grande c_54 odebrecht

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Revista Grande Construções - Especial a História da Odebrecht, a maior empresa de Construção do Brasil

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  • 70 anos de desafios e vitrias

    especialodebrecht

    construo, infraestrutura, concesses e sustentabilidade

    Disponvel para download N 54- Novembro/2014 - www.grandesconstrucoes.com.br - R$ 15,00

  • So Paulo - Osasco - (11) 2173.8685 | Paulnia - (19) 3833.2808 | Rio de Janeiro - (21) 2101.9600 | Maca - (22) 2759.2224 Minas Gerais - (31) 3303-9700 | Gois - (62) 3203.1467 | Pernambuco - (81) 3512.3150 | Bahia - (71) 3444.2555 | Esprito Santo - (27) 3089.0700 | Paran - (41) 3202.2700 | Maranho - (98) 3258.9800 | Rio Grande do Sul - (51) 3325.0250 | Par - (94) 3356.1291

    [email protected] | solarisbrasil.com.br

    Certificao de segurana:

  • Novembro 2014 / 3

    ndiceAssociao Brasileira de Tecnologia para

    Construo e MineraoDiretoria Executiva e

    Endereo para correspondncia:Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 401 gua Branca

    So Paulo (SP) CEP 05001-000Tel.: (55 11) 3662-4159 Fax: (55 11) 3662-2192

    Conselho de AdministraoPresidente: Afonso Mamede

    Construtora Norberto Odebrecht S/A.Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta

    Intech Engenharia Ltda.Vice-Presidente: Eurimilson Joo Daniel

    Escad Rental Locadora de Equipamentos para Terraplenagem Ltda.Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos

    Ytaquiti Construtora Ltda.Vice-Presidente: Juan Manuel Altstadt

    Herrenknecht do Brasil Mquinas e Equipamentos Ltda.Vice-Presidente: Mrio Humberto Marques

    Alusa Engenharia S/A.Vice-Presidente: Mrio Sussumu HamaokaRolink Tractors Comercial e Servios Ltda.

    Vice-Presidente: Mcio Aurlio Pereira de MattosEntersa Engenharia, Pavimentao e Terraplenagem Ltda.

    Vice-Presidente: Octvio Carvalho LacombeLequip Importao e Exportao de Mquinas e Equipamentos Ltda.

    Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler NetoConstrutora Norberto Odebrecht S/A.

    Vice-Presidente: Silvimar Fernandes ReisGalvo Engenharia S/A.

    Conselho Fiscallvaro Marques Jr. (Atlas Copco Brasil Ltda. - Diviso Mining and Rock Excavation Technique) - Carlos Arasanz

    Loeches (Loeches Consultoria e Participaes Ltda) - Dionsio Covolo Jr. - (Metso Brasil Indstria e Comrcio Ltda.) - Marcos Bardella (Brasif S/A Importao e Exportao) - Permnio Alves Maia de Amorim Neto (Getefer Ltda.) -

    Rissaldo Laurenti Jr. (SW Industry)

    Diretoria Regional Amerco Ren Giannetti Neto (MG) (Construtora Barbosa Mello S/A) - Gervsio Edson Magno (RJ / ES) (Construtora

    Queirz Galvo S/A) - Jos Demes Digenes (CE / PI / RN) (EIT Empresa Industrial Tcnica S/A) - Jos rico Eloi Dantas (PE / PB) (Odebrecht) - Jos Luiz P. Vicentini (BA / SE) (Terrabrs Terraplenagens do Brasil S/A) - Luiz Carlos de

    Andrade Furtado (PR) (Consultor) - Rui Toniolo (RS / SC) (Toniolo, Busnello S/A)

    Diretoria Tcnica Arcio Colombo (Auxter) - Afrnio Chueire (Volvo Construction Equipment) - Agnaldo Lopes (Komatsu Brasil

    Internacional) - ngelo Cerutti Navarro (U&M Minerao e Construo) - Benito Francisco Bottino (Construtora Norberto Odebrecht) - Bls Bermudez Cabrera (Serveng Civilsan) - Cludio Afonso Schmidt (Construtora Norberto

    Odebrecht) - Davi Morais (Sotreq) - Edson Reis Del Moro (Yamana Minerao) - Eduardo Martins de Oliveira (Santiago & Cintra) - Fernando Rodrigues dos Santos (Ulma Brasil - Formas e Escoramentos Ltda.) - Giancarlo Rigon

    (BSM) - Gino Raniero Cucchiari (CNH Latino Americana) - Guilherme Ribeiro de Oliveira Guimares (Construtora Andrade Gutierrez S/A.) - Ivan Montenegro de Menezes (Vale) - Jorge Glria (Comingersoll do Brasil Veculos

    Automotores Ltda) - Larcio de Figueiredo Aguiar (Construtora Queirz Galvo S/A) - Luis Afonso D. Pasquotto (Cummins Brasil) - Luiz A. Luvisario (Terex Latin America) - Luiz Gustavo R. de Magalhes Pereira (Tracbel) - Marluz

    Renato Cariani (Iveco Latin America) - Maurcio Briard (Loctrator) - Paulo Carvalho (Locabens) - Paulo Esteves (Solaris) - Paulo Lancerotti (BMC Brasil Mquinas de Construo) - Pedro Luiz Giavina Bianchi (Camargo Corra)

    - Ramon Nunes Vazquez (Mills Estruturas) - Raymond Bales (Caterpillar Brasil Comrcio de Mquinas e Peas Ltda.) - Ricardo Lessa (Schwing) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr Brasil) - Roberto Leoncini (Scania Latin America) - Rodrigo Konda (Odebrecht) - Roque Reis (CNH Latin America Ltda. - Diviso Case Construction) - Srgio Barreto

    da Silva (Renco Equipamentos S/A) - Valdemar Suguri (Komatsu Brasil) - Wilson de Andrade Meister (Iva Engenharia de Obras S/A) - Yoshio Kawakami (Raiz Consultoria)

    Diretoria ExecutivaDiretor Comercial: Hugo Jos Ribas Branco

    Diretora de Comunicao e Marketing: Mrcia Boscarato de Freitas

    Assessoria JurdicaMarcio Recco

    Conselho Editorial Comit Executivo: Cludio Schmidt (presidente), Eurimilson Joo Daniel, Norwil Veloso,

    Paulo Oscar Auler Neto, Permnio A. M. de Amorim Neto e Silvimar F. Reis Membros: Aluizio de Barros Fagundes, Dante Venturini de Barros, Fabio Barione,

    ria Lcia Oliva Doniak, Roberto Jos Falco Bauer, Siegbert Zanettini e Tlio Nogueira Bittencourt

    Planejamento Estratgico: Miguel de OliveiraEditor: Paulo Esprito SantoRedao: Mariuza Rodrigues

    Publicidade: Flvio Campos Ferro (gerente comercial), Diego Batista, Edinei Antonio, Edna Donaires, Evandro Risrio Muniz, Maria de Lourdes, Suelen de Moura e Suzana

    ScotineAssistente Comercial: Renata Oliveira

    Operao e Circulao: Julierme Oliveira

    Produo Grfica & InternetDiagrama Marketing Editorial

    Projeto Grfico e Diagramao: Anete Garcia NevesIlustrao: Juscelino Paiva

    Internet: Fabio PereiraColaborador: Jos Ferreira

    Grandes Construes uma publicao mensal, de circulao nacional, sobre obras de Infraestrutura (Transporte, Energia, Saneamento, Habitao Social, Rodovias e Ferrovias); Construo Industrial (Petrleo, Papel e Celulose, Indstria Automobilstica, Minerao e Siderurgia); Telecomunicaes;

    Tecnologia da Informao; Construo Imobiliria (Sistemas Construtivos, Programas de Habitao Popular); Reciclagem de Materiais e Sustentabilidade, entre outros.

    Tiragem: 13.000 exemplaresImpresso: Duograf

    Filiado :

    www. ana t e c . o r g . b r

    EDITORIAL ____________________________________ 4

    jOGO RPIDO __________________________________ 6

    EnTREvIsTA __________________________________ 14

    Entrevista com Erasmo da Silva Pitombeira, diretor-presidente da

    Companhia de Integrao Porturia do Ceara (Cearportos)

    mATRIA DE cAPA - EsPEcIAL ODEbREchT _____________ 24Norberto Odebrecht: de aprendiz a mestre de operrios e empresrios

    mObILIDADE uRbAnA ___________________________ 59Linha 4 do Metr do Rio segue em ritmo acelerado

    mquInAs E EquIPAmEnTOs ______________________ 64Conectado ao futuro

    mOmEnTO m&T ExPO ___________________________ 68Inovao como ferramenta para desenvolvimento do negcio

    cOncRETO hOjE _______________________________ 71Sintticos so nova opo de reforo estrutural

    ARTIGO _____________________________________________ 74

    Contedo local: revisitando La Fontaine

    AGEnDA ____________________________________________ 76

    www.grandesconstrucoes.com.br

  • 4 / Grandes Construes4 / Grandes Construes

    Editorial

    Lei das licitaes: hora de modernizar

    Passadas as eleies, hora de superarmos an-tagonismos e divises ideolgicas e retomarmos a discusso em torno das questes que nos unem e cujas solues so necessrias para pavimentar os caminhos por onde deve passar o progresso do Pas, de forma contnua e permanente. Para ns, da Cadeia da Construo, uma das questes que precisam ser cuidadas com urgncia a Lei de Licitaes. A que existe hoje, embora tenha cumprido um papel importante na histria admi-nistrativa do Brasil, tem mais de 21 anos e precisa ser aperfeioada, para se adaptar s necessida-des dos novos tempos.

    Especialistas no assunto so unnimes: a Lei 8666/93 est defasada em pontos de importn-cia prtica, deixando de atender s demandas do Pas por obras de infraestrutura e demais con-trataes, com a qualidade e a velocidade espe-radas. Prova disso o seu texto, ao qual foram agregadas vrias alteraes nos ltimos anos, sem falar na existncia de diversos Projetos de Lei em tramitao na Cmara dos Deputados so-bre o tema licitao e contratos na Administrao Pblica. As inmeras situaes previstas em leis especficas e que trazem detalhes no previstos na Lei de Licitaes geram grave insegurana jurdica, tanto para os administradores quanto para as empresas privadas que desejam fornecer servios ou produtos ao Poder Pblico.

    Tanto um quanto o outro esto sujeitos a come-ter falhas e at mesmo delitos no intencionais, por culpa da profuso de leis sobre o tema, que im-

    pede a correta apreenso da matria por parte de quem age no dia a dia da administrao pblica.

    Precisamos de uma reforma capaz de criar uma lei nica consolidando todas as alternativas possveis de contratao junto ao Poder Pblico, no intuito de garantir segurana a todos e, consequentemente, melhor aproveitamento dos recursos financeiros. Essa nova lei precisa ser objetiva, menos burocrtica e eficiente, simplificando procedimentos e refletindo as premissas do Tribunal de Contas da Unio, juris-prudncias e doutrinas especializadas.

    Dever, tambm, consolidar os tipos de licita-es existentes, incluindo o prego e o regime diferenciado de contratao, alm de trazer ino-vaes tecnolgicas e captulos especficos para consrcios, convnios e as adequaes s NRs e s boas prticas da sustentabilidade.

    O grande desafio que se impe, no entanto, que por mais simples e objetivo que seja o novo marco legal, ele deve dar maior transparncia nos instrumentos de controle por parte da socieda-de, mantendo e ou mesmo ampliar o rigor das punies para aqueles que tentem burlar as vias legais, em cada contratao.

