grupo mp 2007

30
3 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE SIMONY GUIMARÃES RENATA ALESSANDRA SOUSA FIRMINO LARISSA LORENA DIAS MENEZES KELLY LACERDA DE OLIVEIRA MAGALHÃES AMANDA MARQUES DE ANDRADE GRUPO OPERATIVO: MOBILIZAÇÃO POPULAR João Pessoa 2007

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SIMONY GUIMARÃES RENATA ALESSANDRA SOUSA FIRMINO LARISSA LORENA DIAS MENEZES KELLY LACERDA DE OLIVEIRA MAGALHÃES AMANDA MARQUES DE ANDRADE João Pessoa 2007 GRUPO OPERATIVO: MOBILIZAÇÃO POPULAR 3

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Page 1: GRUPO MP 2007

3

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

SIMONY GUIMARÃES

RENATA ALESSANDRA SOUSA FIRMINO

LARISSA LORENA DIAS MENEZES

KELLY LACERDA DE OLIVEIRA MAGALHÃES

AMANDA MARQUES DE ANDRADE

GRUPO OPERATIVO: MOBILIZAÇÃO POPULAR

João Pessoa

2007

Page 2: GRUPO MP 2007

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SIMONY GUIMARÃES

RENATA ALESSANDRA SOUSA FIRMINO

LARISSA LORENA DIAS MENEZES

KELLY LACERDA DE OLIVEIRA MAGALHÃES

AMANDA MARQUES DE ANDRADE

GRUPO OPERATIVO: MOBILIZAÇÃO POPULAR

Relatório do Grupo Mobilização Popular do Projeto de Extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB.

João Pessoa 2007

Page 3: GRUPO MP 2007

5

1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O PINAB é um projeto de extensão popular em saúde vinculado ao Departamento de

Nutrição da Universidade Federal da Paraíba. Atuante na Unidade de Saúde da Família (USF)

Vila Saúde localizada no bairro do Cristo Redentor, no município de João Pessoa - PB. Teve

início em julho de 2007, sendo coordenado pela professora do Departamento de Nutrição Ana

Claudia Cavalcanti Peixoto de Vascocelos e os nutricionistas Ingrid Dávila Pereira e Pedro José

Cruz. Suas atividades tiveram início com a seleção e ingresso de 20 graduandos do curso de

Nutrição, contemplando alunos do 1º ao 7º período do curso.

O Projeto trabalha com três eixos que norteiam e integram suas ações dentro dos referidos

grupos. Estes eixos são: atividades coletivas, visitas domiciliares e aconselhamento dietético

individual.

Atualmente, o Projeto encontra-se com 25 membros que atuam em grupos operativos com

públicos específicos como idosos, gestantes, crianças da Escola Municipal Augusto dos Anjos,

famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Além dos grupos supracitados, no segundo semestre de atuação, o Projeto implantou mais

um grupo, o de Mobilização Popular. Este tem por objetivo unir os interesses dos profissionais de

saúde da Unidade aliados aos da comunidade, como a formação do Conselho Local da USF Vila

Saúde. A participação ativa dos profissionais, da comunidade e dos estudantes neste processo,

além da a busca por líderes comunitários que estejam dispostos a somar conhecimentos e

perspectivas, tem sido pré-requisito para que haja avanços neste processo. Ainda, o Grupo

pretende mapear os movimentos sociais existentes na comunidade, a fim de ampliar as

perspectivas de resolução ou melhoria dos problemas enfrentados na comunidade.

Com o Grupo de Mobilização Popular, o Projeto pretendeu agregar o trabalho que vem

sendo realizado pelas entidades existentes de organização popular, conhecer as lutas da

comunidade através da realização de ações fundamentadas na educação popular, com discussão e

problematização acerca das reivindicações e anseios da população.

Diante do exposto, o presente relatório sistematiza a experiência vivenciada por este

Grupo. O referido relatório também serve de guia, a fim de facilitar a continuidade do trabalho

dos extensionistas que irão compor o grupo no período letivo 2008.1.

Page 4: GRUPO MP 2007

6

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Ser o grupo de interligação com todos os outros do PINAB, levando informações

relevantes sobre a comunidade e a Unidade de Saúde da Família Vila Saúde no contexto

social, político e nutricional.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Participar do desenrolar da formação do Conselho de Saúde Local da USF Vila Saúde

como sujeito onisciente;

Mapear as possíveis lideranças das comunidades em questão, como também, os

equipamentos de saúde e sociais presentes;

Observar a opinião dos moradores quanto à questão da formação do Conselho,

preconizando a conduta apolítica.

Page 5: GRUPO MP 2007

7

3 METODOLOGIA

O grupo operativo Mobilização Popular (MP) atuou na comunidade numa perspectiva de

investigação qualitativa, a qual teve como objetivo compreender como a comunidade se

organizava, quais eram suas reais necessidades e como se mobilizavam para atendê-las,

adquirindo esta percepção a partir das lideranças comunitárias locais.

