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CONHECIMENTOS RELACIONADOS À SAÚDE PARA O ENSINO MÉDIO DO
COLÉGIO ESTADUAL TANCREDO NEVES DE FRANCISCO BELTRÃO – Pr.
Edenir João Tabaldi1
RESUMO
Precisamos fomentar o conhecimento dentro da disciplina de Educação
Física, buscando transmitir aos alunos, e neles desenvolver, o gosto pela prática de
exercícios físicos, pela busca do conhecimento científico, da defesa de seus direitos
e uso dos deveres, da integração e interação com o meio em que vive, a busca do
autoconhecimento como forma de transformar-se e transformar o meio em que vive
e age, como forma de garantir sua cidadania e respeito próprio, bem como o respeito
das demais pessoas da sociedade.
Sendo assim torna-se necessário a elaboração de conhecimentos teóricos de
Educação Física para o ensino médio do Colégio Estadual Tancredo Neves de
Francisco Beltrão-Pr, como forma de favorecer o aprendizado e a apreensão do
conhecimento sobre limites e possibilidades, como se movimentar, como dominar o
movimento, as variações e de onde retirar a energia necessária ao movimento,
buscando dessa maneira oportunizar aos alunos conhecimentos que possibilitem
domínio sobre uma prática segura de exercícios físicos, formas de prevenir e manter
a saúde, prevenção de distúrbios musculares pela prática de exercícios físicos,
adoção de postura correta em todas as situações, cuidados alimentares e hábitos de
vida saudáveis, fazendo com que esses saberes passem a fazer parte do cotidiano
1 Professor de Educação Física do Colégio Estadual Tancredo Neves – EFM, de Francisco Beltrão-Pr.
2
dos alunos mesmo após saírem da escola, e que estes possam influenciar
positivamente as pessoas de suas relações.
ABSTRACT
We need to promote awareness within the discipline of Physical Education,
looking forward to the students, and develop them, like the practice of physical
exercises, the pursuit of scientific knowledge, the defense of their rights and duties of
use, integration and interaction with the environment in which you live, the search for
self as a way to transform themselves and transform the way in which you live and
act as a way of guaranteeing their citizenship and self-respect and respect for other
people in society.
Therefore it is necessary to the development of theoretical knowledge of
physical education for high school in State College Tancredo Neves of Francisco
Beltrão-Pr, as a way to encourage the learning of knowledge and understanding
about limits and possibilities, such as moving, dominates as the movement,
variations and where the energy required to withdraw motion, seeking to nurture such
a way that would allow students knowledge on a safe practice field for physical
exercise, ways to prevent and maintain health, prevention of muscle by doing
physical exercise , adoption of correct posture in all situations, care and food habits
of healthy life, so that these skills become part of daily life of students even after
leaving the school, and that they can positively influence people in their relations.
Palavras Chave: Qualidade de vida, saúde, alimentação, exercícios físicos.
INTRODUÇÃO
A disciplina de Educação Física do Colégio Estadual Tancredo Neves de
Francisco Beltrão-Pr, passa por um momento de transição, da prática aleatória, com
conteúdos fragmentados e escolhidos ao acaso, para uma educação mais
transformadora, fundamentada em teorias que alicerçam o saber e dão nova
perspectivas à disciplina enquanto área de saber, com uma prática voltada para a
3
educação do aluno na importância de exercícios físicos2 para que se obtenha melhor
qualidade de vida e saúde.
Isto compreendido pelos alunos irá contribuir para uma melhor formação e
compreensão do mundo em que vive, possibilitando de tal maneira uma interferência
positiva em seu grupo social, o que acarretará transformações que irão influir em seu
crescimento pessoal e comunitário, compreendendo as necessidades e vicissitudes
do seu grupo social e da comunidade onde mora e age, bem como irá valorizar a
prática regular e segura de exercícios físicos, como forma de afastar os fatores de
risco das doenças associadas à inatividade.
1 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO FÍSICA
A disciplina de Educação Física tem grande relevância na situação histórica
que ora vivemos, pois possibilita ao indivíduo através das mais variadas formas de
linguagem e comunicação, que não necessariamente as formais, a busca de seu
espaço na sociedade, a auto – afirmação, seu resgate como ser humano e cidadão
crítico e consciente de seus diretos e deveres, que sabe respeitar, mas que também
gosta e quer se sentir respeitado, além de seu autoconhecimento, de conhecer, e
respeitar seus próprios limites e limitações, e suas capacidades.
A Educação Física passou através dos tempos por várias transformações,
atingindo em alguns momentos da maturidade, um senso crítico amparado pela
comunidade científica e cultural. Neste contexto, podemos nos centrar em três
concepções de educação física que abrangem as demais.
A primeira é a educação física convencional, circunscrita no nível da
consciência intransitiva onde prevalece uma visão de senso comum e a pedagogia
tradicional influencia a educação física diretamente, sendo destacada a visão
dualista de homem, onde o corpo é desvalorizado em sua totalidade, sendo o
trabalho corporal fragmentado, não sendo superada a visão além dos domínios
2 A definição de exercício físico pelo Conselho Federal de Educação Física é: “Seqüência sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais, executados de forma
planejada, segundo um determinado objetivo a atingir. Uma das formas de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras ou reabilitação orgânico-funcional, definido de acordo com diagnóstico de necessidade ou carências específicas de seus praticantes, em contextos sociais diferenciados”.
Neste contexto ele se diferencia da atividade física, que é realizada de maneira espontânea, como correr para pegar um ônibus, ou caminhar para a escola, sendo que o exercício é planejado, repetido, estruturado.
4
biológicos (MEDINA, apud CAPARROZ, 2005, p.27).
A segunda, a educação física modernizadora, encontra-se já no âmbito da
consciência transitiva ingênua. A diferença em relação à primeira concepção está no
fato de que a convencional entende a educação física como educação do físico,
enquanto a modernizadora a entende como educação por meio do físico (grifos
meus), sendo que a ginástica, o esporte, os jogos e a dança são tidos como
instrumentos para a promoção da educação num sentido amplo, mas sem superar a
visão dualista de homem, compreendendo-o de forma composta, corpo e mente (
MEDINA, apud CAPARROZ, 2005, p.27).
A terceira concepção é chamada de educação física revolucionária, vinculada
ao nível da consciência transitiva crítica, sendo que através dela pode-se superar a
visão dicotomizada entre corpo e mente e avançar na direção de entender o homem
em sua totalidade, considera-se os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, como
forma de compreender e agir sobre o humano como um todo. Nessa perspectiva a
educação física pode-se tornar um dos instrumentos de transformações sociais,
podendo diminuir as desigualdades sociais e estabelecer um modelo social mais
autônomo e igualitário (MEDINA, apud CAPARROZ, 2005, p.28).
A Educação Física deve fornecer às pessoas, instrumentos para enfrentar o
cotidiano com menos sofrimento e de maneira mais eficaz, e para se atingir isto,
GHIRALDELLI (1989, p. 57) nos propõe que “o profissional da área de Educação
Física atue como intelectual progressista e transformador. Que estabeleça um elo
comum com os vetores históricos que encaminham para a construção de uma nova
hegemonia, uma nova direção política e cultural, enfim, uma nova cultura e uma
concepção de mundo superior e democrático”.
