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GPS espiritual

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GPS ESPIRITUAL Guia do Usuário Intuitivo

MEIRE YAMAGUCHI

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Copyright © 2012 Meire Yamaguchi Título: GPS Espiritual

Subtítulo: Guia do usuário intuitivo Supervisão editorial: Dalen Jacomino

Revisão de texto: Irene Zwetsch Foto da capa: Meire Yamaguchi (Barco Azul, pelo espírito de J. Turner, psicopictografia da médium Maria Gertrudes

Coelho, Zurique, 2011). Foto da autora: Ana Maria Steg

Diagramação da capa: Alexandre Boure Bosnic Ilustrações: Marjorie Mizumoto e Maristela Rüffer

Contato: [email protected] Todos os direitos reservados.

ISBN-13: 978-3-9524004-1-8

www.gpsespiritual.net

Edição por Meire Yamaguchi Zurique, Suíça

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO……………………………….……. 9 Capítulo 1 O SER HUMANO E SUAS POTENCIALIDADES.....................................................

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1. O computador humano de capacidades ilimitadas….. 13 2. Papel dos hemisférios cerebrais e do coração……...... 19 3. Hemisfério esquerdo…………………………...….... 20 4. Hemisfério direito……………………………...….... 23 5. O coração…………………………………...…….... 25 Capítulo 2 O GPS ESPIRITUAL………………………….….... 29 1. O poder da intenção………………….....…...…......... 31 2. Saber confiar………………………………......…..... 32 3. A Holonet……………………………………...….... 37 4. Um esquema explicativo do GPS Espiritual……...…. 49 Capítulo 3 INTERFERÊNCIAS DE RECEPÇÃO………....... 51 1. Tipos de bloqueios……………....………….…......... 51 Capítulo 4 A CURA DOS BLOQUEIOS……………………..... 63 1. Feridas emocionais……………………….…….….... 64 2. Cura energética: EFT…………………………..….... 65 3. Cura pelo perdão: Ho'oponopono………………....... 72 4. Visualização criativa…………………………....….... 74 5.Autoeducação…………………………………...…... 77

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Capítulo 5 RECONHECENDO A LINGUAGEM DO SEU GPS ESPIRITUAL……………………………..…... 79 1. Os seis tipos de sinais do GPS Espiritual…..…........... 79 a. Intuição sensitiva………………….....………….…... 81 b. Clariaudiência…………………………………..…... 88 c. Clarividência………………….………………...….... 94 d. Clarisciência…………………………………...…..... 103 e. Cinestésica-Magnética………………….………..... 107 f. Sonhos………………………………………......…... 116 Capítulo 6 GUIA PRÁTICO DO GPS ESPIRITUAL……….... 125 Capítulo 7 USANDO O GPS ESPIRITUAL PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS……………………

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1. Técnica do cesto……………………………..…...… 136 2. Resolvendo conflitos pessoais……………………… 140 Capítulo 8 USANDO O GPS ESPIRITUAL NA DOENÇA…. 147 EPÍLOGO…………………………………………... 165 AGRADECIMENTOS……………………………... 167 SOBRE MIM……………………………………..…. 171 BIBLIOGRAFIA…………………………………… 173 ANEXO 1…………………………………….........… 175 ANEXO 2…………………………………….....…... 177

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À vida e tudo o que ela me trouxe: família, amigos, experiências…

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INTRODUÇÃO QUESTÃO DE ESCOLHA

“Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor… lembre-se:

se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor,

com ele você conquistará o mundo”. Albert Einstein

Eu nunca gostei de dirigir e quando minha mãe se propôs a

comprar um carro para mim, sugeri o seguinte: trocaria o carro pela oportunidade de ter uma viagem como mochileira a cada ano de faculdade. Foi o melhor negócio que fiz. No final minha mãe não gastou nem a metade do que usaria para comprar um carro e eu viajei o mundo inteiro, vivi experiências incríveis e aprendi muitas línguas.

Viajar para um país diferente possibilita uma vivência intensa em pouco tempo. Você sai de uma situação com a qual está acostumado e seguro para entrar em uma constante improvisação - dezenas de decisões a tomar por dia, encontros inusitados, confronto com o desconhecido, com modos dife-rentes de agir, pensar e falar.

Em minhas viagens, geralmente partia sozinha e sem rotei-ro fixo. O plano consistia basicamente em um destino e data de chegada, um local e data de partida e no meio um ou dois pontos imperdíveis, como Macchu Picchu no Peru ou Taj

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Mahal na Índia. Cada passo, cada decisão era tomada de acordo com a minha orientação interior. Confesso que até a hora de ir ao banheiro era baseada nela, pois sentia que havia uma ordem implícita, uma sincronicidade. E a única maneira de poder participar dessas situações ativamente era sentir o sinal e agir estritamente de acordo.

Quando sentia que tinha que fazer algo “agora”, sabia que significava naquele instante e não em cinco ou dez minutos. Não podia perder a sincronicidade! Em certos momentos da viagem ficava sozinha, em outros encontrava pessoas ou gru-pos com os quais passava um dia ou mais até nossos caminhos se separarem outra vez.

Apesar de tantas situações diversas, em nenhuma delas tive problemas, sempre vigilante ao que sentia, às impressões sobre pessoas, lugares e situações. Foi assim que escapei de ladrões no Peru, consegui transporte em condições extremas na Bolívia, encontrei a companhia de uma cadela que me protegeu dos yaks (bois tibetanos) no Himalaia, um local para dormir tarde da noite em uma região deserta da cidade de Ahmedabad na Índia ou em Osorno no Chile. E foi assim que conheci meu marido em Paris. Ao longo das experiências, minha intuição foi se tornando mais clara, forte e confiável.

Após desenvolver a intuição, chegou o tempo de com-preender e, então, ensiná-la. Neste livro vou explicar o que aprendi na prática e na teoria, ilustrando com algumas das minhas experiências e as de outras pessoas. Certos nomes foram mudados para preservar a privacidade de cada um.

Intuitivamente tudo se resumiu em uma metáfora. Estava a

caminho para dar um curso sobre intuição quando pensei que faltava uma ilustração clara que pudesse esclarecer seu mecanismo para meus alunos. Usando a Técnica do Cesto, que explico neste livro, “vi” de repente e claramente um GPS. Em questão de segundos todo meu conhecimento relacionado à

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intuição se encaixou nessa imagem. Daí o termo GPS Espiri-tual, título do livro. O GPS, sistema de posicionamento global (com navegação por satélite), fornece a um aparelho receptor móvel sua posição a qualquer momento e em qualquer lugar da Terra. Neste caso, trata-se do GPS Espiritual (ou o GPSE), um “aparelhinho” que existe dentro de cada um de nós, capaz de nos guiar perfeitamente e nos momentos mais diversos. Neste livro você vai compreender o mecanismo do GPS Espiritual para poder usá-lo conscientemente, a fim de resolver seus problemas e facilitar a sua vida.

Aprender é praticar! Em cada seção do livro, proponho exercícios que você pode fazer em qualquer momento. E para facilitar a compreensão dos exercícios dou um passo além: uni o livro à internet! Adoro livros em que podemos riscar e fazer anotações. Mas também gosto de ver vídeos de palestras na internet. Ao descrever os exercícios no livro, vi como é bem mais fácil mostrar os procedimentos em um seminário ao vivo. Pensei então em unir o útil ao agradável. Para isso, produzi vídeos para cada exercício e coloquei à disposição no YouTube (referência: GPSE + nome do exercício). Assim você vai poder fazer as práticas como se estivesse em um curso particular!

O mais difícil não é fazer, mas praticar “sempre”. O importante é a constância da prática. Quanto mais você treinar, mais sua intuição se desenvolverá, até se tornar parte integran-te de você. Na realidade, a intuição não é integrada, pois sempre fez parte da natureza humana! Apenas foi esquecida em prol do desenvolvimento do intelecto. Portanto poderia dizer que, na verdade, quanto mais você treinar, mais sua intuição voltará a falar com você e a sua verdadeira essência se manifestará.

Vamos começar esta viagem juntos. Vou explicar como

funciona a mente, com suas potencialidades e bloqueios, e

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como desbloqueá-los. E, finalmente, você vai poder reco-nhecer e usar plenamente sua linguagem interior.

Desejo uma boa viagem!

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CAPÍTULO 1

O SER HUMANO E SUAS POTENCIALIDADES

“Algumas pessoas veem as coisas

como elas são e perguntam: Por quê? Eu sonho com coisas que nunca

foram e pergunto: Por que não? ”. Bernard Shaw

1. O computador humano de capacidades ilimitadas

O corpo humano é como um maravilhoso computador com capacidades ainda insuspeitáveis. Nada no corpo é supér-fluo e tudo é guiado por uma inteligência inerente à matéria. Em nenhum lugar no mundo e nenhuma criação do homem pode chegar a ser tão complexa quanto o corpo humano, que é formado por 100 a 200 trilhões de células e em cada uma delas ocorrem milhares de reações químicas por segundo! Ele é constituído de mais de 100.000 tipos de proteínas diferentes e o cérebro, por exemplo, realiza cerca de 1016 (número dez seguido de 16 zeros) transmissões de impulso nervoso (tam-bém chamado sinapses) por segundo!

Os órgãos funcionam em perfeita harmonia, como em uma orquestra filarmônica de primeira linha. Nela, todos os instru-mentos estão afinadíssimos e em compasso. Se um órgão não funciona bem, a música da vida fica fora de ritmo.

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Quanto mais você se aprofunda no conhecimento anatômico, fisiológico, biológico, molecular ou atômico do corpo humano, mais vai se espantar com a complexidade e perfeição desse aparelho. Tudo isso com o objetivo de permitir que você viva e aproveite das experiências na Terra!

Para se ter uma pequena ideia do que o ser humano pode realizar observe pessoas como Einstein, Mozart ou Stephen Hawkins. Você pode, porém, alegar que esses casos são exceções. Mas existem situações vividas por pessoas normais e sem nenhum treinamento especial e que mostram do quê o ser humano pode ser capaz. Um desses casos foi a Expedição Imperial Transantártica do navio Endurance entre 1914 e 1917.

Em plena Primeira Guerra Mundial, todos os vinte e oito homens dessa tripulação ficaram aprisionados pelo gelo das águas do sul. Completamente isolados, a milhares de quilô-metros de distância do mar aberto e sem qualquer tipo de comunicação com o exterior, tiveram que organizar seu pró-prio resgate. A Inglaterra, com outras preocupações na guerra, deu o navio por perdido e não procurou salvar os tripulantes. Eles sofreram, ao todo, 22 meses de temperaturas descendo até -45°C, falta de comida, tempestades de gelo, icebergs, tempestades em alto mar, subida em geleiras completamente desequipados. A única possibilidade de salvamento de toda a equipe era que um pequeno grupo conseguisse chegar à ilha habitada mais próxima, cerca de 1.800 quilômetros de distân-cia, com a única canoa restante. Para isso, eles teriam que enfrentar e sobreviver em um mar revolto, com depressões de até 20 metros usando apenas um sextante e um cronômetro. As possibilidades eram ínfimas. Era como acertar um tiro no meio de um alvo a 100 metros de distância. Mas foi o que o chefe da expedição, Shackleton, juntamente com outros cinco tripulantes, conseguiram em condições inumanas. Enfim, quatro meses depois, puderam resgatar os companheiros que

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tinham sido deixados em uma pequena ilha no meio da geleira. O mais incrível, foi que nenhum dos 28 marinheiros morreu, apesar de todas as provações. Não eram pessoas especiais, mas ultrapassaram os limites do que era considerado humanamente impossível.

“Não sabendo que era impossível,

foi lá e fez” Jean Cocteau

Eis uma pequena lista de capacidades humanas comprova-

das cientificamente e que mostram o potencial que cada um possui: telepatia (capacidade de transmissão de pensamento e sentimentos entre indivíduos sem a utilização dos cinco sentidos), psicocinese (poder mover objetos pelo poder da mente), psicometria (ser capaz de obter informações sobre uma pessoa ou lugar ao tocar um objeto físico), ecolocalização (capacidade de se localizar pelo retorno do som emitido em forma de eco. Algumas pessoas cegas podem desenvolver essa capacidade). Existem também aquelas capazes de fazer cálculos complexos mentalmente. Isso pode ser natural em certos casos de autismo de alto nível, mas há pessoas normais que conse-guem fazer cálculos muito complexos de cabeça, somente através do treino. Outra possibilidade é a memória eidética, que é a capacidade de recordar sons, imagens ou objetos com extrema precisão. Kim Peek, que inspirou Dustin Hoffman no filme Rain Man, pode recuperar, entre outros, 12.000 livros de memória. Mais incrível são os relatos, e inclusive estudos médicos comprovados, do indiano Prahlad Jani, que não come e nem bebe há 70 anos!

Mentes treinadas em meditação e concentração desenvol-vem melhor as capacidades extraordinárias, mas teoricamente todo ser humano poderia fazer o mesmo.

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Você vem com o programa da perfeição que permitiria realizar tudo isso e muito mais, dentro de si. Porém vai integrar de forma quase automática programas contaminados pelo vírus do carma pessoal, familiar, social e outros, fazendo o programa original ficar lento ou mesmo bloqueado. Foi vivendo alguns meses com deficientes mentais na Alemanha em 1990, que percebi que a maior parte de meu comportamento, que me parecia totalmente natural, havia sido copiado e interiorizado em algum momento da minha vida. Isso ia da minha maneira de sentar ao modo de amar.

Essas crianças, autistas, portadoras das síndromes de Down, de Rett, microcefalia, eram incapazes de adquirir valores sociais e tinham uma liberdade de expressão que nunca vi no mundo “exterior”! Riam quando queriam, pulavam e cantavam na rua, gritavam no culto religioso. A realidade de que eu era fruto de um modelo social foi um choque para a jovem de 20 anos que eu era.

Essa integração dos programas limitantes ocorre até os sete anos de idade, quando se produz principalmente um tipo de ondas cerebrais chamado theta. Nesse estado, a criança absor-ve praticamente todas as informações recebidas do exterior, que se alojam diretamente no inconsciente. Assim, ela vai interiorizar tudo o que viveu até essa idade, sem qualquer filtro crítico. Ao mesmo tempo que integra o vírus, o antivírus também é disponibilizado para ser usado quando a pessoa quiser, em qualquer momento da sua vida. A solução já está dentro, basta encontrá-la. Isso pode ser feito facilmente com a ajuda do seu GPSE, como vou explicar, entre outros, no capítulo de cura dos bloqueios.

O programa contaminado com vírus é criado baseado na emoção do medo, que é o oposto do amor e da confiança na inteligência criadora. O medo dá uma sensação desagradável à qual você vai associar um pensamento para explicar a si mesmo essa sensação. Medo e pensamentos associados

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formam sentimentos negativos, indo do ódio à euforia, da amargura à frustração ou culpabilidade. Por exemplo: o egoísmo é o instinto de sobrevivência (medo que o ego tem de morrer) e o pensamento de que não há suficiente para todos; o ressentimento pode vir do medo de abandono e do pensamen-to de que foi desvalorizado; a impotência pode ser decorrente do medo das consequências e do pensamento de que não se pode fazer nada a respeito. Portanto, a emoção vem primeiro, em seguida o sentimento é criado pela associação da emoção com um pensamento. E o pensamento tem um forte compo-nente familiar, social, cultural e religioso.

O conhecimento pode não ser o simples resultado de pro-gramas interiorizados, mas produto da própria interpretação da criança, que vai tentar entender e tirar uma conclusão do alto da sua experiência e capacidade infantil. Ela pode observar seus pais brigando e achar que a culpa é sua. A criança não pode perceber que o problema tem origem anterior ao seu próprio nascimento e se sentirá culpada cada vez que houver discórdia entre seus pais. Depois de repetir esse pensamento diversas vezes, pode ter um condicionamento ligando conflito a um sentimento de culpabilidade e se sentir assim cada vez que há um clima conflituoso, sem fazer a ligação com sua experiência infantil.

Uma vez aprendido, o que a criança guarda é o resultado e não como foi o processo de aprendizado. Assim, a pessoa pode ter 50 anos e continuar a evitar conflitos por se sentir automaticamente culpada! A experiência primária, que condi-cionou a reação, geralmente nunca é revisada, ou melhor, atualizada. Nesse caso, quem está no comando é a criança, não o adulto.

Você vai achar que é instinto de sobrevivência sentir medo de cobra, quando na verdade aprendeu que cobra era perigosa e condicionou sua resposta. Um bebê não vai ter medo nessa situação, pois ainda não aprendeu sobre o perigo. Você copiou

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a reação das pessoas à sua volta e interiorizou isso, pensando mais tarde que ela sempre esteve presente dentro de você.

Atenção! Não estou dizendo que os programas que você recebeu no nascimento ou através da educação são ruins! Eles dão a base com a qual você vai fazer as primeiras interações com o mundo. Como se diz popularmente, não é preciso que cada pessoa “reinvente a roda”. Todos esses programas passa-dos de geração em geração foram o resultado das experiências milenares de sobrevivência. Só que poucas vezes foram atualizados, apesar do mundo ter mudado tanto. Quantos desses vírus não são programas dos tempos das cavernas (onde o perigo eram gigantescos dinossauros e a preocupação do homem era de não virar “petisco” de Tiranossauro Rex) transportados para os tempos modernos? Quantas pessoas ainda precisam recriar um ambiente hostil porque só possuem programas ativos do tipo ataque-defesa herdados dos tempos primitivos? O resultado é um programa defasado com a realidade.

É semelhante ao caso de ter um moderno computador, com acesso a todas as redes de informação, a todas as redes sociais e com um programa dos anos oitenta! Impensável, não é mesmo? Mas metaforicamente essa é a situação da grande maioria das pessoas. Ao longo da educação, uma criança será “formatada” com esses programas para se adequar à sociedade e às expectativas dos outros. Como bem dizia Jung, “nascemos originais e morremos cópias”.

Não é porque você esqueceu de como aprendeu uma rea-ção negativa que significa que você é assim e não tem escolha. Para dar um bom upgrade no seu computador é preciso atualizar seus programas e deletar aqueles que estão infectados por vírus. Qualquer situação de conflito, doença ou dor, é uma oportunidade de tomada de consciência, de verificação dos programas instalados. Saiba que sofrimento sempre indica um programa infectado. A vida, vista dessa forma, é o modo que a

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alma escolheu para permitir a libertação consciente de cada um dos pensamentos limitantes que provocam sofrimento, transformando-os em compreensão e sabedoria até chegar à luz total. Você nunca parte nessa viagem despreparado e perdido. Dentro de você está o seu GPS Espiritual, que é o aparelho que responde suas questões, dá as informações necessárias e que ajuda você a criar a realidade desejada para você chegar à realização completa do seu ser.

Mas como funciona e como aprender a usar esse computa-dor de forma consciente e eficiente? Para isso é importante conhecer como interagem os hemisférios cerebrais e o coração, juntamente com o GPSE, como explicarei a seguir.

2. Papel dos hemisférios cerebrais e do coração

Nesse computador orgânico, os programas são alimentados constantemente com novos dados provenientes do exterior, como quando se vê uma notícia no jornal, conhece um novo colega de trabalho ou aprende algo na escola. Toda nova infor-mação é integrada ao conjunto de conhecimentos anteriores e o mapa mental é constantemente reconfigurado para dar conta dos novos conhecimentos.

Esse trabalho é feito globalmente pelo cérebro, mas certas áreas são mais ou menos ativadas. Há séculos que o ser huma-no é condicionado a inibir o hemisfério cerebral direito, que é criativo e intuitivo, para usar exclusivamente o lado racional, esquerdo.

Skinner, psicólogo americano, explicou o condicionamento operante no rato e também no homem, mostrando que o aprendizado se faz através do esquema punição-recompensa. Para isso ele dava açúcar aos ratos quando eles faziam o caminho certo e choque elétrico quando iam no caminho

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errado. Em tempo recorde os ratos aprendiam o bom caminho e todos ficavam felizes. “Oh, que desumano” diria você!

Mas os homens não fizeram igual ao longo dos tempos, perseguindo e queimando aqueles que ousavam usar a intuição e recompensando o racional? Isso chegou a um ponto, que hoje em dia existe um verdadeiro pânico social quando se fala em usar a criatividade, a intuição e as emoções. O ideal se tornou o homem-máquina, onde tudo deve ser regrado e provado cientificamente. Neste mundo racional o homem criativo é considerado gênio ou louco.

Frente ao dilema secular do racional e do intuitivo fica a questão: qual hemisfério usar? Direito, o criativo, ou esquerdo, o racional? Na verdade, nem só um, nem só outro, mas ambos integrados. Como um computador que possui um disco rígido, programas e um acesso à internet permitindo chegar ao universo da informação, o ser humano precisa de ambos os hemisférios e o coração para que seu programa original possa funcionar. Vejamos um pouco de que é formada essa capacida-de.

3. Hemisfério esquerdo

Compare o hemisfério esquerdo aos programas de base do tipo “Word”, correspondendo ao tratamento de texto, à comu-nicação por assim dizer. O hemisfério esquerdo é racional e está relacionado com a linguagem, a categorização, o pensa-mento lógico e sequencial.

Tudo o que existe no mundo feito pelo homem, sejam prédios, máquinas ou coisas mais imateriais, como uma peça de teatro ou uma canção, foram primeiro inspirações geniais, intuições ou visões vindas do hemisfério direito. Porém, nada existiria se tivesse ficado somente no mundo da imaginação. A natureza organizadora do hemisfério esquerdo permite a

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concretização, ou seja, a manifestação daquilo que era antes apenas uma ideia.

Jill Bolte (Bolte, 2008), neuroanatomista e pesquisadora dessa área, sofreu um derrame cerebral grave que se estendeu por quase todo o hemisfério esquerdo, literalmente inutili-zando suas funções. No livro A Cientista que Curou seu Próprio Cérebro, descreve o que é não poder usar seu hemisfério esquerdo. Por exemplo, ela demorou 40 minutos para tentar fazer uma chamada telefônica que salvaria sua vida, pois não conseguia mais reconhecer os números. Também o telefone lhe pareceu, de repente, um objeto completamente incongru-ente, mas que ela sabia de algum modo que servia para se comunicar. A utilização do lado esquerdo é, portanto, primordial para a ação e sobrevivência da espécie humana.

Ele processa as informações captadas pelos cinco sentidos, mas esses acessam somente uma pequena porção das vibrações existentes. A vista, por exemplo, pode captar menos de 0,005% do espectro total da luz! Semelhante fenômeno ocorre também com a audição. Existem sons que são inaudíveis ao ser humano, mas captados pelos cães. Isso explica o fato dos cães responderem aos apitos sem som (para os humanos).

Você vê a mesa por causa da luz que incide nela, mas não sente as ondas de rádio ou de telefone à sua volta. Você não toca a mesa realmente, mas sente a pressão da repulsão magné-tica dos seus elétrons nos elétrons da sua mão. A realidade tão concreta é pura ilusão sensorial.

Essa limitação ocorre porque, além de não ter órgãos sensoriais adaptados, o lado esquerdo do cérebro tem uma capacidade muito pequena de tratamento da informação: cerca de 40 bits por segundo (bits: unidade de informação). Isso é muito pouco e permite lidar com quatro ou, no máximo sete itens (palavras, números, objetos, etc.), ao mesmo tempo.

Quando você lê, está mais concentrado em compreender o significado do texto do que escutando o barulho da rua ou

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sentindo o calor dos raios do sol na sua pele, apesar de que isso e muito mais chegue até seus sentidos. Somos constan-temente banhados pela informação, cerca de 20 milhões de bites por segundo 1 . O seu hemisfério direito capta essa informação, mas você não tem consciência disso.

Comparando as cifras, tem-se uma noção da limitação existente quando se insiste em utilizar somente o lado esquerdo, racional e concreto, para apreender e interagir com a realidade. Seria o mesmo que você ter um computador só para escrever e estocar textos, sem acessar a internet. Não estou dizendo que é pouco. Mesmo com 40 bites por segundo, pode-se criar uma importante base de dados.

Diariamente vemos intelectuais racionalistas possuidores de amplos saberes adquiridos somente pelo lado racional. Para eles, tudo aquilo que não possa ser explicado com as leis e conhecimentos ditos “científicos”, não é digno de confiança ou então é irreal. Mas como os conhecimentos existentes, apesar de impressionantes, não explicam tudo e muito menos a complexidade da vida ou o seu porquê, inevitavelmente os racionalistas se sentem inseguros com seus limites, que percebem sem confessar. Eles se protegem da própria ignorân-cia através da aquisição infinita de conhecimentos em uma roda viva de busca incessante.

Mas como você pode saber e sentir seu real valor se pode ver tão pouco da realidade? Para encontrar a verdade aprenda a conhecer a si mesmo e ver como a ilusão do ego age em você. Pouco a pouco sua real natureza se revelará. O reencontro

1 Há muitos estudos de base sobre a quantidade de informação que o homem capta. Esse valor muda de estudo a estudo, indo de 11 a 30 bilhões de bites, de acordo com os parâmetros utilizados. Corresponde à soma das informações que cada célula sensorial capta.

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consigo mesmo é longo e cheio de descobertas. O ego é uma construção mental originária nas experiências e informações que você adquire. Ele se constroi com base na comparação, julgamento e classificação. Você é “melhor que, maior que, mais que…”. Ou “não tão bom quanto…, poderia ser melhor (do que), inferior que, pouco amado (menos do que gostaria)” etc. O resultado é um sentimento de maior ou menor autoestima.

Sempre se pode trabalhar a autoestima, reconhecendo e desmascarando as crenças embasadas no ego e curando as feridas criadas por essas mesmas crenças. Quanto mais você segue por esse caminho de autoconhecimento, mais perceberá que o valor que dá a si mesmo é uma construção mental, baseada, como você agora sabe, em apenas uma fração mínima da realidade.

Até aqui não há nada de muito problemático em usar somente o hemisfério esquerdo, a não ser o fato de que com ele é possível acessar apenas uma pequena fração da informa-ção existente. O problema começa quando a mente racional acha que pode saber o que é o melhor para si e para os outros baseada nessas poucas informações acessíveis. Mas há uma solução para isso: aprender a usar de maneira integrada o hemisfério direito, o esquerdo e o coração para ter acesso à totalidade. Para isso, vamos ver como funciona o hemisfério direito e o coração.

4. Hemisfério direito

“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela”

Albert Einstein

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Mas para quê serve o hemisfério direito? Ele é a antena do GPSE que acessa as informações e as

transmite ao hemisfério esquerdo, racional, que traduz a informação em uma linguagem compreensível. Quanto mais ativo o hemisfério direito, mais ele se torna eficaz e vai captar informações mais completas.

Jill Bolte, mais uma vez, descreve maravilhosamente o funcionamento do hemisfério direito sem a interferência do esquerdo. Porque tinha profundos conhecimentos do cérebro, pôde se autodiagnosticar e observar cada passo da ação da grave hemorragia em seu próprio cérebro. Com todo o lado esquerdo do cérebro inutilizado, experimentou o mundo pelo hemisfério direito. Ela conta como viveu uma sensação de plenitude, de união com o Divino e teve uma visão holística, ou seja, total, da realidade. Viu o mundo como energia pura e seu ego se diluiu na imensidão do seu ser, fundido com Deus. Não havia mais medos nem julgamento. Não havia mais ressentimentos. Apenas paz e compreensão tácita da vida.

O hemisfério direito é artístico, imaginativo, holístico. Ele é a sede da criatividade, da visão global, da espontaneidade. Diferentemente do ego, ele não tem inibições, não julga nem categoriza, além de ser responsável pela comunicação não verbal. Ele não vai entender as palavras, mas compreende a linguagem corporal e as emoções das pessoas.

O seu funcionamento é como uma conexão de internet dos computadores atuais, que acessa todos os níveis de informação existentes e que o hemisfério esquerdo não pode processar, ou seja, a 20 milhões de bits por segundo. Comparada aos 40 bits do esquerdo, a capacidade de informação do direito é quase ilimitada. É 99,999% contra 0,001%!

É o lado direito que cria as emoções e que dá sentido à vida, permitindo o contato entre as pessoas, a empatia e o cuidado. Ele é ativado em contato com a natureza, com os

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animais, com seus semelhantes, com a arte, na meditação, entre outros.

O ser que usa exclusivamente o lado direito acessa muitos conhecimentos de que necessita, tanto para viver bem como para progredir espiritualmente, mas ele será incapaz de concretizar qualquer plano no mundo material, se proteger das feras na floresta ou compartilhar seus conhecimentos com os outros. Sozinho não sabe como servir na matéria. Sem ele, viver na matéria não tem sentido. Quem escreve o objetivo no painel do GPSE, porém, não é o hemisfério direiro nem o esquerdo, mas o coração.

5. O coração

Saber como escolher um caminho com o coração é aprender

como seguir o sentimento intuitivo Jean Shinoda Bolen

O coração é o motor da vida. Ele possui cerca de 40.000

células nervosas, que agem como um pequeno cérebro. Para os orientais, o correto é pensar com o coração. Só ele vai guiar você no melhor caminho para chegar ao seu objetivo. O coração está em contato com a essência e funciona como uma bússola que orienta na direção dessa essência.

Seu ser espiritual está destinado a se manifestar completa-mente na matéria e para isso vive. Ele usa o coração como um farol que sempre mostra o caminho que leva à realização suprema. A mente, largada a si mesma, facilmente esquece do seu plano maior e se ilude pelo exterior, pelo mundo e pelos outros. Os hindus chamam essa ilusão de Maia, o véu que encobre a verdadeira realidade. Escolher pelo coração é escolher o caminho direto e mais rico, cheio de felicidade real. Porém, ele pode ser difícil, já que é às vezes solitário e desconcertante, pois pode não ser convencional.

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O coração não só sente o que é o melhor, mas permite à sincronicidade reunir todos os elementos necessários a fim de criar a situação perfeita para que você realize as orientações do seu GPSE. Sincronicidade foi definida por Jung como uma sucessão de acontecimentos que não possuem uma ligação de causa e efeito, mas estão ligados pela significação, que dá um sentido subjacente a uma circunstância. Ela é significativa somente para a pessoa ou pessoas envolvidas e difere da coincidência, que implica a aleatoriedade e a falta de significa-ção das circunstâncias. Quando você está em sincronia, você está na hora certa no local certo e está na orientação sábia do GPSE.

Podemos aproveitar todo o potencial de nosso cérebro, coração e todos os bancos de dados existentes, para fazer ocorrer a sincronicidade, ou seja, influenciar os eventos, que agem de forma ordenada e significativa, tornando-nos cocriadores da realidade.

E como o coração pode ajudar a criar a sincronicidade? Através do seu incrível campo eletromagnético! Gregg Braden, escritor e cientista autor do livro O Efeito Isaías (Braden, 2002), fala sobre o poder do ser humano de ser criador de sua própria realidade. Segundo ele, o cérebro tem uma força elétrica que pode ser medida pelo EEG (eletroencefalograma).

Até há muito pouco tempo não se considerava que o corpo humano pudesse produzir um campo magnético. Sabia-se, porém, que toda corrente elétrica produz um campo magnético e que cada célula funciona como uma pequena central elétrica! Mas com a nova tecnologia chamada Superconducting Quantum Interference Device (SQUID) foi possível medir primeiramente o campo magnético do coração, em seguida do cérebro e do estômago. Atualmente o SQUID, que mede o biomagnetismo, é utilizado para melhorar os diagnósticos com os eletrogramas. Segundo as medidas desse aparelho, o coração

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possui uma força elétrica 60 vezes mais forte que a cerebral e uma força magnética que é, pasmem, 5.000 vezes maior!