    O que se espera, agora, que o Congresso Na-cional, renovado pelo recente pleito, faa o seu papel, oferecendo sociedade uma lei moderna e enxuta, tendo como premissa fundamental a contratao de empresas saudveis, bem estru-turadas e que respeitem a legislao em sentido amplo, cumprindo, cotidianamente, suas obriga-es tributrias, trabalhistas e ambientais.

    Paulo Oscar Auler NetoVice-presidente da Sobratema

  • PEA COM PREO NEW HOLLAND.

    TEM QUALIDADE, TEM PR

    EO, TEM JOGO.

    Quem entra em campo agora para voc bater um bolo so as peas genunas da New Holland. Aproveite a reduo de preo e ganhe mais produtividade no seu negcio.

    PEAS GENUNAS COM REDUO DE PREO.

    Acesse pecacompreconewholland.com.br, confira a tabela completa de peas e aproveite.Imagens meramente ilustrativas. Condies vlidas para linha New Holland, de acordo com os modelos e part numbers descritos acima. Preo de mo de obra no incluso nos valores. Operaes sujeitas aprovao de crdito no momento da compra.

    Cdigo: J911566

    RG140B

    CORREIA V

    R$ 36,29

    Cdigo: 1964860C1

    D150B W130 W170B W190B D140B

    ALTERNADOR

    R$ 2.285,72 Cdigo: 8605784D150B W170B W190B D140B

    MOTOR DE PARTIDA

    R$ 1.857,15

    Cdigo: 388283A1

    W130

    SILENCIADOR

    R$ 1.959,99

  • 6 / Grandes Construes

    Jogo Rpido

    A New Holland Construction comeou a produzir no Brasil (em fbrica de Contagem-

    MG),para os mercados de construo civil e de agronegcio, o trator de esteira modelo D140B. A produo local possibilita o financiamento da mquina pelo Finame. O D140B, conhecido como trator hidrosttico, vem equipado com motor eletrnico New Holland, desenvolvido exclusivamente pela FPT Industrial, com sistema de injeo Common Rail, que permite melhor mistura entre o ar e combustvel devido injeo sob alta presso, gerando uma combusto mais eficiente. Equipado com turbocompressor e intercooler, o motor atende aos padres de certificao de emisso de poluentes Tier III. O D140B, que trazamos dos Estados Unidos, utiliza o que h de mais avanado em termos de tecnologia de trem de fora, alm de possuir uma cabine espaosa, ergonmica e confortvel. O grande diferencial desse trator o fato de possuir

    cabine basculvel (inclinvel), alm de portas e tampas laterais, o que permite fcil e ampla acessibilidade a todos os pontos vitais da mquina, explica Fernando Neto, especialista de Produto da New Holland Construction.Outro diferencial do trator o sistema de transmisso hidrosttica. O trem de rodagem do tipo extralongo (XLT) permite melhor equilbrio e maior trao na maioria das aplicaes. J o tipo de transmisso permite aumentar o seu desempenho e a produtividade mesmo em trabalhos mais pesados, completa o especialista. So duas bombas de fluxo varivel e dois motores hidrulicos, sendo uma bomba e um motor para cada lado. Esses motores esto acoplados s rodas motrizes e permitem que cada esteira gire independentemente, possibilitando, ainda, realizar um curto raio de giro e at mesmo girar em seu prprio eixo com a mxima fora de trao, e rapidez na reverso durante o giro ou em linha reta, entre outras vantagens.

    JOGO RPIDO

    Espao sobratEma

    publicaEs

    Neste ms, a Sobratema realizou o lanamento de

    trs importantes publicaes: Pesquisa Principais

    Investimentos em Infraestrutura no Brasil at 2019, 8

    Edio do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de

    Equipamentos para a Construo e o Guia Sobratema de

    Equipamentos 2014-2016. Loja Sobratema: http://www.

    sobratema.org.br/LojaSobratema

    NclEo JovEm

    A segunda reunio itinerante do Ncleo Jovem da

    Sobratema foi realizada em outubro na sede da Atlas

    Copco, em Barueri/SP. O grupo formado por executivos

    e profissionais de construtoras, pedreiras, fabricantes

    de equipamentos, locadores e distribuidores, deu

    continuidade s sugestes para fomentar o setor da

    construo e minerao.

    m&t EXpo

    A edio de 2015 celebra os 20 anos da realizao da

    feira. Nessas duas dcadas, a M&T EXPO contribuiu

    para o desenvolvimento do setor de equipamentos para

    construo e minerao, ao apresentar as principais

    tendncias, novidades tecnolgicas e lanamentos

    trazidos pelos principais fabricantes. Conhea a histria:

    http://www.mtexpo.com.br/

    rEvista m&t

    Uma das novidades do aniversrio de 25 anos da Revista

    M&T a digitalizao de todas suas edies para que

    os leitores possam ter acesso ao acervo completo, com

    informaes sobre o setor desde 1989. Essa digitalizao

    j foi iniciada com as 30 primeiras edies, que estaro

    disponveis para pesquisa ainda neste ano. http://www.

    revistamt.com.br/r/

    agENda opus

    New HOLLANd CONstruCtiON AmPLiA suA LiNHA de PrOdutOs NACiONAis

    data curso local

    10-11 Gesto de Pneus na Frota Sede da Sobratema

    12-14 Gesto de Frotas Sede da Sobratema

    17-21 Rigger Parauapebas

    17-21 Rigger Sede da Sobratema

    24-27 Supervisor de Rigging Sede da Sobratema

    cursos em novembro 2014

    cursos em dezembro 2014

    data curso local

    01-02Curso de Gerenciamento de Equipamentos e Manuteno de Frotas

    Sede da Sobratema

    01-05 Rigger Parauapebas

    08-12 Rigger Sede da Sobratema

  • Jogo Rpido

    estALeirO JurONg ArACruz deve ser CONCLudO NO fiNAL de 2015

    Prosseguem em ritmo acelerado as obras do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), localizado em Barra do Sahy, Aracruz (ES). A expectativa de que a construo seja

    concluda no final de 2015. Ocupando uma rea de 82,5 hectares, tendo em sua costa marinha instalaes dedicadas realizao de construo naval, offshore e reparos, o estaleiro ser capaz de processar 4.000 toneladas de ao por ms. Seu foco principal ser o fornecimento de sondas de perfurao e navios-plataforma para os campos do pr-sal.Paralelamente ao andamento das obras, esto sendo realizadas as compras de equipamentos para a estrutura. Em julho deste ano foi adquirido o maior guindaste flutuante das Amricas. Construdo no Japo, ele utilizado para construo de navios-sonda para o pr-sal e integrao de mdulos de plataformas do tipo FPSO, contando com capacidade para iar 3.600 toneladas.Com cerca de 40% das obras concludas, o EJA recebeu em maio o casco do primeiro navio sonda para explorao do pr-sal brasileiro com uma previso para ser entregue em junho de 2015.

    anuncio_pg base.indd 6 26/02/14 11:09

  • Jogo Rpido

    8 / Grandes Construes

    Executivos da TACV-Brasil, da

    TACV Engineering France, da

    Celduc, do IFSTTAR (Instituto

    Francs das Cincias e Tecnologias de

    Transportes, da Organizao do Territrio

    e das Redes de Transporte), em parceria

    com a USP-Departamento de Engenharia

    Aeronutica de So Carlos, reuniram-se

    no dia 3 de outubro, em So Paulo, com

    representantes das diversas instncias de

    governo, alm de empresrios da rea de

    transportes pblicos, para uma apresenta-

    o do Fultrace (Fast Ultra-Light, Tracked

    Air Cushion Equipment).

    Trata-se de um veculo ultraleve de alta ve-

    locidade sustentado sob colcho de ar, com

    capacidade para transportar mais de 400

    passageiros/viagem, a uma velocidade de

    at 250 km/hora. A tecnologia se constitui

    em alternativa para os sistemas de mobi-

    lidade urbana com o metr, monotrilho,

    Veiculos Leves sobre Trilhos (VLTs).

    O Fultrace um sistema de transporte intermunicipal, capaz de integrar perfei-tamente os sistemas tpicos do transporte urbano ao transporte de mdia distncia entre cidades. Tomando como referncia o itinerrio So Paulo-Americanas (distante cerca de 140 km), o veculo poder atingir velocidade de at 250km/h, sem dificulda-des, conta Fabrice Daniel, diretor executi-vo da TACV Desenvolvimento de Sistemas de Transporte Ltda. Com o Fultrace possvel iniciar uma via-jem no centro da cidade, com velocidades compatveis e, ao sair da rea urbana, atingir 250Km/h a 3mm da via, com toda a segurana necessria. Para itinerrios intermunicipais, uma opo mais eco-nmica que o metr, VLT ou monotrilho e mais eficiente de que o nibus, explica o diretor de Comunicao da TACV-Brasil, Rodrigo Vilaa. A TACV-Brasil deseja iniciar negociaes com os governos municipais, estaduais e federal para elaborao de propostas concretas para as cidades brasileiras, assim como estabelecer parcerias necessrias para viabilizar a operao deste sistema.

    NOvA sOLuO PArA A mObiLidAde

    A produo brasileira de biocombustvel em julho atingiu o maior volume

    mensal de 2014, com 302 mil m, quantidade 26% maior do que a produzida no ms anterior (238 mil m). Com isso, a produo atingiu 1.793 mil m no acumulado do ano, um crescimento de 8% em comparao ao mesmo perodo em 2013. Os dados so do Boletim Mensal de Combustveis Renovveis n 79, divulgado mensalmente pelo Departamento de Combustveis Renovveis do

    Ministrio de Minas e Energia (MME).Dessa capacidade, 91% dos produtores so empresas detentoras do selo Combustvel Social, criado para estimular a incluso social na agricultura dentro da cadeia produtiva do biodiesel. Quanto ao etanol, o boletim aponta que a produo do combustvel no ms de julho (safra 2014/2015) foi de 3,4 bilhes de litros. Foram consumidos no ms 1,91 bilho de litros de etanol, em patamar similar ao de junho deste ano.O aumento na produo de biocombustvel foi alavancado com o

    incio da mistura B6 (6% de biodiesel) no diesel, que est em vigor desde o dia 1 de julho. A partir de 1 de novembro, a mistura ser elevada para 7%. O objetivo fortalecer a indstria nacional de biocombustvel ao assegurar mercado e melhorar a rentabilidade. Cada ponto percentual representa aumento de 600 milhes de litros na demanda pelo biocombustvel. Alm disso, a integrao da matriz energtica com o setor da agricultura familiar permite desenvolvimento para os produtores.

    PrOduO de biOCOmbustveL NO PAs CresCeu 8% este ANO

  • IXON agora LINTEC-IXON

    O grupo alemo LINTEC, lder na fabricao de usinas misturadoras de asfalto e concreto em container, est presente em todo o

    mundo e estendeu suas atividades no mercado brasileiro com a formao da LINTEC-IXON.

    Unindo a tradio da marca IXON com o melhor da tecnologia alem em usinas de asfalto e concreto, surgiu a LINTEC-IXON, uma

    recente empresa do grupo LINTEC. O mercado latino americano ter acesso a uma completa linha de usinas com a mais inovadora

    qualidade de mistura, que somente uma empresa focada em asfalto e concreto pode oferecer.

    Conhea nossa linha de produtos em detalhes e voc ir se surpreender com nossa qualidade, tecnologia, facilidade de transporte e

    montagem de nossas plantas. Enm, a soluo perfeita para seu negcio.

