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GOVERNO DO ESTADO DO PARAN SECRETARIA DE EDUCA チチ O DO ESTADO DO PARAN PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE A MPB NA LUTA PELA DEMOCRACIA, CONTRA A DITADURA Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, através da IES vinculada UNIOESTE - Marechal Cândido Rondon. LUIZ MIOLLA

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GOVERNO DO ESTADO DO PARAN チ

SECRETARIA DE EDUCA チ チ O DO ESTADO DO PARAN チ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

A MPB NA LUTA PELA DEMOCRACIA,

CONTRA A DITADURA

Artigo apresentado ao Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, da

Secretaria de Educação do Estado do

Paraná, através da IES vinculada

UNIOESTE - Marechal Cândido Rondon.

LUIZ MIOLLA

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CURR チ CULOS DOS AUTORES

Luiz Miolla:

Formado em Licenciatura em História, em 1990, pela FAFI- Faculdade de Filosofia

Ciências e Letras de Palmas - Paraná, com especialização em Metodologia do

Processo Ensino Aprendizagem de História pela Faculdade São Luís de

Jaboticabal-SP e especialização em Gestão Institucional pela Unioeste de

Francisco Beltrão, e professor-PDE/2008 pela IES Unioeste de Marechal Cândido

Rondon. Professor da Educação Básica do Estado do Paraná.

Geni Rosa Duarte (orientadora) Doutora em História Social pela Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, professora dos cursos de licenciatura e

mestrado em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE),

Campus de Marechal Cândido Rondon, PR.

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AGRADECIMENTOS

Ao Governo Estadual, através da Secretaria de Educação do Estado

do Paraná, que possibilitou aos professores da rede estadual de ensino, o

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

Ao curso de Pós-Graduação da Unioeste - Campus de Marechal

Cândido Rondon, que nos abriu as portas para um maior conhecimento no ofício de

pesquisa do professor de História.

Agradeço, de maneira especial, a minha orientadora Geni Rosa

Duarte, pelo incentivo nesses período de convívio, pelas inúmeras leituras

sugeridas, considerações e sugestões feitas, pela paciência em ler e corrigir as

versões apresentadas, nesse difícil caminho percorrido, até a conclusão do artigo.

Agradeço a minha esposa, pela compreensão e auxílio para que

pudesse conciliar a família e o meio acadêmico.

Agradeço também aos meus filhos, que compreenderam as

ausências do pai, para que eu pudesse concluir o curso e obter êxito nesta jornada.

Agradeço aos amigos de todas as viagens e estudos, Celma e

Antônio que por diversas vezes me incentivaram sendo meus conselheiros do

cotidiano.

Aos colegas das escolas, que de uma forma ou outra, foram

alicerces nas diversas ausências e contra-tempos.

A todos os alunos envolvidos na elaboração e desenvolvimento das

atividades do projeto, meus agradecimentos.

Enfim, a todos que contribuíram de alguma forma para a realização

deste trabalho, muito obrigada!

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RESUMO

Este artigo tem por objetivo mostrar os resultados alcançados na

implementação do projeto com a produção didático-pedagógica, através da

implementação do mesmo em sala de aula, nas turmas de terceiras séries do

Ensino Médio, do Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio,

da cidade de Verê - PR, na disciplina de História. Pretendeu-se revisitar, na

perspectiva da História e das memórias, as criações ou obras que relatam e

analisam as publicações ou composições elaboradas durante a Ditadura Civil-militar

que existiu no Brasil nas décadas de 60, 70 e 80 do século XX. As atividades

contam com os referenciais teóricos atualizados, em torno das produções realizadas

por historiadores que contribuíram para o entendimento sobre as diferentes formas

de ver o período tão discutido e ao mesmo tempo tão ocultado até os dias atuais. O

eixo central deste projeto é discutir as diversas visões de diversos historiadores e

principalmente a elaboração de um material prático, autodidata para professores e

alunos trabalharem o tema abordado. O objetivo final é possibilitar uma análise de

obras musicais da época de maneira imparcial e possibilitar que cada individuo,

através do conhecimento histórico reflita e chegue à “suas conclusões”. Tal

perspectiva pretende contribuir com a produção de material didático para trabalhar

com alunos do ensino fundamental e médio para o diálogo com outros professores

de História e áreas afins interessados na temática.

PALAVRAS-CHAVES: Golpe de 1964. Crise política. Ditadura Civil-

Militar . Música popular.

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ABSTRACT

Este artigo tem por objetivo mostrar os resultados alcançados na

implementação do projeto com a produção didático-pedagógica, através da

implementação do mesmo em sala de aula, nas turmas de terceiras séries do

Ensino Médio, do Colégio Estadual Arnaldo Busato – Ensino Fundamental e Médio,

da cidade de Verê - PR, na disciplina de História. Pretendeu-se revisitar, na

perspectiva da História e das memórias, as criações ou obras que relatam e

analisam as publicações ou composições elaboradas durante a Ditadura Civil-militar

que existiu no Brasil nas décadas de 60, 70 e 80 do século XX. As atividades

contam com os referenciais teóricos atualizados, em torno das produções realizadas

por historiadores que contribuíram para o entendimento sobre as diferentes formas

de ver o período tão discutido e ao mesmo tempo tão ocultado até os dias atuais. O

eixo central deste projeto é discutir as diversas visões de diversos historiadores e

principalmente a elaboração de um material prático, autodidata para professores e

alunos trabalharem o tema abordado. O objetivo final é possibilitar uma análise de

obras musicais da época de maneira imparcial e possibilitar que cada individuo,

através do conhecimento histórico reflita e chegue à “suas conclusões”. Tal

perspectiva pretende contribuir com a produção de material didático para trabalhar

com alunos do ensino fundamental e médio para o diálogo com outros professores

de História e áreas afins interessados na temática.

