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ARtigo sobre obra de Erich Fromm

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  • O Valor Espiritual da Razo, segundo Erich Fromm julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    O Valor Espiritual da Razo, segundo Erich Fromm

    Will Goya [email protected] Instituto de Ps-Graduao - IPOG

    Goinia, GO, 15 de julho de 2013

    Resumo: O Valor da Razo, o significado e a finalidade do saber, segundo Erich Fromm, s

    devidamente compreendido em sua dimenso espiritual. Para ele, o indivduo uma totalidade

    corpo-mente, e o conhecimento humanista possui uma qualidade afetiva de sade psquica integral,

    visto ser um conhecimento que serve eminentemente arte de ser e de viver. O conceito frommiano

    de Humanismo Radical aqui exposto com relevo da importncia do questionamento filosfico

    sobre a qualidade de vida das pessoas e das instituies sociais em nossa poca, com severas

    crticas de reforma ao modo capitalista que tanto nos influencia. Por concluso e soluo aos

    problemas nascidos da razo instrumental e desumana, destaca o filsofo a sabedoria universal

    dos grandes humanistas e lderes de todas as mais importantes tradies espirituais da nossa

    histria.

    Palavras-chave: Razo. Espiritualidade. Capitalismo. Humanismo.

    1. Introduo

    Para que serve a razo? Certamente, essa uma pergunta que no senso comum muito poucos fariam a si mesmos, pelo quanto aparenta ser ridcula, tola por todos os motivos do mundo.

    Pelas razes negativas, poder-se-ia dizer 1. que a resposta bvia; alm do fato de que, 2. no

    adiantaria explicar o valor da razo para quem irracional. Num sentido afirmativo e pragmtico,

    fcil responder a um jovem que se inicia nos estudos de clculos, que a razo serve para fazer

    contabilidades, passar em concursos para vestibulares, futuros empregos, obter lucros, fazer cincia,

    ter controle sobre os fatos da natureza, e outros.

    Mas as respostas apenas utilitaristas ao valor da razo nos fazem somente ver as coisas

    vistas, sem jamais enxergar tambm o observador. Fazem-nos perder a conscincia do que valor aquilo cuja importncia e conhecimento faz a diferena e o porqu de escolhermos dentre tantas

    alternativas as melhores escolhas na vida. Se nossas escolhas forem reduzidas exclusivamente pelo

    que aparentam de vantagens simplesmente pessoais, institucionais ou cientficas, jamais

    entenderemos o significado da palavra tica, que preserva a humanidade da vida. Momento em que

    vale lembrar, desde o ttulo da obra, o pensamento do filsofo judeu T. W. Adorno, em seu livro

    "Educao aps Auschwitz", para que o nazismo no se repita. Isto , para que todos os tipos de

    nazismos, de atrocidades do homem contra o homem sejam desmascarados e impedidos. H quem

    diga que o fenmeno poltico do nazismo seja passado. Talvez, mas com certeza o fenmeno

    psicossocial da destrutividade coletiva no o , principalmente pelo carter legitimador da maldade

    e da violncia que o sistema jurdico e econmico do capitalismo imprimiu ao modo de vida, de

  • O Valor Espiritual da Razo, segundo Erich Fromm julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    raciocinar e de agir da nossa poca, com afirmaes reducionistas, simplistas e antiticas. Nos

    critrios mnimos de civilidade, hoje em dia todo aquele que no matar ou no roubar poder ser

    considerado um homem de bem. O homem mdio dos nossos tempos, de ideias comuns, sente-se

    normal por cumprir as normas sociais que o guiam e o alienam para a linha de pensamentos, comportamentos, emoes e desejos padronizados. Algo assim, nessa ordem: desde jovem estudar e

    se qualificar quase que exclusivamente para o mercado de trabalho; talvez constituir famlia, mas

    principalmente lucrar, maximizado vantagens econmicas at o esgotamento fsico. A morte, nesse

    contexto no significa saber pensar a vida diante do inevitvel, to somente cumpre uma funo

    animal, instintiva, de fazer do medo do fim a hipervalorizao do pouco tempo de usufruto dos bens

    materiais. Esse molde comum de homem, cuja inteligncia medida apenas pelo sucesso

    profissional nada conhece das razes do amor. Maior a sagacidade, menor sua lucidez.

    Perguntar-se sobre o valor da razo por demais importante e libertador do que muitos

    supem. A crtica prpria razo foi e continuar sendo algo necessrio e inteligente, que vrios

    pensadores se puseram misso de refletirem e de nos ensinarem, a fim de que evitssemos os

    perigos da razo instrumental e sem escrpulos, tanto quanto para nos tornarmos mais sbios e mais

    ntegros. para isso que serve um filsofo, como o foi Erich Fromm, alm de um dos maiores

    psicanalistas do sc. XX. Sua grandeza genial, ao percorrer uma anlise paradigmtica do homem

    moderno e contemporneo, est em apresentar a razo como um ato inteligente de amar.