    Usina Misturadora de Asfalto em Container

    CSD 2500 B | 160-180 t/h

    LINTEC-IXON Ind. e Com. Ltda | Santa Rosa - RS - Brasil

    +55 55 3511 9700 | [email protected]

    www.lintec-ixon.com.br

    Usina Misturadora de Concreto em Container

    CC 3000 D | 240-270 m/h

    Usina Dosadora de Concreto

    CWM SMART

    Usina de Concreto Rolado, Solos e Solos-cimento

    SCM MIXER

    Sistema de Resfriamento de Agregados ACS

    ACS: Tecnologia patenteada, baseada no

    resfriamento por evaporao.

    ACS uma alternativa inteligente, eciente

    com alta economia de energia em relao

    aos mtodos tradicionais de adio de gelo

    para resfriar concreto.

    Este sistema opera sem adio de gelo e

    reduz os custos de operao em torno de

    50%.

  • 10 / Grandes Construes

    Jogo Rpido

    Foi concludo o processo de pr-qualificao dos consrcios e empresas interessados nas obras

    do Tnel Submerso Santos Guaruj. Sete grupos e uma empresa isolada, num total de 22 companhias, disputam a construo do tnel submerso, com custo total estimado em R$ 2,8 bilhes incluindo obras civis, projetos, desapropriaes e compensaes ambientais. Apresentaram propostas de pr-qualificao os consrcios

    Sigma (JMalucelli Construtora, Grandi lavori e Salini Impregilo); ISG Interligao Santos-Guaruj (Andrade Gutierrez, Daewoo e CR Almeida); Construtor Tnel Santos-Guaruj (Camargo Corra, Ferrovial Agroman e Carioca Engenharia); Construcap - FCC Tnel Santos-Guaruj (Construcap e FCC Construccin); Nova Travessia (Constran, Ing. E. Mantovani e Piacentini Tecenge); Tnel Santos-Guaruj (Odebrecht, Queiroz Galvo, OAS e Strukton); Novo Acesso

    (Tcnica Construes, Cobrasa Construtora e Nurol Insaat VE Ticaret); e a empresa Acciona Infraestructuras.A pr-qualificao foi a primeira fase da licitao internacional que teve incio em 27 de agosto. As empresas interessadas em participar das obras foram conhecidas em 14 de outubro, na sesso pblica de recebimento dos documentos de licitao, na sede da Dersa Desenvolvimento Rodovirio S/A, em So Paulo. Nesta etapa, as construtoras interessadas comprovaram competncia tcnica e sade financeira para conduzir a implantao do futuro tnel, que far a primeira ligao seca entre Santos e Guaruj, com previso de fluxo dirio de 40 mil pessoas. No prximo passo, as empresas que atenderam aos requisitos tcnicos e financeiros devero ser habilitadas na 1 quinzena de novembro. A partir da ser publicado o edital comercial. A estimativa que um ms depois sejam abertas as propostas de preo. Vencer quem oferecer o menor valor global para a obra.

    sO PAuLO Pede mAis r$ 1,7 biLHO PArA ObrAs dO metr

    O governo do Estado de So Paulo pediu emprstimo de mais R$ 1,7 bilho ao BNDES para terminar a expanso da Linha 5 - Lils do metr. A obra est atrasada e investigada

    pela suspeita de formao de cartel de empreiteiras. Com 11,5 km, a expanso vai passar por bairros como Moema, Ibirapuera e Vila Mariana. O BNDES informou que o novo pedido est sendo analisado. Caso seja aprovado, a participao do BNDES no custo total da obra chegar a 62%, ante os 17% previstos inicialmente. Quando foi iniciado, em 2009, o projeto estava orado num total de R$ 4,4 bilhes e com prazo de concluso em maro de 2012. Agora, um novo projeto, enviado Assembleia Legislativa para obter aprovao do novo emprstimo, aponta valor de R$ 6,9 bilhes um aumento de

    sAi A Pr-quALifiCAO PArA As ObrAs dO tNeL sANtOs-JuNdiA

    57%. O governo do estado afirma que no houve aumento de custo e que o valor em 2009 era apenas uma estimativa. O prazo de entrega tambm foi adiado, para outubro de 2016.

  • Jogo Rpido

    sANeAmeNtO NA bAA de guANAbArA trAriA gANHOs de r$ 31,3 bi

    A universalizao do saneamento na Baa de Guanabara (RJ) traria ganhos da

    ordem de R$ 31,3 bilhes em 30 anos. Isso o que indica recente pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil. Para realizar tratamentos de esgoto e gua seriam necessrios, segundo Instituto, aportes de R$ 17,5 bilhes em trs dcadas. Com a infraestrutura de saneamento adequada, a regio ganharia impulso no turismo, empregos, alm de fomentar o mercado imobilirio e a sade pblica.O saneamento de 80% da Baa de Guanabara at 2016 um dos

    compromissos do Poder Pblico para os Jogos Olmpicos do Rio de Janeiro. O atual plano da Secretaria Estadual do Ambiente programa R$ 1,2 bilho em 12 aes que incluem tratamento de esgoto, de rios, fim dos lixes e reflorestamento. A secretaria informa

    que, desde 2007, houve aumento de 160% no nvel de tratamento de esgotos no entorno da Baa de Guanabara. O combate aos resduos slidos, que chegam por rios, feito por 11 ecobarreiras, e mais oito sero construdas at 2016.

    Pequenos

    formatos em

    grandes obras.

  • 2014 Caterpillar. All Rights Reserved. CAT, CATERPILLAR, seus respectivos logotipos, Caterpillar Yellow e a identidade visual Power Edge, assim como a identidade corporativa e de produtos aqui usada, so marcas registradas da Caterpillar e no podem ser usadas sem permisso.

    NA CONSTRUO DOBRASIL, A CATERPILLAR PARTE DA FUNDAO

    H 60 ANOS NO BRASIL, A CATERPILLAR EST PRESENTE NAS PRINCIPAIS OBRAS DE INFRAESTRUTURA DO PAS.

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  • Jogo Rpido

    14 / Grandes Construes

    O nvel de emprego na construo brasileira manteve estabilidade em agosto, com ligeiro crescimento de apenas 0,08% na comparao com

    o ms anterior. O saldo entre demisses e contrataes ficou positivo em cerca de 3 mil trabalhadores com carteira assinada, segundo pesquisa elaborada pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indstria da Construo Civil do Estado de So Paulo) em parceria com a FGV (Fundao Getlio Vargas). O resultado semelhante ao apurado em julho. Com isso, ao final do agosto o nmero de trabalhadores do setor somava 3,518 milhes. Na comparao com o mesmo ms do ano anterior, quando o setor empregava 3,535 milhes, o levantamento indica queda de 0,49%. Entre janeiro e agosto de 2014, o ndice apresentou alta de 0,62%, com a criao de 21,8 mil vagas. Entre as cinco regies do pas, apenas Sudeste e Centro-Oeste apresentaram resultado negativo no perodo. J no Estado de So Paulo, o indicador registrou declnio de 0,33% em agosto ante o ms anterior, com o saldo entre demisses e contrataes ficando negativo em 2,8 mil trabalhadores. Com o resultado, o nmero de empregados na construo civil no Estado ao final de agosto somava 864,7 mil pessoas com carteira assinada. Das dez regies pesquisadas, sete (Capital, Santo Andr, Campinas, Ribeiro Preto, Santos, Sorocaba e Bauru) apresentaram queda no perodo.

    Entre janeiro e agosto, o indicador registrou alta de 0,32%, com 2,8 mil contrataes. Na comparao com agosto de 2013, quando o Estado registrava 876,3 mil trabalhadores, o levantamento apresentou queda de 1,32%.Confira nas planilhas abaixo:

    em AgOstO, O emPregO NA CONstruO se mANteve estveL

    EMPREGOS POR REGIO DO ESTADO DE SO PAULO (AGOSTO 2014)REGIO VARIAO(%) NMEROS DE NOVAS VAGASSede (Capital) -0,23 -957Santo Andr -1,06 -485Campinas -1,06 -970Ribeiro Preto -1,24 -708Santos -0,92 -295Sorocaba 0,03 27So Jos dos Campos 0,59 431Bauru -0,68 -164So Jos do Rio Preto 0,62 196Presidente Prudente 1,12 144

    EMPREGO POR REGIO DO BRASIL (AGOSTO DE 2014)

    REGIO VARIAO(%) NMERO DE NOVAS VAGAS

    Norte 0,39 925

    Nordeste 0,63 4.674

    Suldeste -0,13 -2.260

    Sul 0,00 22

    Centro-Oeste -0,12 -366

    Brasil (total) 0,08 2.951

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  • 16 / Grandes Construes

    entrevista

    De janeiro a setembro deste ano, o Porto de Pecm, localizado em So Gonalo do Amarante, no Cear, mo-vimentou o equivalente a 6,4 milhes de toneladas de mercadorias, registran-do um recorde histrico. O volume de cargas que passaram pelo complexo significou um aumento de 61% em relao ao mesmo perodo de 2013, o que confirma o seu grande potencial de crescimento, apoiado principalmente na exportao de granis slidos e lqui-dos, contineres e frutas para mercados como o europeu.

    A continuidade desse crescimento depende, no entanto, das obras de am-pliao e modernizao da estrutura. Iniciadas em dezembro do ano passado, as intervenes que fazem parte da se-gunda ampliao do Terminal Porturio do Pecm j ultrapassam 40% de avan-o fsico, segundo informa Erasmo da Silva Pitombeira, diretor-presidente da Companhia de Integrao Porturia do Ceara (Cearportos), empresa respons-vel pela administrao do porto.

    De acordo com Pitombeira, esto sen-do realizadas, no momento, no apenas

    Entrevista com Erasmo da Silva Pitombeira, diretor-presidente da Companhia de Integrao Porturia do Ceara (Cearportos)

    16 / Grandes Construes

    EnTREVISTA

    Obras no Porto de Pecm tm 40% de

    avano fsico

    A segunda etapa de ampliao do

    terminal porturio envolve um

    investimento de R$ 568,7 milhes

  • 18 / Grandes Construes

    entrevista

    as obras voltadas para a ampliao da capacidade de movimentao de cargas na estrutura do terminal, mas tambm, e fundamentalmente, os servios de am-pliao ou recuperao dos sistemas de acesso ao porto, tanto rodovirios como ferrovirios. Tambm esto sendo feitos a engorda do quebra-mar, a execuo dos blocos de ancoragem; tratamento das es-tacas estruturadas e preparo dos tirantes, estacas-tubo e estacas-prancha. Novos equipamentos esto sendo adquiridos para aumentar a rapidez nas operaes e a produtividade do porto. So dois por-tineres para o Terminal de Mltiplo Uso (Tmut), com capacidade para movimen-tar de 60 a 70 contineres por hora. Os equipamentos antigos movimentam no mximo 30 contineres por hora.

    O consrcio responsvel pela segun-da fase da ampliao do porto - que

    compreende a expanso do Terminal de Mltiplas Utilidades (TMUT), inaugurado em 2010 - formado pelas empresas Marquise Infraestrutura, Queiroz Galvo e Iva Engenharia de Obras. Atualmente, 400 trabalhadores atuam na obra.

    Para integrar o porto Ferrovia Nova Transnordestina, est sendo construda uma nova ponte de acesso ao quebra--mar existente, com 1.520 metros de extenso. Obras de pavimentao es-to sendo realizadas em 1.065 metros de vias de acesso, ao mesmo tempo em que est sendo feito o alargamento em cerca de 33 metros da ponte.