Estes líderes comunitários puderam ser identificados no decorrer do processo de formação

do Conselho Local de Saúde, que estava ocorrendo na USF Vila Saúde, onde o projeto pôde

contribuir como representante da universidade desenvolvendo ações educativas que geraram

discussões construtivas, a fim de se levar ao esclarecimento do conceito, objetivo e importância

deste espaço.

Para tanto o grupo MP teve um momento inicial preparatório, recorrendo a vídeos, artigos

científicos e literatura em geral, para se aprofundar teoricamente em temas relacionados à

mobilização popular em saúde, como por exemplo, o próprio Conselho Local de Saúde.

Além destas formas de atuação, utilizamos como instrumento de atuação as visitas

domiciliares aos líderes comunitários, aliando-se a eles para pensarmos na formulação de

estratégias fomentadas na educação popular que promovessem a saúde integral da comunidade, a

partir da ação desta.

Page 6: GRUPO MP 2007

8

4. ATIVIDADES REALIZADAS

MÊS DIA ATIVIDADES DESCRIÇÃO

NOVEMBRO

30

Reunião na USF –

Pauta: Conselho

Local - Dinâmica

das mãos + texto

O primeiro dia de atividades do grupo

Mobilização Popular aconteceu na USF –

Cristo. O grupo pôde estar participando de uma

reunião marcada pela Unidade com os

funcionários desta e com os profissionais de

saúde para falar a cerca do Conselho Local de

Saúde, onde as pessoas iriam expor o que

entendiam de Conselho, suas duvidas, como se

daria sua formação, como era representado o

Conselho, quem eram seus integrantes, dentre

outras questões. A reunião contou com um total

de 36 participantes

A reunião foi iniciada com uma

dinâmica “mãos: dar e receber” liderada pela

ACS Eulina. Um texto foi lido e refletido em

seguida. Após esse momento abriu-se um

espaço onde as pessoas falavam o que sabiam e

entendiam de Conselho de Saúde, alguns

participantes relataram suas experiências em

Conselhos de Saúde, boas e ruins. Também foi

relatado que Pedra Branca I e II eram as que

mais apresentavam lideranças comunitárias e se

mostravam mais participativos.

Seguindo a reunião, a Nutricionista e

coordenadora do PINAB apresentou o grupo

Mobilização Popular ao “grupão”, expondo

Page 7: GRUPO MP 2007

9

seus objetivos e de que maneira ele iria atuar.

As falas prosseguiram, todas as pessoas que

estavam na roda falaram do que entendiam do

Conselho e o que percebeu-se é que havia

muita confusão e pouco entendimento por parte

de alguns sobre o verdadeiro papel deste.

Assim sentiu-se a necessidade de uma

próxima reunião mais teórica, que exporia ás

pessoas o papel dos Conselhos, a necessidade

de sua implantação, que benefícios trariam para

a Comunidade e para a Unidade, quais os

desafios deste, as maiores dificuldades.

Como encaminhamentos, os integrantes

do PINAB ficaram encarregados de organizar

uma oficina com textos que seriam discutidos e

refletidos na próxima reunião. Para o grupo MP

ficou a tarefa de pesquisar artigos que tratava

de formação de Conselhos, a fim de enriquecer

nosso entendimento.

DEZEMBRO

07

14

I MOSTRA DO

PINAB

Oficina na USF

coordenada por

Pedro e Ingrid

I Mostra do PINAB, não houve,

portanto, atividades nesse dia

Reunião liderada pelos integrantes do

PINAB. Foi iniciada com a apresentação de

todos. Depois disso, os médicos da Unidade,

Janine e Aldenildo, abriram a reunião com

Danças de Roda, momento em que houve

bastante descontração e deixou todos bastante a

vontade, havendo uma integração entre

Page 8: GRUPO MP 2007

10

funcionários e profissionais, “quebrando o

gelo” do dia-a-dia.

Passado esse momento o grupo voltou

para a roda e então dividiu o “grupão” em

grupos menores. Cada grupo ficou com um

texto: “O que é Conselho de Saúde e o que eu

tenho haver com isso” (o mesmo para todos).

Esse seria discutido e sua apresentação ao

grupo maior se daria da maneira que cada um

achasse melhor. Alguns apresentaram em

forma de esquetes, outros em cartazes, outros

em teatro mudo. Em alguns deles houve

comoção durante as apresentações, mostrando

o desejo de expor seus sentimentos durante

aquele momento.

A organização da reunião convidou para

o grupo uma liderança da comunidade Maria de

Nazaré, para que esta pudesse falar um pouco

de sua experiência em comunidade, da

importância da organização do grupo, das

dificuldades encontradas, da importância de

cada um em tentar mudar a situação atual, luta

pelas políticas públicas. Ao final de sua fala

ressaltou: “Onde há união há força”.

A próxima reunião ficou agendada para

o dia 22 de fevereiro. Esta contaria também

com a participação da comunidade e suas

lideranças, alem de profissionais e

funcionários.