    Inteligncia enquanto espiritualidade e exerccio de afetos, a si mesmo e ao prximo. Razo algo

    que no tem preo, mas tem valor.

    2. O Critrio Racional da Dvida Filosfica

    Erich Fromm pretende ser radical em sua anlise da destrutividade inconsciente, ou de

    maneira adaptada ao comportamento normal do mundo contemporneo, at fins da dcada de 70. Retornando ao humanismo de Karl Marx, ele afirma que a raiz pela qual os sistemas vigentes das

    instituies e crenas tradicionais se arquitetam o homem (ILLICH, 1975, p. 6). Quer dizer, a

    totalidade do homem vivo e concreto: suas necessidades orgnicas, seu gosto esttico e sensorial,

    sua sentimentalidade, seu trabalho etc.

    Porm, segundo Fromm, no mundo capitalista o homem moderno aliena suas foras na

    relao com o trabalho, com as coisas que ele consome, com o Estado, seus semelhantes e consigo

    mesmo. O fenmeno da alienao da personalidade , para Fromm, um modo de experincia em

    que a pessoa se sente como um estranho, impotente de se perceber como um ser humano total

    (FROMM, 1983c, p. 124). A conscincia, reduzindo-se imagem de uma mercadoria, refere-se

    abstratamente a si mesma como objeto de uso e de anlise parte da vida pessoal, e se torna

    socialmente uma coisa externa ao prprio homem. a sobrepujana burguesa dos valores do ter

    sobre o ser; da ideologia e da racionalizao inconsciente sobre as autnticas cincias humanistas1.

    Conquanto muitos creiam fazer uso da prpria razo, poucos desconfiam que alm de no pensarem

    por si mesmos, tm pensamentos e valores profundamente irracionais, achando-se sbios.

    1 Ver tambm FROMM, 1970, p.47.

    O conceito de carter social, de E. Fromm, foi bem desenvolvido no apndice do seu livro O Medo Liberdade (1983), mantendo-se a ideia de liberdade sob forte determinao social. Entretanto, o carter social foi apresentado pela primeira vez em Die psychoanalytische Charakterologie in ihrer Anwendung fr die Soziologie, in Zeitschrift fr

    Sozialforschung, I, Hirschefeld, Leipzig, 1931.

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    deve-se notar que Marx, como Spinoza e mais tarde Freud, achava que a maioria do que os homens pensam conscientemente uma percepo falsa, ideologia e racionalizao; que as verdadeiras molas mestras das aes do homem so inconscientes para este. Segundo

    Freud, ela tem suas razes nos anseios libidinosos do homem; segundo Marx, em toda a

    organizao social do homem que norteia sua percepo para certas direes e o impede de

    dar-se conta de determinados fatos e experincias (FROMM, 1983a p. 30)

    Seu radicalismo dinmico e intenciona uma combinao de mxima objetividade

    epistmica e psicolgica, que implica de imediato uma prxis poltica. Isto , o exame crtico dos

    conceitos ideolgicos, aqueles que esto afastados da experincia humana concreta a que se

    referem, antes uma atitude de libertao do pensamento e da conduta idlatras, para a

    autoafirmao humanista, e no uma simples pr-ocupao terica em relao a um determinado

    conjunto de ideias.

    Esta compreenso crtica libertria caracteriza-se pela dvida radical, e a questo da

    dvida especialmente localizada e discernida em dois textos de sua obra. O primeiro se encontra

    no livro Anlise do Homem (cap. 4, item 4), onde Fromm separa esta dvida da do senso comum:

    A dvida tambm comumente entendida como dvida ou perplexidade acerca desta ou daquela suposio, ideia ou pessoa, mas pode igualmente ser descrita como a atitude que

    satura toda a personalidade do indivduo, de forma que o objeto particular ao qual se prende

    a dvida dele apenas de importncia secundria (FROMM, 1970, p. 171).

    O segundo texto est na introduo que ele faz obra Celebrao da Conscincia, de Ivan

    Illich (1975), referindo-se ao radicalismo humanstico, compartilhado por ambos. Neste texto,

    aquela atitude de libertao aponta uma especial maneira de ver o mundo, denotando um trao de

    carter prprio de quem confia em seu crescimento interior para a vida.

    Para Fromm, a dvida humanista importante porque direciona a conscincia

    compreenso do inconsciente, resultando numa maior qualidade de vida. Esta conscientizao

    necessria para a libertao dos vnculos improdutivos de relao entre o indivduo e as instituies.

    Trata-se de uma investigao centrada no conhecimento da dinmica psquica da natureza humana,

    que explora sua totalidade espiritual e lhe reconhece os limites interativos com a totalidade do

    mundo.

