B.

    Definicao 1.2. SejamG um conjunto e B1, B2 duas bornologias em G. Diz-se queB1 e mais fina do

    queB2 (ou queB2 e menos fina do que B1) se a aplicacao identidade

    1G : (G, B1)(G, B2)

    e limitada.

    Exemplo 1.3. SeG e um conjunto, entao o conjunto de todas as partes finitas de G e uma bornologia

    em G, dita a bornologia discreta em G, a qual e a bornologia mais fina em G. Se G e um conjunto

    munido da sua bornologia discreta eH e um conjunto bornologico arbitrario, entao toda aplicacao deG

    emH e limitada.

    Exemplo 1.4. SeG e um conjunto, entao o conjunto de todas as partes de G e uma bornologia em G,dita a bornologia trivial emG, a qual e a bornologia menos fina emG. SeG e um conjunto bornologico

    arbitrario e H e um conjunto munido de sua bornologia trivial, entao toda aplicacao de G em H e

    limitada.

    Exemplo 1.5. Se G e um espaco topologico de Hausdorff e B e o conjunto de todas as partes relativa-

    mente compactas deG, entao (G, B) e um conjunto bornologico. Seu e uma aplicacao contnua do espaco

    topologico de HausdorffG no espaco topologico de HausdorffHeB(respectivamenteC) e o conjunto de

    todas as partes relativamente compactas de G(respectivamenteH), entaou : (G, B) (H, C) e limitada.

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    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 19

    Exemplo 1.6. SeGe um espaco uniforme eB e o conjunto de todas as partes precompactas deG, entao

    (G, B) e um conjunto bornologico. Se u e uma aplicacao uniformemente contnua do espaco uniformeG no espaco uniforme H e B(respectivamente C) e o conjunto de todas as partes precompactas de G

    (respectivamenteH), entaou : (G, B) (H, C) e limitada.

    Exemplo 1.7. Sejam (G, B) e (H, C) dois conjuntos bornologicos. Diz-se que um conjunto X de

    aplicacoes de G em H e equilimitado (ou, mais precisamente, B C-equilimitado) se, para todo B B,

    o conjunto

    X(B) =

    u(x); x B, u X

    C.

    Entao o conjunto de todos os conjuntos equilimitados de aplicacoes de G em H e uma bornologia no

    conjunto de todas as aplicacoes limitadas de (G, B) em (H, C), dita a bornologia da equilimitacao.

    Exemplo 1.8. Sejam G um espaco topologico e Hum espaco uniforme. Entao o conjunto de todos os

    conjuntos equicontnuos de aplicacoes de G em H e uma bornologia no conjunto de todas as aplicacoes

    contnuas de Gem H, dita a bornologia da equicontinuidade.

    Definicao 1.9. Sejam (G, B) um conjunto bornologico e B1 B. Diz-se que B1e umsistema fundamental

    de limitados para Bse todo elemento deBesta contido em algum elemento de B1.

    Proposicao 1.10. Sejam G um conjunto e B1 um conjunto de partes de G. Para que exista uma

    (necessariamente unica) bornologia em G para a qualB1 seja um sistema fundamental de limitados, e

    necessario e suficiente que as seguintes condicoes sejam satisfeitas:

    (a)BB1

    B= G;

    (b) para quaisquerB1, B2 B1 existeB3 B1 tal queB1 B2 B3.

    Demonstracao. Seja Buma bornologia em Gpara a qual B1 e um sistema fundamental de limitados.

    Se x G e arbitrario, {x} B, e entao existe B B1 com {x} B, mostrando a validade de (a). Se

    B1, B2 B1, B1 B2 B. Logo, existe B3 B1 comB1 B2 B3, mostrando a validade de (b).Reciprocamente, suponhamos que B1 satisfaca as condicoes (a) e (b) e definamosBcomo o conjunto

    das partes de G contidas em algum elemento de B1. E facil ver que B e uma bornologia em G e, por

    construcao, B1 e um sistema fundamental de limitados paraB.

    Teorema 1.11. SejamG um conjunto,

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de conjuntos bornologicos e, para cada

    i I, seja ui uma aplicacao de G em Gi. Entao existe uma unica bornologiaB em G inicial para a

    famlia

    (Gi, Bi), uiiI

    , no seguinte sentido: para todo conjunto bornologico(H, C) e para toda aplicacao

    u : HG, tem-se queu : (H, C) (G, B) e limitada se e somente seui u : (H, C) (Gi, Bi) e limitada

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    20 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    para todo i I.

    (H, C) u(G, B)

    ui u ui

    (Gi, Bi)

    Demonstracao. E facil ver que

    B= {B G; ui(B) Bi para todo i I}

    e uma bornologia em G. E, pela definicao deB, ui : (G, B) (Gi, Bi) e limitada para todo i I. Sejam

    (H, C) e u como no enunciado. E claro que, se u : (H, C) (G, B) e limitada, entao ui u : (H, C)

    (Gi, Bi) e limitada para todoi I. Reciprocamente, admitamos que cadauiuseja limitada e sejaC C

    arbitrario. Logo,u(C) B, poisui

    u(C)

    = (ui u)(C) Bi para todoi I; assim, u : (H, C) (G, B)

    e limitada. Portanto, a existencia esta provada.

    Finalmente, para mostrar a unicidade, seja B uma bornologia em G tal que ui : (G, B) (Gi, Bi)

    e limitada para todo i I. Entao 1G : (G, B) (G, B) e limitada, ja que ui 1G : (G, B

    ) (Gi, Bi) e

    limitada para todo i I. Consequentemente, B e a bornologia menos fina em G que torna todas as ui

    limitadas, e a unicidade esta estabelecida.

    Observacao 1.12. Nas condicoes do Teorema 1.11, se Bi e a bornologia trivial em Gi para todo i I,

    entaoB e a bornologia trivial em G.

    Definicao 1.13. Sejam (G, B) um conjunto bornologico e KG. A bornologia induzida por Bem K,

    denotada porBK, e a bornologia inicial para o par

    (G, B), u

    , ondeu designa a inclusao de K emG.

    Definicao 1.14. Sejam G um conjunto e (Bi)iI uma famlia de bornologias em G. A bornologia

    intersecao da famlia (Bi)iI, denotada poriI

    Bi, e a bornologia inicial para a famlia

    (G, Bi), uiiI

    ,

    ondeui= 1G para todo i I.

    E claro que B iI

    Bi se e somente se B Bi para todo i I.

    Definicao 1.15. Sejam (Gi, Bi)iI uma famlia de conjuntos bornologicos, G o conjunto produtoiI

    Gi e, para cada i I, seja pri a projecao de G em Gi. A bornologia produto em G, denotada poriI

    Bi, e a bornologia inicial para a famlia

    (Gi, Bi), priiI

    .

    Observacao 1.16. E facil ver que todos os conjuntos da formaiI

    Bi(Bi Bi)

    constituem um sistema fundamental de limitados para a bornologiaiI

    Bi.

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    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 21

    Proposicao 1.17. Sejam(G, B) um conjunto bornologico, Hum conjunto eu : G H uma aplicacao

    sobrejetora. EntaoC=

    u(B); B B

    e uma bornologia emH.

    Demonstracao. E claro que Csatisfaz as condicoes (a) e (c) da Definicao 1.1. Finalmente, se B B

    e T u(B), entao T = u

    u1(T) B

    , sendo que u1(T) B B, pois u1(T) B B. Portanto,

    T C, e a condicao (b) da Definicao 1.1 tambem se verifica.

    Definicao 1.18. Nas condicoes da Proposicao 1.17, C e dita a bornologia imagem direta deBpor u e e

    denotada poru(B).

    Exemplo 1.19. SejamG um conjunto,B1 (respectivamenteB2) a bornologia discreta (respectivamente

    trivial) em G e H e u como na Proposicao 1.17. Entao a bornologia u(B1) (respectivamente u(B2)) e a

    bornologia discreta (respectivamente trivial) em H.

    2 Grupos abelianos: algumas construcoes basicas

    Esta secao e dedicada, essencialmente, aos conceitos de limite projetivo e limite indutivo no contexto dos

    grupos abelianos. Nossas principais referencias foram [6] e [14].

    Todos os grupos considerados neste trabalho serao supostos abelianos e denotados aditivamente; oelemento neutro de qualquer grupo sera denotado por0. Para qualquer homomorfismo de gruposu, seu

    nucleo sera representado porKer(u) e sua imagem porIm(u).

    Lembremos que, para quaisquer grupos G e H, o conjunto Hom(G; H) de todos os homomorfismos

    de grupos de G em H e um grupo abeliano.

    Definicao 2.1. Sejam (Gi)iIuma famlia de grupos e G o conjunto produtoiI

    Gi. Entao a aplicacao

    (xi)iI, (yi)iI

    G G(xi+ yi)iIG

    tornaG um grupo abeliano, dito o grupo produto da famlia (Gi)I.Para cada i I, a projecao pri : G Gi e um homomorfismo de grupos.

    Observacao 2.2. Nas condicoes da Definicao 2.1, a seguinte propriedade universal se verifica: para todo

    grupo H, a aplicacao

    u Hom

    H;iI

    Gi

    (pri u)iI

    iI

    Hom

    H; Gi

    e um isomorfismo de grupos.

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    22 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    Definicao 2.3. Seja (I, ) um conjunto parcialmente ordenado. Diz-se que

    Gi, uijiI

    e um sistema

    projetivo de grupos se Gi e um grupo para todo i I, uij e um homomorfismo de grupos de Gj em Gi

    parai, j I comi j ,uii = 1Gi para todo i Ieuij ujk =uik para i, j, k Icomi j k. SejaG

    o grupo produto da famlia (Gi)iI. Entao

    lim

    Gi =

    x G; (uij prj)(x) = pri(x) parai, j I comi j

    e um subgrupo de G, dito o limite projetivo do sistema

    Gi, uijiI

    . Para cadai I, sejaui a restricao

    de pri a limGi; ui : lim

    Gi Gi e dito o homomorfismo de grupos canonico. Assim, parai, j I com

    i j , o diagrama

    lim

    Gi

    uj ui

    Gj uij

    Gi

    e comutativo.

    Observacao 2.4. Seja (Gi)iIuma famlia de grupos. Munamos Ida relacao de igualdade e definamos

    uii = 1Gi para todo i I. Entao

    Gi, uiiiI

    e um sistema projetivo de grupos e lim

    Gi =iI

    Gi.