Page 9: GRUPO MP 2007

11

21 INÍCIO DO RECESSO

JANEIRO

18

25

Reunião na UFPB

– Planejamento

das atividades a

serem realizada

TÉRMINO DO RECESSO

A reunião aconteceu na UFPB para que

discutíssemos alguns pontos e planejar as ações

do grupo em diante. Discutimos então a ultima

reunião que aconteceu na Unidade e

destacamos alguns pontos, refletimos em cima

do que cada um observou.

Como encaminhamento para a reunião

seguinte, Pedro sugeriu que lêssemos um texto

que abordasse os movimentos sociais e

educação popular. Também seria passado um

vídeo, cerca de 20`, onde trataria desses

movimentos e de suas lutas e conquistas.

Depois discutiríamos o texto e o vídeo.

FEVEREIRO

01

Reunião na UFPB

– Discussão do

artigo

“Movimentos

Sociais e

educação Popular:

Construindo

novas

sociabilidades e

cidadania”, de

Maria do Socorro

Xavier Batista.

A reunião aconteceu na UFPB, e como

havíamos combinado na semana anterior, seria

lido e discutido um texto, alem do vídeo dos

movimentos sociais.

Por motivos técnicos, o vídeo não pôde

ser apresentado. Fizemos então um circulo para

proceder com a leitura do texto: “Movimentos

Sociais e educação Popular: Construindo novas

sociabilidades e cidadania”. Cada um dos

integrantes leu uma parte do texto, e conforme

houvesse necessidade, este seria interrompido e

as considerações eram feitas.

Page 10: GRUPO MP 2007

12

08

15

Não houve

Atividade

Reunião de

estudos teóricos

na UFPB - Vídeo

+ texto (controle

social e

movimentos

sociais)

Esse texto foi bastante importante para

que começássemos a ter uma noção da ótica

dos movimentos sociais, como eles atuam, sua

organização, para que assim pudéssemos

entender melhor sua estrutura.

Como encaminhamento para a próxima

reunião, Pedro sugeriu que esta fosse liderada

por nós do grupo MP, procuraríamos um texto

que abordasse o tema Conselho Local de Saúde

e fizéssemos então uma oficina. Aceitamos o

desafio de construir essa oficina.

RECESSO DE CARNAVAL

A reunião ocorreu na UFPB, no

Departamento de Fisioterapia, que

disponibilizava de aparelho de DVD para que o

vídeo fosse passado.

Como havíamos combinado, a oficina

seria comandada pelo grupo. Inicialmente

Pedro passou o vídeo, um trecho mostrava um

depoimento de Paulo Freire que destacava a

importância dos movimentos sociais, suas

maiores conquistas, entre outros. Também

mostrava trechos de alguns movimentos como

o MST, Movimentos dos Atingidos por

Barragens. Com isso, pudemos entender mais

de perto o funcionamento desses movimentos e

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13

22

Reunião geral na

unidade com

todos os

profissionais de

saúde (Discussão

sobre a formação

do conselho local

de saúde)

principalmente sua organização. Refletimos

sobre as questões levantadas pelo vídeo.

Partimos então para a segunda parte da

oficina, a leitura do texto: “Conselhos de

Saúde: efetividade do controle social em

municípios de Goiás e Mato Grosso do Sul”.

Anterior a leitura do texto, em forma de

dinâmica, colocamos em uma caixinha,

algumas perguntas, feitas por nos mesmos do

grupo, a respeito do texto. Depois de lido, cada

pessoa do grupo tirava uma pergunta e todos

que nele estavam tentavam respondê-las.

Nesse dia aconteceria a formação do

Conselho Local de Saúde. Contou com a

participação de mais de 50 pessoas, dentre

profissionais de saúde, lideranças comunitárias,

funcionários da Unidade, pessoas da

comunidade (Jardim Boa Esperança, Nova

Esperança, Boa Esperança II, Pedra Branca I).

Inicialmente cada um se apresentou para o

grupo maior.

A reunião começou bastante

conturbada, uma vez que algumas pessoas

começaram a falar de seus problemas pessoais

em Conselhos, de suas experiências, algumas

delas bastante descontentes e desacreditadas na

formação do mesmo. Ao mesmo tempo,

percebemos que outras tinham muito interesse

que esse Conselho fosse formado rapidamente

e que não passasse daquela reunião, talvez por

Page 12: GRUPO MP 2007

14

interesses pessoais.

Como forma de organização, a gerente

da USF sugeriu que o “grupão” fosse reduzido

em 2 grupos menores, pois da maneira que

estava organizado as pessoas não estavam

conseguindo ouvir umas as outras. A gerente

lançou uma pergunta a ser respondida pelos

grupos: “O que nós esperamos do conselho?”.

Cada grupo seria liderado por uma pessoa.