Atualmente se faz necessário um repensar sobre as necessidades atuais de
ensino, buscando a “superação de uma visão fragmentada de homem e de
sociedade” (CAPRA, 1997, p.55), onde devemos buscar o sentido da coletividade e
do tratamento igualitário, bem como a formação do cidadão omnisciente, conhecedor
de si próprio.
De uma forte acepção, marcada pelas ciências da natureza, a Educação
Física permite abordagens biológica, antropológica, psicológica, filosófica e política
das práticas corporais, justamente por seu constituinte interdisciplinar.
Apesar disso, a Educação Física não pode ser um apêndice das demais
disciplinas e projetos da escola, nem um momento de compensação às atividades
5
em sala de aula, onde se premia ou pune o aluno conforme o comportamento nas
demais disciplinas.
Conforme BRACHT et al.,
Cristalizou-se um imaginário social sobre a Educação Física que a entende, basicamente, como um espaço e tempo escolar vinculados ao fenômeno esportivo: o esporte é o conteúdo central tratado nas aulas pelos professores, é a prática corporal citada e valorizada pelos alunos, é a referência para as atividades extracurriculares da Educação Física e também manifestações dos diretores de escola quando reportam ao seu papel (2005, p. 52).
Em decorrência disto, a educação física fica relegada a um plano secundário
na educação, mas sendo ela parte integrante do processo de escolarização, deve
procurar articular-se ao Projeto Político Pedagógico da escola, e o professor deve
ser comprometido com a mesma e com o projeto de escolarização.
Considerando os antecedentes históricos da Educação Física, pode-se dizer
que este é o momento da superação, de aproveitar tudo que de bom houve nas
concepções e atuações anteriores, a aprender com o que não deu certo.
Devemos considerar a Educação Física de uma maneira mais abrangente,
oportunizando uma educação voltada para o desenvolvimento de uma consciência
crítica do cidadão.
Desde os primórdios dos tempos que a vida humana em sociedade se
desenvolve pelas relações do homem com a natureza, e com o próprio homem.
Nessa relação, o homem desenvolveu várias habilidades físicas e organizacionais,
com o intuito de superar obstáculos. Outras manifestações corporais eram
realizadas em festas, em rituais, nas celebrações dos frutos dos trabalhos.
Sendo assim, o trabalho é para o homem histórico de primordial importância,
e ao longo do tempo vem assumindo diferentes papéis. No capitalismo tornou – se
alienante, desumanizador, criou estereótipos, disciplinou, o que são características
essenciais para atender a produção capitalista3.
Há que se propor, então, discussões teóricas acerca da área de
conhecimento da disciplina de Educação Física, da necessidade de se compreendê-
la em um contexto mais amplo, como parte integrante de uma totalidade que
interage social, política, econômica e culturalmente.
Precisamos entender de que forma o capitalismo dita as regras do pensar e
do agir sobre o corpo, e qual a sua influência em nossa prática pedagógica, sendo
3 Para saber mais ler FROMM, Erich. Conceito Marxista de homem: apêndice dos Manuscritos Econômicos e Filosóficos de 1844 de Karl Marx, 1975.
6
para tanto, necessário nosso entendimento de que:
O profissional de Educação Física precisa compreender–se como aquele intelectual responsável pela organização e sistematização competente e crítica das práticas corporais conscientes do homem e suas determinações pelas relações com o trabalho, a linguagem e o poder, elementos estruturantes de uma sociedade cindida em classes e, conseqüentemente, em interesses antagônicos. O trabalho, no sentido de transformação da condição natural do homem, produzindo, este, a sua própria historia. Porém, esta produção da história (cultura) não se dá sem um substrato ideológico que determina as formas de linguagem. A conformação dos signos sociais (palavras, gestos, etc.), se dá sempre num contexto de relações sociais e orientações ideológicas [...] Finalmente, as relações de poder, também orientadas pelo jogo de forças determinado ideologicamente pela própria cultura, que cristaliza a condição dos sujeitos em determinada estrutura social. Pensar a Educação Física no interior da escola, sem pensar os seus determinantes culturais, é como a sua história bem tem demonstrado, torná-la acéfala( OLIVEIRA, 1998, p. 126 – grifos do autor).
A discussão sobre a atuação acadêmica ou profissional da disciplina de
Educação Física se desenrola há algum tempo. HENRY (apud GUEDES &
GUEDES, 1993, p. 17), chamava a atenção para o fato da Educação Física estar
sendo abordada fundamentalmente no seu aspecto profissional, deixando num plano
secundário o seu desenvolvimento como área de conhecimento.
MORFORD (apud GUEDES & GUEDES, 1993, p. 17), manifestou sua
inquietação por não estar havendo maiores preocupações quanto ao
desenvolvimento de um conjunto adequado de conhecimentos que pudesse
contribuir para esta área, e, muito menos, a utilização do conhecimento teórico até
então disponível.
As considerações deste autor sobre os professores de Educação Física, eram
de que estes recebiam em sua formação apenas uma orientação ocupacional, sendo
desta forma dificultada sua percepção sobre a importância da teoria no ensino e
aprendizagem da Educação Física.
Dentro desta linha de pensamento, compreende-se a necessidade da união
teoria-prática como forma de tornar sólida a atuação da Educação Física dentro do
contexto escolar.
ROSS (apud GUEDES & GUEDES, 1993, p. 17), destacou a necessidade da
atividade do profissional de Educação Física estar mais bem fundamentado
teoricamente. A teoria deverá sempre guiar a prática. Mas, em rigor, não há
transferência da teoria para a prática.
Existe uma resistência entre as duas correntes, onde os práticos relutam em
aceitar que as pesquisas teóricas possam fornecer valiosos subsídios à atividade
7
prática, enquanto os teóricos consideram os práticos como meros executores de
exercícios pré-programados.
Para GUEDES & GUEDES
No momento em que os ‘práticos’ começarem a perceber a importância da teoria em suas atividades, [...] e os ‘teóricos’ tornarem-se mais conscientes das necessidades manifestadas pelos profissionais que atuam no campo prático, [...] a distância entre a teoria e a prática na Educação Física poderá ser bem mais próxima(1993, p.17 - grifos do autor).
Existe ainda uma discussão acerca da existência de um corpo teórico de
conhecimento próprio para a Educação Física.
RENSHAW (apud GUEDES & GUEDES, 1993, p. 17), considera que é mais
lógico entender a Educação Física em termos de construção de um entendimento de
conceitos, habilidades, procedimentos e princípios extraídos do ‘estudo do
movimento humano’ relacionado ao processo educacional (grifo do autor).
Depreende-se daí, que a Educação Física seria vista como o conhecimento
do ‘movimento humano’ dentro do contexto educacional, assim como a matemática é
vista como o conhecimento matemático dentro do mesmo contexto educacional
(GUEDES & GUEDES, 1993, p. 17 – grifo do autor).
BOUCHARD (apud GUEDES & GUEDES 1993, p. 17), considera que o termo
‘movimento humano’ não seria o mais adequado para aquilo que o professor de
Educação Física procura desenvolver em seu campo de estudo, sugerindo que seja
substituído pela expressão ‘atividade física’, como o segmento da atividade humana
que consiste dos movimentos perceptíveis e voluntários (grifos do autor).
Levando em conta este posicionamento em termos educacionais, podemos
questionar, que tipo de conhecimento do movimento humano ou atividade física
deverá ser abordado nas séries da educação básica?