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INTRODU チ チ O:

O período da História Brasileira conhecido como “Anos de Chumbo”

coloca ao nosso alcance algumas fontes que propiciam debates fundamentais na

elaboração do conhecimento histórico. Muitas destas fontes, foram forjadas nos

meios artísticos e cotidianos de nossa sociedade. Podemos perceber que a

musicalidade é um importante meio para discutir valores e maneiras de sentir o

processo histórico e que nos permite acompanhar mudanças e permanência no

interior da comunidade. Como não pode ser diferente, durante a Ditadura Militar no

Brasil (1964 – 1985), a musicalidade se fez presente, tanto para legitimar as

atitudes governamentais como também para mostrar a indignação e repúdio de

grande parte do povo em relação às medidas tomadas pelos governantes. Em

muitos casos autores até hoje carregam o fardo de serem criadores de obras que

foram apropriadas por grupos antagônicos e estes negam, ou não, qualquer objetivo

político em suas composições. Nosso objetivo foi levar essa discussão para a sala

de aula, possibilitando um trabalho mais produtivo com as novas gerações, no

sentido de discutir questões ligadas a esse período da nossa história.

Mesmo diante da existência de inúmeras obras sobre a MPB que

retratam o cotidiano da Ditadura Militar Brasileira, ao iniciar nosso trabalho nos

deparamos com a falta de material de pesquisa voltado para a sala de aula, que nos

permitisse a discussão de tema tão relevante para nossa História. Não bastava

apenas apresentar aos alunos músicas da época, se não tínhamos argumentos para

a análise de tais obras. Foi preciso conhecer o momento e a situação pela qual o

autor estava passando ao compor tal obra, e principalmente, qual o objetivo deste

compositor(a) (ou não), ao compor determinados versos em determinados ritmos e

harmonias, e qual seu objetivo final (ou não), com tal elaboração. Deveríamos levar

em consideração também os meios de produção e comercialização destas

composições até chegar ao seu destino, o receptor ouvinte.

Trabalhando a MPB e sua influência durante a Ditadura Civil-Militar,

objetivamos a possibilidade de uma análise mais ampla e imparcial da

musicalidade sobre o cotidiano pelo qual o país e a sociedade da época enfrentou.

Com o trabalho, pretendemos levar ao conhecimento dos jovens

cidadãos brasileiros, uma análise mais detalhada da conjuntura musical das

décadas de 1960, 1970 e 1980, considerando que o conhecimento das obras,

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possibilitaria uma reflexão e comparação entre as diferentes composições,

estabelecendo um paralelo entre as músicas criadas para contestar a Ditadura e as

diversas correntes musicais. Nosso objetivo ainda, foi uma análise mais ampla da

atuação da MPB enquanto forma de resistência ao regime vigente, sendo seus

autores e intérpretes, muitas vezes, vistos como modelo de luta pela

redemocratização do país. Propusemos atividades para serem desenvolvidas em

sala de aula, nas aulas de História Geral e do Brasil, que nos possibilitaram uma

nova visão das diversas formas de busca e de elaboração do conhecimento

histórico. O educando pode perceber que o estudo de história pode ser bem mais

atraente do que algumas formas tradicionais de aprendizagem.

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DESENVOLVIMENTO:

O objeto de reflexão presente neste artigo faz parte da pesquisa do

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) em História, cuja proposta é

apresentar o resultado da elaboração e execução do projeto e as relações entre a

assimilação de conceitos pré-estabelecidos e a elaboração de novos

conhecimentos.

Este trabalho inicia com o relato de como esse autor pensava e

trabalhava o tema “A Ditadura Civil Militar” antes da pesquisa e participação no

projeto.

Inicialmente como professor da Rede Pública de Educação do

Estado do Paraná, sentia a angústia pela falta de material reflexivo sobre o tema

abordado. Percebia que era necessário a produção de materiais práticos e ao

mesmo tempo reflexivos, que possibilitassem o crescimento dos interlocutores na

busca pelo conhecimento histórico.

Dessa forma, foram analisadas, inicialmente, as mais diversas

fontes escritas sobre o tema. O intuito inicial se detinha na idéia de que ninguém é

capaz de criticar aquilo que não conhece, por isso era necessário o conhecimento

das obras já existentes.

Um dos obstáculos gerais colocados às investigações no campo da música é a

dificuldade em circunscrevê-la como uma “disciplina” voltada claramente para a

produção do conhecimento.

( PALLISCA, 1982, p. 144.)

チ bem clara a necessidade de análises imparciais da musicalidade

como forma de produção de conhecimento. A música não pode ser vista apenas

como uma simples possibilidade de descontração nas aulas de História, mas sim ,

como uma fonte importante de pesquisa e produção didática.

Como pesquisador, a maior dificuldade encontrada na investigação

da música e seus expoentes, estava na problemática de transformar o

conhecimento artístico em material pedagógico capaz de produzir conhecimento a

partir de discussões, fazendo com que canções deixem de ser meramente um

material decorativo e tornem-se uma possibilidade de reflexão e produção do saber

elaborado.

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Creio que, levando em conta esses fatores, a música, sobretudo a popular, pode

ser compreendida como parte constitutiva de uma trama repleta de contradições e

tensões em que os sujeitos sociais, com suas relações e práticas coletivas e

individuais e por meio dos sons, vão (re)construir partes da realidade social e

cultural.

( MORAES, 2000, p 212. )

A música que representa expressões do cotidiano do povo, com o

mundo industrializado, passa a fazer parte de uma indústria que envolve muito

capital e por consequência, de um mercado ávido por novidades e consumista.

Precisamos compreender que se por um lado a industrialização musical tornou a a

música uma mercadoria, ao mesmo tempo, possibilitou a democratização das novas

canções, sendo que, “todo povo” passou a ter maior acesso a determinadas

composições ou estilos musicais, visto que sua divulgação se valia dos meios de

comunicação em franca expansão na época.

Em nossa pesquisa enfatizamos o trabalho com um recorte da

musica nacional, intitulada por alguns como a MPB (Musica Popular Brasileira).

