governo lula-dilma: uma análise econômica do período

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - UFOP Administração Pública Governo PT: Uma análise econômica dos governos Lula e Dilma Manoel Júnior da Silva Romão Solange Neves Carmo Carlos Aguiar dos Santos Governador Valadares 2012

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Page 1: Governo Lula-Dilma: Uma análise Econômica do período

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO - UFOP

Administração Pública

Governo PT: Uma análise econômica dos governos Lula e Dilma

Manoel Júnior da Silva Romão Solange Neves Carmo

Carlos Aguiar dos Santos

Governador Valadares

2012

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RESUMO O presente texto analisa a relação da política macroeconômica e o desenvolvimento econômico com seus condicionantes políticos, desde 2003 até os dias atuais (governos Lula e Dilma). Veremos todo panorama, contexto histórico e conjunturas que proporcionaram o crescimento do Brasil nos últimos 10 (dez) anos. O texto também procura evidenciar as diferenças que tornam o governo Dilma, um governo sucessor complementar e não uma mera continuidade do governo Lula. Palavras-chave: Governo Lula; Governo Dilma; Conjuntura econômica; Continuidade

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ABSTRACT This paper analyzes the relationship of macroeconomic policy and economic development with its political constraints, since 2003 until today (Lula and Dilma). We will see all panorama, historical context and circumstances that led to Brazil's growth in the last ten (10) years. The text also tries to highlight the differences that make the Dilma government, a successor government complement and not a mere continuation of Lula's government. Keywords: Lula Government; Dilma Government; Economic Situation; Continuity

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2 GOVERNO LULA: 1º E 2º MANDATO .................................................................... 5

3 GOVERNO DILMA (2011 À 2012) ........................................................................ 10

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 13

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1 INTRODUÇÃO

Esta produção irá apresentar os desafios dos governos Lula e Dilma no

campo econômico à luz de diversos autores da área. Veremos as contradições, os

pontos positivos e outros, nem tanto, dos três modelos econômicos que caracterizam

os mandatos petistas. Esta análise, ainda mostrará os sinais marcantes de uma

política econômica que: se apresentou avanços importantes, sobretudo na área

social, também se caracterizou pela continuidade do modelo vigente do governo

anterior, o que também significou atravancamento para o país em certa medida.

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2 GOVERNO LULA: 1º E 2º MANDATO

Lula assumiu o poder em 2003, e sua primeira medida econômica foi a criação do

Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, constituído por representantes

dos trabalhadores, dos empresários, do governo e outros setores da sociedade.

“A mudança principal se manifestou no front externo: o governo rompeu com a

política de alinhamento automático com os EUA e retomou a tradição de política

externa independente sintetizada por San Tiago Dantas nos anos 1960.” (SOUZA,

2007, P. 289)

“O governo Lula, ao retomar a tradição do paradigma de Rio Branco e da política

externa independente, começou a defender na arena internacional o interesse do

Brasil e dos demais países do Terceiro Mundo. [...] Por isso, além de trabalhar

intensamente para formar a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), depois

rebatizada como União das Nações Sul-Americanas (Unasul), a diplomacia brasileira

articulou a formação do Grupo dos 20 (G-20) para atuar no contexto da Organização

Mundial do Comércio (OMC).” (SOUZA, 2007, P. 290)

Entretanto, ALMEIDA (2010) afirma que o período econômico do governo Lula foi

uma combinação rara de sensatez com “golpes enormes de sorte” em razão da

demanda internacional, em especial da china com grande necessidade de matérias-

primas. Por outro lado, SALAMA (2010) aponta a melhora da situação econômica

num ambiente internacional favorável, com o aparecimento da China como novo

parceiro comercial. O autor vai além ao afirmar que o primeiro governo do presidente

Lula saneou as bases macroeconômicas à custa de um déficit social considerável e

de um risco de marginalizar a economia na arena mundial, e que o segundo governo

foi mais desenvolvimentista, conservando ao mesmo tempo, numerosos traços do

neoliberalismo.