    Exemplo 2.5. Consideremos o grupo aditivo Z dos numeros inteiros. Para cada inteirom 1 definamos

    Gm = Z e, para quaisquer inteiros 1 m n, definamos umn : x Gn 3nmx Gm. EntaoGm, umn

    m1

    e um sistema projetivo de grupos e, portanto, podemos considerar o grupo lim

    Gm.

    Proposicao 2.6. Seja

    Gi, uijiI

    como na Definicao 2.3. Entao a seguinte propriedade universal e

    valida: para todo grupoHe para toda famlia(i)iI tal quei e um homomorfismo de grupos deH em

    Gi parai I euij j =i parai j, existe um unico homomorfismo de gruposu deH emlimGi tal

    queui u= i para todo i I, ondeui e o homomorfismo de grupos canonico.

    Gjuij

    Gi

    j i

    H

    H ulim

    Gi

    i ui

    Gi

    Demonstracao. Para cada y H, ponhamos u(y) =

    i(y)iI

    iI

    Gi. Como, por hipotese,

    uij j =i para i j , u(y) limGi para todo y H. Logo, u e um homomorfismo de grupos de H

    em lim

    Gi tal que ui u= i para todo i I, provando assim a existencia. Finalmente, a unicidade e

    clara.

    Corolario 2.7. Sejam

    Gi, uijiI

    e

    Hi, vijiI

    dois sistemas projetivos de grupos e, para cada i I,

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    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 23

    sejai um homomorfismo de grupos deGi emHi de modo que, parai j, o diagrama

    Gjj

    Hj

    uij vij

    Gii

    Hi

    e comutativo. Entao existe um unico homomorfismo de gruposu delim

    Gi emlimHi de modo que, para

    todo i I, o diagrama

    lim

    Giu

    lim

    Hi

    ui vi

    Gi i Hi

    e comutativo, ondeui evi sao os homomorfismos de grupos canonicos.

    Demonstracao. Para cada i I, ponhamos i = i ui . Como, para i j ,

    vij j =vij (j uj) = (vij j) uj = (i uij) uj

    =i (uij uj) =i ui = i ,

    segue da Proposicao 2.6 que existe um unico homomorfismo de grupos u de lim

    Gi em limHi tal que

    vi u= i= i ui para todo i I. Assim, a demonstracao esta concluda.

    Definicao 2.8. Seja (Gi)iI uma famlia de grupos. Seja G o grupo produtoiI

    Gi e, para cada i I,

    seja pri a projecao de G em Gi. Entao o conjuntoiI

    Gi = {x G; pri(x) = 0 exceto para um numero finito de ndices}

    e um subgrupo de G, dito a soma diretada famlia (Gi)iI. Para cada i I, a injecao canonica de Gi

    emiI

    Gi e o homomorfismo de gruposui : xi Gi(yj)jIiI

    Gi, onde yj = 0 se j =i e yi= xi.

    No caso em que I e finito, tem-seiI

    Gi=iI

    Gi.

    Observacao 2.9. Nas condicoes da Definicao 2.8, a seguinte propriedade universal se verifica: para todo

    grupo H, a aplicacao

    u Hom

    iI

    Gi; H

    u ui

    iI

    iI

    Hom

    Gi; H

    e um isomorfismo de grupos.

    Definicao 2.10. Seja (I, ) um conjunto parcialmente ordenado. Diz-se que

    Gi, ujiiI

    e um sistema

    indutivo de grupos se Gi e um grupo para todo i I, uji e um homomorfismo de grupos de Gi em Gj

    parai, j I comi j , uii = 1Gi para todo i I eukj uji = uki para i, j, k I comi j k.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

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    24 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    Proposicao 2.11. Seja

    Gi, ujiiI

    um sistema indutivo de grupos. SejamG=

    iIGi eNo subgrupo

    deG formado por todas as somas finitas de elementos da forma uj uji(xi) ui(xi), ondeui : Gi Ge a injecao canonica, xi Gi e i j. Seja : G G/N a sobrejecao canonica e, para cada i I,

    seja vi = ui o homomorfismo de grupos canonico (por construcao, vj uji = vi para i j ). Entao

    vale a seguinte propriedade universal: para todo grupo H e para toda famlia (i)iI tal que i e um

    homomorfismo de grupos deGi emHparai Iejuji = i parai j, existe um unico homomorfismo

    de gruposu deG/N emH tal queu vi= i para todo i I.

    Giuji

    Gj

    i j

    H

    G/N uH

    vi i

    Gi

    Demonstracao. Pela Observacao 2.9, existe um unico homomorfismo de grupos w : G H tal que

    w ui = i para todo i I. Notemos ainda que, para xi Gi e i j arbitrarios, tem-se w

    (uj

    uji)(xi) ui(xi)

    = (w uj)

    uji(xi)

    (w ui)(xi) =

    j uji

    (xi) i(xi) = i(xi) i(xi) = 0,

    mostrando que N Ker(w). Logo, pelo teorema do isomorfismo, existe um unico homomorfismo de

    grupos (injetor)u : G/N H tal que u = w . Finalmente, para i I e xi Gi arbitrarios, tem-se

    (u vi)(xi) = (u ui)(xi) = (w ui)(xi) =i(xi). Portanto, a existencia esta provada.

    Finalmente provemos a unicidade. Com efeito, seja

    u : G/N Hum homomorfismo de grupos tal

    queu vi= i para todo i I. Para y G arbitrario, existe um subconjunto finitoJ deIe, para cadai J, existe xi Gi de modo que y=iJ

    ui(xi). Logo,

    (u )(y) = iJ

    u( ui)(xi) = iJ

    (u vi)(xi) = iJ

    i(xi)

    =iJ

    (w ui)(xi) =w

    iJ

    ui(xi)

    =w(y).

    Consequentemente,u= u, e a unicidade esta provada.Definicao 2.12. Nas condicoes da Proposicao 2.11, o grupo G/N e dito o limite indutivo do sistemaGi, ujiiIe denotado por lim Gi.Observacao 2.13. Seja (Gi)iIuma famlia de grupos. Munamos Ida relacao de igualdade e definamos

    uii = 1Gi para todo i I. Entao

    Gi, uiiiI

    e um sistema indutivo de grupos e lim

    Gi=iI

    Gi.

    Exemplo 2.14. SejaG um grupo e seja (Gi)iI a famlia de todos os subgrupos finitamente gerados

    de G. Definamos a seguinte relacao de ordem parcial em I: para i, j I, i j se Gi Gj. Para

    i j , sejauji a inclusao deGi emGj. Entao

    Gi, ujiiI

    e um sistema indutivo de grupos e, portanto,

    podemos considerar lim

    Gi.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

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    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 25

    Corolario 2.15. Sejam

    Gi, ujiiI

    e

    Hi, vjiiI

    dois sistemas indutivos de grupos e, para cadai I,

    sejai um homomorfismo de grupos deGi emHi de modo que, parai j, o diagrama

    Gii

    Hi

    uji vji

    Gj j

    Hj

    e comutativo. Entao existe um unico homomorfismo de gruposu delim

    Gi emlimHi de modo que, para

    todo i I, o diagrama

    lim

    Giu

    lim

    Hi

    vi wi

    Gi i

    Hi

    e comutativo, ondevi ewi sao os homomorfismos de grupos canonicos.

    Demonstracao. Basta argumentar como na demonstracao do Corolario 2.7, aplicando a Proposicao

    2.11 em lugar da Proposicao 2.6.

    3 Grupos abelianos bornologicos

    Nesta secao, cujo embriao foi [17], consideraremos uma nocao ja implcita na Definicao 2.1 da pagina 45

    de [22].

    Definicao 3.1. Uma bornologia Bem um grupo G e dita uma bornologia de grupo, e (G, B) e dito um

    grupo bornologico, se a aplicacao

    (x, y) (G G, B B)x y (G, B)

    e limitada.

    E claro que uma bornologia Bem um grupoG e uma bornologia de grupo se e somente se as aplicacoes

    (x, y) (G G, B B)x + y (G, B) e x (G, B) x (G, B) sao limitadas.

    Exemplo 3.2. Se G e um grupo, a bornologia discreta emG e uma bornologia de grupo.

    Exemplo 3.3. Se G e um grupo, a bornologia trivial emG e uma bornologia de grupo.

    Exemplo 3.4. Sejam G um grupo e || || uma seminorma em G ([23], Definicao 6.7). Consideremos

    o conjunto B formado pelos subconjuntos B de G satisfazendo a seguinte propriedade: B Bse existe

    M >0 tal que ||x|| Mpara todo x B . Entao (G, B) e um grupo bornologico.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

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    26 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    Exemplo 3.5. SeG e um grupo topologico de Hausdorff, entao a bornologia em G formada pelas partes

    relativamente compactas de G (Exemplo 1.5) e uma bornologia de grupo emG.

    Exemplo 3.6. Sejam (G, B) e (H, C) dois grupos bornologicos e Homb

    (G, B); (H, C)

    o grupo abeliano

    de todos os homomorfismos de grupos limitados de (G, B) em (H, C) (se u Homb

    (G, B); (H, C)

    , seu

    simetrico u Homb

    (G, B); (H, C)

    e dado por (u)(x) = (u(x)) para x G). Entao a bornologia

    ECB induzida pela bornologia da equilimitacao (Exemplo 1.7) em Homb

    (G, B); (H, C)

    e uma bornologia

    de grupo. De fato, para quaisquer X1, X2 ECB e B B, tem-se

    (X1 X2)(B) X1(B) X2(B),

    e da resulta que (X1 X2)(B) C. Logo, X1 X2 EC

    B.

    Exemplo 3.7. Sejam (G, ) e (H, ) dois grupos topologicos e Homc

    (G, ); (H, )

    o grupo abeliano

    de todos os homomorfismos de grupos contnuos de (G, ) em (H, ) (se u Homc

    (G, ); (H, )

    , seu

    simetrico u Homc(G, ); (H, )

    e dado exatamente como no Exemplo 3.6). Entao a bornologia E

    induzida pela bornologia da equicontinuidade (Exemplo 1.8) em Homc

    (G, ); (H, )

    e uma bornologia

    de grupo. De fato, sejam X1, X2 E arbitrarios e seja V uma -vizinhanca arbitraria de 0 em H.

    Tomemos uma-vizinhancaV1 de 0 em Htal queV1 V1 V e uma-vizinhancaUde 0 em G tal que

    X1(U) V1 e X2(U) V1. Entao

    (X1 X2)(U) X1(U) X2(U) V1 V1 V ,

    provando a equicontinuidade de X1 X2 em 0. Logo, X1 X2 Epela Proposicao 5, p. 28 de [4].