    Duvidar de forma radical ter a capacidade e disposio2 de questionar os valores de si mesmo, da prpria sociedade e de todo um perodo histrico mediante a autodescoberta

    (autoconhecimento desvelador) que o homem faz de suas potencialidades inconscientes.

    Analogicamente, em Descartes vemos dois constitutivos ontolgicos da dvida: inteligncia e vontade. Descartes dispensara a animalidade do homem reduzindo-o conscincia imediata, enquanto para Fromm a dvida surge originalmente, pelas contradies existenciais que

    impulsionam a evoluir a partir do nascimento da cultura e do indivduo. De forma simplificada e de

    maneira psicolgica, ele inverte a formulao do cogito cartesiano (duvido, logo penso; penso,

    2Para Fromm, a vontade no mais do que expresso do carter, formado pelas experincias sociais, especialmente na

    infncia e modificvel at certo ponto atravs de novas influncias. Sobre a determinao da vontade, ver FROMM,

    1970, p.197-8.

    A dvida radical s pode ser formulada por um carter bioflico, que confia em sua prpria razo e capaz de amar

    tanto a si mesmo como ao seu prximo. Quando o carter bioflico assume dimenses polticas institucionais, ele

    chamado de carter revolucionrio (FROMM, 1986c).

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    logo existo) afirmando que: se existo como indivisvel, isto , se no alienei minha personalidade no Aquilo, ento posso pensar - posso fazer uso de minha razo questionando os valores preconcebidos socialmente (FROMM, 1983c, p. 170). Noutros termos, se reconheo minha

    existncia total duvidando de todas as ideias que no foram criadas pela minha prpria existncia

    individual, ento reconheo o que me essencialmente intrnseco e anterior a tudo: a capacidade

    natural de desenvolver a razo.

    Na referida introduo da obra de Illich, Erich Fromm releva a importncia da teoria

    psicanaltica na postura filosfica da dvida radical. Ele faz da orientao cientfica da objetividade

    uma questo de sanidade mental, delineando quando necessrio a diferena psicolgica entre

    pensamento inconsciente e a realidade do fato objetivo. Conforme ele prprio diz, sem um entendimento dos processos inconscientes, difcil apreciar o carter relativo, e com frequncia

    acidental, de nossos pensamentos conscientes (FROMM, 1988, p. 53). Assim, Fromm orienta a reflexo tico-humanista a considerar sobremaneira a existncia do inconsciente:

    Este questionamento radical... s poder ser empreendido se o indivduo abrir o leque de sua conscincia, a fim de penetrar nos aspectos inconscientes de seu prprio pensamento. A

    dvida radical um ato desvendador e revelador; o raiar da conscincia que desvenda a

    nudez do Imperador, mostrando que suas vestes esplndidas no passam de produtos de

    nossa fantasia. (ILLICH, 1975, p. 5 e 6)

    Aqui ele supe uma metfora psicolgica com o famoso conto de Anderson, A Roupa do Imperador (FROMM, 1986c, p. 126). Interpretando a analogia, na histria, um rei (pensamento consciente do eu) enganado por falsos costureiros que roubam o ouro com o qual lhe seria feita

    uma luxuosa vestimenta (conceito ideolgico). O rei enganado, junto aos sditos do imprio, que

    compartilham da mesma iluso, acredita-se bem vestido, mesmo estando de fato nu. Somente uma

    criana espontnea (conscincia humanista no contaminada pelo carter autoritrio) descobre a

    verdade e revela a nudez real.

    Destarte, o radicalismo crtico apenas exercitado se se expande a conscincia pelos

    caminhos inconscientes da psique, desvendando e revelando a verdadeira natureza humana. A fim de que a dvida seja radical sobre todas as ideias, o indivduo deve antes ter sua mente lcida e

    racional, sendo ento capaz de curar-se da neurose subjacente aos conceitos ideolgico-burgueses.

    Por conseguinte, as cincias humanas descendem - enquanto faculdades da razo - de uma adequada

    e amadurecida estrutura do sistema de orientao psquica, que originado pela necessidade

    existencial do ser humano de estar em contato com o mundo objetivamente. Logo, para Fromm, o

    sbio (aquele que sabe objetivamente) psquica e psicologicamente saudvel. E isso se esclarece

    bem em sua obra Psicanlise da Sociedade Contempornea. Mais especificamente, fazendo uma

    citao direta, nas palavras do filsofo psicanalista:

    Em ltima anlise, tudo a respeito da orientao cientfica realmente uma questo de sanidade; ou seja, saber a diferena entre fato e pensamento, entre realidade e experincia

    subjetiva. Se a anlise (psicoterpica) produz algum efeito, ser o de gradativamente fazer

    a pessoa descartar-se de seu prprio narcisismo, isto , de uma confuso entre fatos e

    desejos subjetivos. No que toca s provas, trata-se em grande parte do que eu chamaria (...) uma questo de conscincia cientfica. perfeitamente verdade que nos campos onde se pode medir e

    pesar, talvez o indivduo seja menos tentado a tapear do que em outro onde no se pode