“Na esfera que atinge diretamente a economia – com impacto mais diretamente

na política de comércio exterior –, a diplomacia brasileira organizou na OMC um

grupo de 20 países dispostos a implementar uma agenda independente, liderou o

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Mercosul contra a tentativa de o governo dos EUA impor uma agenda unilateral para

a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), deflagrou a constituição,

em dezembro de 2004, da Comunidade Sul-Americana de Nações e começou a

implementar o aprofundamento das relações com os países da África e do mundo

árabe, e com a China, a Rússia e a Índia, além de outros países em

desenvolvimento.” (SOUZA, 2007, p. 291)

SOUZA (2007) aponta as seguintes mudanças na política econômica interna:

- em primeiro lugar, suspendeu-se o processo de privatização que vigorava

desde o ínicio dos anos 1990;

- o BNDES deixou de financiar a aquisição de empresas estatal pelo capital

estrangeiro para financiar o investimento das empresas nacionais;

- o Ministério das Minas e Energia recuperou parte de seu poder de comando no

setor energético, antes entregue às agências reguladoras, ademais de suspender o

processo de privatização do setor;

-a Petrobras estabeleceu um programa de compra de plataformas e navios

construídos no país (num total de 42), com o objetivo de estimular a produção

nacional, em lugar da anterior política importadora.

Contudo, conforme aponta o autor, a gestão financeira interna do país continuou

subordinada ao FMI, além de dar continuidade às reformas microeconômicas do

governo anterior.

O governo Lula, em seu primeiro Mandato, também deu continuidade à política

de combate à inflação baseada no Sistema de Metas de Inflação. Nesse sistema,

retirava-se moeda de circulação pelas vias da manutenção dos juros da economia

(SELIC) elevados ou em elevação, ou seja, uma política de cunho monetarista-

restritiva. A atuação econômica nesse período se deu, então, pela utilização de um

sistema de três âncoras: a monetária, com a manutenção dos juros altos; a cambial,

com a sobrevalorização do real; e a fiscal, baseada na contenção do gasto público e

elevação da carga tributária, resultando em superávit comercial.

Ademais, ainda a cerca da âncora monetarista, ocorre que:

“[...] a história já revelou que uma política monetária restritiva não é capaz de

debelar um processo inflacionário de maneira sustentada. Numa economia muito

cartelizada, como é o caso da brasileira, o corte da demanda provocado por juros

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altos não necessariamente provoca a queda da taxa inflacionária. Usando seu pode

de monopólio, os cartéis podem até promover reajuste de preços como forma de

compensar a queda das vendas e assim garantir sua expectativa de rentabilidade.”

(SOUZA, 2007, P. 297)

O que se observa é que as três âncoras para combate à inflação utilizadas no

primeiro mandato do governo Lula não produzem resultados no longo prazo. E,

assim sendo,

“[...] A maneira duradoura de combater a inflação, que já deu bons resultados no

Brasil no passado, deve ter como eixo, não a derrubada da demanda ou a

substituição de produção interna por produção importada, mas, ao contrário, o

aumento da produção interna e, por conseguinte, da oferta de bens e serviços. E,

para aumentar a produção, a questão central é canalizar para o investimento

produtivo os recursos que estão sendo transferidos para o exterior ou esterilizados

na especulação financeira.”

Contudo, se a política das três âncoras desfavoreceu a economia brasileira, por

outro lado, a política exterior do governo Lula, diversificou o comércio exterior e

produziu forte aumento das exportações.

Houve melhoria no mercado interno no que se refere à distribuição de renda, de

modo que, a partir de 2004 ocorreu incremento do salário real, além da implantação

de Programas Sociais que atendem à classe menos favorecidas da população, como

o Fome Zero, por exemplo. Esses Programas contribuíram, significativamente, para

que a pobreza diminuísse 19,18% no país, baixando de 28,2% em 2003 para

22,77%, o menor índice desde 1992, segundo o IBGE. Sendo que, a criação de

novos empregos teve aumento de 8,131 milhões, apesar do aumento de 7,958

milhões de desempregados em razão do aumento da população economicamente

ativa, conforme divulgou o IBGE.