Depois de um determinado tempo, os grupos

voltariam e cada um falava para o todo o que

havia sido discutido. Porem, na volta dos

grupos as discussões continuaram e objetivo

inicial não foi alcançado.

Como encaminhamento, Pedro sugeriu

que o Conselho não fosse definido naquele dia,

uma vez que a formação deste denotaria mais

tempo, mais discussão e melhor planejamento.

Portanto, sugeriu-se que formasse uma espécie

de Comissão Organizadora para organizar as

próximas reuniões para a formação do

Conselho. Essa decisão não agradou a maioria

do grupo, algumas pessoas desejavam que o

Conselho fosse formado naquele dia a todo

custo. Porem, outras acataram a idéia e

concordaram que este deveria ser feito de

forma bastante racional e com muita

responsabilidade.

Ao fim da reunião pudemos estar

conversando com algumas lideranças e

colhendo algumas informações sobre suas

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29

Reunião na USF

comunidades e seus grupos. Colhemos

telefones de alguns para que agendássemos

visitas as suas associações.

A reunião aconteceu na USF, onde

planejamos como atuaríamos com as lideranças

comunitárias e também como faríamos o

mapeamento dos movimentos sociais.

Planejamos inicialmente de visitar a Pastoral da

Criança, uma vez que uma das representantes

desta era a ACS Eulina. Combinamos de falar

com Pedro para que agendasse com ela essa

visita.

Pensamos em realizar momentos

educativos com as lideranças, após fazer esse

mapeamento, fazer oficinas com eles, tentando

integrá-los, uma vez que percebemos certa

dificuldade nesse aspecto.

Também discutimos como poderíamos

estar fazendo o Aconselhamento Dietético, uma

vez que temos a dificuldade na liberação dos

ACS´s nas sexta-feira. Pensou-se na

possibilidade de fazer na própria casa das

pessoas, sem os ACS´s, mas depois vimos que

isso era inviável.

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MARÇO

07

14

21

28

Reunião na USF

Reunião na

universidade

Semana santa

(feriado)

Reunião para

preparação de

resumo a ser

Nesse dia participamos da reunião

interna da Unidade, onde a coordenação do

PINAB iria expor algumas mudanças que

deveriam ocorrer, principalmente com relação

as visitas domiciliares.

A coordenação do PINAB falou a

respeito da Mostra da Saúde da Família que irá

acontecer no mês de Agosto em Brasília.

Informou do nosso desejo de escrever algo

sobre a formação do Conselho e os perguntou

se alguém teria interesse em escrever algo

conosco. Alguns mostraram-se interessados.

Combinamos de falar com a gerente da

Unidade para liberar a ACS Eulina para

visitarmos a Pastoral da Criança.

Reunimos-nos no Cristo para falarmos

com Eulina, porém por motivos de saúde não

pôde comparecer. Devido esse fato,

começamos a escrever o resumo da Mostra de

Saúde da Família.

SEMANA SANTA

Reunimos na USF para fazermos o

resumo para a Mostra de Saúde da Família de

Brasília. Procuramos quem desejaria participar

Page 15: GRUPO MP 2007

17

submetido na

Mostra de Saúde

da Família

dos profissionais, mas não houve nenhuma

manifestação.

ABRIL

04

11

Não houve

atividade

Visitas à

lideranças

comunitárias e

equipamentos

sociais

NÃO HOUVE ATIVIDADE

Pela manhã pudemos estar nos reunindo

com a ACS Eulina na USF, para que ela nos

apresentasse as atuações da pastoral da criança,

quais as conquistas, as maiores dificuldades,

conhecer de fato suas ações.

A exposição feita por Eulina foi

bastante abrangente, mais em nível de Brasil,

nos falou o que era a Pastoral, seus objetivos,

seu publico alvo, entre outras informações. O

que nos chamou mais atenção foi que

percebemos pela fala da ACS que a Pastoral da

Criança naquele momento era pouco atuante.

Por ser um trabalho difícil, que conta com a

boa vontade das pessoas, de doações, a Pastoral

não estaria funcionando. Mesmo assim, Eulina

nos relatou que uma das maiores dificuldades

em realizar as ações é a violência presente na

Page 16: GRUPO MP 2007

18

Comunidade, que os deixa acuados.

É um movimento bem organizado, com

estatuto, presidência, de boas intenções,

baseadas em princípios bíblicos, mas

infelizmente não está atuante no bairro.

Pela tarde, acompanhadas da funcionária da

USF Nice, pudemos esta visitando duas

lideranças comunitárias. Primeiro fomos até a

casa de Beatriz e Sr. Luiz, líderes da

Associação Comunitária de Amigos e

Moradores de Pedra Branca. Pudemos estar

conversando com a Sra. Beatriz, que nos

passou algumas informações a cerca da

associação: esta não tem sede própria, ela

existe há 10 anos, não recebe nenhum tipo de

ajuda financeira, as reuniões são feitas apenas

quando há necessidade, a participação da

comunidade não é tão intensa nas reuniões.