GUEDES & GUEDES (1993, p. 18), acreditam que é de fundamental
importância uma delimitação da ‘disciplina’ Educação Física, na medida em que se
evidencia, cada vez com maior freqüência, uma imagem deturpada dentro do
contexto escolar e social, da verdadeira função do Professor de Educação Física no
contexto educacional.
Considerando-se isto, várias propostas surgiram, mas a maioria delas
simplesmente coloca o professor de Educação Física como um mero coadjuvante do
processo educacional, aquele que é o responsável por ‘organizar um torneio’,
‘ensinar’ habilidades esportivas, ‘orientar’ atividades lúdicas, etc., ao invés de
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desenvolver um conjunto de conteúdos que possa realmente contribuir na formação
educacional dos indivíduos (GUEDES & GUEDES, 1993, p. 18 – grifos do autor).
Portanto, é necessário que repensemos a Educação Física Escolar de uma
nova forma, precisamos redefinir as prioridades, e através desta nova visão, de um
ser omnisciente, que sabe o que está fazendo no mundo, levando-se também em
conta as características que alicerçam a Educação Física, os conhecimentos devem
estar voltados aos aspectos da promoção da saúde como melhoria da qualidade de
vida de nossos educandos.
Na sociedade atual em que uma grande proporção das pessoas apresenta
tendência a desenvolver algum tipo de distúrbio cardiovascular ou outra doença
degenerativa, parece lógico buscar orientar a Educação Física Escolar para um
enfoque de promoção da saúde. Para GUEDES & GUEDES (1993, p. 18), é
necessário “fornecer subsídios que possam provocar possíveis alterações em alguns
paradigmas da Educação Física Escolar com repercussões para a sociedade de
forma geral”.
Sendo assim, faz-se necessário que consigamos eleger conhecimentos que
possam servir de maneira perene aos educandos, conhecimentos estes que não
sejam estanques, que não terminem em si mesmos nem terminem ao findar o ensino
médio. Ao contrário, estes conhecimentos devem orientar a vida futura de nossos
educandos, fornecendo a eles domínios e motivações suficientes para que possam
continuar sua vida ativa mesmo após a saída do banco escolar, e esta motivação
deve, sem dúvidas, passar pela preocupação com a promoção da saúde, como
forma de valorizar a qualidade de vida e a busca pela autonomia e felicidade pessoal
e coletiva.
Devemos levar em consideração que somente com uma boa qualidade de
vida conseguiremos diminuir a incidência de doenças de cunho degenerativo, como
as doenças cardiovasculares, obesidade, e outras.
Segundo BERLIN & COLDITZ (apud GUEDES & GUEDES, 1993, p.18), a
falta de atividade física é um dos fatores de risco mais importante para o
desenvolvimento de doenças degenerativas, como distúrbios cardiovasculares,
obesidade, hipertensão, diabete, etc., por sua vez, diminuindo o nível de qualidade
de vida, e, fundamentalmente, mortes prematuras em pessoas adultas.
SALLIS & McKENZIE (apud GUEDES & GUEDES, 1993, p.18), levantam a
hipótese de que “uma possível modificação no enfoque dos programas de Educação
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Física nas escolas, poderia auxiliar na prevenção das próximas gerações de adultos
em tornarem-se sedentários”.
Essa modificação seria no sentido de aquisição de conhecimentos atualizados
pertinentes a atividades físicas regulares, que estariam sendo disponibilizados de
maneira que eles levassem para sua vida adulta.
Levando-se em conta todos esses aspectos, e apesar das evidências
bastante claras neste sentido, o argumento mais consistente para uma visão de
‘promoção de saúde’, está no fato de que os benefícios da atividade física regular
são reversíveis, ou seja, as pessoas usufruem deles apenas enquanto tiverem uma
prática regular, enquanto forem ativas.
“Ao adotarem um estilo de vida sedentário, os níveis alcançados enquanto
ativas, se deterioram paulatinamente, surgindo fatores de risco semelhantes às
pessoas sedentárias” (GUEDES & GUEDES, 1993, p.19).
Observando-se esses fatores, fica clara a necessidade de que a Educação
Física Escolar deva se preocupar não somente com que os alunos pratiquem
atividades físicas no processo de escolarização, nas aulas de Educação Física, mas
também, que os alunos possam estar incorporando conhecimentos que possam dar
subsídios a eles, que os levem a ter uma vida ativa posterior ao banco escolar, na
sua vida adulta e na sua ‘velhice’ (grifo meu).
Para alcançar este objetivo, devemos compreender que a maioria dos jovens
desenvolve a maior parte de suas atividades físicas fora da escola, sendo, portanto,
necessário que as aulas de Educação Física ultrapassem seus limites, não para
além delas, mas que forneçam informações que destaquem a preocupação com a
promoção da saúde e forneça elementos que possam estar levando os alunos a
incorporarem a atividade física como um meio seguro de aquisição e melhoria da
saúde.
Devemos compreender saúde não apenas como ausência de doenças ou
enfermidades, mas “como um estado de completo bem estar físico, mental e social”
(BRESLOW apud GUEDES & GUEDES, 1993, p. 19 – grifos do autor).
Nesta concepção, para se ter saúde não basta apenas não estar doente,
fazendo-se necessário que se desenvolvam atitudes que afastem ao máximo os
fatores de risco que possam provocar estas doenças. O estilo de vida inativo
favorece a ocorrência de doenças degenerativas e conseqüentemente a incidência
de mortes por essas doenças. O risco relativo da inatividade física é o mesmo que
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uma série de outros riscos tratados em conjunto, como o fumo, o álcool, estresse,
dietas, etc., mesmo quando considerado de maneira isolada (CENTER FOR
DISEASE CONTROL, apud GUEDES & GUEDES, 1993, p. 19).
Portanto, é razoável aceitar que a incidência de doenças degenerativas,
poderia diminuir efetivamente através das mudanças nos hábitos de prática de
atividades físicas da população, do que alterando qualquer outro fator de risco
envolvido.
Para que isso seja alcançado, a Educação Física Escolar deve propiciar “uma
fundamentação teórica e prática em termos de atividade física relacionada à saúde”
(GUEDES & GUEDES, 1993, p. 20).
Esses conhecimentos quando incorporados pelos alunos, serão suficientes
para que estes possam estar desenvolvendo hábitos de prática de atividades físicas
e de vida saudável em seu cotidiano, como maneira de melhorar e conservar a
saúde em sua vida adulta.
Segundo BRODNEY et al.
Parece que há concordância em torno do fato de que um modo de vida sedentário é prejudicial à saúde, há indicadores de que a inatividade física aumenta o risco de doenças ateroscleróticas, metabólicas e hipertensivas, aumenta o risco de alguns tipos de câncer, diminui a longevidade, reduz a qualidade de vida e aumenta as limitações funcionais. [...] os efeitos protetores da atividade física são extensos, [...] uma das constatações importantes e recentes [...] é que a atividade física moderada oferece benefícios substanciais à saúde (apud BOUCHARD, 2003, p. 417).
Infelizmente as pessoas criam barreiras para a prática de atividades físicas
regulares, sendo as mais freqüentes a falta de tempo, transtorno, falta de interesse e
falta de apoio social.
