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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENAÇÃO ESTADUAL DE URGÊNCIAS SAMU 192 PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA DO ESTADO DE GOIÁS GOIÂNIA 2003 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENAÇÃO ESTADUAL DE URGÊNCIAS

SAMU 192 PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO

SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA DO ESTADO DE GOIÁS

GOIÂNIA 2003

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENAÇÃO ESTADUAL DE URGÊNCIAS

SAMU – 192

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA DO ESTADO DE GOIÁS

Projeto elaborado pela Coordenação Estadual de Urgências de Goiás para ser apresentado ao senhor Secretário de Estado da Saúde e após sua aprovação para o Conselho Estadual de Saúde, Comissão Intergestores Bipartite e Ministério da Saúde.

GOIÂNIA 2003

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Governo do Estado de Goiás Marconi Ferreira Perillo Júnior Secretaria de Estado da Saúde de Goiás Fernando Passos Cupertino de Barros Superintendência de Controle e Avaliação Técnica de Saúde de Goiás/SCATS Silvio Divino de Melo Coordenação Estadual de Urgências José Cicala - Coordenador Fausto Jaime Hélio Freitas Moraes César Gonçalves Gomes Kênia Barbosa Rocha Edmundo Fernandes Carvalho Filho Equipe Técnica de Elaboração: Fausto Jaime José Cicala Hélio Freitas Moraes César Gonçalves Gomes Kênia Barbosa Rocha Edmundo Fernandes Carvalho Filho

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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO

II. JUSTIFICATIVA

III. OBJETIVOS

IV. DIAGNÓSTICO LOCO-REGIONAL 1 – DADOS DEMOGRÁFICOS 2 – DADOS DA ESTRUTURA DE SAÚDE EXISTENTE 3 – LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE 4 – ATIVIDADES CORRELATAS 5 – DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

V. PROPOSTA DE REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS

VI. A REGULAÇÃO MÉDICA DA ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS

VII. SERVIÇOS DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA

VIII. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM URGÊNCIAS

IX. PLANEJAMENTO ORGANIZACIONAL DO SAMU

1 – SISTEMA DE TRANSPORTE 2 – SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 3 – CENTRAL DE REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIAS 4 – SISTEMA DE APOIO OPERACIONAL 5 – RECURSOS HUMANOS DO SAMU 6 – CAPACITAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

X. RECURSOS FINANCEIROS

XI. CONSIDERAÇÕES FINAIS

XII. BIBLIOGRAFIA ANEXOS – CONFORME PORTARIA GM 1864/03

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I – INTRODUÇÃO Considerado um dos grandes problemas assistenciais do SUS, a

questão de urgência e emergência vem tendo tratamento prioritário em Goiás. A SES é a gestora do Sistema Estadual de Referência Hospitalar do Atendimento de Urgência e Emergência, composta por hospitais em várias regiões do estado e que receberam recursos do Ministério da Saúde para investimentos e para melhoria de seu custeio.

Algumas ações especiais vêm sendo realizadas no campo da atenção às urgências e emergências:

1- Incentivo da melhoria da atenção básica, de forma a reduzir o fluxo desnecessário para os grandes hospitais de urgência;

2- Melhoria das condições do atendimento nos principais hospitais, através de recursos do MS, do tesouro estadual e de apoio às iniciativas municipais;

3- Desenho de uma rede estadual de atendimento 24 horas de urgência, com a rede dos chamados Ambulatórios 24 horas e os hospitais de referência estadual;

4- Priorização da capacitação de recursos humanos, com a implantação Núcleo Estadual de Educação em Urgência e Emergência, junto ao SIATE e em parceria com o Centro de Formação de Recursos Humanos da SES - CENFORH (que já adquiriu o material permanente para o projeto);

5- Apoio ao estabelecimento de protocolos, fluxos e definição mais clara dos papéis de cada serviço;

6- Melhoria das condições de atendimento dos hospitais próprios da SES no campo da urgência, com contratação de pessoal, aquisição de equipamentos e reformas de áreas físicas;

7- Implementação de um sistema integrado de assistência obstétrica e neonatal, em parceria com a área de atenção à mulher e criança da SES, efetivando os programas do MS nesta área. Funcionamento regular da Comissão Perinatal Metropolitana;

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8- Desenvolvimento de Projeto de Qualificação da Assistência Obstétrica e Neonatal na Região Metropolitana de Goiânia;

9- Estímulo ao desenvolvimento dos conceitos de regulação do sistema e assistencial do SUS, com a perspectiva de implantação de centrais de regulação nas macro-regiões de saúde do estado.

No documento do Ministério da Saúde “Projeto de Reorganização do Atendimento de Urgências e Emergências”, em sua Introdução, encontramos um texto com o título de “Aproximação diagnóstica da situação das urgências no Brasil”. Vamos reproduzir uma parte deste texto por acreditar que ele pode ser utilizado como uma “aproximação diagnóstica” da situação das urgências no estado de Goiás. “As situações de saúde que se apresentam cotidianamente como urgências e os graves problemas observados na estruturação do sistema de atenção à saúde para atendê-las com o grau de eficiência e eficácia necessárias, constituem-se na visão dos usuários, trabalhadores da saúde e gestores do SUS, como o mais importante problema de saúde em nosso país. Por isso, o Governo do Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva pretende desenvolver ações que efetivamente priorizem a área de Urgência, com o objetivo de proteger a vida e melhorar as condições de saúde da população. As urgências no Brasil descrevem um quadro de necessidades sociais maiores que o conjunto de ações programáticas até o momento implantadas na área. No contexto do Sistema Único de Saúde, o histórico nacional da atenção às urgências tem se caracterizado como fonte de permanente tensão com a sociedade. Esta situação decorre de que, entre as dificuldades encontradas no processo de implantação do SUS, concernentes à efetivação de suas diretrizes, o capítulo das urgências, da reforma sanitária brasileira, é aquele que apresenta maiores insuficiências na descentralização, hierarquização e financiamento. A combinação desses fatos termina por lhe delinear perfil assistencial negativo e incompleto aos olhos da população, fundamentada a partir de vivências e opiniões expressivas de sofrimento e insegurança em relação à efetividade dos serviços de urgências.

Historicamente, as urgências do Brasil vêm se caracterizando por: • Forte racionalidade hospitalocêntrica, indicativo de uma

hierarquização e uma integralidade precárias; • Dissociação com outras estratégias e níveis de assistência

(enfoque promocional, atenção básica, assistência/internação domiciliar);

• Conjunto de referências e contra–referências subdimensionadas e deficientes, pouco claras e freqüentemente desrespeitadas;

• Distribuição inadequada da oferta de serviços de urgências, agravadas na medida em que se caminha para o interior do País (Neurologia, Neurocirurgia, Ortopedia, Cardiologia, Terapia Intensiva, Psiquiatria etc.);

• Maior concentração de recursos especializados nos grandes centros urbanos, que por outro lado,não significa garantia efetiva de oferta e acesso à população;

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• Processo de trabalho extenuante que, associado a problemas de qualificação e capacitação e a outros conflitos próprios das relações de trabalho e da organização do atendimento (carência de protocolização, acolhimento e triagem de risco), implicam em baixa resolubilidade da assistência e na desumanização das relações entre trabalhadores da saúde e o binômio paciente-família;

• Ausência dos princípios básicos de promoção da saúde na elaboração das ações vinculadas ao setor;

• Ausência de centrais de regulação médica de urgência, configuradas como elemento ordenador e orientador, integrando o complexo regulador da assistência do SUS;

• Ausência de serviços de atenção pré–hospitalar móvel na maioria dos municípios, muito embora em alguns existam serviços exclusivamente voltados ao trauma, com baixa integração e regulação com o sistema de saúde;

• Serviços de transporte de pessoas não regulados e que não seguem padrões normativos e protocolos técnicos;

• Insuficiente qualificação profissional para a atenção às urgências, baixa capacidade pedagógica instalada para a educação permanente em emergências clínicas e traumáticas e ausência de espaços descentralizados e tecnologicamente equipados para a formação específica em urgências.”

II – JUSTIFICATIVA O Estado de Goiás situa-se no centro-oeste do país, com uma área de

364.770 km² (3,99 % do território brasileiro). A maior parte do território goiano tem uma altitude entre 500 e 800 metros, com chapadas e planaltos, além de uma grande quantidade de rios. A capital do país Brasília, Distrito Federal, está incrustada no estado de Goiás, em sua região centro-leste. Goiás faz divisa ao Norte com o estado de Tocantins; a Oeste, com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e a leste com Minas Gerais e Bahia.

É um centro agropecuário importante do país, além de riquezas minerais e exploração de pedras preciosas e semipreciosas, bem como uma rica801,02 topografia natural que o faz receber milhares de visitantes a cada ano. Seu clima é tropical, com temperaturas médias anuais variando entre 18°c e 30°c e umidade relativa do ar com medida anual de torno de 43%.

Conta atualmente em 246 municípios, sua capital Goiânia, localiza-se no centro-sudeste do Estado, com área de 801,02 km² e dista de Brasília 196 km. Pelo IBGE-2002, o Estado tem uma população residente de 5.210.335 habitantes e Goiânia conta com 1.200.000 habitantes. É uma população predominantemente jovem (gráfico 1) e urbana (87.8%). Dos 246 municípios, 68% tem menos de 10.000 habitantes, sendo que 65,8% destes possuem menos de 5.000 habitantes. A densidade demográfica é de 13,72 habitantes por km² , enquanto que a de Goiânia é 1.471,07 habitantes km² (tabela 1).