Durante sua existência já conquistaram

algumas coisas para a Comunidade, como luz,

água, saneamento, calçamento. Ainda buscam

algumas coisas como uma creche e um colégio

que sejam mais próximos a comunidade.

Relatou também que tem bom contato

com a imprensa, quando querem reivindicar

algo, ligam para determinadas pessoas e logo

eles chegam. Beatriz relatou que uma das

maiores dificuldades é a desunião entre as

lideranças, observa que cada pessoa luta por

seus próprios interesses, deixando de lado a

coletividade.

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19

Sobre a formação do Conselho de

Saúde, Beatriz mostrou-se desacreditada e

relatou: "Espero que seja com grupo de pessoas

bem escolhidos para terem disponibilidade,

porque se não é perder tempo.".

A segunda visita foi a casa de Dona

Dora, que faz parte da Comunidade Boa

Esperança, que não gostava de se intitular

como líder comunitária. Dora relatou que

trabalhava com a comunidade há 22 - 23 anos,

disse que as pessoas a buscavam contando seus

problemas e esta ia buscar ajuda fora da

comunidade ou mesmo nela.

Relatou algumas conquistas como, luta

com a Saelpa quando foi privatizada,

calçamento, esgoto, lombada eletrônica na BR.

Uma das dificuldades por ela apresentada é não

haver lugar para as reuniões, as igrejas não

ajudarem, cedendo seus espaços, grupos que

são aliados com sistemas partidários. Dora

relatou-nos a existência de outro movimento

dentro do Boa Esperança, chamado "Lá Vem

Elas", um grupo de mulheres liderado por ela,

porem sem sede própria, nem estatuto.

Também sente falta de uma creche para

as crianças, uma melhor atuação do Conselho

Tutelar, e as drogas como sendo um dos

maiores empecilhos para realizar trabalhos na

comunidade.

Sua opinião em relação a formação do

Conselho, acha que será bom para as

Page 18: GRUPO MP 2007

20

18

25

Reunião com

lideranças

(Comunidade Boa

Esperança)

Reunião na UFPB

para discussão e

comunidades, mas relatava que este só deverá

ser formado se contar com a participação de

todos e que a presidência deve ser de alguém da

Comunidade, não de funcionários da USF.

A reunião aconteceu no Cristo. Fomos

visitar a líder comunitária, com as ACS ´s

Francy e Lúcia, da Boa Esperança, a Sra.

Lourdes. Ela nos relatou que a associação

existe desde o inicio da Comunidade. Ela tem

sede, apresenta 6 sócios, que contribuem com

uma quantia de 20,00R$ por mês. A associação

conta com 12 participantes, porém poucos

participam de fato.

A comunidade não se mostra muito

participativa durante as reuniões e essa é uma

das maiores dificuldades que ela vê, segundo

ela: “as pessoas aparecem apenas para reclamar

ou quando tem alguma festividade”. Em geral,

as maiores reclamações são em relação ao

saneamento básico, que foi mal feito, a retirada

do posto de saúde que dificultou o acesso das

pessoas ao serviço de saúde.

A líder mostrou-se descontente com a

população e nos disse que não desejava mais se

reeleger nas próximas eleições, que

acontecerão no final do ano

Reunião na UFPB sobre as repercussões

Page 19: GRUPO MP 2007

21

encaminhamentos

das últimas visitas aos líderes e possíveis

encaminhamentos do grupo MP.

Page 20: GRUPO MP 2007

22

5 DISCUSSÕES, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

O grupo de mobilização popular (MP) é um grupo novo, que surgiu da necessidade de

engajar integrantes do presente projeto num horário viável de modo que conciliasse com suas

obrigações acadêmicas.

Sua formação coincidiu com o processo de formação do Conselho Local de Saúde. Deste

modo, a princípio foram realizadas reuniões com o grupo, a fim de planejarmos, traçarmos metas

e objetivos, que facilitassem o acompanhamento da dinâmica deste processo, o qual ainda não foi

concluído.

Durante estes encontros, surgiu a necessidade de buscarmos um embasamento teórico

sobre conselhos de saúde e movimentos sociais. Assim foram utilizados textos e vídeos, levando

a discussões construtivas e pedagógicas, que contribuíram para um maior esclarecimento do

tema. Foram muitos valiosos os momentos de pesquisa, de questionamentos, de provocações e

discussões vivenciados pelo grupo. Nesta etapa, tivemos a oportunidade de conhecermos diversos

movimentos sociais e sua dinâmica, que ampliaram nossa visão despertando um maior senso

crítico em cada integrante da equipe.

As primeiras atividades desenvolvidas pelo grupo MP, junto a comunidade foi

acompanhar este momento inicial de formação de conselho de saúde. Assim sendo, as primeiras

reuniões foram realizadas somente com os profissionais da unidade e organizada pela própria

gestão da Unidade de Saúde da Família – USF. A partir das observações feitas pelo grupo,

percebemos que estes profissionais apresentavam muitas dúvidas quanto aos objetivos, estrutura

e atuação dos Conselhos de Saúde (CS).