Vimos assim, a possibilidade de compreensão de como a MPB

atuou diretamente no cotidiano brasileiro na “チ poca da Ditadura” e nos faz crer que

é possível o processo de produção do conhecimento a partir das produções

artísticas, no nosso caso, a partir das produções musicais e seus autores.

A MPB, em um sentido muito mais amplo, passa a expressar todo

um modo de vida de quem a compõe, e tudo o que cerca estes cidadãos.

Para que pudéssemos realizar um trabalho de qualidade com

nossos alunos, pesquisamos sobre a origem da MPB e o período que a antecedeu ,

chegando ao anos 80 e as novas vertentes.

A música, no desenvolvimento histórico da humanidade, apresenta-

se de maneira natural. Desde o nascimento estamos envolvidos por uma sociedade

a qual de maneira direta ou indireta é envolvida pela música. As canções

possibilitam ao ser humano uma série de sentimentos, sendo estes os mais

diversos, como emoções, paixões, angustia, ódios, calmarias e tempestades.

Sendo uma presença marcante, a música, se relaciona com as

mais diversas sociedades, desde as consideradas mais “primitivas” como as mais

“desenvolvidas” ou está tão presente na “elite” quanto nas sociedades mais

“periféricas”, portanto nosso campo de pesquisa é ampliado pela reflexão da

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sociedade a qual está inserida.

Como educadores, ao investigarmos a musicalidade e seus

expoentes, nossa maior dificuldade está em tornar prático-pedagógico e histórico o

conhecimento artístico. Dessa forma, produzir conhecimento a partir dessa

discussão é fazer com que as canções deixem de ser meras formas de

descontração e tornem-se amplas possibilidades de busca do saber.

Em nossa pesquisa, para uma melhor compreensão, falamos da

Bossa nova, demos ênfase a MPB e concluímos os estudos chagando ao Rock dos

anos 1980, este mais próximo do conhecimento musical de nossos alunos.

A Bossa Nova se apresentou como um movimento da Música

Popular Brasileira que surgiu no final da década de 1950 e início de 1960. No início

era um movimento ligado diretamente a forma de cantar e tocar o samba. Com o

tempo torna-se algo mais amplo e diversificado, passando a ser conhecido em todo

o mundo com nomes como Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim, João Gilberto

e Luiz Bonfá.

Nos anos 1930, o termo bossa já era usado, para mostrar um modo

particular de fazer e ser. Nesse sentido, foi usado por Noel Rosa no samba Coisas

Nossas: “o samba, a prontidão e outras bossas/ são nossas coisas/ são coisas

nossas...”

Já na década de 1950, eram comuns os encontros de autores em

apartamentos da zona sul do Rio de Janeiro, como o de Nara Leão, na Avenida

Atlântica, em Copacabana. Nesses encontros participavam nomes como Billy

Blanco, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Ricardo, Chico Feitosa, João

Gilberto, Luiz Carlos Vinhas, Ronaldo Bôscoli e outros.

Com a Bossa Nova, a Música Popular Brasileira, vive um momento

de renovação. Novos arranjos e novas letras, trouxeram novas concepções, novos

acordes e outras possibilidades de análises musicais. Era comum, também, ao lado

dessa renovação estética, observar musicas engajadas com a esquerda na luta

pelas Reformas de Base. O Brasil vivia tempos em que a música brasileira

correspondia ao nacionalismo presente nas propostas políticas das esquerdas,

propondo novos tempos e um desenvolvimento independente.

A partir da década de 60, no interior do CPC ( Centro Popular de

Cultura) da UNE, os jovens compositores tiveram liberdade de expressão e

conseqüentemente, suas músicas eram engajadas, na perspectiva da mudança

social.

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Nesse momento estudamos canções de grande significado ao

período pré 64. As Canções “Subdesenvolvido' e “O Trilhãozinho” de Carlos Lyra e

Chico de Assis e “João da Silva” de Billy Blanco, que nos possibilitaram perceber

que não foi somente após o Golpe que as músicas contestavam o cotidiano de

nosso povo.

Em conjunto com os alunos, optamos por fazer um recorte para

estudar as “canções de protesto”. Trabalhamos com a MPB e as composições que

surgiram a partir da década de 60, com jovens compositores, em sua grande

maioria, vindos do CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE. Neste espaço

percebemos a liberdade que os compositores oriundos desta vertente cultural

passaram a ter. Suas composições relatavam o cotidiano da classe média urbana.

Mesmo com a implantação do Regime Ditatorial, a criatividade andava a todo o

vapor, principalmente com os Festivais de canção das Tvs Record, Excelsior e

Rede Globo através do FIC ( Festival Internacional da Canção).

Observamos que as composições que a princípio representavam

apenas expressões do cotidiano do povo, no mundo contemporâneo, passam a

fazer parte de uma indústria que envolve muito capital e, conseqüentemente, um

mercado consumidor exigente e ávido por novidades, nem sempre de qualidade.

Enquanto a música torna-se algo elaborado industrialmente para um mercado

consumidor, perdendo muitas vezes parte de sua característica, enquanto arte, por

outro lado, esse processo de difusão permite uma democratização do acesso a um

mundo até então restrito a alguns grupos sociais.

A apropriação por parte das gravadoras e indústrias musicais, das

composições independentes ou informais, possibilita também um processo de

inversão de apropriações, pois, ao passo em que a indústria fonográfica se

expande, ganha mercado, passa a ser apropriada também por um contingente cada

vez maior de consumidores e artistas anônimos atentos aos sucessos dos meios de

comunicação, especialmente o rádio e o disco.

Se por um lado sabemos que o tratamento industrial-capitalista dado a música

tende a conferir à canção os traços da mercadoria produzida em série, que tem

como horizonte a estandardização, isto é, a subordinação da linguagem a padrões

uniformizados visando apenas o mercado, por outro lado não se pode esquecer o

caráter de socialização trazido pela indústria cultural no sentido de sua

divulgação.