    Exemplo 3.8. SejamR um anel topologico com elemento unidade e (E, B) um R-modulo bornologico

    [16], onde E e um R-modulo a esquerda unitario. Se (E, +) e o grupo aditivo sub jacente a E, entao(E, +), B

    e um grupo bornologico. Em particular, se (E, ) e um R-modulo topologico a esquerda

    unitario, entao

    (E, +), B()

    e um grupo bornologico, onde B() denota a bornologia de R-modulo

    formada por todos os subconjuntos -limitados deE ([23], Definicao 15.1).

    Exemplo 3.9. SejaR como no Exemplo 3.8, comR linearmente topologizado ([9], (7.1.1)), e seja (E, B)um R-modulo linearmente bornologizado [15]. Para quaisquerB1, B2 B, tem-se B1+ B2 [B1 B2]

    e RB1 [B1]; assim, B1+ B2, RB1 Bpela Proposicao 1 de [15]. Portanto, (E, B) e um R-modulo

    bornologico, e entao

    (E, +), B

    e um grupo bornologico pelo Exemplo 3.8.

    Exemplo 3.10. Seja Kum corpo nao trivialmente valorizado. Se (E, B) e um espaco vetorial bornologico

    sobreK ([18], p.43, Definicao 1), entao

    (E, +), B

    e um grupo bornologico em virtude do Exemplo 3.8.

    Em particular, se K e um corpo ultrametrico nao trivialmente valorizado e (E, B) e um espaco vetorial

    bornologicoK-convexo [1], entao

    (E, +), B

    e um grupo bornologico.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    11/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 27

    Exemplo 3.11. Se (E, B) e um espaco vetorial bornologico convexo sobre Rou C ([12], p.19 e Exerccio

    2.E.1), entao (E, +), B e um grupo bornologico pelo Exemplo 3.8.Teorema 3.12. Sejam

    (Gi, Bi)

    iI

    uma famlia de grupos bornologicos, G um grupo e, para cadai I,

    sejaui : G Gi um homomorfismo de grupos. SeB e a bornologia inicial para a famlia

    (Gi, Bi), uiiI

    (Teorema 1.11), entao (G, B) e um grupo bornologico.

    Demonstracao. Sejam B1, B2 Barbitrarios. Como

    ui(B1 B2) =ui(B1) ui(B2) Bi

    para todo i I, entao B1 B2 B. Portanto, (G, B) e um grupo bornologico.

    Corolario 3.13. Se(G, B) e um grupo bornologico eK e um subgrupo deG, entao(K, BK) e um grupo

    bornologico.

    Demonstracao. Imediata a partir do Teorema 3.12.

    Corolario 3.14. Se(Bi)iI e uma famlia de bornologias de grupo em um grupo G, entao

    G,iI

    Bi

    e um grupo bornologico.

    Demonstracao. Imediata a partir do Teorema 3.12.

    Corolario 3.15. Se (Gi, Bi)iI e uma famlia de grupos bornologicos, entao iIGi, iIBi e umgrupo bornologico.

    Demonstracao. Imediata a partir do Teorema 3.12.

    Observacao 3.16. Nas condicoes do Corolario 3.15, a seguinte propriedade universal se verifica: para

    todo grupo bornologico (H, C), a aplicacao

    u Homb

    (H, C);

    iI

    Gi,iI

    Bi

    pri uiI

    iI

    Homb

    (H, C); (Gi, Bi)

    e um isomorfismo de grupos, onde pri e a projecao de G emGi.

    Proposicao 3.17. Sejam

    (Gi, Bi)iI

    e

    (Hi, Ci)iI

    duas famlias de grupos bornologicos. Para cada

    i I seja ui : Gi Hi um homomorfismo de grupos e sejaiI

    ui :iI

    Gi iI

    Hi o homomorfismo

    de grupos dado poriI

    ui

    (xi)iI

    =

    ui(xi)iI

    . Ent ao Ker

    iI

    ui

    =iI

    Ker(ui) e Im

    iI

    ui

    =

    iI

    Im(ui). Alem disso,

    iI

    ui Homb

    iI

    Gi,iI

    Bi

    ;

    iI

    Hi,iI

    Ci

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    12/34

    28 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    se e somente seui Homb(Gi, Bi); (Hi, Ci)

    para todo i I.

    Demonstracao. As igualdades KeriI

    ui =

    iI

    Ker(ui) e ImiI

    ui =

    iI

    Im(ui) sao obvias.

    Para cadaj Iseja prj a projecao deiI

    Hiem Hj e sejawj: Gj iI

    Gio homomorfismo de grupos

    dado porwj(xj) = (ti)iI, ondeti= 0 sei=j e tj =xj. Comowj Homb

    (Gj , Bj);

    iI

    Gi,iI

    Bi

    ,

    prj Homb

    iI

    Hi,iI

    Ci

    ; (Hj , Cj)

    e uj = prj

    iI

    ui

    wj, a limitacao de

    iI

    ui implica a de

    uj. iI

    Gi,iI

    Bi

    iI

    ui

    iI

    Hi,iI

    Ci

    wj prj

    (Gj , Bj) uj

    (Hj , Cj)

    Reciprocamente, admitamos queui Homb

    (Gi, Bi); (Hi, Ci)

    para todo i I. Como

    iI

    ui

    iI

    Bi

    =iI

    ui(Bi),

    ondeBi Bi para i I, segue que

    iIui HombiIGi,iIBi ;iIHi,iICi(lembrar a Observacao 1.16). Assim, a demonstracao esta concluda.

    Corolario 3.18. Sejam

    (Gi, Bi)iI

    ,

    (Hi, Ci)iI

    e

    (Li, Di)iI

    tres famlias de grupos bornologicos

    e, para cadai I, sejamui : Gi Hi evi : Hi Li homomorfismos de grupos. Para queiI

    Gi,iI

    Bi

    iI

    ui

    iI

    Hi,iI

    Ci

    iI

    vi

    iI

    Li,iI

    Di

    seja uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados, e necessario e suficiente que

    (Gi, Bi) ui(Hi, Ci)

    vi(Li, Di)

    seja uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados para todoi I.

    Demonstracao. Imediata a partir da Proposicao 3.17.

    Nas Proposicoes 3.19, 3.20, 3.21 e 3.36, a seguir, o grupo reduzido ao elemento neutro munido da sua

    unica bornologia (de grupo) sera representado por 0.

    Proposicao 3.19. Sejam(G, B) um grupo bornologico eK, M dois subgrupos deG. Entao

    0

    K M, BKM u

    K M, BK BM v

    K+ M, BK+M

    0

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    13/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 29

    e uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados, ondeu e o homomorfismo de grupos dado

    poru(x) = (x, x) ev e o homomorfismo de grupos dado porv(x, y) =x y.

    Demonstracao. E facil ver queu e injetor, Im(u) = Ker(v) ev e sobrejetor. SeB BKM e arbitrario,

    B BK e B BM , e entao u(B) BK BM (pois u(B) B B); portanto, u Homb

    (K

    M, BKM

    ;

    K M, BK BM

    . E, se B1 BK e B2 BM sao arbitrarios,B1 B2 Be B1 B2

    K+M, e entao v(B1B2) =B1B2 BK+M; portanto,v Homb

    (KM, BKBM); (K+M, BK+M)

    .

    E facil ver que se (G, B) e um grupo bornologico, H e um grupo e u : G H e um homomorfismo

    de grupos sobrejetor, entao (H, u(B)) e um grupo bornologico. Em particular, seK e um subgrupo de

    Ge : G G/K e a sobrejecao canonica, entao

    G/K,(B)

    e um grupo bornologico.

    Proposicao 3.20. Sejam(G, B) um grupo bornologico eK, M dois subgrupos deG. Entao

    0

    G/(K M), C

    u

    G/K G/M, C C

    v

    G/(K+ M), C

    0

    e uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados, ondeu e o homomorfismo de grupos dado

    poru

    x+(KM)

    = (x+K, x+M),v e o homomorfismo de grupos dado porv(x+K, y+M) = (xy)+

    (K+ M), C= (B) (respectivamenteC = (B), C =(B), C = (B)), sendo : G G/(K M)

    (respectivamente : G G/K, : G G/M, :G G/(K+ M)) a sobrejecao canonica.

    Demonstracao. E facil ver que u e injetor, Im(u) = Ker(v) e v e sobrejetor. Se B B e arbitrario,

    u((B)) (B) (B), e da resulta que u Homb(G/(KM), C); (G/K G/M, C C). E,se B1, B2 Bsao arbitrarios, v

    (B1)

    (B2)

    = (B1 B2); logo, vHomb

    (G/K G/M, C

    C); (G/(K+ M), C)

    .

    Proposicao 3.21. Sejam (G, B) um grupo bornologico, (Mi)iI uma famlia de subgrupos de G e

    M=iI

    Mi. Para cadai I sejamvi : G G/Mi a sobrejecao canonica eBi= vi(B). Entao

    0 (M, BM) u(G, B)

    v

    iI

    (G/Mi),iI

    Bi

    0

    e uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados, onde u e a inclusao de M em G e

    v(x) = vi(x)iI.Demonstracao. E claro que u e injetor, Im(u) = Ker(v) e v e sobrejetor. Finalmente, v e limitada,

    pois cada vi : (G, B) (G/Mi, Bi) e limitada ev (B)iI

    vi(B) para todo B B.

    Definicao 3.22. Seja

    (Gi, Bi), uijiI

    um sistema projetivo de grupos bornologicos (isto significa que

    I e um conjunto munido de uma relacao de ordem parcial, (Gi, Bi) e um grupo bornologico para todo

    i I, uij Homb((Gj , Bj); (Gi, Bi)) para i, j I com i j , uii = 1Gi para todo i I euij ujk =uik

    para i,j,k I com i j k. Para cada i I seja ui : limGi Gi o homomorfismo de grupos

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    14/34

    30 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    canonico (Definicao 2.3). SeB e a bornologia inicial para a famlia

    (Gi, Bi), uiiI

    ,

    lim

    Gi, B e um

    grupo bornologico pelo Teorema 3.12, dito o limite projetivo bornologico do sistema (Gi, Bi), uijiI.E facil ver que Bcoincide com a bornologia induzida por

    iI

    Bi em limGi.

    Observacao 3.23. Seja

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de grupos bornologicos. Consideremos I munido de

    sua relacao de igualdade e ponhamos uii = 1Gi para todo i I. Entao

    (Gi, Bi), uiiiI

    e um sistema

    projetivo de grupos bornologicos cujo limite projetivo bornologico coincide com

    iI

    Gi,iI

    Bi

    .