Além disso, os chamados “pacotes de bondade”, que devolviam parte do

aumento da carga tributária, também contribuíram para dinamizar o mercado interno.

As principais medidas foram as seguintes:

- O fim da cumulatividade do PIS/Cofins e da CSLL;

- A extinção da alíquota do PIS/Cofins sobre produtos da cesta básica e sobre

vários insumos para produção de alimentos:

- Medidas específicas destinadas a estimular o microcrédito produtivo;

- Ampliação de recursos para o financiamento imobiliário.

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O segundo mandato do presidente Lula teve um plano, elaborado pensando-se

no crescimento econômico pelas vias da atuação estatal, com investimentos

orientados, sobretudo, na infraestrutura do país. Esse plano ficou conhecido como

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Ou seja, dessa vez, ao invés de se

limitar a dar continuidade, com adaptações, a políticas econômicas e sociais do

governo anterior, Lula convocou sua equipe econômica para elaborar as diretrizes

da atuação do seu governo, liderada pela ministra-chefa da Casa Civil, Dilma

Roussef. Esse foi o momento em que entrou em ação a ala desenvolvimentista do

governo Lula, uma vez que, até então, a política econômica havia sido conduzida

pela dita ala monetarista, liderada pelo até então ministro da fazenda Antônio

Palocci e presidente do Banco Central Henrique Meirelles.

Os primeiros defendiam que, para viabilizar o desenvolvimento auto-sustentado,

o Estado deveria ter um papel importante na coordenação da atividade econômica,

na distribuição de recursos entre os vários setores da economia, na realização de

investimentos e na distribuição de renda. Os últimos, por seu lado, diziam que

bastaria o governo criar os “fundamentos macroeconômicos” que o mercado cuidaria

de regular a economia e promover seu crescimento. (SOUZA, 2007, P. 327)

Estabeleceu-se como objetivos para o PAC: a aceleração do crescimento

econômico, o aumento do emprego e a melhoria das condições de vida da

população brasileira. Fixou-se ainda, como meta, o crescimento do PIB de no

mínimo 4,5% do PIB em 2007 e 5% ao ano para o interregno 2008-2010

sustentando-se nas seguinte medidas: Investimento em infraestrutura, estímulo ao

crédito e ao financiamento, melhora do ambiente de investimento, desoneração e

aperfeiçoamento do sistema tributário e medidas fiscais de longo prazo.

A crise internacional de 2007 não foi sentida no Brasil tal qual se prenunciava

para o mundo. Ocorreu que a existência de grande superávit comercial e de grande

volume de reservas cambiais do país blindaram a economia brasileira da ação dos

especuladores, de maneira que, o PAC continuou sendo executado em sua

totalidade e com relativo a pesar da crise internacional.

“Por outro lado, o principal “gargalo” que tem bloqueado a aceleração do

crescimento econômico não foi inteiramente removido. Trata-se da prática de uma

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política monetária restritiva.” SOUZA (2007) aponta que mesmo havendo queda

significativa da taxa básica de juros de 19,75 em setembro de 2005 para 11,25% em

outubro de 2007, os juros da economia continuavam altos para os padrões

internacionais. Isso demonstra o grande desafio que representa a questão da

redução dos juros no Brasil, onde mesmo com a execução de um plano econômico

elaborado com a principal finalidade de diminuir os juros como meio de

desenvolvimento econômico, ainda assim mostra-se uma tarefa difícil. Entre 2007 e

2008, por decisão do Banco Central, a SELIC volta a subir sob a alegação de se

fazia necessário atuar preventivamente no mercado, de forma a conter a demanda

futura e combater a inflação. SOUZA (2007) caracterizou essa ação como um “balde

de água fria” para os empresários que vinham investindo cada vez mais em razão do

dinamismo e oportunidades proporcionadas pelo PAC, este, que por sua vez,

também sofreu cortes em razão da medida do Banco Central.