( SILVA , 1994, p.24 e 25.)

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Como produto de “mercado”, a música ganhava espaço

principalmente nos meios urbanos e com maior intensidade na classe média que,

inconformados com a falta de liberdade e perseguições impostas pelo Regime

Oficial buscam na música uma forma de expressão e manifestação contra o regime

oficial.

Até os anos 70, a Indústria Fonográfica Brasileira era bastante

restrita, ao passo que nas décadas seguintes há uma grande evolução no mercado

nacional, principalmente com a influência do capital estrangeiro e, no caso da

chamada Música Popular Brasileira, MPB, impulsionada por determinados

acontecimentos, como, por exemplo, a visibilidade proporcionada pelo sucesso dos

Festivais da Canção.

Enquanto a música ganha mercado e espaço social, a mídia escrita

se caracterizava pela diversidade de opiniões, enquanto, por exemplo, a Revista

Veja, apresenta-se mais ligada em atender o mercado consumidor da classe média,

os jornais, O Pasquim, Opinião e Movimento, eram publicações diretamente

identificadas com o movimento de resistência ao regime ditatorial.

A reportagem qualificou a MPB como um tipo de música que se preocupa com os

“problemas políticos, sociais e econômicos do seu tempo”, sem negligenciar os

dramas de amor e as angústias pessoais. Neste sentido, ela teria atingido o ideal

de “fusão” entre as contribuições musicais da BN e os temas e ritmos mais

populares.

( NAPOLITANO, 2000, p 213. )

A música que sempre expressou o cotidiano das pessoas, agora

mais do que nunca, a MPB passa a representar todo um modo de vida de quem a

compõe, e tudo o que cerca estes cidadãos.

Com a repressão, observamos que a UNE, Partidos Políticos,

Sindicatos e outras instituições de ordem social, foram colocados na

clandestinidade e conseqüentemente perseguidos ao ponto de praticamente

deixarem de existir.

Foi em meio a esta depressão cultural que floresceu um dos

períodos mais produtivos da Musica Popular Brasileira.

O importante é destacar que: a-) a expressão MPB não se refere a toda e

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qualquer manifestação da música popular brasileira, mas a música urbana,

produzida e consumida prioritariamente pela classe média intelectualizada; b-)

diante do rigor do regime militar, cujo auge ocorreu entre 1973 e 1974, a invenção

dessa tradição na música popular brasileira pode ter contribuído para que

cantores e compositores, paralelamente a luta pela liberalização do regime,

sobrevivessem minimamente sem a necessidade de capitulação frente ao

autoritarismo, contribuindo talvez, com sua resistência, para os tímidos passos

que, nos anos posteriores, o Estado daria nesse sentido; (...).

( SILVA, 1994, p. 166.)

A MPB sempre esteve mais ligada à juventude urbana, universitária

e crítica ao sistema existente. A MPB desde sua origem estava muito ligada a

realidade cotidiana do povo. Povo este com suas angústias, desejos, alegrias e

tristezas, mas que sempre se manteve coesa com a realidade pela qual o povo

vivia.

Ao falarmos de Ditadura Militar no Brasil, pudemos perceber quanto

nossa população, de um modo geral, foi alijada do processo político decisório, e até

certo ponto, ignorava os processos de luta pela democratização, vividos pelos mais

diversos grupos que enfrentaram na pele o cotidiano da falta de liberdade, nas

décadas de 1960, 1970 e 1980. Jovens, políticos, músicos e população em geral,

enfrentaram a ditadura das mais diversas formas possíveis. Vale destacar que nem

sempre o processo de luta pela liberdade se manifestava de modo “politizado” ou

“organizado” e podemos perceber inúmeras formas de resistência fora dos

movimentos instituídos.

Um meio eficaz encontrado pelos compositores de esquerda, para

se opor ao sistema de cerceamento da liberdade, foi o de elaborar composições

questionadoras do sistema ali vigente e, que jamais admitiu qualquer oposição as

medidas arbitrárias impostas pelos que compunham o poder constituído. A música

popular deixava de ser meramente, manifestações artísticas e passavam a ser uma

forma de resistência popular contra as culturas dominantes.

A música deve ser interpretada como um todo, não só a poesia a

qual está escrita, pois isso a deixaria muito pobre. As interpretações, as expressões

do cantor, vão além da letra ali impressa. Devemos procurar entender a perspectiva

social e histórica que a música reflete ou constrói.

Com o Golpe Militar de 1964, percebemos um gradual cerceamento

da liberdade do povo e as manifestações contra tais atitudes começaram a ocorrer.

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Primeiramente as passeatas reuniam quase que exclusivamente estudantes, que

embalados pelas músicas de Caetano Veloso, Jessé( Toni Hiver ),Carlos Lira, Edu

Lobo, Geraldo Vandré, Chico Buarque ( e Julinho de Adelaide), Gilberto Gil, Elis

Regina e outros... , saiam a rua para demonstrar sua indignação. Aos poucos,

recebem a adesão de pessoas que moravam principalmente nos centros urbanos.

Uns poucos “rebeldes”, em pouco tempo eram milhares de pessoas que iam a rua

cantar, protestar, panfletar, discursar, levar faixas e até pichar, palavras e versos de

ordem contra o Regime de Opressão.

O que mais nos chamou a atenção foi a percepção de que a música

que antes era apenas algo de consumo, diversão, criação artística, passava a ser

um instrumento de disputa entre “o bem e o mal “.

Algumas músicas viraram hinos e eram cantadas pelas grandes

maças, para protestar contra a situação em que o país chegou.

Nos anos 60 observamos os jovens compositores provindos do CPC

( Centro Popular de Cultura) da UNE, que sempre tiveram liberdade de expressão e

conseqüentemente, suas músicas eram compostas relatando o cotidiano da classe

média urbana. Mesmo com a implantação do Regime Ditatorial, a criatividade

andava a todo o vapor, principalmente com os Festivais de canção das Tvs Record,

Exelcior e Globo através do FIC ( Festival Internacional da Canção). Porém, com O

Golpe Militar de 1964, a música ganhava maior importância, passava a ser o centro

dos debates e de resistência.