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O território goiano é interligado por extensa malha rodoviária estadual ( em 2001, 10.295 km de rodovias pavimentadas) e nele passam importantes rodovias que interligam quatro extremos do país. Possui, ainda, quatro grandes aeroportos localizados em Goiânia, Caldas Novas, dois em Anápolis, sendo um civil e outro militar, base de jatos super sônicos do Ministério da Aeronáutica.

Embora a taxa de analfabetismo da população ser razoavelmente baixa (10,8% em toda a população). Nas faixas de 15 a 39 anos , a taxa de escolaridade é baixa, considerando que apenas 28,1% da população possui 8 anos ou mais de estudo. Isso também dificulta a compreensão da população sobre o conceito de “saúde e doença” enquanto qualidade de vida e nos processos e métodos de trabalho e saúde. Além disso, dificulta a possibilidade dos indivíduos e dos coletivos de populações compreenderem o funcionamento do sistema de saúde e de interferirem como cidadãos no controle social da gestão e do modelo assistencial do sistema.

Em relação à renda mensal, segundo o IBGE 2000, 18,8% da população economicamente ativa percebe até um salário mínimo; 17,2% recebe de 1 a 2 salários mínimos mensais (s.m.m.); 7,4% de 2 a 3 s.m.m.; 6,8% de 3 a 5 s.m.m.; 6,1% de 5 a 10 salários mínimos mensais; 2,6% de 10 a 20 s.m.m. e 1,6% superior a 20 salário mínimos mensais.

A situação de vulnerabilidade social vincula-se às condições econômicas de reprodução social , porém encontra-se relacionadas também às etnias sociais, origem regional, desemprego (IBGE março de 2002-7,1%), doenças crônicas, abandono, orientação sexual, entre outros, além da violência urbana. Tudo isso faz com que regiões de Goiás, como a Metropolitana de Goiânia, a região Pireneus, cuja sede é Anápolis, o Entorno de Brasília e o Nordeste do estado, tenham elevados índices de morbimortalidade.

Visando ao atingimento de todo o estado, foram combinadas algumas regionais atendendo a critérios geográficos e populacionais. Isso aumenta a resolutividade do sistema, tanto das Centrais de Regulação de Urgência, como das unidades móveis do SAMU 192. Para indicarmos a localização das Centrais e das unidades móveis , analisamos a existência de unidades do PSF, ambulatórios 24 horas , bases do Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Estadual, onde há hospitais nível I ou II.

De tal maneira que o usuário possa ter o seu agravo melhorado qualitativamente, isto é, estabilizado, à medida que se aproxime de municípios que tenham melhores condições de assistência, e se necessário até a região metropolitana de Goiânia. Reconhecemos que as longas distâncias existentes no estado dificultam sobremaneira o atendimento adequado, como os gestores e o projeto SAMU 192 idealiza em tempo o mais breve possível. Para o cidadão goiano usuário do SUS a efetivação do Projeto SAMU 192 representa um ganho significativo na qualidade de vida, pois não seria transportado “de qualquer maneira” e de “ qualquer local” direto para Goiânia

Entendemos, também, que o Projeto, nesta primeira fase vai acelerar o processo de implementação da regulação em nosso Estado. As distâncias entre os municípios assinaladas no mapa, são de no máximo de 150 km

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entre as bases de estabilização ou de resolução, que seriam monitoradas pelas nove Centrais de regulação de urgências abrangendo todo território goiano.

Neste primeiro momento, a implantação do SAMU 192 se daria em Goiânia, abrangendo a região Metropolitana de Goiânia; em Anápolis, abrangendo a região Pireneus e São Patrício; no entorno do Distrito Federal, em Luziânia, abrangendo a região Entorno Sul; e em Formosa, abrangendo as regiões Entorno Norte e a região Nordeste.

Em algumas regiões do Estado,acolhemos uma população flutuante , graças ao turismo,como na fronteira oeste do Estado, quando o rio Araguaia se transforma no local de veraneio ( meses junho a setembro) , Caldas Novas ( o ano todo)com suas águas termais , região do entorno norte e nordeste(região da Chapada dos Veadeiros) temos Alto Paraíso/visitada por pessoas ligadas ao misticismo), Pirenópolis (turismo – cidade histórica) assim como Goiás (Patrimônio Histórico da Humanidade), daí entendermos , que poderíamos ter unidades , até mesmo avançadas nestes períodos que ficariam lotadas , fora destas épocas, em bases Centrais de Regulação das Regionais a que pertencem, e num momento seguinte , pensamos em obter unidades móveis aquáticas e aéreas do SAMU 192.

O Projeto do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Estado de Goiás - SAMU GOIÁS - visa à concretização de três componentes do Sistema Estadual de Atenção às Urgências: as Centrais de Regulação de Urgências; os Serviços de Atendimento Móvel de Urgências e o Núcleo de Educação em Urgências. Estes componentes foram previstos no Plano Diretor de Urgências já aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite.

O Plano Diretor de Atenção às Urgências do Estado de Goiás é um instrumento global e estratégico de caráter normativo e programático que orienta de forma sistemática todos os agentes públicos e privados que atuam na produção e gestão de serviços na área de urgência em todo estado. O Plano Diretor teve como objetivo a formulação das ações estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás para a área de urgências. O Plano se justifica tanto pelas exigências atuais do Ministério da Saúde, como para dar continuidade ao planejamento global e setorial que direcione as ações da Secretaria e viabilize as condições técnicas, administrativas, operacionais e organizacionais para o cumprimento integral de sua missão institucional. O Plano Diretor de Atenção às Urgências se constitui no instrumento básico de Política de Atenção às Urgências do estado de Goiás.

São objetivos básicos do Plano Diretor de Atenção às Urgências do Estado de Goiás: I – contribuir para o pleno desenvolvimento das funções sociais do estado, visando à melhor qualidade de vida para a população; II - assegurar a todos os cidadãos o acesso a serviços de urgência resolutivos e adequados, dentro dos princípios do SUS de universalidade, eqüidade e integralidade; e III - implementar uma gestão participativa e fortalecer o controle social e a autonomia do Poder Público Estadual, em relação aos demais entes da Federação.

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Para alcançar os objetivos acima referidos a Secretaria de Estado da Saúde deverá criar condições para: I – melhorar a resolutividade dos serviços de urgência existentes no estado; II - ampliar a oferta de serviços em urgências com a criação e contratação de novos serviços; III – prover uma regulação médica das urgências compatível com a complexidade sistêmica da área, que permita o acesso do cidadão através de telefonema gratuito; IV – constituir um sistema serviços de atendimento móvel de urgências ágil, resolutivo e adequado às necessidades da população; V – melhorar a resolutividade de unidades não-hospitalares de urgência descentralizando as portas de entrada do sistema estadual de urgências; V - propor soluções e atuar junto aos outros níveis governamentais na resolução de problemas de caráter metropolitano relacionados à área de urgências.

O Plano Diretor abrange todo o estado de Goiás, leva em conta a dimensão metropolitana de muitos dos problemas relacionados à área de urgências e disciplina os aspectos sócio-sanitários, assistenciais, administrativo-institucionais e regulatórios da área de urgências. O Plano Diretor de Atenção às Urgências propõe normas e diretrizes capazes de propiciar a dinamização e a diversificação dos serviços, o desenvolvimento das atividades regulatórias e assistenciais e a melhoria das condições sanitárias da população. No plano assistencial, o Plano Diretor de Atenção às Urgências objetiva melhorar a qualidade e a resolutividade dos serviços de urgências, com propostas de intervenção na estrutura, em processos e nos resultados das ações. No aspecto administrativo-institucional, o Plano contempla um processo contínuo de planejamento, visando à implementação de suas diretrizes, mediante adoção de um sistema de acompanhamento que busque a integração com as demais esferas de Governo.

O Plano Diretor de Atenção às Urgências inicia o processo e cria condições para se efetuar uma avaliação objetiva e condensada do estágio atual da área de urgências no estado de Goiás, considerando fundamentalmente os seguintes pontos:

• Eficiência e eficácia na execução das atividades-fins e atividades-meios;

• Satisfação dos usuários; • Adequação da capacidade instalada e estrutura

organizacional; • Resolutividade alcançada; disponibilidade de serviços

adequados; • Utilização de métodos e ferramentas modernos para o

desenvolvimento do processo regulatório; • Capacitação dos recursos humanos e investimentos

realizados na área. O Plano Diretor de Atenção às Urgências busca ressaltar e justificar

quais são os principais problemas e dificuldades enfrentados pela área de urgências e revelar as principais causas e fatores limitantes até a presente data. Uma questão pertinente é: Que Políticas, Diretrizes e Princípios

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nortearão o Plano Diretor de Atenção às Urgências? Definir políticas e diretrizes do Plano Diretor de Atenção às Urgências é apresentar, em linhas gerais, entre outros aspectos: quais os princípios que serão adotados pelo sistema de saúde para atender às atividades-fins da Secretaria de Estado da Saúde; qual será a prioridade de atendimento de áreas e usuários específicos; qual será a necessidade e a prioridade de atendimento das atividades-meios; qual a prioridade de investimentos; qual a orientação para disponibilizar e compatibilizar informações e sistemas computacionais; orientação para centralização ou descentralização; quais os procedimentos para controle, regulação e avaliação; utilização de recursos próprios e/ou terceiros compondo parcerias.

Com este Plano Diretor de Atenção às Urgências, o estado de Goiás lança as bases de uma resposta sustentada de Política Estadual de Atenção às Urgências. Sem descuidar de medidas imediatas que busquem amenizar a situação crítica das emergências, mas articulando estas medidas com a viabilidade de elementos de organização e operação efetiva de um verdadeiro Sistema Estadual de Urgência.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás prioriza em termos de investimento e custeio esta proposta de desenvolvimento da atenção às urgências. A expectativa é construir uma política pública estadual sustentável e lançar as bases para a pactuação de uma política pública de urgências com os gestores dos municípios em Gestão Plena do Sistema Municipal. A expectativa é a plena integração do sistemas municipais e locorregionais de urgências em todo estado ao Sistema Estadual de Urgência e Emergência do estado de Goiás. Algumas diretrizes devem orientar esta política estadual de atenção integral às urgências.