    Proposicao 3.24. Nas condicoes da Definicao 3.22,

    lim

    Gi, B

    satisfaz a seguinte propriedade uni-

    versal: para todo grupo bornologico (H, C) e para toda famlia(i)iI (ondei Homb((H, C); (Gi, Bi))

    para todo i I) tal queuij j =i para i j , existe um unico u Homb(H, C); lim Gi, B) tal queui u= i para todo i I.

    (Gj , Bj) uij(Gi, Bi)

    j i

    (H, C)

    (H, C) u

    lim

    Gi, B

    i ui

    (Gi, Bi)

    Demonstracao. Pela Proposicao 2.6, existe um unico homomorfismo de gruposu : Hlim

    Gi tal que

    ui u = i para todo i I. Assim,ui uHomb((H, C); (Gi, Bi)) para todo i I, e o Teorema 1.11

    garante que u Homb

    (H, C);

    lim

    Gi, B

    .

    Corolario 3.25. Sejam

    (Gi, Bi), uijiI

    e

    (Hi, Ci), vijiI

    dois sistemas projetivos de grupos bor-

    nologicos e sejam

    lim

    Gi, B

    e

    lim

    Hi, C

    os correspondentes limites projetivos bornologicos. Para

    cadai I sejai Homb((Gi, Bi); (Hi, Ci)) tal quevij j =i uij parai j. Entao existe um unico

    u Homb

    lim

    Gi, B

    ;

    lim

    Hi, C

    tal que vi u = i ui para todo i I, onde ui : limGi Gi e

    vi : limHi Hi sao os homomorfismos de grupos canonicos.

    (Gj , Bj) j(Hj , Cj)

    uij vij

    (Gi, Bi)i

    (Hi, Ci)

    (lim

    Gi, B) u(lim

    Hi, C)

    ui vi

    (Gi, Bi) i

    (Hi, Ci)

    Demonstracao. Para cada i I ponhamos

    i= i ui Homb

    lim

    Gi, B

    ; (Hi, Ci)

    .

    Como

    vij j = (vij j) uj = (i uij) uj =i (uij uj) =i ui= i

    para i j , a Proposicao 3.24 garante a existencia de um unicou Homb

    lim

    Gi, B);

    lim

    Hi, C

    tal

    quevi u= i para todo i I, concluindo assim a demonstracao.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    15/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 31

    O proximo resultado e uma versao do teorema do isomorfismo para grupos bornologicos. Antes de

    enuncia-lo mencionemos que uma aplicacao entre dois grupos bornologicos e um isomorfismo de gruposbornologicos quando e um isomorfismo de grupos limitado cuja inversa e limitada, e que dois grupos

    bornologicos sao isomorfos quando ha um isomorfismo de grupos bornologicos entre eles.

    Teorema 3.26. Sejam (G, B) e (H, C) dois grupos bornologicos e u Homb((G, B); (H, C)), com u

    sobrejetor. Para que exista um (necessariamente unico) isomorfismou : G/Ker(u), D (H, C) degrupos bornologicos tal que u =u , onde : G G/Ker(u) e a sobrejecao canonica eD = (B), enecessario e suficiente que para cadaC C existaB B tal queu1(C) B + Ker(u).

    (G, B) u(H, C)

    u(G/Ker(u), D)

    Demonstracao. Estabelecamos a necessidade da condicao. Com efeito, sejaC Carbitrario. Como,

    por hipotese, (u)1(C) D, existe B B tal que (u)1(C) = (B), e da resulta que u1(C) =B+ Ker(u).

    Estabelecamos, agora, a suficiencia da condicao. Primeiramente, vejamos que u(B) =C. E claro que

    u(B) e mais fina do que C, pois u : (G, B) (H, C) e limitada. Por outro lado, se C C e arbitrario,

    existe B B tal que u1(C) B + Ker(u). Consequentemente, C = u(u1(C)) u(B), e C u(B).

    Logo,C e mais fina do que u(B), eu(B) =C. Sejau : G/Ker(u) H o unico isomorfismo de grupos talque u =u . Entaou : (G/Ker(u), D) (H, C) e um isomorfismo de grupos bornologicos. De fato,u e limitada, poisu((B)) = u(B) Cpara qualquer B B. E (u)1 e limitada, pois u(B) = C e(u)1(u(B)) =(B) D para qualquer B B.

    Isto conclui a demonstracao do teorema.

    Corolario 3.27. Seja

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de grupos bornologicos. Para cadai I, sejamMi um

    subgrupo deGi, ui : Gi Gi/Mi a sobrejecao canonica eCi= ui(Bi). Entao os grupos bornologicos

    iI(Gi/Mi),iICi e iIGiiIMi , Csao isomorfos, sendo

    iI

    Gi munido da bornologia produtoiI

    Bi e C a imagem direta deiI

    Bi pela

    sobrejecao canonica deiI

    Gi em

    iI

    Gi

    iI

    Mi

    .

    Demonstracao. Pela Proposicao 3.17, Ker

    iI

    ui

    =iI

    Ker(ui) =iI

    Mi, Im

    iI

    ui

    =iI

    Im(ui) =iI

    (Gi/Mi) (logo,iI

    ui e sobrejetor) eiI

    ui Homb

    iI

    Gi,iI

    Bi

    ;

    iI

    (Gi/Mi),iI

    Ci

    . Alem

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    16/34

    32 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    disso, parai I e Bi Bi arbitrarios, tem-seiI

    ui

    1iI

    ui(Bi)

    =iI

    u1i (ui(Bi)) =iI

    Bi+iI

    Mi=

    =iI

    Bi+ Ker

    iI

    ui

    .

    Portanto, o resultado segue imediatamente do Teorema 3.26.

    Corolario 3.28. Sejam (G, B) um grupo bornologico eM N dois subgrupos deG. Sejau : G/M

    G/No homomorfismo de grupos sobrejetor dado poru(x+M) =x +N, cujo nucleo eN/M, e sejam

    : G G/M e

    : G G/N as sobrejecoes canonicas. SejamC = (B), C

    =

    (B) eD a imagemdireta deCpela sobrejecao canonica deG/M em(G/M)/(N/M). Entao os grupos bornologicos

    (G/M)/(N/M), D

    e (G/N, C)

    sao isomorfos.

    Demonstracao. Primeiramente,u Homb

    (G/M, C); (G/N, C)

    , poisu((B)) = (B) para todoB

    B. Se C C e arbitrario, existe B Btal que C = (B). Afirmamos que u1(C) =(B) + Ker(u).

    Realmente, se x +M u1(C), x+N =u(x+M) = (b) =b +Npara algum b B , e entao existe

    y N tal que x = b +y. Logo, x+M = (x) = (b) + (y), onde (y) N/M= Ker(u), mostrando

    que u1(C) (B) + Ker(u). Analogamente,(B) + Ker(u) u1(C). Portanto, o resultado segue

    imediatamente do Teorema 3.26.

    Teorema 3.29. Sejam

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de grupos bornologicos, G um grupo e, para cada

    i I, seja ui : Gi G um homomorfismo de grupos. Ent ao existe uma unica bornologia de grupo

    B em G que e final para a famlia

    (Gi, Bi), uiiI

    , no seguinte sentido: para todo grupo bornol ogico

    (H, C) e para todo homomorfismo de grupos u : G H, u Homb((G, B); (H, C)) se e somente se

    u ui Homb((Gi, Bi); (H, C)) para todo i I.

    (G, B) u(H, C)

    ui u ui

    (Gi, Bi)

    Demonstracao. Seja B1o conjunto de todos os subconjuntos de G da forma T+ui1(Bi1)+ +uim(Bim),

    onde T e um subconjunto finito de G, m N, i1, . . . , im I, Bi1 Bi1 , . . . , Bim Bim . Claramente,BB1

    B= G. E, para quaisquer dois elementos

    B1= T1+ ui1(Bi1) + + uim(Bim) eB2= T2+ uj1(Cj1) + + ujn(Cjn)

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    17/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 33

    deB1, tem-se

    B1 B2 (T1 T2) + ui1(Bi1 {0}) + + uim(Bim {0})

    + uj1(Cj1 {0}) + + ujn(Cjn {0}).

    Logo, pela Proposicao 1.10, existe uma (unica) bornologia Bem G para a qual B1 e um sistema funda-

    mental de limitados. Alem disso, B e uma bornologia de grupo em G, pois

    B1 B2= (T1 T2) + ui1(Bi1) + + uim(Bim) + uj1(Cj1) + + ujn(Cjn) B1 .

    Por construcao,ui Homb((Gi, Bi); (G, B)) para todoi I. Sejam (H, C) eu como no enunciado do

    teorema. Entaou ui Homb((Gi, Bi); (H, C)) para todo i I seu Homb((G, B); (H, C)). Reciproca-

    mente, se cada u ui e limitada, entao u(B) Cpara todo B B1; logo, u Homb((G, B); (H, C)).

    Finalmente, provemos a unicidade. Com efeito, sejaB uma bornologia de grupo em G tal queui : (Gi, Bi) (G,B) e limitada para todo i I. Entao 1G : (G, B) (G, B) e limitada, em vista dapropriedade satisfeita por B. Assim, B e a bornologia de grupo mais fina que torna cada ui limitada,

    provando a unicidade.

    Isto conclui a demonstracao do teorema.

    Observacao 3.30. (a) Se cada Bi e a bornologia discreta em Gi, B e a bornologia discreta emG.

    (b) SeG = iIIm(ui), todos os conjuntos da forma ui1(Bi1) + + uim(Bim) constituem um sistemafundamental de limitados para B.Observacao 3.31. Se (G, B) e um grupo bornologico,H e um grupo eu : G H e um homomorfismo

    de grupos sobrejetor, entao u(B) coincide com a bornologia de grupo final para o par ((G, B), u). Em

    particular, se K e um subgrupo de G e : G G/K e a sobrejecao canonica, entao (B) coincide com

    a bornologia de grupo final para o par ((G, B), ).

    Definicao 3.32. Seja

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de grupos bornologicos. SejaG o grupoiI

    Gi e, para

    cada i I, seja ui : Gi G a injecao canonica. Se

    iIBi e a bornologia de grupo final para a famlia

    (Gi, Bi), ui

    iI

    ,

    G,iI

    Bi

    e dita a soma direta bornologica da famlia

    (Gi, Bi)iI

    .