De 65 a 68, a música popular de modo geral, era crítica e um tanto

utópica, ganha características novas com a linha dura do AI-5, aquela criticidade

com certa liberdade de até então é tolhida e os compositores vivem uma nova fase:

dasarticulam-se os Movimentos Estudantis, que passam para a luta armada; ocorre

uma grande mudança nos festivais com a despolitização dos mesmos e com a

Indústria cultural; a MPB passa a sofrer profunda censura.

Mas nem tudo estava perdido, e as composições continuavam a ser

produzidas e gravadas, mesmo que muitas delas através de metáforas ou em “Boca

Chiusa”.

Você corta um verso, eu escrevo outro

Você me prende vivo, eu escapo morto

De repente, olha eu de novo

Perturbando a paz, exigindo o troco...

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(Paulo César Pinheiro & Maurício Tapajós, “Pesadelo”, 1972 )

A MPB E OS FESTIVAIS DA CAN チ チ O

Em nosso trabalho de pesquisa optamos em trabalhar com os

Festivais da Canção por acreditar que foram um marco na música “engajada”.

A partir da segunda metade da década de 60, com a renovação do

interesse por música brasileira, as televisões se organizam e lançam os Festivais da

Canção.

O primeiro festival foi organizado em 1965 pela TV Excelsior, um

festival pioneiro, mas sem grande sucesso. O maior destaque foi Elis Regina

confirmando seu estrelato, vence o I Festival de Música Popular, com a música

Arrastão, fruto da parceria Edu Lobo e Vinícius de Moraes. Neste mesmo ano, a TV

Record tem como principais programas musicais os famosos: “O Fino da Bossa”,

“Bossaudade” e o “Jovem Guarda”.

Em 1966 a TV Record organizou o II Festival de MPB, (sendo que

ela já havia realizado o I Festival, sem nenhum prestígio, em 1960) que acaba se

consolidando como um sucesso popular. O II Festival da Record, tem como público

alvo a corrente “engajada nacionalista”, mas mesmo assim deveria reunir o máximo

de representantes de todas as tendências e gostos populares, por isso “até” a

Jovem Guarda se fez presente. Neste Festival tivemos duas músicas vencedoras,

“A Banda” e “Disparada”.

As duas músicas, são apresentadas em perfeita harmonia, artista-

platéia, comunhão perfeita só vista novamente em 1968 no FIC com “Caminhando”.

O jovem cantor Jair Rodrigues, no maior momento de sua carreira

parecia ter hipnotizado o público ao apresentar “Disparada”. O público atento as

expressões do cantor, vai ao delírio e irrompe em palmas, na parte em que ele

canta “Então não pude seguir/ valente lugar tenente/ de dono de gado e gente/

porque gado a gente marca/ tange, ferre, engorda e mata/ mas com gente é

diferente...”. ( Geraldo Vandré, “Disparada’, 1965 )

O gestual de Jair Rodrigues é muito forte e similar ao já

apresentado por Elis Regina e os engajados em músicas críticas, “de braços para o

alto ele parecia estar em um comício”.

Geraldo Vandré afirmou o papel da cançãoem abrir espaço para

músicas regionalistas, depois dos nordestinos, ela abre espaço para as canções

“caipiras” do centro-sul do Brasil.

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Enfatizamos que “Disparada”é um reflexo do modo de pensar que

vem das raízes do Centro Popular de Cultura da UNE, desde 1962. A partir de

“Disparada”, Geraldo Vandré torna-se o músico brasileiro mais identificado com a

“canção de protesto”.

Elis, já consagrada, somente confirma o apogeu de sua carreira.

Neste festival de 66, consagram-se ainda, Chico Buarque de Hollanda e Geraldo

Vandré, que viriam a ser dois expoentes de 1966 a 1968.

Neste período, Roberto Carlos já é visto como um grande expoente

de nossa música. Considerado líder da Jovem Guarda, quando subia ao palco dos

Festivais, mesmo antes de se apresentar, era recebido com sonoras vaias vindas de

um público que o considerava alienado e submisso ao regime vigente no país.

A cidade do Rio de Janeiro, tentava se reciclar, ainda em 1966, com

o objetivo de reconquistar o título de “capital” da canção popular brasileira, e a

Rede Globo, então em franca ascensão, organiza o Festival Internacional da

Canção - FIC.

Considerado um marco contra a Jovem Guarda e suas músicas, o III

Festival da Record, evento bem mais elaborado, se apresenta com grande

expectativa, pois foi neste festival que surgiram muitos e novos talentos. Seu

objetivo fica bem claro, trazer para São Paulo o título de “Capital Brasileira da

Música”.

Até 66, o maior expoente na música de resistência ao regime é Nara

Leão, vinda da Bossa Nova, traz consigo críticas ao Exército e a situação pela qual

o Brasil vivia.

Organizado pela Rede Globo, o FIC, não deixa de ter sua

importância, mas o momento é da Record e o centro do cenário musical e político é

São Paulo.

Nos festivais de 1967 surge a idéia de superar a música de protesto

que consagrou a MPB e os Festivais, “a música que canta o dia-que-virá”. Porém a

vencedora do III Festival da Record é “Ponteio”, de Edu Lobo, sendo uma

unanimidade de crítica e público, mantendo a tradição.

Neste Festival, Gilberto Gil e Caetano Veloso com suas canções

“Domingo no Parque” e “Alegria Alegria”, respectivamente, de maneira um tanto

ousada cantam o povo brasileiro, o jovem de uma outra concepção de valores, o

cotidiano e o descompromisso. Destacaram-se ainda, Sidney Miller e Nara Leão

com a música “A Estrada e o Violeiro” e Chico Buarque com “Roda Viva”. Em meio a

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um clima de euforia Chico se apresenta até certo ponto, de maneira melancólica,

como outra perspectiva para a MPB.