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    pesar nem medir - embora todos saibamos nada haver de mais tentador sobre mentir do que

    estatsticas por estas poderem ser to facilmente manipuladas. (EVANS, 1967, p. 78-9) 3

    A objetividade, em nvel psicolgico, o polo oposto do narcisismo; a capacidade da

    pessoa de perceber a realidade exterior aos processos do seu prprio pensamento e de seus

    sentimentos; a realidade do mundo como existindo em suas prprias condies e necessidades

    (FROMM, 1983c, p.47-8). Se por um lado o mtodo cientfico exige objetividade e realismo, exige

    tambm, por parte da pessoa do cientista, coerncia com a atitude cientfica, isto : renncia a todas as esperanas de onipotncia e oniscincia. Embora a maioria dos ocidentais tenha estudado o mtodo cientfico, nunca foi realmente sensibilizada por ele, permanecendo como meramente

    tcnica. Isso o que Fromm quer dizer quando afirma que

    a cincia criou um novo objeto para o narcisismo - a tcnica. O orgulho narcisista do homem em ser o criador de um mundo de coisas dantes no-sonhado, o descobridor do

    rdio, televiso, fora atmica, viagem espacial, e at em ser o destruidor potencial do

    globo inteiro, deu-lhe um novo objeto para o auto engrandecimento narcisista. (FROMM, 1981, p. 93-4)

    parte do radicalismo humanista, existe o fenmeno da dvida irracional, manifestado

    comumente nas pessoas de uma sociedade de carter necrfilo. Quando se aceitam passivamente

    conceitos e valores da sociedade qual se pertence, no mais se vive em funo dos prprios

    pensamentos e sensibilidade. Torna-se uma personalidade automatizada, cujos objetivos no so

    mais que abstraes. Segundo Fromm, a noo de realidade s se desenvolve quando est

    engendrada com a totalidade daquilo que observvel e manejvel concretamente.

    O verso famoso de Gertrude Stein: uma rosa uma rosa, um protesto contra essa forma abstrata de estipular as coisas; para a maioria das criaturas, uma rosa no precisamente

    uma rosa, mas uma flor de certo nvel de preo a ser comprada em certas ocasies sociais;

    at a mais formosa flor, se silvestre e no custa nada, no apreciada por sua beleza,

    comparada com a da rosa, mas por seu valor cmbio. (FROMM, 1983c, p.171)

    Dissolve-se, desse modo, o quadro concreto de referncia nas propores humanas,

    biolgicas e espirituais. Com a falta de integrao da personalidade total, a pessoa alienada

    ideologicamente perde o contato ntimo consigo mesma e com as demais. Isso gera um profundo

    sentimento de angstia e impotncia, devido incapacidade narcisista de experimentar a realidade

    de forma objetiva. Ento, uma vez desconectadas da conscincia humanista, as pessoas passam a

    assumir uma atitude de indiferena tica, em que tudo duvidoso. E o resultado dessa crescente

    dvida no poder de verdade da razo (ou o desmerecimento das prprias foras benignas) declina-se

    em uma postura relativista, que leva os homens a crer na confuso moral estabelecida, para a qual o

    julgamento dos valores ticos se torna falsamente questo de gosto arbitrrio e sem nenhuma

    validade real possvel (FROMM, 1970, p.15 e 171-2).

    Num penhorado esforo intelectual de desmascaramento das ideologias socioeconmicas,

    Fromm quer estimular ao mximo o dom benigno da humanidade de cada um: a capacidade de amar

    a vida com plenitude. Mas qual o procedimento indicado que garanta resultado de sucesso? Das

    alternativas metodolgicas utilizadas por ele (cincias da psicanlise e sociologia, a psicoterapia

    3 Parntese e destaque em itlico meus.

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    clnica, a prxis poltica etc.), imprescindvel, e conclusivamente, observar o aspecto filosfico

    bsico de sua obra.