    Observacao 3.33. Nas condicoes da Definicao 3.32, a seguinte propriedade universal se verifica: para

    todo grupo bornologico (H, C), a aplicacao

    u Homb

    iI

    Gi,iI

    Bi

    ; (H, C)

    (ui u)iI

    iI

    Homb((Gi, Bi); (H, C))

    e um isomorfismo de grupos.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    18/34

    34 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    Observacao 3.34. Se (Gi, Bi)iI e uma famlia finita de grupos bornologicos, iIGi, iIBi =iI

    Gi,iI

    Bi

    .

    Proposicao 3.35. Sejam(G, B), (Mi)iI, M, (vi)iI, (Bi)iI ev como naProposicao 3.21, e suponha

    que existaj Ital queMj B. Entao os grupos bornologicos(G/M, D) e(H, C) sao isomorfos, ondeD

    e a imagem direta deBpela sobrejecao canonica deG emG/M, H= Im(v) eC e a bornologia induzida

    poriI

    Bi emH.

    Demonstracao. Consideremos v como uma aplicacao de G em H; entao v e um homomorfismo de

    grupos sobrejetor e a Proposicao 3.21 assegura que Ker(v) =Mev Homb((G, B); (H, C)). Agora, para

    uma famlia arbitraria (Bi)iIde elementos de B, tem-se

    v1

    H

    iI

    vi(Bi)

    =iI

    (Bi+ Mi) Bj+ Mj,

    sendo Bj +Mj um elemento de B. Consequentemente, v1(C) B para todo C C. Portanto, pelo

    Teorema 3.26, (G/M, D) e (H, C) sao isomorfos.

    Proposicao 3.36. Sejam (G, B) um grupo bornologico, (Mi)iIuma famlia de subgrupos deG eM o

    subgrupo deG gerado poriI

    Mi. Para cadai I sejaui a inclusao deMi emG, e sejau :iI

    Mi G

    o homomorfismo de grupos dado poru

    (xi)iI

    =

    iIui(xi). Entao

    iI

    Mi,iI

    BMi

    u(G, B)

    v(G/M, C) 0

    e uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados, ondev e a sobrejecao canonica deG em

    G/M eC= v(B).

    Demonstracao. E conhecido ([6], A II.16) que Im(u) = Ker(v). Como v Homb((G, B); (G/M, C)),

    resta mostrar que uHomb

    iI

    Mi,iI

    BMi

    ; (G, B)

    . De fato, sejamj I arbitrario e j: Mj

    iI

    Mi a injecao canonica. Comouj Homb((Mj , BMj ); (G, B)) e u j =uj, a limitacao de u resulta

    da arbitrariedade de j em vista do Teorema 3.29.iI

    Mi,iI

    BMi

    u (G, B)

    j uj

    (Mj , BMj )

    Proposicao 3.37. Sejam

    (Gi, Bi)iI

    e

    (Hi, Ci)iI

    duas famlias de grupos bornologicos. Para cada

    i I seja ui : Gi Hi um homomorfismo de grupos e sejaiI

    ui a restricao deiI

    ui aiI

    Gi.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    19/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 35

    Entao iIui e um homomorfismo de grupos de iIGi em iIHi tal que KeriIui =iIKer(ui) eImiI

    ui

    =iI

    Im(ui). Alem disso,

    iI

    ui Homb

    iI

    Gi,iI

    Bi

    ;

    iI

    Hi,iI

    Ci

    se e somente seui Homb((Gi, Bi); (Hi, Ci)) para todo i I.

    Demonstracao. E conhecido ([6], A II.14) queiI

    ui e um homomorfismo de grupos deiI

    Gi em

    iIHi satisfazendo as duas propriedades mencionadas. Para cada j I, sejam j: Gj iIGi ej: Hj

    iI

    Hi as injecoes canonicas.

    Suponhamos queiI

    ui Homb

    iI

    Gi,iI

    Bi

    ;

    iI

    Hi,iI

    Ci

    e seja j I arbitrario. Afirma-

    mos que wj, a restricao aiI

    Hida projecao deiI

    Hiem Hj, pertence a Homb

    iI

    Hi,iI

    Ci

    ; (Hj , Cj)

    .

    Realmente, comowj k = 0 para k =j ewj j = 1Hj, entaowj k Homb((Hk, Ck); (Hj , Cj)) para

    todok I, o que implica

    wj Homb

    iIHi,

    iICi

    ; (Hj, Cj)

    (Teorema 3.29).

    iI

    Hi,iI

    Ci

    wj (Hj , Cj)

    k wj k

    (Hk, Ck)

    Finalmente, como uj =wj

    iI

    ui

    j, segue que uj Homb((Gj , Bj); (Hj , Cj)).

    iI

    Gi,iI

    Bi

    iI

    ui

    iI

    Hi,iI

    Ci

    j wj

    (Gj , Bj)uj

    (Hj, Cj)

    Reciprocamente, suponhamos queui Homb((Gi, Bi); (Hi, Ci)) para todoi Ie sejaj Iarbitrario.

    Como

    iI

    ui

    j =juj, entao

    iI

    ui

    j Homb

    (Gj, Bj);

    iI

    Hi,iI

    Ci

    e da arbitrariedade

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    20/34

    36 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    dej resulta a limitacao de

    iIui (Teorema 3.29).

    iI

    Gi,iI

    Bi

    iI

    ui

    iI

    Hi,iI

    Ci

    j

    iI

    ui

    j

    (Gj , Bj)

    Corolario 3.38. Sejam

    (Gi, Bi)iI

    ,

    (Hi, Ci)iI

    e

    (Li, Di)iI

    tres famlias de grupos bornologicos.

    Para cadai I sejamui : Gi Hi evi : Hi Li dois homomorfismos de grupos. Para que

    iI

    Gi,iI

    BiiI

    ui

    iI

    Hi,iI

    CiiI

    vi

    iI

    Li,iI

    Diseja uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados, e necessario e suficiente que

    (Gi, Bi) ui(Hi, Ci)

    vi(Li, Di)

    seja uma sequencia exata de homomorfismos de grupos limitados para todoi I.

    Demonstracao. Imediata a partir da Proposicao 3.37.

    Definicao 3.39. Seja

    (Gi, Bi), ujiiI

    um sistema indutivo de grupos bornologicos (isto significa que

    I e um conjunto munido de uma relacao de ordem parcial , (Gi, Bi) e um grupo bornologico para

    todo i I, uji : (Gi, Bi) (Gj , Bj) e um homomorfismo de grupos limitado para i, j I com i j,uii = 1Gi para todoi Ieukj uji = uki parai ,j, k Icomi j k). Consideremos o grupo lim

    Gi,

    limite indutivo do sistema indutivo

    Gi, ujiiI

    de grupos, e seja vi : Gi limGi o homomorfismo de

    grupos canonico (i I); lembrar a Proposicao 2.11 e as Definicoes 2.10 e 2.12. SeB e a bornologia de

    grupo final para a famlia

    (Gi, Bi), viiI

    , (lim

    Gi, B) e dito o limite indutivo bornologico do sistema(Gi, Bi), uji

    iI

    .

    Observacao 3.40. Seja

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de grupos bornologicos. Consideremos I munido de

    sua relacao de igualdade e ponhamos uii = 1Gi para todo i I. Entao

    (Gi, Bi), uiiiI

    e um sistema

    indutivo de grupos bornologicos cujo limite indutivo bornologico coincide com

    iIGi,iI

    Bi.

    Proposicao 3.41. Nas condicoes daDefinicao 3.39,(lim

    Gi, B)satisfaz a seguinte propriedade universal:

    para todo grupo bornologico (H, C) e para toda famlia (i)iI (onde i Homb((Gi, Bi); (H, C)) para

    todo i I) tal que j uji = i para i j, existe um unico u Homb((limGi, B); (H, C)) tal que

    u vi= i para todo i I.

    (Gi, Bi) uji(Gj, Bj)

    i j

    (H, C)

    (lim

    Gi, B) u(H, C)

    vi i

    (Gi, Bi)

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    21/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 37

    Demonstracao. Pela Proposicao 2.11, existe um unico homomorfismo de grupos u : lim

    Gi H tal

    que u vi = i para todo i I. Finalmente, como i Homb(Gi, Bi); (H, C) para todo i I, oTeorema 3.29 garante que u Homb

    (lim

    Gi, B); (H, C)

    .

    Exemplo 3.42. Sejam G,

    GiiI

    , uji e limGi como no Exemplo 2.14. Consideremos a bornologia de

    grupo Bem G para a qual os subgrupos finitamente gerados de G constituem um sistema fundamental

    de limitados e, para cada i I, seja Bi a bornologia trivial em Gi. Entao

    (Gi, Bi), ujiiI

    e um

    sistema indutivo de grupos bornologicos. Alem disso, usando a Proposicao 3.41 e argumentando como

    no Exemplo 3.3 de [7], conclui-se que os grupos bornologicos (G, B) e (lim

    Gi,B) sao isomorfos, onde(lim

    Gi,B) designa o limite indutivo bornologico do sistema (Gi, Bi), ujiiI.Corolario 3.43. Sejam (Gi, Bi), ujiiI e (Hi, Ci), vjiiI dois sistemas indutivos de grupos bor-nologicos e sejam(lim

    Gi, B) e(lim

    Hi, C) os correspondentes limites indutivos bornologicos. Para cada

    i I seja i Homb

    (Gi, Bi); (Hi, Ci)

    tal que vji i = j uji para i j. Entao existe um unico

    u Homb

    (lim

    Gi, B); (limHi, C)

    tal que u vi = wii para todo i I, onde vi : Gi lim

    Gi e

    wi : Hi limHi sao os homomorfismos de grupos canonicos.

    (Gi, Bi) i(Hi, Ci)

    uji vji

    (Gj , Bj)j

    (Hj , Cj)

    (lim

    Gi, B) u(lim

    Hi, C)

    vi wi

    (Gi, Bi) i

    (Hi, Ci)

    Demonstracao. Basta argumentar como na demonstracao do Corolario 3.25, aplicando a Proposicao

    3.41 em lugar da Proposicao 3.24.

    Observacao 3.44. (a) Sejam G e H dois grupos arbitrarios e seja Hom(G; H) o grupo abeliano de

    todos os homomorfismos de grupos de G e H. Como

    Hom(G; H) = Homb((G, 2G); (H, 2H)),

    onde 2G (respectivamente 2H) e a bornologia trivial em G (respectivamente H), entao a Observacao

    3.16, as Proposicoes 3.17, 3.19, 3.20, 3.21, 3.24 e 3.35, os Corolarios 3.18, 3.25, 3.27 e 3.28, e o Teorema

    3.26 implicam os resultados correspondentes para grupos abelianos.

