grupo rio preto - cbg2018anais.siteoficial.ws

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INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta parte dos resultados obtidos do Projeto Áreas de Relevante Interesse Mineral - ARIM: Faixa Rio Preto. A área de estudo inclui os municípios: Cristalândia do Piauí, Corrente, Parnaguá, Sebastião Barros, Avelino Lopes, Curimatá e Morro Cabeça no O Grupo Rio Preto, localizados no Estado do Piauí e os municípios da Bahia de Mansidão, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto. O projeto é uma integração de antigos e novos dados da CPRM e teve como objetivo gerar um modelo evolutivo relacionando-o com os processos mineralizantes da região, assim como indicar áreas com potencial mineral. A Faixa Rio Preto está localizada na porção norte do Cráton do São Francisco e esteve envolvida no final do neoproterozoico nas colisões continentais que formaram a porção ocidental do Gondwana. Possui embasamento arqueano-paleoproterozoico composto por amfibolitos, ortognaisses e paragnaisses, em sua maioria pertencentes ao Complexo Cristalândia do Piauí (Egydio- Silva, 1982). O embasamento é coberto pelas rochas metassedimentares neoproterozóicas dos grupos Rio Preto e Santo Onofre. Ambos os grupos correspondem a bacias extencionais que teriam se invertido e metamorfoseado no final do Ciclo Brasiliano e são compostos predominantemente por xistos e quartzitos. Possuem ainda ocorrências de manganês, sendo que o Grupo Rio Preto ainda detém de ocorrências de grafita (Caxito et al., 2014). METODOLOGIA Para atingir os objetivos propostos foram realizados perfis de campo estratégicos e empregados métodos tradicionais de mapeamento geológico. Efetuou-se então uma integração e interpretação de todos os dados geológicos novos juntamente com os de trabalhos anteriores. A seguir foram indicadas duas áreas com potencial de grafita, as quais foram mapeadas em escala 1:50.000. Quanto as ocorrências de manganês, foi elaborado um mapa geoquímico-geomorfológico da Faixa Rio Preto, em que foram empregadas técnicas de interpretação de fotografias aéreas e sensoriamento remoto. RESULTADOS Os mapas gerados pela integração de todos os dados do Projeto relacionados ao Grupo Rio Preto estão citados abaixo: a- Mapa de integração geológica, contendo toda área do Projeto em escala 1:250.000; b- Mapa de recursos minerais, contendo toda área do Projeto em escala 1:250.000; e- Mapa geológico de áreas com potencial para mineralizações de grafita, subárea 1 região de morrinhos, em escala 1:50.000; f- Mapa geológico de áreas com potencial para mineralizações de grafita, subárea 2 Sebastião Barros, PI, em escala 1:50.000; h- Mapa geoquímico-geomorfológico para manganês no Grupo Rio Preto em escala 1:250.000; i- Mapa geofísico-geológico, contendo toda a área do Projeto em escala 1:250:000. Os mapas e o texto explicativo do Projeto estão disponíveis no sítio: http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/ CONCLUSÕES Recentemente chegou-se a propor a substituição do termo Grupo Rio Preto por Formação Formosa, cuja idade máxima de deposição seria de 1,9 Ga, e estaria relacionada a um ambiente de arco magmático (Caxito, et al., 2012). Porém, durante os trabalhos de campo, notou-se que a Formação Formosa é uma unidade distinta e que possivelmente representa uma porção menos deformada dos paragnaisses do Complexo Cristalândia do Piauí. O Grupo Rio Preto provavelmente possui uma correlação com o Grupo Santo Onofre, este de idade neoproterozoica, o qual também possui ocorrências de manganês. As rocha manganesíferas do Grupo Rio Preto provavelmente são de origem sedimentar e hidrotermal e teriam se depositado em um ambiente exalativo e extencional na borda do Cráton do São Francisco. A Orogenia Brasiliana teria deformado esses sedimentos e invertido as bacia do grupo, tornando-o uma grande estrutura em forma de flor positiva. Este evento teria atingido pico metamórfico em fácies anfibolito, gerando assim as mineralizações de grafita da região. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Caxito, F.A, Uhlein, A., Sanglard, J. C. D., Dias, T. G., Mendes, M. D. C. O. (2012). Depositional systems and stratigraphic review proposal of the Rio Preto Fold Belt, northwestern Bahia/southern Piauí. Revista Brasileira de Geociências, 42(3), 523-538. Caxito, F. A. et al. Detrital zircon (UPb) and SmNd isotope studies of the provenance and tectonic setting of basins related to collisional orogens: The case of the Rio Preto fold belt on the northwest São Francisco craton margin, NE Brazil. Gondwana Research, 26, Rio de Janeiro, v. 2, p. 741-754, 2014. Egydio-Silva M. 1987. O sistema de dobramentos Rio Preto e suas relações com o Cráton do São Francisco. Tese de doutorado, IGC-USP, São Paulo, 141p. . Figura 2. Mapa de Integração Geológica da Faixa Rio Preto. Em destaque estão as áreas potenciais para grafita que foram mapeadas em maior detalhe Figura 1. (A) Reconstrução paleogeográfica da Bacia do Rio Preto durante o Neoproterozoico (adaptado de Caxito et al., 2014). (B) Afloramento de grafita xisto. (C) Mineralização de grafita em detalhe. (D) Afloramento de formação manganesífera. (E) Ocorrência manganesífera em detalhe. (F) Lateria mineralizada em manganês. Figure 3. Mapa Geoquímico do Grupo Rio Preto. Projeto ARIM – Faixa Rio Preto: mineralizações de grafita e manganês e uma nova interpretação sobre o Grupo Rio Preto Rezende, E.S. 1 ; Carvalho, C.D 1 ; Barros, R.A 1 ; Brod, E.R 1 ; Barros, A.C.P 1 ; Sousa, F.R 1 ; Pedrosa Jr, N.C 1 ; Silveira, D.A 1 1 Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil A B C D E F