Já em 2009 a taxa de juros cai novamente para 10,25% ao ano e o Brasil

continua sendo visto na arena internacional como forte parceiro comercial, conforme

aponta SANTOS (2009) e, além disso, a redução do IPI da linha branca dinamizou

bastante as vendas naquele ano.

Diante desse quadro, podemos afirmar que o grande desafio em ambos os

mandatos do governo Lula foi, sem sobra de dúvidas, a continuidade da contenção

dos índices inflacionários e a busca pelo crescimento econômico sustentável, a

pesar das altas taxas de juros praticadas. Essas por sua vez, representam grade

desafio também, uma vez que se mantiveram em alta em quase todo o governo

Lula, havendo quedas mais significativas, ainda que não as almejadas, somente nos

últimos anos de seu governo. A melhoria de vida das classes menos favorecidas foi

um desafio em que o governo Lula obteve relativo êxito, conforme demonstram as

pesquisas divulgadas pelo IBGE, mas que apresentaram um novo desafio: o de criar

as condições para que a população não necessite mais dos programas sociais como

saída para a pobreza, num futuro próximo. Na arena internacional, o Brasil superou

todos os desafios possíveis, passando a ser respeitado e visto como parceiro,

inclusive negociador representando interesses seus e dos demais países do terceiro

mundo, se fazendo ouvir perante as grandes potências.

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3 GOVERNO DILMA (2011 À 2012)

Conforme o Instituto Datafolha em março de 2011, o Governo Dilma Rousseff

recebeu aprovação de 47% da população brasileira nos primeiros três meses no

poder.

A Presidente Dilma iniciou seu mandato com uma economia relativamente

equilibrada e com crescimento de 7,5% ao ano. Esse crescimento que também

alavancou o consumo e pode ser considerado um dos principais responsáveis pelo

índice de inflação ter resultado em 6,5%. Apesar de não ser preocupante, o índice

ficou no teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), os

desafios naquele momento, eram administrar o crescimento sem aumentar a

inflação.

Mal começou o ano de 2012 e o IBGE divulgou o resultado do PIB de 2011,

crescimento de 2,7%. Ressalta-se que a participação do setor industrial no PIB

recuou para 14,6% ante 16,2% em 2010. Segundo a Fiesp, um em quatro produtos

industrializados consumidos no Brasil é importado, sendo que em 2003 essa relação

era de um para dez. Isso indica um movimento de desindustrialização.

Tendo em vista essa situação da indústria, uma das medidas tomadas pela

Presidenta Dilma, foi a criação do plano “Brasil Maior” tendo como foco a inovação e

o adensamento produtivo do parque industrial brasileiro, objetivando ganhos

sustentados da produtividade do trabalho. O plano possui medidas tais como

redução do IPI para fabricantes diversos e a inclusão das indústrias exportadoras, de

autopeças, aviação e naval no rol de setores beneficiados com medidas de

desoneração da folha de pagamento. Além de aliviar a indústria o plano tem como

objetivo fomentar o consumo.

Ainda para proteger a indústria nacional, Dilma aumentou a taxação de produtos

importados, como os automóveis, e impôs algumas barreiras comerciais e tarifárias,

buscando mitigar a perda de competitividade da manufatura nacional.

No final do seu primeiro ano de mandato, a presidente a Dilma permitiu a

flexibilização com relação ao controle da inflação, sem contudo deixá-la disparar,

com o objetivo de estimular a economia. Foram adotadas diversas medidas para

manter a economia crescendo, como grande volume de crédito e adoção de

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incentivos a vários setores, reduções tributárias e em especial a redução da taxa

básica de juros da economia, a taxa SELIC a redução dos juros dos bancos públicos

e a manutenção da poupança.

Referente a caderneta de poupança, o governo atrelou a remuneração da

poupança à taxa básica de juros, a Selic, substituindo o critério antigo de

remuneração, que é de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR).