    Por outro lado, os resultados que acabamos de mencionar implicam os resultados correspondentes para

    R-modulos bornologicos (Exemplo 3.8), R-modulos linearmente bornologizados (Exemplo 3.9), espacosvetoriais bornologicos sobre K e espacos vetoriais bornologicos K-convexos (Exemplo 3.10), e espacos

    vetoriais bornologicos convexos sobre Rou C (Exemplo 3.11), como e facil verificar.

    (b) SejamG, He Hom(G; H) como em (a). Como

    Hom(G; H) = Homb((G, B); (H, C)),

    ondeB(respectivamenteC) e a bornologia discreta em G (respectivamenteH), entao a Observacao 3.33,

    as Proposicoes 3.36, 3.37 e 3.41 e os Corolarios 3.38 e 3.43 implicam os resultados correspondentes para

    grupos abelianos.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    22/34

    38 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    4 Uma propriedade universal da bornologia da equilimitacao

    O objetivo principal desta secao e provar o Teorema 4.2, cuja demonstracao e analoga aquela do caso

    linear do Teorema 3.6 de [7].

    Proposicao 4.1. Sejam

    (G, B), uI

    um sistema indutivo de grupos bornologicos e

    (H, C), vI

    um sistema projetivo de grupos bornologicos. Para (, ), (, ) IJ, com (, ) (, ), seja

    (,)(,)

    o homomorfismo de grupos de Homb((G , B); (H, C)) emHomb((G, B); (H, C)) dado por

    (,)(,)(w) =v w u. Entao

    Homb((G, B); (H, C)), ECB

    , (,)

    (,)

    (,)IJ

    e um sistema projetivo de grupos bornologicos.

    Demonstracao. (,)(,) e E

    CB

    ECB-limitada pois, para X ECB

    e B B arbitrarios, tem-se

    (,)(,)(X)(B) =v

    X(u(B))

    C .

    Como as outras condicoes da Definicao 3.22 sao facilmente justificaveis, a demonstracao esta concluda.

    Nas condicoes da Proposicao 4.1, sejam (G, B) o limite indutivo bornologico do sistema

    (G, B), uI

    e (H, C) o limite projetivo bornologico do sistema

    (H, C), vJ

    . Para cada Isejau : G G

    o homomorfismo de grupos canonico, e para cada J seja v : H H o homomorfismo de grupos

    canonico. Para cada (, ) I J seja (,) o homomorfismo de grupos de Homb((G, B); (H, C)) em

    Homb((G, B); (H, C)) dado por (,)(u) = v u u. Raciocinando como na demonstracao daProposicao 4.1, verifica-se que (,) e E

    CB E

    CB

    -limitada. Alem disso, a famlia

    (,)(u)(,)IJ

    pertence ao grupo lim

    Homb((G, B); (H, C)) para qualqueru Homb((G, B); (H, C)). Realmente, se

    (, ), (, ) I J e (, ) (, ), tem-se

    (,)(,)

    (,)(u)

    =v (,)(u) u = (v v) u (u u)

    =v u u= (,)(u).

    (G, B) w(H, C)

    u v

    (G, B) (,)

    (,)(w)

    (H, C)

    (G, B) u(H, C)

    u v

    (G, B) (,)(u)

    (H, C)

    Podemos entao enunciar o seguinte

    Teorema 4.2. Nas condicoes acima, o homomorfismo de grupos

    : u

    Homb((G, B); (H, C)), E

    CB

    (u) =

    (,)(u)

    (,)IJ

    lim

    Homb((G, B); (H, C)), D

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    23/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 39

    e um isomorfismo de grupos bornologicos, onde o contradomnio de e o limite projetivo bornologico do

    sistema dado naProposicao 4.1.

    Antes de provar o Teorema 4.2, estabelecamos um resultado auxiliar:

    Lema 4.3. Sejam

    (Gi, Bi)iI

    uma famlia de grupos bornologicos, G um grupo e, para cada i I,

    sejaui : Gi G um homomorfismo de grupos. Suponhamos queG =iI

    Im(ui)

    e sejaBa bornologia

    de grupo final para a famlia

    (Gi, Bi), uiiI

    . Entao, para todo grupo bornol ogico (H, C) e para todo

    conjunto X de homomorfismos de grupos deG emH, as seguintes condicoes sao equivalentes:

    (a) X ECB;

    (b) X ui = {u ui; u X} ECBi

    para todo i I.

    Demonstracao do Lema 4.3. Como (a) claramente implica (b), provemos que (b) implica (a). Comefeito, seja B Barbitrario. Pela Observacao 3.30(b), existem i1, . . . , im I, Bi1 Bi1 , . . . , Bim Bim

    tais que B ui1(Bi1) + +uim(Bim). Como, por hipotese, (X uik)(Bik) C para k = 1, . . . , m, a

    inclusao

    X(B) (X ui1)(Bi1) + + (X uim)(Bim)

    implica que X(B) C. Portanto, X ECB.

    Passemos a

    Demonstracao do Teorema 4.2. Primeiramente, provemos que e um isomorfismo de grupos.

    Realmente, seja

    g=

    g(,)(,)IJ

    lim

    Homb((G, B); (H, C)) arbitrario.

    Fixemos Je consideremos a famlia

    g(,)I

    . Como

    g(,) u = v g(,) u = (,)(,)

    g(,)

    =g(,)

    para , a Proposicao 3.41 garante a existencia de um unico Homb((G, B); (H, C)) tal que

    g(,) = u para todo I. Por outro lado, tem-se =v para . De fato, para todo

    I,

    u= g(,)= (,)

    (,)g(,) =v g(,) u = v g(,)= v u ,e do fato de que todo elemento de G pode ser expresso como uma soma finita de elementos da forma

    u(x) resulta que = v . Logo, pela Proposicao 3.24, existe um unicou Homb((G, B); (H, C))

    tal que = v u para todo J. Alem disso,

    (u) =

    v u u(,)IJ

    =

    u(,)IJ

    =

    g(,)(,)IJ

    =g,

    sendou o unico elemento de Homb((G, B); (H, C)) cuja imagem por eg . Portanto, e um isomorfismo

    de grupos.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    24/34

    40 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    Provemos que e um isomorfismo de grupos bornologicos. Com efeito, seja X ECB arbitrario. Como

    (X) D se e somente se (,)(X) ECB para todo (, ) IJ e como cada aplicacao (,) e

    ECB ECB

    -limitada, entao (X) D. Logo, e limitada. Finalmente, verifiquemos que 1 e limitada.

    De fato, sejaYum conjuntoD-limitado arbitrario. Para cada (, ) IJ, sejaG(,)o homomorfismo

    de grupos g(,)

    (,)IJ

    lim

    Homb((G , B); (H, C))g(,)

    Homb((G, B); (H, C)).

    EntaoG(,)(Y) ECB

    para todo (, ) IJ. Pela bijetividade de , para cadag =

    g(,)(,)IJ

    Y existe um unico ug Homb((G, B); (H, C)) tal que (ug) = g. Afirmamos que X = {ug; g Y}

    = 1(Y)pertence a ECB. Realmente, comoC e a bornologia inicial para a famlia (H, C), vJ,X ECB se e somente sevX E

    CB para todo J. Mas, para Jfixado,G(,)(Y) = (vX)u

    ECB para todo I, e o Lema 4.3 garante que v X ECB . Portanto,

    1(Y) ECB , provando que

    1 e limitada.

    Isto conclui a demonstracao.

    Corolario 4.4. Sejam

    (G, B)I

    e

    (H, C)J

    duas famlias de grupos bornologicos, (G, B) a

    soma direta bornologica da famlia

    (G, B)I

    e(H, C)o produto bornologico da famlia

    (H, C)J

    .

    Entao os grupos bornologicos

    Homb((G, B); (H, C)), E

    CBe

    (,)IJ

    Homb((G, B); (H, C)),

    (,)IJ

    ECB

    sao isomorfos.

    Demonstracao. Consideremos I(respectivamente J) munido da relacao de igualdade. Como, nesse

    caso, os grupos bornologicos lim

    Homb((G, B); (H, C)), D

    e

    (,)IJHomb((G, B); (H, C)), (,)IJ ECB

    coincidem, o resultado segue imediatamente do Teorema 4.2.

    Sejam

    (Gi, Bi), uijiI

    um sistema projetivo de grupos bornologicos e (H, C) um grupo bornologico

    arbitrario. Para i, j I, i j , consideremos o homomorfismo de grupos limitado

    uHij: vj Homb((H, C); (Gj , Bj)), E

    BjC

    uij vj

    Homb((H, C); (Gi, Bi)), E

    BiC

    .

    Pela Proposicao 4.1, Homb((H, C); (Gi, Bi)), E

    BiC

    , uHij

    iI

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    25/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 41

    e um sistema pro jetivo de grupos bornologicos.

    Proposicao 4.5. Seja

    (Gi, Bi), uijiI

    como acima e seja (G, B) o limite projetivo bornologico desse

    sistema. Sejam(H, C)e(L, D)dois grupos bornologicos arbitrarios eu Homb((H, C); (L, D))arbitrario,

    e consideremos os homomorfismos de grupos limitados

    u : v Homb((L, D); (G, B)), EBD v u Homb((H, C); (G, B)), EBCe ui : viHomb((L, D); (Gi, Bi)), EBiD vi uHomb((H, C); (Gi, Bi)), EBiC (i I).Entao uiiI e um sistema projetivo de homomorfismos de grupos limitados de(Homb((L, D); (Gi, Bi)), EBiD ), uLijiI em (Homb((H, C); (Gi, Bi)), EBiC ), uHij iI. Alem disso,

    Homb((L, D); (G, B)), EBD

    RL lim

    Homb((L, D); (Gi, Bi)),

    D

    u limui

    Homb((L, C); (G, B)), EBC

    RH

    lim

    Homb((H, C); (Gi, Bi)),De um diagrama comutativo de homomorfismos de grupos limitados, onde

    lim

    Homb((H, C); (Gi, Bi)),D(respectivamente

    lim

    Homb((L, D); (Gi, Bi)),

    D

    ) e o limite projetivo bornologico do sistema

    (Homb((H, C); (Gi, Bi)), E

    BiC ), u

    Hij iI

    (respectivamente

    (Homb((L, D); (Gi, Bi)), E

    BiD ), u

    LijiI

    ),

    limui(vi)iI = ui(vi)iI para (vi)iI limHomb((L, D); (Gi, Bi)) (obviamente, limui e um ho-momorfismo de grupos), RH(v) =

    ui v

    iI

    parav Homb((H, C); (G, B)) eRL(v) =

    ui viI

    para

    v Homb((L, D); (G, B)), sendo ui : G Gi o homomorfismo de grupos canonico.