É muito mais o que você sente, e não o que pensa, que cria sua realidade! Por exemplo, você pode, de forma consciente, querer muito ter sucesso em sua carreira. Tem todos os conhecimentos, sabe como fazer e está motivado, mas dentro de si, de forma inconsciente, pode ser que reine um sentimento de não merecimento, de medo do fracasso, de ideia negativa da riqueza, proveniente de uma educação religiosa limitante. Desse modo, a situação esperada simplesmente não acontece.

As emoções aparentes e também aquelas escondidas, modelam a força magnética que você emana e são como cavalos que devem ser domados. Para tanto não serve simplesmente negar tais emoções, mas transformá-las, ou seja, “domá-las”. Isso pode ser feito aprendendo a desmascarar o ego, usando de muita paciência em relação a si mesmo, o que também significa aceitar seus limites e aprender a perdoar àquele que está mais próximo de você: você mesmo. Somente assim poderá abrir espaço para o amor e seu verdadeiro eu.

Se tiver amor no coração, ele vai atrair situações amorosas. Se tiver ódio, vai atrair uma situação de dor. A dor não é um castigo, pois também carrega consigo o germe da transforma-ção. Mas a mudança só acontecerá se você estiver aberto à compreensão.

Se o coração e a mente estão alinhados pela focalização, criam juntos uma poderosa força magnética que orienta o GPSE a encontrar as informações, pessoas e situações ideais, criando a sincronicidade, que une coisas e pessoas para permi-tir a realização.

O único trabalho mental é ficar atento aos sinais enviados pelo GPSE e realizar ao pé da letra as instruções que lhe chegam. Para isso é preciso treinar a recepção, como explicarei mais tarde, para ser capaz de reconhecer esses sinais. Isso significa estar alerta e pronto à ação. Exige também

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capacitação para poder agir de maneira competente quando for a hora.

Usar o GPSE evita perda de energia e de focalização em situações onde não se tem controle realmente. Afinal, não é possível controlar os pensamentos alheios, a meteorologia, conjunturas mundiais. É até difícil controlar os próprios pensa- mentos, não é verdade? Uma vez criada a situação, cabe à você “aceitar ou largar”. Isso é o livre-arbítrio. Infelizmente a maioria das pessoas desperdiçam essas oportunidades por medo de fazer diferente daquilo esperado socialmente. Se a situação muda, o GPSE recebe imediatamente as informações e vai reorientar as diretrizes, momento a momento. Ele é adaptado à realidade e por isso completamente eficaz.

O hemisfério esquerdo é orientado pelo GPSE para que ele realize o necessário: pode ser ir por uma rua diferente, não ir a uma festa ou telefonar para alguém. Normalmente não há explicação racional, apenas um sentimento de estar fazendo o correto. Se você escolher se aliar à sua orientação interior e confiar, seu caminho será de desenvolvimento e iluminação.

Quando decidir acordar, cada momento, cada experiência se tornará uma oportunidade de despertar para a si mesmo. No fim, tudo acaba “conspirando” para o despertar de cada um, que ocorre com mais ou menos consciência, com mais ou menos dor.

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CAPÍTULO 2

O GPS ESPIRITUAL O GPS Espiritual (GPSE) é um sistema análogo ao GPS

(Global Positioning System – ou Sistema de Posicionamento Global). O GPS dos carros por exemplo, funciona de maneira simples: há uma entrada onde se coloca o destino final desejado e também certos critérios para se chegar até ele, como o caminho mais curto ou sem pedágio. Em seguida, o GPS recebe um sinal do satélite ao qual está conectado, que indica onde o carro se encontra naquele momento e apresenta a rota ao motorista, orientando o movimento por toda a trajetória. O GPS Espiritual seria como um GPS melhorado. Ele levaria em conta os bloqueios devido às obras, tráfego, acidentes como um GPS moderno, mas também saberia previamente os planos dos outros automobilistas e teria acesso a todos os bancos de informações existentes. Com tudo isso, ele calcula a melhor rota para chegar ao objetivo que você marcou.

O GPSE corresponde à intuição, porém com uma caracte-rística importante que o diferencia: a intuição é normalmente percebida como um caminho de direção única (você “recebe” a informação); já o GPSE, ao contrário, é uma via dupla na qual as informações chegam à consciência, mas as orientações são dadas pela consciência ao GPSE. Quanto mais você aprende a usar GPSE, mais rápida são as interações entre consciência e informações e mais você se torna cocriador da sua realidade. Cocriar é estar alinhado com o campo criador, dando a sua orientação pessoal.

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A realidade pode ser considerada o resultado de um gran-de programa informático, onde todas as necessidades de cada ser neste planeta, sejam elas conscientes ou inconscientes, são providas. Geralmente as pessoas não sabem o que pedir nem como, mas o programa nunca deixa de dar aquilo que foi pedido. Se você não coloca seu pedido de forma clara e consciente, por achar que não deve ou não pode, ele não vai fazer parte do resultado final e você arrisca ter que se contentar com o programa do outro e ficar insatisfeito. É como ir a um restaurante e deixar que o outro escolha o que você vai comer! Cocriar é dizer claramente com seu coração e seus 40 bites unidos o que você quer e deixar que os outros 20 milhões de bites resolvam “como”.

Para cocriar o que você realmente quer, é necessário pelo menos duas coisas: saber pedir com intenção e confiança e saber escutar as orientações do seu GPSE.

Ligando-se ao seu GPS Espiritual, você pode sentir o que é certo para você, dentro do seu processo de desenvolvimento atual. O mundo contemporâneo está em plena revolução. Nunca houve tanta informação disponível, nunca as mudanças aconteceram tão rapidamente. Agora é uma época de comuni-cação quase instantânea: a Primavera Árabe é apenas uma pequena amostra desse novo poder, não mais vertical e hierárquico, mas horizontal, composto de semelhantes buscan-do o bem comum. A revolução é também interna. Não se pode mais ficar parado: você pode saber qualquer coisa, basta procurar na internet e milhares de informações chegarão instantaneamente. O trabalho agora é poder discernir, através do seu GPSE, qual é a melhor informação, o que é mais justo para você dentro da sua situação específica.

A essência criadora inteligente que tudo guia, se comunica através do seu GPSE para que possa você possa chegar a refletir no mundo aquilo que realmente é. Somente quando retornar conscientemente a cada situação onde aprendeu a agir

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(reagir) no mundo com medo e reprogramar com um programa de amor, você será realmente livre. Aos poucos, você vai se aproximar de seu verdadeiro eu e se tornar o programador consciente de si mesmo e da sua realidade. Assim você vai reescrever a sua história de drama em uma saga de aventuras, desenvolvimento e emoções maravilhosas.

1. O poder da intenção Uma das definições de intenção é a projeção de consciên-

cia, com propósito e eficácia, em direção a um objeto ou um resultado. Este livro, e todos os demais que procuram aumen-tar a consciência que as pessoas têm sobre seu próprio poder, trabalha a capacidade de intenção, pois é ela que transforma a realidade objetiva.

Ser um ser consciente é ter o poder de observar. Esse ato não é neutro e é o responsável de “como” a realidade se materializa. Incrível? A física quântica explica. O famoso “Experimento da Fenda Dupla” (Feynman, 1965) mostra que a realidade é uma energia em forma de onda probabilística, que só se manifesta em partícula (matéria) quando observada. Feynman demonstra como o elétron modifica seu comporta-mento dependendo se ele é observado (focalizado) ou não. Quando não observado, o elétron se comporta como onda, sem forma. Todas as possibilidades são diluídas em uma realidade energética. Quando observado, e somente assim, o elétron age como partícula, ou seja, como matéria.

Se a simples observação pode alterar a natureza do átomo, o que a intenção de modificar a realidade poderia fazer? Foi a questão que se colocou Lynne McTaggart (Mc Taggart, 2010), que escreveu O Experimento da Intenção. Ela retoma nesse livro as observações científicas mais recentes, que demonstram que a intenção do observador influencia como a realidade vai se manifestar. Uma das experimentações descritas (Peoc'h, 2002)

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utilizou uma ninhada de animais recém-nascidos colocados em uma pequena cela. Fora dela um robô que andava aleatoriamente pelo recinto.

A ninhada, desejosa da mãe, tomou o robô como sendo a genitora. Mesmo sendo um objeto desprovido de consciência, o robô se deslocava até duas vezes e meio mais frequente-mente na direção da ninhada do que seria teoricamente justificável! Esse tipo de experimento foi repetido milhares de vezes com diversas variações e o resultado é sempre o mesmo: a intenção tem uma ação na matéria desprovida de vida e de consciência!

O GPS Espiritual é uma metáfora que vai ajudar você a usar sua intenção. Quando se deseja algo com o coração e a cabeça, todas as possibilidades existem para que isso realmente aconteça. A diferença entre um cocriador ativo e um observa-dor passivo é a capacidade de cada um em saber pedir e saber escutar. Por isso a importância do GPS Espiritual!

2. Saber confiar

“ A fé, disse um grande doutor, é a coragem do espírito

que se lança à frente, seguro de encontrar a verdade”

Edouard Schuré

Ter fé é saber confiar, é ter a certeza interior da realização possível do seu pedido. É o que Nick Vujicic2 escreve no seu

2 Nick Vujicic nasceu sem braços e pernas e, apesar de tudo, aprendeu a construir passo a passo uma autoestima saudável e uma motivação cati-vante. Ele inspira milhões de pessoas através de seu exemplo vivo, suas conferências e livro.

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livro Viver Sem Limites (Vujicic, 2010): FAITH (fé em inglês)= Full Assurance In The Heart (completa segurança no coração). Quando você comanda seu GPSE precisa fazer com confiança interior, sem nenhuma dúvida. Como vai chegar até seu objetivo não é seu problema. Você não pode saber tudo o que acontece no mundo para escolher a melhor opção de como realizar seu desejo. O melhor caminho é sempre aquele que seu GPSE mostra. Todos os outros caminhos, quando escolhidos pelo intelecto, trazem sofrimento em maior ou menor grau. Isso porque o mais provável é que o caminho escolhido intelectualmente seja apenas “parcialmente adequa-do”, pois foi criado baseado em uma visão parcial da realidade (apenas 0.005% dela!).

Confiar na vida é saber que a solução ideal é fruto da sincronicidade produzida pelo seu coração e mente e que vai ser atraída diretamente a você como lei de ação e reação. Consiste também em se deixar guiar pelos seus 20 milhões de bites e mais o que você tem conscientemente, ou seja, 40 bites, na direção que você decidiu. Isso é muito doloroso para o ego, que teme perder o controle se deixar o coração guiar.

O ego deve compreender que, ao contrário, confiando no coração, ganha um grande aliado para viver plenamente. Ao invés de luta interna entre o racional e o coração, há aliança no interesse maior da sua alma, que é de crescimento e realização.

Você deve ter a coragem de desejar o melhor para si, vendo-se com valor. Assim a realidade se adapta às suas necessidades e não é mais necessário você sofrer, tentando se adaptar a ela. Além disso, a coragem serve para utilizar suas experiências a fim de crescer e ultrapassar seus limites. Este é um pequeno exemplo de como fazer a realidade se adaptar a você.

Diana (nome fictício) era uma paciente que eu acompanha-va há algum tempo. Ela estava se confrontando com uma difícil situação de desemprego. No Brasil era uma competente

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jornalista, com ótima posição no mercado de trabalho. Mas na Suíça, país de seu marido, apenas arranjava trabalhos de secretariado nada satisfatórios profissionalmente. Depois de um ano em uma empresa, havia sido licenciada. Estava arrasada, fazendo diversas entrevistas, infeliz e prevendo um futuro sem perspectivas profissionais estimulantes. Após termos trabalhado em terapia seus limites em relação a si mesma como profissional e seu medo de rejeição, trabalhamos com o GPSE: dando os comandos, se permitiu sonhar sem limites. Ousou se ver em um trabalho que a valorizasse, utilizando todas suas capacidades, em tempo parcial, não se preocupando com sua falta de domínio da língua local (alemão). Também se viu recebendo a oferta desse trabalho, sem ter de pedir. Depois de visualizar claramente a situação, não tentou mais controlá-la e se abriu à abundância do universo. Continuou a buscar o trabalho sem criar angústias desnecessárias. Pouco tempo depois, numa entrevista para um trabalho de assistente de marketing, foi surpreendida com a oferta de um outro posto, o de diretora de uma revista na área que havia trabalhado no Brasil. E nem o fato do trabalho não ser na sua língua maternal impediu que fosse contratada pela empresa.

Se Diana ficasse apenas pensando “positivo” e não trabalhasse seus bloqueios, a situação dificilmente se resolveria de modo satisfatório. Muito provavelmente o que viria seria uma situação que refletiria seus limites, ligados ao seu sentimento de rejeição e insegurança. Seria, certamente, uma oportunidade de curar esses limites, mas não para a autorreali-zação.

Aqueles que já leram O Segredo de Rhonda Byrne (Byrne, 2007), dirão que os exemplos citados acima se parecem àqueles apresentados no livro. Isso é verdade, em parte. A diferença está na tomada de consciência do mecanismo da intuição, do papel ativo de cada um e, principalmente, dos bloqueios

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conscientes ou inconscientes que criam barreiras à plena realização e o trabalho terapêutico sobre tais bloqueios.

Se você aprender a sempre usar seu GPSE, o caminho fica muito mais fácil, o aprendizado mais eficaz e o crescimento mais rápido. Ele apresenta soluções completas que, por levar em conta centenas de itens que você ignora, podem parecer inusitadas. Usar o GPSE é ter acesso a todas as peças, ao plano divino e aos instrumentos de realização.

Se o GPSE se comunica com sua essência e essa é atemporal, então suas respostas não conhecem os limites da sociedade. As soluções desafiam a lógica e chocam o intelecto, mas são perfeitas para chegar ao resultado comandado. Portanto, não espere conveniência vinda do seu GPSE. Não digo que o que ele dirá será loucura ou fora de contexto, mas será sempre o melhor para você, para o seu caminho e o seu desenvolvimento, mesmo que não seja o que os outros ou você mesmo espera.

Vamos analisar o exemplo clássico de José no Velho Testamento. O Livro do Genesis 3 conta que o faraó do Egito sonhou com sete vacas gordas sendo comidas por sete vacas magras. O pensamento lógico só avaliaria tal sonho como uma incoerência, algo incongruente. Mas José, conhecendo e confiando na linguagem do seu GPSE, interpretou o sonho de outra maneira: sete anos de fartura seguidos de sete anos de seca e fome. Segundo o próprio José, essa era a interpretação de Deus, não do “homem”.

Vamos imaginar como ocorreu o processo de José: ele colocou uma questão ao seu espírito sobre o significado das vacas. Sem tentar compreender intelectualmente o sonho, deixou que uma interpretação espontânea surgisse de dentro de

3 Genesis 41:1-32

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seu ser, que lhe informou que as vacas eram uma metáfora para “anos”. A confiança de seguir essa informação não lógica, mas que ele sentiu como veracidade com o coração, permitiu evitar uma grande catástrofe humanitária e mostrou a força da compreensão intuitiva.

José, diferentemente dos outros sábios questionados, não procurou com o intelecto o significado, mas entrou na “mente de Deus” e aceitou o significado que se impôs ao seu espírito.

Tudo aquilo que vem do GPSE em direção à matéria é de uma grande simplicidade! É a expressão de sabedoria. A complicação é produto do intelecto, não da intuição, que é sempre clara e simples. Ela pode caber em um sentimento, imagem ou frase.

O gênio é produto de “1% de inspiração e 99% de trabalho duro”, como dizia Thomas Edison. O trabalho duro de realização é feito pelo intelecto, mas sem a intuição que orienta, ele é estéril e complicado. Desconfie da complicação ou de soluções que vão além de sua capacidade. Tudo vem na medida certa: ideia, capacidade e meios de realização.

Todos os grandes avanços da humanidade são resultado da união da intuição com o racional. Bill Gates sabe disso. Ele conta em seu livro autobiográfico (Gates, 1995) como tudo o que criou começou como brincadeira entre crianças, com muita imaginação e criatividade em um terminal pré-histórico do computador. Usando a imaginação (hemisfério direito), ele sonhou com um aparelho para uso pessoal, contradizendo todos os especialistas da época. Porém, sem seus conheci-mentos intelectuais, resultantes de horas de estudo, desenvolvimento da lógica e da razão, nunca poderia ter construído o primeiro microcomputador. O resultado dessa feliz sociedade entre o cérebro direito e esquerdo de Bill Gates transformou o mundo que conhecemos!

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O mais importante é saber que todos possuem uma intuição! Ela é uma função natural do ser humano e nunca foi perdida. Porém, a maioria das pessoas desde muito cedo deixou de usá-la por medo ou inconsciência. Mas, como andar de bicicleta, o uso da intuição não se esquece. Tudo volta com um mínimo de treino. Esse é justamente o objetivo deste Guia Prático do Usuário Intuitivo!

3. A Holonet

Inventei o termo de Holonet para designar a rede de

informação universal que o hemisfério direito acessa. Holos em grego significa “total” e net em inglês significa “rede”. Segundo minha visão, trata-se de uma rede cósmica que contém todos os bancos de dados existentes.

Para facilitar, vou categorizar alguns deles para que você saiba de sua existência e possa procurar informações quando necessário. Muitos desses bancos de dados não podem ser provados “cientificamente”, mas são cada vez mais presentes nos livros de autoajuda e espiritualidade, como é o caso da memória universal, da memória familiar e das vidas passadas. Apesar das controvérsias da existência ou não desses bancos de dados, meu intuito em citá-los é de que haja uma abertura maximal a todos os portais de informação da Holonet.

“Na arte, a inspiração tem um toque

de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de

fora para dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo

eu da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico”.

Clarice Lispector

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INCONSCIENTE PESSOAL O termo de insconsciente foi elaborado primeiramente por

Freud, que via nele a sede dos impulsos sexuais. Para ele, o inconsciente era estático e formado pelos conteúdos refutados pelo consciente. Isso difere da visão de Jung que via isso como uma estrutura em parte herdada (inconsciente coletivo) e em parte criada pela associação entre seu conteúdo e o consciente. Ele serve como um grande arquivo, com uma organização particular, que ativa automaticamente certas informações necessárias, de acordo com a situação. Quanto mais vezes as ligações entre as informações forem ativadas, tanto mais fortes e rápidas elas se reativam, podendo se tornar automáticas. A linguagem verbal desenvolvida no hemisfério esquerdo toma posse dessa organização e quase todas as memórias resgatadas de forma consciente são feitas através das palavras. Mas até os sete anos de idade, vivencia-se o mundo principalmente pelo hemisfério direito, onde tudo foi arquivado emocionalmente.

Muitas vezes você não consegue entender suas reações porque foram arquivadas pela emoção e não com palavras que possam explicar o porquê está agindo dessa forma. Poder colocar palavras nas vivências é a base da terapia psicológica, mas esse trabalho pode se deparar com a dificuldade de acessar as vivências que foram registradas com emoções e sensações corporais.

A utilização de técnicas corporais ou a psicologia energética4 é uma grande ajuda para poder acessar e modificar tais programações. Com certas técnicas, como a da hipnose, é possível fazer você relembrar acontecimentos há muito

4 Termo que agrupa as várias técnicas baseadas na estimulação dos meri-dianos de acupuntura e abordagem física-psíquica-emocional. As técnicas mais conhecidas são o EFT (Emotional Freedom Techniques) de Gary Craig e o TFT (Thought Field Therapy) de Roger Callahan.

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esquecidos ou mesmo situações ocorridas quando teorica-mente você não teria os mecanismos cognitivos formados, como na sua própria gestação. Essa mesma técnica pode fazer você se lembrar de uma página inteira de um livro lido quando você tinha sete anos, ou todo o diálogo de um filme sem importância que viu há dez anos. Isso prova como nada é perdido, apenas o acesso consciente. Através do seu incons-ciente pessoal, você já possui um banco de dados muito amplo. Quanto mais conhecimentos você possuir e for capaz de organizar pelo aprendizado, tanto mais fácil será o acesso e a utilização deles.

MEMÓRIA CELULAR O francês Bernard Montaud (Montaud, 1998), no

remarcável livro L’Accompagnement de la Naissance (n.d.A: O Acompanhamento do Nascimento - não publicado em português) relata como todo o processo de gestação e nascimento ficam gravados no corpo e podem ser acessados com exercícios corporais específicos. O processo do nascimento condicionaria nossa maneira de reagir e de pensar. Se suas experiências em alguma fase do nascimento (Montaud nos apresenta sete) for de retenção, isso poderá condicionar um modo mais reprimido de agir e seus pensamentos serão mais refratários à impulsi-vidade, por exemplo.

O corpo memoriza em suas células todas as impressões que sentiu. Essas tanto podem ser provenientes de descargas hormonais devido a emoções que provocam choques nos órgãos, os quais então liberam quantidades importantes de secreções (por exemplo, medo que provoca acidez estomacal), como podem ser criadas pela dor física ou qualquer experiên-cia que tenha sido feita através do corpo: como o nascimento, as experiências sexuais, experiência ligada à postura (por exemplo: ter que abaixar a cabeça, mesmo contra sua vontade, frente a uma autoridade ou postura de proteção frente ao

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ataque físico), todos os tipos de contato físico (gesto de carinho, abraço, dança, prática esportiva, contato com objetos ou animais, violência física etc.). Sem esquecer as impressões provenientes dos sentidos, como odores, gostos, sons e todas as imagens que ficam armazenados no corpo de forma ainda não completamente compreendida pela ciência.

Uma pista de como é possível esse armazenamento de memórias no corpo são os estudos sobre as proteínas epigené-ticas (periféricas) que, mesmo não fazendo parte do ADN, o material genético presente no núcleo de cada célula, influenciam a expressão desse. O Dr. Wolf Reik (Reik) e sua equipe, é um de pioneiros desse tipo de estudo que, usando várias técnicas, mostrou que sob ação de um grande estresse, camudongos de laboratório fabricavam moléculas que causam, entre outros, a metilização de proteínas do ADN, modificando sua expressão. Em certos casos, essas metilizações, criadas em ratos expostos a uma situação traumática de separação perina-tal, eram transmissíveis às gerações subsequentes, como foi demonstrado pelo recente estudo feito por uma equipe da Universidade de Zurique (Weiss, et al., 2010). Acredito que no futuro a efetividade de uma terapia psicológica ou energética poderá ser medida pela sua capacidade em diminuir, ou mesmo eliminar, as metilizações no ADN causadas por um trauma.

O corpo fala pelas reações, às vezes incontroláveis, de pânico, tensão, explosões de raiva e tantos outros sinais que não partem da mente, mas do físico. Toda doença física, seja ela um câncer, alergia ou mesmo um acidente é, em parte, uma expressão da memória celular. Aprender a acessar essa lingua-gem através do seu GPS Espiritual permite que seu corpo não necessite mais sofrer para chamar sua atenção, mas passe a ser um verdadeiro parceiro no seu crescimento interior. No final deste livro explico como utilizo o GPS Espiritual no processo de uma doença.

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INCONSCIENTE FAMILIAR A Holonet contém também as informações familiares, o

que chamamos de inconsciente familiar. Você carrega dentro de si a sua família, mesmo que não a conheça, mesmo que tenha sido abandonado ainda criança. Os estudos sobre as moléculas epigenéticas, citadas anteriormente, explicaria porque há situações traumáticas que “contaminam” toda uma família, ainda que o fato tenha ficado relegado ao esquecimen-to. A cura de um membro da família poderia, teoricamente, pela ressonância, curar todos os membros da família portado-res dessas moléculas através da contaminação energética (positiva) de moléculas afins, onde a frequência do ADN curado predomina sobre a frequência mais lenta daquele com a informação do trauma.

A Psicogenealogia que estuda o padrão psicológico familiar, explora esse banco de dados e verifica como reconhecer a sua ação na vida das pessoas. Desse estudo se observa como as pessoas de uma mesma família estão ligadas entre si por laços inconscientes, que muitas vezes se manifestam através das repetições de eventos (mesmo tipo de acidente, de morte, de doenças, problemas repetitivos de geração em geração) ou datas significativas na história familiar (mesmas data de morte e nascimento, incidentes importantes, uma idade significativa para acontecimentos trágicos, etc).

Anne-Ancelin Schützenberger (Schützenberger, 1997), no seu livro Meus Antepassados, conta vários casos e faz um primeiro estudo baseado em fatos observados. Você não é um ser isolado e a família é o laço mais importante que alguém pode ter. Ela age de forma muito mais profunda do que se pôde imaginar até hoje. É importante tomar consciência da parte dela que vive em você e que condiciona sua vida, positiva ou negativamente.

No momento que você se abre ao inconsciente familiar, ele passa a se comunicar com você e os nós dentro dele vêm à

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consciência. Poder acessar essas informações permite a cura através do reconhecimento do programa comum a toda família e do perdão necessário dos bloqueios familiares.

VIDAS PASSADAS Em um nível pessoal, a Holonet contém não só o banco de

dados de todas as experiências que você passou nesta vida, mas também das suas vidas passadas. Você não precisa acreditar em sua existência para acessar essas recordações.

Há milhares de relatos de céticos que entraram de forma espontânea nesse tipo de memória. Hoje em dia é moda usar a hipnose para acessar vidas passadas. Quanto a isso, é impor-tante alertar para o fato de que, quando a possibilidade de ver o passado é usada para se sentir importante, para culpar o outro ou o carma pelos seus problemas, o resultado é muitas vezes desastroso. Na perspectiva reencarnacionista, ninguém é inocente e não há injustiça. Existe, sim, a lei da Ação e Reação, na qual, de forma muito complexa, se misturam os destinos de todos os homens, que juntos, num grande teatro onde os papeis são constantemente trocados, procuram um caminho de recordar e de se perdoar mutuamente. Acusar alguém ou alguma coisa em uma vida passada pela sua situação atual apenas desresponsabiliza e paralisa o processo de crescimento.

Há casos em que meus pacientes se recordam de uma vida passada durante uma sessão em meu consultório, mas isso ocorre de forma espontânea pois não pratico terapia de vidas passadas (n.d.A. atualmente - dezembro de 2012, pratico um tipo de regressão que acessa o guia interior). Quando estamos lidando com um problema que tem origem em outra vida, essa poderá eventualmente ser acessada.

Trato desse tipo de memória como trataria uma memória de infância. Não procuro verificar se é ou não uma vida passada, não acho importante. Pode ser que seja apenas uma vivência há muito inconsciente e que se projeta em uma cena

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de filme visto anos atrás. O importante, porém, é saber que o sofrimento vivenciado é real e que a ferida emocional agora se mostra disponível para a cura.

O pacotinho de situações de vidas passadas que ficaram para ser resolvidas (traumas, vinganças, juramentos, dívidas…) é o que se chama carma. Até um certo ponto, o carma condicio-na a vida atual, que serve para transmutar essa dívida em amor e perdão do passado, a fim de libertar o espírito. A resolução do carma (pessoal, familial e mesmo coletivo) e a liberação do espírito é o programa da vida atual.

AKASHA Outra fonte, menos palpável, é a biblioteca universal que

em sânscrito se chama Akasha. Nela está gravada toda a histó-ria da humanidade. Pessoas iniciadas como Madame Blavatsky5 ou Rudolf Steiner6 tinham acesso a esse banco de dados. O ser humano não está separado de sua história e essas informações estão sempre disponíveis ao consciente de forma intuitiva.

O futuro tem possibilidades infinitas, mas de acordo com o que fica gravado no Akasha, elas vão se limitando a algumas opções. É como brincar de Lego: pouco a pouco a junção das peças vai formando um objeto (nesse caso uma situação) e a probabilidade de formar objetos diferentes vai diminuindo. Essas opções são o que os profetas anunciam. Isso não signifi-ca determinismo, mas possibilidades. O Akasha é uma constru-

5 Madame Blavatsky, russa sensitiva, fundadora da Sociedade Teosófica.

6 Rudolf Steiner, filósofo e iniciado alemão que desenvolveu a Antropo-sofia, ciência da espiritualidade. A Medicina Antroposófica, a Agricultu-ra Biodinâmica e a Pedagogia Waldorf, são as aplicações práticas da Antroposofia.

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ção coletiva na qual você é um dos criadores ativos. Todos podem influenciar e por ele ser influenciados.

A internet é o que mais se aproxima ao inconsciente coletivo. As informações contidas nela dobram a cada hora e essa velocidade continua aumentando constantemente. Um programa estatístico original chamado Web Bot, comporta mais de 300.000 palavras-chaves com indicadores de contextos emocionais, varre as informações presentes na net e aplica um algoritmo especial para prever o futuro. Segundo os autores, esse programa foi capaz de prever a queda das Torres Gêmeas em Nova Iorque ou o terremoto no Japão, que destruiu a central nuclear de Fukushima.

O governo americano está apoiando as pesquisas do renomado Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), que pretende criar seu próprio logaritmo, batizado IARPA, para estudar as tendências políticas e sociais, além de prever pandemias através das informações existentes na net. Isso mostra que a realidade pode ser, em muito, uma determinação matemática dependente das ações de cada um e não apenas devido ao azar.

MUNDO VEGETAL Existe também o banco de dados das plantas, com as

informações das qualidades e missões dessas. Esses conheci-mentos podem também ser acessados intuitivamente como o fez Edward Bach, o criador dos Florais de Bach, internacio-nalmente conhecido por suas virtudes curadoras das emoções. Ele, ao sentir uma emoção negativa, entrava em contato com a natureza e se deixava guiar até a planta que o curaria. Dessa forma, catalogou 38 essências que curam do egoísmo ao medo, da culpabilidade à nostalgia. O vegetal é vital à humanidade que, na grande maioria, não mantém nem a mínima comunica-ção com esse. Se você tomar consciência dele, vai encontrar um mestre sábio, forte e enraizado.

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MUNDO ANIMAL Os animais no xamanismo representam os arquétipos do

poder do homem. Esse poder pode estar desperto e ser uma força manifestada ou estar adormecido. O caminho de cada ser humano é o de manifestar completamente seus poderes através dos arquétipos animais. Existem vários animais associados a cada pessoa e possuem missões diferentes: o Animal de Poder, o Animal Negro, o Animal Alado e o Animal Dourado7. O feto, no seu desenvolvimento, revive em alguns dias toda a evolução da terra, passando de estrutura de guelras (sem função de respiração) ao anfíbio com uma cauda, para depois essa se reabsorver e aparecerem mãos e pés humanos. Isso mostra de forma física a memória animal presente nas células humanas.

Há muita informação presente no seu inconsciente que provém do mundo animal, trazendo toda a história da evolu-ção terrestre. Esse banco de dado é muito valioso e contém o berço da sabedoria e poderes humanos. O ser humano deverá banhar cada uma dessas qualidades animais com o poder da consciência.

MUNDO MINERAL Os minerais são as formas mais estruturadas na natureza e

são essenciais para a vida. Os cristais de rocha, a mica e os metais possuem capacidades de transmissores de energia e são utilizados nos computadores para armazenar informações. Cada mineral, por sua composição, sua estrutura e cor carrega

7 Em todas as tradições xamânicas os animais são os arquétipos de poder que cada ser possui dentro de si. Esses animais representam o ego e o seu desenvolvimento, passando pela sombra, o mental e o espírito.