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INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta parte dos resultados obtidos

do Projeto Áreas de Relevante Interesse Mineral - ARIM: Faixa Rio Preto. A área de estudo inclui os municípios: Cristalândia do Piauí, Corrente, Parnaguá, Sebastião Barros, Avelino Lopes, Curimatá e Morro Cabeça no O Grupo Rio Preto, localizados no Estado do Piauí e os municípios da Bahia de Mansidão, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto. O projeto é uma integração de antigos e novos dados da CPRM e teve como objetivo gerar um modelo evolutivo relacionando-o com os processos mineralizantes da região, assim como indicar áreas com potencial mineral.

A Faixa Rio Preto está localizada na porção norte do Cráton do São Francisco e esteve envolvida no final do neoproterozoico nas colisões continentais que formaram a porção ocidental do Gondwana. Possui embasamento arqueano-paleoproterozoico composto por amfibolitos, ortognaisses e paragnaisses, em sua maioria pertencentes ao Complexo Cristalândia do Piauí (Egydio-Silva, 1982).

O embasamento é coberto pelas rochas metassedimentares neoproterozóicas dos grupos Rio Preto e Santo Onofre. Ambos os grupos correspondem a bacias extencionais que teriam se invertido e metamorfoseado no final do Ciclo Brasiliano e são compostos predominantemente por xistos e quartzitos. Possuem ainda ocorrências de manganês, sendo que o Grupo Rio Preto ainda detém de ocorrências de grafita (Caxito et al., 2014).

METODOLOGIA

Para atingir os objetivos propostos foram realizados perfis de campo estratégicos e empregados métodos tradicionais de mapeamento geológico. Efetuou-se então uma integração e interpretação de todos os dados geológicos novos juntamente com os de trabalhos anteriores. A seguir foram indicadas duas áreas com potencial de grafita, as quais foram mapeadas em escala 1:50.000. Quanto as ocorrências de manganês, foi elaborado um mapa geoquímico-geomorfológico da Faixa Rio Preto, em que foram empregadas técnicas de interpretação de fotografias aéreas e sensoriamento remoto.