Em seus estudos, WING & JAKICIC destacam a falta de tempo como a
principal razão do fracasso na prática regular de exercícios. Segundo eles, para um
gasto energético entre 1000 e 2500 kcal por semana, através de exercícios
moderados, exige-se um tempo de 200 a 500 minutos por semana – 30 a 70 minutos
por dia (apud BOUCHARD, 2003, pp. 435-455).
Então, uma solução para a permanência na prática de atividades físicas
regulares, seria a adoção de exercícios de baixo impacto, como as caminhadas, que
podem ser realizadas ao ar livre, não possuem contra-indicação, e são prazerosas
quando em grupos de amigos, família, ou mesmo só.
Para que se possa conceber esta idéia, é necessário que o professor de
Educação Física Escolar transmita aos seus alunos conhecimento necessário para
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que estes compreendam a importância da prática regular de atividades físicas por
toda a sua vida, bem como informações suficientes para que estes tenham
conhecimento sobre seus limites e possibilidades e domínio sobre a melhor forma de
realizar exercícios físicos de maneira segura. Também é importante que eles saibam
montar e monitorar seus próprios programas de atividades físicas regulares com
segurança e conhecimento, para que estes se tornem hábitos de vida, e não apenas
mais um modismo.
No entanto, para que os alunos aceitem a necessidade de uma prática regular
e constante de atividades físicas que lhes trariam benefícios à saúde e qualidade de
vida, é necessário mostrar-lhes que o estilo de vida sedentário pode levar a um
aumento nas manifestações clínicas de doenças arteriais coronariana (DAC), em
especial o infarte agudo do miocárdio (IAM) e a morte súbita, obesidade, câncer,
artroses, artrites, entre outras.
É imprescindível a conscientização do aluno sobre a importância da atividade
física regular e constante em conjunto com a diminuição de outros fatores de risco,
como o uso do álcool e do tabaco. Além dos benefícios de um estilo de vida ativo
relacionado à redução de doenças cardiovasculares, a atividade física também está
inversamente associada à diminuição de doenças relacionadas ao metabolismo,
como obesidade, diabetes mellitus e vários tipos de câncer.
Esta conscientização deve começar na infância, na adolescência, originando
hábitos que perdurarão para toda vida. Podemos considerar, então, o período
escolar como o melhor local e momento para se começar esta conscientização.
Aparentemente o tempo dedicado à prática das aulas de Educação Física é
satisfatório, mas:
Se de um lado observarmos atualmente o que ocorre nas aulas de Educação Física de I e II graus em nossas escolas, e de outro, considerarmos o tipo de atividade física que uma pessoa adulta poderia desenvolver no sentido de conservar e melhorar a saúde, vamos constatar que poucas atividades físicas ou conhecimentos desenvolvidos na escola possam ser transferidos para a idade adulta. Atualmente nas aulas de Educação Física, existe uma predominância bastante acentuada das atividades chamadas esportivas, como basquetebol, volibol, futebol, handebol, etc., ou ainda, atividades recreativas, com a possível pretensão de levar as crianças e jovens mais tarde a se tornarem pessoas adultas ativas (GUEDES & GUEDES, 1993, p. 20).
SALLIS et al., observaram que pessoas que eram mais ativas através de
esportes quando jovens, não eram as mais ativas quando alcançavam a idade
adulta. Pelo contrário, eram sim, expectadores assíduos de competições esportivas,
12
entretanto, a maioria deles, totalmente sedentários. Os autores consideram ser
razoável supor que programas de Educação Física Escolar orientados para a prática
de esportes ‘competitivos’, poderá não influenciar, necessariamente, nos níveis de
atividade física quando adultos, sendo que, provavelmente, os programas orientados
no sentido de desenvolverem conceitos teóricos, além da prática de atividades
físicas relacionadas com a promoção da saúde, possam ser mais efetivos para que
as crianças e jovens se tornem pessoas ativas fisicamente na idade adulta (apud
GUEDES & GUEDES, 1993, p. 20 – grifo do autor).
O mundo moderno caracteriza-se pela alta tecnologia, que por sua vez
estimula a hipocinesia. Tal situação torna o homem sedentário e,
conseqüentemente, aumenta a incidência de obesidade. Isso potencializa ainda o
aparecimento prematuro das doenças crônicas degenerativas, como diabetes,
osteoporose e cardiopatias. Esse processo ocorre não só na população adulta, mas
também entre as crianças, que cada vez mais, diminuem suas brincadeiras ao ar
livre, substituindo-as pelo computador e videogame.
A cada dia torna-se mais importante uma prescrição de exercícios físicos,
para manutenção ou melhoria das capacidades de aptidão física relacionadas à
saúde e qualidade de vida. O exercício físico pode melhorar a força e a resistência
muscular, a potência aeróbica, a flexibilidade e o equilíbrio, melhorando a
capacidade funcional.
É só a partir de uma consciência coletiva de que o exercício físico deve fazer
parte de nossas vidas, que nosso estilo de vida tornar-se-á mais saudável, evitando
assim, os males da vida moderna e atuando diretamente nos fatores de risco.
Porém, esta consciência deve começar em idades precoces (na infância e
adolescência), criando assim um hábito de vida e não apenas uma recomendação
médica em períodos tardios do envelhecimento (grifo meu).
A prática regular de atividades físicas nos ajuda a combater e prevenir
diversos fatores de risco e várias doenças, que podem surgir aproveitando-se de
nossa inatividade e da fragilidade de nosso organismo. Por outro lado, um bom
condicionamento físico nos leva a ter maior segurança e vitalidade em nosso dia-a-
dia.
O condicionamento cardiovascular está relacionado à atividade física habitual,
e os aumentos sistemáticos de atividade (treinamento físico) levam a aumentos do
condicionamento (grifo meu).
13
Segundo GUTIN & BARBEAU:
Uma revisão de determinantes de atividade física chegou à conclusão que meninos são mais ativos que meninas; a atividade física tende a declinar na adolescência, especialmente entre as meninas; a confiança na habilidade para desempenhar exercícios é um forte preditor da atividade física futura em adolescentes; amigos, parentes e pais têm influência na prática de atividade física; os jovens são mais ativos durante o inverno, e nos finais de semana, e nos ambientes externos; crianças se envolvem mais em atividades intermitentes de alta intensidade que nas continuadas. Além disso, o tempo gasto sentado ou vendo televisão está relacionado a baixos níveis de atividade física e à obesidade“ (apud BOUCHARD, 2003, p. 247).
Como os hábitos de cada estilo de vida são, de alguma forma, desenvolvidos
nos primeiros anos de vida, e continuam pela fase adulta, as intervenções precoces
efetivas podem ter um impacto que dure a vida toda.
Para PRENTICE et al. (apud BOUCHARD, 2003, p. 299), “a atividade física (e
especialmente a atividade física preventiva nos períodos de lazer e as recreativas)
está fortemente relacionada ao sucesso na manutenção do peso a longo prazo”(grifo
do autor).
Infelizmente as pessoas criam barreiras para a prática de atividades físicas,
sendo as mais freqüentes a falta de tempo, transtorno, falta de interesse e falta de
apoio social.
Levando-se em consideração o que aqui foi dito, fica clara a necessidade de
criarmos hábitos saudáveis de vida, incluindo-se aí a prática regular de atividades
físicas produtivas, aquelas que podemos considerar como benéficas para nosso
organismo, principalmente as de cunho aeróbio, as quais contribuem sobremaneira
para melhorias cardiorrespiratória, bem como musculares e psicossociais, de bem
estar e sensação de plenitude.