Num segundo encontro, contou com a presença da comunidade, entre ela suas lideranças,

representantes da secretaria de saúde, profissionais da unidade e integrantes do projeto, durante a

reunião formou-se um clima tenso, onde a comunidade estava mais preocupados em cobrar e

apontar erros, talvez por considerar esse espaço um meio apenas para isso.

Porém, foi esclarecido, no decorrer da própria discussão pelos facilitadores

(representantes da secretaria) e outros participantes, mais esclarecidos do assunto que o papel do

CS vai muito além de reivindicações, pois busca melhores meios de solucionar os problemas que

surgem dentro da comunidade. Estes resultados demonstram a vontade da população de exercer o

controle social, que o Conselho de Saúde permite.

Page 21: GRUPO MP 2007

23

Com relação à Pastoral da Criança, verificamos que ela não está ativada atualmente

devido à sua principal dificuldade que é a falta de voluntários e também de subsídios. A

Associação Comunitária Amigos e Moradores de Pedra Branca existe há dez anos e já pôde

enumerar algumas conquistas como calçamento, luz, saneamento e etc. Tem como líderes um

casal. Atualmente, as reuniões acontecem quando há necessidade, sempre na residência do casal

ou no espaço da quadrilha. Por meio de diálogos observamos que estes líderes estão cansados,

desgastados de lutar e provavelmente, por este motivo, desacreditam na proposta do CS, apesar

de considerarem importante.

Diagnosticamos com outra líder de Pedra Branca II, que sua percepção com relação ao

Conselho de Saúde é positiva, ou seja, sua possível formação seria de grande importância para ela

e para a comunidade em si, todavia, apenas se ele for realizado de forma transparente e esta

considera os profissionais da USF bastante abertos para o diálogo. Um aspecto interessante

durante estas visitas foi a participação de algumas Agentes Comunitárias de Saúde. Além de

viabilizarem estas visitas, permitiram que o diálogo com as lideranças fosse espontâneo, sem

muita formalidade, o que deixou estes bem mais a vontade para expressar a a atual realidade da

comunidade.

Diante destas impressões, destacamos a necessidade de se conhecer outra lideranças

comunitárias de Itabaiana I e II, já que durante o tempo de estudo não foi possível realizar. É

imprescindível continuar com as visitas às lideranças para que seja possível entender toda a

dinâmica que está interferindo diretamente no processo de formação de Conselho e, a partir daí,

traçar novas perspectivas e objetivos. Além disso, seria de grande proveito o contato com a

população para podermos observar a opinião e esclarecimentos deste público.

É essencial também divulgar e discutir o que é o Conselho Local de Saúde em entidades

(como a ASPAN, igrejas, pastoral, entre outros, que precisam ser elencados) na comunidade por

meio de métodos dinâmicos.

Constatamos também que os ACS possuem uma visão diferente e privilegiada sobre os

movimentos sociais dentro da comunidade, por enxergarem estes movimentos com um olhar que

não representa o de um líder comunitário, logo, a participação dos ACS constitui uma ferramenta

importantíssima para entender o desenvolvimento deste processo.

Page 22: GRUPO MP 2007

24

6 CONSIDERAÇÕES

Trabalhar com o grupo Mobilização Popular é um desafio que confere ao PINAB um

caráter mais político e inovador, que aliado aos objetivos do referido projeto, propicia ao

estudante um conceito mais amplo de saúde que envolve a luta e a participação da comunidade na

busca por melhores condições de vida, possibilita ao aluno interpretar a realidade de uma maneira

mais crítica, além de contribuir na formação humanística, social e profissional do extensionista.

Na comunidade percebemos que há lideranças fortes, que ao longo dos anos realizaram

grandes conquistas, porém, há também muitas divergências, conflitos pessoais e políticos entre

eles, dando a entender que cada um tenta lutar sozinho pelos mesmos objetivos no sentido de

buscar melhorias para comunidade, porém com possíveis interesses pessoais por trás, que não

cabe neste momento apontarmos ou afirmarmos enquanto projeto de extensão. Entender a história

destas lideranças é nosso maior desafio enquanto extensionistas, para tal temos que ter um olhar

crítico e ao mesmo tempo não interferir ou influenciar nos diálogos expostos e sem nos preocupar

em apontar quem está falando ou não a verdade, pois cada um tem sua verdade individual.

Comportando-se desta forma, sem nos envolvermos no sentido de tomar partido, mas

tentando entender a percepção da comunidade de maneira geral e dos profissionais da unidade

quanto à formação destes Conselhos de Saúde, acreditamos que será possível entendermos esta

dinâmica que envolve o processo de formação do Conselho. E a partir deste ponto contribuir de

modo a facilitar uma melhor compreensão com relação a conselhos de saúde, para que este

comece com um bom embasamento, esclarecido tanto para a comunidade como para a Unidade

de Saúde e seja bem sucedido.