    O critrio de investigao filosfica da ideologia em que Fromm se apoia , precisamente,

    a dvida elevada ao radicalismo humanista, cuja finalidade poltica curar moralmente a sociedade

    autoritria. O mtodo apresentado na j referida Introduo ao livro de Illich, podendo esta ser considerada como o ngulo filosfico da leitura de seus livros inclusive os anteriores, posto que todos eles convergem para a mesma atitude crtico humanista que separa o erro da verdade. Por sua

    vez, h nesse texto uma preciosa interrogativa que traduz a orientao do mtodo e pode conduzir o

    leitor compreenso ltima do valor tico de cada conceito e pensamento de Erich Fromm:

    o radicalismo humanista questiona toda ideia e toda instituio do seguinte ponto de vista: esta ideia ou instituio contribui para aumentar ou para reduzir a capacidade que tem o

    homem de se abrir ainda mais para a vida e para a alegria? (ILLICH, 1975, p. 5-6)

    3. O Conceito de Objetividade do Saber

    Ao lado do amor espontneo, a razo integral o expoente mximo da evoluo

    antropolgica. Ela representa a concluso do processo de nascimento da psique humana; atravs da

    plenitude da razo o homem capaz de satisfazer a necessidade bsica de reintegrao e unidade

    com a natureza, com o semelhante e consigo mesmo. O conhecimento objetivo da realidade liquida,

    ento, com as dvidas fragmentantes, aquelas que provocam a insuportvel sensao de isolamento.

    Em busca da harmonia perdida com o todo, na tentativa de eliminar as dicotomias congnitas

    existncia, o ego se identifica, na forma regressiva, com a totalidade de sua natureza humana, mas

    apenas com uma parte de si mesmo, de suas faculdades, a exemplo da diviso do corpo e da alma.

    No se pode entender que o antagonismo corpo versus alma advm necessariamente com o parto

    biolgico, visto que h prticas religiosas, como o Zen-budismo, que no possuem este

    antagonismo. Neste caso, Fromm o situaria como sendo um conflito ideolgico, cultural e

    historicizado.

    as condies sociais influem nos fenmenos ideolgicos por intermdio do carter (social); o carter, por outro lado, no o resultado do ajustamento passivo s condies

    sociais, porm de um ajustamento dinmico baseado em elementos que ou so

    biologicamente inerentes natureza humana ou ento se tornaram inerentes em

    consequncia da evoluo histrica. (Parntese e esclarecimento meus. In: FROMM, 1983b, p.235)

    pois com o desabrochar da capacidade racional, e uma consequente e satisfatria

    resposta de vida s exigncias universais da natureza humana, que se resolvem os conflitos

    psquicos de fragmentao existencial. bom relembrar que, para Fromm, em absoluto, nenhuma

    resposta estabeleceria conceitualmente uma possvel essncia metafsica do homem, pois o que constitui a essncia a pergunta e a necessidade de uma resposta (FROMM, 1981, p.131). Contudo, nem toda resposta satisfatria; se ela consegue de fato transcender o sentimento original

    de separao e alcanar o oposto, de unidade e de relacionamento, ento ser uma resposta

    progressiva. Mas, a linguagem simblica, que busca exprimir o conhecimento objetivo de uma

    determinada experincia da realidade, tem seus limites. A ponte entre o substrato da experincia e o

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    conceito que lhe subjacente est sujeita a tornar-se inslita e ideolgica, por vrios motivos: um,

    porque, como estudado antes, o homem tem medo de comprometer-se totalmente com a

    experincia; depois, porque nenhum conceito consegue expressar de forma cabal a vivncia

    humana. As palavras apenas descrevem, mas no transferem a inalienvel vivncia da realidade. O

    ter refere-se a coisas, e mesmo a persona (o eu que se apresenta socialmente) em si mesma uma coisa e como tal pode ser descrita e definida. Diferentemente, a maneira de ser, do homem vivo, inefvel; mas o conhecimento intuitivo que percebe esta maneira pode ser comunicvel num processo de mtuo relacionamento vivo, entre duas pessoas que superam a barreira da

    separao atravs da dana da vida4 (FROMM, 1987, p. 96), do desapego das posses e com renncia do egocentrismo. Veja-se o que diz o autor sobre a intransfervel experincia de contedos

    vivenciais:

    Isso ocorre necessariamente porque as experincias pessoais jamais so idnticas: assemelham-se apenas o suficiente para permitir o uso de um smbolo ou conceito comum.

    (Na verdade, nem mesmo a experincia de uma pessoa sempre exatamente idntica, em

    diferentes ocasies, porque ningum exatamente a mesma pessoa em dois momentos

    diferentes de sua vida). (FROMM, 1988, p. 21)

    Alm disso, o ser humano, devido s limitaes de sua existncia, busca

    desesperadamente alcanar um conhecimento completo acerca da realidade, mas, jamais o ter,

    sendo apenas possvel um conhecimento fragmentrio. Todavia, a intensidade do desejo de certeza,

    de totalidade unificadora, o leva a manufaturar elementos fictcios com o objetivo de desenvolver

    um todo sistemtico. Esse mesmo fenmeno ocorre na ideologia poltica, quando tende a preservar

    as normas da desigualdade socioeconmica vigente, salientando-as como normas universais

    decorrentes das necessidades bsicas da natureza humana. Dessa regra psicolgica, Fromm assim

    entende, por exemplo, o caso da Revoluo Francesa; enquanto a burguesia lutava pela sua liberdade, sofria a iluso de que lutava pela liberdade e felicidade universais, como princpios

    absolutos, aplicveis portanto a todos os homens (FROMM, 1987, p. 21-2). Igualmente, na ideologia religiosa, o homem atormentado por um anseio do absoluto,

    quando se sente impelido pela contradio de sua existncia a sobrepujar essa ciso interior. Ele

    pode querer encontrar dentro da sua sociedade uma harmonia alternativa e falsamente

    transcendental que o rena Natureza, aos seus semelhantes e a si mesmo. dessa maneira que o