Destacamos a necessidade de desenvolver e operar um concerto de política integral às urgências. A integralidade da atenção deve abarcar da promoção à saúde até a reabilitação. Esta política integral às urgências deve considerar o complexo pré-hospitalar (unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e o atendimento pré-hospitalar móvel - unidades móveis de suporte de vida e resgate), salas de emergência/reanimação, serviços hospitalares de distintas complexidades, unidades de cuidados intermediários e de terapia intensiva, centros de reabilitação, visando sempre às emergências traumáticas e não-traumáticas.

A atenção integral às urgências deve abarcar em suas iniciativas os quatro tipos fundamentais de clientes que se apresentam nos serviços de urgência, a saber:

• as emergências ou emergências reais - pacientes graves – com risco de vida ou com risco de perda de funções;

• as urgências aparentes ou presumidas, percebidas pelo paciente ;

• os pacientes que seriam de vocação de outras unidades do sistema, principalmente da atenção primária ou ambulatórios de especialidades ; e

• as urgências sociais.

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Os pacientes de vocação de outras unidades do sistema procuram os serviços de urgência porque não têm acesso pela via eletiva ou, algumas vezes, porque estes não têm a resolutividade necessária. O objetivo aqui seria captar e re-direcionar esses pacientes para locais efetivos de atendimento e vínculo. Em relação às urgências sociais, estas exigem intervenção de outros organismos de apoio e solidariedade.

Para regular o sistema, será estruturada uma rede de centrais de regulação médica de urgências em todo o estado. A regulação médica é a gestão do fluxo de oferta de cuidados de saúde. Esta Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgências deverá integrar o Complexo Regulador da Assistência Estadual, constituído de uma rede de complexos reguladores regionais previstas no Plano Diretor de Controle, Regulação e Avaliação do Estado de Goiás. A Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgências deverá coordenar o fluxo do atendimento pré-hospitalar móvel, das unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e emergências e do hospitalar, inclusive de terapia intensiva.

O gestor estadual e os gestores municipais das quinze macrorregiões de saúde em que o estado foi dividido deverão pactuar suas prioridades de investimento e estabelecer um compromisso para o financiamento progressivo do projeto regional pactuado. Esse pacto deverá prever a cobertura concomitante e progressiva de áreas críticas de custeio, incluindo o problema do alto custo em neurocirurgia, traumato-ortopedia, entre outros.

A Regulação dos Sistemas de Urgência é um conceito novo em nosso meio. Tal procedimento pode agilizar a definição técnica e a viabilidade política dos projetos para financiamento e viabilizar o desejado impacto de curto prazo na situação do atendimento das urgências no estado de Goiás. Dessa forma, serão lançadas as bases para uma gestão regionalizada das urgências. Esse Plano Diretor deverá tramitar em caráter de urgência nos Conselho Estadual de Saúde e na Comissão Intergestores Bipartite.

Para a constituição efetiva de um Sistema Estadual de Urgências do Estado de Goiás deverá ser feita uma programação pactuada entre os gestores e integrada entre as esferas de governo a respeito de um conjunto de iniciativas importantes. Ressaltamos a necessidade da programação pactuada e integrada dos seguintes aspectos : a organização de uma rede centrais de regulação médica de urgências ; a constituição de comitês regionais de gestão (bases para um consorciamento) ; a criação de um núcleo estadual de educação em urgências ; da provisão das condições para um efetivo funcionamento do atendimento pré-hospitalar móvel, em serviços de atendimento móveis de urgência de caráter municipal ou locorregional, das unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e emergências e do sistema hospitalar de atenção às urgências ; além da instituição de um sistema estadual de atenção pós-hospitalar com serviços de atenção domiciliar e de reabilitação.

III. OBJETIVOS

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3.1 OBJETIVOS GERAIS

a) Orientar e implantar a estruturação dos componentes da atenção pré-hospitalar móvel da atenção às urgências no âmbito do Sistema Único de Saúde, abaixo relacionados: • Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) • Centrais de Regulação Médica de Urgência

b) Estabelecer a cooperação técnica com os Corpos de Bombeiros, Polícias Rodoviária, Civil e Militar, Guarda Municipal, Defesa Civil Estadual e Municipal na área de resgate, salvamento, atenção à desastres e acidentes com múltiplas vítimas.

c) Estimular a organização de sistemas regionais de atenção às urgências, coerentes com o plano diretor de regionalização e a PPI, Plano Diretor de Urgências, em todo estado, em suas diferentes regiões e municípios.

d) Implantar os Núcleos de Educação de Urgências.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

(RELATIVOS À IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL E DA REGULAÇÃO DA ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS)

Relativos ao SAMU

a) Implantar o componente de atendimento pré-hospitalar móvel na capital

e nas várias regiões de saúde, adequando-os às necessidades dos

municípios.

b) Obter financiamento para a aquisição de ambulâncias e equipamentos

para a implantação de ... equipes/unidades de Suporte Básico de Vida

(USB) e ... equipes/unidades de Suporte Avançado de Vida (USA).

c) Obter financiamento a construção ou reforma e a aquisição de

equipamentos para implantação de até 13 centrais de regulação de

urgências, acessadas pelo número telefônico gratuito 192, especifico

das urgências.

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Relativos a Central de Regulação Médica de Atenção às Urgências

a) Garantir a implementação de Plano Diretor de Atenção às Urgências,

contendo as grades de referência e contra-referência, por especialidade

ou área de atuação, envolvendo todos os serviços do sistema, desde

as unidades básicas de saúde (UBS) e unidades saúde da família, as

unidades não-hospitalares de atendimento às urgências, prontos-

socorros hospitalares e demais unidades, considerado seu papel

potencial, seja como solicitantes ou receptoras, sejam estas unidades

públicas ou contratadas/conveniadas.

b) Garantir acesso por número gratuito próprio (192), com escuta médica

24 horas por dia, capacita em prestar atendimento à distância em suas

cinco vertentes:

• Aconselhamento e orientação;

• Definição da utilização dos recursos móveis adequados à

situação em demanda;

• Definição do destino das pessoas na rede de urgência,

garantindo adequação de necessidades com ofertas

disponíveis e apropriadas, monitorando o atendimento e o

acolhimento nos serviços;

• Orientação para os professores dos serviços de saúde que se

deparam com situações de urgências;

• Coordenação de atenção médica e dos fluxos de assistência

em casos de desastres e situações de calamidade de qualquer

natureza, conforme previsto no artigo 115, inciso XII da Lei

8080/90;

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Relativos aos Núcleos de Educação em Urgências

a) Promover profundo processo de capacitação e de educação

permanente dos trabalhadores da saúde para o adequado

atendimento às urgências e emergências, em todos os níveis de

atenção do sistema.

b) Estimular a adequação curricular nas instituições formadoras, de

forma a atender às necessidades do SUS e da atenção integral às

urgências.

c) Implantar Laboratórios de Ensino de procedimentos de Saúde junto aos órgãos formadores e incentivar à composição da abordagem temática em urgência em todos os Pólos de Educação Permanente em Saúde.

d) Obter financiamento para a aquisição de equipamentos técnicos para

a estruturação de Laboratórios de Ensino em Procedimentos de

Saúde e de Núcleo de Educação em Urgências (NEU) articulado com

o Pólo de Educação Permanente em Saúde, sendo inicialmente um

NEU para atender a Goiânia e outro NEU para atender ao restante do

Estado (ação imediata: formação de professores).

Relativos ao papel dos gestores dos Sistemas de Urgência e Emergência

a) Implantar Comitês Gestores dos Sistemas de Atenção às

Urgências.

b) Assegurar o custeio da atenção pré-hospitalar móvel, através da

participação de todos os níveis governamentais: União, estado e

municípios.

c) Assegurar aos municípios e regiões o custeio das Centrais de

Regulação Médica de Atenção às Urgências, em conformidade

com as especificações técnicas da legislação existentes (Portaria

GM/MS n.° 2048 de 05 de novembro de 2002).

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d) Concentrar esforços na humanização da atenção à saúde, como

estratégia de qualificação das relações interpessoais das equipes

de saúde e com a população.

IV - DIAGNÓSTICO LOCO-REGIONAL

1 – DADOS DEMOGRÁFICOS

Segundo Censo Demográfico ano 2.000/IBGE, a população residente

no estado é de 5.003.228 habitantes (em 2002, o IBGE registrou 5.210.335),

e da capital é de 1.093.007 habitantes (em 2002, o IBGE registrou

1.146.103), sendo um estado predominantemente jovem, conforme

apresentação abaixo, mostrando a sua distribuição por sexo (Tabela 1),

faixa etária (Gráfico 1) e situação de residência (Tabela 2).

Tabela 01 - População de Goiás, segundo faixa etária e sexo, 2.000

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Fonte:IBGE- Censos Demográficos e Contagem Populacional e MS/SE/DATASUS, a partir de totais populacionais fornecidos pelo IBGE, para os anos intercensitários.