    Para falar do andamento das obras e dos planos para transformar Pecm em uma referncia na operao porturia no Brasil, passamos a palavra a Erasmo da Silva Pitombeira.

    revista grandes Construes O ter-minal porturio do Pecm foi conside-rado o segundo melhor em produtivi-dade, entre todos os portos brasileiros, com a nota 7,90, ficando atrs apenas do Porto de itapo, em santa Catarina; que recebeu a nota de 8,90. O ranking resultado de pesquisa divulgada no incio de outubro, pelo instituto de Lo-gstica e supply Chain (ilos). A que se deve essa classificao?

    erasmo da silva Pitombeira A excelente performance do Porto de Pecm se sustenta em cima de um tri-p, que lhe d as melhores condies operacionais. A primeira a excelente condio de acesso, tanto terrestre (via rodovias ou ferrovia) quanto martimo. Em seguida vem a boa condio de

    X Operao de cravamento de estacas nas obras de ampliao do Porto de Pecm, no municpio de So Gonalo do Amarante (CE)

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  • entrevista

    20 / Grandes Construes

    abrigo, ou seja, mar tranquilo e boa profundidade. E por fim, a boa condi-o de movimentao. A grande van-tagem do porto do Pecm que ele off-shore, construdo afastado da linha de costa, que dispensa canal de aces-so. Do jeito que a embarcao vem navegando, ela acessa qualquer bero, sem nenhuma dificuldade. Atrelado a esse fator, temos uma profundidade natural que chega a 18 metros, com zero de ondulao e correntes, e sem

    a necessidade de dragagem. E quando voc tira o custo da dragagem, voc tem condies de praticar tarifas por-turias extremamente atrativas. So essas tarifas que atraem os grandes armadores para o terminal porturio do Pecm, alm de uma estrutura mo-derna, com equipamentos modernos, com implantao de uma superestru-tura extremamente limpa e de uma es-trutura de administrao enxuta.

    A localizao privilegiada, pois nas

    rotas de longo curso os armadores que utilizam o Pecm para escoar suas car-gas tm a plena certeza de que a carga vai chegar na data prevista, porque no existe nenhuma parada intermediria. O Pecm fica a seis dias da costa leste dos Estados Unidos e a sete dias da cos-ta da Europa.

    gC - qual a movimentao atual de cargas, as principais origens e destinos?

    erasmo Pitombeira No perodo

    20 / Grandes Construes

  • Novembro 2014 / 21

    W Um dos grandes potenciais de crescimento do Porto de Pecm est na movimentao de contineres

    de janeiro a setembro de 2014 foram movimentadas atravs do porto do Pecm 6,4 milhes de toneladas de mercadorias, com operao de 365 navios no perodo. Esse nmero re-presenta um acrscimo de 61% em relao ao mesmo perodo do ano passado, quando foram movimenta-das 3,9 milhes, ressaltando-se que o total de 6 milhes em 2013 foi regis-trado somente no somatrio dos 12 meses do ano.

    Mais uma vez, o grande destaque deste crescimento ficou com os gra-nis slidos, com variao positiva de 235%, seguindo-se os contineres com 22%, a carga solta e os granis lquidos com 8% cada um.

    As importaes contriburam com 5 milhes de toneladas, aumento de 65% e as exportaes com 1.2 milho, o que representa elevao de 48%. A navegao de longo curso registrou a movimentao de 5.4 milhes de to-neladas, enquanto que a cabotagem contribuiu com 1 milho.

    gC - A estrutura porturia passa por um processo de expanso com um grande volume de obras para ampliar sua capacidade, com planejamento definido para o horizonte dos prxi-mos de 20 anos. qual o volume de re-cursos envolvidos nesse projeto?

    erasmo Pitombeira No atual per-odo do Governo do Estado do Cear,

    somente na primeira fase, foram in-vestidos no Terminal Porturio do Pe-cm nada menos que R$ 700 milhes, com previso de, na fase em anda-mento, investir 600 milhes e nas fa-ses futuras, cerca de R$ 2 bilhes, at que sejam implantadas a Companhia Siderrgica do Pecm, e a Refinaria Premium II da Petrobras. O consrcio formado pelas empresas Construtora Marquise, Queiroz Galvo e Iva Enge-nharia de Obras, realiza as obras pelo valor de R$ 568,7 milhes, com previ-

    so de trmino em 30 meses.

    gC - qual a fonte desses recursos?erasmo Pitombeira Os recursos so

    provenientes do Governo federal, do BN-DES e do Tesouro do Estado do Cear.

    gC - em que estgio se encontram as obras? qual o percentual de avan-o fsico?

    erasmo Pitombeira O cronograma das obras de ampliao j atingiu 40%.

    gC Os principais esforos esto concentrados em que frentes, dentro do complexo porturio?

    erasmo Pitombeira A expanso do terminal porturio integrada por uma nova ponte de acesso ao quebra-mar existente com 1.520 metros de exten-so, cujas obras esto em andamento. Tambm esto sendo executados a

    pavimentao de 1.065 metros sobre o quebra-mar; a ampliao do quebra--mar em cerca de 90 metros; o alarga-mento em cerca de 33 metros da pon-te; a construo de 600 metros de cais com trs beros de atracao de navios cargueiros ou porta-contineres.

    Estes ltimos equipamentos sero voltados para operao com carga geral e produtos da Companhia Siderrgica do Pecm (CSP), da Refinaria Premium II e da Ferrovia Nova Transnordestina. Est prevista, tambm, a ampliao do p-tio da retro-rea de aproximadamente 69.000 metros quadrados.

    Os dois beros de atracao sero voltados para a exportao de placas da siderrgica, enquanto a Ferrovia Transnordestina utilizar provisoria-mente o Terminal de Mltiplas Utili-dades (TMUT), cuja primeira etapa j foi inaugurada, at ter o seu prprio terminal.

    A expectativa que, com a nova am-pliao, o Complexo Industrial e Portu-rio do Pecm (CIPP) esteja composto por um bero no TMUT, um novo que-bra-mar, dois beros de granis slidos; e cinco beros de granis lquidos.

    gC O que se imagina que esta estrutura, que promover a interface do porto com a ferrovia, ter grande importncia no projeto de expanso de Pecm, no verdade?

    erasmo Pitombeira Este ser um

  • 22 / Grandes Construes

    dos nossos grandes diferenciais. Um dos destaques do projeto de expanso justamente a construo do termi-nal off shore dedicado exclusivamente para a operao da ferrovia. Enquan-to isso no fica pronto, ns estamos reservando um bero exclusivo para a ferrovia, para ela iniciar as suas mo-vimentaes. A estrutura completa dispor de uma pera para a manobra das composies e de um terminal a ser acessado por uma rede de correias transportadoras, para embarque e de-

    sembarque de commodities.

    gC quais sero as principais car-gas a serem movimentadas pela fer-rovia, nessa estrutura?

    erasmo Pitombeira Est prevista, principalmente, a movimentao de minrio de ferro, fertilizantes, calcrio e gros (soja e milho).

    gC - quantos empregos diretos es-to sendo gerados pelas obras?

    erasmo Pitombeira O total de em-

    pregos diretos e indiretos varia de acor-do com as necessidades do consrcio que est executando as obras e tambm seguindo o que exige o cronograma.

    gC - est prevista uma terceira eta-pa da expanso do Porto do Pecm. em que consiste?

    erasmo Pitombeira A terceira eta-pa de expanso do Porto do Pecm est, inicialmente, orada em R$ 1,3 bilho. As novas obras preveem a cria-o de um quebra-mar com cerca de 2.800 metros, estrutura que permitir a instalao de cinco beros para aten-der futura refinaria de petrleo Pre-mium II e dois beros para utilizao da ferrovia Nova Transnordestina.

    Atualmente, esto sendo elaborados os projetos executivos dos peres. O projeto executivo do novo quebra-mar j est concludo. A previso do gover-no de que estas obras sejam iniciadas imediatamente aps a concluso da segunda etapa, com a expectativa de gerar 15 mil empregos diretos e indire-tos durante todo o processo.

    22 / Grandes Construes

    S Usina Termeltrica de Pecm, situada no Complexo Industrial e Porturio do Pecm (CIPP)

    W Obras de instalao da Companhia Siderrgica do Pecm - CSP 1, na rea de influncia do porto

    EnTREVISTA

  • 24 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    Ao comemorarmos os 70 anos do Grupo Odebrecht, uma das maiores e mais importantes organizaes empre-sariais do Brasil, com forte atuao no exterior, fundamental conhecermos os fundamentos filosficos que nortearam o seu fundador nesta trajetria de sucesso. Em entrevista concedida ao Ncleo da Cultura Odebrecht, em 2004, Norberto Odebrecht atribuiu o xito na fundao

    e crescimento da empresa, aos princpios ticos herdados de seus pais e avs. De formao luterana, Doutor Norberto como era chamado carinhosamente pelos seus colaboradores contou que, ainda muito jovem, ouviu do pastor Otto Arnold, seu preceptor, o ensinamento sobre a riqueza efmera: No existe ri-queza sem sade, tica, trabalho e produ-tividade. A riqueza material se tornaria insalubre se no fosse apoiada em firme conduta tica. Do seu pai, Emil Odebre-cht, herdou valores como a pacincia, a deciso firme e segura, a solidariedade com os companheiros e a famlia e o cui-dado com os instrumentos de trabalho.

    Desde os 15 anos, quando a famlia se mudou de Recife (PE) para a Ladeira dos Aflitos, em Salvador (BA), Norberto, de-pois da escola, convivia com os mestres--de-obras das oficinas do pai para apren-der todos os ofcios: pedreiro, serralheiro, armador, chefe de almoxarifado, respon-svel pelo transporte. Mas ao entrar para a Escola Politcnica de Salvador, no imaginaria que somente trs anos depois j seria chamado a assumir a conduo dos negcios do seu pai, que passava por dificuldades financeiras. Eu pensei ter herdado uma dvida, mas na verdade, o

    que eu herdei foram os seus mestres-de- -obras, homens treinados por meu pai em sua escola de canteiros, nas mais diversas funes, lembraria Norberto mais tarde.

    Do desafio de recuperar a empresa fa-miliar surgiu o jovem empresrio com grande habilidade para a negociao e para contornar crises. A soluo para sa-near as dvidas veio atravs de trs pactos, como explicaria diversas vezes. O primei-ro foi o pacto poltico, estabelecido com o Banco da Bahia, seu principal credor, que se transformou em aliado na conquista de novos clientes. O segundo foi estabelecer um pacto econmico junto aos clientes, no sentido de oferecer menores prazos, menores custos e qualidade. E, por fim, um pacto social com os colaboradores que herdara do pai. Da teoria prtica,foram implementadas as ideias da descentraliza-o, da delegao planejada, da parceria e da partilha de resultados.

    Norberto se incumbia do relaciona-mento com os clientes, fornecedores e banqueiros, com o objetivo de con-quistar obras. Cada mestre tornou-se responsvel por uma obra (cliente), com toda a liberdade, e compartilharia tambm os resultados. Assim, em 1948, todas as dvidas estavam pagas.