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em si inúmeras possibilidades terapêuticas. Pela sua capaci-dade de armazenar informações, podem ser usados para acessar as informações presentes no seu campo energético e ajudar você a se conscientizar e transmutar essas energias parasitárias. Basta para isso segurar um cristal de rocha, por exemplo, e permitir que ele passeie à sua volta cerca de dez centímetros do seu corpo, estando atento às informações que chegam à sua mente. Pode ser ao nível de sensações, lembran-ças ou símbolos.

A terapia através dos cristais utiliza pedras diversas em combinação com os chacras, centros de energia no corpo, para harmonizar as energias e permitir o fluxo vital. Dessa forma, os cristais dissolvem os bloqueios e colaboram com o restabeleci-mento e a manutenção da saúde.

O mundo vegetal, mineral, assim como o animal, são perfeitos e permitem a sua sobrevivência. Eles dão alimento, matéria-prima, medicamento, oxigênio, entre outros. São estru-turas primárias de perfeição nas quais o ser humano pode encontrar a matriz originária e se curar.

MUNDOS ESPIRITUAIS Há um banco de dados muito especial e importante. Trata-

se dos Mundos Espirituais ou sutis. Digo “sutis” para sublinhar o fato de serem constituídos de matéria, mas em outro nível de vibração. Eles são muito mais próximos do mundo material do que se pensa e não há barreira, nem mesmo da morte, para a comunicação com esses planos. Anjos, mestres ascencionados, Jesus, Maria, seres desencarnados, todos estão disponíveis para ajudar você em todos os níveis, da energia densa à espiritual.

Na maioria das vezes, as pessoas veem os mundos espirituais como algo muito longínquo, algo etéreo e desconectado com o quotidiano. Mas se Deus ou uma força superior criou o homem e o universo material, por que não

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teria ação nele? Todo dia você vê os efeitos da eletricidade, que é imaterial, na matéria. Você não vê a eletricidade, mas comprova sua existência pelos seus efeitos. Assim também com a força divina. Você não a vê, mas tudo o que existe comprova sua existência. O domínio do espírito sobre a matéria é muito maior do que admitido.

Uma vez acordei no meio da noite e, indo em direção à cozinha, vi uma luz, algo como um raio que se demorou um pouco ao meu lado direito. Quando me virei para ver o que era, a luz estava desaparecendo. Senti como uma presença neutra, porém familiar. No dia seguinte cedo, atarefada com as crianças e a casa, nem tive tempo para pensar no acontecido. Depois que elas partiram para a escola, saí na manhã muito ensolarada e agradável para correr na floresta, quando me lembrei do fato ocorrido à noite. Me perguntei o que seria. Percebi que tinha sido completamente diferente de tudo o que já havia visto e que provavelmente não se tratava de um espírito humano. Estava pensando, um pouco incrédula, que talvez poderia ter sido um anjo, quando liguei o rádio de ouvido e uma música (Ron, 1992) tocava em italiano dizendo, ou melhor, respondendo “tutti quanti hanno il suo angelo” “il bandido, il santo, il … Tutti hanno il suo angelo”! (todo mundo tem seu anjo; o bandido, o santo….). Ri dessa comunicação tão notável que os mundos espirituais organizam com meios tão materiais! Afinal, por que eles não teriam, até mais do que nós, controle sobre a matéria?

Uma pequena observação, considerando o panorama espírita brasileiro, mostra como os espíritos se desdobram para demonstrar sua existência. Aquilo que era tabu há mais de 150 anos quando foi escrito o Livro dos Espíritos por Allain Kardec (Kardec, 1858), é agora exposto ao grande público com as obras e filmes baseados nas obras de Chico Xavier, considera-do o maior médium de todos os tempos. Durante mais de um século, muitas pessoas aprenderam, aqui no mundo físico ou

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no espiritual, a abrir seus canais para a comunicação entre os dois mundos e não se conta mais o número de médiuns encarnados no planeta. Da psicografia (escrita mediúnica) à psicopictografia (pintura mediúnica), os espíritos provam sua existência de modo claro. Mais do que tudo, você também é um futuro ser desencarnado. Woody Allen tem uma definição perspicaz e mórbida da vida como uma “doença mortal sexualmente transmissível”! Dentro de 120 anos nenhum dos 7 bilhões de seres humanos atualmente existentes estarão vivos. Portanto, tome consciência desse nível tão próximo de você mesmo e aproveite das informações que ele possa fornecer!

A explicação do esquema a seguir é que o GPSE é ativado pelo alinhamento eletromagnético entre o que o mental quer (hemisfério esquerdo) e o que o coração sente. O coração e a mente vibram em uníssono, formam um campo eletro-magnético poderoso, que atrai a situação ideal para o seu crescimento, criando as sincronicidades. O GPSE se alinha com todos os campos de informações e envia as informações necessárias ao hemisfério direito (antena). O cérebro total vai decifrar em imagem, palavras ou sensações. O lado racional coordena a realização das ações para a manifestação da realidade desejada.

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4. Um esquema explicativo do GPS Espiritual

campo magnético atrai realidade

Cérebro traduz a informação em sinal perceptível

Hemisfério esquerdo segue as ordens.

Mental + coração = campo eletromagnético ativa o GPSE

GPSE: focalização e confiança. Antena hemisfério direito ativado

Holonet: banco de dados humano, da natureza, terrestre, espiritual, cósmico

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CAPÍTULO 3

INTERFERÊNCIAS DE RECEPÇÃO

"O meu desejo é que conseguisse eliminar todos os pensamentos que

envenenam a minha felicidade, mas eu tiro uma espécie de prazer

ao ser indulgente com eles." Frederic Chopin

1. Tipos de bloqueios

Você tem seu GPSE, mas ele pode estar funcionando mal devido às interferências na recepção do sinal, causadas por certos programas pessoais. O funcionamento do GPSE foi reprimido durante milhares de anos, desde que aqueles que queriam ter o poder, como governantes, poder religioso ou monetário, perceberam que poderiam controlar as pessoas se elas não tivessem mais acesso à sua orientação interna.

Mulheres e homens foram acusados de bruxaria e mortos por ter usado seu GPSE, como no caso de Joanna D’Arc. Usar a intuição foi historicamente muito perigoso e você pode, inconscientemente, ter vários bloqueios poderosos herdados do inconsciente familiar e coletivo através da educação, religião e tabus socialmente partilhados. Esses bloqueios devem ser primeiramente compreendidos e levados à luz da consciência para ter a possibilidade de serem curados.

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Quais são esses mecanismos que impedem você de se abrir à intuição? Trata-se dos esquemas e condicionamentos, os pensamentos limitantes, entre outros. Tudo isso é produto do ego ignorante, que quer controlar sua vida. A seguir vamos compreender alguns desses bloqueios. ESQUEMAS

São um conjunto de atitudes pré-estabelecidas e interioriza-das de como se comportar em determinados contextos. Eles são, na sua maioria, velhos programas que passam de geração a geração e que permitem que desde o início você tenha uma base para decriptar o mundo e poder interagir com esse. Existem vários esquemas rodando na sua máquina: aquele de como se comportar nas refeições, o de como andar no trânsito, o da comunicação social e também os mais elementares como o de dar e receber afeto. A maioria das pessoas confia nesses esquemas pré-estabelecidos. O problema é que eles são frequentemente desatualizados e não permitem mais decriptar a realidade de modo eficiente. Elas não estão em contato com a realidade, apenas com uma ideia que sua mente faz dessa.

O problema da vida é que ela nunca para e se desenvolve constantemente. Essas mudanças exigem que você se readapte com frequência. Cada momento é único e pede respostas adaptadas. Não adianta aplicar sempre o mesmo programa, seja ele de proteção ou de ataque, a toda situação. O importante é estar integrado a ela, recebendo o que a situação oferece para você e respondendo com uma ação justa. A ação justa não é a ação feita pelo ego, baseada na reação, no medo, egoísmo ou orgulho, mas sim, aquela que é feita baseada na compreensão profunda do momento, do outro e de si mesmo.

Você necessita reconhecer seus esquemas e os pensamen-tos de medo que os criaram para poder permitir que sua essência tome a direção.

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CONDICIONAMENTO Ele é o resultado de esquemas que se automatizaram em

comportamentos mentais e físicos. Qualquer modo de agir, por mais natural que pareça ser, foi primeiramente aprendido a partir de esquemas. Em seguida cada passo foi repetido muitas e muitas vezes até se automatizar e se tornar um condiciona-mento.

Todos têm esquemas e condicionamentos que, mesmo não sendo adequados e causando sofrimentos, nunca foram atuali-zados. No momento da necessidade não há tempo de pensar na melhor solução, o primeiro impulso que vem à tona, aquele repetido centenas de vezes e que se tornou parte da sua natureza. Todas as boas intenções de agir diferentemente vão por água abaixo e você parece estar vendo aquele mesmo filme se repetir.

Quando se quer modificar um condicionamento é necessá-rio primeiramente reconhecê-lo como tal e criar um outro esquema mais válido, além de repeti-lo algumas vezes na sua mente. Talvez uma ou duas vezes você poderá cair no mesmo velho esquema, mas aos poucos a consciência do novo processo vai chegar mais rápido e você vai poder agir de modo mais maduro e adequado. Não se julgue pelas quedas e tenha paciência consigo mesmo.

FOCALIZAÇÃO NO NEGATIVO Focalizar é escolher uma informação entre as milhares que

você acessa nesse momento. Por exemplo, você recebe neste momento todas as informações sobre a posição do seu corpo, mas se eu disser para você sentir o polegar direito, você escolheu se fixar nessa informação entre tantas possíveis.

Na física quântica, a Experiência da Fenda Dupla citada anteriormente mostra o poder da focalização. A realidade material é feita de partículas e a matéria em si só existe porque é observada. Sem saber disso, os antigos sábios já diziam que a

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realidade é como você a vê. O problema é se fixar de forma condicionada nos problemas, nos defeitos, nas dificuldades. Dessa forma, é muito provável que o que você não quer seja exatamente o que vai obter.

Perceba como o corpo reage diferentemente quando você está estressado de quando você está relaxado. Para você pensar no que não quer você tem que sentir o que não quer, para reconhecer esse sentimento desagradável e querer se proteger dele. Se você sente que não quer ficar estressado é porque seu corpo está emitindo sinais de estresse, que desencadeiam uma cascata de 1400 processos hormonais, que culmina numa ação imunossupressora e degenerativa, ao passo que o relaxamento é imunoestimulante e regenerante!

O seu coração está onde você coloca sua atenção. Se o sentimento é de rejeição, raiva, impotência ou vingança, é exatamente isso que vai se tornar a sua realidade. Existem pessoas que se focalizam na pobreza pensando “eu não quero ficar pobre”. Isso é muito diferente do que pensar “eu quero ser rico”. Portanto, esteja atento aos pensamentos, mas ainda mais aos sentimentos!

A melhor forma é sentir o que você deseja como se já fosse uma realidade. Você não se concentra sobre a falta de chuva, você focaliza “na chuva” e não na “falta” dela. Você sente a chuva e não a seca e a angústia da falta de água. Você cria a certeza de que isso já existe e que apenas necessita tempo para se concretizar. A focalização permite direcionar toda a energia para criar a experiência necessária à realização do seu desejo.

Meditação é o nome que se dá à prática de focalização. Não importa o método, existem centenas, mas todos treinam essa capacidade. Mesmo o chamado “esvaziar a mente” nada mais é do que focalizar no vazio, na “não permanência” das coisas, na essência. Aprender a focalizar é uma das principais necessida-des do usuário intuitivo do GPSE.

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Quando a humanidade aprender que seus pensamentos conscientes e inconscientes criam o mundo que ela observa, conhecerá a obra de Deus e será cocriadora com Ele.

AUTOSSABOTAGEM Você pode querer muito alguma coisa, mas se autossabotar

quando, internamente, existirem desejos contraditórios. Um desejo de ter um novo emprego pode se confrontar com um desejo de ter um bebê, se emprego e maternidade forem contraditórios dentro de você. É importante tomar consciência dessas barreiras e transformar tais pedras no caminho em uma escada que vai levar você à sua maior expressão.

Você percebe a autossabotagem quando: - deixa de lado seus interesses para cuidar dos problemas

dos outros (às vezes contra a própria vontade do suposto interessado!);

- encontra inúmeras justificativas para não fazer algo que seria bom para si mesmo e que daria prazer;

- acha que não merece ser feliz como os outros; - fica sempre doente em horas cruciais para o seu futuro,

como no dia do vestibular ou no primeiro dia do trabalho; - tem medo de falhar e acaba nem mesmo tentando; - muito motivado, desiste na primeira dificuldade; - fica sempre lembrando de frases desvalorizantes e tem

medo da opinião dos outros; - vê na falha uma derrota, paralisando-se na queda. É como

cair e ficar no chão, recusando qualquer mão que tente ajudar a se levantar; tem a sensação de que apenas assiste a vida passivamente enquanto os outros estão vivendo e aproveitam dela.

Esses são apenas alguns dos sinais da autossabotagem e o ponto principal deles é um ego muito forte, que necessita de aprovação exterior para se sentir seguro e que comanda a sua vida baseado no medo. Isso pode ter causas profundas, como

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princípios familiares ou religiosos, mas nega aquilo que há de mais precioso: você! Você veio com um programa muito especial e complexo, feito de camadas biológicas, emocionais, mentais, sociais, familiares e espirituais que se interconectam e interagem. Em algum nível, você e a humanidade formam UM e por isso você tem um papel vital nessa trama. Ninguém tem mais valor do que outro e todos pesam da mesma forma. Como diz Gabriela Ricq-Chappuis (Ricq-Chappuis, 2008), terapeuta dos corpos energéticos, no seu livro Guérir des Blessures Familiales (Nossas Feridas Familiares – ainda não publica-do em língua portuguesa), é como se todos fossem lâmpadas idênticas de 200V, mas algumas estão mais empoeiradas do que as outras e a luz tem mais dificuldade de brilhar.

Para acabar com a autossabotagem, basta se concentrar na sua essência e deixar que ela se manifeste, com a confiança de uma criança dando seus primeiros passos sabendo que a mãe está logo atrás para ampará-la. Aprenda a amar a si mesmo em primeiro lugar e então será capaz de realmente amar o próximo. Lembre-se: ame o próximo “como (amas) a ti mesmo”! A sua capacidade de amar o outro é igual à sua capacidade de amar também aquele que você conhece em todos os mínimos erros e imperfeições: você mesmo! Se é capaz de perdoar a si mesmo, poderá perdoar os outros, que são tão imperfeitos quanto você. O contrário, perdoar o outro sem ser capaz de perdoar a si mesmo, é uma ilusão, uma projeção e não algo real.

Parta do princípio de que parar de se autossabotar corres-ponde a aprender a se amar e faça disso um caminho de vida!

PENSAMENTOS LIMITANTES As conclusões que as pessoas fazem de si mesmas, dos

outros e das situações são os pensamentos limitantes. Eles são um produto do julgamento e resistem às mudanças, cristalizan-do o objeto em um conceito. “Eu sou incapaz”, “ele é mau”,

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“isto pode”, “isto não pode”, são alguns exemplos de pensamento limitante. Meus clientes normalmente me dizem: “eu sempre fui assim”, “é a minha natureza ruim” ou “minha mãe sempre me disse que eu não tinha jeito para matemática”. O que faço é mostrar a eles que esses autoconceitos, fonte de infelicidade e sofrimento, foram adquiridos baseados em conceitos aprendidos que podem ser “desaprendidos”. Todos podem evoluir e se modificar.

A criança impotente face à disputa dos pais, sem com-preender o que realmente se passa, pode chegar à conclusão infantil que é a causadora das discórdias, seja isso realidade ou não. Ela pode ter um sentimento incompreensível de “culpabilidade” quando adulta, sem se recordar de onde tirou essa conclusão.

Quando aprofundam a compreensão desses autojulgamen-tos, meus pacientes, na maioria das vezes, compreendem que têm a liberdade de se transformar e sair dos limites auto-impostos que causam sofrimento.

Tome consciência de todos os meios que influenciaram a construção da sua identidade, de suas opiniões. Existem várias fontes de influência, sendo algumas delas muito poderosas, como os pais, irmãos, amigos e professores. Outras fontes podem ser a mídia em geral (televisão, música, jornais, revistas, livros e os estereotipos por ela veiculados como o modelo de sucesso, de beleza, de poder), a religião, os estudos e, claro, você mesmo através de suas experiências pessoais.

PENSAMENTO POSITIVO Presa a um pensamento limitante, a criança-adulta não

poderá se sentir melhor somente com a repetição do pensamento positivo “eu tenho valor e me amo como sou”, se não conseguir sentir a verdade dessas palavras dentro de si. Enquanto houver conflito entre essas duas maneiras de ver a si mesmo não haverá paz. Lembre-se do poder do sentimento sobre a mente!

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Sem a verdadeira compreensão de si mesmo, o pensa-mento positivo no ser humano só serve de proteção contra seus medos e não ajuda a reconhecer e muito menos compreender e transmutar esses medos.

A corrente do pensamento positivo se baseia na doutrina-ção das emoções, fazendo uma atualização positiva nos esquemas herdados. Ou seja, ensina uma nova maneira de pensar, mais positiva e portadora de felicidade e autoestima. Na tradição tibetana, como conta Bel Cesar (Cesar, 2004) em O Livro das Emoções, o pensamento positivo serve para nos ajudar a deixar de lado as emoções negativas enquanto ainda não sabemos lidar com elas. Porém, em um certo momento da sua caminhada você vai ter que aprender e para isso deverá saber enfrentar e transformar suas emoções.

Infelizmente, por falta de compreensão muitas pessoas confundem pensamento positivo com diabolização de qualquer constatação que ela considere negativa. Não há positi-vo ou negativo, há apenas situações que revelam e permitem acabar com as autoilusões que separam você da sua essência. Faz parte do processo de “atualização” de seus programas ancestrais olhar objetivamente aquilo que você é: seus limites e suas partes imaturas, permitindo se autoeducar com amor e perdão, nem mais nem menos. Se alguém pensa em expandir seus negócios, vai em busca de mercados carentes, virgens e com capacidade de desenvolvimento. O mesmo acontece com você: crescer é explorar suas áreas imaturas e com potencial de desenvolvimento!

O ato de pensar deve ser acompanhado do ato de sentir e o sentir tem que ser saudável para poder ser confiável. Pode acontecer que a ferida não se cure com o pensamento positivo porque está ligada a um esquema vital do ego. Se o ego se identifica com a vítima, eliminar a vítima com uma frase positiva se torna uma ameaça à sobrevivência do ego e não funcionará. Como então agir frente a um pensamento

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negativo? Simplesmente reconhecendo-o pelo que ele é: uma incapacidade de sentir amor pelos outros, mas principalmente por si mesmo.

Todas essas situações devem ser curadas. Existem dezenas, talvez centenas de possibilidades de cura. Você pode, uma vez reconhecida a crença desvalorizante sobre si mesmo e sua capacidade, observar onde não há amor. Em seguida, pensar no caso de alguém que você ame muito e a quem fosse capaz de perdoar todos os erros. Que nova frase valorizante você iria dizer a ela, baseada no amor e perdão e que fosse verdadeira? Substitua a crença desvalorizante pela nova.

Eu também sigo a pista do tratamento das feridas interiores e das terapias de psicologia energética como o EFT, além da cura pelo perdão. Vou mostrar no próximo capítulo como você poderá fazer a cura de seus bloqueios intuitivos através dessas técnicas.

RACIONALIZAÇÃO E AUTOTRAIÇÃO Sem acesso à Holonet, o ser humano é um barco à deriva,

dependente justamente daqueles que querem controlar. Quem controla? Todos querem controlar em um ou outro nível. Isso é natural nas pessoas guiadas pelo ego imaturo. Você é seu próprio carrasco, cria sua própria realidade, controla e é controlado. O ego acha que as informações intuitivas são estrangeiras a si mesmo e desconfia delas. Ele tem medo da intromissão de informações que arriscam ir de encontro com seus esquemas, por isso cala a voz da intuição paulatinamente, até essa voz se tornar inaudível.

O ego pode usar da racionalização para não ouvir o GPS Espiritual. Isso ocorre quando você teve uma intuição, mas depois começou a se questionar e a colocar um monte de “sim, mas…”. Ao ir contra sua intuição você está traindo a si mesmo e à sua inteligência interior. Geralmente nessa conversa quem ganha é o ego, pois a intuição apenas é e não entra nessas

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discussões. Para ela o único argumento é “você tem que confiar, as coisas acontecerão da melhor forma possível”, e esse argumento é inaceitável ao ego.

Quantas vezes não aconteceu de você se maldizer por não ter seguido um sinal interno, como aquelas vezes que você disse a si mesmo “eu sabia de toda minha alma que tinha que dizer “não”, mas tive medo de ofender o outro” ou “sabia que não era para ficar ali no banco, mas não quis parecer idiota e fiquei. Se eu tivesse ido embora não estaria no assalto”? Isso é a autotraição, que causa dor e culpabilidade. Por causa disso, muita gente para de dar ouvido à intuição e evita assim encará-la, com medo da condenação pela sua falta de confiança. Essa é uma reação do ego, não do GPSE, que jamais castiga para você “entrar na linha”.

A racionalização é o que os tibetanos chamam de macaco agitado, pois ele parece pular, correr, se agitar em nossa mente, que não consegue se controlar. O seu maior motor é o medo: de errar, de não saber o suficiente, de confiar na intuição, do que os outros vão pensar, de não ser amado, de não ter valor. O ego, separado que está do divino, se sente eternamente incompleto e morre de medo de não encontrar a plenitude. O receio do olhar do outro ou da sociedade é a sua necessidade de ser amado e aceito. Para o ego, o amor deve vir de fora e não imagina descobrir esse amor em si mesmo. Quanto mais os indivíduos estão satisfeitos e utilizam o seu potencial, mais a sociedade aproveita positivamente. Se você está em paz consigo mesmo, não pensará em fazer guerra com os outros.

Limpando pouco a pouco todo lixo mental que você produziu de maneira inconsciente desde o início de sua criação, a interferência na recepção da Holonet diminui. Essa limpeza vem do trabalho interior e ele começa pelo reconheci-mento da existência de tais bloqueios.

O GPS Espiritual, por amor, mostra a você o caminho de menos sofrimento. Ele dará sempre conselhos amigáveis, vai

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guiar você em direção à abundância, ao amor e à felicidade. Se você não se considera digno e tem uma autoestima baixa, então não se permitirá ter intuição. Irá se afastar dessa voz de sabedoria e de amor, que sempre o encorajará a utilizar todo seu potencial.

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CAPÍTULO 4

A CURA DOS BLOQUEIOS

Não tenha medo de enfrentar um galho difícil.

É lá que se encontra o fruto. H.Jackson Brown

Vou aconselhar uma heresia: cure a si mesmo. Apesar de

que certamente a ajuda de um profissional possa facilitar um processo, ajudando com técnicas para trazer o inconsciente à superfície, você é quem se conhece melhor e sabe onde se encontram suas feridas. Lembra que eu disse que você integra os vírus dos pensamentos limitantes em seu programa, mas que, ao mesmo tempo, também integra o antivírus? Pois o antivírus é a tomada de consciência e a capacidade de perdoar: perdoar aos outros, mas também a si mesmo.

Sabendo dos vários aspectos que compõem seu ser, seja o carma pessoal e familial, sua história e os desafios atuais que você enfrenta, pode-se fazer um processo de perdão real e a maioria dos problemas se resolvem. Coloque como objetivo a cura de suas feridas emocionais e seu GPSE vai mostrar o melhor a fazer para que você alcance seu objetivo. Aprender a amar de verdade a si mesmo é a chave para a cura do espírito e do corpo.

Realizei sozinha a maioria dos meus processos de tomada de consciência e de perdão usando meditação EFT,

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Ho’oponopono, entre outros. Isso me permitiu a cura de problemas físicos, o resgate de mais de vinte encarnações passadas, cura de parte do carma familiar, parar de fumar depois de 14 anos de vício. Tenho sempre em mente de que no final estarei em paz comigo mesma em relação à situação de dor que estou passando. Estou aberta a todas as orientações do meu GPSE e sigo à risca o que é sugerido. Tenho plena confiança na inteligência de minha alma e sei que, por maior dor e sofrimento que venha, o final é sempre um grande presente de amor, paz e expansão de consciência.

Como e qual será o processo “não é meu problema”: pode ser que eu conheça uma técnica, que eu sinta que tenha que ir procurar um terapeuta, ou que tenha que esperar e meditar, que um livro caia nas minhas mãos ou que eu tenha a oportunidade de enfrentar mais uma vez minhas sombras para aprender a perdoar.

Um conselho: tenha muita paciência consigo mesmo e persevere na sua própria cura. Você vai se sentir cada vez melhor e mais feliz.

1. Feridas emocionais

Você certamente já ouviu essas expressões: o orgulho

ferido, o golpe pelas costas, a tristeza que dói no peito. Você usa metáforas de ferida para essas sensações porque sabe, sem saber, que são exatamente isso: feridas emocionais. Cada pessoa possui não uma ou duas, mas centenas! Todo trauma, incompreensão, violência verbal ou física, injustiça, abuso moral, acidentes, autotraição, doença, entre outros, podem criar ou reabrir feridas que ficam à mercê do dedo da realidade que toca, muitas vezes sem querer, causando dor.

Pode ser que o fato de ter deixado de escutar seu GPSE seja a causa do sofrimento (como na autotraição). Você pode ter essa sensação porque acabou dando mais importância a

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opinião alheia do que seu próprio bem-estar. Esse trauma é uma pequena ferida que pode se ativar cada vez que o GPSE tenta se comunicar. Isso dói um pouco e o ego não deixa livre curso ao GPSE porque teme essa dor.

Para curar uma ferida é preciso saber onde ela se localiza para então tocá-la a fim de limpá-la e suturá-la se necessário. Isso pode doer, mas depois cicatriza. Assim também são suas feridas emocionais. Elas precisam ser expostas pela vida para você tomar consciência delas e as curar, com amor e perdão. Porém, quando alguém sofre, geralmente tende a culpar o dedo que toca sem querer sua ferida e evita ter que encarar sua dor, olhando em si mesmo e se curando.

O GPSE mostra o caminho para a cura. Uma vez cicatrizada, você não precisará nunca mais temer o dedo do destino. Você pode seguir de peito aberto e as oportunidades serão uma fonte de alegria e realização.

Para curar suas feridas emocionais, mas também todos os outros bloqueios de que falei, você pode usar vários métodos, indo da hipnose à Programação Neurolinguística, do Thetahealing aos florais, passando pela Arte-terapia ou Reiki. Atualmente uso principalmente dois métodos: o EFT e o Ho’oponopono. Vou explicar ambos a seguir.

Veja mais sobre essas feridas e como curá-las no vídeo GPS Espiritual- Feridas Emocionais no YouTube.

2. Cura energética: EFT – Emotional Freedom

Techniques®

O EFT, ou, em português, a Técnica de Liberação Emocional - TLE, foi criado pelo engenheiro Cary Graig. Ele se baseou nos ensinamentos do Dr. Callaham, que uniu os conceitos de meridianos energéticos da medicina chinesa à psicologia e descobriu que “a causa de toda emoção negativa é

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uma disruptura no sistema energético”. Também descobriu que, ao fazer pequenas percussões com as pontas dos dedos nos pontos de acupuntura, o bloqueio no meridiano se desfa-zia, reequilibrando o sistema energético. Para cada problema ele criou uma sequência de pontos de acupuntura a serem estimulados e o método se compunha de centenas de sequên-cias diferentes, ou algoritmos, um para cada situação específica.

Gary Craig, engenheiro e alguém muito prático, tem o mérito de ter condensado a complexa técnica do Dr. Callaham em uma sequência muito simples. Ao percutir certos pontos específicos no corpo (eles são 8 na sequência curta, 14 na longa), todos os meridianos são acessados e qualquer que seja o meridiano em disruptura, esse será harmonizado. O problema da complexidade desse método foi resolvido!

Mestre em Programação Neurolinguística (PNL), Gary

Craig integrou à técnica dos meridianos certos princípios de tomada de consciência dos sentimentos, pensamentos e esque-mas, permitindo a modificação desses através da harmonização energética. Ele percebeu que, não somente emoções negativas, como também dor física, bloqueios mentais ou pensamentos limitantes, eram resultantes da disruptura energética e por isso deu o seguinte conselho: tente EFT em tudo! Para testar sua técnica, tratou de veteranos do Vietnã que sofriam de síndrome pós-traumática e estavam sob terapia e tratamento químico pesado há vinte anos e o resultado após apenas quatro sessões de uma hora foi surpreendente: eliminação em média de 80% dos sintomas como pesadelos, nervosismo e pensamentos invasivos do trauma! Eu utilizo o EFT desde 2007 e observo como é poderosa essa técnica para a transfor-mação de crenças e cura das feridas emocionais. Trabalho com o EFT nos casos de traumas, fobias, compulsões, problemas emocionais, além de problemas físicos, que são na sua maioria resultados de estados emocionais tóxicos. Baseada na minha

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própria experiência, quando parei de fumar após quatorze anos como fumante inveterada, criei um curso associando EFT, psicologia cognitiva e visualização para eliminar a dependência física e psicológica ligada ao tabaco.

Atualmente, há muitas técnicas baseadas no sistema energético, cada uma reivindicando uma particularidade que a tornaria mais eficiente ou mais profunda. Para designar essa nova classe de terapias que utilizam os conceitos de meridianos e psicologia, surgiu há pouco tempo o termo de “Psicologia Energética”.

Se quiser aprender o EFT mais profundamente, você pode procurar na internet a apostila básica, que é disponível gratui-tamente, e treinar. Você também pode aprender a técnica de base para usar em todas suas dificuldades no vídeo GPS Espiritual – EFT –Sequência Curta no YouTube. O uso dessa técnica é seguro e pode ser praticado por qualquer pessoa na vida pessoal ou profissional. Somente se você quiser usar o termo “EFT Practitioner” ou terapeuta em EFT, deverá passar por uma certificação.

Um caminho de cura que proponho pode ser usado para

todos os problemas existentes: 1. Conscientização do problema e neutralização de todos os

seus aspectos através do EFT, visualizando a ferida e fazendo a sequência básica até ela cicatrizar completamente.

2. Em seguida fazer o fechamento com chave de ouro através do Ho’oponopono, que ensina o perdão que limpa os canais energéticos e permite que o amor que jaz dentro de cada um flua.

Vou explicar a parte terapêutica em detalhes nos capítulos 7

e 8. O amor é a resposta para todos os problemas. Se você utilizar essa técnica para lidar com os pequenos problemas em

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sua vida assim como com os grandes, eles não serão mais fonte de sofrimento, mas de crescimento consciente. O problema não será mais visto como uma punição, mas como experiência e possibilidade de crescimento.

Nesse livro não vou detalhar o processo básico do EFT, mas irei diretamente à cura do bloqueio intuitivo. Por exemplo, a terapeuta especializada em EFT Deborah Lindsey (Lindsey) usou o EFT para desbloquear a intuição de um cliente. Usando cartas para adivinhação ela fez um teste e seu cliente acertou 2 sobre 10.

Utilizando técnicas de abertura da intuição a pontuação do seu cliente melhorou muito pouco, cerca de 3 sobre 10. Fazendo EFT e encontrando metáforas para o bloqueio de seu cliente, este “viu” como se o seu cérebro estivesse “entupido”. Então fizeram o EFT até desentupir o cano intuitivo! O resultado foi surpreendente, chegando a 7 sobre 10!