FAIXA ETÁRIA MASCULINO FEMININO TOTAL

Menor 1 ano 47.233 45.493 92.726 1 a 4 anos 198.948 190.971 389.919 5 a 9 anos 248.159 238.733 486.892

10 a 14 anos 252.690 244.518 497.208 15 a 19 anos 260.633 260.205 520.838 20 a 29 anos 470.482 483.641 954.123 30 a 39 anos 389.475 406.787 796.262 40 a 49 anos 275.175 283.252 558.427 50 a 59 anos 173.824 174.193 348.017 60 a 69 anos 107.169 109.844 217.013 70 a 79 anos 50.980 52.422 103.402

80 anos e mais 17.670 20.731 38.401

TOTAL 2.492.438 2.510.790 5.003.228

Gráfico 01 - População de Goiás, segundo faixa etária e sexo, 2000

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0,351,02

2,143,47

5,497,77

9,3910,24

9,87

15105051015

0 a 910 a 1920 a 2930 a 3940 a 4950 a 5960 a 6970 a 7980 e +

Faix

a E

tária

(ano

s)

Percentual da População

FemininoMasculino

Fonte: IBGE

Tabela 02 - População total residente / Goiás segundo sexo e situação domicílio, 2000

HOMENS MULHERES URBANA RURALUF/CIDADE

Nº % Nº % Nº % Nº % TOTAL

Goiás

2.492.438

49,9

2.510.790

50,1

4.396.645

87,8

606.583

12,1 5.003.228

Goiânia

521.055

47,7

571.952

52,3

1.085.806

99,3

7.201

3,7 1.093.007

Fonte:IBGE

Dos 246 municípios do estado 68% têm menos de 10.000 habitantes,

sendo que mais da metade destes (65.8%) possuem menos de 5.000

habitantes (Tabela 3) mostrando a existência de várias localidades

pequenas com características de vida rural, enquanto que a tabela acima

demonstra o conceito de urbano e rural do IBGE.

A Densidade Demográfica do estado é de 13,72 habitantes por Km²

enquanto que a da capital é de 1.471,07 habitantes por Km² (Tabela 3) e

possui uma Taxa Geométrica de crescimento anual de 1,6 (Tabela 4). O

município apresentou, na última década, um dos maiores índices de

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26

crescimento populacional do país apresentando situação de domicílio

predominantemente urbana, sendo que a população de Goiânia representa

21,85 % da população de todo o Estado (Tabela 5).

Tabela 03 - No e % de municípios e Densidade Demográfica por Região

de Saúde proposta - Estado de Goiás, 1999

REGIÃO Municípios

N. %

Municípios < 10 mil habitantes

N. % Densidade

Demográfica

Macro-Goiânia 18 7,30

11 61,10 178,67

Centro-Sul 10 4,10

05 50,00 63,48

Centro-Norte 07 2,80

06 85,70 20,87

Entorno Sul 07 2,80

00 0,00 42,86

Entorno Norte 16 6,50

12 75,00 8,40

Nordeste 08 3,20

07 87,50 2,77

Norte 23 9,30

17 73,90 5,30

São Patrício 24 9,80

15 62,50 11,34

Pireneus 15 6,10

07 46,70 29,42

Rio Vermelho 19 7,70

12 63,20 5,82

Oeste 32 13,00

24 75,00 6,46

Sudoeste 27 11,10

19 70,40 6,46

Sul 24 9,80

16 66,70 12,97

Estrada de Ferro

16 6,50

12 75,00 8,91

GOIÁS 246 100,00

163 66,26 13,72

Goiânia (capital) - - - - 1.471,07

Fonte: Elaborado a partir dos dados fornecidos pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás - TCM

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Tabela 04 – Taxa média geométrica de crescimento anual, Goiânia, Goiás, Centro-Oeste e Brasil, 1980 a 2000

Goiânia Goiás Centro-Oeste Brasil 1,6 1,31 2,19 1,70

Fonte: IBGE

27

Tabela 05 – População do estado de Goiás segundo proposta de Regionalização em Saúde, 2000

POPULAÇÃO DRS Nº %

Macro-Goiânia 1.313.505 26,3 Estrada de Ferro 162.711 3,3 Norte 253.111 5,1 Oeste 244.757 4,9 Sudoeste 441.726 8,8 Nordeste 63.400 1,3 Pirineus 428.093 8,6 Rio Vermelho 195.633 3,9 São Patrício 249.908 5,0 Sul 335.072 6,7 Entorno Sul 542.454 10,8 Entorno Norte 247.767 5,0 Centro Norte 70.339 1,4 Centro Sul 454.752 9,1 Total 5.003.228 100,0 Goiânia (capital) 1.093.007 21,85 Fonte: Cálculos realizados a partir dos dados do IBGE, Censo 2000

2. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

O Brasil está inserido no capitalismo mundial, apresentando um

elevado índice de concentração de renda, com grandes desigualdades sociais e econômicas. Os indicadores oficiais apontam a pobreza como um

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mal que aflige uma parcela significativa da população, em conseqüência das más condições de vida, essa população sofre agravos dos mais variados. Em um estudo recente, apresentado pela Fundação Getúlio Vargas, publicado na Folha de São Paulo do dia 10 de julho de 2001, e citado no Projeto Feliz-Cidade (2001,01) aponta que 50 milhões de brasileiros têm renda inferior a R$80,00 mensais, ficando, o Estado de Goiás em 18º lugar no ranking brasileiro, com 25,46% de sua população vivendo com renda inferior a esse valor.

28

Caracterizado como um estado cuja principal atividade econômica é

agropecuária, em decorrência de um intenso movimento migratório ocorreu a concentração de 88% de sua população, para os centros urbanos ficando apenas 12% na zona rural. O crescimento do produto real foi fortemente influenciado pelo desenvolvimento desta atividade que teve uma taxa de expansão de 7,13%.

A taxa de alfabetização do estado é de 89,2% (Tabela 06); em Goiânia

sobe para 95,2% e em comparação com as outras taxas do país estamos em oitavo lugar.

Tabela 06 – Taxa de alfabetização, estado de Goiás, 2.000

População residente de 10 anos ou mais

AlfabetizadaTaxa de

alfabetização (%)

4.033.691 3.598.044 89.2

Fonte: IBGE

Observa-se que o Sistema de Saúde deve considerar que, apesar da taxa de analfabetismo da população ser razoavelmente baixa (10,8%), nas faixas de 15 a 39 anos, principalmente, a taxa de escolaridade também é baixa, considerando que apenas 28,1% da população possui 8 anos ou mais de estudos. Isto dificulta a compreensão da população sobre o conceito de “saúde e doença” enquanto qualidade de vida e nível de exercício de cidadania e, interfere, de forma importante, nos processos e métodos de trabalho em saúde. Além disso, dificulta a possibilidade dos indivíduos e dos coletivos de populações compreenderem o funcionamento do sistema de saúde e de interferirem, como cidadãos, no controle social da gestão e do modelo assistencial do sistema.

O produto interno bruto (PIB) do estado em 1999 foi de U$ 17,742

milhões de reais (SEPLAN/GO) – Tabela 07.

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29

Tabela 07 - Indicadores de Goiás em quantidade e classificação no

ranking nacional.

INDICADORES QUANTIDADE RANKING

DA FEDERAÇÃO

Área (km2) 341.289 7º População Residente (hab – 2000) 5.003.228 12º PIB (R$ Milhões – 1999) 17.742 12º PIB per-capita (R$ - 1999) 3.603 13º Potencial de Consumo Geral – (R$ Bilhões – 2001) 10,47 9º

Saldo Comercial – (R$ Milhões – 2001) 170,8 8º Extensão de Rodovias Pavimentadas – 2001 (em km) 10.295 6º

Telefones (aparelhos por 100 habitantes) - 2001 31,3 10º

Índice Desenvolvimento Humano (1996) 0,786 12º Número de Leitos Hospitalares (por mil habitantes – 1999) 4,6 (Brasil = 2,7) 1º

Taxa de Analfabetismo – 2000 (15 anos e mais)

11,93% (Brasil = 13,63%) 9º

Taxa de Mortalidade Infantil (por mil habitantes vivos) - 1999 25,6 (Brasil = 32,7) 5º

FONTE: IBGE/SEPLAN-GO Revista Amanhã/Simonsen Associados. Revista Economia Hoje nº 5 * Posição em relação ao menor índice

Embora o estado de Goiás ocupe o 12º lugar no ranking nacional com relação ao PIB, sendo uma economia em franca expansão, no entanto, do ponto de vista de distribuição de renda, ocupa o 18º lugar no ranking nacional. Caracterizando uma economia altamente concentradora onde não mostra uma adequada distribuição de riqueza produzida no estado entre sua população.

Em relação à renda mensal, os dados divulgados pelo censo do IBGE (2000) revelam que em Goiás 18,8% da população economicamente ativa vive com até um (1) salário mínimo; 17,2% ganham de 1 a 2 salários; 7,4% recebem de 2 a 3 salários mínimos; 6,8% de 3 a 5 salários mínimos; 6,1% de 5 a 10 salários mínimos; 2,6% recebem de 10 a 20 e 1,6% tem renda superior a 20 salários mínimos. Estes indicadores demonstram a disparidade entre o maior quantitativo populacional com uma renda de até um salário

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mínimo e menor quantitativo com renda superior a 20 salários. A taxa de desemprego, segundo o IBGE, em março de 2002 é de 7,1% e o índice Gini de 1991 em Goiás era de 0,6197 e no Brasil de 0,6366.

A situação de vulnerabilidade social vincula-se às condições econômicas de reprodução social, porém, encontram-se relacionadas também às etnias raciais, gênero, origem regional, desemprego, doenças crônicas, abandono, orientação sexual, entre outros. Estas condições expressam o caráter multidimensional da exclusão social decorrentes das desigualdades sociais geradoras da desagregação do indivíduo, de grupos e da quebra dos laços de pertencimento.

Em algumas regiões do Estado de Goiás, como a região metropolitana de Goiânia, o entorno de Brasília e o nordeste do estado, as populações encontram-se mais vulneráveis com o desemprego, a miséria, a violência urbana, a discriminação, a falta de moradia, tudo isso elevando os índices de morbimortalidade.