    Com pouco mais de 20 anos, Norberto Odebrecht assume os negcios do pai e aplica novos conceitos de gesto, lanando as bases do que seria um dos maiores grupos empresariais do pas

    NOrbertO OdebreCHt: de APreNdiz A mestre de OPerriOs e emPresriOs

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  • Novembro 2014 / 25

    Em 1944, Norberto Odebrecht abriu sua firma individual. A abertura da nova empresa era uma exigncia para a con-tinuidade dos negcios, tanto por parte do Banco da Bahia, quanto pelas dificul-dades de reestruturao da Emlio Ode-brecht & Cia.

    Assim Norberto comeou a agir ple-namente como empresrio, atuando em obras como o Frum Rui Barbosa, o Hotel da Bahia e muitos outros. Logo vieram as obras que fortaleceram a cre-dibilidade da construtora, que no fim da dcada de 40 j era uma das mais im-portantes da Bahia: o Crculo Operrio (1946), com cinco mil m2 com lojas, restaurantes e cinema, o Estaleiro Fluvial da Ilha do Fogo (1947), entre as cida-des de Juazeiro e Petrolina, no Rio So Francisco, com capacidade para navios de at 1.200 t, o cais e ponte de atracao em Canavieiras (1948). E quatro outros portos, um deles em Ituber (1949). Visionrio, Norberto atraiu investidores da gerao de energia e manejo florestal, numa regio at ento isolada, em Itube-r, no Baixo Sul da Bahia, rica em recur-sos naturais, junto cachoeira de Panca-da Grande, com 63 m de altura, no Rio Serinham. Eram as empresas Firestone (que plantaria seringueiras para fazer seus pneus) e Matarazzo (que plantaria dendezeiros para fazer leo).

    Surgia, assim, a S.A. Ituber Comrcio e Indstria Saici, empresa criada por Norberto. L o empresrio instalou, em pouco tempo, uma hidreltrica, uma ser-raria e uma autoclave para transformar a madeira extrada, de baixa qualidade, em folhas de compensado imunizadas, de difcil combusto, a preo competitivo.

    Foi construda uma vila residen-

    cial, abriu-se um pequeno aeroporto e negociou-se com a TAS Transportes Areos Salvador o pouso dirio de dois monomotores. Instalou-se uma fbrica de compensados de envergadura e fo-ram importados enormes caminhes para trazer madeiras nobres de pontos distantes cerca de 250 km dali.

    O transporte revelou-se antiecon-mico. Abriu-se mais uma atividade, a de laminados, com uma moderna mquina importada da Alemanha, mas a empre-sa foi fechada em 1954 devido ao seu resultado financeiro. medida que os negcios da Saici multiplicavam-se com crescente rapidez, escreveu ele mais tarde, mais rpido ainda aumentava a minha ignorncia acerca deles, impedin-do-me, na prtica, de liderar quem quer que fosse. Segundo ele, a lgica ensina que, se as premissas so erradas, o racio-cnio pode ser impecvel, mas as con-cluses sero necessariamente erradas. A desativao da Saici gerou uma das maiores crises da histria da Odebrecht, mas deixou o germe da diversificao como lio para o futuro. Os contratos de obras, no entanto, se multiplicaram.

    As instalaes hidreltricas da Compa-nhia Valena Industrial, os viadutos da Avenida Centenrio, o edifcio do Mi-nistrio da Fazenda e a estao de passa-geiros do aeroporto de Salvador, termi-nada em menos de um ano, so algumas das obras significativas realizadas pela construtora neste perodo.

    Para dar conta dos inmeros contra-tos, Norberto no hesitou em deixar sob a responsabilidade dos prprios mestres--de-obras tarefas como pedidos, compras e admisso de pessoal, em geral entregues aos escritrios centrais das construtoras. Era uma forma de motivar as pessoas e es-timular sua criatividade. A delegao ple-na e a descentralizao das decises era o que permitia empresa tocar um nmero muito maior de obras que a concorrncia.

    A autonomia do encarregado, a par-tilha de responsabilidades e dos resul-tados, se tornariam alguns dos valores consolidados pela Tecnologia Empre-sarial Odebrecht (TEO), adotada pelo grupo ao longo dos 70 anos de existn-cia. Atravs da TEO, Norberto Ode-brecht deixou um amplo legado, que tem como referncia seu exemplo pes-soal, da empresa que fundou, e de seus livros, atravs dos quais difundiu seus pensamentos. Falecido neste ano, em 9 de julho, sua mensagem permanece viva e atual, no somente para o Grupo Ode-brecht, como para o mundo empresarial e para o Brasil.

    X Norberto Odebrecht e as crianas da Fundao Odebrecht ensinar e servir so os princpios

    legados pelo empresrio por meio da TEO

    W Umei Belmonte foi a primeira escola construda por meio de uma Parceria Pblico-Privada (PPP),

    entre a Odebrecht e a Prefeitura de Belo Horizonte

  • 26 / Grandes Construes

    brAsiL triLHA Os PAssOs

    PArA O futurO

    EsPEcIAL ODEbREchT

    O engenheiro Benedicto da Silva Junior formou-se pela Es-cola de Engenharia Civil de Lins (SP), em 1984. No ano se-guinte ele ingressou na Organizao Odebrecht, como trai-nee, ainda pela Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO). Conciliando o perfil do engenheiro de campo (barrageiro) com o de executivo, Benedicto atuou em obras como as das usinas hidreltricas de Xing, em Sergipe, e de Trs Gargantas, na China, onde liderou um grupo de em-presas brasileiras. Em 1994 assumiu a funo de diretor su-perintendente para o sudeste Asitico, trabalhando a partir de Kuala Lumpur na avaliao de negcios em Cingapura, Malsia, Tailndia, Laos, Vietn, Camboja, Indonsia, Fili-pinas e Brunei. Voltou ao Brasil em 1998, assumindo diver-sos cargos executivos na empresa, at tornar-se, em agosto de 2008, presidente da Odebrecht Infraestrutura.

    a partir dessa vivncia global, que ele traa uma ava-liao para as perspectivas futuras do Brasil no campo da Infraestrutura. Em que pesem as carncias do Pas em todos os setores, Benedicto destaca, nesta entrevista, o desbalanceamento, que exigir esforos imediatos nas reas de energia, abastecimento e tratamento de gua. Ao lado dos setores j demandantes, como logstica e mobili-dade, ele enfatiza os investimentos necessrios e urgentes

    nos setores de educao, sade e segurana, ao lado dos j tradicionais setores de portos, aeroportos e ferrovias, que

    passam por uma fase de transio, com a retomada de in-vestimentos privados.

    Na rea do Pr-sal, enfatiza que um salto tecnolgico j foi dado, mas o setor ainda requerer grande capacidade de fi-nanciamento. A seguir, a entrevista concedida com exclusi-vidade para a revista Grandes Construes.

    Executivo fala dos 70 anos da Odebrecht, das perspectivas para o futuro da empresa

    e do Brasil, onde so prioritrios os investimentos em educao, sade,

    segurana, saneamento, logstica e mobilidade urbana

    Entrevista com Benedicto Barbosa da Silva Junior, presidente da Odebrecht Infraestrutura - Brasil

  • Novembro 2014 / 27

    Revista Grandes Construes - A Odebrecht est comple-tando 70 anos de uma histria que comeou basicamente na rea de Engenharia e de Construo. O grupo, no en-tanto, elaborou uma estratgia bem-sucedida para a di-versificao das suas atividades. Como o senhor descreve essa trajetria?

    Benedicto Barbosa da Silva Junior - Vale dizer que h exemplos de grupos empresariais oriundos da Engenharia e Construo em vrios pases, tais como Espanha, Itlia, Coria do Sul, para citar alguns. de se destacar que, pelo menos no Brasil, os fundadores das empresas se caracteri-zaram pelo esprito realizador, intuitivo e determinado de vencer os desafios de gesto de pessoas, logstica e recursos financeiros (predominantemente pblicos), para transfor-mar a natureza em infraestrutura de transporte, abasteci-mento dgua e energia, mobilidade, habitao etc.

    Creio, sem ter o devido respaldo cientfico, que este es-prito empreendedor, reforado pelo aprendizado alcana-do e pelo conjunto dos relacionamentos construdos, foi determinante para identificar e desenvolver oportunidades na indstria e na prestao de servios, direta ou indireta-mente relacionados com a engenharia e construo.

    GC - Os 70 anos coincidem com um dos ciclos mais dinmicos do Brasil, marcado principalmente pela mu-dana de um perfil totalmente agrrio para o de um pas (quase) moderno. Como o senhor v a evoluo da in-fraestrutura brasileira nesses ltimos 20 anos e qual a perspectiva futura?

    Benedicto Junior - Depois de duas dcadas de quase estagnao, perodo em que a Odebrecht foi buscar na inter-nacionalizao a sua sobrevivncia, o Pas voltou a investir em infraestrutura. Esta retomada se caracterizou pela maior participao privada nos investimentos, notadamente na gesto, implantao, melhoria, operao e manuteno de ativos existentes ou novos privatizados, concessionados ou realizados atravs de Parcerias Pblico-Privadas (PPPs).

    Nos ltimos anos, a infraestrutura recebeu novo impulso atravs de programas governamentais focados em proje-tos estruturantes nas reas social, logstica, mobilidade e energtica, com a adoo de incentivos fiscais/tributrios e estmulo ao financiamento. Apesar deste esforo, o ritmo de implantao da infraestrutura ainda esbarra em ques-tes regulatrias, ambientais, financeiras e de gesto, que esto na pauta governamental para serem equacionadas. A expectativa do pas passar por um perodo de equaciona-mento dos pontos acima, que destravaro vrios projetos, e de discusso de aspectos importantes para melhoria dos custos de produo (reforma tributria e trabalhista), se-guida de uma retomada dos investimentos.

    GC Os problemas de mobilidade urbana esto hoje na ordem do dia, entre as demandas por infraestrutura do Pas. E voltam discusso com a proximidades dos Jogos Olmpicos de 2016. Como o senhor v essas questes?

    Benedicto Junior - O projeto da Linha 4 do Metr (Bar-

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  • 28 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    ra da Tijuca Ipanema), do Governo do estado do Rio de Janeiro, o maior legado em transporte que a populao do Rio de Janeiro ganhar com os Jogos Olmpicos. Representa a maior obra de infraestrutura urbana em execuo na Amrica Latina e entra em operao no primeiro semestre de 2016, aps passar por uma fase de testes. A nova linha vai transportar diariamente mais de 300 mil pessoas e retirar das ruas cerca de dois mil veculos por hora/pico. Sero seis estaes ( Jardim Ocenico, So Conrado, Gvea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz) e aproximadamente 16 km de extenso. Ser possvel ir da Barra a Ipanema em 13 minutos, e da Barra ao Centro em 34 minutos.Os usurios podero ainda deslocar-se da Pavuna at a Barra da Ti-juca, por exemplo, pagando apenas uma tarifa.

    A Linha 4 do Metr representa a exe-cuo, de uma s vez, da mesma exten-so de metr subterrneo implantada nos ltimos 30 anos no estado do Rio

    de Janeiro. Cerca de nove mil pessoas trabalham na obra. As estaes Nossa Senhora da Paz, So Conrado e Jardim Ocenico esto 100% escavadas. Ao todo, j foram construdos mais de 9,3 mil metros de tneis e instalados cinco quilmetros de trilhos entre Barra da Tijuca e So Conrado, na via 1 do bit-nel, por onde os trens vo passar sentido So Conrado. Os trilhos j comearam a ser instalados na via 2. Os 2.754 anis de concreto (aduelas) que formaro os tneis entre Ipanema e Gvea tambm j foram produzidos.

    GC - Quais so os setores de infraestru-tura igualmente demandantes e prom-issores?