    Fromm materialista ou, mais propriamente, o Fromm de aguda religiosidade no-testa (FROMM,

    1988, p. 12 e 180), justifica a necessidade humana de se criar Deus. Segundo ele, o devotamento a

    um objetivo, a uma ideia ou a um poder transcendente ao homem, como Deus, uma expresso

    dessa necessidade de perfeio no processo de viver (FROMM, 1970, p.49).

    Creio que o conceito de Deus foi uma expresso, historicamente condicionada, de uma experincia interior. Posso compreender o que a Bblia ou as pessoas realmente religiosas

    querem dizer quando falam de Deus, mas no concordo com seu conceito-pensamento.

    Parece-me que o conceito Deus foi condicionado pela presena de uma estrutura sociopoltica na qual os chefes tribais, ou reis, dispem do poder supremo. O valor supremo

    conceitualizado como anlogo ao poder supremo na sociedade. (FROMM, 1988, p.20)

    4 O autor no define o que entende por dana da vida.

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    Outro obstculo a uma crtica radical reside na orientao mercantil que o materialismo

    burgus impe ao valor de verdade. Certo de que a busca da verdade est arraigada nos interesses e

    necessidades dos indivduos e grupos sociais, numa sociedade consumista e desumana, o

    conhecimento torna-se quase sempre um instrumento com fins de dominao de classe (FROMM,

    1983b, p. 198). Quando o conhecimento transforma-se numa mercadoria, o homem se v alienado

    de sua fora produtiva, na acepo de verdade alcanada pela razo, cujo nico fim o

    desenvolvimento das prprias capacidades. Nas palavras do prprio psicanalista, orientao do carter, que tem suas razes na impresso de que se tambm mercadoria e do valor pessoal de cada um

    como um valor de troca, cognominarei orientao mercantil (FROMM, 1970, p. 66). Fromm constata,

    inclusive, um enorme entusiasmo atual por conhecimentos e educao, porm ao mesmo tempo um

    menosprezo tico e emotivo com o saber que s se preocupa com a verdade em si mesma, sem nenhum valor de troca no mercado (FROMM, 1970, p. 72-3).

    Disso no foge a Psicologia, que, antes, na tradio ocidental, era conhecimento

    indispensvel para a verdade de si mesmo no trilho rumo felicidade e sabedoria. Mas degenerou-

    se em um instrumento para melhor manipulao poltica, ajudando a pesquisa de mercado, a

    publicidade, o controle comportamental das massas etc. A grande popularidade da psicologia,

    embora revele interesse pelo conhecimento do homem, tambm se tornou um substituto final do seu

    objetivo primeiro: ser um conhecimento teraputico para levar a pessoa a ser inteiramente capaz de

    conhecer o segredo de sua realizao absoluta na arte de amar (FROMM, 1970, p. 72-3, e FROMM, 2000, p. 133).

    Para Fromm, uma cincia antropolgica objetiva pode descrever a soluo real para o

    problema filosfico da fragmentao da existncia humana: O verdadeiro problema est em deduzir a essncia comum a toda raa humana das inumerveis manifestaes da natureza humana,

    tanto normais quanto patolgicas, como as podemos observar nos diversos indivduos e diferentes

    culturas (FROMM, 1983c, p. 27 e FROMM, 1970, p. 94). Mediante tal cincia possvel ento descobrirem-se as leis psquicas universais da natureza humana. A Antropologia psicolgica

    emprica, presumidamente, capaz de encontrar um padro objetivo do bem; de forma a poder

    concretizar o sonho de Fromm: mostrar sociedade doente o caminho certo da sanidade moral

    humanista. Considerando que, para ele, o conhecimento das necessidades psquicas bsicas no se

    restringe a nenhum tipo de pensamento intelectual, Fromm, assim, no invalida a eficcia da

    cincia; apenas a considera em seu valor secundrio porque inadequada ao segredo inefvel da alma humana