Quanto as condições de saneamento básico, o estado de Goiás tem 84% de sua população atendida por água tratada e apenas 35% é servida de esgoto (SANEAGO/2002).

As políticas públicas no estado ainda não conseguem dar respostas satisfatórias às demandas sociais. Portanto, a gestão destas políticas deve ter uma estrutura favorável ao alcance dos seus objetivos, investindo mais com a finalidade, otimizando os recursos, ampliando as ações de atendimento integral, para possibilitar as mudanças qualitativas dos indicadores. 3 - DESENHO DA MALHA VIÁRIA URBANA E RODOVIÁRIA (CONTEMPLANDO ACIDENTES GEOGRÁFICOS, RIOS, PONTES, LINHAS FÉRREAS E/OU OBSTÁCULOS AO DESLOCAMENTO DE VEÍCULOS DE SOCORRO, ACESSO A REDE DE ATENÇÃO PRÉ-HOSPITALAR FIXA E HOSPITALAR, INCLUINDO MAPA DE RISCO)

4 – SERVIÇOS DE SAÚDE EXISTENTES (E NÍVEL DE COMPLEXIDADE COM A PRODUÇÃO DOS SERVIÇOS POR LINHA DE ATENÇÃO E HIERARQUIA)

Atualmente o estado de Goiás ainda está dividido em 16 regiões de

saúde, que detalharemos mais adiante, com estruturas administrativas

pouco eficientes e com atribuições e competências mal-definidas. Isto é em

parte decorrência da ênfase na municipalização da assistência. Ao longo dos

últimos anos, seguidas discussões foram realizadas no sentido de melhorar

o acesso aos procedimentos de média e alta complexidade, que muitas

vezes não podem ser oferecidos pelos pequenos municípios.

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Uma das ações efetivadas foi a celebração de um convênio de

cooperação técnica com a província do Québec, no Canadá, que já

vivenciara uma experiência positiva de regionalização da assistência. Ao

mesmo tempo, o Ministério da Saúde desenvolveu estudos que culminaram

na edição da Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), que tem

como um dos pilares a política de regionalização da assistência. O Estado

de Goiás foi habilitado na condição de Gestão Plena do Sistema Estadual

pela NOAS 01/20002.

O valor anual do teto financeiro em 2001 foi de R$ 306.081.887,00

(Tabela 11).

Tabela 11 - Valor Anual (R$) do teto financeiro do Estado de Goiás no ano de 2001

PAB TETO LIVRE

ALTA COMPLEXIDADE

TOTAL

51.843.924,00 212.450.277,00 41.787.686,00 306.081.887,00 Fonte: PDR/SES-GO

Em 2002, a Macroalocação dos recursos financeiros para o estado de Goiás foi de R$ 367.179.947,81 (Trezentos e sessenta e sete milhões, cento e setenta e nove mil, novecentos e quarenta e sete reais e oitenta e um centavos), 16,64% a mais que 2001(Tabela 12).

Tabela 12 – Macroalocação de recursos financeiros, estado de Goiás, 2002

ÁREA ASSISTENCIAL MACROALOCADO ANO 2002 (R$) Atenção Básica 99.627.184,52 Média Complexidade 75.710.723,81 Tratamento Fora do Domicílio 70.000,00 Alta Complexidade Ambulatorial 53.042.060,11 Internação Hospitalar 138.729.979,37 TOTAL 367.179.947,81 Fonte: SPOSS - PPI/SES-GO, 2002

Dos 246 municípios do Estado, todos se encontram habilitados em

alguma forma de gestão, sendo 16 habilitados em Gestão Plena do Sistema Municipal (sendo que outros 44 municípios pleitearam este tipo de gestão, estando em processo de apreciação pela Comissão Intergestora Bipartite) e 231 em Gestão Plena da Atenção Básica, representando 6% e 94% respectivamente (Gráfico 02), com repasse dos recursos da atenção básica fundo a fundo para 100% da população. Dos recursos destinados à assistência da média e alta complexidade, 67,58% são repassados fundo a fundo, os restantes ficando sob gestão estadual.

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Gráfico 02 – Distribuição dos municípios do estado de Goiás

segundo tipo de gestão, dezembro 2.002

Munic. GPSM

6%

Munic. GPAB94%

Fonte: CIB – SES/GO

Com relação ao número de hospitais, a grande parte são de unidades

privadas lucrativas, representando 57,5% do total com 61,2% dos leitos. Em

seguida vem os de natureza municipal com 32,4% representando 17,1% dos

leitos; os filantrópicos com 7,8% - 14% dos leitos; os estaduais com 2,1% e

5,2% dos leitos e por último o Hospital Universitário que representa 1,3%

dos leitos (Tabela 13).

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Tabela 13 - Rede hospitalar e leitos do SUS, segundo a natureza do hospital em Goiás - outubro/2001

HOSPITAIS

LEITOS*

NATUREZA DOS

HOSPITAIS Nº

%

%

PRIVADOS - contratados 250 57,5 13.756 62,1

MUNICIPAIS 141 32,4 3.787 17,1

FILANTRÓPICOS CONVENIADOS 34 7,8 3.174 14,3

ESTADUAIS 09 2,1 1.147 5,2

UNIVERSITÁRIO 01 0,2 292 1,3

TOTAL 435 100 22.156 100

Fonte:DATASUS * não estão inclusos os leitos de UTI

Evidencia-se uma concentração na capital de serviços de referência

principalmente os de média e alta complexidade. Esta realidade é fruto de

um modelo concentrador onde as necessidades efetivas da população não

eram levadas em consideração e os serviços, instalados e credenciados

com base na oferta e não na necessidade/demanda.

Até 2002, havia na Secretaria de Estado da Saúde em Goiás, 22

regionais, desconsiderando critérios técnicos, epidemiológicos e geográficos.

No Plano Diretor de Regionalização – PDR, iniciado em 2001 e atualizado

em 2003, em substituição às 22 regionais de saúde, a SES propõs o

reordenamento dos serviços no Estado, aprofundando o processo de

descentralização com ênfase na regionalização e o aumento na eqüidade,

buscando a organização de sistemas de saúde funcionais que envolvam

todos os níveis de atenção (Tabela 14).

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Tabela 14 – Regionalização do Estado de Goiás, segundo pactuação do Plano Diretor de Regionalização ano 2002 e atualizado em 2003.

PDR PACTUADO QUANTIDADE

Região 16 Microrregião 36 Módulo Assistencial 59

Município Satélite 187

Pólo Regional 16 Pólo Microrregional 36

Fonte- PDR/SES-GO

Com base nas noções de territorialidade, prioridades e

conformação de sistemas funcionais de saúde (NOAS-SUS, 2002), foram

definidas 16 regiões de saúde, 36 micro-regiões, 59 módulos assistenciais e

187 municípios satélites, além de 16 municípios pólos-regionais,

coincidentes com os municípios definidos como sedes administrativas das

regiões e 36 municípios pólos micro-regionais, com serviços pactuados. O

Plano Diretor de Regionalização foi apresentado à Comissão Bipartite e

pactuado, conforme resoluções CIB nos 040 de 30 de julho de 2001 e 067 de

27 de dezembro de 2001 e devidamente atualizado em 2003.

O processo de regionalização no estado de Goiás busca contemplar a

lógica de planejamento integrado com ênfase nas noções de territorialidade,

identificação de prioridades para intervenção, conformação de sistemas

funcionais de saúde, visando garantir o acesso dos cidadãos aos serviços

necessários para solucionar seus problemas de saúde.

Neste enfoque, estabeleceu-se o processo de regionalização também

como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde, buscando maior

equidade.

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Desta forma, na definição dos conceitos–chave para a assistência no âmbito estadual, foram observados: 41

Níveis de Planejamento do Território Estadual:

Regiões de Saúde

Microrregiões de Saúde

Módulo Assistencial

Municípios Satélites

Municípios Pólos

Base de orientação para a reorganização dos serviços de saúde no Estado:

Município Atenção Básica (Saúde da Família) Módulo Assistencial Média Complexidade 1 Microrregiões Pré Natal de Alto Risco Urgências Regiões Média Complexidade 2, 3 Internação Geral Alta Complexidade Ambulatorial/Hospitalar

Conforme pode ser verificado no Quadro 1 a Secretaria de Estado da

Saúde possui, atualmente, 16 (dezesseis) Administrações Regionais de Saúde (ARS).

Quadro 1 - População Residente/População Municípios, segundo Administração Regional de Saúde – Período:

2002.

ARS SEDE Nº DE MUNICÍPIOSPOPULAÇÃO

Sul Itumbiara 22 318.183 Centro Sul Ap. Goiânia 11 521.119 Macro Goiânia Goiânia 30 1.469.823 Norte Porangatu 12 131.434 Nordeste Campos Belos 8 64.766

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Oeste I Iporá 16 118.232 Oeste II S. L. M. Belos 13 97.892 Sudoeste I Rio Verde 18 301.771 Sudoeste II Jataí 10 167.812 Rio Vermelho Goiás 19 200.449 Estrada de Ferro Catalão 15 163.588 Entorno Norte Formosa 16 260.208 São Patrício Ceres 24 248.633 Entorno Sul Luziânia 7 600.166 Pireneus Anápolis 15 434.724 Serra da Mesa Uruaçu 10 113.936

Fonte: População: IBGE/2002 S.: SCATS/2003 ESF: SIAB/SPAIS ARS: SPLAN/2003

Pelos dados apresentados verifica-se que a região de Goiânia possui o maior contingente populacional, seguida da Região Entorno Sul, cuja cidade sede é Luziânia. A Região Centro Sul, cujo município sede é Aparecida vem em 3o. lugar. A Região Pireneus, cuja sede Anápolis, vem em 4º lugar. Por outro, existem regionais com contingente populacional muito baixo tais como: a Região Nordeste, sede Campos Belos, e Oeste II, cuja sede é São Luís de Montes Belos.