    Benedicto Junior - O Brasil tem demanda de infraestrutura em todos os setores, mas inegvel que o desba-lanceamento climtico por que passa o Pas requerer esforos imediatos nas reas de energia, abastecimento e tra-tamento de gua. Igualmente deman-dantes so as infraestruturas logsticas que contribuam para melhorar o custo

    Brasil e as obras de infraestrutura ur-bana, notadamente transporte pblico e macrodrenagem. Finalmente, e no menos importante, o investimento em infraestrutura voltada para educao, sade e segurana da populao dever estar entre as prioridades.

    GC - na rea de energia, o Brasil con-struiu as usinas de Santo Antonio, Ji-rau, Teles Pires, agora Belo Monte e se prepara para mais usinas na regio do rio Tapajs. Ainda h espao para mais usinas na regio norte?

    Benedicto Junior - A regio norte do pas a ltima fronteira para a im-plantao das grandes usinas hidreltri-cas com capacidade instalada acima de 2.000 MW, restando pelo menos trs a serem construdas na regio. O desafio principal de empreendimentos deste porte a sua questo socioambiental, principalmente se for necessrio criar condies para dot-los de reservat-rios. A regulamentao da questo ind-gena e a forma de tratar estes impactos so pr-requisitos para planejar novos

    S Obras da Linha 4 do Metr do Rio de Janeiro, principal obra de mobilidade e legado dos Jogos Olmpicos de 2016

  • projetos na regio amaznica. A partir da viabilidade socioambiental, todos os demais desafios so dimensionados. A experincia recente na implantao de projetos de grande porte na regio (Belo Monte, Santo Antnio e Jirau) certamente contribuir para melhor contornar o desafio fsico. J o desafio financeiro depende diretamente da par-ticipao pblica no processo e da atra-tividade do investidor privado, para o que uma reviso do marco regulatrio poder contribuir positivamente.

    GC - A janela para grandes usinas no pas est se fechando? Que outras op-es devem ser analisadas?

    Benedicto Junior Existem projetos hidreltricos de porte nas fronteiras do Brasil com pases vizinhos, cuja implan-tao demanda muito tempo. Ainda h um mercado de hidreltricas de porte mdio e pequeno a ser explorado, mas cuja viabilidade econmica tende a ser mais difcil considerando-se o investi-

    mento totalmente privado.Entre as outras opes a serem con-

    sideradas esto as fontes renovveis de energia (elica, solar, biomassa), as ter-moeltricas a gs e a carvo, e mesmo as usinas nucleares, cuja implantao tem sido retomada em vrios pases por serem hoje mais seguras em relao a eventos observados em Fukushima e de baixa emisso de gases causadores do efeito estufa. H de se ressaltar que dispomos de importante reserva de ma-tria prima, com baixo custo de explo-rao, e que o Brasil domina o ciclo de enriquecimento. Cada fonte de energia tem suas vantagens e desvantagens, em termos de custo, impacto ambiental, previsibilidade e dependncia do clima. A opo de escolha cabe sociedade, devidamente esclarecida a respeito pe-las autoridades do setor.

    GC - O transporte logstico o grande desafio do Pas, principalmente, para dinamizar a economia interna ou o co-

    mrcio exterior. A seu ver, evolumos algo nesse sentido?

    Benedicto Junior - Sim, na medida em que est em andamento um progra-ma de investimento em parceria com o setor privado para desenvolver e in-tegrar os modais de transporte atravs de concesses rodo e ferrovirias, de aeroportos e de portos. Parte do pro-

    S Benedicto Junior no estdio do Corinthians, na Zona leste de So Paulo

  • 30 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    grama j foi efetivada. Mais de sete mil quilmetros de rodovias foram con-cessionados, cinco dos principais aero-portos j esto em operao por parcei-ros privados. Na rea de portos, alguns Terminais de Uso Privado (TUP) e Estaes de Transbordo de Cargas (ETC) foram autorizados. H editais publicados para servios de dragagem e para arrendamento de reas em por-tos organizados. Na rea de ferrovias, foram lanados seis editais de chama-mento pblico de estudos (PMI) tota-lizando mais de 4.600 quilmetros.

    GC - O que falta hoje, depois de tantas idas e vindas, na rea dos portos e ferrovias?

    Benedicto Junior - No caso de arren-damento de reas em portos organiza-dos, falta concluir as modelagens regu-

    latria e contratual, definir as condies de financiamento dos bancos pblicos e, para as ferrovias, falta ainda definir as condies de garantia de pagamento pelo uso da infraestrutura.

    GC - Quais seriam os projetos que interessam a empresa?

    Benedicto Junior - J recebemos autorizao para um TUP na Bahia. Te-mos interesse tambm em projetos que se enquadram na macro estratgia de investimento da Odebrecht TransPort, empresa com delegao para investi-mento em logstica e aeroportos.

    GC - Os investidores internacionais veem o Brasil tambm como ambiente promissor e interessante. Parcerias sero ampliadas?

    Benedicto Junior - Sim, alm das parcerias em andamento em algumas

    empresas da Organizao, estamos abertos a discutir a participao de par-ceiros estrangeiros nos negcios em an-damento ou em prospeco.

    GC - O Pr-sal j uma realidade em termos de produo. Mas no est claro sobre as dificuldades que sero enfrentadas para a retirada do leo das camadas profundas. Essa etapa tecnolgica j foi superada?

    Benedicto Junior - Considerando que a primeira descoberta de leo e gs na regio denominada de Pr-sal se deu em 2006, portanto somente h oito anos, e que j estamos produzindo uma quantidade de leo equivalente superior a 500 mil barris dirios, alcanando uma produo acumulada superior a 360 mi-lhes de barris equivalentes, no temos dvidas em afirmar que o Pr-sal uma

    S Obras do Parque Olmpico do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca

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  • 32 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    realidade. Espera-se que at 2018 a Pe-trobras tenha 52% do seu leo produzido provenientes dos campos do Pr-sal.

    Do ponto de vista tecnolgico, os desafios esto sendo gradativamente vencidos, utilizando-se de uma estra-tgia que combina os esforos do cor-po tcnico interno Petrobras, com participao de empresas e universida-desbrasileiras, complementadas atravs de parcerias exitosas com entidades in-ternacionais detentoras de tecnologias especficas. Com relao s instalaes flutuantes necessrias, parte est sen-do suprida atravs de contratos com empresas do exterior e parte atravs de empresas nacionais que participam

    da grande transformao e desenvol-vimento da indstria naval brasileira. Dentre estas instalaes destacamos sondas de perfurao, plataformas e navios de produo e navios de apoio a explorao, perfurao e produo.

    Portanto, no nosso entender a etapa de superao dos obstculos tecnol-gicos est sendo vencida com sucesso. No entanto, persiste um problema real, ainda no est equacionado, que consis-te na obteno dos fundos substanciais que sero necessrios para desenvolver este negcio, vis--vis a evidente difi-culdade de caixa da Petrobras de difcil soluo a curto e mdio prazos.

    A Odebrecht tem posio bastante

    privilegiada neste negcio, pois tem posio destacada nas atividades de engenharia e construo das instala-es flutuantes, atravs do seu Estaleiro Enseada, instalado em Maragogipe, na Bahia, e da Odebrecht leo & Gs, uma das mais importantes empresas opera-doras do mercado de leo e gs do pas. Somando-se a isto, tem total capacidade de ter relevante papel na implantao da infraestrutura necessria e na soluo dos problemas ambientais que adviro.

    GC - na rea dos aeroportos, o desafio das primeiras concesses foi vencido? O gargalo nos aeroportos de So Paulo e Rio finalmente sero

  • Novembro 2014 / 33

    superados. E o que pode ser esperado em outros aeroportos do Pas?

    Benedicto Junior - O setor de trans-porte areo nacional superou recente-mente o desafio de atender com efici-ncia aos passageiros durante a Copa do Mundo 2014. desejvel que este desempenho siga melhorando, mas tam-bm preciso reconhecer que as conces-ses so relativamente recentes. Algumas mudanas operacionais so percebidas, mas a rigor somente trs aeroportos j esto sendo integralmente operados sob o novo modelo e ainda assim h muito investimento a ser feito para oferecer melhor nvel de servio aos passageiros. A expectativa pelo lanamento de no-

    vos editais para modernizao e amplia-o de aeroportos nas principais capitais do pas, alm de aeroportos regionais, no mbito do programa de desenvolvimen-to da aviao regional lanado no incio deste semestre. O desafio do programa est no potencial da atratividade destes aeroportos

    GC - Em termos de mercado exterior, quais so os mais interessantes atualmente em termos de infraestrutura?

    Benedicto Junior - Para as empresas brasileiras os mercados mais interessan-tes esto situados na Amrica Latina e frica, onde a demanda por infraestru-tura muito grande.

    GC - Obras de perfis to variados, quanto diferentes, em regies dspares. Qual a espinha dorsal de uma empresa com esse perfil de negcio e com essa trajetria de sucesso?

    Benedicto Junior - A nossa espinha dorsal e base cultural a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), cuja prtica visa manter a organizao no rumo da sobrevivncia, crescimento e perpetuidade. A partir dos princpios, conceitos e critrios nela contidos, o empresrio responsvel por cada con-trato, com sua equipe, imbudos do esprito de servir, tem buscado a satis-fao dos seus clientes e a produo de riquezas maiores e melhores para clien-tes, comunidades e acionista.

    GC - O Programa Acreditar traduz esse perfil empresarial para o campo educativo e treinamento de pessoas. Quais so os resultados mais importantes do Programa, e como ele pode ser estendido para outros campos de atuao?

    Benedicto Junior - O Programa Acreditar qualificou mais de 55 mil pes-soas e, destas, contratou mais de 35 mil. A oferta de formao profissional inicial gratuita e as oportunidades de emprego que nossos empreendimentos geram, sem dvida, so os resultados mais im-portantes do Programa. Para isso, inves-

    W Maquete eletrnica do Estaleiro Enseada do Paraguau, em So Roque do Paraguau, no Recncavo baiano: atuao no setor da Indstria Naval

  • 34 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    timos mais de R$ 36 milhes nos pro-gramas no Brasil. A experincia deu to certo que implantamos o Acreditar em 13 pases da Amrica do Sul, Amrica Latina e frica. No exterior, investimos US$ 18 milhes na formao de 31 mil profissionais, dos quais contratamos aproximadamente 17 mil.

    Nossos negcios e as comunidades so beneficiados pela formao da mo de obra local, j que reduz a migrao de profissionais de outras regies e es-timula a economia local. Construmos com o Acreditar uma metodologia de educao profissional que pode ser adaptada para qualquer rea de atuao. Acreditamos que as pessoas aprendem nas salas de aula e oficinas, mas conso-lidam e ampliam esse conhecimento na prtica, trabalhando. O reconhecimen-to dos benefcios desta iniciativa veio atravs do acordo de cooperao tc-nica firmado com o Governo Federal, representado pelo Ministrio do Desen-volvimento Social e Combate Fome, em 2009, e renovado em novembro de 2013. Esta uma parceria muito repre-sentativa para ns.

    GC - Quanto tempo ser necessrio para o pas se assemelhar aos pases mais modernos do mundo em termos de qualidade dos servios pblicos, segurana e padro tecnolgico?

    Benedicto Junior - O tempo para consolidar os papis e as reas de atua-o dos setores pblico e privado, regu-lar adequadamente a relao entre eles, implantar a infraestrutura necessria, ampliar o acesso e melhorar a qualidade da educao no pas.