Em 1968 no IV Festival da Record, o Brasil já vivenciava a crise dos

festivais. Neste ano foram realizados nada menos que oito festivais, mas este

modelo já estava em crise e seu esgotamento se dá na década de 70, apesar de

alguns momentos importantes.

Os festivais foram um marco na luta pela democracia e crítica a

ordem existente. Sua existência constituiu-se em uma experiência sócio-cultural

coletiva, momento único e mágico onde fundiu-se lazer, política e arte.

チ preciso lembrar que a MPB, em uma época em que ninguém

podia falar ou escrever o que pensava seus compositores de forma muito sábia e

inteligente, puderam dar voz a um povo emudecido pela ditadura.

A música ganhava novos contornos nos anos 80. Com uma nova

frente de composição, a tradicional música, comumente entendida como MPB abre

espaço a novas formas de ritmos da Música Popular Brasileira como o Rock, Punk e

o Hip hop. A ideologia de crítica a Ditadura Militar, “já não faz mais sentido” com a

abertura proposta pelos Governos Geisel e Figueiredo. O foco de análise dos

compositores agora é a crítica ao sistema vigente no país.

Dessa forma percebemos que a música assim como outras formas

de arte nem sempre são interpretadas na forma original a qual o autor produziu.

Essa pluralidade de interpretações é natural, principalmente se pensarmos a partir

de que o produto do autor passa a ser uma propriedade coletiva da sociedade.

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METODOLOGIA:

Para o desenvolvimento dessa pesquisa, buscou-se desenvolver o

trabalho a partir das bibliografias existentes nos meios acadêmicos, e a partir das

concepções de diversos autores com diversos olhares, abrir horizontes para o

trabalho que nos possibilitasse levar a música como material para análises e

estudos científicos.

Além das bibliografias pesquisadas, o colaboração e o

acompanhamento da Professora Doutora Geni Rosa Duarte, foi fundamental na

busca de novos materiais e constantes diálogos para produzir algo realmente que

desse os resultados desejados.

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A IMPLEMENTA チ チ O NA ESCOLA:

Ao pensar o tema a ser desenvolvido pelo Projeto PDE, pensamos

em buscar algo que estivesse no cotidiano das escolas da Rede Pública do Estado

do Paraná. Dessa forma, percebemos a dificuldade entre os docentes em buscar

maneiras que pudessem tornar o trabalho dos professores mais eficaz e para os

alunos algo mais atraente.

Assim, buscamos um diálogo com os colegas que nos passaram sua

preocupação em como ensinar História do Brasil, mais especificamente, o “Período

da Ditadura Civil Militar”, o usa da música como forma de aprendizado e não apenas

como algo para “decorar” as suas aulas.

Inicialmente, nosso trabalho deveria ser algo diferente, que servisse

de modelo e motivo para busca de inovações. Para isso, começamos seguindo o

roteiro proposto pela SEED. O Projeto esteve voltado para o estudo do tema

proposto, a partir de diversos autores e as mais diversas obras. Quanto ao Material

Didático, deveria possibilitar a quem tivesse acesso a ele a oportunidade de fazer

uso dele de forma auto-didata, sendo um material dinâmico e prático.

Na aplicação do Projeto e do Material Elaborado, nosso primeiro

passo foi fazer o levantamento de conceitos já existentes entre os alunos.

Procuramos levar a eles algumas perguntas onde somente com seus

conhecimentos, sem pesquisa, definissem “O que são Ditadura, Democracia e

Direitos Humanos?”

Vejamos o que alguns dos grupos de alunos (aleatoriamente)

responderam sobre “O que é ditadura?”

チ uma forma de governo militar cujo militante impõe suas idéias, ordens não

dando liberdade e reprimindo o povo. Ditadura é uma forma de somente ele

governar.

3 チ série A/M

Foi o período em que os militares mandavam no Brasil em que as pessoas não

tinham direito de expor suas idéias não podiam falar o que pensavam por que

eram exiladas.

3 チ série B/M

チ uma forma de governo, onde o ditador manda e o povo deve obedecer as

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ordens e as leis impostas. チ o ditador que comanda e nomeia os seus ajudantes

sem a opinião do povo. As pessoas que não cumprem estas ordens podem ser

punidas.

3 チ série C/T

Um exemplo pode ser o comunismo. Hitler, ele foi um nazista que deu golpe

militar, matou várias pessoas, pode ser um governo autoritário e governado por

uma só pessoa, que geralmente é eleito por algum tipo de golpe ou fralde.

Possuem maneiras rígidas de se manter a obediência e a ordem.

3 チ série D/T

O governo manda e o povo obedece.

O povo já estava cansado de submeter as ordens do governo se revoltaram e

começaram a lutar por seus direitos. Os militares estabeleciam as regras, as leis e

o povo cumpria.

3 チ série A/N

Quanto a pergunta “O que é Democracia?” algumas respostas

foram estas:

チ uma forma de governo onde todos participam pelo ato de votar. Todas

decisões são tomadas em conjunto e todos tem direito de participação.

3 チ série A/M

A democracia é o período que surgiu após a ditadura foi conquistado através de

protestos, com isso surgiu a liberdade de expressão onde as pessoas podem falar

e expor suas idéias sem serem expulsas do país ou cumprir pena ou serem

torturados como eram na ditadura.

3 チ série B/M

Para a pergunta “O que são Direitos Humanos?” as respostas

foram:

São direitos de ir e vir em qualquer lugar, ter onde morar, interagir com a

sociedade.

3 チ série C/T

Todo cidadão tem direito de trabalhar com um trabalho digno, ter moradia,

saneamento básico, educação, plano de saúde, lazer, mas para isso deve cumprir

seus deveres.

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3 チ série D/T

Como pudemos observar, as respostas foram as mais diversas e até

algumas inusitadas.