Proponho a seguir um exercício para reativar seu GPSE.

Esta e a próxima parte, “Ho’oponopono”, pode ser acompa-nhada no vídeo do YouTube: GPS Espiritual – Reativação do GPSE.

EXERCÍCIO PARA REATIVAR O GPS ESPIRITUAL

USANDO O EFT Pense em reservar pelo menos meia hora para este

exercício, tomando cuidado para não ser interrompido. Tenha um papel e caneta à mão para anotar o progresso do exercício.

- O primeiro passo é perceber as vezes em que a intuição

quis ajudar e como sua mente agiu para convencer você do contrário. Conhecer o discurso autossabotador da mente é primordial para desmascarar o ego inconsciente.

Por exemplo: “Aquela vez que minha intuição me disse que eu deveria tirar minha carteira da bolsa e colocar no meu

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casaco. Achei que era negativismo pensar em desgraças e decidi deixar como estava. Meia hora depois minha bolsa foi roubada no bar.”

- Comece por especificar seu problema. (Bloqueio intuitivo, falta de confiança, dificuldade em

conseguir silêncio interior, medo, falta de perdão, etc.). Anote na sua folha.

- Tome consciência da opinião negativa que você tem de si mesmo quando se lembra dessa situação (fui influenciável, incapaz, fraco, medroso, inconsciente…).

- Observe a emoção que surge quando pensa isso de si mesmo (raiva, tristeza, humilhação, fraqueza…). Se há mais de uma emoção, comece pela mais forte. Anote.

- Sinta essa emoção em seu corpo ou visualize-a. Seja o mais específico possível. Diga: sensação de “pedra dura”, “constrição” ou “amargo” na garganta, mais do que somente tristeza que é muito vago. Anote a localização da sensação.

- Dê uma intensidade a essa sensação: 0 se não sente nada e 10 para a máxima intensidade. Anote.

Em seguida faça uma sequência de EFT: - Preparo: enquanto estiver esfregando o “Ponto Doído”

(círculo duplo na figura da página 64) repita 3 vezes esta afirmação: “apesar de ter esse(a) ……… (sensação) eu me aceito profundamente e completamente”.

- Sequência: Para facilitar, veja no esquema mais adiante os pontos: PIS (ponto interno da sobrancelha), PLO (ponto do lado do olho), PEO (ponto embaixo do olho), PEN (ponto embaixo do nariz), PEB (ponto embaixo da boca), POC (ponto osso da clavícula), PEA (ponto embaixo da axila), PEC (ponto em cima da cabeça). Bata com as pontas dos dedos indicador e médio aproximadamente 5-7 vezes em cada um dos pontos de energia repetindo, a cada ponto, a frase

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lembrete: “esse(a) …….” (sensação). Note que não é importante qual mão você usa nem o lado do corpo. Pode mesmo fazer parte da sequência nos pontos do lado direito e parte no lado esquerdo. Pode também fazer os dois lados ao mesmo tempo!).

- Após as batidinhas, reavalie a intensidade da sensação: se ainda existir, dê um valor a ela e repita a sequência.

- Nas rodadas subsequentes, a afirmação do Preparo e a

Frase Lembrete devem ser ajustadas de modo a refletir o fato de que você está focando o resto do problema ou seja, faça o “Preparo” usando 3 vezes a seguinte afirmação: “apesar de ter esse(a) resto de ……… (sensação) eu me aceito profundamente e completamente”. Você precisa fazer essa segunda preparação somente uma vez por sensação.

- Em seguida, faça as batidinhas usando a frase lembrete:

“esse resto”. Reavalie a intensidade a cada rodada. Repita esta última parte quantas vezes for necessário enquanto houver a sensação negativa. Se outra sensação negativa ou incômodo físico aparecer, refaça a sequência com o preparo e as batidinhas até tudo desaparecer.

- Depois faça uma sequência de EFT repetindo 3 vezes a

seguinte afirmação enquanto massageia o Ponto Doído dizendo: “mesmo eu não tendo seguido minha intuição eu me aceito e me perdoo profundamente e completamente e refaço uma ligação de confiança e amizade, me abrindo a essa orientação sábia”.

- Diga então a frase lembrete “religando com meu GPS Espiritual” enquanto faz as batidinhas nos pontos de energia.

- Termine fazendo o processo de Ho’oponopono que explicarei mais adiante.

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Marjorie Mizumoto

FIGURA 1: PONTOS DE PERCUSSÃO NO TLE/EFT

P

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3. Cura pelo perdão: Ho’oponopono

“O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das

características do forte”. Mahatma Gandhi

Esta técnica é incrível pela sua simplicidade e eficácia!

Sempre se diz que o caminho para a cura é o perdão, e a reação é sempre a mesma: “sim, mas como?”. Bem, perdoar se aprende e o Ho’oponopono ensina você a se libertar do carma, que é muitas vezes o resultado da falta de perdão de si mesmo e dos outros no passado.

A primeira vez que se ouve esse nome, todos reagem com um “Ho… o quê?”. Isso é normal, pois se trata de uma palavra havaiana que os kahunas, xamãs havaianos, utilizam para designar essa técnica de cura dos conflitos através do perdão. Há muitos livros somente sobre esse tema e não é meu objetivo explicar o perdão em toda sua profundeza, mas sim utilizar essa sabedoria para curar os bloqueios do GPSE.

Resumindo, o Ho’oponopono consiste em quatro frases

ditas conscientemente e que curam as feridas no inconsciente através da redenção de seus conflitos ao Deus Todo-Poderoso. São elas: “Eu sinto muito”, “por favor, me perdoe”, “eu amo” e “muito obrigado” ou “eu agradeço”.

Nessas simples frases está contido tudo o que você deve saber para perdoar profundamente qualquer situação. O importante é observar onde você colaborou para a dor e agir naquilo que você pode agir: em si mesmo. Ao dizer “eu sinto muito”, você toma consciência da situação e para de repetir inconscientemente a dor.

Na segunda frase “por favor, me perdoe”, você reconhece sua parte de responsabilidade na situação lá onde até agora

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você era a vítima impotente. Nesse caso se leva em conta as responsabilidades do passado distante, do destino familiar, das ligações mais profundas e inconscientes entre os seres huma-nos.

Na terceira frase, “eu amo”, você se reata com a energia primordial para a qual todos caminham através dessa aventura terrestre.

Enfim, na quarta frase, “eu agradeço”, significa que você reconhece a situação como libertadora e que permitirá que você aprenda e se cure. Dizendo “muito obrigado” você está já dando a entender ao seu subconsciente que a cura já aconteceu.

O Ho’oponopono foi reintroduzido no mundo moderno

pela Dra. Mornah Simeona, uma kahuna, e pelo Dr. Hew Len, médico psiquiatra também havaiano que utilizou essa técnica em uma clínica psiquiátrica. Seu trabalho foi tão eficiente no tratamento que a clínica, no final, teve que fechar por falta de pacientes!

Quando questionado como ele fez para chegar a esse resultado, o Dr. Len explicou que nem entrava em contato com o paciente, apenas se concentrava no dossiê desse e pedia: “Senhor, cure em mim aquilo que causou a dor dessa pessoa”.

Nessa simples frase se expressa o maior amor que um ser pode sentir pelo outro, a verdadeira empatia. Nela, se sabe que o outro faz parte de si mesmo e que, portanto, é responsável por aquilo que acontece com o próximo, não para sofrer mais, mas para curá-lo. É a consciência e a recuperação do poder de criação da sua própria realidade.

É necessário apenas ter coragem de amar tão profunda-mente a ponto de assumir a sua interconexão com o próximo e com seu poder interno.

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Produzi dois vídeos sobre o Ho’oponopono, que você pode acompanhar no YouTube. O primeiro, GPS Espiritual - Ho’oponopono explica essa técnica de modo geral. O segundo, GPS Espiritual – Reativação do GPS Espiritual, acompanha você no processo de cura dos bloqueios do GPSE com o EFT e o Ho’oponopono juntos.

EXERCÍCIO PARA REATIVAR O GPS ESPIRITUAL USANDO O

HO’OPONOPONO Após ter feito o EFT para curar seus bloqueios, feche o

processo de cura fazendo o Ho’oponopono. Apenas siga as informações abaixo apresentadas:

Diga a si mesmo (você pode continuar a fazer as percussões nos pontos do EFT):

Eu sinto muito por ter tido pensamentos limitados, auto-

traições, condicionamentos, autossabotagens, medo ou senti-mentos negativos, tudo devido à falta de confiança no meu GPS Espiritual. Sinto muito por todo sofrimento que causei, consciente ou inconscientemente, porque não segui minha orientação interior.

Eu peço perdão a mim mesmo por não ter seguido meu GPS

Espiritual e ter me levado por caminhos de obstáculos e de dor. Peço perdão por ter colocado meu ego limitado no comando de minhas decisões. Eu fiz o meu melhor, o que podia dentro da minha compreensão limitada. Peço perdão por ter liberado e prejudicado meu corpo com hormônios tóxicos de raiva, impotência, tristeza ou todo sentimento negativo. Peço perdão por todas as oportunidades que desperdicei de sentir amor e paz interior em minha vida.

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Eu agradeço por ter a oportunidade de ver e, enfim, poder curar meus limites. Agradeço meus pensamentos limitantes, esquemas e condicionamentos por suas tentativas de me proteger e tentar evitar o sofrimento. Agradeço ao meu GPS Espiritual por sempre ter tentado se comunicar comigo, mesmo quando eu não estava aberto à escuta. Eu agradeço a esse processo de perdão e toda a limpeza cármica dele advinda e que já é realidade. Eu sou orientado com segurança e amor. Eu sou cocriador amoroso da minha vida. Muito obrigado.

Eu amo e me conecto com a energia criadora de todas as

coisas, que é puro amor. Eu deixo de resistir e amo plenamente o movimento, aceitando-o. Eu sou um com minha essência divina e deixo que meu GPSE me oriente com sua capacidade de acessar todas as informações.

Depois desse processo de perdão, sinta a paz e a auto-

aceitação que o acompanha e esteja aberto a receber uma orientação segura e amiga.

4. Visualização criativa

O sentido da visão é o mais utilizado pelo ser humano.

Cerca de 90% de todas as informações são integradas através de imagens, mesmo que inconsciente. É muito importante aprender a ter um certo domínio da sua visão, pois você é o que pensa, e você pensa por imagens. O cérebro se ativa da mesma forma se você faz um exercício ou se você simplesmente o imagina. No arco e flecha, muitos profissionais treinam 80% mentalmente e vão praticar somente 20%. A visualização criativa permite orientar seu corpo e energia aos objetivos desejados. Por isso é bom saber visualizar, criar

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imagens ou saber ter acesso às imagens que você cria sem perceber e que são os verdadeiros criadores da sua realidade.

Ao fazer um exercício de visualização, não receie não poder ver nada. Quando você se imagina usando uma roupa ou sonha com o carro do seus sonhos, lembra do seu quarto ou da pessoa que ama, você está visualizando. Da mesma forma, você pode utilizar essa capacidade para fazer um real contato com seu GPSE e criar assim uma relação de cumplicidade.

No próximo exercício, vou levar você a um local onde vai

poder entrar em contato com o seu GPSE. Se trata obviamente de uma metáfora, mas seu inconsciente vai estar trabalhando a um nível mais profundo, como se fosse uma realidade, integrando o seu GPSE à sua vida.

VISUALIZAÇÃO CRIATIVA PARA ACESSAR SEU GPSE (Se

preferir, pode escutar essa diretamente essa meditação que esta disponível no YouTube – GPS Espiritual - Visualização Criativa).

Feche os olhos. Concentre-se na sua respiração e relaxe.

Ouça seu coração bater. Ouça os sons fora, na sala, na rua. Veja a si mesmo subindo

no espaço, chegando a um local de paz e de amor incondi-cional.

Veja um portão na sua frente. Observe como ele é. Veja uma maçaneta. Abra o portão e feche-o atrás de si. Você vai chegar em uma bela paisagem. Sente-se confortavelmente nessa paisagem. Você está protegido.

Sinta o ar, a paisagem. Observe se aparece alguém ou um animal. Deixe-se vagar pela paisagem como se estivesse passeando tranquilamente.

Você vai à procura do seu GPSE, que se encontra em algum lugar nesse local. Deixe-se guiar. Há um caminho à sua

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frente. Siga e veja onde ele vai chegar. Se aparecerem pessoas, fale com elas, se houver animais, siga-os. Se vir um obstáculo, procure encontrar uma solução para ultrapassá-lo.

Agora você o achou. Ele é como um computador. Observe

os fios e conserte a ligação se ela estiver danificada. Ligue o seu GPS Espiritual e coloque o seu nome como usuário intuitivo. Saiba que ele estará sempre ligado com você. Deixe-o onde ele está, protegido e funcionando e volte pelo caminho até sair pelo portão pelo qual entrou. Respire fundo 3 vezes, mexa os pés e as mãos e abra os olhos quando se sentir preparado.

Pronto, você se reconectou com o seu GPSE. Sinta-o

ligado em você e sempre disponível para dar as orientações que você necessita!

5. Autoeducação

Depois de ter curado qualquer trauma ou culpabilidade por não ter sido fiel à sua voz interior, faça um processo de autoeducação a fim de aprender uma nova maneira de agir: imagine como você reagiria numa situação onde no passado não deu ouvidos à sua intuição, só que agora seguindo essa nova orientação. Imagine sentindo e ficando atento à comunicação do seu GPSE. Sinta que ele está sempre perto de você, pronto para lhe orientar. Perceba como seu corpo reage. Repita diversas vezes a situação na sua mente, até ela se tornar familiar e você ter a segurança de que vai acontecer dessa forma na próxima vez.

Por fim, você pode utilizar uma frase positiva mais adequa-da ao seu novo entendimento. Procure uma frase onde tenha amor, compreensão e que seja verdadeira, por exemplo: “eu fiz o meu melhor”, “eu agradeço a mim mesmo por me permitir

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viver essas experiências de dor, para viver o verdadeiro amor”, “eu me permito ser feliz”.

Agora você se autoeducou, atualizando seu programa interno! Isso quer dizer que aprendeu com sua experiência e que reinventou uma forma de agir mais próxima da sua essência. Na próxima vez que seu GPSE se comunicar com você será mais fácil escutar seus conselhos, mesmo que tenha que quebrar certos padrões de relacionamento, pois você terá entendido que o GPSE sempre mostra o melhor caminho a seguir.

Lembre que o mais importante é ser fiel a si mesmo! Ser fiel a si mesmo é fazer o que sente que tem que ser feito e não necessariamente aquilo que a sociedade, família ou os “outros” dizem ou esperam que você faça. Esteja atento aos 20 milhões de bites que sabem muito mais que os 40 bites do racional. Esse é o único meio de realmente ter paz interior! Procure sempre agir de acordo com o que o seu GPSE amorosamente diz.

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CAPÍTULO 5

RECONHECENDO A LINGUAGEM DO SEU GPS ESPIRITUAL

1. Os seis tipos de sinais do GPS Espiritual

Para poder usar seu GPSE, você precisa saber pedir integrando mente com coração. Porém, tão importante quanto pedir é saber escutar a sua resposta! Em seguida, falarei das linguagens mais comuns usadas pelo GPSE, mas saiba que cada um pode desenvolver uma linguagem própria, diferente das apresentadas. O importante é você tomar consciência de como recebe os sinais do seu GPSE. Se isso não acontecer, arrisca não reconhecer as orientações recebidas.

Como você vai receber tais informações? Normalmente pelos sentidos com os quais está acostumado: tato, visão, audição, mais raramente olfato e paladar. Segundo Daniel Goleman (Goleman, 1996) em seu livro Inteligência Emocional, você é visual, verbal, auditivo ou cinestésico, dependendo do sentido que usa prioritariamente para compreender o mundo. Isso quer dizer que a decodificação da realidade por uma pessoa visual vai ser muito mais descritiva e a de uma pessoa auditiva muito mais ligada às palavras.

De forma análoga aos sentidos comuns, no livro You are Psychic (Sanders, 1990) que, traduzindo livremente significa “Você é paranormal”, Pete Sanders descreve quatro formas de comunicação intuitiva. Cada forma pode ser comparada a um sentido: a intuição sensitiva corresponde ao tato, a clarividência corresponde à visão e a clariaudiência se relaciona com a

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audição. Além disso existiria a clarisciência que é o saber instantâneo. Segundo ele, cada uma delas capta o mundo através de regiões específicas que vou descrever à medida que explicarei essas capacidades. Ao se concentrar nessa região você poderá ter respostas muito mais específicas e conscientes.

Além dessas linguagens descritas por Sanders, eu levo em conta mais dois tipos de linguagem: a intuição através dos sonhos, que vem através da imagem e sons, e a que chamo intuição cinestésica-magnética, ligada às percepções táticas muito sutis. A seguir vou explicar como funciona cada uma das linguagens e propor exercícios para que você possa vivenciar esse tipo de linguagem.

Uma vez consciente, utilize as diversas linguagens intuitivas de forma integrada, para aumentar o número de informações captadas, pois cada tipo tem suas especificidades, aumentando assim seu poder intuitivo. Pode ocorrer que diversas linguagens se desenvolvam de forma natural em épocas diferentes. Pessoalmente, minha intuição sensitiva foi muito desenvolvida na adolescência, para depois integrar a clarividên-cia e a clariaudiência entre os 20 e 30 anos. A clarisciência foi desenvolvida conscientemente depois dos 30, juntamente com o trabalho de visualização. A forma cinestésica-magnética, como a chamo, onde minha mão é guiada intencionalmente ao campo eletromagnético desejado, foi a última a ser desenvolvida (ou percebida).

Hoje em dia integrei diversos tipos de linguagem intuitivas mas, dependendo da mensagem, uma delas vai ser predomi-nante, pois será a mais adequada. Como há ideias que são melhor expressadas em uma língua do que na outra, assim também ocorre com as linguagens intuitivas.

Não desista, pode ser que você já possua todas elas desenvolvidas, só não sabe como guiar de forma consciente. Pode ser que só está começando a reativar a memória. O

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importante é usar e passar a guiar sua vida pela parte mais profunda de si mesmo, com fé e coragem.

Após conhecer mais profundamente o mecanismo do seu GPSE, você será capaz de reconhecer o programa do outro e realmente ajudar. Poderá mesmo ser capaz de acessar informações alheias sem misturar com as suas próprias. Mas comece por você.

a. Intuição sensitiva

A primeira forma que vou abordar é a intuição sensitiva ligada à sensação corporal. Se você é daquelas pessoas que se sente mal em certos ambientes, que sente rapidamente o estado de ânimo das pessoas à volta, provavelmente tem a intuição sensitiva já desenvolvida.

A forma sensitiva é também chamada “instintiva” e se compara a um sistema de alerta. Nem por isso ela é de baixo nível vibratório como alguns dizem, ao contrário. Ela capta as vibrações ambientais e corporais e é muito rápida, eficaz e confiável.

Quando uma coisa, situação ou pessoa é adequada ou está em harmonia com você, isso pode ser sentido como uma sensação de abertura ou relaxamento no peito, de paz no estômago, às vezes de alegria no coração. Ao contrário, será percebida como uma sensação de contração no estômago (figura 2) quando entra em contato com um campo energético inadequado para você. Cuidado em não julgar pessoas ou situações de forma absoluta. Algo ruim para você pode ser um grande aprendizado para outra pessoa.

Apesar dessas serem as sensações mais comuns, algumas pessoas podem sentir esse tipo de intuição sensitiva através de gostos diversos, como “doce” sinalizando algo positivo e “amargo ou salgado” algo negativo, arrepios em diversas partes

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do corpo (ao longo da espinha, no peito, nas pernas), ou sentir o corpo se inclinando para um lado (positivo para frente, negativo para trás, por exemplo). Existem casos onde a pessoa pode vivenciar rigidez do corpo para o negativo ou relaxamento e descontração para positivo.

Algumas pessoas sentem odores agradáveis ou desagradáveis, uma fisgada na perna ou dor em uma cicatriz para o negativo e calor ou pressão na cabeça quando positivo…

Por ser mais facilmente notada pois são sensações físicas dificilmente ignoráveis, a intuição sensitiva também é a que eu acabei por descobrir primeiro. Desde muito cedo senti que tinha que desenvolver essa linguagem. Decidi fazer da forma mais agradável: viajando!

Entre meus 20 e 27 anos viajei muito sozinha e tinha total liberdade para escolher qual rumo tomar, sem depender dos planos de outros. O grande lema era: sigo minha intuição! Não dava nem um passo, nem para escolher um restaurante ou me comunicar com alguém sem escutar o que a “sensação no meu estômago” dizia. Ela normalmente me dizia “sim” ou “não”, mas mudanças muito discretas como, por exemplo, uma vibração no corpo, uma sensação de frio ou calor, pareciam me dizer mensagens diferentes como “é bom falar com esta pessoa” ou “evite ter contato”, “espere” ou “agora, vá”, “isto é para você”, “isto vai trazer problemas”, “confie” ou “não dê confiança”, “cuidado”, “tudo vai dar certo”, “estou com você”.

Vou relatar uma história que aconteceu comigo em uma dessas viagens e que ilustra como a nossa consciência deve estar presente no GPSE continuamente para que, momento a momento, sintamos as energias que nos rondam e as escolhas que devemos fazer. Essa história reflete os caminhos inesperados que o GPSE revela e que sempre levam a uma vivência de amor e perdão, muito além do que o ego pode criar.

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Marjorie Mizumoto

FIGURA 2: INTUIÇÃO SENSITIVA

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Mochileira no Chile Nas férias de 1997 chegava ao destino final da minha

viagem no Chile. Não tinha mais dinheiro chileno e decidi encontrar um local de graça para passar a noite acordada e partir logo pela manhã com o primeiro ônibus. Procurei informações de locais que ficavam abertos 24 horas, como delegacias ou hospitais. Logo soube de um supermercado perto do centro. “Que bom” pensei, “na pior das hipóteses faria companhia ao caixa do supermercado”!

Me senti atraída à pracinha principal. Havia outros grupos que tinham planejado dormir ali, mas quando começou a chuviscar foram embora. Eu permaneci. Fiquei embaixo de uma cabine telefônica e fiz hora enquanto não sentia minha intuição me dizer o momento de ir ao supermercado.

Chegou um homem de bicicleta e ofereceu para eu pernoitar em sua casa. No primeiro instante senti um grande “não” no meu estômago. Apesar de entender tudo, me fiz de turista japonesa desentendida. Mesmo com um grupo de senhoras que se aproximou e que tentava me convencer da idoneidade dele, minha intuição me dizia para não me deixar levar. Depois de quase uma hora ele desistiu e foi embora.

Fiquei ainda meia hora ali, esperando minha intuição me avisar do melhor momento para ir ao banheiro no bar do outro lado e depois me dirigir ao supermercado.

Quase uma hora depois senti meu estômago dizer que deveria ir ao bar. Quando ia partir do bar caiu um temporal e, enquanto esperava a chuva parar, olhando pela varanda que dava para a rua, um homem passou por mim e me observou. Vi quando ele acenou para um outro homem antes de continuar seu caminho, dando um sinal positivo. Logo em seguida fui abordada pelo outro homem, que me perguntou se eu estava sozinha. Imediatamente senti uma sensação positiva em meu estômago. Racionalmente, sabia que era insensato falar com esse homem eu ali, sozinha, sem que ninguém

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soubesse onde me encontrava. Se algo acontecesse comigo, minha família ficaria sabendo somente semanas depois! Mas sem pestanejar disse para ele que sim, estava sozinha.

Ele, chamemos Jorge, me informou que era o guarda noturno do shopping ao lado e me perguntou se eu precisava de um lugar para dormir. Me concentrei no meu estômago, que continuava a me dar sinais positivos. Não senti perigo algum vindo da parte desse homem e o acompanhei. Jorge me explicou que quis saber se estava sozinha pois não poderia aceitar um grupo, com o risco de que fosse dominado e que os sujeitos aproveitassem para roubar as lojas.

Gentilmente me preparou um colchão em um espaço reservado ao acolhimento de crianças. Arrumei meu saco de dormir e ele me avisou que eu deveria partir cedo antes que outras pessoas chegassem. Achando tudo um pouco surreal, e obviamente não baixando as guardas completamente, consegui dormir por algumas horas até ouvir Jorge chegar para me acordar. Ele havia preparado um belo café da manhã e me convidou para comermos juntos.

No decorrer da refeição tomou coragem e, com muita emoção, me contou certos segredos que somente a ideia de que não me veria jamais permitia que se abrisse completamen-te. Escutei tudo, sem julgamento, testemunhando a experiência que essa alma percorreu, suas fraquezas, culpas e lutas. Após seu relato, que me levou às lágrimas e que para ele foi um alívio, nos despedimos e eu parti.

Você pode acessar as informações quando quiser. É você

que está no comando. Não tema ficar na falta de orientação. No livro You are Psychic (“Você é Paranormal”), Pete Sanders descreve a região pela qual você recebe a linguagem sensitiva como um cone com o vértice na boca do estômago (figura 2). Você pode orientar a base aberta na direção do objeto a ser avaliado, seja ele um livro, pessoa ou ambiente. Direcionando

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seu GPSE dessa forma você obterá respostas muito claras e poderá controlar habilmente o acesso à Holonet. Coloque seu campo receptor diretamente em contato com o campo eletro-magnético do objeto e poderá sentir imediatamente se ele “casa” ou não com a sua energia.

O corpo possui um campo eletromagnético que interage com as energias ambientes. A região do estômago é como um radar que baleia as energias circundantes e que sinaliza a harmonia ou desarmonia delas com o seu campo eletromagné-tico, ou seja, o que é bom ou não para você.

EXERCÍCIO PARA RECONHECER SUA LINGUA-

GEM SENSITIVA (Este primeiro exercício pode ser escutado no YouTube, GPS Espiritual –Intuição Sensitiva).

Comece por conhecer suas sensações. Feche os olhos e

sinta o ar que entra e sai pelas suas narinas. Sinta o pulmão enchendo-se de ar e esvaziando-se. Escute as batidas de seu coração. Sinta sua pele, as mãos, as pernas, os pés.

Agora pense em “dor”, “sofrimento” “angústia”, “ansieda-de”. Sinta como seu corpo reage. Compreenda que é a linguagem do seu corpo dizendo “não” ou “negativo”.

Concentre-se outra vez em sua respiração por três inspirações.

Agora pense em “alegria”, “amor”, “paz” e sinta seu corpo. Observe seus músculos, os músculos do rosto, o calor no corpo. Observe como seu corpo reage. Isso é seu corpo dizendo “sim”, dizendo “positivo”. Guarde essa sensação na memória.

Fique atento na próxima vez que sentir tais sensações outra

vez e observe ao seu redor para verificar a origem dessa sensação. Pode ser que sua mente captou algo mais rápido do que seus sentidos e esteja tentando alertar para algo.

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Eis alguns exemplos de prática. Procure ler todos e praticar no dia a dia, de acordo com suas possibilidades.

- Quando for comprar um produto que necessite, não pegue o mesmo por comodismo. Sem julgar, pergunte-se primeiro se vai encontrar o produto adequado para sua necessidade nessa área. Se sentir um sinal positivo, siga colocando cada produto um a um na frente do estômago e se concentre na sua zona de sinal. Sinta qual é positivo para você nesse momento.

Sempre faça primeiro uma questão direta, por exemplo: “este creme é bom para minha pele”.

- Concentre-se na sua região sensitiva quando escreve para um amigo ou quando escolhe quem acessar no seu site de amizades. Talvez tenha um amigo que esteja querendo entrar em contato com você, que precise de seu apoio…

- Sinta qual o canal de televisão que você tem que ligar. Talvez uma resposta que você esteja procurando esteja esperando por você.

- Também pode sentir o melhor local para suas férias, ou um local para procurar sua casa…

- Use para sentir as pessoas novas que você conhece, sem julgar, apenas tomando consciência de como seu corpo reage diferentemente às diversas energias.

- Em uma livraria, coloque vários livros que chamaram sua atenção à sua frente, sem previamente ter folheado. Pergunte-se qual é o melhor livro para ler nesse momento da sua vida e sinta cada um no seu centro. Somente depois folheie o livro e veja em que ele respondeu à sua necessidade atual.

- Se sentir a sensação desagradável sem saber porquê, pare, observe ao redor e reconheça o que seu sistema de alerta detectou que está em desarmonia com você. Pode ser alguém ou alguma coisa como um cartaz, uma situação, um ambiente ou a falta de algo.

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Por um dia, procure se concentrar na região do seu estômago, enquanto “sente” as energias das pessoas, locais, objetos, situações. Observe o que é guiar sua vida, suas escolhas, através dessa sensação. Reconheça quando foi bom, quando funcionou. Perceba também quando o mental procurou interferir, onde sentiu medo, quais pensamentos interferiram, quais condicionamentos subiram à superfície da sua consciência.

Se sentir bloqueio na sua região sensitiva, faça Ho’opono-pono nessa sensação e nos pensamentos limitantes como “eu não consigo”, “não posso confiar em minha intuição”. Trabalhe a paciência, o perdão de seus limites e permita o amor fluir.

b. Clariaudiência (escutar claramente)

Se você é alguém que percebe as emoções das pessoas pelo timbre de voz delas, que “ouve” o ar, o ambiente, pode ser que tenha a clariaudiência desenvolvida.

Muitas pessoas escutam claramente uma voz que lhes diz algo importante como um aviso, uma solução. No meu caso, às vezes chego a me virar para ver se há alguém atrás falando comigo de tão real que soa. Trata-se de clariaudiência. Ela, de acordo com Pete Sanders, se localiza na área logo acima das orelhas (figura 3) e se você se concentrar nesse local poderá acessar facilmente o GPSE.

Quando você quer saber mais explicações sobre uma determinada questão como por exemplo a melhor maneira de resolver um conflito ou um problema, a clariaudiência é a linguagem mais adequada para isso, pois permite maior quantidade de informações concretas. Peça ao seu GPSE que o oriente sobre como agir em um determinado assunto de modo

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que o verdadeiro amor possa se manifestar e apenas fique à escuta da orientação.

Não tema a resposta, asseguro que não se trata de esquizofrenia! As palavras são sempre amorosas e nunca pedem vingança ou perseguem você. Obviamente deve-se diferenciar a voz interior do automatismo de pensamento psicótico, onde o doente escuta vozes que lhe ordenam fazer coisas contra sua vontade ou sua moral, ou que repetem coisas ditas por outros para ferir. Se estiver acontecendo com você é melhor ver um terapeuta, pois nesse caso está escutando as vozes de seus medos mais profundos e não da Holonet. Desconfie de qualquer mensagem que contenha raiva, ódio, vingança, revanche, ressentimento, que desqualifica ou diminui, que separa ou acusa. Nada disso pode vir da fonte inteligente e de amor divino do seu GPSE.

A voz vinda do GPSE é diferente daquela vinda da sua mente e da sua memória. Ela parece se localizar em outro local. Pode ser que você tenha a impressão de que ela é externa ou de que ela se localiza no âmago do seu ser. Mas principal-mente, você sente uma forte impressão de certeza, de ser correta.

A clariaudiência pode se manifestar como uma frase que sopra a resposta de que está precisando. Ela pode orientar docilmente seus passos. Outras vezes essa voz pode discorrer todo um tema. O único limite é seu medo de confiar.