    Demonstracao. Para provar a primeira afirmacao devemos mostrar que o diagrama

    Homb((L, D); (Gj, Bj)) uj Homb((H, C); (Gj , Bj))

    uLij uHij

    Homb((L, D); (Gi, Bi))uiHomb((H, C); (Gi, Bi))

    e comutativo para i j ([5], p.79). Realmente, para qualquer vj Homb((L, D); (Gj , Bj)),uHij uj(vj) =uij (vj u) = (uij vj) u=ui(uij vj) = (ui uLij)(vj).

    Para provar a segunda afirmacao, notemos inicialmente que limui e uma aplicacao limitada. De fato,

    para cada i Iseja THi o homomorfismo de grupos de limHomb((H, C); (Gi, Bi)) em Homb((H, C); (Gi, Bi))

    dado porTHi

    (wj)jI

    =wi. Entao, pelo Teorema 1.11, limui e limitada se e somente se THi limui e

    limitada para todo i I. Mas, para cada i I,THi lim

    ui

    (vj)jI

    =THi

    (

    uj(vj))jI

    =

    ui(vi) =vi u

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    26/34

    42 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    para qualquer (vj)jIlimHomb((L, D); (Gi, Bi)), e da resulta a limitacao deT

    Hi lim

    ui . Alem disso,

    RHeRLsao isomorfismos de grupos bornologicos em virtude do Teorema 4.2. Finalmente, para qualquerv Homb((L, D); (G, B)),

    limui RL(v) = limui(ui v)iI = ui(ui v)iI

    =

    (ui v) uiI

    =

    ui (v u)iI

    =RH(v u) = (RH u)(v),concluindo assim a demonstracao da segunda afirmacao.

    Sejam

    (Gi, Bi), ujiiI

    um sistema indutivo de grupos bornologicos e (H, C) um grupo bornologico

    arbitrario. Para i, j I, i j , consideremos o homomorfismo de grupos limitado

    uHij: j Homb((Gj , Bj); (H, C)), ECBj j uji Homb((Gi, Bi); (H, C)), ECBi.Pela Proposicao 4.1,

    Homb((Gi, Bi); (H, C)), ECBi

    , uHij

    iI

    e um sistema pro jetivo de grupos bornologicos.

    Proposicao 4.6. Seja

    (Gi, Bi), ujiiI

    como acima e seja (G, B) o limite indutivo bornologico desse

    sistema. Sejam(H, C)e(L, D)dois grupos bornologicos arbitrarios eu Homb((H, C); (L, D))arbitrario,

    e consideremos os homomorfismos de grupos limitados

    u : v Homb((G, B); (H, C)), ECB u v Homb((G, B); (L, D)), EDB e ui : i Homb((Gi, Bi); (H, C)), ECBi u i Homb((Gi, Bi); (L, D)), EDBi(i I).Entao (ui)iI e um sistema projetivo de homomorfismos de grupos limitados de

    Homb

    (Gi, Bi); (H, C)), ECBi

    , uHij

    iI

    em

    Homb

    (Gi, Bi); (L, D)), EDBi

    , uLij

    iI

    . Alem disso,Homb((G, B); (H, C)), E

    CB

    RH lim

    Homb((Gi, Bi); (H, C)),E

    u lim

    ui

    Homb((G, B); (L, D)), EDB RL lim Homb((Gi, Bi); (L, D)),

    Ee um diagrama comutativo de homomorfismos de grupos limitados, onde

    lim

    Homb((Gi, Bi); (H, C)),E(respectivamente

    lim

    Homb((Gi, Bi); (L, D)),

    E

    e o limite projetivo bornologico do sistema(Homb((Gi, Bi); (H, C)), E

    CBi

    , uHij

    iI

    (respectivamente

    (Homb((Gi, Bi); (L, D)), EDBi

    , uLij

    iI

    ,

    limui(i)iI = ui(i)iI para (i)iI limHomb((Gi, Bi); (H, C)) (obviamente, limui e um ho-

    momorfismo de grupos), RH(v) = (v vi)iI para v Homb((G, B); (H, C)) e RL(v) = (v vi)iI para

    v Homb((G, B); (L, D)), sendo vi : Gi G o homomorfismo de grupos canonico.

    Demonstracao. Analoga a da Proposicao 4.5.

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    27/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 43

    5 Uma propriedade universal da bornologia da equicontinui-

    dade

    O objetivo desta secao e provar o Teorema 5.12, cuja demonstracao e analoga aquela do Teorema 4 de

    [8]. Mas antes, vejamos alguns preliminares sobre grupos topologicos.

    Proposicao 5.1([23], Teorema 1.9). Sejam((Gi, i))iI uma famlia de grupos topologicos, G um grupo

    e, para cada i I, seja ui : G Gi um homomorfismo de grupos. Se e a topologia inicial para

    a famlia

    (Gi, i), ui

    iI

    ([3], pp. 28-31), entao (G, ) e um grupo topologico. Logo, para todo grupo

    topologico (H, ) e para todo homomorfismo de gruposu : HG, tem-se queu Homc((H, ); (G, ))se e somente seui u Homc((H, ); (Gi, i)) para todo i I.

    (H, ) u(G, )

    ui u ui

    (Gi, i)

    Como consequencia imediata da Proposicao 5.1, temos o seguinte

    Corolario 5.2. (a) Se (G, ) e um grupo topologico e M e um subgrupo de G, entao (M, M) e um

    grupo topologico, ondeM e a topologia induzida por emM.

    (b) Sejam (Gi, i)iI uma famlia de grupos topologicos, iI

    Gi o grupo produto e iI

    i a topologia

    produto emiI

    Gi. Entao

    iI

    Gi,iI

    i

    e um grupo topologico.

    (c) Se (i)iI e uma famlia de topologias de grupo em um grupo G, entao

    G, supiI

    i

    e um grupo

    topologico.

    Definicao 5.3. Seja

    (Gi, i), uijiI

    um sistema projetivo de grupos topologicos (isto significa queI e

    um conjunto munido de uma relacao de ordem parcial , (Gi, i) e um grupo topologico para todoi I,

    uij Homc((Gj , j); (Gi, i)) para i, j I com i j , uii = 1Gi para todo i I e uij ujk =uik para

    i,j,k I com i j k). Para cada i I seja ui : limGi Gi o homomorfismo de grupos canonico

    (Definicao 2.3) e sejaa topologia inicial para a famlia (Gi, i), uiiI. O grupo topologico (lim Gi, )(Proposicao 5.1) e dito o limite projetivo topologico do sistema

    (Gi, i), uij

    iI

    .

    Observacao 5.4. Seja

    (Gi, i)iI

    uma famlia de grupos topologicos. Munamos I da relacao de

    igualdade e definamos uii = 1Gi para todo i I. Entao

    (Gi, i), uiiiI

    e um sistema projetivo de

    grupos topologicos cujo limite projetivo topologico coincide com

    iI

    Gi,iI

    i

    .

    Argumentando como na demonstracao da Proposicao 3.24, usando a Proposicao 5.1 em lugar do

    Teorema 1.11, obtem-se a seguinte

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    28/34

    44 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    Proposicao 5.5. Nas condicoes daDefinicao 5.3, (lim

    Gi, ) satisfaz a seguinte propriedade universal:

    para todo grupo topologico (H, ) e para toda famlia(i)iI (ondei Homc((H, ); (Gi, i)) para todoi I) tal queuij j =i parai j , existe um unicou Homc((H, ); (lim

    Gi, )) tal queui u= i

    para todo i I.

    (Gj , j) uij(Gi, i)

    j i

    (H, )

    (H, ) u(lim

    Gi, )

    i ui

    (Gi, i)

    Como todo grupo abeliano topologico e um Z-modulo topologico (Z munido da topologia discreta),

    a Proposicao 1.4.2 de [2] fornece o seguinte resultado:

    Proposicao 5.6. Sejam (Gi, i)iI uma famlia de grupos topologicos, G um grupo e, para cadai I, sejaui : Gi G um homomorfismo de grupos. Entao existe uma unica topologia de grupo em

    G que e final para a famlia

    (Gi, i), uiiI

    , no seguinte sentido: para todo grupo topologico (H, ) e

    para todo homomorfismo de grupos u : G H, tem-se que u Homc((G, ); (H, )) se e somente se

    u ui Homc((Gi, i); (H, )) para todo i I.

    (G, ) u(H, )

    ui u ui

    (Gi, i)

    Definicao 5.7. Sejam (Gi, i)iI uma famlia de grupos topologicos, G o grupoiI

    Gi e, para cada

    i I, seja ui : Gi G a injecao canonica. SeiI

    i e a topologia de grupo final para a famlia(Gi, i), ui

    iI

    ,

    G,iI

    i

    e dita a soma direta topologicada famlia

    (Gi, i)

    iI

    .

    Definicao 5.8. Seja

    (Gi, i), ujiiI

    um sistema indutivo de grupos topologicos (isto significa que I

    e um conjunto munido de uma relacao de ordem parcial , (Gi, i) e um grupo topologico para todo

    i I, uji Homc((Gi, i); (Gj , j)) para i, j I com i j , uii = 1Gi para todo i I e ukj uji =uki

    para i,j,k I com i j k). Para cada i I seja vi : Gi limGi o homomorfismo de grupos

    canonico (lembrar a Proposicao 2.11 e a Definicao 2.12) e seja a topologia de grupo final para a

    famlia (Gi, i), viiI . O grupo topologico lim Gi, e dito o limite indutivo topologico do sistema(Gi, i), uji

    iI

    .

    Observacao 5.9. Seja

    (Gi, i)iI

    uma famlia de grupos topologicos. Munamos I da relacao de

    igualdade e ponhamos uii = 1Gi para todo i I. Entao

    (Gi, i), uiiiI

    e um sistema indutivo de

    grupos topologicos cujo limite indutivo topologico coincide com

    iI

    Gi,iI

    i

    .

    Argumentando como na demonstracao da Proposicao 3.41, usando a Proposicao 5.6 em lugar do

    Teorema 3.29, obtem-se a seguinte

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    29/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 45

    Proposicao 5.10. Nas condicoes daDefinicao 5.8, (lim

    Gi, ) satisfaz a seguinte propriedade universal:

    para todo grupo topologico (H, ) e para toda famlia(i)iI (ondei Homc((Gi, i); (H, )) para todoi I) tal quej uji = i para i j, existe um unicou Homc((lim

    Gi, ); (H, )) tal queu vi = i

    para todo i I.