A capacidade instalada da rede de atendimento no estado de Goiás tem a distribuição especificada no Quadro 2. O maior percentual de leitos está disponibilizado na especialidade de clínica médica, com 33,4% do total, vindo logo a seguir, os leitos de cirurgia com 19,19%; obstetrícia com 18,0%; pediatria com 14,3%; psiquiatria com 12,5%; Unidade de Terapia Intensiva/UTI 2,3% sendo que por último estão os leitos de cuidados prolongados (1,9%); hospital dia (0,44%); reabilitação (0,30%) e tisiologia com (0,06%).

A maior participação espacial em termos percentuais é da região de Goiânia que concentra 41% do total de leitos seguida de Anápolis com 9,5% e Ceres com 6,9%.

Em relação à concentração de leitos por mil habitantes, prevalece grande heterogeneidade, com regiões apresentando concentração superior a 4, tais como, Anicuns (9,2), Iporá (8,3), Ceres (7,6), Crixás (6,9), Goiânia (4,9), Anápolis (5,3) e outras com baixa concentração, tais como Posse com 1,9 e Luziânia com 0,54 leitos/1000 h.

No geral, entretanto, pode-se considerar que a concentração no estado é razoável, atingindo 4,4 leitos/1000, acima dos parâmetros hoje estabelecidos que varia de 02 a 04.

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Quadro 2 - Rede Hospitalar do SUS/Regional/Goiás –

Período: outubro/2001.

Regional de Saúde

Hospitais

Total de Leitos

Leitos UTI

Leitos Cirúr-gicos

Leitos Obstétric

o

Leitos Clín. Méd.

Leitos Cuid. Prol.

Leitos Psiquiat

ria

Leitos

Tisiolologi

a

Leitos Pediatr

ia

Leitos Reabil

it.

Leitos Hosp./

dia

Leitos/

1000 hab.

Goiânia 119 9.050 344 1.884 1.111 2.476 257 1.896 15 1.291 60 60 4,9

Formosa 11 419 0 30 52 130 1 161 0 45 0 0 2,2

Anápolis 25 2.100 66 388 365 671 12 373 0 284 0 6 5,3

Ceres 32 1.532 13 300 362 626 17 22 0 205 0 0 7,6

Morrinhos 13 430 0 89 100 162 10 5 0 64 0 0 3,4

Itumbiara 13 658 4 118 145 244 6 16 0 99 0 30 4,2

Catalão 7 353 18 58 107 164 3 3 0 18 0 0 4,0

Pires do

Rio 8 479 5 77 106 241 4 4 0 47 0 0 6,8

Goiás 32 1.227 12 218 288 475 17 19 0 210 0 0 6,3

Iporá 27 898 8 165 215 328 10 19 0 161 0 0 8,3

Anicuns 15 594 0 129 179 195 12 10 0 69 0 0 9,2

Uruaçu 19 741 15 168 134 297 10 13 0 119 0 0 6,5

Porangat

u 19 563 0 106 118 240 10 9 0 80 0 0 4,3

Jataí 16 643 0 110 107 206 10 115 0 95 0 0 3,9

Regional de Saúde

Hospitais

Total de Leitos

Leitos UTI

Leitos Cirúrgi

cos

Leitos Obstétric

o

Leitos Clín. Méd.

Leitos Cuid. Prol.

Leitos Psiquiat

ria.

Leitos

Tisiolologi

a

Leitos Pediatr

ia

Leitos Reabil

it.

Leitos Hosp./

dia

Leitos/

1000 hab.

Rio

Verde 14 479 10 69 104 156 4 78 0 68 0 0 2,5

Campos

Belos 6 176 0 27 43 71 1 1 0 33 0 0 3,5

Posse 6 138 0 16 44 49 0 0 0 29 0 0 1,9

Luziânia 9 309 0 44 77 122 4 1 0 60 0 0 0,54

Quirinóp

olis 11 342 5 61 80 135 8 6 0 52 0 0 3,7

Crixás 9 303 0 52 82 132 6 7 0 24 0 0 6,9

Pontalina 12 277 0 52 65 112 7 7 0 34 0 0 5,3

São Luís

dos

Montes

Belos

12 445 4 75 100 170 11 13 0 76 0 0 6,5

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Total 435 22.156 504 4.236 3.984 7.402 420 2.779 15 3.163 61 96 4,4

Fonte: DATASUS

Unidades assistenciais e hospitalares gerenciadas pela Secretaria de Estado da Saúde

O estado de Goiás conta ainda com uma rede própria de serviços sob a sua gerência, em Goiânia, mas sob gestão municipal. Esta rede constitui-se de:

- 01 Hospital de Urgências/HUGO

- 01 Hospital Geral Especializado/HGG

- 01 Hospital de Referência em Doenças Infecto

Contagiosas/HDT

- 01 Hospital Dermatologia Sanitária/HDS

- 01 Hospital de Medicina Alternativa/HMA

- 01 Hospital Materno Infantil/HMI

- 01 Centro de Odontologia Especializada

- 1 Laboratório de Saúde Pública/LACEN

- 01 Centro Integrado Médico Psicopedagógico/CIMP

- 01 Hemocentro/HEMOG

- 02 Maternidades/M.D.Íris e N. Sra. de Lourdes

- 01 Centro de Medicamentos de Alto Custo

- 01 Centro de Reabilitação Dr. Henrique Santillo

Os demais estabelecimentos assistenciais, anteriormente sob gestão

estadual, foram municipalizados (tais como: os antigos hospitais regionais,

centros de saúde e unidades mistas). A rede conveniada/contratada e, ainda

as unidades públicas localizadas em municípios habilitados em Gestão

Plena da Atenção Básica permanecem sob gestão estadual.

Rede de hospitais e Leitos hospitalares

O número de leitos totais (públicos, privados, filantrópicos e

universitários) do Estado de Goiás é de 22.660; sendo que a rede privada detém 62,51% (14.166 leitos), a rede pública com 21,95% (4.976 leitos), o filantrópico com 14,19% (3.217 leitos) e o universitário

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com 1,32% (301 leitos) dos leitos. Em algumas especialidades, a rede privada lucrativa, concentra quase que a totalidade dos leitos, como por exemplo, em UTI com o total de 79,8%, clínica médica com 61,3% e cirurgia com 65% (Tabela 17).

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Tabela 17 - Rede Hospitalar do SUS/Natureza de Hospital/Leitos/Goiás, outubro/2001

Natureza Hospitais Total de Leitos*

Leitos UTI

Leitos Cirúrgicos

Leitos Obstetricos

Leitos Clínica Médica

Leitos Cuidados

Prolongados

Leitos Psiquiatria

Leitos Tisiologia

Leitos Pediatria

Leitos Reabilitação

Leitos Hosp./dia

Contratado 245 13.976 402 2.750 2.607 4.541 173 1.571 0 1.932 0 0

Contratado optante

SIMPLES 5

190 8 53 48 67 3 2 0 3 0 6

Estadual 9 1.189 42 277 107 357 1 241 15 149 0 0

Municipal 141 3.787 0 599 862 1.432 22 107 0 764 1 0

Filantrópico 7 230 0 42 29 76 3 55 0 25 0 0

Filantrópico isento tributos e contr. Sociais

22 2.728 43 363 272 675 216 801 0 208 60 90

Filantrópico isento IR e

contr. s/ lucro líquido

5 259 0 37 35 145 2 2 0 38 0 0

Universitário Pesquisas 1 301 9 115 24 109 0 0 0 44 0 0

Total 435 22.660 504 4.236 3.984 7.402 420 2.779 15 3.163 61 96

Fonte: DATASUS * inclusos leitos de UTI

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O número de leitos contratados hoje no Estado de

Goiás é excessivo, em relação às necessidades previstas, atingindo

4,5 leitos por 1.000 habitantes, acima dos parâmetros hoje estabelecidos

que é de 2,0 a 4,0 leitos por 1.000 habitantes. Há uma grande

heterogeneidade entre as diversas regiões, ressaltando que as Regiões

Macro Goiânia e Centro Norte possuem 5,5 e 6,2 leitos por 1.000

habitantes, respectivamente; enquanto que as Regiões Entorno Sul e

Entorno Norte detêm 0,4 e 1,2 leitos por 1.000 habitantes (Tabela 18). Tabela 18 – Razão do no. de leitos por 1.000 habitantes nas regiões de saúde, Goiás, 2.000

Região Nº de leitos Leitos/1000 hab. Macro Goiânia 7.449 5,5Centro Sul 1.065 2,2Centro Norte 439 6,2Entorno Sul 254 0,4Entorno Norte 325 1,2Nordeste 224 3,5Norte 899 3,5São Patrício 1.327 5,3Pireneus 2.175 5Rio Vermelho 903 4,6Oeste 887 3,6Sudoeste 897 1,9Sul 712 2Estrada de Ferro

854 5,2

Fonte: IBGE / DATASUS A distribuição de leitos contratados (privados e filantrópicos) por especialidade também atende a uma lógica de concentração. A Região Macro Goiânia detêm 58,3% dos leitos de UTI, 62,6% dos leitos de psiquiatria, 45,5% dos leitos de pediatria, configurando 40,4% dos leitos totais do estado. Regiões como a do Entorno Norte, Entorno Sul, Rio Vermelho e Oeste não possuem leitos de UTI, e menos de 1% dos leitos de psiquiatria. O maior percentual de leitos está disponibilizado na especialidade de Clínica Médica com 32,9% dos leitos totais, seguido dos leitos de Cirurgia com 19,5%, Obstetrícia com 17,6%, Pediatria com 14,0% e Psiquiatria com 13,3% (Tabela 19).