BRODNEY et al, afirmam que:
Há concordância em torno do fato de que um modo de vida sedentário é prejudicial à saúde, há indicadores de que a inatividade física aumenta o risco de doenças ateroscleróticas, metabólicas e hipertensivas, aumenta o risco de alguns tipos de câncer, diminui a longevidade, reduz a qualidade de vida e aumenta as limitações funcionais. [...] os efeitos protetores da atividade física são extensos [...] uma das constatações importantes e recentes [...] é que a atividade física moderada oferece benefícios substanciais à saúde (apud BOUCHARD, 2003, p. 417).
Através de uma prática regular de atividades físicas produtivas, reduzimos a
incidência de doenças degenerativas, aumentamos a resistência a toda sorte de
doenças e ainda ganhamos em qualidade de vida e conseqüente longevidade.
14
2 COMPREENDENDO SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA
Uma tentativa de definição do que se entende por saúde torna-se de
fundamental importância, na medida em que a prática da atividade física direcionada
à sua promoção, necessariamente, deverá exigir decisões e atribuições que
nortearão a proposição de seus conteúdos.
O termo saúde tem sido caracterizado freqüentemente de maneira vaga e
difusa, isso ocorre em virtude da saúde não ser algo de apreensão empírica, ou um
fenômeno objetivo e diretamente observável. Ao contrário, ela se identifica por
múltiplos aspectos comportamentais, voltados a um estado de completo bem estar
físico, mental e social, sendo assim, não basta apenas não estar doente para se ter
saúde: é necessário apresentar evidências ou atitudes que afastem ao máximo os
fatores de risco que possam provocar doenças.
Fica evidente que o estado de ser saudável não é algo estático, que é
necessário adquiri-lo e reconstruí-lo de forma individual e constante ao longo da
vida, oferecendo indícios de que saúde também é de domínio educacional, e, por
sua vez, deva ser tratada não apenas com base em referenciais de natureza
biológica e higienista, mas sobretudo num contexto didático-pedagógico (GUEDES &
GUEDES, 1995, p. 11)
A definição de Saúde apareceu no preâmbulo da constituição da OMS no final
dos anos de 1940: “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”.
A saúde representa um estado dinâmico de bem-estar positivo daqueles que
possuem hábitos que promovem a saúde, diminuindo o risco de doenças prematuras
e morte. A saúde e aptidão física são qualidades positivas que estão relacionadas
com a prevenção da maioria das doenças, como: doenças coronarianas,
osteoporose, acidentes vasculares, diabetes, cirrose, hipertensão, obesidade,
câncer, derrame, entre outras.
Aptidão física é uma condição na qual o individuo possui energia e vitalidade
suficientes para realizar as tarefas diárias, e participar de atividades recreativas sem
fadiga.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1978, apud GUEDES &
15
GUEDES, 1995), aptidão física deve ser entendida como “a capacidade de realizar
trabalho muscular de maneira satisfatória”. Por essa concepção, para estar apto
fisicamente é necessário que o indivíduo apresente condições que lhe permitam um
bom desempenho motor quando submetido a situações que envolvam esforços
físicos.
PATE (1988) define aptidão física relacionada à saúde como “a capacidade
de realizar as atividades do cotidiano com vigor e energia, demonstrando traços e
capacidades associados a um baixo risco de desenvolvimento prematuro de
doenças hipocinéticas (causadas pela falta de atividade física)” (apud GUEDES &
GUEDES, 1995 e BARBANTI, 1990 - grifos do autor).
A aptidão física relacionada à saúde mede a qualidade da saúde que pode
ser representada ao longo de um continuum.
O Continuum4 da saúde citado por Nieman, pode ser assim representado, de
um lado o bem-estar físico (ausência de doenças e incapacidade, energia e
vitalidade para realizar as tarefas diárias), social (interação afetiva), espiritual
(vivenciar o amor, a alegria, a paz, a plenitude), e mental (manutenção de uma visão
positiva de vida), e do outro lado, a morte. Antes da morte vem a doença, que é
precedida e sustentada por comportamentos de alto risco (inatividade, tabagismo,
abuso do álcool, entre outros), que quando não combatidos levam ao surgimento /
manutenção de doenças (câncer, derrame, hipertensão, entre outras) e a morte.
Com base no Continuum de saúde, podemos prever que os indivíduos que
praticam alguma espécie de atividade física produtiva, positiva, apresentam grandes
possibilidades de não desenvolver, ou de diminuir a incidência de doenças através
dessa prática, que é contributiva também para o desenvolvimento de aptidão física.
Segundo NIEMAN (1999, p.6), “[...] os componentes de aptidão física mais
freqüentemente citados estão incluídos em dois grupos, um relacionado com a
saúde e o outro com a habilidade esportiva”, estando assim divididos:
• Aptidão física:
o Relacionada a habilidade
� Agilidade;
� Velocidade;
� Potência;
4 Para saber mais, NIEMAN, David. Exercício e Saúde. 1ª ed. São Paulo: Manole, 1999.
16
� Equilíbrio;
� Coordenação;
� Tempo de reação.
o Relacionada a saúde
� Resistência cardiorrespiratória;
� Composição corporal;
� Aptidão músculo-esquelético:
• Força muscular;
• Resistência muscular;
• Flexibilidade.
A aptidão física relacionada com a saúde inclui os seguintes componentes:
• Aptidão cardiorrespiratória: capacidade de continuar ou persistir em tarefas
extenuantes por tempo prolongado, também denominada de aptidão aeróbica
é a capacidade de ajuste dos sistemas circulatório e respiratório na
recuperação dos efeitos das atividades físicas.
• Composição corporal: quantidades relativas de gordura corpórea e tecido
corpóreo magro (músculos, ossos, água, pele, sangue e outros tecidos não
gordurosos).
• Aptidão músculo esquelética:
o Flexibilidade: capacidade das articulações moverem-se por uma
grande amplitude de movimento (ex: tocar dedos dos pés com pernas
estendidas).
o Força muscular: força máxima num só esforço que pode ser exercida
contra uma resistência (ex: levantar o maior peso possível com flexão
de perna).
o Resistência muscular: capacidade dos músculos de suprir uma força
submáxima repetidamente (ex: abdominais, flexão de braço).
Existem algumas atividades que são inerentes ao desenvolvimento tanto da
aptidão física relacionada com a saúde quanto com a habilidade, como o
17
basquetebol, o handebol, o futebol, patinação. Algumas pessoas preferem praticar
algum esporte, pelo seu lado social e competitivo, do que participar de atividades
“puras” de aptidão física como corridas e ciclismo (grifo meu).
O American College of Sports Medicine (ACSM) definiu a aptidão física
relacionada com a saúde, como “um estado caracterizado por uma capacidade de
realizar atividades diárias com vigor e uma demonstração de traços e capacidades
que estão associados com um menor risco de desenvolvimento prematuro de
doenças hipocinéticas (i.e. aquelas associadas com a inatividade física)” (apud
NIEMAN, 1999, p.8 – grifos do autor).
Isto significa que pessoas com maior e melhor aptidão física, cansam menos
ao realizarem as atividades do cotidiano, apresentando ainda uma reserva para os
momentos de emergência, para o inesperado.