    GC - Ao completar 70 anos, e com o falecimento de norberto Odebrecht, a Organizao Odebrecht completa um longo ciclo. Qual o legado deixado por ele, e o que se pode esperar para o futuro, seja em termos de expanso, de viso de negcio e atuao no Brasil e no exterior?

    Benedicto Junior - A Organizao teve o privilgio de receber de Dr. Norberto, sob a forma e contedo da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), um legado de cultura e filosofia de vida pautada na capacidade de todo ser humano de se desenvolver pelo tra-balho, no esprito de servir sempre mais e melhor para ento ser servido. Uma prtica que, com disciplina, gera o res-peito e consolida a confiana. A tarefa mais nobre de um lder a de educar seu liderado. Isso se aplica vida pesso-al, familiar ou profissional de qualquer indivduo que se disponha a pratic-la. Todo o resto consequncia.

    Nossa expectativa de futuro tem no ano 2020 um primeiro horizonte, quando pretendemos ser uma Organizao pre-sente em mais de 30 pases, com 300 mil integrantes de diferentes nacionalidades, unidos pela mesma cultura empresarial, e formados por lderes educadores, satisfa-zendo a Clientes que nos escolheram pela

    nossa capacidade de satisfazer suas ne-cessidades e cuja confiana conquistamos atravs da nossa capacidade realizadora, cumprimento dos compromissos assumi-dos, excelncia no que fazemos, transpa-rncia e boa governana. Neste horizonte, estaremos focados em trazer para nossos clientes solues integradas e inovadoras para grandes desafios globais, incluindo disponibilidade de gua, energia, infraes-trutura, insumos industriais e alimento.

    GC - Como foi possvel manter o DnA da empresa, diante de seu crescimento dentro e fora do Brasil e o que diferencia a Odebrecht (no tocante ao seu perfil de empresa brasileira) no mundo globalizado em que ela atua?

    Benedicto Junior - O DNA da Ode-brecht se mantem pela prtica da TEO pelos seus integrantes ao longo da sua histria. O que nos diferencia no mun-do globalizado nossa capacidade de operar de forma descentralizada, atra-vs de empresrios responsveis por cada projeto, atuando com delegao plena previamente planejada, servindo a clientes e conquistando sua confiana em relacionamentos de longo prazo nos mercados onde atuamos. Tudo isso com base numa cultura empresarial nica.

    S Rota dos Bandeirantes, em So Paulo: a Odebrecht atuando na rea de concesses de rodovias

    S Benedito Jnior: o DNA da Odebrecht se mantm pela prtica da Tecnologia

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  • 36 / Grandes Construes

    As origens da Organizao Odebrecht remontam ao sculo XIX, quando imi-grantes alemes, como Emil Odebrecht, migraram para o Sul do Brasil, trazendo para c influncias forjadas na formao luterana. Buscavam a oportunidade de possuir terras, algo quase impossvel no lugar de onde vinham, onde a proprieda-de da terra era hereditria e praticamente imutvel. Emil Odebrecht, nascido na Po-mernia (regio at recentemente dividi-da entre a extinta Repblica Democrtica Alem e a Polnia), no Reino da Prssia, tinha 21 anos em 1856, quando chegou a

    Blumenau acompanhado por dois colegas de ginsio, Meletin e Kreplin. Entusiasta da nova terra, em 1859 Emil naturalizou--se brasileiro, mas voltou para a Prssia para formar-se em Engenharia pela Uni-versidade de Greifswald.

    Em 1861 voltou a Santa Catarina para trabalhar ao lado do Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador de uma colnia batizada com seu nome. Emil e outro imi-grante, Hans Breithaup, formaram a dupla de engenheiros que realizaram servios de topografia, agrimensura e outros, fun-damentais para o processo de colonizao

    das novas terras. A colnia Blumenau, liderada por Blumenau, foi fundada em 1850, na barra do ribeiro Garcia com o rio Itaja-Au. Logo se tornou a mais prs-pera de todas, estimulada pelas obras de construo de estradas e pontes, alm de se aproveitar do transporte fluvial. Alm de agricultores e engenheiros, a pequena elite econmica da colnia era composta de ferreiros, carpinteiros, marceneiros, mdicos, naturalistas, telogos, profes-sores, militares, pequenos e mdios co-merciantes. Em comum, tinham uma for-mao religiosa de origem luterana, com

    umA HistriA sObre HOmeNs e CidAdes

    Famlia Odebrecht tem razes fincadas na histria de urbanizao das cidades de Blumenau (SC), Recife (PE) e Salvador (BA), alm de uma marca na evoluo do concreto armado e no desenvolvimento moderno no Pas

    EsPEcIAL ODEbREchT

  • Novembro 2014 / 37

    W Ponte Maurcio de Nassau, em Recife/PE, dcada de 1930, marco da arquitetura brasileira na rea do cimento e concreto que contou com a participao de Emilio Odebrecht e resultou em sua mudana para o Nordeste

    nfase no trabalho e desenvolvimento, sem abandonar os princpios de simplici-dade e humildade.

    Uma peculiaridade da colnia a de que, ao contrrio do que acontecia na economia brasileira em geral, l jamais se desenvolveu o latifndio base do trabalho escravo e praticava-se uma economia voltada para o mercado in-terno. Em 1859, Blumenau desistiu de tocar a colnia como projeto particular e a vendeu ao governo brasileiro, que o manteve no cargo de diretor. Nos 11 anos seguintes, a populao da colnia cresceu mais de 500% saltando de 1.000 para 6.286 habitantes.

    Nessa poca, Emil Odebrecht, casa-do com Berta Brichels, fez a medio e a discriminao dos lotes dos colonos. Participou como voluntrio da guerra do Paraguai (1865), voltando com o posto de tenente. Ao retornar, participou da ex-plorao do Alto Itaja, atuando na aber-tura de um caminho entre Blumenau e o planalto de Lajes e Curitibanos fazendo a conexo com a estrada da Mata ou das Tropas, entre o Rio Grande do Sul e o Paran. Levantou linhas e foi engenheiro--chefe do Distrito de Santa Catarina, na Repartio dos Telgrafos. Aposentou-se nesse cargo e morreu em de janeiro de 1912, aos 76 anos. A regio que ajudara

    a fundar j tinha se consolidado como cidade-modelo em Santa Catarina, com o desenvolvimento da indstria tecel, a chegada dos trilhos da estrada de ferro e duas hidreltricas. Os filhos dos colonos no mais precisavam voltar para a Ale-manha para estudar, mas deslocavam-se rumo a So Paulo e Rio de Janeiro.

    Pioneiros no concreto no BrasilEmlio Odebrecht era filho primog-

    nito de Edmundo, e neto de Emil. Desde pequeno, foi influenciado pela tradio familiar na engenharia, seja por meio do av, seja por conta do tio Adolfo, enge-nheiro civil formado pela Politcnica do Rio de Janeiro no incio do sculo deze-nove. Emlio acompanhou o av em ex-ploraes e nos servios de rede telegr-fica e em 1914, aos 20 anos, mudou-se tambm para o Rio de Janeiro.

    L se encontrou com o primo Emlio Baumgart, estudante da Escola Politcni-ca que trabalhava na Companhia Cons-trutora em Cimento Armado. Por seu intermdio, entrou na empresa fundada pelo alemo Lambert Riedlinger, que chegara ao Brasil em 1911 trazendo a tc-nica de construo do concreto armado, j adiantada na Alemanha e que comea-va a chegar por aqui. Ao lado de Baum-gart e Riedlinger, Emlio iria participar da introduo no Brasil da era do concreto armado. Emlio Baumgart se consolida-ria mais tarde, dentre os calculistas brasi-leiros, como o pai do concreto armado.

    O processo se iniciou por volta de 1900 e o registro mais representativo de obra em concreto armado nessa poca da construo da Estao Mayrink (SP) e da Estrada de Ferro Sorocabana, pelo arqui-teto belga Victor Dubugras. A Compa-nhia Construtora em Cimento Armado tida como a primeira construtora espe-cializada em cimento armado no Brasil, funcionando j em 1912, fase em que as principais cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e So Paulo, passavam por grandes transformaes urbanas.

    A fase de experimentao da tecnolo-

  • 38 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    gia atingiu seu pice com a inaugurao do grande edifcio do jornal A Noite, no Rio, e do Edifcio Martinelli, em So Paulo, no final dos anos 20, chamados de arranha-cus, que simbolizavam uma fase de modernizao do pas. A Companhia Construtora assinou edificaes hist-ricas como os hotis da Central, Glria e Copacabana Palace e os escritrios da Companhia Antartica, no Rio de Janeiro.

    O Nordeste tambm comeou a viver uma fase de expanso urbana, a partir do crescimento da importao e exportao de acar. Obras como ampliao dos portos, construo de armazns, silos e moinhos, melhoramentos nas reas urba-nas antigas, ampliao da rede ferroviria, construo de estradas, pontes, onde se comeou a utilizar o concreto armado.

    A Ponte Maurcio de Nassau, em Re-cife, por exemplo, com seus 180 m de comprimento tornou-se um recorde da engenharia estrutural brasileira naquela poca. Os clculos da ponte foram feitos por Emlio Baumgart e, para execut-la, Lambert Riedlinger mandou ao Recife, em 1917, o jovem Emlio Odebrecht, que j vinha se capacitando na nova tcnica desde 1914.

    A ponte Mauricio de Nassau transfor-mou-se num marco da engenharia brasi-leira e alou Emilio Baumgart categoria de Pai do Concreto Armado, sendo ho-menageado na ocasio, por seus colegas da Politcnica, durante a formatura de sua turma em 1918. A partir da obra, Emilio Odebrecht decidiu permanecer no Recife. J casado com Hertha Hins-ch, uniu-se a Isaac Magalhes de Albu-querque Gondim, tambm egresso da

    construtora onde trabalhava, para abrir a sua prpria empresa. Gondim e Emlio criaram a Isaac Gondim & Odebrecht, a primeira empresa de construo do Nor-deste com know-how na nova tcnica. A sede ficava em Recife, na tradicional Rua do Imperador, logo recebendo uma filial em Jaragu, Alagoas.

    Os primeiros anos foram duros, mui-to duros mesmo, lembrou Isaac Gondim em seu livro Vultos e Problemas do Re-cife. A concorrncia era intensa e os re-cursos, pequenos. Depois veio a reao: o crdito subiu, a confiana cresceu, os negcios ampliaram-se e como consequ-ncia os resultados foram compensado-res. Nas zonas canavieiras havia necessi-dade de barragens, canais, reservatrios e pontes na linha ferroviria e nas estra-das. Mas as primeiras obras foram relati-vamente modestas: moendas, chamins de usinas, pequenas pontes no interior do Estado de Alagoas e o Mercado das Flores de Fortaleza. Logo vieram obras maiores como as pontes Buarque de Ma-cedo, Afogados, Torre e Pina e o Quartel do Derby, ocupando uma rea de 2.900 m2, com uma cpula de concreto arma-do e alguns pavilhes.