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Tabela 19 – Distribuição de leitos segundo Região, Goiás, 2001

Fonte: PDR/SES-GO

Regiões UTI Psq CC GO CM Ped Total No. % No. % No. % No. % No. % No. % No. % Goiânia 269 58,30 1.539 62,66 1.639 45,59 803 24,76 2.018 33,27 1.181 45,56 7.449 40,46Centro Sul 55 11,90 348 14,16 152 4,22 176 5,42 264 4,35 70 2,70 1.065 5,78Centro Norte 5 1,00 11 0,44 84 2,33 110 3,39 178 2,93 51 1,96 439 2,38Entorno Sul 0 0,00 1 0,04 34 0,94 65 2,00 101 1,66 53 2,04 254 1,37Entorno Norte 0 0,00 1 0,04 42 1,16 88 2,71 134 2,20 60 2,31 325 1,76Nordeste 0 0,00 1 0,04 27 0,75 47 1,44 104 1,71 45 1,73 224 1,21Norte 15 3,25 17 0,69 199 5,53 166 5,12 353 5,82 149 5,74 899 4,88São Patrício 13 2,81 21 0,85 248 6,89 335 10,33 547 9,02 163 6,28 1.327 7,20Pirineus 66 14,31 377 15,35 396 11,01 373 11,50 677 11,16 286 11,03 2.175 11,81Rio Vermelho 0 0,00 17 0,69 171 4,75 232 7,15 363 5,98 120 4,62 903 4,90Oeste 0 0,00 18 0,73 175 4,86 254 7,83 317 5,22 123 4,74 887 4,81Sudoeste 15 3,25 85 3,46 144 4,00 202 6,23 323 5,32 128 4,93 897 4,87Sul 0 0,00 13 0,52 147 4,08 177 2795,45 4,60 96 3,70 712 3,86Estrada de Ferro 23 4,98 7 0,28 137 3,81 214 6,60 406 6,69 67 2,58 854 4,63Total 461 100 2.456 100 3.595 100 3.242 100 6.064 100 2.592 100 18.410 100

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Conforme Portaria no. 1.101, de 12 de junho de 2.002, do Ministério da Saúde, que estabelece os parâmetros de cobertura assistencial no âmbito do SUS, sendo estes representantes de recomendações técnicas ideais, em seu item 3: Parâmetros de Cobertura Hospitalar, “estima-se que de 7 a 9% da população terá necessidade de internações hospitalares durante o ano, em determinada região”. A Tabela 20 mostra estes parâmetros e a Tabela 21 demonstra a distribuição dos leitos hospitalares em cada região proposta:

Tabela 20: Parâmetros recomendados para o cálculo da necessidade de leitos hospitalares, por clínica, para cada 1.000 habitantes

Leitos Parâmetros (leitos/1.000 hab.) Totais 2,5 a 3

UTI 4 a 10% dos leitos totais Clínica Cirúrgica 0,44Clínica Médica 0,78Cuidados Prolongados (Crônicos) 0,16Obstetrícia 0,28Pediatria 0,41Psiquiatria 0,45Reabilitação 0,14Tisiologia 0,01Psiquiatria Hospital/Dia 0,08Fonte: Portaria no. 1.101, de 12 de junho de 2.002, do Ministério da Saúde

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Tabela 21 – Leitos Totais, CC., GO., CM., Cuid. Prolong., Psq., Tisiol., Ped., Reab., Hosp-Dia por 1000 habitantes e % de Leitos de UTI por

Leitos Totais, distribuídos por região de saúde, Goiás, setembro/2002

Fonte: A partir dos dados do MS – SIH/SUS

REGIÃO

Leitos Totais /1000

hab

%Leit.UTI/Leitos Totais

Leit.CC./1000 hab

Leit.GO/1000 hab

Leit.CM/1000 hab

Leit./Cuid. Prolong./ 1000 hab

Leit.Psq./1000 hab

Leit.Tisiol /1000 hab

Leit.Ped./1000 hab

Leit.Reab./1000 hab

Leit.Hosp-Dia/1000 hab

Macro-Goiânia 5,16 4,28 1,12 0,57 1,43 0,21 0,89 0,011 0,84 0,04 0,04Centro-Sul 1,93

6,90 0,29 0,33 0,49 0,01 0,70 0,00 0,11 0,00 0,00Centro-Norte 5,21 1,34 0,94 1,33 2,13 0,04 0,13 0,00 0,64 0,00 0,00Entorno Sul 0,41 0,00 0,05 0,09 0,19 0,01 0,002 0,00 0,07 0,002 0,00Entorno Norte 1,92 0,00 0,17 0,34 0,55 0,004 0,62 0,00 0,24 0,00 0,00Nordeste 3,58 0,00 0,60 0,88 1,41 0,02 0,02 0,00 0,66 0,00 0,00Norte 3,89 1,22 0,74 0,80 1,53 0,06 0,06 0,00 0,70 0,00 0,00São Patrício 5,82 0,90 1,08 1,46 2,34 0,06 0,08 0,00 0,78 0,00 0,00Pireneus 4,88 3,15 0,90 0,84 1,58 0,03 0,85 0,00 0,66 0,00 0,013Rio Vermelho 5,69 1,07 1,04 1,36 2,18 0,07 0,08 0,00 0,96 0,00 0,00Oeste 5,95 0,55 1,10 1,60 2,09 0,08 0,09 0,00 0,98 0,00 0,00Sudoeste 2,66 0,00 0,44 0,53 0,94 0,04 0,32 0,00 0,40 0,00 0,00Sul 3,39 0,34 0,65 0,75 1,33 0,05 0,07 0,00 0,54 0,00 0,00Estrada de Ferro 4,61 2,99 0,76 1,19 2,33 0,04 0,04 0,00 0,25 0,00 0,00Goiás 3,78 2,65 0,72 0,68 1,26 0,08 0,45 0,003 0,56 0,012 0,0126 Goiânia - Capital 5,43 4,85 1,26 0,57 1,57 0,10 0,93 0,013 0,93 0,00 0,05

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De acordo com as Tabelas anteriores, a média dos leitos totais no estado de Goiás é de 3,78 por 1000 habitantes, enquanto que os parâmetros do Ministério da Saúde são de 2,5 a 3 leitos por 1000 habitantes. Observando a distribuição dos Leitos Totais pelas regiões de saúde, nota-se que as regiões Macro Goiânia, Centro Norte, Nordeste, Norte, São Patrício, Pirineus, Rio Vermelho, Oeste, Sul e Estrada de Ferro estão acima dos parâmetros, enquanto que a região Sudoeste está de acordo e as regiões Centro Sul, Entorno Sul e Entorno Norte estão abaixo dos parâmetros do Ministério da Saúde.

No que se refere aos Leitos de UTI, em média o estado de Goiás possui 2,65% dos Leitos Totais, enquanto que os parâmetros do MS são de 4 a 10% dos Leitos Totais. De acordo com a distribuição destes leitos pelas regiões de saúde, verifica-se que as somente as regiões Macro Goiânia e Centro Sul estão de acordo com os parâmetros, enquanto as regiões Centro Norte, Norte, São Patrício, Rio Vermelho, Pirineus, Oeste, Sul e Estrada de Ferro estão abaixo dos parâmetros e as regiões Entorno Sul, Entorno Norte, Nordeste e Sudoeste não possuem nenhum leito de UTI.

Os leitos de Clínica Cirúrgica no estado são de 0,72 leitos por 1000 habitantes, enquanto que os parâmetros do MS preconizam 0,44 por 1000 habitantes. As regiões Macro Goiânia, Centro Norte, Norte, Nordeste, São Patrício, Pirineus, Rio Vermelho, Oeste e Estrada de Ferro estão acima dos parâmetros; as regiões Centro Sul, Entorno Sul, Entorno Norte estão abaixo e a região Sudoeste está de acordo com os parâmetros.

Com relação aos leitos de Ginecologia e Obstetrícia, no estado existem 0,68 leitos por 1000 habitantes, onde o preconizado é de 0,28. Em todas as regiões, com exceção do Entorno Sul, os parâmetros estão acima dos estabelecidos.

Os parâmetros dos leitos de Clínica Médica são de 0,78 leitos por 1000 habitantes, enquanto que o estado de Goiás possui 1,26. A grande maioria das regiões estão com o número de leitos acima dos parâmetros, com exceção das regiões Centro Sul, Entorno Sul e Entorno Norte.

No que se refere aos leitos de Cuidados Prolongados, os parâmetros são de 0,16 leitos por 1000 habitantes, onde o estado possui 0,08. Com exceção da região Macro Goiânia, todas as outras regiões de saúde estão abaixo dos parâmetros.

O estado de Goiás possui 0,45 leitos de Psiquiatria por 1000 habitantes, conforme os parâmetros do Ministério da Saúde. Com exceção das regiões Macro Goiânia, Centro Sul, Entorno Norte e Pirineus, que estão acima dos parâmetros, as outras regiões não alcançaram os mesmos.

Os leitos de Tisiologia possuem parâmetros de 0,01 leitos por 1000 habitantes, enquanto que o estado de Goiás possui 0,003 leitos, sendo que somente a região Macro Goiânia, especificamente a capital Goiânia, possui estes leitos.

Os parâmetros para os leitos de Pediatria são de 0,41 leitos por 1000 habitantes, enquanto que o estado possui 0,56. Quatro regiões não alcançaram os parâmetros: Centro Sul, Entorno Sul, Entorno Norte e Estrada de Ferro, enquanto que as demais estão acima dos parâmetros, com exceção da região Sudoeste que possui 0,40 leitos por 1000 habitantes.