É muito importante seguir as instruções sem tentar racionalizar. Afinal, seu GPSE capta muito mais informações do que seu racional. Ele é quem mostra o caminho, que tem o conhecimento de todas as informações. Se o GPSE diz para você fazer algo agora, o seu papel é de se esforçar para fazer da melhor forma possível o que foi orientado e não ficar parado, discutindo os fundamentos de como e porquê.

Vou relatar algumas histórias para ilustrar a clariaudiência e a maneira de seguir as informações.

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Roubada em Roma Aos vinte anos saímos, eu e minha irmã gêmea, para uma

viagem pela Europa na aventura. Levamos mil dólares cada uma e uma passagem de ida e volta válida por um ano. Depois de um tempo morando na Itália minha irmã deveria ir para a Alemanha. Após visitar as catacumbas do antigo império romano em Roma, ela já estava se dirigindo à estação para partir quando se deu conta de que sua carteira havia sido roubada com todo seu dinheiro e a passagem de trem. No meio da angústia, “sentiu” que tinha que voltar às catacumbas. Com o bilhete de transporte que ainda tinha, entrou no ônibus e retornou ao local.

Ao chegar ali, “ouviu” uma voz que dizia que tinha que contar a história do roubo para os homens que estavam na portaria do local. Ela o fez sem pensar no que iria resultar, apenas foi e contou a história aos homens. Estava prestes a partir quando um idoso veio em sua direção e lhe perguntou de quanto ela necessitava. Ela lhe disse o valor do trem, que era uma soma considerável, e ele, após considerar um momento, estendeu para ela uma nota que cobria o valor, novinha. Greice perguntou suas coordenadas bancárias para devolver o valor assim que tivesse possibilidades, ao que ele respondeu que o pagamento que necessitava era que ela orasse por ele, pois tinha que fazer algo muito difícil. Em seguida partiu, sem pedir mais nada!

Escapando da morte Wilson Churchill também sabia que era importante não

discutir e fazer o que seu GPSE dizia. Ele, que invariavelmente entrava no banco traseiro do carro pelo lado direito, um dia, ao abrir a porta ouviu claramente uma voz que lhe dizia: “Não!”. Sem pestanejar entrou pela outra porta. No meio do caminho um atentado fez explodir o lado direito do carro mas ele saiu ileso.

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Marjorie Mizumoto

FIGURA 3: CLARIAUDIÊNCIA No consultório Em uma consulta, me concentro na parte acima das orelhas

e entendo palavras como: pai, tia, trauma com 4 anos, drama na família, etc. Ao questionar a pessoa, muitas vezes encontra-mos causas profundas dos sintomas. Trabalho cada um dos temas apresentados pela voz com técnicas diversas, faço meditações repetindo palavras ou imagens que me aparecem na minha tela mental. O resultado é invariavelmente um resgate profundo e a transmutação em paz e perdão do problema apresentado.

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TREINANDO A CLARIAUDIÊNCIA Neste caso, há menos exercícios a serem feitos no dia a dia,

pois a clariaudiência serve muito mais para esclarecer do que alertar, como acontece na intuição sensitiva.

Ela é um mecanismo essencial do GPSE, que orienta o

caminho a seguir (este exercício pode ser acessado no YouTube, GPS Espiritual –Clariaudiência).

No meu entender, a clariaudiência deve começar por aguçar sua capacidade de estar à escuta e a ter consciência de suas vozes internas:

- Feche os olhos e se concentre nos barulhos do exterior. Os carros passando, o relógio funcionando, os sons da casa, do rádio distante, do vento…

Agora se concentre nos barulhos do seu corpo: respiração, batimento cardíaco… algumas pessoas podem mesmo ouvir o sangue circulando nas artérias!

- Procure se recordar de certas vozes sentindo-as dentro de você: sua mãe, seu pai, sua professora no primário, o apresen-tador do jornal. Recorde-se da voz do seu cantor preferido.

- Diga em voz alta essa sequência de palavras na cadência de uma por segundo: nuvem, fósforo, castelo, grama, apontador. Procure agora repetir dentro de sua cabeça as palavras sem as ler ou ouvir. Você pode fazer esse mesmo exercício com outras palavras. O importante é se conscientizar de “como” as vozes são reproduzidas internamente.

Depois de treinar seus sensos comuns e sentir como falam as vozes da sua mente, sinta como funciona a voz quando vem do GPSE.

- Concentrando-se na região superior das orelhas, pergunte-se: qual é o tema atual da minha vida? Focalize em escutar uma resposta clara e concisa.

- Concentre-se em uma situação problemática em sua vida.

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Sem julgar ou cair no julgamento ou justificação, pense em sua vida como um grande local de aprendizado. Pergunte ao seu GPS Espiritual qual o aprendizado que a vida está querendo passar para você através dessa experiência. Agora, concentrando-se na região acima das orelhas, esteja aberto às palavras que fluem em sua mente.

INUSITADO USO DA CLARIAUDIÊNCIA: USANDO A

INTERNET INTUITIVAMENTE Se você está à procura de uma compreensão de algum

ponto em sua vida, você pode usar sua clariaudiência num motor de pesquisa da internet. A internet é, aqui na Terra, o que mais chega perto do Akasha, a chamada biblioteca universal, que contém a memória da humanidade. Praticamente toda informação está na internet e o seu conteúdo dobra a cada cinco minutos! Se a informação que se necessita está ali, muitos têm o problema de chegar nela.

Eu uso essa fonte incrível de informação ficando na frente da internet e me concentrando na minha questão. Focalizo, na certeza de que a informação perfeita está à minha disposição na internet e me concentro acima das orelhas. Pergunto-me primeiramente em que língua vou obter tal informação (só para poupar tempo de busca, pois falo seis línguas e muitas informações são acessíveis em uma língua mas pode ser que em outra não. Não se preocupe se você não fala outros idiomas, tenha certeza de que o que você precisa chegará até você. Você tem todas as qualidades necessárias para seu maior desenvolvimento).

Por exemplo, depois de muito procurar, me formar, me informar, cheguei à conclusão de que o processo de iluminação total do ser era possível pelo trabalho de perdão de cada uma das sombras, feridas emocionais e expansão de consciência.

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Na frente da internet, concentrei-me na língua e senti que era em francês. Em seguida, concentrando-me no alto das orelhas, ouvi palavras-chaves: “transmutation” e “totale”. Escrevi todas as palavras, lancei a busca e o primeiro vídeo que apareceu foi: Ho’oponopono. “Mas que palavra estranha”! pensei. Busquei o significado e me surpreendi com o fato de ser uma antiga técnica havaiana de cura pelo perdão!

Procurei imediatamente no YouTube e o primeiro vídeo que apareceu foi “EFT and Ho’oponopono”! Fiquei muito surpresa, pois já era formada na técnica do EFT. Desde então, venho usando o EFT com o Ho’oponopono com muito sucesso no descobrimento e transmutação pelo perdão das causas profundas dos problemas. Não quero dizer que é o único caminho, eu mesma continuo me desenvolvendo em outras técnicas para poder fazer meus clientes aproveitarem do meu progresso interno, mas certamente é um método muito eficaz.

c. Clarividência (ver claramente)

Um pequeno teste para saber se você é do tipo visual. “Um político disse na assembleia francesa: ano passado estávamos à beira de um precipício. Desde então demos um grande passo adiante!”.

Se riu, você é visual. Se você vê as emoções nas expressões das pessoas, se vê o

mundo e os ambientes em cores, se para você uma imagem vale mais do que mil palavras, você tem a capacidade visual bem desenvolvida.

A clarividência é a capacidade de ver além da matéria e da mente. A região ligada à clarividência é o chamado “terceiro olho” ou terceira visão e se localiza entre as duas sobrance-lhas. A visão intuitiva é conhecida desde a antiguidade. Muitas

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pessoas usam cartas, búzios, água, bolas de cristal, leem a mão, mas isso tudo serve para abrir a visão intuitiva daquele que vê. Os espíritas falam da tela mental na qual os espíritos-guias podem enviar imagens inspiradoras, que são captadas pelo sujeito para ajudá-lo. Para isso eles utilizam as próprias energias eletromagnéticas que o indivíduo libera e as formas-pensamentos já existentes, a fim de melhor orientar o ser encarnado (Xavier, 1948).

Você pode acessar a clarividência concentrando-se nessa área entre as sobrancelhas (figura 4) e deixando vir uma imagem que responda a uma questão ou problema.

Ter clarividência é um aprendizado e treinamento. No começo você pode errar, porque mistura a imagem recebida com ideias pré-concebidas sobre um objeto. Por exemplo, você pode imaginar que uma terapeuta tem uma casa toda oriental zen, um estereótipo, quando, vendo através da região frontal entre os olhos, você iria perceber que ela tem uma casa com móveis antigos estilo europeu.

Uma vez tive a nítida visão que minha amiga tinha uma casa com dois quartos, mas sabendo que eram um casal com dois filhos grandes, pensei estar errada e “coloquei” mais um quarto. Depois de descrever sua casa, ela confirmou todos os detalhes, menos o número de quartos, que eram apenas dois!

Você vai compreender pouco a pouco a diferenciar a imaginação da real visão interna e a confiar nas suas impressões.

A clarividência pode se manifestar de várias maneiras. Por exemplo, o GPSE capta imagens daquilo que está se formando no mundo das ideias e alerta você quanto a uma situação que pode ser muito perigosa. Você pode escolher não ouvir e desprezar o ensinamento proposto, que vai então se manifestar para lhe trazer esse aprendizado necessário, ou ver e modificar a situação, aprendendo a confiar e assim se capacitando. Foi o que aconteceu comigo:

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Acidente de carro Em março de 1998, estudava medicina na cidade de

Curitiba no Paraná (não terminei medicina, fui para a França onde fiz naturopatia). Um dia voltava no fim da tarde para meu apartamento quando tive, de repente, uma visão muito nítida de um carro me atingindo com tudo na altura da cintura. Provavelmente eu seria morta ou minha coluna seria quebrada me deixando completamente paralítica. Foi como um flash! Achei estranho, mas decidi não dar muita importância para “não criar pensamentos negativos”. Porém, ao mesmo tempo, uma voz interna me disse: “pare e preste atenção à imagem!”. Foi estranho, pois diferenciei muito claramente meu pensa-mento da voz interna. Ela parecia ser mais grave e falava de maneira firme, mas gentil.

Então veio à minha mente a pergunta: E se isso realmente acontecesse, como eu deveria fazer para evitar o pior? Fiquei ali na calçada com os olhos fechados e consciente de que as pessoas me observavam, mas era claro para mim que precisava resolver a questão naquele momento!

Pensei em várias possibilidades: primeiramente em correr mais rápido, mas não seria o suficiente pois o carro ainda poderia me atingir. Imaginei em me jogar no chão esperando que ele passasse por cima de mim, porém o medo de que alguma parte embaixo do carro pudesse me pegar e me rasgar me assustou, além de achar horrível a sensação de ter um carro passando por cima de mim.

Lembrei de “As Panteras”, um seriado que eu assistia quando criança. Nele três mulheres trabalhavam em missões para um misterioso Charlie. Hoje em dia esse seriado foi adaptado ao cinema como Charlie’s Angel. Imaginei o que elas fariam. Tive então a ideia de mudar de direção, dar um impulso e correr três passos à frente do carro, me jogando em seguida para trás como fazemos quando pulamos salto em altura. Assim cairia sentada no capô do carro e, quando ele parasse,

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teria que me jogar e me deixar rolar pelo chão para amortecer a queda. Achei essa possibilidade plausível. Revi a cena ainda duas vezes e, mesmo achando pouco provável que esse acidente de fato acontecesse, fiquei contente comigo mesma e tranquila por ter encontrado uma solução para esse “problema”. Não pensei mais nisso.

Cerca de duas semanas depois, resolvi ir ao cinema no centro da cidade a pé. A rua onde morava era normalmente movimentada, mas nessa tarde de domingo estava muito calma. Perto de casa, exatamente na esquina onde tive a visão, havia um farol fechado e um carro branco com um jovem dentro dele.

O sinal tinha acabado de fechar, mas pensei que seria melhor esperar o carro partir antes de atravessar. Não havia nenhum outro vindo pela rua principal e o jovem acelerava impacientemente. Tive, porém, a nítida impressão de que ele tinha me visto, apesar de agora ter a cabeça inclinada olhando o farol vermelho. Meio hesitante, resolvi atravessar. Tudo aconteceu muito rápido: justo quando estava na frente do carro, o motorista acelerou e veio para cima de mim. Ainda tive tempo de bater com a mão no capô do carro, gritando “ei cara, você tá louco?!”, mas ele decididamente não tinha me visto!

Fiz então exatamente como havia “planejado”: dei um impulso com três largos passos à frente do carro, um salto para trás e, upa! pulei sentada no capô do carro. Foi somente quando meu corpo bateu com força no parabrisa que ele me percebeu e freou com tudo. Fui projetada para o chão e me deixei rolar alguns metros. Fiquei com a calça um pouco suja no joelho e foi tudo. Eu estava louca da vida com o jovem, que visivelmente entrou em pânico. Verifiquei que estava tudo bem comigo e nem pedi o endereço do rapaz para eventuais ações. Eu estava bem.

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Nessa história, há dois ensinamentos: o primeiro, como aparece a imagem; o segundo, o que fazer com ela. Se há premonição, é para poder modificar algo. Se você não pode evitar ou modificar a situação, você sempre pode modificar sua reação. Se não sabe o que fazer ou se sua reação normal é negativa, tome seu tempo para aprender uma nova reação, nem que seja aprender a aceitar. Autoeduque-se e autocapacite-se de forma voluntária e consciente para não ter que aprender dolorosamente através da experiência. Você vem com um certo número de lições a aprender e vai receber oportunidades repetidas até compreender. O que importa é o aprendizado e não como aprender, que pode ser com consciência ou com dor.

A pessoa comum sofre para aprender. O sábio observa à sua volta e aprende para não sofrer.

EXERCITANDO SUA CLARIVIDÊNCIA NO DIA A DIA (Este

exercício pode ser acessado no YouTube, GPS Espiritual –Clarividência).

Vou explicar o exercício utilizando uma flor, mas você pode usar outra planta qualquer ou mesmo uma árvore. Fique relaxado, de olhos fechados, em frente a uma flor. Inspire e expire três vezes, observando o ar que entra e sai das suas narinas. Abra os olhos e focalize a flor na sua frente. Observe sua forma e cores. Respire profundamente e agora observe mais detalhadamente sua textura, as linhas das folhas e das pétalas, as diversas cores que brilham em suas pétalas. Respire profundamente outra vez, e focalize mais ainda na flor, na superfície da pétala, nos reflexos das luzes ambientes, na presença de insetos, nos pelos na superfície do ramo, das radículas. Agora respire fundo mais uma vez e concentre-se na região entre suas sobrancelhas. Volte a observar a flor inteira, sua forma, cores e detalhes. Observou como ela parece diferente do início? Mais profunda, mais rica?

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Continue treinando ao longo de um dia inteiro: - Antes de atender o telefone, concentre-se na área entre os

olhos e “veja” quem está ligando para você. - Quando for visitar uma pessoa cuja casa você nunca viu,

tome o endereço, o nome da pessoa e concentre-se na região entre as sobrancelhas. Agora procure visualizar o local e o interior da casa dessa pessoa. Observe objetos, disposição dos quartos, cores, chão.

- Quando conhecer de verdade a casa, relembre suas sensa-ções físicas e os pensamentos quando “viu” os objetos na visualização, quando a intuição foi correta e quando você errou.

- Quando estiver à procura de uma coisa, concentre-se no objeto e localize-o pela visão interna. “Veja” o local, o que está por perto, o caminho para chegar lá.

Uma vez as duas chaves de casa desapareceram. Era já

tarde e as crianças dormiam. Vi em minha mente claramente meu filho, Louis, na época com três anos, brincando com as chaves. Fui ao seu quarto, revirei tudo duas vezes e não achei nada. Ia partir, mas meus pés pareciam grudados no chão! Foi então que Louis se remexeu na cama e ouvi barulho de chaves: ele segurava as duas na mão, embaixo do cobertor, mesmo dormindo!

VENDO AURAS Ter clarividência é também aguçar a visão para ver mais do

que estamos condicionados a ver. Lembre-se de que vemos menos de 0,005% da realidade! A aura pode ser vista como cores em volta da pessoa, mas também pode ser sentida (mecanismo cinestésico) ou imaginada e nada mais é do que a emanação da vibração eletromagnética do corpo, do mental e do espiritual.

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Marjorie Mizumoto

FIGURA 4: CLARIVIDÊNCIA

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A imaginação nesse caso não é criação ativa: você tem que deixar vir à sua mente as cores e impressões enquanto se focaliza na energia em volta da pessoa. De maneira passiva, uma imagem vai surgir em sua mente e ela corresponde à aura da pessoa. Porém, duas pessoas podem ver a mesma aura de forma diferente pois, além do fato de ver a aura do outro atravessando sua própria aura, pode ser que uma pessoa tenha melhor visão interna ou seja mais observadora. É a mesma diferença entre um míope e alguém que não precisa de óculos. Mas essa diferença é muito mais produto de um condiciona-mento social ou familiar, que não incentiva o desenvolvimento de certas percepções. Você pode até ser capaz de ver e não entender, como aconteceu com um amigo meu.

Ele não sabia que os outros não viam Tínhamos um grupo de amigos na faculdade de medicina e

enquanto a gente se reunia tentando estudar para as provas, acabávamos sempre falando sobre assuntos espirituais. O Juliano8 fazia parte desse grupo, era ateu e materialista e nunca tinha convivido com ideias esotéricas sobre espíritos, viagens astrais e outros. Uma noite estávamos conversando e ele me confessou a dificuldade que tinha em poder compreender e aceitar esses conceitos filosóficos. Eu lhe disse que não ligasse para a teoria nem se forçasse a aceitar conceitos, pois se a vida dele necessitasse de certos conhecimentos, aconteceria de tal maneira que tudo viria naturalmente.

8 Uma pequena nota, que comprova a sincronicidade: quando liguei para o Juliano para dizer que ele estava no meu livro, tinha mais de 10 anos que havíamos perdido o contato. Como disse, ele é totalmente cético e foi um enorme choque receber minha chamada, pois havia falado de mim a um amigo (pela primeira vez em anos) quatro dias antes!

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Dando um exemplo, disse que se fosse parte dos projetos de sua alma, um dia poderia talvez ver auras ou se deparar com situações do gênero e então buscaria conheci-mentos sobre isso. Ele então me perguntou o que era aura e eu expliquei que eram cores que víamos em volta das pessoas. Ele me respondeu que isso era algo normal e que todo mundo via! Surpresa eu lhe assegurei que não, que poucas pessoas tinham essa habilidade. Atônito, ele me disse que sempre viu isso e achava que todo mundo estava vendo também! Como ninguém dizia nada, pensou que era algo sem importância!

Pedi para me descrever o que via e ele me contou que a mais interessante que tinha visto era a de um amigo: parecia ter sido perfurada muitas vezes, apresentando vários buracos. Por acaso eu tinha lido essa descrição em um livro e disse que seu amigo era viciado em drogas pesadas. Ainda mais surpreso, Juliano afirmou que sim e não imaginava como eu poderia saber disso! Nesse livro, que não me recordo mais o nome, explicava que a aura de pessoas viciadas tem a aparência perfurada, perdendo o caráter de proteção energética que ela confere.

Que grande possibilidade se abre aos médicos que, como esse meu amigo, podem ver auras que lhes informam do estado de saúde e emotivo de seus pacientes! Aliando tecnolo-gia com a intuição, poderão ajudar de maneira muito mais eficaz seus pacientes!

EXERCÍCIOS PARA VER AURAS (Este exercício pode ser acessado no YouTube, GPS Espiritual –Visualizando Auras).

- Estenda um braço na sua frente e observe sua mão contra um fundo que pode ser branco ou preto. Algumas pessoas terão mais facilidade com um fundo branco, outras com um preto.

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- Não olhe diretamente para sua mão, mas para um ponto além dela, de modo que seus olhos se sintam relaxados. Depois de um certo tempo, você começará a perceber um luar em volta da mão, fios de energia que saem de seus dedos e alguns poderão mesmo observar cores diferentes a envolven-do, como o violeta, rosa, verde, carmim…

- Você pode tentar o mesmo focalizando-se na região da cabeça das pessoas. Lembre-se de não olhar diretamente, mas em um ponto além, atravessando a testa das pessoas. Você poderá verificar uma energia mais forte, como uma chama de luz fria acima da cabeça com raios que expandem em diversas direções. Nesse caso se trata do chacra coronal, uma roda de energia muito poderosa que existe no topo da cabeça.

- Se você tiver um desenvolvimento importante nessa área, procure se informar mais, leia livros, procure informações na internet. Aprenda a linguagem das auras, o que as cores infor-mam. Um livro de referência é “Mãos de Luz” de Barbara Ann Brennan (Brennan, 2005).

Tudo isso é muito interessante mas, acima de tudo, lembre que você vê a aura dos outros através da sua própria aura e um distúrbio nessa pode modificar sua visão das outras. Portanto, o importante é sempre o próprio desenvolvimento antes de tudo!

Desenvolva sua intuição devagar e sempre! Treine constantemente, aprenda a se auto-observar e seja

paciente consigo mesmo.

d. Clarisciência

A clarisciência se localiza no topo da cabeça e pode ser acessada quando você se concentra em um cone com a boca para cima. Serve para acessar conhecimentos superiores. Quando escrevo um livro ou preparo um curso, é ali que

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deposito minha concentração. Mais do que pensar, todo o curso se organiza por si só e encontro as melhores soluções. Simplesmente “sei” que é a “minha” melhor maneira de me expressar.

A clarisciência é a melhor linguagem para seu GPSE enviar conhecimentos complexos e conceitos universais. Ela é muito desenvolvida nos grandes cientistas como Albert Einstein, que contou como a compreensão da lei da relatividade foi fruto da intuição que surgiu no seu espírito como uma descoberta, mais do que uma reflexão.

Quando pedi uma metáfora sobre a intuição apareceu na minha tela mental um GPS e tudo ficou claro aos meus pensamentos. O GPSE usa todos os seus conhecimentos além daqueles não conscientes, dos 20 milhões de bites, e envia a resposta pronta ao computador.

A informação não vem por visão ou escuta, ela apenas é, mesmo que depois você possa, naturalmente, visualizar esse conhecimento. Não há esforço intelectual, apenas constatação de que a informação está ali. Segundo Pete Sanders, você pode se concentrar na região do topo da cabeça (figura 5), projetando um cone com a boca aberta para o alto, por onde você captará as informações dos níveis superiores

Não é por acaso que esse tipo de intuição está mais ligado

às profecias ou compreensões espirituais. Muitas pessoas que o utilizam simplesmente “sabem” que tudo ocorrerá da melhor forma e têm uma certeza interna superior às pessoas que não usam esse nível. Ao meu ver elas têm acesso a um espectro muito mais abrangente da realidade e compreendem que tudo está acontecendo na mais perfeita sincronicidade.

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Marjorie Mizumoto

FIGURA 5: CLARISCIÊNCIA

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TREINANDO A CLARISCIÊNCIA Para entrar nesse processo sincrônico, concentre-se na

região do topo da cabeça e treine, seguindo alguns dos exercí-cios propostos:

- Você pode pedir para um amigo que diga duas frases sobre algo que ele teria feito durante o dia, uma verdadeira e outra falsa. Concentrando-se no alto da sua cabeça, procure saber qual das frases é a correta.

- Sempre concentrando-se nessa região, procure saber quem mandou uma carta antes de ver o remetente, ou saiba quem está telefonando para você ou apertou a campainha.

- Treine na fila de espera do correio para saber qual guichê você vai ser atendido.

- Concentre-se no topo da cabeça e deixe vir a informação sobre qual vai ser o tema da sua revista preferida.

- Usando para uma transformação profunda: quando você tiver um problema que se repete em sua vida, como perder as coisas, sentir-se rejeitado, atrair namorados do mesmo tipo… a causa inicial pode estar em um momento muito anterior ao agora, quando o modo de agir que colabora para criar a situação foi criado. Você pode acessar essa situação através do que chamo “scanner” da vida: simplesmente dê a orientação ao seu GPSE que você quer realmente encontrar a causa inicial para que ela seja curada. Isso é intenção. Deixe seu espírito percorrer o fio de sua vida e simplesmente levar você à situação inicial. Tome consciência dessa situação e do esquema autoperpetrado, sem julgar o que é certo ou não. Faça o processo do Ho’oponopono de cura pelo perdão em cada aspecto da situação: seus pensamentos, suas ações na época, suas reações, as consequências, seus medos e imaturidade. Você vai sentir a mudança interna que esse processo provoca.

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O passado não mudará, nem será esquecido, mas as emoções com que você vivia as recordações serão transformadas.

e. Cinestésica-magnética

Um outro tipo de linguagem usada pelo seu GPSE é a intuição cinestésica-magnética. Trata-se da utilização do seu próprio corpo como um instrumento, como uma dessas varas mágicas que se usam para procurar água ou como se fosse um pêndulo.

Uma maneira de usar a intuição cinestésica-magnética é utilizando as sensações nas mãos para lhe indicarem qual o melhor caminho, o melhor livro, o melhor perfume!

Comprando um walkman Um exemplo de como uso essa capacidade cinestésica-

magnética para achar um local em um mapa: Há alguns anos precisei encontrar um walkman para poder

escutar umas fitas-cassetes de treinamento enquanto caminha-va. O problema é que esse aparelho, tão comum em certa época, já tinha sido banido de produção há alguns anos, sendo substituído pelos CDs. Custava muito tempo e dinheiro fazer uma encomenda direta no fabricante. Sabia que era bem provável que houvesse uma loja na minha cidade onde ainda se vendesse walkmen. Visualizando o mapa da cidade de Zurique, senti minha mão atraída para uma região da cidade e quando me perguntei que loja poderia ser, lembrei de uma de fotografia que tinha aparelhos espalhados por todos os lados, do chão até o teto na mais completa desordem. Uma verdadeira caverna de Ali Babá! Quando cheguei lá, o dono me disse que já havia doado todos os walkmen há dois anos. Tivemos uma pequena discussão, pois eu insistia que ainda havia algum perdido por ali e ele me achou prepotente.

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Deixando-me um momento para atender um cliente, comecei a procurar na loja e logo fui atraída para uma prateleira transparente, cheia de caixas. Escondida na parte de trás dela vi, não uma, mas duas caixas de walkman! Para a grande surpresa do dono da loja, tive até opção de escolha!

Essa energia que você sente é o corpo energético, também chamado corpo etérico e que é o verdadeiro molde no qual o corpo físico se forma. Muitas pessoas, depois de ter um membro amputado, continuam a sentir esse membro. É o chamado membro fantasma. Apesar de não ter mais material-mente o membro, o corpo energético ainda está intacto, mostrando que ele subsiste ao material. O corpo etérico possui canais que o alimentam da energia vital ou prana existente na atmosfera. Esses canais são o que os chineses chamam de meridianos e quando um deles está em disruptura, a energia vital não flui, causando distúrbios no organismo.

A energia vital alimenta cada uma das células e o conjunto delas cria um potencial elétrico quando em atividade. A energia elétrica acumulada forma um campo eletromagnético perceptí-vel, que penetra e envolve seu corpo, expandindo-se natural-mente de 2 a 10 centímetros ao seu redor. Quanto maior sua vitalidade, mais expansiva ela é.

É interessante observar que nas pessoas que têm fibromial-gia, que provoca muitas dores musculares e esgotamento físico, a energia vital não é perceptível. O campo magnético é como que “colado” ao corpo!

A energia eletromagnética pode ser direcionada pela focali-zação, atraindo a realidade de acordo com seus pensamentos, sejam eles conscientes ou inconscientes. Se você aprender a sentir sua energia e souber focalizar conscientemente na sua necessidade, seja ela encontrar um objeto perdido, uma pessoa ou fazer compras, você vai poder sentir a orientação magnética que o guiará. Antes de tudo, procure sentir a energia existente em suas mãos:

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Maristela Rüffer

FIGURA 6: CINESTÉSICA-MAGNÉTICA

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SENTINDO A ENERGIA MAGNÉTICA DAS MÃOS (Este exercício pode ser acessado no YouTube, GPS Espiritual –Intuição Cinestésica-Magnética 1).

Este exercício é muito divertido e uso como passatempo

com minhas crianças nas esperas intermináveis dos aeroportos. Jogamos com as “bolas de energia” nos saguões, correndo e se divertindo!

- Esfregue as palmas das mãos por alguns instantes. Você vai sentir que elas vibram.

- Coloque uma na frente da outra a cerca de cinco centímetros de distância e feche os olhos.

- Faça um movimento de vai-e-vem distanciando e aproxi-mando lentamente uma palma da outra. Observe que você vai começar a sentir uma resistência entre as palmas como se estivesse apalpando um novelo de lã bem fofinho. Você pode imaginar que esse fica maior e a resistência aumentará.

Agora faça pequenos círculos como se você estivesse enrolando brigadeiros! Você vai notar uma vibração no centro da palma da mão que se movimenta juntamente com o movimento circular.

- Sinta a energia que emana do seu corpo, colocando uma mão a alguns centímetros do braço oposto. Você vai sentir como uma resistência muito leve a cerca de 10 centímetros de distância.

Uma outra história que ilustra a intuição cinestésica-

magnética. Procurando taturanas A Sra. Baumann, professora do primeiro ano de minha

filha Isabella, era uma pessoa muito gentil, mas podia nos dar tarefas realmente ingratas. Como na vez em que pediu às crianças para procurar taturanas e colocá-las em um aquário de

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folhas e ramos para poderem observar seu desenvolvimento até virarem borboletas. Ela deu uma orientação de como conservar as taturanas e uma dica: elas gostavam de urtigas! Armada de luvas e roupas compridas, levei minhas filhas para procurar taturanas perto de uma rua ladeada destas plantas que, quando tocadas, queimam e picam sem dó. Pacientemente e cuidadosamente, procuramos durante quase uma hora sem sucesso. Cansadas e queimadas pelas plantas, apesar das proteções, as crianças desistiram de procurar quando encontra-mos um parque que era rodeado de um pequeno bosque.

No meio do parque havia uma colina. Subi e fiquei observando as crianças brincarem. Foi então que percebi que não havia modo de achar taturanas procurando em todos os galhos e que somente poderia se fosse guiada pela minha intuição. Olhando toda aquela natureza, pensei que deveria haver pelo menos uma taturana em todo aquele espaço e que eu a iria encontrar!

Fiquei relaxada e imaginei como num quadro à minha esquerda uma taturana verde e branca, grande. Só fiquei satisfeita quando tive uma imagem muito nítida dela. Depois, em um quadro à direita, imaginei uma borboleta, com todos os detalhes. Depois fiz como um filme e via a borboleta se transformando na taturana. Revi esse filme algumas vezes até ter uma sensação de confiança.

Concentrando-me em meu corpo, esfreguei a mão direita na área do coração e estendi meu braço para sentir a vibração do bosque que estava há vinte metros na minha frente. Senti minha mão sendo atraída como um ímã para a região ligeira-mente à direita. Desci a colina e cheguei às árvores. Ali meu corpo também foi atraído, só que dessa vez para a esquerda. Deixei-me levar ao longo do bosque até que, cerca de trinta metros depois, deparei-me com uma árvore que tinha as folhas muito estragadas, parecia que tinham sido comidas. Quando olhei melhor, reparei que havia, não uma, mas dezenas de

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taturanas! No dia seguinte minha filha levou orgulhosa o saco com as taturanas para a escola e recebeu um prêmio por ter sido a primeira a trazer.