    (Gi, i) uji(Gj, j)

    i j

    (H, )

    (lim

    Gi, ) u(H, )

    vi i

    (Gi, i)

    Proposicao 5.11. Sejam

    (G, ), u

    I

    um sistema indutivo de grupos topologicos e

    (H, ), v

    J

    um sistema projetivo de grupos topologicos. Para (, ), (, ) I J, com (, ) (, ), seja

    (,)(,) o homomorfismo de grupos de Homc((G , ); (H, )) em Homc((G, ); (H, )) dado por

    (,)(,)(w) =v w u . Entao

    Homc((G, ); (H, )), E

    , (

    ,)(,)

    (,)IJ

    e um sistema projetivo de grupos bornologicos.

    Demonstracao. Mostremos que (,)(,) e E

    E

    -limitada. De fato, sejam X E e V uma -

    vizinhanca de 0 em H. Comov : (H, ) (H, ) e contnua, existe uma -vizinhanca V de

    0 em H tal que v(V) V ; e, como X E , existe uma -vizinhanca U de 0 em G tal que

    X(U) V. Finalmente, comou : (G, ) (G , ) e contnua, existe uma-vizinhancaU de 0

    emG tal que u(U) U . Portanto,

    (,)(,)(X)(U) =

    v X u

    (U) =

    v X

    (u(U))

    v X

    (U) v(V) V ,

    e (,)(,)(X) E

    . Como as outras condicoes da Definicao 3.22 sao facilmente justificaveis, a demons-

    tracao esta concluda.

    Nas condicoes da Proposicao 5.11, sejam (G, ) o limite indutivo topologico do sistema (G, ), uIe (H, ) o limite projetivo topologico do sistema (H, ), vJ . Para cada I seja u : G Go homomorfismo de grupos canonico, e para cada J seja v : H H o homomorfismo de grupos

    canonico. Para cada (, ) I J seja (,) o homomorfismo de grupos de Homc((G, ); (H, )) em

    Homc((G, ); (H, )) dado por (,)(u) = v u u. Raciocinando como na demonstracao da

    Proposicao 5.11, verifica-se que (,) e E E

    -limitada. Alem disso, a famlia

    (,)(u)(,)IJ

    pertence ao grupo lim

    Homc((G, ); (H, )) para qualquer u Homc((G, ); (H, )). Realmente, se

    (, ), (, ) I J e (, ) (, ), tem-se

    (,)(,)

    (,)(u)

    = (,)(u).

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    30/34

    46 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    (G, ) w(H, )

    u v

    (G, ) (,)

    (,)(w)

    (H, )

    (G, ) u(H, )

    u v

    (G, ) (,)(u)

    (H, )

    Podemos entao enunciar o

    Teorema 5.12. Nas condicoes acima, o homomorfismo de grupos

    : u

    Homc((G, ); (H, )), E

    (u) =

    (,)(u)

    (,)IJ

    lim

    Homc((G, ); (H, )), D

    e um isomorfismo de grupos bornologicos, onde o contradomnio de e o limite projetivo bornologico dosistema dado naProposicao 5.11.

    Antes de provar o Teorema 5.12, estabelecamos um resultado auxiliar:

    Lema 5.13. Sejam ((Gi, i))iI uma famlia de grupos topologicos, G um grupo e, para cada i

    I, seja ui : Gi G um homomorfismo de grupos. Seja a topologia de grupo final para a famlia(Gi, Bi)), ui

    iI

    . Ent ao, para todo grupo topologico (H, ) e para conjunto X de homomorfismos de

    grupos deG emH, as seguintes condicoes sao equivalentes:

    (a) X E;

    (b) X ui = {u ui; u X} E

    i para todo i I.

    Demonstracao do Lema 5.13. Como (a) claramente implica (b), provemos que (b) implica (a). Com

    efeito, seja F(X; H) o grupo abeliano das funcoes de X em H, munido da topologia da convergencia

    uniforme (u), a qual o torna um grupo topologico. Consideremos o homomorfismo de grupos g : G

    F(X; H) dado por g (x)(u) =u(x) para x G e u X. E claro que X E se e somente se g : (G, )

    (F(X; H), u) e contnuo. E, pela Proposicao 5.6, g : (G, ) (F(X; H), u) e contnuo se e somente

    se g ui : (Gi, i) (F(X; H), u) e contnuo para todo i I. Fixemos entao i I e seja V uma

    -vizinhanca de 0 em H. Como, por hipotese, X ui Ei

    , existe uma i-vizinhanca Ui de 0 em Gi tal

    que (X ui)(Ui) V. Portanto,

    (g ui)(Ui) {h F(X; H); h(X) V},

    mostrando a continuidade de g ui e concluindo a demonstracao de (a).

    Passemos a

    Demonstracao do Teorema 5.12. Primeiramente, provemos que e um isomorfismo de grupos.

    Realmente, seja g =

    g(,)(,)IJ

    lim

    Homc((G, ); (H, )) arbitrario. Fixemos J e

    consideremos a famlia

    g(,)I

    . Como

    g(,) u = v g(,) u = (,)(,)(g(,)) =g(,)

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    31/34

    D.P. Pombo Jr. Grupos Abelianos Bornologicos 47

    para , a Proposicao 5.10 garante a existencia de um unico Homc((G, ); (H, )) tal que

    g(,) = u para todo I. Por outro lado, tem-se =v para . De fato, para todo I,

    u= g(,)= (,)(,)(g(,)) =v g(,) u= v g(,)= v u ,

    e do fato de que todo elemento de G pode ser expresso como uma soma finita de elementos da forma

    u(x) resulta que =v . Logo, pela Proposicao 5.5, existe um unicou Homc((G, ); (H, ))

    tal que = v u para todo J. Alem disso,

    (u) =

    v u u(,)IJ

    =

    u(,)IJ

    =

    g(,)(,)IJ

    =g,

    sendou o unico elemento de Homc((G, ); (H, )) cuja imagem por eg . Portanto, e um isomorfismo

    de grupos.

    Provemos que e um isomorfismo de grupos bornologicos. Com efeito, seja X E arbitrario. Como

    (X) D se e somente se (,)(X) E

    para todo (, ) IJ e como cada aplicacao (,) e

    E E

    -limitada, entao (X) D. Logo, e limitada. Finalmente, verifiquemos que 1 e limitada.

    De fato, sejaYum conjuntoD-limitado arbitrario. Para cada (, ) IJ, sejaG(,)o homomorfismo

    de grupos g(,)

    (,)IJ

    lim

    Homc((G , ); (H, ))g(,)

    Homc((G, ); (H, )).

    EntaoG(,)(Y) E para todo (, ) IJ. Pela bijetividade de , para cada g = g(,)(,)IJY existe um unico ug Homc((G, ); (H, )) tal que (ug) = g. Afirmamos que X = {ug; g Y}

    (= 1(Y)) pertence a E . Realmente, como e topologia inicial para a famlia

    (H, ), vJ

    , X E

    se e somente se v X E para todo J. Mas, para J fixado, G(,)(Y) = (v X) u E

    para todo I, e o Lema 5.13 fornece v X E . Portanto,

    1(Y) E , mostrando que 1 e

    limitada.

    Isto conclui a demonstracao.

    Corolario 5.14. Sejam

    (G, )

    I

    e

    (H, )

    J

    duas famlias de grupos topologicos, (G, ) a

    soma direta topologica da famlia (G, )I e(H, ) o produto topologico da famlia (H, )J.Entao os grupos bornologicosHomc((G, ); (H, )), E

    e

    (,)IJ

    Homc((G, ); (H, )),

    (,)IJ

    E

    sao isomorfos.

    Demonstracao. Consideremos I(respectivamente J) munido da relacao de igualdade. Como, nesse

    caso, os grupos bornologicos lim

    Homc((G, ); (H, )), D

  • 7/23/2019 Grupos Abelianos Bornolgicos

    32/34

    48 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)

    e

    (,)IJ

    Homc((G, ); (H, )), (,)IJ

    Ecoincidem, o resultado segue imediatamente do Teorema 5.12.

    Referencias

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    Industrielles 1142, Hermann (1965).

    [4] N. Bourbaki, Topologie Generale, Chapitre 10, Seconde edition, Actualites Scientifiques et Indus-

    trielles 1084, Hermann (1967).

    [5] N. Bourbaki, Theorie des Ensembles, Chapitre 3, Seconde edition, Actualites Scientifiques et

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    [10] H. Hogbe-Nlend, Les racines historiques de la bornologie moderne, Seminaire Choquet. Initiation

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    [12] H. Hogbe-Nlend, Bornologies and Functional Analysis, Notas de Matematica 62, North-Holland

    (1977).

    [13] C. Houzel, Espaces analytiques relatifs et theoreme de finitude, Math. Ann. 205 (1973), 13-54.

    [14] J.-P. Lafon, Les formalismes fondamentaux de lalgebre commutative, Collection Enseignement

    des sciences 20, Hermann (1974).

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    [15] D.P. Pombo Jr., Linear topologies and linear bornologies on modules, J. Indian Math. Soc. 59

    (1993), 107-117; errata ibid. 60 (1994), 191.

    [16] D.P. Pombo Jr., Module bornologies, Comment. Math. (Prace Mat.) 36 (1996), 179-188.

    [17] D.P. Pombo Jr., Bornologias lineares, Atas do 43o. Seminario Brasileiro de Analise (1996), 523-

    555. [P. 527, l. 8: em lugar de . P. 528, l. -4: E e um espaco topologico,F e um espaco

    uniforme em lugar de E e F sao espacos topologicos. P. 546, l. -4: i0 ui0 em lugar de

    i0 ui0. P. 549, l. 4 e l. 5: FiI

    vi(B) em lugar de iI

    vi(B). P. 550, l. -4 e p. 551, l. 5:

    em lugar de =.]

    [18] Seminaire Banach, Lecture Notes in Mathematics 277, Springer-Verlag (1972).

    [19] C. Voigt, Bornological quantum groups, Pacific J. Math. 235 (2008), 93-135.

    [20] L. Waelbroeck, Etude spectrale des algebres completes, Acad. Royale Belgique. Mem. Cl. des

    Sci. (1960).

    [21] L. Waelbroeck, Some theorems about bounded structures, J. Funct. Analysis 1 (1967), 392-408.

    [22] L. Waelbroeck, Topological Vector Spaces and Algebras, Lecture Notes in Mathematics 230 (1971).

    [23] S. Warner, Topological Fields, Notas de Matematica 126, North-Holland (1989).

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    50 Cadernos do IME Serie Matematica Vol. 24 (impresso)/Vol. 6 (online) (2012)