O Dr Harrison Clarke5, resume aptidão física como:
A capacidade de sobreviver, suportar, resistir ao estresse e perseverar sob circunstâncias difíceis nas quais um indivíduo não treinado desistiria. A aptidão física é o oposto de ficar cansado em razão dos esforços ordinários, de sentir falta de energia ao realizar com ânimo as atividades cotidianas e de se sentir exausto em decorrência de um estado físico maior e inesperado (apud NIEMAN, 1999, p.8 – grifos do autor).
Portanto, sendo a conquista da aptidão física essencial para a melhoria e
manutenção de nossa saúde, faz-se necessário que tenhamos um maior e melhor
domínio sobre nosso corpo e conhecimento sobre o funcionamento do mesmo, suas
necessidade e limites, sendo isto fundamental para que possamos realizar
atividades físicas em busca da aptidão física ideal, de maneira segura e
conseqüente, com conhecimento sobre o que queremos e até onde poderemos ir
sem nos colocar em risco, sabedores de que uma condição física ideal passa
também por uma alimentação adequada, balanceada, suficiente, para que
possamos ter a energia necessária para suportar as tarefas diárias.
Mesmo apresentando alguns elementos em comum, a expressão exercício
físico não deve ser utilizada com conotação idêntica a atividade física (grifos do
autor). É fato que tanto a atividade física como o exercício físico, implicam em
realização de movimentos corporais produzidos pelos músculos esqueléticos que
levam a um gasto energético, e, desde que a intensidade, a duração e a freqüência
dos movimentos apresentem algum progresso, ambos demonstram igualmente
relação positiva com os índices de aptidão física. 5 Um dos líderes da aptidão física nos Estados Unidos na década de 1960.
18
No entanto, exercício físico não é sinônimo de atividade física: o exercício
físico é uma subcategoria da atividade física (GUEDES & GUEDES, 1995, p. 13).
Por definição, exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e
repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais
componentes da aptidão física (CASPERSEN et al. apud GUEDES & GUEDES,
1995, p. 13). Com base nessa afirmação, o exercício físico apresenta um conceito
mais restrito do que a atividade física, mas ambos representam gastos energéticos,
a atividade física de uma maneira mais geral, representando uma menor perda
calórica, e os exercícios físicos por serem construídos, exigem e consomem mais
energia, o que acarreta maior gasto calórico.
A adoção de uma prática regular de exercícios físicos nos ajuda a prevenir e
combater os fatores de risco, que podem nos levar a desenvolver uma série de
doenças, e podem até mesmo levar à morte. Alguns desses fatores de risco,
obesidade, doença coronariana, aterosclerose e derrame, iremos estudar na
seqüência.
3 DOENÇAS MAIS COMUNS RELACIONADAS À INATIVIDADE
3.1 OBESIDADE
Encontrada em pessoas que estão 20% acima de seu peso ideal, e tem como
doenças mais comuns ligadas a ela, a diabetes, a hipertensão, o colesterol alto,
além de problemas articulares e de movimentação, entre outros.Tem como causas
principais, alimentação desequilibrada, a falta de exercícios físicos, a vida moderna
(lanches rápidos, estresse, sedentarismo), alimentos ricos em calorias vazias, a
resistência a alguma forma de exercício físico. O resultado disto tudo é a obesidade
(grifos meus).
SALBE & RAVUSSIN tecem considerações acerca de que:
Os comportamentos alimentares fazem a ligação dos meios existentes entre o ambiente nutricional e os mecanismos biológicos de controle de peso. A qualidade e a quantidade dos alimentos consumidos, a freqüência das refeições e os fatores que motivam uma pessoa a alimentar-se são aspectos importantes no equilíbrio da ingestão de alimentos (apud BOUCHARD, 2003, p. 83).
Entendemos então, que é necessário termos uma boa alimentação sim, mas
19
que seja suficiente, sem exageros que possam nos trazer transtornos alimentares
com o passar do tempo.
Para SALBE e RAVUSSIN (apud BOUCHARD, 2003, p. 95-97), o
desenvolvimento da obesidade pode ser influenciado por numerosos fatores
ambientais e de comportamento, que variam desde a condição socioeconômica até
a percepção da imagem corporal, cuidados recebidos na infância, educação
materna, horas de sono, genética, influência dos pais, comportamento alimentar
(comer em excesso, descontrole ao comer e a compulsão – grifos do autor).
Nosso comportamento alimentar é responsável pela manutenção de nossa
saúde ou por distúrbios da mesma. Se comermos em excesso, estaremos
acumulando energias acima de nossas necessidades diárias, o que pode em longo
prazo, transformar-se em energia residual, em células adiposas responsáveis pela
nossa gordura corporal.
Segundo MELBY et al. (apud BOUCHARD, 2003, p. 117), “[...] as leis da
termodinâmica determinam que o excesso de energia está na raiz de todos os tipos
de obesidade; quando a ingestão de energia excede o gasto energético, haverá
armazenamento dela”. Os autores afirmam ainda, que “[...] a quantidade de energia
gasta durante uma atividade física é determinada pela quantidade de atividade física
desenvolvida e pela eficiência com a qual é realizada” (idem, p.124).
Podemos considerar que a quantidade total de atividade física realizada
durante um dia é a soma do ‘exercício programado’, das atividades associadas à
vida diária (por ex: andar, subir escadas, etc.) e das atividades musculares
improdutivas, como inquietação e tremores, algumas vezes referidas como
termogênese da atividade física sem exercício (grifos meus).
SHARKEY (1998, p. 17) afirma que “fazer dieta para perder peso é a
intervenção de saúde mais sem sucesso em toda a medicina”. A base dessa
informação vem do fato de que apenas 10% das pessoas que perderam 11kg ou
mais, permaneceram em seu peso desejado. A verdade é que só a dieta não vai
ajudá-lo a alcançar a perda permanente. O autor considera ainda que “[...] a vida
ativa combinada com escolhas saudáveis de alimentos e terapia de comportamento,
se necessário, é a resposta para o controle de peso ao longo da vida”.
A escolha de alimentos pobres contribui diretamente para excesso de peso,
obesidade, doenças cardiorrespiratórias, diabete e câncer e, indiretamente, para
outros problemas, tais como depressão e desajuste social e econômico.
20
Entender a importância da nutrição e escolha de alimentos torna-se cada vez
mais crítico, à medida que maior número de pessoas ingressa na força de trabalho,
trabalham jornadas mais longas e confiam mais em alimentações práticas, lanches
para viajem e comer fora.
Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos
(CDC) e o Colégio Americano de Medicina do Esporte relataram que,
aproximadamente, 250.000 vidas serão perdidas anualmente devido ao estilo inativo
(PALE et al., apud SHARKEY, 1998, p.19).
Hoje, a falta de atividade física é considerada um fator de risco para doença
do coração, tão importante como o colesterol alto, a pressão arterial alta e o fumo. A
vida ativa atrai um conjunto de comportamentos ou hábitos que contribuem para
melhorar ou manter a saúde. Estudos associaram sete hábitos à longevidade e
saúde (BRESLOW & ENSTROM, apud SHARKEY, 1998, p.20).