De posse destas respostas, passamos para a segunda parte do

trabalho que foi o debate e questionamento sobre as respostas dadas. Foi um

trabalho muito produtivo onde os alunos puderam analisar e tecer comentário sobre

as respostas apresentadas.

Foi um momento de grande crescimento, ao passo que os grupos

iam apresentando suas respostas os outros percebiam que suas análises eram

incompletas e queriam complementar seus trabalhos.

Concluída esta etapa, passamos a pesquisa em bibliografias

existentes na biblioteca escolar e no laboratório de informática via inter-net. Nesta

re-elaboração de conceitos obtivemos os seguintes resultados para as mesmas

perguntas anteriores:

Ditadura é o Regime Político onde todos os poderes estão centralizados nas mãos

de um único grupo, que exercem estes poderes de maneira absoluta, os

governantes não respeitam as leis e o povo não tem direito a voto.

Eles usam a intimidação e o desrespeito para manter essa forma de governo.

3 チ série A/M

Ditadura é o Regime Político em que o governante não responde a lei e ou não

tem legitimidade conferida pela escolha popular. Existem regimes ditatoriais de

líder único, ou coletivos.

A comissão de acervo da luta contra a ditadura está em permanente campanha

pela abertura e acesso dos arquivos da ditadura, com a convicção de que tal

iniciativa contribua para;

Resgatar o passado recente a produção do conhecimento histórico sobre o

mesmo.

Aprofundar e consolidar as liberdades e as instituições democráticas.

3 チ série C/T

A Democracia ocorre quando o povo detém o poder, sendo soberano sobre o

poder executivo e legislativo. チ o governo no qual o poder e a responsabilidade

cívica são exercidas por todos os cidadãos, diretamente ou através de seus

representantes livremente eleitos.

3 チ série D/T

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Democracia é um sistema no qual as pessoas de um país podem participar da

vida política. No Brasil as pessoas podem escolher seus representantes através

do voto nas eleições. Existe liberdade de expressão e os direitos de manifestação

são garantidos pela constituição brasileira.

A democracia foi desenvolvida em Atenas, embora tenha sido o berço da

democracia nem todos podiam votar nesta cidade. Mulheres, homens, crianças,

escravos estrangeiros não participavam das decisões políticas. Existem duas

formas de democracia a direta e a indireta.

3 チ série D/T

Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres

humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a idéia também de

liberdade de um pensamento e de expressão, e a igualdade perante a lei.

3 チ série A/N

Direitos Humanos, são os direitos e liberdades básicos de todos os seres

humanos. O conceito de direitos humanos tem idéia de liberdade de pensamento

e expressão perante a lei. Tem origem no conceito filosófico de direitos naturais

que seriam atribuídos por Deus. Todos iguais perante a lei.

3 チ série A/M

Quando observamos estes novos conceitos elaborados pelos

próprios educandos, percebemos a capacidade de diálogo com as ciências

elaboradas, no caso, Filosofia, Sociologia e a História. Ao instigarmos os alunos ao

debate, sobre as mais variadas respostas, quando relataram seus “pré-conceitos”,

abrimos espaço para mais adiante a busca de respostas mais elaboradas e

consequentemente, produção de seus próprios conceitos e saberes.

Foi fundamental a realização deste trabalho para abrir espaço aos

alunos e possibilitar a eles a oportunidade de acreditarem em sua capacidade de

discussão e elaboração de idéias.

Muitas vezes, quando falamos de conhecimento, imaginamos e nos

acostumamos a imaginar nossas aulas tradicionais, onde repassamos para os

educandos um conhecimento pré-estabelecido e imaginamos estar levando nosso

aluno ao saber. Após esta forma diferente de elaborar conhecimento, percebemos o

quanto nossos alunos são capazes de elaborar seus próprios conceitos, sem

contanto abandonar o conhecimento científico.

O próximo passo na aplicação do projeto foi o de apresentar aos

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alunos o material didático produzido.

Para que os alunos pudessem ter uma visão mais aguçada sobre a

musicalidade passamos a oportunizar a eles um debate sobre o que é música e a

MPB e suas origens no Brasil Pré-Golpe de 1964 para então chegarmos ao nosso

principal objetivo: A musicalidade durante a ditadura.

Iniciamos o trabalho com música fazendo uma retrospectiva da

música brasileira.

O primeiro gênero trabalhado mais efetivamente foi a Bossa Nova

como a MPB que levou ao período pretendido. Entre as canções apresentadas

sobre o período estava “Canção do Subdesenvolvido” de Carlos Lyra e Chico de

Assis, nesta canção os autores fazem um relato da nossa evolução histórica e as

intervenções político econômicas pelas quais nossa nação viveu até o início do

século XX.

Vejamos o que os alunos das terceiras séries escreveram sobre a

música:

A música passa , conceitua o período em que o Brasil decidiu desligar-se de

Portugal, mas continuou sendo seu quintal, ou seja, desligou-se parcialmente. Os

Estados Unidos emprestaram dinheiro para o Brasil que aplicou só na plantação

de café. Houve uma super-produção e sem ter lugar para escoar, o café foi usado

nas fornalhas dos trens como combustível. E os EUA começaram a introduzir

seus produtos no Brasil como Coca-cola, Nestlê e outros.

Poliane Brunetto, 3 チ série D/T

Fala do descobrimento, que o Brasil foi colônia de Portugal, da Inglaterra que

tomaram todas as suas riquezas e dos Estados Unidos que compravam a matéria

bruta e lhe vendiam o produto industrializado.

Darlan Wilson Federizzi, 3 チ série A/N

Com esta canção podemos perceber, até por ser uma canção um

tanto longa, que as interpretações foram variadas. Os alunos analisaram a parte da

música que mais lhe chamou a atenção. Cada um teve a oportunidade de chegar a

sua próprias conclusões sobre a letra e a melodia proposta.