Page 23: GRUPO MP 2007

25

7 REFERÊNCIAS

LABRA, E.M; FIGUEIREDO, J.S.A. Associativismo, participação e cultura cívica. O

potencial dos Conselhos de Saúde. Revista Ciência e Saúde Coletiva; v. 7, nº 3, Rio de Janeiro,

2002.

STRALEN, C.J.V; LIMA, A.M.D; SOBRINHO, D.F; SARAIVA, L.E.S; STRALEN, T.B.S.V;

BELISÁRIO, S.A. Conselhos da Saúde: efetividade social em municípios de Goiás e Mato

Grosso do Sul. Revista Ciência e Saúde Coletiva; v. 11, nº 3, Rio de Janeiro, julho/setembro de

2006.

Page 24: GRUPO MP 2007

26

ANEXOS

Page 25: GRUPO MP 2007

27

ANEXO 1

Relato Pessoal da experiência vivenciada

Por Amanda Marques de Andrade

Participar do novo grupo Mobilização Popular pôde estar contribuindo de maneira

significativa em minha vida na academia. Por tratar-mos de momentos mais políticos, onde a

população estava diretamente envolvida, levando a tona suas insatisfações com o sistema de

saúde, seu anseio por mudanças estruturais, fez nascer em mim também um desejo de não me

conformar com a realidade de nossa sociedade, que por vezes é injusta e excludente.

Durante a experiência no grupo detectamos a presença de alguns movimentos sociais,

onde pessoas se reuniam na luta por uma causa. Achei bastante interessante e válido conhecer

alguns movimentos sociais em nível de Brasil, para conhecer como se estruturavam e depois

conhecer mais de perto os que existiam naquela comunidade. Os lideres comunitários (dos

movimentos sociais) eram pessoas que sabiam “controlar” a população e que de alguma

maneira tinham a capacidade de reunir pessoas em torno de um objetivo comum. Percebi na fala

de alguns líderes a insatisfação em trabalhar pela comunidade, por relatarem trabalharem

sozinhos pela defesa de causas que eram comuns a todos.

Pelo desejo da formação de um Conselho Local de Saúde ali naquela USF pude perceber,

agora pela voz do povo, que o sistema de saúde apresentava falhas em sua estrutura e que

aquela população sentia-se injustiçada e almejava mudanças imediatas. Pude observar, pelos

depoimentos de alguns populares durante as reuniões, a característica de lideranças políticas,

que muitas vezes o desejo em participar do Conselho, estaria mais voltado a interesses pessoais,

do que mesmo pela coletividade. Esse fato poderia estar diretamente prejudicando a formação

deste, as necessidades da população seriam postas de lado, prevalecendo os interesses de uma

minoria.

O que senti falta nesse grupo foi o contato mais de perto com as famílias da USF, uma

vez que as visitas domiciliares tornaram-se inviáveis, pela disponibilidade de AC´s nas sextas-

feiras.

Em suma, pude aprender a perceber algumas características de lideranças dentro das

comunidades, vi pessoas realmente interessadas na luta por mudanças, mas infelizmente também

percebi a presença de pessoas oportunistas. Apesar da boa estrutura que a USF apresenta,

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alguns populares estavam bastante insatisfeitos com os atendimentos, com a marcação de

consultas e de exames, necessitando, portanto rever estes e buscar alguma maneira de modificar

essa situação.

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ANEXO 2

Relato Pessoal da experiência vivenciada

Por Kelly Lacerda de Oliveira Magalhães

A vivência no grupo Mobilização Popular (MP) foi bastante desafiadora, visto que era

uma nova frente de atuação dentro do projeto e meu conhecimento prévio sobre mobilização

popular em saúde era bastante superficial.

Durante a busca do conhecimento e a percepção obtida principalmente nas visitas

domiciliares às lideranças comunitárias, houve em mim o despertar de um olhar mais crítico,

contribuindo para meu amadurecimento e o acentuar da inquietação perante algumas realidades

sociais, o que leva a pensar e pôr em prática estratégias que resultem em mudanças.

Além disso, como acredito que a mobilização das pessoas, que se tornam sujeitos de sua

própria história, é fundamental para que ocorra a mudança social, inclusive a promoção da

saúde integral daquelas, este grupo poderá ser uma grande estratégia para que esta autonomia

seja trabalhada na comunidade.

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ANEXO 3

Relato Pessoal da experiência vivenciada

Por Larissa Lorena Dias Menezes

“O nome mobilização, por si só, causa um certo impacto pela força que o mesmo

representa e, ao ser escalada para fazer parte de um grupo denominado Mobilização Popular,

senti inicialmente que, onde quer que este grupo atuasse, tinha que fazer valer o seu nome.