USANDO O CORPO COMO ÍMÃ Esse exercício pode ser visualizado pelo YouTube: “GPS

Espiritual e a Intuição Cinestésica-Magnética 2”. - Esfregue rapidamente a palma da mão direita na área do

coração (lembre-se de que o coração tem um campo elétrico que é 100 vezes maior que o cérebro e um campo magnético 5.000 vezes maior)!

- Esticando o braço, concentre-se no objeto que está pro-curando até que fique bem nítido em sua mente. Em seguida, deixe seu braço passear em cima de um mapa (real ou imaginário) de onde possa estar o objeto.

- Sinta as pontas dos dedos ou o seu corpo “atraído” por uma direção (figura 6).

- Não fique julgando ou discutindo com o seu GPSE, pois saiba que ele tem mais discernimento e informação que sua mente.

A inteligência serve para realizar as ordens do GPSE da

melhor maneira possível. Siga fielmente a atração eletro-magnética.

Exemplos: - Muitas vezes você pode querer ler algo, mas não sabe que

livro escolher. Vá até uma livraria ou na sua estante de livros e concentre-se em seu desejo. Sinta seu corpo, sinta o movimento interno. Deixe-se guiar por ele até o local onde você se sinta bem à vontade. Você pode sentir que o coração bate mais forte ou que a sensação de incômodo diminui.

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Nesse local, erga o braço e deixe sua mão correr lentamente a prateleira, sem dirigir ou ler os títulos dos livros. Você pode se sentir atraído por mais de um. Se for o caso, retire-os das prateleiras e deixe os livros à sua frente. Concentre-se outra vez em seu desejo e deixe sua mão pousar diretamente sobre um livro. Tenha confiança. Mesmo não parecendo à primeira vista, o livro provavelmente vai ter uma mensagem escrita para você.

- Quando precisar comprar um objeto, uma roupa, um

sapato, deixe vir à mente uma imagem do objeto que você quer comprar, veja-se já com ele, sinta esse objeto na sua mão. Após visualizar claramente o que quer e quanto está disposto a pagar, tenha a certeza de que em algum lugar esse objeto está esperando por você. Permita seu espírito vaguear por todas as possibilidades à sua volta, locais na cidade, lojas, internet… Esteja atento como seu corpo responde: onde você se sente à vontade, onde seu corpo pareceu se despertar?

Que visão você teve? Qual direção parece mais viva, mais fresca, mais confortável?

Em seguida, apenas siga a comunicação do seu GPSE. Esses são apenas alguns exemplos. Use a intuição

cinestésica-magnética para o que for necessário. No meu caso, usar desse método me faz economizar tempo, dinheiro e paciência!

Nos classificados Minha amiga Maristela queria adaptar o escritório de sua

casa para fazer um quarto para as visitas eventuais. Para isso, precisava de um armário com cama embutida. Mediu tudo e foi verificar o preço. Custaria cerca de oito mil francos! Ela não pensou duas vezes: sabia que precisava disso e que iria

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conseguir, mas que não tinha possibilidades de pagar. Visualizou tudo muito bem e “jogou” ao universo seu pedido para que ele fosse realizado. Ficou esperando confiante.

Um dia resolveu pegar um jornal e verificou os classifica-dos: uma senhora estava presenteando um móvel semelhante àquele que estivesse disposto a ir pegar em sua casa. O móvel coube perfeitamente no seu escritório e não custou nada!

Ele estava no mapa! Certa vez tinha que comprar uma cômoda para meu quarto.

Ela deveria ser longa e baixa para poder caber em um vão da parede da janela. Meu marido pensava que teria que pagar pelo menos três mil francos pelo móvel e não estava disposto a gastar tal quantia naquele momento.

Cansada de esperar, resolvi tomar a situação nas mãos. Numa manhã, acordei e meditei no móvel que desejava. Vi sua dimensão, visualizei-o de madeira maciça, de cor escura e, para não destoar muito dos outros móveis que tínhamos, visualizei até mesmo um detalhe meio antiquado de octaedros, igual aos outros armários. Coloquei também o valor máximo que podia pagar por ele: quatrocentos francos!

Como você viu, não tenho receio de colocar exatamente o que posso pagar, mesmo que seja muito abaixo do preço de mercado.

Primeiramente senti se existia tal objeto em Zurique. A resposta no meu estômago foi positiva. Em seguida, peguei um mapa de Zurique e deixei minha mão me guiar para a região onde ele estaria. Meus dedos sentiram atração para uma região onde havia três lojas de móveis de segunda mão. Sem pestanejar, saí de casa e fui visitar tais lojas, que nem conhecia. Há muitas lojas e feiras de objetos e móveis de segunda mão na Suíça e procurar objetos originais é um dos maiores passatempos dos europeus! Na terceira loja, eu o encontrei, embaixo de várias estantes e livros. O tamanho era perfeito, a

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cor também, tinha até os detalhes que havia visualizado e custava somente 250 francos! No mesmo dia o armário estava no meu quarto, lindo e instalado.

Você pode dizer que sou sortuda. Realmente as boas coincidências abundam na minha vida. Mas cada vez mais sinto que essa sorte se torna menos misteriosa pois funciona quase como um resultado já antecipado. Fico apenas observando “como”, e não “se”, vai acontecer. É interessante observar que os orientais definem a sorte de quatro maneiras:

1. boa carta astrológica (que sorte! Nasceu na boa lua!). 2. carma positivo (merecimento por ações positivas no pas-

sado ou em outra vida). 3. seguir a intuição (ela cria sincronicidade e tudo dá certo!). 4. poder transformar o negativo em positivo (capacidade de

encontrar crescimento em cada situação que se torna sempre “positiva”).

Talvez você não possa mudar sua carta astrológica, mas

pode sempre trabalhar os outros três itens, limpando com o Ho’oponopono o seu carma, aprendendo a ser fiel ao seu GPS Espiritual e transformando sua visão sobre os acontecimentos, vendo sempre o aprendizado e a oportunidade de curar uma ferida em cada situação de dor.

O Universo é abundância total, basta você transformar seus pensamentos e crenças limitantes. Não é porque é algo material, como um armário ou uma calça, que você não deva importunar a Divina Providência. Tudo é de suma importância para os céus. A divisão entre bom e mau, material e espiritual, é fruto de condicionamentos. Basta que seja feito de coração puro e não fruto de egoísmo e necessidade de reconhecimento. Lembre-se, se você sentir abundância e agradecimento de um lado, ou medo e falta do outro, é exatamente isso que vai obter!

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f. Sonhos

Os sonhos podem servir para dar vazão aos seus medos mais profundos, pesadelos que algumas pessoas podem pensar ser mesmo um ataque espiritual quando são, na maioria da vezes, suas próprias sombras manifestadas. Outras vezes, porém, são comunicações de sua parte mais profunda, que aproveita a ausência do ego censurador para dar uma resposta ou interpretação de uma situação. Há vários fenômenos ligados ao estado de sono e vou relatar alguns deles a seguir.

SONHO DESPERTO Quando o GPSE usa dessa possibilidade para se

comunicar, pode vir de forma espontânea como na cena em que me vi sofrendo o acidente de carro. Mas pode também ser acessado de forma consciente. Na minha prática compreendi que a realidade emocional interna pode ser transformada em imagens intuitivas. Produzo, por sugestão, um sonho desperto, onde o cliente é produtor e observador ao mesmo tempo. Peço ao paciente, quando está imerso em suas emoções, para me descrever essa emoção como se fosse uma paisagem da natureza. Passeamos juntos nessa paisagem, encontrando desfiladeiros, caminhos, grutas, vulcões, pessoas, situações, etc.

Somente em fazer EFT e retornando à imagem você vai verificar que ela se modifica, se torna mais harmônica. Muitas vezes é necessário encontrar uma solução de forma ativa, quebrando um muro ou construindo uma ponte. Podemos invocar anjos, guias, seres amados para que nos ajudem e orientem na caminhada. Pode ser que surjam, de forma espontânea, personagens, animais ou objetos. Conversamos com esses personagens, usamos os objetos, somos guiados pelos animais. Continuamos nisso até ter solucionado o problema.

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Inconscientemente esse processo se transfere e cura também a problemática original, da qual a imagem é apenas uma metáfora inteligente.

Os sonhos são uma forma de intuição em que todos os sentidos podem estar aguçados. A clarividência nessa situação, porém, é muito forte através das imagens que são transmitidas. Nesses casos, a linguagem é simbólica, feita através de arquétipos. Estudados por Jung, são símbolos partilhados por toda a humanidade, como Deus, o velho sábio, o diabo, uma mandala, e que estão presentes no inconsciente coletivo.

Um exemplo: A velha Tartaruga Em um sonho desperto minha irmã Nise chegou ao sábio

da montanha para perguntar sobre quem era seu mestre. Então apareceu um elefante vindo em sua direção e abanando as orelhas. Ele se transformou em uma pequena estátua do deus indiano Ganesh, que é meio homem meio elefante, e que carregava um pequeno elefante nos braços. Esse se transformou em uma pantera que dizia, andando de modo felino, “você tem que aprender a andar na noite sem deixar pegadas”. Em seguida apareceu uma árvore na qual descia uma naja preta e que pergunta se ela tinha certeza de querer beber da árvore do conhecimento porque ela poderia morrer com isso. Na resposta afirmativa da minha irmã, a cobra a engole e ela se vê dentro da barriga do animal, que era vermelha. Então ela estava nadando no fundo do oceano e era uma enorme tartaruga marinha gigante, velha de centenas de anos. Seu casco era enorme, seu pescoço cheio de rugas e ela tinha a certeza de saber onde ir, mas nadando ao sabor das correntes. Nise, que é uma pessoa maravilhosa e de muitas responsabi-lidades, se perguntou então, como fazer para ser capaz de cumprir com todas suas tarefas e projetos. Viu então um polvo

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com seus oito tentáculos e que se transformou em Shiva, a deusa cheia de braços. Ela respondeu à sua questão mostrando que o segredo era “ir fazendo e entregando, sem se apegar a nada, assim poderá cumprir tudo o que tem a fazer”. Além disso, disse que deveria cumprir com os oito nobres passos de Buda: correto pensar, correto meditar, correta atenção, correto viver, correto falar, correto compreender, correto esforço e correta ação. Só então estaria pronta para encontrar seu mestre.

Meses depois, viajando na Inglaterra, foi passar alguns dias em um spa ayurvédico de meditação transcendental e contou esse sonho para um casal de médicos. Foi a esposa que explicou todos os arquétipos da mitologia indiana presentes no sonho desperto: Ganesh é o guardião do conhecimento, a pantera é a face da Mãe Divina, a naja é a representação da Kundalini, serpente de consciência que jaz adormecida na base da espinha e é a guardiã da árvore do conhecimento. A tartaru-ga marinha é a representação de Vishnu, o Pai, que na mitolo-gia indiana carrega o mundo em cima do seu casco. Shiva, o polvo, é a deusa da destruição e renovação de todas as coisas.

IMAGINAL Vivi pessoalmente esse processo muitas vezes e descobri

que as pessoas têm facilmente acesso ao que os sufis, místicos islâmicos, chamam de Imaginal, e que seria a origem da realidade externa, como uma forma de bolo na qual a realidade se modela. O imaginal é a verdadeira realidade, que é projetada no exterior. As pessoas acessam essa realidade quando tomam consciência das imagens internas que as governam. Quem conhece a arte de Frida Kahlo, pintora mexicana, pode ver um exemplo desse tipo de imagem. Ali estão representados a sua dor e sofrimento coladas no corpo como feridas imensas, espi-nhos, imagens de duas Kahlo, representando um sentimento

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de dualidade, fetos ensanguentados, frutos de seus abortos espontâneos.

Na terapia que aplico, no entanto, não fico somente no retrato imutável de uma pintura, que pode ser a ilustração da constatação de uma dor, ou a denúncia de uma injustiça, mas não a cura. Como expliquei anteriormente, as feridas emocio-nais são muito reais. Em certos casos, peço ao cliente para visualizar a ferida emocional, sua localização, aspecto, se está sangrando ou não, qual seria o objeto que teria feito essa ferida. Assim, uma ferida no coração será suturada, limpa das escaras, cicatrizada com pomada de luz.

Permitindo a energia circular através do trabalho de perdão com base no Ho’oponopono, essas imagens fixas que povoam a mente, se curam através da solução perfeita de amor. Uma vez retornando à situação problemática, nota-se que ela já não existe, que caminhos de paz e amor foram abertos lá onde antes havia apenas dor e revolta.

Descobri recentemente que existem diversos métodos terapêuticos muito antigos com base na busca dessas imagens internas e sua cura. Trata-se, por exemplo, da técnica conheci-da como Medicina Narrativa (Mehl-Madrona, 2008), originária dos xamãs da América do Norte e outras culturas nativas. Isso é diferente da visualização criativa, onde tudo é criado para fazer o cliente viver uma história já pré-concebida, mesmo que seja curativa. No imaginal, a imagem toma vida e segue um enredo que o espectador observa, às vezes surpreso com os elementos que aparecem, mas que têm sempre um significado pessoal. As imagens, metáforas dos impulsos inconscientes, tornam conscientes esses impulsos, permitindo que sejam trabalhados e curados.

Entrar em contato com o imaginal e aprender a modificar as imagens para modificar a realidade interna e, consequen-temente a externa, é um dos principais elementos da minha terapia.

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SONHOS PROFÉTICOS A grande maioria das culturas, religiões e mesmo certas

ciências como a astrologia acreditam que a vida já está escrita, pelo menos nas suas linhas gerais. Essas informações podem emergir à consciência através de sonhos proféticos. Descartes, filósofo francês, teve em um sonho a visão de um novo sistema matemático. A Bíblia também está cheia de alusões aos sonhos proféticos, como o do faraó, que foi interpretado por José. O espiritismo explica que os espíritos utilizam o sonho para poder se comunicar. Nele, os desencarnados podem visitar os familiares e fazer passar certas mensagens mais facilmente.

No caso da minha mãe, ela havia prometido ao meu pai não vender a casa que ele havia construído no interior do Paraná. Com a morte prematura dele, aos 49 anos, nos mudamos para São Paulo, mas conservamos a casa, mesmo passando grandes dificuldades financeiras. Um dia minha mãe sonhou com meu pai que chegava, muito cansado e dizia que havia sido muito difícil chegar até ali, mas que ele tinha que vir a ela para dizer da necessidade de vender a casa de tijolos, como eles a chamavam. Finalmente minha mãe pôde vender a casa e o dinheiro serviu para comprar um apartamento em São Paulo. Os sonhos importantes causam uma grande impressão no espírito, mesmo que você possa esquecê-los com muita facilidade. Portanto lembre-se de ter sempre um bloco de anotações ao lado da cama para anotá-los assim que despertar. Essas informações servirão para serem meditadas em um momento de paz ou para você lembrar de informações importantes que não fizeram sentido no momento. Certos sonhos podem levar meses ou anos para revelar suas mensagens.

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SONHOS REPETIDOS Minha amiga Roberta me contou que muitos fatos impor-

tantes da sua vida foram anunciados por uma série de sonhos proféticos repetidos onde a paisagem mudava, mas o enredo sempre era o mesmo. Quando estava procurando um novo local para trabalhar, sonhou várias vezes que sempre estava subindo num elevador. Esse sonho parou quando encontrou um local de trabalho que ficava no quinto andar, algo muito raro em Zurique. Agora ela toma o elevador todos os dias para ir ao seu espaçoso salão de manicure e não mais em sonho!

SONHOS LÚCIDOS Algumas pessoas têm a capacidade de despertar dentro do

sonho e saber que estão dormindo! É o sonho lúcido. Se for o seu caso, você poderá usar o sonho para entrar em contato com seu ser profundo, pedir orientação, visitar pessoas, entre outros.

EXERCÍCIOS: Usando os sonhos para seu autodesenvol-

vimento - Você pode orientar sua mente a permitir que você tenha

uma vivência em sonho que elucide um problema. Antes de dormir, faça como Thomas Edson, um dos maiores inventores da história, que explicou como todas as noites escrevia em uma folha de papel as questões pendentes em relação aos seus inventos e deixava essa folha ao lado da cama. De manhã, quando acordava, “sabia” a solução.

- O estado emocional no qual você dorme pode influenciar em muito a qualidade do sonho. Procure dormir com a mente elevada e com fé de que a noite será melhor conselheira do que seu ego preocupado e limitado.

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- Dê um sinal para você se lembrar quando está tendo um sonho lúcido: seu nome, uma cor, um objeto (porta, árvore, relógio, cama…).

- Teste para saber se é um sonho: dê um pulinho. Se sentir que flutua, você está sonhando!

- Quando tiver a consciência de que está sonhando, mude a paisagem, a decoração. Procure se lembrar de alguma coisa que necessita saber no momento e peça que venha a resposta adequada.

- Explore o que quiser: outros países, o céu, a lua! - Tenha um caderno sempre ao lado da cabeceira da cama

para escrever o que vivenciou logo que acordar. Com os afazeres do dia a dia, mesmo o sonho mais importante é esquecido!

VIAGEM ASTRAL Se você vivencia uma paralisia do corpo, tenta gritar, se

mover e sabe que está acordado, não se assuste. Trata-se de um fenômeno muito comum de paralisia paroxística. Esse estado pode levar a uma sensação de liberação repentina (pode ser que você escute um grande barulho interno) onde o corpo físico continua imóvel, mas a consciência ordinária não está mais localizada no físico.

Muitas pessoas têm a experiência de se ver fora do corpo, podendo mesmo reconhecer seu corpo dormindo na cama enquanto sai atravessando portas e paredes. Esse é um fenômeno partilhado por pelo menos 20% da população em algum momento da vida e conhecido sob vários nomes: viagem astral, desdobramento, projeção de consciência ou experiência fora do corpo. Ele é descrito em todas as culturas desde tempos imemoriais por ser uma capacidade natural do

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ser humano e um fenômeno utilizado pelos iniciados, xamãs e profetas para explorar os mundos sutis.

Nesse caso a consciência se desloca ao corpo espiritual e uma nova realidade pode surgir. Pode ser que seja tudo seme-lhante ao físico, mas certos elementos são diferentes, como a localização dos quartos ou os móveis. Algumas vezes a pessoa tem a impressão de viver um momento passado ou futuro. São mundos que se interpenetram e nesse caso é necessário muito discernimento para poder realmente saber o que está acontecendo. Outras vezes você pode ser levado para locais muito diferentes, sentir a companhia de seres espirituais ou encarnados na mesma situação que você, desconectados do físico, ligados a ele somente por uma fina e tênue corda prateada.

Saiba que isso nunca matou ninguém nem causou danos. Para voltar ao seu corpo físico, é suficiente pensar nele. Se você já faz espontaneamente viagens astrais, não se assuste e procure saber mais sobre o assunto. Compreender e saber utilizar a viagem astral como fonte de crescimento é uma oportunidade maravilhosa. Por ser um assunto muito extenso, não vou me alongar neste livro. Você pode ler, por exemplo, o livro Manual Prático de Viagens Astrais de Bernard Raquin (Raquin, 2000).

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CAPÍTULO 6 GUIA PRÁTICO DO GPS ESPIRITUAL

Uma nuvem não sabe porque se move

em tal direção. Sente um impulso... É para este lugar que devo ir agora.

Mas o céu sabe os motivos e desenhos por trás de todas as nuvens, e você

também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos horizontes.

Richard Bach Agora que você já sabe porque o GPSE existe e quais

informações ele pode acessar, além de ter desbloqueado o seu uso. Você está finalmente preparado para usar seu GPSE, que vai estar pronto para ajudar em todos os momentos da sua vida. Para começar, pense em usar na sua vida prática. Quantas vezes você precisa tomar uma decisão, procurar um objeto, encontrar uma informação importante? Não estou falando, por enquanto, de resolver sua vida amorosa ou os problemas do mundo, isso virá mais tarde. Primeiro se aprende a ligar o computador e usar o programa de base antes de virar programador, não é mesmo? Em seguida vou dar dicas de como você poderá usar esse aparelho interno de maneira eficiente.

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Eis um pequeno guia: A. Ligar a antena Para ligar seu GPSE você tem que deixar fluir seu

hemisfério direito. Isso acontece quando você silencia os 40 bites onipresentes do cérebro esquerdo. Para poder usar o GPSE é preciso acalmar as ondas cerebrais e parar os progra-mas mentais do tipo “como?”, “ não é possível!”, “tem que ser assim!”. A intuição coloca você em contato com a verdadeira realidade, sem limites racionais, sem filtros de medo e programas restritivos seculares.

Você pode diminuir a frequência das ondas cerebrais pintando, fazendo um trabalho manual ou mesmo rindo.

Rindo Rir é uma grande terapia para diminuir as tensões físicas e

mentais. O bom humor é uma chave para a verdadeira intui-ção. Prove rir do nada, massageando os órgãos internos com o movimento do diafragma. Depois de alguns minutos rindo, somente por rir, sua antena vai estar completamente ligada! É diferente de rir vendo uma piada que precisa trabalho mental e rir somente por rir. Você pode ver no YouTube o vídeo do “Bodhisattva in metro” (http://youtu.be/kKnY8tBLG3g), um lindo exemplo dessa técnica.

Meditando “Rezar é falar com Deus, meditar é escutá-lo”. Para silen-

ciar a tagarelice mental, nada como uma prática meditativa. Há vários tipos de meditação. Aqui estão alguns exemplos para acalmar a mente.

Primeira opção com a meditação ativa: feche os olhos. Respire lentamente e profundamente três vezes, observando o ar que entra pelas narinas e que sai. Agora ouça os sons à sua volta, cada som, dentro e fora do local onde você se encontra.

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O trânsito lá fora, o som do ar condicionado, do computa-dor. Agora escute as batidas de seu coração, escute sua própria respiração. Fique assim alguns momentos. Pronto: você já está receptivo.

Segunda opção: Caminhar consciente. Esse tipo de medita-ção é também conhecido como Kinhin, que em japonês significa “seguir para frente” e é muito indicada para aqueles que têm dificuldade em ficar parados. Ande no sentido horário com as mãos sobrepostas uma na frente da outra na altura do peito. Os cotovelos levantados na mesma altura. Dê somente meio passo a cada respiração completa (uma exalação e uma inalação). Ande suavemente, sem arrastar os pés e sem fazer barulho.

Terceira opção: Você também pode se concentrar em uma chama de vela, em uma flor, em um mandala.

Quarta opção: pintar, esculpir, fazer uma atividade artística. A arte é muito intuitiva, você tem que se desligar e deixar a imaginação e a criatividade fluir. As ondas cerebrais se modificam, ficam mais profundas e você fica propício à intuição.

Eu pessoalmente pratico vários tipos de meditação. Gosto de fazer Tai Chi, que é uma meditação em movimento, mas que necessita muita prática. Medito sentada antes de dormir, entrando em estado de transe leve. Às vezes apenas me concentro na respiração ou me visualizo subir até um local de paz e união com a minha consciência superior. Muitas vezes, porém, obtenho respostas para meus problemas passeando na floresta atrás de minha casa.

Existem milhares de possibilidades meditativas: procure aquela que for a mais adaptada a você. Todo mundo tem um modo de se sentir desconectado do mundo, em paz naquele momento. O importante é sentir o silêncio interior liberador, se acostumar a não controlar tudo (situação, outros, o mundo, a si mesmo) com o pensamento e estar à escuta.

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B. Dar o endereço ao painel de controle do GPSE (intenção) Dar as instruções de base não é dirigir com o ego, mas

enquadrar a resposta ao que realmente você deseja. Nesse ponto você tem que saber onde quer chegar a partir do ponto onde se encontra. Os problemas que possam surgir são muito mais resultado da falta de especificação do que você está procurando, o que acaba por criar “problemas de entrega do produto pelo universo provedor”.

Verifico em minha prática profissional que as pessoas sabem o que não querem para si, mas quando pergunto o que realmente querem são muito vagas. Me dizem algo estereoti-pado do tipo: quero ser feliz, quero que me amem, quero ter sucesso… sem realmente acreditar, sentindo internamente que não é possível ou não são merecedoras. Lembre-se do campo eletromagnético das intenções e cure seus bloqueios. Assim você poderá ser capaz de realmente pedir o que deseja!

Pode ser que você não ouse pedir, por pensar estar abusando do universo. Mas “se o universo inteiro conspira” para que o seu desejo se realize, como diz o Alquimista de Paulo Coelho (Coelho, 2006) e, como dizia Jesus, “bata e se abrirá, peça e vos será dado” 9 , você receberá somente se tiver a coragem de pedir. Senão o universo dá apenas o que os outros estão pedindo e pode ser que o resultado não seja aquele que você desejava.

Se você vai para o restaurante divino, onde tem a oportuni-dade de pedir o prato exatamente como você deseja, você deixaria uma outra pessoa escolher o que você vai comer? Obviamente não. Mas na vida é o que geralmente se faz. Não pedindo, é o pedido coletivo que é imposto. É preferível gastar mais tempo procurando saber exatamente o que você quer e

9 Mateus 7:8

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curando seus pensamentos limitantes em relação ao seu pedido do que gastar tempo e energia em busca de algo que nem sabe direito o que é ou que acha no fundo que não é merecedor.

Você pode pedir o que quiser, mas deve colocar exata-mente as características básicas para que se sinta confortável com o produto final.

Minha amiga Rosângela percebeu a importância de ser muito clara e direta nesse ponto: sua empresa ia sortear uma televisão com tela plasma. Ela queria muito essa televisão e formulou a seguinte afirmação: “eu vou levar essa televisão no meu carro!”. E foi realmente o que aconteceu, mas quem ganhou foi a amiga para quem ela deu carona!

Quando procurei um consultório para começar a exercer minha profissão de naturopata, coloquei em um papel todos os itens que eu considerava importantes para trabalhar nas melhores condições: claridade, partilhar com outros terapeutas que compreendessem e aceitassem meu trabalho, boa compa-nhia, proximidade de minha casa, possibilidade de só trabalhar e pagar dois dias por semana. Além disso, só podia pagar um preço muito limitado, três vezes menos do que todos meus colegas diziam que iria custar! Embora tudo racionalmente estivesse contra mim, isso era o que eu queria e também o que eu podia. O que consegui foi ainda melhor do que o pedido, em preço e qualidade! Na verdade há muito mais opções no universo do que podemos saber ou imaginar.

C. Dar um prazo determinado ajuda a programar de forma

consciente a sua intuição. É como integrar ao GPSE quando você quer chegar ao destino. Isso aprendi com a minha mãe, que sempre dava um prazo de três dias para ter uma resposta “clara, concisa e sem sombra de dúvida!”. O incrível é que nunca falhava. Realmente, quando tenho uma decisão urgente, utilizo esse método e é infalível! Não estou sendo tirana,

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apenas ajudando minha orientação interior a ser mais precisa. Obviamente nada impede que você peça “agora” uma resposta e, se você tiver fé, ou seja, a certeza interna, é bem provável que receberá a resposta. Fazendo como mostra Pete Sanders, ou seja, focalizando-se nas áreas intuitivas, você pode adquirir a prática de controlar o acesso às informações.

Em certas situações sinto que um problema necessita um tempo indeterminado para amadurecer e fazer um caminho dentro de mim e então não imponho um tempo. Isso depende da situação e essa sensibilidade vem com a prática. Uma situação é produto de uma grande sincronicidade e pode levar um longo momento para que todos os elementos tenham sido criados e se manifeste. Veja se é o caso e dê tempo ao tempo.

No caso do meu consultório, após especificar o que queria, encontrei uma página na internet especializada em aluguel de consultórios e disse a mim mesma que quando o local ideal estivesse disponível eu iria sentir. Isso poderia acontecer a qualquer momento. Não me preocupei mais e nem fiquei entrando todo momento na internet para ver se havia uma boa oferta. Dez dias depois eu estava passando o aspirador no meu quarto quando “senti” que deveria abrir a internet naquele momento. Imediatamente deixei tudo no chão, liguei o computador e encontrei a oferta de um consultório a apenas três estações de ônibus de casa. Liguei para o número e estava no local dez minutos depois. Assim que entrei, vi que corres-pondia 100% ao que queria e ainda mais (havia muitas flores, sala de espera com petiscos – que ótima ideia!) e até mesmo uma sala para dar cursos. Disse na hora que alugava. A senhora que me atendeu ficou pálida e precisou sentar. Ao lhe perguntar se estava passando bem, me disse que sim, mas que isso nunca tinha acontecido com ela, pois havia acabado de colocar o anúncio e em menos de meia hora já estava alugado!

A manifestação de uma situação ideal pode levar algum tempo e é preciso, muitas vezes, ter paciência.

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D. Depois de silenciar a mente, dar o objetivo ao GPSE e enquadrar a solução, o próximo passo é apertar o ENTER, ficar atento para os sinais externos (acontecimentos, mensa-gens na televisão, rádio, pessoas, computador, música…) e internos (sonhos, visões, impulsos,…) e estar pronto para agir. Lembre-se bem da sincronicidade! No momento em que você receber um sinal do seu GPSE, não espere para fazer “mais tarde” ou “quando tiver terminado isso…”. Imagine o que acontece quando um GPS diz que você tem que virar dentro de 100 metros e você “decide” que vai esperar 500 metros para fazer a curva porque não está a fim agora… Ninguém faria isso na estrada, mas quase todo mundo faz quando se trata do GPS Espiritual. A solução ideal faz parte de uma infinidade de pequenas situações que permitiram a cristalização de uma situação altamente específica para realizar o que você deseja. Por isso é importante dar a máxima importância ao sinal e realizar a orientação no mesmo momento, para não perder a sincronicidade dos acontecimentos!

A seguir apresento um quadro com o resumo das instru-

ções. Se você quiser pode acompanhar no YouTube com o vídeo Guia prático do GPS Espiritual. É muito mais prático e interativo!

Instruções de base: A. Ligue o GPSE rindo, meditando, pintando, passeando… B. Especifique as condições mínimas de satisfação: o que

você quer saber, o que você quer encontrar, onde você quer chegar.

C. Se necessário coloque um prazo determinado: “tenho que estar lá até tal hora” ou “quero uma resposta em três dias”!

D. Aperte o “enter” e apenas siga as instruções! Agora fique atento à entrega da encomenda, que pode chegar a

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qualquer momento através das linguagens do GPSE e sincronicidades.

Essas instruções são tudo o que você deve fazer. Mas para

usar bem o GPSE, como com qualquer instrumento, você vai ter que praticar. Quanto mais prática, mais as funções se tornam familiares e mais você será capaz de concretizar. Há um tempo de calibração do aparelho, durante o qual você vai se adaptar para ter uma melhor recepção. Tudo é uma questão de autoconhecimento. Quanto mais você perceber sua linguagem interna, mais claras serão as informações.

3. A BOA ATITUDE MENTAL A chave é estar receptivo sem expectativa, ao mesmo

tempo que confiante em uma resposta clara e profunda. Estar receptivo é estar alerta às diversas formas de intuição, às diversas maneiras que a inteligência divina se manifesta. Estar confiante é ter fé, saber que há uma resposta além do que você pode saber com seu lado racional, uma resposta perfeita, que vai colaborar com o seu progresso e o da humanidade.

Uma vez recebida uma intuição, não deixe seu ego tentar tomar as rédeas outra vez e colocar em dúvida as informações. De toda maneira, ele nunca vai ter acesso a todas as informações para poder compreender as diretrizes do GPSE. O racional deve se concentrar somente na concretização material da orientação.