    5. Diz ele: o problema do sentimento de identidade (de sentir-se como autor e objeto de suas

    prprias aes) no , como geralmente se supe, um mero problema filosfico, o que afeta com

    exclusividade a mente e o pensamento6 (FROMM, 1983c, p. 72). Se o homem fosse puro intelecto e sem corpo ele facilmente realizaria seus objetivos

    mediante todo tipo de teorias. Acontece que isso no verdade, logo, para o seu pleno nascer e sua

    felicidade, ele tem de reagir dicotomia de sua existncia na infinita dinmica de viver, em seus

    sentimentos e aes, no s em pensamentos. Na esfera do pensamento, a orientao produtiva se

    manifesta atravs de uma compreenso objetiva do mundo pela razo. No mbito da ao essa

    orientao se revela com o trabalho produtivo. E no campo do sentimento a produtividade se

    manifesta mediante o amor verdadeiro; amor que implica responsabilidade, zelo e aptido em

    conhecer profunda e objetivamente a criatura amada, de forma a respeitar a outra pessoa e no lhe

    projetar os desejos e temores psicolgicos. Como diz Erich Fromm, a felicidade embora seja uma

    5 Para uma crtica contrria, ver tambm: SCHAAR, 1965, p. 41.

    6 Parntese e esclarecimento meus.

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    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    experincia subjetiva, , no entanto, fruto de interaes com o corpo, o estado mental e a vida

    econmica e social, que por sua vez dependem de condies objetivas. Logo, a verdadeira alegria

    no pode ser confundida com a experincia meramente subjetiva de prazer (FROMM, 1970, p. 151

    e 208)7

    Em suas palavras, sobre o conhecimento cientfico, o amor ao conhecimento e o

    conhecimento de amor, diz ele:

    O anseio de nos conhecer e de conhecer o outro foi expresso no lema lfico de conhea a ti mesmo. essa a fonte primria de toda psicologia. Mas como o desejo o de conhecer todo o homem, seu segredo mais recndito, esse desejo nunca poder ser satisfeito por um

    conhecimento comum, por um conhecimento atravs apenas do pensamento. Mesmo que

    soubermos mil vezes mais de ns, nunca chegaremos ao fundo, continuaremos a ser um

    enigma para ns mesmos, assim como o outro permanecer um enigma para ns. A nica

    forma de alcanar o pleno conhecimento o ato de amar, um ato que transcende o

    pensamento, que transcende as palavras. Ele um mergulho ousado na experincia da

    unio. No entanto, o conhecimento pelo pensamento, isto , o conhecimento psicolgico,

    uma condio necessria do pleno conhecimento no ato de amar. Eu tenho de conhecer a

    outra pessoa e a mim mesmo de modo objetivo, a fim de ser capaz de ver sua realidade, ou

    melhor, de superar as iluses, o quadro irracionalmente distorcido que tenho dela. Somente

    se eu conhecer o ser humano de forma objetiva, posso conhec-lo em sua essncia ltima,

    no ato de amar. (FROMM, 2000, p. 39)

    4. Concluso

    Por tudo o que foi dito, deduz-se que a capacidade de usar a razo , sobretudo, um fator

    secundrio na orientao produtiva. Porm, quando essa razo acresce-se do ato de amar alm de si

    prprio que a mais importante orientao bioflica do homem, manifesta-se a mais profunda e verdadeira revelao da alma humana, aquilo que Fromm chama de autenticidade (EVANS, 1967, p. 36), nica nos indivduos integrais e totalmente realizados enquanto humanidade.

    O conceito de sade mental caracteriza-se pelo fenmeno da autenticidade, indistinto das

    vrias condies culturais da existncia humana. Em qualquer lugar ou poca encontrar-se-iam

    pessoas cujo pleno desabrochar dos poderes intrnsecos faria delas grandes mestres espirituais da

    raa humana. Todas elas falariam por linguagens e costumes certamente diferenciados, contudo

    postulariam sistemas ticos e normas universalmente objetivas para uma vida sadia (FROMM,

    1983, p. 329); normas conduzidas pela f antropofilosfica na natureza essencial de Eros. E na

    espontaneidade que se descobre a humana arte de viver; uma vez que viver em si mesmo uma arte

    e na arte de viver, o homem simultaneamente o artista e o objeto de sua arte (FROMM, 1970, p. 26).

    Em verdade, o artista pode ser definido como um indivduo capaz de expressar-se espontaneamente. Se esta fosse a definio de artista - Balzac definiu-o exatamente dessa

    maneira -, ento certos filsofos e cientistas teriam de ser chamados de artistas tambm...

    As crianas pequenas apresentam outro caso ilustrativo de espontaneidade. (FROMM, 1983b, p.206).

    7 Para algumas referncias da relao de unidade entre pensamento, emoo e prxis, ver FROMM, 1970 p.49 e 139; e

    tambm FROMM, 1983c, p.44-5 e 262.