Então, com a responsabilidade não apenas de mobilizar, vi, a partir das vivências, quantas

coisas poderiam ser feitas a fim de solucionar alguns dos problemas enfrentados pelos

moradores daquela comunidade, problemas estes que não eram visualizados tão facilmente por

nós por não estarmos vivenciando a realidade deles diariamente. Mas, mergulhando nesta

realidade, passei a enxergar que existe uma enorme vontade por mudanças, mudanças positivas

que só poderão ser concretizadas se forem idealizadas por pessoas confiáveis, líderes

comunitários preocupados com a comunidade e não apenas em seus interesses. Daí nosso

desafio. Um grande desafio que não se resume à busca por estas pessoas comprometidas, mas

também na continuidade deste trabalho que só está sendo possível devido a uma porta seletiva

que foi aberta, a qual permite apenas a entrada de pessoas que realmente estejam dispostas a

fazer algo, algo engrandecedor como estamos fazendo. Portanto, a cada dia que passa,

enxergamos nossos passos feitos com tanta cautela, mas que são os responsáveis por nos dar a

certeza de que nosso esforço está valendo a pena.”

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ANEXO 4

Relato Pessoal da experiência vivenciada

Por Renata Alessandra Sousa Firmino

Quando entrei no grupo “Mobilização Popular”, o conhecido “MP”, fiquei meio perdida

de início, pois não tinha idéia de como poderia ajudar se nem ao menos sabia o que era

Mobilização Popular ou Conselho de Saúde (CS). Ao mesmo tempo me veio uma curiosidade

muito grande a respeito do tema que me obrigou a pesquisar. E, foi por meio dessa pesquisa, que

pude perceber a importância do grupo que eu me encontrava para aquela USF e para a

comunidade. Me senti privilegiada por saber que fazia parte de um grupo que conseguiria

observar coisas muito além do dia a dia do Vila Saúde ou dos grupos de atuação do PINAB, pois

poderíamos sentir no real sentido da palavra as situações que envolvem toda a comunidade, com

o acesso que encontraríamos aos Líderes Comunitários e a população em geral no termo

político.

Estar “mobilizando” me fez crescer muito como extensionista. Pude perceber que a falta

de informação sobre assuntos tão próximos aos moradores podem deixar líderes totalmente

descrentes com uma nova realidade que só tende a ser melhor para todos. E foi aí que vi o meu

papel mais aprofundado, pois se nem os líderes conheciam os Conselhos de Saúde direito, como

a população iria poder apoiar ou não?

A pesquisa e o estudo sobre o tema me levaram a ver a própria sociedade em que vivo

com outros olhos. Apesar de já ter feito visitas domiciliares, participado do grupo de Gestantes e

feito aconselhamento dietético, só com a participação nas reuniões de formação do CS pude

aprender muito sobre a atuação da USF, da comunidade, dos líderes e até mesmo dos ACS’s que

mais uma vez demonstraram sua importância. Isso tudo me mostrou que ser Nutricionista de

PSF não é apenas lidar com dietas e assuntos relacionados a alimentação, ser Nutricionista de

PSF é saber lidar também com toda a realidade comunitária, observando suas lutas e anseios

para poder ajudar com o conhecimento científico junto as comunidades sobre temas que muitas

vezes estão tão distantes da realidade desse público.

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ANEXO 5

Relato Pessoal da experiência vivenciada

Por Simony Guimarães

A extensão popular é um mundo de descobertas, que nos envolve e nos impulsiona cada

vez mais a engajarmos nesta causa, que nos humaniza e nos torna cidadãos mais sensíveis e

mais críticos. E a oportunidade de colocar o estudante diante de problematização real da

comunidade e a partir desta buscar soluções criativas, práticas, construtivas e pedagógicas,

interpretando diferentes realidades.

Dentre as muitas experiências vivenciadas até aqui, com o grupo de mobilização popular

aprendir a importância do ouvir o outro e como as pessoas estão carentes de atenção. Esse

diálogo, que exige o ouvir, constitui uma ferramenta imprescindível que permeia o processo da

educação, tão importante quando se trabalha na atenção básica e ao mesmo tempo tão

“escanteada” por muitos profissionais de saúde.

Quando ouvimos passamos confiança, credibilidade, valorizamos o ser humano

independente de sua condição socioeconômica, credo ou escolaridade, e tudo isto faz com que

eles se sintam importantes e inclusos, além de se tornarem mais abertos para discutir diferentes

opiniões, levando a possíveis mudanças, que pode demorar anos, afinal o trabalho com

educação é lento, porém muito eficaz e só através dele poderemos fazer diferença enquanto

extensionistas, enquanto projeto no ambiente na qual estamos inseridos!!

Um outro aspecto da extensão, é que ela permite o aprendizado em equipe, trabalha com

a subjetividade do estudante, o coloca diante de situações que exige muitas vezes uma posição de

liderança. E tudo isto leva a um amadurecimento pessoal, acadêmico e profissional do

extensionista. Estas são experiências que jamais esqueceremos e nenhuma sala de aula entre

quatro paredes pode nos proporcionar.