Agora, o rendimento será a partir da variação da TR mais 70% da Taxa Selic,

quando a taxa básica de juros chegar a 8,5%, ao ano ou menos. Atualmente, a Selic

está fixada em 7,25% ao ano. A medida permitiu que o governo continuasse a baixar

os juros sem que os grandes investidores se sentissem estimulados a migrar para a

poupança e deixassem de comprar títulos públicos. A redução dos juros adotada

pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal (CEF) e o discurso

contundente da presidenta Dilma Rousseff no dia 1º de maio de 2012, cobrando

mudanças dos bancos privados em relação aos elevados juros e spreads,

sinalizaram mudanças nas relações entre o sistema financeiro e o Estado Brasileiro.

Temos então uma combinação de política monetária menos ortodoxa com redução

mais rápida da SELIC, redução dos juros dos bancos públicos, etc. De acordo com

Teixeira e Pinto (2012) "essas mudanças ficaram mais claras no governo Dilma e

expressam a ruptura da hegemonia do segmento bancário-financeiro no bloco no

poder."

A presidenta também anunciou a redução das taxas de energia elétrica a partir

de 2013 em 16,2% para consumidores e 28% para o setor produtivo. É uma medida

que segundo ela, irá facilitar o aquecimento da economia no próximo ano.

Durante o World Economic Forum on Latin America, no Rio de Janeiro em abril

de 2011, Luís Alberto Moreno, presidente do BID (Banco Interamericano de

Desenvolvimento) disse não haver dúvida que este é um grande momento para o

Brasil aos olhos do mundo e que o País pode se tornar um País de primeiro mundo

em cerca de dez anos, se mantiver a atual trajetória de crescimento. Mais uma vez

fica evidente o crescimento econômico do Brasil nesse período e que devemos

esperar bons momentos da economia nos próximos anos, independente de

conjuntura partidário-política.

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4 CONCLUSÃO

O período iniciado em 2003 e que dura até hoje , está marcado por três

mandatos e dois estilos de governar. Portanto, pensamos que é inadequado se

referir a esse momento como “Governo Lula-Dilma”, como muitos autores tratam.

Dentre as principais características evolutivas do período estão a liquidação da

dívida externa do país, a redução da taxa básica de juros da economia e a

diminuição da desigualdade social. Todas essas características contribuíram para

alavancar a economia e impediram grandes danos durante a crise internacional.

Tem-se então uma série de avanços, que como pode-se perceber, são a

combinação de diversos fatores, onde a mínima ligação ou menos decisiva, seria

partidária. Nas palavras de Cardoso (2010) “Cada governo novo, têm que fazer mais

que o anterior, senão ficou para trás”

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Balanço do Governo Lula 2003-2010: uma avaliação não complacente. Disponível em: http://economia.ig.com.br/balanco+do+governo+lula+20032010+uma+avaliacao+nao+complacente/a1237812318976.html. Acesso em: 16 mai. 2012. BARBOSA, N. & SOUZA, J.A.P. A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição. In: SADER, A & GARCIA, M. Brasil, entre passado e o futuro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Boitempo, 2010. CARDOSO, F.H. As idéias e seu lugar: ensaios sobre as teorias do desenvolvimento. São Paulo: Vozes, 1980 GRAMSCI, A. Maquiavel, a política e o Estado moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. MARQUES-PEREIRA, J. & BRUNO, M. Institucionalidade e política econômica no Brasil: uma análise das contradições do atual regime de crescimento pós-liberalização. In: VIANNA, S & BRUNO, M. & MODENESE, A. (orgs.) Macro para o desenvolvimento. Brasília: Ipea, 2010. SALAMA, Pierre. Brasil, balanço econômico, sucessos e limites. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142010000300011. Acesso em: 16 mai. 2012. SOUZA, Nilson Araújo de. Economia Brasileira Contemporânea: de Getúlio a Lula. Atlas. São Paulo, 2007. XII, 342 p. WILSON, Woodrow. O estudo da administração. Cadernos de Administração Pública, Rio de Janeiro, n. 16, p. 1-35, 1955.