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CAPÍTULO 7

USANDO O GPS ESPIRITUAL PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS

Quando alguém não usa o GPSE e precisa resolver algo,

fica sofrendo para tentar criar as condições ideais para que a solução imaginada dê certo: eu tenho que conseguir isso, uma pessoa tem que se modificar, outra tem que perdoar, o mundo tem que estar em determinada situação.

Um bom caso de estudo de como usar seu GPSE para solucionar problemas está no filme Óleo de Lorenzo (Sarandon & Nolte, 1992).

Esse filme trata da história real de um menino muito inteli-gente e vivo e que sofre de uma grave doença degenerativa e mortal. Seus pais se debatem para conseguir desvendar o mistério e, mesmo sendo leigos em medicina, salvam seu filho de um trágico destino. Em vários momentos vemos o GPSE funcionar para encontrar um artigo científico essencial ou para desvendar os mistérios do mecanismo biológico da doença.

O filme mostra que a chave para a boa comunicação com a

sabedoria interna e criação da sincronicidade são: - a intenção da cura. Vimos anteriormente o poder da

intenção sobre a realidade material. A intenção é a linguagem do coração que comanda a sincronicidade.

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- a focalização na solução, nesse caso, na cura de Lorenzo. Eles não ficaram satisfeitos somente em fazer parte de estudos para tentar entender a doença e se focalizaram em salvar o filho da morte certa em pouco tempo. Como nos mostra Gregg Braden e o Experimento da Fenda Dupla, a realidade está onde se focaliza.

- a tomada de conhecimento ampla dos elementos ligados ao problema. Se você olha apenas parte do problema, criará apenas parte da solução. Falarei mais disso quando explicar a Técnica do Cesto.

- a honestidade com a situação, sem esconder os fatos, mesmo que doam. Os pais de Lorenzo não se viram impoten-tes pela falta de conhecimento ou tratamento, mas usaram isso como um incentivo pois viam que havia vários aspectos que não tinham sido explorados na pesquisa da cura dessa doença;

- a fé de encontrar uma resposta. Ter fé é saber que toda situação tem um sentido maior e esse sentido somos nós que damos. É saber que há sempre uma resposta para os proble-mas.

- o amor que impulsiona em cada momento. O amor é o motor, pois ele é a própria essência e sentido de tudo.

Em um momento chave, o pai, exausto de tanto estudar

para compreender o mecanismo de como uma cadeia de polímeros boa e outra problemática estavam ligadas, dorme e num sonho aparece seu filho, que tem em cada uma das mãos uma corrente. O menino é a ligação entre elas. O pai desperta e “sabe” que o menino é a enzima defeituosa e que ela regula o metabolismo das duas cadeias de lipídeos, desvendando o mistério. Dessa compreensão, pôde encontrar o remédio, o Óleo de Lorenzo, que atualmente salva centenas de meninos no mundo inteiro da invalidez e morte prematura.

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Em qualquer situação problemática, há uma solução dispo-nível àqueles que “baterem à porta” e que “pedirem” com sinceridade no coração.

Imaginemos que você tem uma situação que talvez deseje

modificar, tem um ideal que quer alcançar. Colocando de forma clara ao seu GPSE, você está escrevendo na tela do aparelho o destino final. Ele irá automaticamente marcar onde você se encontra, todos os elementos ao seu redor, sua situação de vida, emocional, material, social. Em seguida, entrando em contato com a Holonet, ela vai adaptar o universo ao seu pedido, criando as sincronicidades. Você não sabe de todos os elementos existentes no universo, não pode controlar tudo e todos, mas o seu GPSE atrai os elementos necessários e tem a capacidade de posicionar você na situação perfeita para a realização dos seus objetivos. Portanto, é o GPSE, e não o intelecto, que decide o “como”.

Os problemas existem por causa da limitação de compreen-

são. Se você está envolvido em uma situação aparentemente sem solução é porque está ligado ao seu intelecto, que não tem acesso a todas as informações e portanto gira em volta de poucos aspectos. A mente tem capacidade de guardar no máximo 7 dados de uma só vez e frequentemente se concentra em apenas um único aspecto em meio a centenas. Ainda assim, você pensa poder encontrar uma resposta adequada à situação usando apenas seu intelecto. Se deixar de lado o julgamento e permitir que seu cérebro direito capte as informações necessárias na memória universal, então uma resposta global e adaptada se formará. Seu GPSE sempre pode levar você para um ponto de completa harmonia.

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1. A TÉCNICA DO CESTO

Quando estou às voltas com um problema que tenho que solucionar, uso um processo que se mostrou eficaz em diversas ocasiões. Tudo não dura mais do que alguns minutos e o importante é trazer à luz da consciência o problema e a solução. Começo por colocar em um grande cesto imaginário (eu gosto de imaginar o meu cesto feito de vime) todos os itens do problema, sem julgar se são bons ou ruins. Nesse cesto coloco também as pessoas ou coisas envolvidas, o que sei e que já vivi com elas. Posso colocar os riscos e benefícios, todas as possibilidades de sucesso ou fracasso que podem aparecer. Faço de forma muito rápida, sem ficar analisando e julgando cada item. Coloco também todos os meus medos e esperanças. Mesmo que sejam “negativos”, são reais e fazem parte de meus pensamentos subconscientes, influenciando, mais do que posso imaginar, o problema. Coloco literalmente o mundo nesse cesto, vendo rapidamente ligações entre mim, o problema e todos! Afinal, como dizem: “um bater de asas de borboleta no Brasil pode criar um furacão na Ásia”. Quando não há mais nada a ser colocado, me pergunto se tenho todos os elementos para uma boa solução. Se sinto um incômodo, deixo vir à minha mente imagens que representam este incômodo até que se forme uma representação da informação que me falta. Muitas vezes me falta uma peça do quebra-cabeça que tenho que buscar sozinha. Pode ser que eu tenha que aprender uma técnica, procurar por conhecimentos específicos ou realizar alguns passos por mim mesma até conseguir encontrar uma boa solução.

No momento certo, depois que meu cesto está completo, entro em estado relaxado de entrega total. Percebi que frequentemente surgem soluções que ultrapassam minha compreensão racional, mas que são mais completas e mais

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harmoniosas em relação a mim mesma e às pessoas à minha volta.

A frustração ou dor ocorre quando você não aceita o “como” e tenta encontrar uma resposta racional ao seu “porquê” das coisas serem o que elas são. A aceitação do caminho que o seu GPSE mostra é a melhor maneira de viver feliz. Muitas vezes você só percebe no final que certas coisas tinham que acontecer para que o resultado fosse o melhor. Permito vir uma solução que brota do meu espírito como uma evidência. Deixo-me guiar, cultivo um sentimento de que tudo já está resolvido, que tudo acontece primeiro em outros planos e que depois se materializa. A energia precede a matéria. Apenas deixo que a melhor possibilidade venha até mim, sem colocar barreiras de “como”, “por quê”, “não é possível”, “não posso”. O certo é aquilo que acontece de modo fluido, onde as pessoas certas se encontram no local certo, onde as portas se abrem ao invés de serem arrombadas à força.

Relaxada ali, deixo vir uma resposta. Ela pode ser uma imagem, uma frase, uma ideia. Confio na sabedoria da solução, por mais difícil que ela seja.

Certas vezes sinto apenas que tenho que esperar, que a solução está sendo fabricada e que para tudo existe seu tempo. Tenho muita paciência comigo mesma e com a vida. Num plano muito mais alto de inteligência, tudo acontece no tempo certo para mim e para todos. A parte que quer apressar as soluções é o ego, com seus 40 bites de informação.

Como virá a resposta e qual será “não é mais meu proble-ma” (não posso controlar o “como” com meu saber limitado, somente o “que”!). Simplesmente estou aberta e não julgo nenhuma resposta. Sei quando encontro uma boa solução pelo sentimento de calma e certeza interior que a acompanha. Sou completamente fiel a essa resposta, mesmo que contrarie tudo e todos e tomo cuidado com meu ego, que pode querer racionalizar e resolver à sua maneira.

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O racional começa a tomar conta quando se volta a sentir dúvidas. Nesse momento, converso com meu ego, escuto seus medos e percebo onde houve problemas no passado que ele insiste em lembrar. Faça Ho’oponopono nesse sentimento até eliminar os medos do ego de perder controle e ele ficar realmente confiante no GPSE. Já não penso “se” vai vir uma resposta, mas espero “quando” ela virá.

A resposta que vai chegar pode ser surpreendente, mas jamais contra seus valores pois tudo que vem do GPSE traz amor e harmonia para levar você ao encontro de si mesmo e de Deus, que já está dentro de você à espera de poder se manifestar.

TREINANDO A TÉCNICA DO CESTO (veja também no

YouTube GPS Espiritual e a Técnica do Cesto). Para este exercício é melhor não começar por um problema

vital, muito complexo. Se você ainda não aprendeu a confiar e a ouvir poderá ter uma resposta contaminada pelo medo do ego. Escolha um problema simples que você tenha que resolver e para o qual você não tem ainda uma resposta.

- Imagine um cesto ao seu gosto. - De modo rápido, sem parar para analisar, vá colocando

todos os itens ligados ao problema. - Analise seus sentimentos para verificar se não há nada

faltando. Se houver incômodo, insegurança ou medo, existe outros elementos que pedem para serem evocados. Entre na emoção e deixe vir imagens, palavras, conhecimentos (agora você já sabe fazer isso!).

- Em seguida feche o cesto e diga a si mesmo que aceitará qualquer resposta que venha, mesmo que ela decepcione seus desejos! Essa é com certeza a melhor resposta e aquela que vai trazer menos sofrimento no final.

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- Se houver medo, é porque você ainda não está preparado e que seu ego ainda interfere. Se for o caso faça Ho’opono-pono e cure as feridas do inconsciente:

“Sinto muito por ter esse problema, Eu peço perdão a mim ou a qualquer pessoa ligada ao

problema por qualquer palavra, pensamento ou ação que tenha ajudado a criar esse problema,

Eu agradeço a esse problema por me ajudar a crescer, aprender, me descobrir e superar meus limites mais profundos,

Eu me amo, amo essa situação e as pessoas envolvidas nela por serem manifestações do divino”.

Muito obrigado. - Confie. O GPSE é sempre honesto, profundo e traz

consigo paz e segurança. - Esteja atento aos sinais enviados por ele, como uma

sensação física, uma voz, um pensamento, uma imagem, um desejo ou um impulso.

- Faça sua parte: siga as instruções à risca. Maravilhe-se com os milagres e sincronicidades que passarão a abundar na sua vida!

POR QUE ESSA TÉCNICA DÁ CERTO? Quando se vai reformar uma casa, você não fica só

olhando as partes bonitas, perfeitas e deixa de observar o que está com problema porque tem medo de reproduzir esse mesmo problema em sua realidade. Nesse caso, você olha o que não está bem porque está concentrado na solução, no que fazer para resolver os problemas.

Da mesma maneira, quando você tem um problema, é importante ter consciência de todos os elementos, mesmo que sejam negativos como, por exemplo, seus medos. Um

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problema é composto de todos os seus componentes, e não apenas daqueles que você considera dignos de notação, ou seja, os pontos positivos e que são puro fruto de um julgamento baseado em conceitos muito limitados. No final, a solução pode estar muito longe de resolver completamente a situação. Se você só levar em conta parte do problema, vai criar no máximo parte da solução!

Ver o problema completo e não apenas parte dele é resultado da prática de viver com consciência. Essa atitude pode aparentemente ir contra a ideia comum de que pensar no negativo atrai o problema. Isso não é o caso aqui por três motivos: o primeiro é que não há focalização nos pontos negativos, apenas conscientização de que eles existem; em segundo lugar, a focalização está na resolução do problema e portanto será a solução que será criada; por último, é provado cientificamente que dificilmente alguém retoma um item descartado prematuramente, mesmo que ele seja essencial para a solução.

Você pode deixar passar um ponto principal para a solução do seu problema somente porque decidiu rápido demais que ele não era importante. Colocando todos os itens no cesto, sem dar maior ou menor importância a eles, ou sem separar em positivo ou negativo, você deixa em aberto todas as possibilidades. A melhor opção se tornará uma evidência. Você será cada vez mais consciente e mestre de sua vida.

2. Resolvendo conflitos pessoais

“A paz, e a saúde do mundo, começam em você”.

Meire Yamaguchi

Brigas, discussões ou conflitos são portadores de grande desarmonia para todos. Um conflito surge quando duas

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pessoas não abrem mão do seu ponto de vista, o que significa mostrar suas fragilidades. Mas o que são as fragilidades senão feridas abertas e que são protegidas por camadas de orgulho e convicções? Enquanto existir a ferida que tem que ser protegi-da, não haverá real paz. Pode ser que “atacando” ou se “protegendo” você consiga não senti-la por um certo tempo, mas essa ferida será uma ameaça constante à sua paz de espírito.

E se você considerasse o conflito mais do que um simples ato de mostrar quem tem a razão e o transformasse num caminho de autoconhecimento e crescimento interior? Você sempre pode escolher esse caminho e sair do julgamento estéril e sugador de energia, que paralisa e envenena. Olhar com os olhos da alma e não do ego é o primeiro caminho para ver mais claro.

Depois de vista a situação tal como ela é, você pode escolher perdoar e fechar a ferida que foi aberta. O resultado é uma verdadeira “ação” e não “reação”. É agir com amor e não com medo. É deixar que a energia flua e não seja sugada por um buraco negro de revolta.

ATENÇÃO AO LIVRE ARBÍTRIO (DOS OUTROS) Ao buscar a mudança de situação, tome cuidado para não

interferir no livre arbítrio do próximo, desejando a sua mudança de comportamento ou que, por exemplo, ele ou ela o amem. Você pode pedir uma mudança interior em você mesmo ou um caminho de desenvolvimento, mas não pode controlar o que o outro sente, por mais que seja tentador. Muitas vezes o pedido é “eu quero que fulano me ame”, o que interfere com o livre arbítrio do “fulano”.

Você pode, sim, verificar que não se sente amado, que é solitário atualmente. Pode se ver num final feliz, harmonioso, muito bem acompanhado. A pessoa ideal pode ser qualquer

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uma das outras sete bilhões existentes no mundo! Ou pode acontecer que o que faz você se sentir realmente amado e completo seja um encontro interior com sua essência, o encontro de uma vocação ou outra coisa. Somente o GPSE tem acesso à Holonet com todas as informações para poder trazer, da melhor forma possível e de maneira certeira, a solução ideal.

Geralmente quando se tem um conflito, o desejo é que o outro “reconheça” que errou e que possa ter feito você sofrer. Porém, por mais que seja desejável que o outro aja com amor ou peça perdão, não se pode obrigar ninguém a se modificar. Há somente uma pessoa sobre a qual você tem completo poder: você mesmo! Se, para você ser feliz, tem que ficar na dependência de que o outro se modifique, se arrependa ou peça perdão, você corre o risco de esperar toda sua vida. O outro pode simplesmente não perceber o que provocou ou se proteger atrás do orgulho. Pode ser que, infelizmente, a pessoa até mesmo morra sem reconhecer o mal que fez e não haja mais possibilidade de reparação.

Inconscientemente você delegou todo o poder da sua felicidade para o outro. Ficou dependente da modificação de uma pessoa, sobre a qual não tem poder algum. Quanto tempo isso vai durar? Isso vai durar até você aceitar e usar todo seu poder para criar sua própria felicidade. Para isso, use seu GPSE. Em seguida, faça o EFT para curar as feridas abertas e o Ho’oponopono para perdoar.

PRÁTICA PARA TRABALHAR UM CONFLITO PESSOAL Para começar, é preciso seguir três regras: - Não julgar, isto é, não emitir opinião nem classificar entre

certo ou errado. Seja neutro e observe como se fosse em um

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laboratório. Você vai se surpreender com as informações que vai receber!

- A segunda regra é realmente querer resolver a situação, querer sair do sofrimento e ver a situação através dos olhos do amor, mesmo não sabendo ainda “como”. Para isso é necessá-rio “confiar”, ou seja, acreditar no seu GPSE e na inteligência universal que têm a melhor solução fora da visão limitada do seu ego.

- Enfim, ser muito honesto consigo mesmo, não esconden-do de si mesmo suas emoções e pensamentos, apegando-se ao papel da vítima ou do “bonzinho”.

Depois de estar de acordo com essas regras básicas: - Ligue seu GPS Espiritual. - Mentalize a pessoa com quem você tem conflito. Concen-

tre-se primeiro na área do seu estômago e deixe a Intuição Sensitiva funcionar. Anote todas as sensações. Onde dói, onde machuca, onde fere?

- Concentre-se na área dos ouvidos e “escute” os seus pensamentos: quais são as opiniões negativas que você tem de SI mesmo quando o outro lhe fere.

Anote. - Concentre-se na área entre as sobrancelhas, e deixe vir

uma imagem do outro e de você atualmente. Observe as posições do corpo, as feições do rosto. Você pode imaginar cores que emanam dessas figuras, campos de força. Anote.

- Agora comece a cura da situação: - Sinta a primeira ferida e faça o EFT até que a ferida esteja

curada, até que, mesmo sendo repetidas as mesmas palavras, você já não sente dor ou incômodo.

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- Imagine que um ser de luz, pode ser Jesus ou Buda, por exemplo, esteja explicando a situação. O que ele diria de ambos? O que você têm a aprender com essa situação?

Apenas ouça e anote. - Em seguida faça o Ho’oponopono: Sinto muito por essa situação de conflito. Eu peço perdão por qualquer pensamento, palavra ou ação

desde o início dos tempos até hoje, feitos por mim ou meus antepassados, consciente ou inconsciente e que possa ter cola-borado para essa situação de dor entre nós dois.

Eu me amo e eu te amo pelo que somos: Deus em proces-so de manifestação.

Obrigado. - Olhe outra vez a situação e deixe vir uma intuição do que

você deve fazer em relação a ela. Pode ser esperar, pode ser procurar diálogo, pode ser pedir perdão diretamente à pessoa ou qualquer outra solução. O importante é ter desfeito o nó que envenenava sua vida.

Autoeducação para agir com amor Depois de ter curado sua ferida que era a causa de todo

conflito e feito o processo de perdão, aquilo que você estava acostumado, que era seu modo de agir, vai se modificar pois você não vai mais sentir a necessidade de proteger sua ferida. Automaticamente seu comportamento vai ser diferente: não vai mais reagir violentamente ou se fechando, seu corpo e suas feições vão ficar mais descontraídos, vai ter feito as pazes com a sua linguagem interior e estará mais disposto a escutá-la.

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Porém, pode ser que você não saiba ainda como responder aos sinais de forma a espelhar essa mudança. Para isso, procure se autoeducar procurando aprender uma boa solução.

Uma boa solução é quando se pode falar com paz, sem

raiva, ódio ou egoísmo, sem afrontar e quando seu limite é respeitado primeiramente por você. Pode ser que certas pessoas à sua volta estejam tão acostumadas a invadir o seu terreno sem obter de você uma reação, que talvez estranhem sua nova maneira de agir. Mas se você estiver falando com o coração não haverá problemas.

Quando encontrar uma boa solução, agradeça por tê-la fi-nalmente integrado, perdoe a si mesmo com o Ho’oponopono por não ter achado essa solução anteriormente (você fez o melhor que podia dentro da situação naquele momento) e sinta a paz interna.

Não se pode modificar o passado, nem apagar um aconte-

cimento. Mas sempre é possível modificar o olhar e aprender a sentir amor ao invés de dor. Todo conflito cria feridas, mas também traz a cura dentro de si, como uma semente, que permite que o amor se manifeste ali onde se considerava impossível. Assim a luz ilumina as sombras e o amor vence.

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CAPÍTULO 8

USANDO O GPS ESPIRITUAL NA DOENÇA

A doença pode ser chamada de “caminho de volta ao

essencial”. Para certos doentes, comer algo fora da dieta é um verdadeiro banquete e poder ir ao banheiro sozinho, o sonho mais louco. Ela é um desafio que pode causar imensa dor na pessoa e nos entes próximos e até mesmo matar. Ninguém sai ileso de uma doença grave. Muitos passam a prezar mais a vida e as pequenas coisas, outros se tornam amargos e enfraque-cidos.

Há livros e livros sobre o tema da doença como meio de transformação: Amor, Medicina e Milagres, (Siegel, 2005), Cure seu Corpo (Hay, 2009), A Doença como Caminho (Dethlefsen & Dahlke, 1983) ou Com a Vida de Novo (Simonton, Matthews-Simonton, & Creighton, 1987). Todos vão no mesmo sentido: as doenças não são acidentes de percurso, mas “o” caminho mais surpreendente e efetivo de crescimento interior. Se você vê a doença como um obstáculo que tem que ser retirado o mais rápido possível para continuar a viver como antes, perde uma grande oportunidade de compreender a sua mensagem profunda. Se você deixar de ver a doença como uma pedra no seu caminho e usá-la para construir uma escadaria, alcançará cumes nunca imaginados.

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A psiconeuroimunoendocrinologia, talvez uma das maiores palavras que existe, é uma nova área de estudo da medicina que estuda como os sistemas mentais, imunológicos e hormonais se influenciam entre si e se autorregulam! Você é em parte responsável pela sua doença quando não sabe gerar seus conflitos e enfraquece seu sistema imunológico. Seus pensamentos negativos agem sobre a produção de hormônios: um momento de estresse provoca cerca de 1200 alterações biológicas no corpo, enfraquecendo o sistema imunitário, criando subprodutos ácidos que alteram as funções cerebrais, o que acaba por diminuir a capacidade de concentração, criando fatiga e perda de memória, entre dezenas de outros sintomas. Com a tensão proveniente do estresse, por exemplo, a respira-ção se torna superficial, havendo menos inalação de oxigênio, necessário à formação de energia.

O ciclo de Krebs da respiração celular, que transforma a glicose em moléculas de energia que podem ser usadas pelo corpo para todas as suas funções, necessita de oxigênio e muitos oligoelementos (deficientes na alimentação industrial) para poder completar o ciclo. Nele são formados muitos subprodutos que são neutralizados pelo oxigênio, resultando em formação de água e energia, que é estocada sob forma de moléculas de ATP (adenosina trifosfato). Em uma situação de estresse e alimentação deficiente, o ciclo não se completa e forma menos moléculas de energia. Além disso, os subprodu-tos ácidos não são neutralizados com oxigênio, que deveria formar água, e acaba acidificando o corpo. Como mostram os estudos do bioquímico francês, Claude Vincent, a acidez do plasma sanguíneo é propícia ao desenvolvimento da maioria das doenças, inclusive do câncer (Herzog, 2010).

Ao contrário, rir aumenta a profundidade da inalação, libera o ar viciado do pulmão, faz massagem interna dos órgãos, retirando as toxinas das células, limpa os condutos lacrimais, dilata as cavidades da face, além de liberar endorfinas

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que regeneram o organismo. As pessoas veem com muito mais otimismo uma situação após uma boa risada. A mente fica mais criativa e desinibida. O sistema imunológico se fortalece e mesmo suas células “killers”, que matam as células cancerosas que o corpo fabrica todos os dias, aumentam a eficiência.

O biologista Bruce Lipton (Lipton, 2007) vai mais além. Em seu livro revelador, Lipton mostra o que muitos cientistas já sabem, mas que as pessoas comuns ainda ignoram: o que determina a sua saúde não são seus genes, mas suas crenças! Longe de culpabilizar, saber que você também é, em parte, responsável pela sua saúde, devolve seu poder. Esse poder foi retirado de você há muito tempo, quando aprendeu que toda doença é injusta e externa a si mesmo. Se você tem tanto poder de fragilizar sua saúde com seus pensamentos e sentimentos, então tem a mesma força para se curar.

No seu livro Mensagem da Água (Emoto, 2010), Masaru Emoto mostra como um simples pensamento modifica a estrutura da água. Ele cristalizou água depois de tê-la submeti-do à palavras de alta frequência como “amor”, “paz” ou depois de submetê-la à música clássica. Os cristais obtidos tinham formas harmoniosas, bonitas e regulares. Quando submetido a palavras de baixa energia como “ódio”, “tristeza” ou música de Heavy Metal, os cristais formados tinham formas irregulares e deformadas. Você é mais de 70% de água e da mesma forma seus pensamentos e sentimentos também influenciam na sua própria estrutura molecular! A ligação entre mente e corpo é pura informação vibracional.

O que você pensa cria uma vibração e modifica seu corpo.

Portanto, se a doença é vista como castigo ou injustiça, as suas células e sistema imunitário vão responder diferentemente do que se a doença tivesse um sentido de autodescobrimento, transformação interior e sublimação de seus limites. A focaliza-ção, nesse último caso, está em encontrar a compreensão, em

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perdoar, em se transformar. Dessa forma, os piores sintomas da doença parecem perder importância, mesmo a dor diminui. A doença serve como um dedo que aponta um caminho. O paradigma médico atual é de cortar o dedo fora (o que é certas vezes necessário, claro) e de ignorar o caminho de crescimento que ele mostra.

Seguindo esse mesmo raciocínio, o Dr. Simonton, cancero-logista e radiologista criou um grupo terapêutico no qual os pacientes utilizam métodos de relaxamento, visualização e imaginação para fazer a experiência da paz interior e aprender a utilizar esses recursos para proporcionar a cura. Eles aprendem a usar as emoções de maneira curativa, trabalhando seus conflitos e, principalmente, transformando suas crenças limitantes. Um dos pontos importantes do seu método é a planificação de um projeto de vida, permitindo se reapropriar da vida para poder caminhar de forma harmoniosa no caminho da recuperação da saúde. Cartas de Um Sobrevivente (Reid, Simonton, & Hampton, 1994) conta a história de Reid, um paciente no seu processo de remissão do câncer através desse trabalho de grupo. Após alguns meses depois que foi declarado curado, ele sofreu uma recidiva (o câncer voltou). Ao invés de cair na depressão e impotência, reanalisou sua vida, encontrou e resolveu o conflito que causou tal recidiva, voltando à remissão.

Encare a doença como uma carta enviada pelo seu ser divino, para relembrar seu projeto de vida, aprender a ser fiel consigo mesmo. Pergunte-se onde está se autossabotando ou desviando de seus propósitos mais profundos e em que está se desvalorizando. Também se pergunte se há uma parte de si mesmo, talvez inconsciente, talvez em conflito, que queira se manifestar para ser curada. Pode ser um sentimento que não deseja admitir que possui, como egoísmo, raiva ou impotência. Esse sentimento, oposto do amor, revela-se pela doença para ser curado. Isso acontece na hora certa, quando você é capaz

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de enfrentar e curar esse sentimento com amor e perdão. A sabedoria popular sempre diz que “se dá a carga de acordo com o burro”. Isso quer dizer que, se você se sente fraco para enfrentar um desafio, deve penetrar profundamente dentro de si mesmo e resgatar a força interior que está sempre presente.

Eu sofri de uma doença chamada Urticária Crônica Gigante, um nome assustador para uma urticária que aparecia várias vezes por dia e me dava um aspecto desagradável como se tivesse sido atacada por um enxame de abelhas. Isso come-çou com o cansaço após o nascimento do meu terceiro filho, Louis. Sem dormir bem, fiquei esgotada e muito nervosa. Meditando, observei emoções fortes e senti que ia explodir, mas não deixei isso acontecer e fui dormir. No dia seguinte meu corpo literalmente explodiu com um ataque de urticária. Como naturopata que sou, tentei diversas terapias naturais, da fitoterapia à homeopatia até me render ao anti-histamínico, que finalmente parecia somente acalmar o momento da crise, que foi se tornando mais frequente e mais forte.

Porém, em nenhum momento me desesperei. Olhava meu caso com uma certa curiosidade. Desde o início tive a sensação de que isto era passageiro e que eu iria aprender algo importante. Na internet encontrei relatos de pessoas que sofriam há 25 anos com ataques diários e sem nenhum tratamento que realmente ajudasse. Fiquei também sabendo que se tratava de uma doença rara, autoimune e que não existia tratamento efetivo, apenas sintomático. Ela também podia desaparecer de um dia para o outro, sem explicação! Nesse site me deparei com um texto escrito por Jean Zin (Zin), francês que mantém um blog multitemático. Ele se define como militante altermundialista, militante ecologista e filósofo marxista e se interessa pelos temas psicanalíticos devido à sua formação parcial nesse tema. Apesar de não ter nenhuma especialidade na área da saúde, ele citou algo que para mim foi essencial para me curar. Nesse texto Jean cogitava que, quando

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passamos por uma situação com perigo de morte no período perinatal (duas semanas antes e duas depois do nascimento), podemos ter - na idade adulta,- certos distúrbios de acordo com a nossa predisposição genética. Entre eles estão o autismo, a Doença de Chron (inflamação do trato gastro-intestinal) e a Urticária Crônica Gigante.

Achei muito interessante esse artigo por dois motivos: primeiro pelo meu grande interesse pelo autismo, a ponto de ter feito minha tese de final de curso em naturopatia sobre tra-tamentos alternativos para essa doença. Ter uma doença com a mesma casualidade que o autismo me intrigou. O segundo fator, como sugeria o texto de Jean Zin, foi que eu realmente sofri perigo de vida logo na primeira semana de vida quando eu e minha irmã gêmea tivemos infecção hospitalar. Cheguei a pesar um quilo e meio e minha irmã apenas um quilo. Minha mãe já estava desenganada pelos médicos, mas fomos salvas in extremis por um tratamento antibiótico adequado. Não tivemos sequelas e eu sempre senti como se nunca tivesse acontecido de verdade, como uma história sobre um desconhecido.

Era evidente que, apesar do meu consciente não saber, meu corpo se lembrava do estresse vivido há 35 anos. Minha mãe contava que não havia mais veias acessíveis nos membros e que eram tão finas e frágeis que as enfermeiras tinham que buscar veias na minha cabeça. Não conseguia nem mesmo imaginar com o que eu poderia ter parecido e para fazer uma ideia, procurei fotos de crianças africanas subnutridas.

Quando me senti preparada para trabalhar a cura dessa urticária, ativei meu GPSE (meditando), coloquei o endereço (me vi completamente curada eliminando qualquer dúvida de que isso não era possível), entrei em contato com a Holonet, conscientizando-me de tudo o que urticária significava para mim e do que ela me fazia sentir. Vieram a mim sensações de tensão, impaciência e reatividade. Depois tentei me imaginar bebê, muito magra, apenas pele e osso. Senti um grande

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desconforto no lado direito do meu peito e penetrei fundo nesse local com minha mente deixando vir uma imagem (leia sobre o Imaginal descrito no capítulo 6): de repente tive a visão de um bebê gritando e com imensa raiva. Ele se debatia como podia dos avanços das enfermeiras. Fiquei surpresa com essa imagem, nunca poderia imaginar reagir àquelas que estavam cuidando de mim! Mas quando me concentrei no que o bebê estava sentindo, vi que ele não compreendia dessa forma e que se sentia atacado e desprotegido, lutando contra tubos e agulhas que eram introduzidos em seu corpo.

Seguindo as orientações do GPSE que me diziam o que deveria fazer, procurei me acercar e falar com o bebê, que era eu mesma, como uma mãe falaria para acalmar um filho. Falei da necessidade desses tratamentos, que eram com certeza dolorosos, mas que iriam salvar sua vida. Também disse ao bebê que as enfermeiras estavam fazendo o melhor que podiam, que era o que deveria ser feito e que, graças a elas, ele poderá viver coisas maravilhosas na sua vida. Prometi ao bebê que esse sofrimento não iria durar para sempre e que ele iria crescer e ser muito feliz. Contei quantas coisas iria fazer na vida e que eu era a prova de que tudo isso era verdade pois “era ele no futuro”.