Eles incluíram como bons hábitos:
• Exercício regular;
• Sono adequado;
• Um bom café da manhã;
• Refeições regulares;
• Controle de peso;
• Abstinência de cigarros e drogas
• Uso moderado (ou abstinência) de álcool.
Outros aspectos importantes da vida ativa incluem, além da eliminação de
comportamentos negativos, a prática habitual de medidas preventivas apropriadas a
sua idade, sexo, condição e história familiar. Essas medidas incluem vacinação,
mamografia, testes de glaucoma e de câncer de próstata. A prevenção é sempre
mais barata que o tratamento.
A O.M.S. (Organização Mundial da Saúde), criou alguns parâmetros e adotou
a seguinte tabela para determinar e facilitar a obtenção do I.M.C. (Índice de Massa
Corporal – Quadro 01) de cada individuo, possibilitando desta forma um melhor e
maior controle sobre o índice de obesidade na população, contribuindo desta
maneira para o combate e controle da obesidade.
21
Quadro 01
Categoria IMC Abaixo do peso Abaixo de 18,5 Peso normal 18,5 - 24,9 Sobrepeso 25,0 - 29,9 Obesidade Grau I 30,0 - 34,9 Obesidade Grau II 35,0 - 39,9 Obesidade Grau III 40,0 e acima
Fonte: ABESO, 2007 – www.abeso.org.
Para ajudar no combate à obesidade, é importante que adotemos algumas
medidas que possam nos auxiliar a atingir nosso objetivo. Uma muito simples é a
adoção de alguns hábitos de vida que devemos seguir como nossa filosofia de vida:
• O controle de peso não deve ser uma atitude momentânea, mas encarado
como ‘filosofia de vida’, baseada no equilíbrio entre comer bem e
movimentar-se bem (grifo meu).
• Evitar flutuações de peso, que desregulam o organismo através de
oscilações da quantidade de alimentos.
• Não preencher o vazio emocional com comida.
3.2 DOENÇA CORONARIANA
Doenças cardiovasculares são as doenças do coração e de seus vasos
sanguíneos, e não é uma doença única. É uma denominação que abrange mais de
20 (vinte) doenças diferentes do coração e de seus vasos. Essas doenças se
originam basicamente da aterosclerose (placa gordurosa que se forma no interior
dos vasos sanguíneos). Quando essa bloqueia um ou mais vasos coronarianos, o
diagnóstico é de doença coronariana.
Ocorrendo formação de coágulo na artéria coronária estreitada pela
aterosclerose, causa um ataque cardíaco, também chamado de infarto do miocárdio
(NIEMAN, 1999, p.40). A aterosclerose pode ainda bloquear vasos cerebrais
(causando derrame) ou dos membros inferiores (doença arterial periférica – grifo do
autor).
Segundo NIEMAN (1999, p.40) “[...] a doença arterial periférica afeta até 20
Exemplo de como calcular o Índice de Massa Corporal ( IMC ):
80kg / 1,80m x 1,80m = 24,69 ( Normal)
IMC = Peso (Altura X Altura)
22
por cento das pessoas mais velhas, e acarreta dor nas pernas desencadeada pelo
andar (claudicação intermitente)” (grifos do autor).
Pessoas que apresentam este tipo de doença são capazes de andar somente
distâncias curtas, obrigando-se a paradas freqüentes para aliviar a dor causada pela
má circulação devido à aterosclerose.
A aterosclerose tem início com uma lesão das paredes dos vasos, devido ao
colesterol alto, pressão alta, tabagismo, alcoolismo, entre outros fatores. Acredita-se
que até 90 por cento das doenças coronarianas poderiam ser prevenidas se as
pessoas mantivessem seus fatores de risco sob controle por meio de um modo de
vida prudente (NIEMAN, 1999, p.41). Fatores de risco são definidos como hábitos ou
características pessoais, sendo classificados pela American Heart Association (apud
NIEMAN, 1999, p.42) como:
1. Fatores de risco que podem ser alterados:
• Tabagismo, a pressão alta, o colesterol elevado, a inatividade física e o
alcoolismo.
2. Fatores de risco que não podem ser alterados:
• Hereditariedade, ser do sexo masculino, aumento de idade.
3. Fatores contribuintes:
• Diabetes, obesidade, estresse.
Entre os fatores de risco arrolados, a inatividade física conta com 60% de
possibilidade de risco, é de longe a predominante, seguida da obesidade com 33%
(NIEMAN, 1999, p. 43). A inatividade física é um fator de risco significativo para a
doença coronariana, representando por si só o dobro do risco da doença.
Para o Dr Steven Blair6, “[...] um menor grau de aptidão física é um grande
fator de risco para a doença cardiovascular tanto para os homens quanto para as
mulheres” (apud NIEMAN, 1999, p.43).
Pessoas fisicamente ativas apresentam menos doenças coronarianas que as
inativas, sendo que estas apresentam um risco duas vezes maior de apresentar
doença coronariana.
De acordo com os CDC (Centers for Disease Control and Prevention)7, a
6 Pesquisador do Cooper Institute for Aerobics Research dos Estados Unidos, líder na avaliação da relação entre aptidão física e doença coronariana. 7 CDC (Centers for Disease Control and Prevention) – Centro para controle e prevenção ,de doenças.
23
42,7 34,6 32,1 28,9 26,1
Colesterol elevado
Inatividade física Obesidade
Hipertensão Tabagismo
Proporções de mortes por doença coronariana.
atividade física regular deve ser estimulada para a prevenção da doença
coronariana, bem como um rigoroso controle da pressão sangüínea, melhorias
dietéticas, controle de peso e abandono do hábito de fumar (apud NIEMAN, 1999,
p.44).
A Figura 01 resume os cinco principais fatores de risco de doença
coronariana. Observemos que a inatividade física está classificada em segundo
lugar, o que é preocupante, pois só depende de nossa vontade para alterar este
quadro negativo. Especialistas creditam o menor risco no desenvolvimento de
doenças coronarianas em pessoas ativas, devido ao fato de que estas mantêm seus
fatores de risco sob controle, pois relativamente poucas pessoas ativas fumam, ou
bebem, são obesas ou diabéticas, apresentam alto nível de colesterol ou sofrem de
pressão alta, elas possuem menor percentual de triglicérides, maior percentual de
HDL (colesterol bom), e sofrem menos com ansiedade e estresse.
Figura 01
(Adaptado de NIEMAN, 1999, p.44)
A maioria dos ataques cardíacos ocorre por formações de coágulos, e os
exercícios físicos podem diminuir a formação destes, além do que, as artérias dos
indivíduos que praticam exercícios físicos podem se expandir mais, são menos
rígidas e mais largas do que as das pessoas que não praticam, diminuindo dessa
forma o risco de oclusão total, o que acarreta o ataque cardíaco.
O músculo cardíaco se torna maior e mais forte com a prática de exercícios
físicos regulares. Aproximadamente 30 minutos de atividade física moderada por dia
é suficiente para atingir esse benefício (NIEMAN, 1999, p.47).
Ainda conforme NIEMAN (idem), “[...] os maiores benefícios contra o risco de
doença coronariana ocorrem quando as pessoas sedentárias adotam hábitos de
24
atividade física moderada, com alguma proteção adicional conforme é aumentado o
nível de duração e intensidade dos exercícios”.