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    Nos verdadeiros atos espontneos os poderes do amor e da razo fazem de toda psique

    plenamente saudvel um indivduo moralmente bom, sbio e santo; tal como o bifilo puro8. Veja o

    que diz Erich Fromm:

    Este conceito de sade mental coincide essencialmente com as normas postuladas pelos grandes mestres espirituais da humanidade. Esta coincidncia parece, a alguns psiclogos

    modernos, uma prova de que as nossas premissas psicolgicas no so cientficas, mas ideais, filosficas ou religiosas. Eles encontram, aparentemente, dificuldade em chegar concluso de que os grandes ensinamentos de todas as culturas se basearam em um

    conhecimento racional da Natureza humana e nas condies necessrias ao seu pleno

    desenvolvimento. Esta ltima concluso parece estar tambm mais de acordo com o fato de

    os iluminados terem, nos pontos mais diversos deste mundo e em pocas muito diferentes

    da Histria, formulado as mesmas normas sem nenhuma ou com remotssima influncia

    entre si. Icnato, Moiss, Confcio, Lao-ts, Buda, Isaas, Scrates e Jesus postularam as

    mesmas normas para a vida humana, com diferenas somente muito pequenas e

    insignificantes. (FROMM, 1983c, p.78)

    5. Referncias

    - ADORNO, T. W. Educao aps Auschwitz. In: Educao e emancipao. Traduo de

    Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

    - BECKER, Ernest. A Negao da Morte. Traduo de Luiz Carlos do Nascimento Silva. Rio de

    Janeiro: Record, sem data (original de l973).

    - EVANS, Richard I. Dilogo com Erich Fromm. Traduo de Octvio Alves Velho. Rido de

    Janeiro: Zahar, 1967.

    - FROMM, Erich.

    ____ Anlise do Homem. Traduo de Octvio Alves Velho. 7 Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.

    ____ Anatomia da Destrutividade Humana. Traduo de Marco Aurlio de Moura Matos. 2 Ed.

    Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

    ____ A Arte de Amar. Traduo de Eduardo Brando. So Paulo: Martins Fontes, 2000.

    ____ Conceito Marxista do Homem. Traduo de Octvio Alves Velho. 8 Ed. Rio de Janeiro:

    Zahar, 1983.

    Inclui: Manuscritos Econmicos e Filosficos, de Karl Marx.

    ____ Crise da Psicanlise - ensaios sobre Freud, Marx e Psicologia Social. Traduo de lvaro

    Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

    ____ Do Amor Vida. Traduo de lvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

    Inclui os artigos do autor:

    Afluncia e Tdio em Nossa Sociedade

    A Importncia Atual dos Profetas Para Ns

    8 H uma pequena minoria... em que no se registra trao algum de necrofilia, que so os bifilos puros: ...Albert

    Schweitzer, Albert Einstein e o Papa Joo XXIII colocam-se entre os exemplos mais recentes e mais conhecidos dessa

    minoria. FROMM, 1987a, p. 488. O amor vida se desenvolver mais numa sociedade onde houver: segurana, no sentido das condies materiais bsicas para uma vida digna no estarem ameaadas; justia, no sentido de ningum poder ser um fim para os objetivos

    de outrem; e liberdade, no sentido de cada homem ter possibilidade de ser um membro ativo e responsvel da

    sociedade. FROMM, 1981, p.57.

  • O Valor Espiritual da Razo, segundo Erich Fromm julho de 2013

    ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - 5 Edio n 005 Vol.01/2013 julho/2013

    Em Nome da Vida: um retrato atravs do dilogo

    Os Sonhos So a Linguagem Universal do Homem

    Psicologia Para No Psiclogos

    Quem Homem?

    Hitler - Quem Era e o que Constituiu a Resistncia Contra Ele?

    ____ et alii. Zen-Budismo e Psicanlise. Traduo de Octvio Alves Velho. So Paulo: Cultrix,

    sem data (original de 1960).

    ____ Meu Encontro Com Marx e Freud. Traduo de Waltensir Dutra. 7 Ed. Rio de Janeiro:

    Guanabara, 1986.

    ____ O Corao do Homem - seu gnio para o bem e para o mal. traduo de Octvio Alves

    Velho. 6 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.

    ____ O Dogma de Cristo - e outros ensaios sobre religio, psicologia e cultura. Traduo de

    Waltensir Dutra. 5 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

    Inclui os artigos do autor:

    Das Limitaes e Perigos da Psicologia

    O Carter Revolucionrio

    ____ O Esprito de Liberdade. Traduo de Waltensir Dutra. 4 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara,

    1988.

    ____ O Medo Liberdade. Traduo de Octvio Alves Velho. 14 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara,

    1983.

    ____ Psicanlise da Sociedade Contempornea. Traduo de E. A. Bahia e Giasone Rebu. 10

    Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

    ____ Ter ou Ser? Traduo de Nathanael C. Caixeiro. 4 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

    - ILLICH, Ivan. Celebrao da Conscincia. Petrpolis, RJ; VOZES, 1975.

    - SCHAAR, John H. O Mundo de Erich Fromm. Traduo de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro:

    Zahar, 1965.