Outra canção que mereceu destaque em nosso trabalho de sala de

aula, que acredito foi muito bem analisada e interpretada pelos alunos, foi

“Disparada” de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues no Festival da

Canção de 1966, sendo um novo marco na MPB.

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A música representa um marco pois era diferente do jeito cantado até então e

vem do interior para o meio urbano e não está nem aí prá quem não quer ouvir.

Critica a ditadura porque fala que gente não deve ser tratado como boi. Também

abre espaço para a música do interior e fala que de onde ele vem a morte é

normal e fala também que ele acordou prá vida.

Welinton Jessé Valtrick

Foi uma música muito interessante de trabalhar em sala de aula.

Traz novas características e os alunos simpatizaram bastante com ela, por ser uma

música com uma batida diferente em um ritmo mais agitado. De posse da letra todos

cantavam juntos e pareciam viver o momento de Jair Rodrigues no Fetival de 66.

Por ser uma canção que abre as portas para a música mais interiorana, nossos

alunos se identificaram muito com ela.

A música “Eu Te Amo Meu Brasil” do autor Dom, e interpretada pela

dupla Dom e Ravel também ganhou atenção especial de nossos alunos em nosso

trabalho de análise de canções.

A música faz uma “adoração” ao Brasil, falando da cultura, do carnaval, das

belezas brasileiras num ritmo alegre, meio que deixando de lado a ditadura que

acontecia no país. Dessa forma as pessoas esqueciam a ditadura, assim pensava

o governo, o qual utilizou a mesma para este fim.

Aline Caumo da Motta, 3 チ série A/M

Abafou os problemas da ditadura, elevando o Brasil como um país dos sonhos

dizendo que as mulheres são valorizadas. No fundo fala da mulata como objeto

de exploração. チ a legitimação do poder e uma festa de “pão e circo” para o

povo.

Ligian Carla Cagnini, 3 チ série A/M

Percebemos que os alunos mesmo lendo os comentários do autor,

afirmando que ao compor “Eu Te Amo Meu Brasil”, compunha uma música como

outra qualquer, os educandos afirmam claramente a apropriação do governo por tal

obra. Sua característica de exaltação das belezas brasileiras é bem clara e em um

momento tão conturbado de nossa história política é claro que os grupos

considerados de esquerda ou pelo governo como subversivos, iriam criticar

firmemente este estilo apresentado.

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Além das músicas citadas outras canções consideradas importantes

foram trabalhadas com os alunos como: “A Banda” de Chico Buarque, “Alegraia

Alegria” e “ チ Proibido Proibir” de Caetano Veloso, “Prá Frente Brasil” um Hino da

Copa de 70 do compositor Miguel Gustavo, “Cálice” de Chico Buarque e Gilberto

Gil, “Prá Não Dizer Que Não falei das Flores” (Caminhando e Cantando) de Geraldo

Vandré, “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos” de Roberto e Erasmo Carlos,

“Samba de Orly” de Chico Buarque, Toquinho e Vinícios de Moraes, “Meu Caro

Amigo” de Chico Buarque e Francis Hime, sobre os anos 80 trabalhamos canções

como “ Alvorada Voraz” de Paulo Ricardo, Luiz Schiavon e Paulo P. A. Pagni,

interpretada pela banda RPM, “Brasil” de Cazuza, George Israel e Nilo Roméro.

Além destas canções, mais algumas dezenas de músicas foram

trazidas pelos alunos, algumas ouvidas e outras analisadas as letras, melodias,

batidas, autos e baixos. Procuramos extrair o máximo das canções. Foi um trabalho

bem interessante onde os alunos buscaram materiais diversos garimpados por eles.

Nosso próximo passo na análise da Musica Popular Brasileira

durante a Ditadura Civil Militar, foi a realização de uma amostra de músicas

consideradas “de protesto”. As músicas apresentadas poderiam ser da チ poca da

Ditadura civil Militar ou outras composições de períodos posteriores.

Foi uma oportunidade ímpar, pois os alunos apresentaram suas

canções, acompanhados por instrumentos musicais e outros por play-back e o

resultados foi um encontro cultural fantástico.

Primeiramente os alunos eram apresentados e após sua

interpretação era feito um pequeno comentário do momento histórico em que a

composição foi feita em alguns casos comentávamos sua importância e a

interpretação da gravação original.

Foi um verdadeiro festival de pluralidade e interpretações, desde

clássicos à músicas mais populares e contemporâneas.

A produção do conhecimento envolvendo a Música Popular

Brasileira, possibilitou a todos a integração entre a busca do saber e o estudo de

forma mais dinâmica sem contudo, deixar de lado os valores da busca pelo saber.

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CONSIDERA チ チ ES FINAIS.

A avaliação do projeto, sua implementação em sala de aula e

atravez do GTR (Grupo de Trabalho em Rede) foi muito gratificante, pois foi um

trabalho de grande aceitabilidade por parte de toda a escola, dos professores

participantes e em especial dos alunos e alunas das terceiras séries que estavam

mais diretamente envolvidos na pesquisa e desenvolvimento das atividades.

Com certeza, os alunos que não tinham interesse pela disciplina de

História, passaram a ter um novo conceito dessa área que, para alguns era maçante

e cansativa, perceberam que podemos fazer parte da construção do conhecimento

e que nem sempre temos que nos ater ao conhecimento estabelecido por autores

renomados.

O material paradidático teve um papel muito importante. Elaboramos

um “DVD multimídia” que agiliza para aluno ou professor o trabalho em sala de aula,

com músicas sobre o período da Ditadura Civil Militar. Um material prático que ao

ser inserido no computador abre automaticamente a página inicial e a partir de

então é só disposição e vontade para pesquisar o material ali existente.

Enfim, com o desenvolvimento deste projeto, concluímos que o

estudo da História pode e deve se tornar algo mais atrativo e de maior produtividade

na construção de conhecimentos e estes possam transformar nossa sociedade em

um espaço mais humano e digno.

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