RESULTADOS

Os mapas gerados pela integração de todos os dados do Projeto relacionados ao Grupo Rio Preto estão citados abaixo:

a- Mapa de integração geológica, contendo toda área do Projeto em escala 1:250.000;

b- Mapa de recursos minerais, contendo toda área do Projeto em escala 1:250.000;

e- Mapa geológico de áreas com potencial para mineralizações de grafita, subárea 1 – região de morrinhos, em escala 1:50.000;

f- Mapa geológico de áreas com potencial para mineralizações de grafita, subárea 2 – Sebastião Barros, PI, em escala 1:50.000;

h- Mapa geoquímico-geomorfológico para manganês no Grupo Rio Preto em escala 1:250.000;

i- Mapa geofísico-geológico, contendo toda a área do Projeto em escala 1:250:000.

Os mapas e o texto explicativo do Projeto estão disponíveis no sítio: http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/

CONCLUSÕES

Recentemente chegou-se a propor a substituição do termo Grupo Rio Preto por Formação Formosa, cuja idade máxima de deposição seria de 1,9 Ga, e estaria relacionada a um ambiente de arco magmático (Caxito, et al., 2012). Porém, durante os trabalhos de campo, notou-se que a Formação Formosa é uma unidade distinta e que possivelmente representa uma porção menos deformada dos paragnaisses do Complexo Cristalândia do Piauí.

O Grupo Rio Preto provavelmente possui uma correlação com o Grupo Santo Onofre, este de idade neoproterozoica, o qual também possui ocorrências de manganês.

As rocha manganesíferas do Grupo Rio Preto provavelmente são de origem sedimentar e hidrotermal e teriam se depositado em um ambiente exalativo e extencional na borda do Cráton do São Francisco. A Orogenia Brasiliana teria deformado esses sedimentos e invertido as bacia do grupo, tornando-o uma grande estrutura em forma de flor positiva. Este evento teria atingido pico metamórfico em fácies anfibolito, gerando assim as mineralizações de grafita da região.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Caxito, F.A, Uhlein, A., Sanglard, J. C. D., Dias, T. G., Mendes, M. D. C. O. (2012). Depositional systems and stratigraphic review proposal of the Rio Preto Fold Belt, northwestern Bahia/southern Piauí. Revista Brasileira de Geociências, 42(3), 523-538.

Caxito, F. A. et al. Detrital zircon (U–Pb) and Sm–Nd isotope studies of the provenance and tectonic setting of basins related to collisional orogens: The case of the Rio Preto fold belt on the northwest São Francisco craton margin, NE Brazil. Gondwana Research, 26, Rio de Janeiro, v. 2, p. 741-754, 2014. Egydio-Silva M. 1987. O sistema de dobramentos Rio Preto e suas relações com o Cráton do São Francisco. Tese de doutorado, IGC-USP, São Paulo, 141p. .

Figura 2. Mapa de Integração Geológica da Faixa Rio Preto. Em destaque estão as áreas

potenciais para grafita que foram mapeadas em maior detalhe

Figura 1. (A) Reconstrução paleogeográfica da Bacia do Rio Preto durante o

Neoproterozoico (adaptado de Caxito et al., 2014). (B) Afloramento de grafita xisto.

(C) Mineralização de grafita em detalhe. (D) Afloramento de formação

manganesífera. (E) Ocorrência manganesífera em detalhe. (F) Lateria

mineralizada em manganês.

Figure 3. Mapa Geoquímico do Grupo Rio Preto.

TAMANHO DO PÔSTER: 90 x 120 cm

Projeto ARIM – Faixa Rio Preto: mineralizações de grafita e manganês e uma nova interpretação sobre o Grupo Rio Preto

Rezende, E.S.1; Carvalho, C.D1; Barros, R.A1; Brod, E.R1; Barros, A.C.P1; Sousa, F.R1; Pedrosa Jr, N.C1; Silveira, D.A1 1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil

A B C

D E F