A doença coronariana pode ser combatida se adotarmos algumas medidas
preventivas, como a prática regular de atividades físicas, o combate ao tabagismo, o
controle sobre o álcool, controle de peso, terapia dietética, alimentação regrada e
sem exageros.
3.3 ATEROSCLEROSE 8
Forma de envelhecimento das artérias. É um enrijecimento que leva ao
estreitamento da passagem por onde circula o sangue, a artéria perde elasticidade.
A artéria mais atingida é a aorta (que leva o sangue do coração para o corpo),
seguida das coronárias, o que provoca angina (dor) no peito e até infarto do
miocárdio. Por causa da aterosclerose, o cérebro pode apresentar isquemia
(entorpecimento transitório), ou sofrer um derrame que pode ir desde a morte da
região lesada até a morte da pessoa por AVC (grifos meus).
A doença ainda chega a provocar falência de rins, trombose e gangrena das
pernas.
Formas de prevenção:
• Evite a obesidade através do controle alimentar e da prática de atividades
físicas.
• Abolir o fumo.
• Evitar o álcool.
• Combater fatores desencadeantes como diabetes, colesterol elevado,
gota, hipertensão.
• O exercício físico ajuda, pois promove o aumento da elasticidade e do
diâmetro das artérias.
3.4 DERRAME
Para o Dr Goya Wannamethee9 “[...] a atividade física moderada, como a
caminhada freqüente e as atividades recreativas, reduz significativamente o risco de
8Para saber mais, NIEMAN, David.Exercício e Saúde.1ª ed. São Paulo: Manole, 1999. 9 Pesquisador do Royal Free Hospital School of Medicine, de Londres.
25
derrame e deve ser recomendada sem restrição” (apud NIEMAN, 1999, p.75).
Ao contrário de outros órgãos, o cérebro não armazena energia, e quando
privado de sangue por mais de alguns minutos, as células cerebrais morrem e as
funções que essas células comandam, morrem com elas, como a fala, a visão,
movimento muscular, compreensão, etc.
Derrame é o nome comum para vários distúrbios que ocorrem em segundos
ou minutos após uma alteração no suprimento sangüíneo, o termo médico é
acidente vascular cerebral (AVC). A maioria dos derrames ocorre porque as artérias
do cérebro se estreitam pelo desenvolvimento de placa ou aterosclerose. Os
coágulos que se formam nessa área de vasos cerebrais estreitados bloqueiam o
fluxo sangüíneo, causando o derrame.
Outros derrames ocorrem quando um vaso sangüíneo do cérebro ou sua
superfície rompem e sangram (derrame hemorrágico). Estes ocorrem em um ponto
da artéria cerebral que sofreu enfraquecimento pela aterosclerose ou pela
hipertensão arterial. Os derrames hemorrágicos são menos comuns do que os
causados por coágulos, mas são muito mais mortais (NIEMAN, 1999, p.76 – grifo do
autor).
O derrame é a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos, ficando
atrás das doenças coronarianas e do câncer. A American Heart Association sugere
que a melhor forma de prevenir a ocorrência de um derrame é a redução dos fatores
de risco. Ela considera que o principal fator de risco é a hipertensão arterial e
subdividem os demais fatores (NIEMAN, 1999, p.77):
• Fatores que podem ser tratados:
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Ingestão excessiva de álcool;
• Níveis elevados de colesterol sangüíneo;
• Inatividade física.
• Fatores que não podem ser tratados:
• Envelhecimento;
• Ser do sexo masculino;
• Etnia;
• Diabetes melittus;
26
• Derrame prévio;
• Hereditariedade.
O tabagismo é a maior causa de derrame, porque lesa diretamente as células
de revestimento dos vasos sanguíneos aumentando a possibilidade de formação de
coágulos, e aumentando a pressão arterial de forma aguda (NIEMAN, 1999, p.78).
A atividade física regular apresenta um efeito protetor importante tanto para
homens quanto para mulheres. Ela diminui o risco de doença coronariana, e o risco
de derrame também diminui em razão da causa subjacente ser comum
(aterosclerose).
Segundo o Dr Shinton10: “[...] o exercício físico protege contra o risco de
derrame. O exercício vigoroso no início da vida adulta parece ser particularmente
benéfico e a continuação da prática de exercícios ao longo da vida oferece proteção
máxima” (apud NIEMAN, 1999, p.80).
A manutenção de um estilo de vida saudável, fisicamente ativo, aliado com o
controle dos fatores de risco pode ser um dos meios de se prevenir e diminuir os
derrames. A adoção precoce de hábitos de atividades físicas, faz com que os
benefícios alcançados ajudem na redução do risco de derrames.
CONCLUSÃO
Como verificamos neste estudo, a disciplina de Educação Física precisa
se descobrir como de fundamental importância no contexto histórico que ora
vivemos, onde a busca pelo ser total é fator preponderante para que tenhamos uma
sociedade mais independente, disposta a se tornar senhora de seu destino, sem
ficar presa às amarras da dependência de outras pessoas para que possa estar
alcançando uma melhor qualidade de vida, livre de doenças e com mais disposição
para a vida, para o trabalho, para a sociedade, e, para si próprio e sua família.
Neste estudo sentimos a necessidade de que a disciplina de Educação Física
possa estar trabalhando, em conjunto com as demais disciplinas, de uma forma mais
convincente junto à comunidade escolar, tratando de conhecimentos que levem os
alunos a meditarem sobre a real necessidade de se manter uma prática regular e
10 Professor da University of Birmingham, Grã-Bretanha.
27
segura de exercícios físicos, para se combater doenças já instaladas e prevenir a
ascensão de outras, e também de maneira a colaborar para a integração social do
indivíduo ao meio em que vive e age.
Portanto, tenhamos em mente que é necessário uma transformação do
pensar “sobre” e pensar “em” Educação Física, para que realmente possamos estar
iniciando a transformação de nossa disciplina de atuação em uma área de
conhecimento importante para a humanidade, conhecimentos estes que servirão
para ajudar a transformar a vida das pessoas que os incorporarem e os
transformarem em filosofia de vida, um hábito que irá transformar e melhorar as suas
vidas.
REFERÊNCIAS
BARBANTI, Valdir J. Aptidão física – Um convite à saúde. 2ª ed. São Paulo:
Manole, 1990.
BOUCHARD, Claude. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 2003.
BRACHT, Valter. Pesquisa em ação: Educação Física na escola. 2ª ed. Ijuí: Unijuí,
2005.
CAPARROZ, Francisco E. Entre a Educação Física na escola e a Educação
Física da escola. 2ª ed. Campinas: Autores Associados, 2005.
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. 20ª ed. São Paulo: Cultrix, 1997.
FROMM, Erich. Conceito Marxista de homem: apêndice dos Manuscritos
Econômicos e Filosóficos de 1844 de Karl Marx. 6ª ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1975.
GHIRALDELLI, Paulo.Educação Física Progressista. 2ª ed. São Paulo: Edições
Loyola, 1989.
GUEDES, Dartagnan P., GUEDES, Joana E. R. Exercício físico na promoção da
saúde. Londrina: Midiograf, 1995.
______. Educação Física escolar: uma proposta de promoção d a saúde. APEF,
Londrina, v.7, n.14, p.16-23, jan.1993.
MEDINA, João Paulo S. A Educação Física cuida do corpo... e “mente”. 4ª ed.
Campinas: Papirus, 1985.