Continuei falando até que o bebê começou a se acalmar, deixando de resistir ao tratamento. Então senti uma grande tristeza vindo dele e perguntei ao GPSE o que era: senti que havia um desejo profundo de ser acolhido, levado nos braços. Mas claro! Esse bebê estava em uma estufa, longe dos braços da mãe, sem qualquer contato físico! Tomei o bebê nos meus braços imaginários e o aconcheguei. Então senti que ele tinha um desejo imenso de beber no seio da mãe.

Eu estava aleitando nessa época e não me foi difícil imaginar dar o seio ao bebê. Ele sorveu o leite durante um longo tempo, até se sentir completamente saciado e descansar relaxado em meus braços. Depois senti que esse bebê crescia e

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ocupava todo o espaço vazio que estava em meu peito. Eu, na verdade, nunca havia percebido esse espaço vazio, mas o reconheci no mesmo momento que me conscientizei dele. Senti-me feliz, em paz, soube que estava curada e dormi.

Acordei no dia seguinte sem sinal da doença e, cinco anos depois, continuo sem ter uma crise. Uma parte de mim, completamente escondida pelo esquecimento, emergiu através dessa doença e pôde ser transmutada, indo da dor e da revolta ao perdão e à paz.

Admito que se autocurar não é tão simples assim. A doença pode ter origem em camadas mais profundas do ser, como por exemplo no inconsciente familiar. Nesse caso, pode ser a expressão de segredos familiares que continuam ativos de forma insidiosa dentro do inconsciente do sujeito. Um segredo familiar sempre volta à superfície por um mecanismo ainda ignorado (que pode ser ainda o resultado da transmissão epigenética dos traumas como citado anteriormente), criando uma oportunidade, sob a forma da linguagem da doença em um de seus membros, para que o trauma seja curado.

Há tantas mensagens que podem se esconder por detrás de cada afecção, que se torna um tanto complexo saber como agir a princípio. Se você tem um problema físico atual com o qual possa trabalhar, siga as instruções abaixo para poder aproveitar dessa oportunidade.

- Na fase aguda faça o tratamento médico indicado, realize

os primeiros socorros necessários. Enquanto os médicos fazem o seu trabalho, faça a sua parte. Use o seu tempo de recuperação para buscar uma real compreensão para seu problema. Procurar outra maneira de abordar a doença não quer dizer ser radical e descartar a intervenção médica. Deus ajuda por todos os meios e nada é supérfluo.

Não existe o correto e o errado, apenas o que é “adequado ou não” para você. Sinta o que seu GPSE aconselha e seja fiel

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a si mesmo. Pode deixar-se guiar ao encontro do melhor trata-mento através o GPSE. Mas não siga nada somente por convicção baseada em informações parciais da realidade e opinião dos outros. Seja dono do seu destino, confie na inteligência, esteja atento aos seus pensamentos e condiciona-mentos. Tenha consciência.

- Procure obter informações sobre sua doença: anatomia, biologia, fisiologia. A visualização acelera os processos curati-vos, como se você pudesse controlar seu corpo com mais eficácia. A Cientista que Curou seu Próprio Cérebro, Jill Bolte, explica que o fato de conhecer profundamente o cérebro humano lhe permitiu se curar. É muito mais técnico do que somente meditar na paz interior! Muitas vezes em uma consulta, sinto-me uma simples técnica mecânica, apertando aqui, medindo ali, dizendo “veja isso”, “diga tal coisa”, “mexa os olhos” (no caso uso uma técnica chamada Reineit que usa os movimentos oculares para desbloquear as emoções e acessar a mente), “imagine isso”. É necessário lógica e conhecimento para chegar a resultados.

- Observe sua vida e peça ao seu GPSE que mostre os conflitos atuais que possam ter causado o problema. Encontre onde estão as crenças de autodesvalorização, de culpabilidade ou de ressentimento.

- Obtenha informações sobre o significado de doenças. Há várias opções de livros, como por exemplo Cure o seu corpo de Louise Hay. Procure em mais de um livro se possível. Eu uso vários: esse citado acima, mas também Le Grand Dictionnaire des Malaises et des Maladies (Grande Dicionário dos Mal-Estar e de Doenças) de Jacques Martel (Martel, 2007), Décodage Biologique des Maladies (Decodificação Biológica das Doenças) de Christian Fletcher (Fletcher, 2001).

Em anexo você vai encontrar uma pequena lista provenien-te do livro de Louise Hay como exemplo.

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Talvez outras pessoas já passaram pelo processo e encontraram significados profundos dessa doença que possam lhe abrir a busca. Na internet você pode colocar o nome do problema juntamente com a palavra “significado” ou “metáfo-ra” para encontrar mais informações. Procure também saber o significado do órgão frágil. Os chineses dão qualidades aos órgãos como sede de emoções: o pulmão seria a sede da tristeza, os rins do medo, o fígado da cólera, etc. Há uma pequena lista dessas relações em anexo. A linguagem corporal tem uma grande sabedoria, como mostra o caso a seguir:

Laura (nome fictício), 33 anos, tinha um histórico de desvalorização sexual com seu primeiro marido. Trabalhando com EFT e Ho’oponopono o bloqueio foi dissolvido. Ela pôde se perdoar por ter aceito casar por receio de ir contra a vontade da família e sofrer anos de abuso. Pôde também perdoar seu antigo companheiro e ver o quanto ele era limitado e doente, ao contrário de como o via antes, um carrasco dominador. No nosso encontro seguinte, Laura me contou de uma consequência inesperada: um sangramento vaginal diário que durava anos cessou de repente após a sessão na qual trabalhamos o problema de abuso. Eu não sabia que ela tinha esse problema, pois ela não considerou importante me falar, já que ia ser tratado em breve com uma cirurgia. Procurando no dicionário de Fletcher, Décodage Biologique des Maladies (Fletcher, 2001), encontramos justamente que uma causa possível da perda de sangue vaginal crônica podia ter sido um problema de desvalorização com violência sexual.

- Buscando na internet, procure saber, por exemplo, se houve outras pessoas com o mesmo problema que se curaram definitivamente. Na grande maioria das doenças a resposta é “sim”. Saiba que se uma pessoa foi capaz, todas as outras também são potencialmente capazes. Tente descobrir que tipos de mudanças ela praticou em sua vida, que problemas foram

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resolvidos, em que ela evoluiu na compreensão de si mesma e encontre paralelos na sua própria vida.

- A terceira maneira de saber o significado da doença é a meditação ou introspecção. Entre em contato com a sua doença e sinta-a como uma conselheira que diz para você porque veio na sua vida. Faça perguntas para ela como se estivesse falando com alguém.

Dor nas costas: Sente um grande peso que não pode carregar? Responsabilidade demais? Sentimento de impotência?

Perna quebrada: Não pode andar? Onde você não quer ir? Onde é proibido andar?

Problemas de vista: o que não quer ver? Simplesmente pergunte à perna quebrada, ao coração

nervoso, ao pulmão asmático, o que deseja dizer. Deixe final-mente sua doença se expressar e desabafar. Esteja à escuta, sem expectativas ou direcionamento. Você pode ficar surpreso em escutar uma voz familiar explicando verdades ou situações que machucaram muito, mas que você tenta não encarar. É hora de perdoar.

- Depois de encontrados alguns significados possíveis, veja qual ou quais fazem eco à sua história pessoal. Agora você está pronto para tratar do problema. Pegue a lista de todas as situações que possam ter influenciado para a sua doença apare-cer e cure uma a uma com EFT e Ho’oponopono.

- No processo de cura, você pode também visualizar sua dor ou trauma como se fosse uma ferida no seu corpo. Se encontrar uma ferida emocional aberta, retire a pele morta, faça a sutura necessária, coloque emplastros de luz, cure. Use toda sua imaginação como se fosse um filme de aventura.

- Você também pode imaginar uma paisagem que traduz seus sentimentos. Há monstros na sua imagem? Imagine como vencê-los, talvez tenha que encontrar uma poção mágica ou usar armas especiais? Há um muro de gelo? Use maçarico ou um piquete para quebrar e fazer esse gelo desaparecer. Encon-

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trou uma criança chorando? O que você faria se fosse sua única responsabilidade fazer essa criança feliz? O que ela não compreendeu que você pode ajudar a esclarecer? Brinque dessa forma até solucionar todos os problemas.

Use o EFT em qualquer sentimento negativo que surgir: impotência, dor, desapontamento, medo, tristeza, raiva, desâni-mo. Tenha paciência e, principalmente, persista na busca e no processo até o desenlace final de perdão completo. Uma doença complexa pode ter várias camadas emocionais a serem tratadas. Pode haver mais de uma situação traumática como a separação da mãe, do marido, sentimento de injustiça no trabalho, e outros.

- Finalmente, conhecendo o seu problema de forma física, visualize a cura dele: veja seu músculo ocular se fortalecendo, seu osso se consolidando, seu corpo se liberando das bactérias e se regenerando…

Tudo isso deve ser juntado com a fé, que não significa acre-ditar em Deus, mas confiar na cura que se manifestará porque já não precisa do sofrimento para curar sua alma, pois você já a curou com o perdão.

Se depois de feito isso o problema continuar, não desista, pois nada foi perdido! Você terá alcançado um entendimento muito mais profundo de si mesmo e retirado muitas pedras do caminho, o que é o objetivo de toda vida. Apenas há outros aspectos ligados ao problema que ainda não foram abordados. Repita os processos quantas vezes precisar, sempre alcançando uma camada mais profunda do seu problema. Continue a procurar as causas na sua história, sua família, suas crenças, como um detetive, mas sempre se focalizando na cura.

Vou citar dois casos para ilustrar o que pode ser feito. Cada caso é único, e não espero que você, não tendo prática, possa tratar problemas complexos, mas pelo menos poderá resolver pequenos problemas.

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Adriana (nome fictício), 20 anos, tinha fortes dores de cabeça, a ponto de ir ao pronto-socorro até duas vezes por semana para fazer uma injeção de morfina, único tratamento que funcionava. Isso já durava cerca de dois anos e os médicos não encontravam nenhuma causa. Quando ela veio ao meu consultório, usamos o EFT primeiramente para parar a dor de cabeça, não muito forte, que ela estava sentindo. A dor estava nas têmporas, mas com uma rodada de EFT migrou para a fronte, e nas rodadas subsequentes migrou para a região acima das orelhas. Finalmente se localizou no alto da cabeça e partiu (no EFT chamamos esse fenômeno de migração da dor de “dor fugitiva”). Em seguida, fiz ela me descrever uma situação real onde sentiu dor de cabeça. Nesse caso era a visita na casa da sogra. Só de pensar nisso a dor voltou um pouco. Trabalhamos os detalhes da visita, parando a cada pequeno sintoma ou emoção que ia aparecendo. Descobrimos assim, que a dor vinha cada vez que ela se sentia incapaz de se autoafirmar e dizer sua opinião.

Trabalhamos em EFT a sensação física de impotência, que ela sentia como uma pressão nas têmporas. Continuamos a penetrar mais na sua história e encontramos uma situação de infância onde sofreu uma dura reprimenta e não conseguiu se expressar. Com Ho’oponopono e EFT cuidamos da criança interior e trabalhamos em seguida a visualização de uma situação ideal, onde ela aprendeu a agir de forma mais respeitosa com seus valores. Todo o processo não durou mais de 30 minutos e o resultado foi que ela, um mês depois, não tinha mais tido crises.

Outro exemplo é de Giovani (nome fictício), 38 anos, que tinha uma grave depressão tratada há 15 anos com medicamen-tos e terapias analíticas. Ele tinha o olhar triste, as costas curvadas. O que sempre me surpreende nesses casos, é que quando começo a questionar seus traumas e buscar suas feridas, parece que as maiores feridas emocionais nunca foram

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objeto de terapia ou nada foi realmente resolvido. A imensa dor está ainda ali, o sentimento de impotência ou injustiça também. Pode ser que intelectualmente se compreenda os motivos das pessoas ligadas ao drama, mas ainda não houve um real perdão da situação e de si mesmo.

No caso de Giovani, comecei acessando com o EFT o sentimento de inferioridade que ele sentia que carregava no peito. Chegamos a uma crença de desvalorização aprendida na infância, quando se sentia menos que seus irmãos. Isso permitiu que ele percebesse como se identificara com o papel de vítima, associando o sentimento de inferioridade à sua individualidade. Para se sentir “ele mesmo”, precisava se sentir continuamente inferior a ponto de se envolver com “amigos” que o desvalorizavam todo o tempo. Trabalhamos em EFT três situações-chaves traumáticas em sua vida, integrando os ensinamentos dessas crises através do perdão. Em quatro sessões ele já havia se distanciado desse grupo e reatado uma amizade valorizante. Ele se engajou em um curso de inglês que havia postergado há anos, sentia-se otimista e feliz e achando mesmo que já não necessitava mais de medicamentos.

Obviamente indiquei que toda alteração de tratamento medicamentoso deveria ser feita baseada na opinião médica de um especialista, o que ele concordou, confiante na sua melhora. Seu olhar adquiriu um brilho e força muito diferente de quando havia chegado.

Nem todos os casos são tão rápidos e espetaculares, alguns precisam mais tempo que outros, mas o EFT com Ho’opono-pono vai no cerne do problema e se avança muito rapidamente em cada sessão.

RESUMO DE COMO USAR O GPS ESPIRITUAL QUANDO ESTIVER DOENTE

- Deixe que os médicos façam o trabalho deles enquanto

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você faz a sua parte. - A sua parte: conheça sua doença, seu corpo. Saiba como

ocorre o problema, mas também como seria o bom funciona-mento para poder orientar seu corpo à recuperação.

- Faça uma lista de significações da doença que podem estar ligados à sua experiência pessoal: uma situação atual, listas de significações de doenças, internet, introspecção.

- Trabalhe em cada uma dessas experiências desbloqueando energeticamente com o EFT e com o Ho’oponopono.

- Você sempre pode usar o Ho’oponopono como a seguir: Se eu, meus parentes ou antepassados (psicogenealogia) Fizemos algo que contribuiu para essa situação Em nossos pensamentos, palavras ou ações Eu sinto muito. Peço perdão por ter criado esse sofrimento para mim e

para as pessoas próximas. Deixe que os laços que me unem a essa doença se

desfaçam. Eu agradeço à minha doença por ter exteriorizado algo que

sou e que estava invisível à minha consciência. Eu agradeço à minha doença por ser portadora ela mesma

da energia do amor universal. Sei que ela faz parte do universo total e que está de acordo

com meu estado de consciência, que se expande com essa experiência.

Eu declaro que amo e o amor flui através de mim e de meus antepassados. As gerações futuras, passadas e contempo-râneas são livres dessa mensagem de desarmonia.

Obrigado. - Deixe vir uma imagem na sua mente que significaria sua

doença e passeie por essa imagem. Não pense “como” ela deveria ser, apenas sinta sua doença e deixe aparecer uma

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imagem. Não julgue, apenas observe sem se perguntar como e porquê. Observe o que aparece. Se houver qualquer coisa que o desagrade, faça EFT em cada situação até você ver curando tudo o que vier nela e encontrar paz.

- Visualize a reparação de seu corpo, até se sentir realmente bem.

- Você pode fazer o mesmo processo abarcando o nível familiar, fazendo um mapa da família, suas ligações e traumas e curando a família dentro de si através o Ho’oponopono. Lembre-se: a família vive dentro de você e você pode curá-la dentro de si através o perdão.

- Por último, esteja atento à sua higiene vital, como na alimentação, prática de exercícios físicos, respiração, desintoxi-cação - entre outros.

Uma doença pode ser complexa para se formar e vai ser

complexa para se curar. Tenha paciência consigo mesmo e persista. Sua mente e seu corpo devem ser parceiros nessa viagem de autodescobrimento e perdão. Usando o GPSE para curar as doenças, não estou dizendo que eu possa curar alguém: ninguém pode a não ser você a si mesmo. No caso de pessoas que não tem a possibilidade de fazer algo por si mesmas, como as crianças, pessoas em estado de inconsciência ou dementes, você pode sempre fazer algo se souber usar da verdadeira empatia, onde você e o outro são um, unidos pelos laços do amor, não do medo. Além disso, é necessário ter fé no lugar do outro, acreditar na cura e na inteligência universal, ter a “visão” do estado específico de paz e compreensão a que pode chegar no final. Como a cura vai ocorrer, não é seu problema. Apenas dê a ordem ao seu GPSE. No Thetahealing se diz que devemos nos tornar observadores do processo, não tentar guiá-lo. Dessa forma se deixa que o poder maior e totalmente consciente resolva qual o melhor meio de cura. As inúmeras curas pelo Thetahealing, baseadas

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no princípio da observação da realização do comando (intenção formulada pelo terapeuta), comprovam que as possibilidades só se tornam partículas ou realidade através do olhar do observador.

As técnicas que apresento evoluem e a minha prática também. Continuo a me formar e integrar outras, como Terapia pelo contato com seu guia espiritual, Cura pela Reconexão de Eric Pearl ou Métodos de cura pela consciência de Arkady Petrov. O que não muda é a minha visão de autorresponsabilidade e a capacidade que cada um possui de se transformar pela compreensão e perdão. As técnicas apenas facilitam a interiorização e a reapropriação de seu poder interior.

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EPÍLOGO

Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual.

Sara Marriott

Na Índia, todos têm um guru vivo, no qual cada qual se espelha e cujos passos segue. Um guru é um tipo de GPS Espiritual muito mais palpável, mas pode ser que não possa responder às dúvidas momentâneas de cada um de seus seguidores.

O GPS Espiritual é uma espécie de guru pessoal e que responde a todas as suas questões, por mais íntimas que sejam. Ele acessa sua Presença Divina interior, que está sempre ali e da qual o guru não é mais do que uma pálida projeção. Nada é mais amorosa, nada é mais sábia, nada é mais forte do que essa Presença dentro de cada um.

Com o seu GPS Espiritual conectado à Holonet e sabendo receber essas informações, você está completamente equipado para andar pelos pântanos da vida colhendo flores dos ensinamentos e chegando à terra prometida de perdão, paz e amor. Parece tão simples porque realmente é. Toda a complicação da vida nada mais é do que o Maia, ou seja, o véu da realidade exterior que esconde a matriz de onde tudo veio.

O destino do homem é materializar o espírito e espiritualizar a matéria! Isso só pode ser realizado com a integração de ambos os hemisférios cerebrais e do coração, como tentei explicar nesse livro. Uma inspiração se manifesta no mundo físico pelo trabalho do hemisfério esquerdo. Esse é o processo de materialização do espírito.

Uma vez materializado no mundo físico, o homem vai, através do aprendizado do amor nas experiências terrestres, transformar a matéria pela transmutação das energias de medo

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em amor. Essa é a espiritualização da matéria Utilizando os percalços não como barreiras, mas como

degraus que o levam cada vez mais alto, a vida toma todo seu sentido de crescimento, de reintegração com o divino dentro de si. “Sois Deuses”10, e esquecestes disso.

Seguindo seu GPS Espiritual você aprende a responsabili-dade sobre si mesmo e o perdão. Você é conduzido à sua própria força criativa e é resgatado. Cada ferida presente na sua alma se projeta na realidade exterior procurando a cura, sua e de toda a humanidade! Se você se abrir ao seu GPS Espiritual e sua orientação amorosa, garanto que não haverá dor na revelação dessas feridas, apenas alívio, compreensão real e expansão da consciência. O amor é um estado, não um conceito. A energia divina sempre esteve dentro de você, mas confinada em algum ponto do coração ferido, bloqueado por muros de ignorância, ódio, impotência, orgulho e medo: ou seja, pelo seu ego limitado aos “40 bites”. Quanto mais suas feridas vão sendo curadas, tanto mais o amor, que já está presente e é a sua própria essência, poderá fluir livremente.

Tudo que existe, existe por uma única razão: que você revele Deus, que vive adormecido dentro de você, em plena consciência. Se você quiser realmente conhecer a verdade interna, o “universo inteiro conspirará para que isso aconteça”, como diz o Alquimista.

Eu lhe desejo a paz interior, em meio à guerra externa. Namastê (em nepalês: “o Deus que está em mim saúda o

Deus que está dentro de você”).

10 Salmo 82:6 e João 10:34

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AGRADECIMENTOS

Minha mãe, Dona Tiseko, é uma desbravadora da floresta dos mistérios e que agora mostra o caminho aos novos aventu-reiros. Agradeço a ela por ter sido minha bandeirante explora-dora dos universos e que me guiou nos primeiros passos dessa aventura. Tive a sorte de tê-la, pois já nasci num ambiente em que a ideia de que somos realmente guiados já existia. Deu-me de presente seu sonho de ter uma fé inabalável. Deu-me a vida, é claro, mas acima de tudo, a total liberdade de viver meu destino. Agradeço ao meu pai, Tetsuo, que, sei, partiu no seu momento, mas que foi muito cedo para mim. Ele possuía uma enorme força moral e era uma fonte de disciplina. Sua alegria era contagiante e sua coragem como a de seus antepassados samurais.

Um dia, entrando em meu quarto, cumprimentei minha irmã automaticamente quando a vi ao meu lado. Somente então percebi que era minha imagem refletida em um espelho. Bem, a Greice é minha imagem mais fiel, pois somos gêmeas idênticas e ninguém reflete mais meu divino e minhas sombras do que ela. Agradeço a ela por ter dividido comigo experiências, atenção, roupa e até útero.

Agradeço ao meu amigo e marido, Marc Chesney, que me apresentou o mundo concreto - passado e presente - juntamente com uma explicação sábia e conhecedora de professor universitário e pesquisador. Nosso amor me sustenta e me dá forças para realizar meus projetos profissionais. Juntos estamos construindo um futuro real, com amor e compreensão.

Os frutos dessa união: Isabella, Clara e Louis Lajos, que me permitiram uma real confrontação com minhas crenças, com

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minha própria história e esquemas que são agora constantemente revisados pela consciência de minha responsabilidade como mãe. Sou eu que estou sendo educada dia a dia em tudo o que achava naturalmente adquirido e que percebo que não é tão evidente assim. Os porquês deles são um mar de sabedoria. Aproveito para agradecer à Olga Santana, a “santa Olga” como a chamo, que foi a amiga, assistente de casa e que me permitiu poder escrever, trabalhar e estudar, segura de que meus filhos estavam bem acompanhados.

Não poderia deixar de agradecer aos meus outros irmãos, Nise, médica oncologista, pelo seu constante apoio, sua capacidade de união dos mundos, sua força taurina que abre com amor os caminhos dos mistérios espirituais e também pela sua busca pioneira da cura do câncer. Ao Charles, gênio cirúrgico que operou um caminho a golpes de bisturi, procurando a revelação da beleza suprema da vida. Ao Wilson, irmão distante mas onipresente em minha vida. Nossos destinos estarão eternamente ligados. Eu agradeço de coração por você ter me permitido viver com minha irmã gêmea enquanto foi explorar nossas raízes japonesas.

À Dalen Jacomino por ter me orientado na escritura deste livro e por ter tido a paciência de revisar meus textos. Esse trabalho que pensei realizar em seis meses levou três anos para ser completado! Sem ela eu não teria a coragem de me expor tanto. Agradeço à Irene Zwetsch por ter feito a revisão final.

Obrigada também à Maristela Rüffer, pela amizade, por ajudar a ilustrar este livro e por ter me inspirado com suas histórias. Agradeço minha sobrinha Marjorie Mizumoto por suas belas ilustrações. Ela é uma grande artista e com certeza uma jovem índigo, ou seja, uma desses seres especiais que estão vindo para criar um novo mundo surpreendente. Obrigada à Maria Gertrudes Coelho, que é um exemplo com sua coragem de levar a mensagem dos espíritos ao mundo

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material. Muito obrigada à ela e ao seu guia espiritual artístico Joseph Turner por me permitir usar sua pintura na capa deste livro (pintura feita com a mão em apenas três minutos!).

Muito obrigada a todos os meus pacientes, que confiaram em meu trabalho e me permitiram crescer e melhor compreen-der a natureza humana, abrindo seus corações e expondo suas feridas mais profundas.

Enfim, obrigada a você, leitor, por ter me acompanhado nesse percurso e ter se tornado parte do processo. A sua dor é a minha dor, a sua cura é a minha cura. Somos todos um!

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SOBRE MIM

Desde jovem tive dificuldade em me definir profissional-mente pois me doía me limitar a uma possibilidade. Do jornalismo à astronomia, da medicina ao teatro, do canto à política, no final me tornei naturopata, terapeuta em técnicas naturais, formada pela escola Cenatho em Paris.

Brasileira por nascimento, japonesa por origem, francesa por casamento, minhas vivências me levaram a viver em vários países. Atualmente, moro em Zurique, na Suíça.

Nos meus escritos há referências à Bíblia, mas me considero espiritualista, tendo participado de diversas correntes como as igrejas evangélicas, mas também da Ponte para a Liberdade (centro espiritualista ligado aos Mestres Ascencionados), fui educada em uma escola antroposófica e influenciada pelo espiritismo e budismo. Todas as religiões são para mim as “máscaras de Deus” como diz o antropólogo Joseph Cambpell. Este multiculturalismo representa um mundo complexo, que procuro abarcar em cada experiência que vivo, expandindo eternamente minha consciência.

O objetivo de minha vida profissional atualmente é a comunicação das experiências que me foram oferecidas durante esse percurso de pouco mais de 40 anos. Além de escrever e atender em meu consultório como terapeuta, dedico-me atualmente (2012) aos meus estudos em psicologia pela Universidade de Paris VIII, além de um vlog – blog-vídeo, com o programa “Pílula Virtual”, em que proponho cura de traumas coletivos pelas técnicas de psicologia energética EFT e Ho’oponopono.

Dou palestras e workshops sobre diversos temas de autodesenvolvimento.

Meire Yamaguchi

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Bibliografia Bolte, J. (2008). A Cientista que Curou seu Próprio Cérebro. Ediouro. Braden, G. (2002). O Efeito Isaías (1 ed.). Editora Cultrix. Brennan, B. (2005). Mãos de Luz. Editora Pensamento. Buarque, C. (Composer). (1971). Construção. Byrne, R. (2007). O Segredo. Ediouro. Cesar, B. (2004). O Livro das Emoções. Editora Gaia Coelho, P. (2006). O Alquimista (1 Ediçao ed.). Editora Planeta do Brasil. Dethlefsen, T., & Dahlke, R. (1983). A Doença Como Caminho. Editora Cultrix. Emoto, M. (2010). Mensagem da Água e do Universo (1 ed.). Editora Isis. Feynman, R. P. (1965). The Feynman Lectures on Physics. 3, 1-8. Fletcher, C. (2001). Décodage Biologique des Maladies. Ed. Le Souffle D'Or. Gates, B. (1995). A Estrada do Futuro. Companhia das Letras. Goleman, D. (1996). Inteligência Emocional. Editora Objetiva. Hay, L. (2009). Cure Seu Corpo. Editora Best-Seller. Herzog, B. (2010). Les eaux alcalines. Revista Votre Santé (127). Kardec, A. (1858). O Livro dos Espíritos. Lindsey, D. (n.d.). www.eftuniverse.com. Encontrado abril 9, 2012, do site EFTUniverse: http://www.eftuniverse.com/index.php?option=com_content&view=article&id=3124:eft-for-eliminating-barriers-to-our-psychic-abilities-and-intuition&catid=47:refinements-to-eft&Itemid=2727 Lipton, B. H. (2007). A Biologia da Crença (1 Ediçao ed.). Butterfly Editora. Martel, J. (2007). Le Grand Dictionnaire des Malaises et des Maladies. ed. Quintessence. Mc Taggart, L. (2010). O Experimento da Intenção. Editora Best-Seller.

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Mehl-Madrona, L. (2008). la Medécine Narrative. Guy Tredaniel Editeur. Montaud, B. (1998). L'Accompagnement de la Naissance. França: Edit'as. Peoc'h, R. (2002, Setembro 1). Psychokinetic experiments with human and animals subjects upon a robot moving at random. The Journal of Psychology . Raquin, B. (2000). Manual Prático de Viagens Astrais. Editora Europa-América. Reid, H., Simonton, C., & Hampton, B. (1994). Cartas de Um Sobrevivente. Editora Summus. Reik, W. (n.d.). http://www.babraham.ac.uk. (Brabaham Institute, Epigenetics ISP). Retrieved Março 2012 Ricq-Chappuis, G. (2008). Guérir des Blessures Familiales. Editeur Devry. Sanders, P. (1990). You are Psychic. Ballantine Books. Óleo de Lorenzo (1992). [Filme]. Schützenberger, A.-A. (1997). Meus Antepassados. Paulus Editora. Siegel, B. (2005). Amor, Medicina e Milagres (28 Edição ed.). Editora Best-Seller. Simonton, C., Matthews-Simonton, S., & Creighton, J. L. (1987). Com a Vida de Novo. Uma Abordagem de Autoajuda para Pacientes com Câncer. Editora Summus. Ron (Cantor). (1992). Tutti quanti abbiamo un angelo. Vujicic, N. (2010). Life Without Limits. Doubleday Religion. Weiss, I., Franklin, T., Russig, H., Gräff, J., Michalon, A., Vizi, S., et al. (2010). Epigenic transmission of the impact of early stress generation. (Epub, Ed.) Biol Psychiatry , 68 (5), 408-15. Xavier, C. (1948). No Mundo Maior. FEB. Zin, J. (n.d.). Des souffrances sans mot. Retrieved Março 15, 2012, from http://jeanzin.fr/ecorevo/psy/stress.htm

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ANEXO 1 Extrato da lista de causas emocionais para as doenças de acordo com Louise Hay (Cure o Seu Corpo, Editora Best-Seller, 2009): AMIGDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada. ANOREXIA: Ódio ao externo de si mesmo. APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom. ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem. ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo. ASMA: Sentimento contido, choro reprimido. BRONQUITE: Ambiente família inflamado. Gritos, discussões. CÂNCER: Mágoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo. COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria. DIABETES: Tristeza profunda. DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de autovalorização. DOR NOS JOELHOS: medo de recomeçar, medo de seguir FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro. FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer. GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação. HEMORROIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado. HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças. INSONIA: Medo, culpa. NÓDULOS: Ressentimento, frustração. Ego ferido. PELE (acne): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo. PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro não resolvido. PRESSÃO BAIXA: Falta de amor em criança. Derrotismo.

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PULMÕES: Medo de absorver a vida. QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução. RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas. RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional. Culpa, crença em perseguição. RINS: medo da crítica, do fracasso, desapontamento. SINUSITE: Irritação com pessoa próxima. TIRÓIDE: Humilhação. ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante. VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.

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ANEXO 2 Os órgãos e as emoções relacionadas, segundo a

Medicina Chinesa: Fígado Cólera, raiva e autocrítica Vesícula biliar Indecisão Coração Ódio e ressentimentos Baço e o estômago

Ansiedade e preocupação excessiva

Pâncreas Frustrações Pulmão Tristezas, mágoas e angústias Intestino grosso Apego excessivo na matéria, forte

sentimento de posse e apego ao passado

Rim e a bexiga Medo e insegurança

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ATIVIDADES DE MEIRE YAMAGUCHI

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