    Mas no tardou para a economia au-careira a entrar em colapso. To rapida-

    X Foto histrica mostra operrios que atuaram na construo da Estrada de

    Ferro Mapele-Passagem

    W Crculo Operrio em Salvador/BA, nas dcadas de 1940/50, onde Norberto j atuaria ao lado de Irm Dulce

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  • 40 / Grandes Construes

    ESPECIAL ODEBRECHT

    mente como comeara, a valorizao das exportaes cessou. Os produtores do Nordeste passaram a vender o grosso da sua produo no mercado interno. O Bra-sil s tinha condies de exportar quando, excepcionalmente, havia escassez no mer-cado mundial, por alguma causa externa marcha normal do acar. Guerra, por exemplo. Entre 1914 (530 mil sacos) e 1918 (1,9 milho de sacos) a exportao de acar quadruplicou, mas em 1924 o nmero caiu para a marca de 10 anos an-tes e, em 1925, para a irrisria quantia de 50 mil sacos. Mais ainda, o crescimento da produo nas usinas de So Paulo e Rio de Janeiro, altamente competitivas, pas-sou a ameaar os interesses e at mesmo a sobrevivncia da economia aucareira pernambucana e nordestina em geral.

    A Isaac Gondim & Odebrecht viveu tudo isso. Em 1923 deu incio a sua lti-ma obra de vulto: o escritrio da The Per-nambuco Tramways and Power Co. Ltd., um prdio majestoso, todo construdo em cimento armado, de linhas sbrias, com a comodidade e higiene necessrias a um grande escritrio onde trabalham cerca de 500 empregados, conforme registrou uma publicao da poca. Em seguida, Gondim & Odebrecht fizeram o distrato da sociedade.

    No mesmo ms e ano da dissoluo da

    sociedade com Isaac Gondim novembro de 1923 Emlio Odebrecht, associado a Gustavo Adolpho Schaefer e Benedito Ximenes de Souza Neves, constitui uma empresa para explorao de construes em geral, principalmente com cimento ar-mado e instalaes hidrulicas. Com sede no Recife, na Rua Duque de Caxias, ao lado do prdio do Dirio de Pernambuco,

    a Emlio Odebrecht & Cia. teria partici-pao ativa nas obras realizadas durante o governo de Srgio Loreto, entre as quais se destaca a construo do Palcio da Justia. Os negcios aucareiros haviam alcanado o seu auge, iniciando, a partir dali, um processo de retrao. Mas se o acar declinava em Pernambuco, a Bahia vivia um momento de bonana e cresci-mento, pois seus principais produtos de exportao, o cacau e o fumo, estavam em alta no mercado internacional. O porto de Salvador era o terceiro maior do Brasil em volume de exportao.

    Emlio, atrado pelo surto do cacau, chegou cidade em 1925, com um bom currculo e sua equipe de mestres de obras, treinados na arte do cimento ar-mado. Naquele ano, a Emlio Odebre-cht & Cia. j mantinha filiais, alm de na capital baiana, em Blumenau, Joo Pessoa e Macei. Gustavo Schaefer e Be-nedito Neves haviam deixado a socieda-de, substitudos pelos engenheiros civis Jos Cndido de Morais Nascimento e Armando Campelo. Salvador era ento

    X Catedral de Petrolina/PE, estilo gtico em pleno serto foi desafio para Emilio e seus mestres de obras

    W Teatro Castro Alves, Salvador/Bahia, orgulho dos baianos, guarda uma histria de superao e tragdia: pronto para ser inaugurado, foi destrudo por um incndio. A nova construo levaria mais alguns anos

  • Novembro 2014 / 41

    uma cidade de 250 mil habitantes.Emlio tinha um bom capital de obras realizadas em Pernambu-

    co e Alagoas, contatos junto futura clientela e a recomendao de um trabalho: a ponte sobre o rio Itaja-Au, feita naquele mesmo ano de 1925, em Indaial, Santa Catarina, e muito apreciada por Victor Konder, Ministro da Viao e Obras Pblicas. A segunda metade dos anos 20, na Bahia, foi justamente chamada de era da fermentao edificatria (s para dar uma ideia: em 1924 o Estado tinha apenas 765 km de estradas e, quatro anos depois, 3.431 km).

    A Emlio Odebrecht & Cia., j em 1926, fez uma ponte so-bre o Rio Cachoeira, em Itabuna, a primeira de concreto armado da Bahia. Sua ao, porm, concentrou-se mais na capital. Veio o Edifcio Magalhes, de Magalhes & Cia., em 1928, e, em se-guida, o Palcio da Sade e da Assistncia para substituir a antiga construo dos tempos coloniais, que havia sido demolida um pouco antes. Em 1929, ergueram-se duas obras marcantes, uma na capital a sede da Cia. de Navegao Baiana e outra na fron-teira com Pernambuco, junto ao Rio So Francisco, a Catedral de Petrolina, um templo grandioso no meio do serto nordestino.

    A pernambucana Petrolina s tinha contato com a capital por via fluvial e sua relao mais direta era com a baiana Juazeiro, em frente a ela e ligada por uma balsa. A ponte entre as duas s foi feita muito depois, em 1946. Cimento, ferro e outros materiais chegaram ali com dificuldade, passando por caminhos de barro, em carros de boi ou em barcas que vinham pelo So Francisco. Portanto, erguer a nica igreja em estilo gtico do interior brasileiro exigiu de seu construtor um misto de audcia e criatividade. Encomendada pelo Bispado, sob a direo de Dom Malan, a catedral tem uma cpula de 30 m de vo livre sobre a nave central. O povo da cidade achava que s um milagre poderia impedir sua queda. Assim, quando as escoras foram retiradas e a estrutura comeou a estalar por fora do retraimento ou expanso dos materiais, os fiis que assistiam cena pensavam que no haveria milagre. Comearam a gritar: Vai cair. Dom Malan e Emlio Odebrecht estavam sentados bem debaixo da cpula. Despreocupados, seguros com a solidez da obra, ali almo-aram e passaram o tempo jogando gamo.

    Mesmo com uma nova crise econmica rondando, na me-dida em que diminua a atividade industrial do Nordeste e crescia a participao paulista, a Emlio Odebrecht & Cia. ga-nhou diversos contratos na virada da dcada. Destacam-se no perodo o Hospital So Jorge, o Colgio Antnio Vieira, dos jesutas, e os pavilhes do Liceu Salesiano, todas em Salvador.

    Entre 1933 e 1936, a construtora intensificou sua atuao no interior do Estado, particularmente em obras ligadas aos neg-cios do fumo e do cacau: o edifcio da Associao Comercial de Ilhus, quando a exportao de cacau vivia seu auge, e a fbrica de Charutos Suerdieck, em Maragogipe. Na capital, ergueria a fbrica de Chocolates Behring, os cinemas Aliana e Santo An-tnio, a abbada e o telhado do Mosteiro de So Bento e, em Itaparica, o cais principal da ilha. As marcas da Emlio Odebre-cht & Cia. deixadas na Bahia j eram, na poca, numerosas e ex-pressivas. No ano de 1936, a empresa tem como scios o cons-trutor e sua mulher Hertha Odebrecht e se encontra sediada em Salvador, no imponente edifcio do jornal A Tarde.

    Na segunda metade dos anos 30, a empresa construiria o Hos-pital das Clnicas da Universidade Federal da Bahia (projeto e es-

    truturas) e o Hospital Santa Terezinha (atual Otvio Mangabei-ra). A construo do edifcio da Secretaria de Segurana Pblica, para o governo do Estado, j contava com um ajudante especial: o jovem Norberto, responsvel pela construo das esquadrias.

    No mesmo perodo, a Emlio Odebrecht e Cia. construiu, entre outros empreendimentos, um novo cinema, o Excelsior, o edifcio da Companhia de Seguros Aliana da Bahia, na Ci-dade Baixa de Salvador, o Hospital da Sagrada Famlia e, no comeo da dcada de 40, a ponte ferroviria de Mapele-Pas-sagem, com 720 m, para a Estrada de Ferro Leste Brasileiro. Com o incio da Segunda Guerra, o material de construo importado tornou-se raro. Os preos do ferro, cimento, louas e ferragens dispararam. Mas os preos dos contratos j assumi-dos eram fechados, sem possibilidade de reviso. Isso fez com que muitas empresas do ramo pressionadas pelos credores, ti-vessem de fechar suas portas. Emlio Odebrecht no escapou ao problema e preferiu retirar-se dos negcios. Nos primeiros anos da dcada de 40, ainda estudante, foi o jovem Norberto Odebrecht quem deu andamento s obras contratadas pelo pai, que, em 1941, retornou a Santa Catarina. Pouco antes da formatura de Norberto, como engenheiro civil, em 1943, pela Escola Politcnica da Universidade Federal da Bahia, as obras da Emlio Odebrecht & Cia. estavam concludas. Emlio vol-taria Bahia na dcada seguinte, a convite de Norberto, para assessorar a empresa do filho. Ele torna a frequentar canteiros de obras, orientar mestres e aprendizes e atuar como calculista em vrias obras, at falecer, aos 68 anos.

    TECBARRAGEMFORMAS DESLIZANTES

    Agradecemos Construtora Norberto odebrecht

    pela confiana depositada em nossa empresa nesses 30 anos

    de parceria e colaborao

    TEL: 11-51812527WWW.TECBARRAGEM.CoM.BR

  • 42 / Grandes Construes

    CresCimeNtOe CONsOLidAO A consolidao tecnolgica, na dcada 1960, alavancada pelo setor petrolfero e por obras industriais

    Aps a desativao da Saici, a Cons-trutora Norberto Odebrecht vive um momento de expanso e respira numa confortvel posio no mercado baiano de obras. Dentre as obras realizadas entre 1953 e 1954, destacam-se o depsito de cacau em concreto armado para a F. Ste-venson & Co., em Itabuna; a ampliao da fbrica da Cia. de Cigarros Souza Cruz e da ponte-barragem do Rio Joanes, com 132 m de comprimento e 19 m de altura, em Salvador; e o porto de Canavieiras, um cais de 400 m de comprimento. Foi nesse perodo que a empresa conquistaria um novo cliente, a Petrobras, criada em outubro de 1953. A Norberto Odebrecht inicialmente conquistou contratos de ins-talaes de apoio para as equipes no mu-nicpio de Candeias. Depois, estaes de tratamento de gua, plataformas marti-mas, pontes, canais, barragens, armazns, casas de fora, dragagens, laboratrios, residncias, clubes, oficinas e rodovias, entre outros, pelo pas afora. Alguns des-

    ses projetos traziam grandes desafios para a engenharia de construo.

    Um dos marcos desse perodo foi a necessidade de desenvolvimento de tec-nologias pioneiras no pas. Um desses casos ocorreu na construo do oleoduto Catu-Candeias, que trazia para a Refina-ria de Mataripe o leo extrado no novo campo de Catu. Ampliada pela produ-o de novos poos, Mataripe passou a refinar cerca de cinco mil barris por dia e logo precisou multiplicar por 10 sua capacidade. O problema era o massap, um tipo de solo pegajoso que se trans-forma em manguezais e lama, dificultan-do o trfego de pessoal, carros e equipa-mentos. Foi ento construdo um cais de 120 m, em pleno mangue, cuja camada de lama chegava aos 9 m de espessura. Se extrair petrleo em terra firme era di-fcil, no mar era muito mais. Com poucos recursos financeiros e tecnolgicos, mas contando com um punhado de homens corajosos, a construtora tornou-se pio-

    neira nesse tipo de trabalho. Tinha ape-nas bate-estacas instalados nos saveiros, e flutuantes improvisados, manejados com maestria pelos trabalhadores. Em noites de tempestade, lembra Norberto, os sa-veiros costumavam perder-se e as lanter-nas a querosene eram o nico meio de sinalizao entre eles e as plataformas. O trabalho criativo era exigido mais do que nunca. Um dos seus exemplos mais not-veis foi o uso de grandes tanq