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Com relação aos leitos de Reabilitação, os parâmetros são de 0,14 leitos por 1000 habitantes, sendo que o estado possui 0,012, onde somente as regiões Macro Goiânia e Entorno Sul oferecem estes serviços com o número de leitos bem abaixo dos parâmetros estabelecidos.

Os leitos de Psiquiatria – Hospital/Dia possuem parâmetros de 0,08 por 1000 habitantes, enquanto que o estado possui 0,013 distribuídos apenas nas regiões Macro Goiânia e Pirineus com números inferiores aos parâmetros estabelecidos.

O Estado de Goiás possui atualmente 435 hospitais, sendo que 58,4% são conveniados, 31,4% municipais, 7,8% filantrópicos, 2,0% estaduais e 0,2% universitários; demonstrando um alto percentual de hospitais contratados (Tabela 22).

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Tabela 22 – Freqüência de Hospitais por Região de Saúde e Natureza Jurídica, Goiás, 2.000 DRCA/SES-GOFonte: P

Região Contratado

Contr.

isento

Estadual

Municipal

Filantrópico

Filant.isento

total Fil. isento

IR Univ.Pes

q. Total

Macro Goiânia 64 0 9 3 2 6 1 1 86Estrada de Ferro 7 0 0 7 0 1 1 0 16Norte 23 0 0 15 1 0 0 0 39Oeste 32 1 0 20 0 1 0 0 54Sudoeste 12 0 0 21 1 4 1 0 39Nordeste 1 0 0 7 0 0 0 0 8Pireneus 18 1 0 3 1 4 0 0 27Rio Vermelho 21 0 0 11 0 2 0 0 34São Patrício 27 3 0 9 0 1 1 0 41Sul 20 0 0 13 2 2 1 0 38Entorno Sul 4 0 0 4 0 0 0 0 8Entorno Norte 2 0 0 10 0 1 0 0 13Centro Norte 6 1 0 7 0 0 0 0 14Centro Sul 10 0 0 6 0 0 0 0 16Total 247 6 9 136 7 22 5 1 433

62

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Conforme Tabela 23, a Taxa de Ocupação Hospitalar, em 2000, nas 22 regionais de saúde que ainda estão funcionando foi de 27,6% da população, sendo que a média desejável seria de 80 a 85% de ocupação por leito por ano para o SUS, onde apenas as regionais de Goiânia (Macro Goiânia) e Formosa (Entorno Norte) tiveram mais de 40% de ocupação, mostrando com isto o excesso de oferta de leitos no estado.

Verifica-se que é baixo o valor médio de AIH estadual, sendo de R$ 378,38, indicando que a grande parte dos procedimentos realizados estão na atenção secundária. A média de permanência do estado ficou em torno de 6 dias/2000, enquanto que a média de permanência hospitalar/Brasil/SUS/99 foi de 5,98 dias. A taxa de mortalidade hospitalar ficou em torno de 2,0% em 2000, sendo que a média no Brasil foi de 2,63%, sendo 4,05% no Rio de Janeiro e 0,88% no Maranhão em 1999 (Portaria no. 1101, de 12 de junho de 2002/MS). A Região de Saúde Goiânia detêm a maior taxa de mortalidade hospitalar, com o percentual de 2,84%, por concentrar os serviços da alta complexidade (anexo).

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Tabela 23 –Internações Hospitalares do SUS por especialidade, Valor médio AIH, Taxa de permanência, Taxa de Ocupação e Taxa de Mortalidade Hospitalar/Goiás, 2000.

Fonte: PDRCA-SES/GO,2002

Especialidade AIH

pagas

Internações Valor total Valor médio

AIH

Valor médio

intern.

Dias

perman.

Média

perman.

Taxa de

ocupação %

Óbitos Taxa

mortalidade

Clínica cirúrgica 73.983 73.224 51.106.386,92 690,79 697,95 342.494 4,7 22,2 1.596 2,18

Obstetrícia 60.444

60.444 14.094.204,34 233,18 233,18 131.607 2,2 9,10 6 0,01

Clínica médica 174.580 174.580 46.098.609,65 264,05 264,05 791.825 4,5 29,3 4.736 2,71

Cuidados prolongados

(Crônicos) 1.037 409 1.757.897,52 1.695,18 4.298,04 29.918 73,1 19,5 21 5,13

Psiquiatria 31.791 15.417 17. 474.892,87 549,68 1.133,48 718.813 46,6 70,8 33 0,21

Tisiologia 113 113 83.880,13 742,30 742,30 2.044 18,1 37,5 31 27,43

Pediatria 37.612 37.612 12.596.461,99 334,91 334,91 177.769 4,7 15,4 822 2,19

Reabilitação 467 467 445.576,80 954,13 954,13 12.610 27,0 56,6 0 0,00

Psiquiatria - hospital

dia 1.109 1.109 557.454,98 502,66 502,66 27.815 25,1 79,4 0 0,00

Total 381.136 363.375 144.215.365,20 378,38 396,88 2.234.895 6,2 27,6 7.245 1,99

SIH/SUS

64

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Na Tabela 24 está descrito o número e o percentual de internações por causas (CID 10). As doenças do aparelho respiratório são responsáveis por 20,06% do total, seguido por procedimentos obstétricos com 17,17%; doenças do aparelho circulatório com 12,85%; doenças do aparelho geniturinário com 6,91%; lesões e envenenamento com 4,82% e por fim transtornos mentais com 4,61%. Tabela 24: Número e percentual de internações por causa (CID 10) no Estado de Goiás, 2000.

Capítulo CID - 10 Internações % Doenças infecciosas e parasitárias 25.120 6,91Neoplasias 10.705 2,95Doenças hematológicas 1.563 0,43Doenças endócrinas 10.512 2,89Transtornos mentais 16.742 4,61Doenças do sistema nervoso 7.464 2,05Doenças do olho e anexos 1.717 0,47Doenças do ouvido 468 0,01

Doenças do aparelho circulatório 46.701 12,8

5

Doenças do aparelho respiratório 72.903 20,0

6Doenças do aparelho digestivo 35.424 9,75Doenças da pele 2.957 0,81Doenças do sist. osteomuscular 6.493 1,79Doenças do aparelho geniturinário 27.523 7,57

Gravidez, parto e puerpério 62.382 17,1

7Algumas afecções do período perinatal 3.567 0,98Malformações congenitas 1.891 0,52Sint. e sinais anormais ex. clí. e lab. 4.277 1,18Lesões envenenamento e causas externas 17.056 4,82Causas externas de morbidade e mortalidade 1.362 0,37Contatos com serviços de saúde 6.535 1,8Total 363.362 100

Fonte: PDRCA-SES/GO, 2002 SIH/SUS

Conforme a Tabela 25, as internações em psiquiatria possuem o maior percentual no valor faturado com 12,0% do total, porém representando apenas 4,0% das internações. Os procedimentos obstétricos são responsáveis pelo maior percentual de internações com 7,9% e 4,1% do total faturado. Os procedimentos cirúrgicos em cardiologia são responsáveis por uma participação alta no faturamento; cirurgia cardíaca V com 4,5%, marca-passo com 1,8% e cardiopatia congênita com 1,2% do faturamento; e

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representam 0,4%, 0,2% e 0,07% das internações respectivamente. As distorções do perfil de gastos refletem a má composição dos preços da tabela do SUS, agravada pela manipulação indevida da mesma e pelo controle inadequado das internações. Tais distorções poderão ser alteradas com a implantação do Plano Diretor de Regulação. Tabela 25 - Principais grupos de procedimentos/valor faturado/quantidade, em Goiás, 2000.

Internações Freqüência Grupo

Valor Faturado R$ 1,00

% Nº %

Internação e Psiq. IV 17.238.150,85 12,0 14.696 4,00INS. Cardíaca 9.446.719,88 6,6 18.813 5,20Cir. do coração V 6.545.329,02 4,5 1.235 0,40Cir. Obstétrica II 5.904.458,18 4,1 28.575 7,90INS. Respiratória 5.512.198,53 3,8 12.082 3,30Alterações resp. em crianças 5.007.897,85 3,5 8.942 2,50

Crise asmática 4.618.299,78 3,2 15.934 4,40Afecções Pulmonares 4.537.791,75 3,1 21.042 5,80

Enteroinfecções>/a 2.657.144,65 1,8 14.844 4,10Marca Passo 2.655.886,25 1,8 748 0,20Cir. Obstétrica III 2.610.921,82 1,8 7.664 2,10Ac. Vascular Cerebral 2.372.921,90 1,6 5.288 1,50

Cir. Abdômen II 2.024.403,19 1,4 6.930 1,90Valvoplastia e angioplastia 1.924.015,96 1,3 489 0,10

Cardiopatia congênita 1.868.052,99 1,2 289 0,07

Cir. Obstétrica VI 1.856.643,66 1,1 7.492 2,1Cir. do ____ III 1.771.725,11 1,1 1.714 0,5Prematuridade 1.737.576,19 1,1 997 2,7Afecções de vias aéreas 1.723.353,02 1,0 13.281 3,6

Cuidados prolongado I 1.471.514,49 0,9 291 0,1

Outros 62.596.544,89 43,4 182.029 50,1Total 144.215.365,50 100,0 363.375 100,00Fonte: PDRCA-SES/GO DATASUS

5 – ATIVIDADES CORRELATAS

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Caracterização e identificação de outros serviços importantes para elaboração do diagnóstico:

• Aparelho formador na área de saúde: Formação em Medicina:

Faculdade de Medicina da UFG / Hospital das Clínicas da UFG • Formação em Enfermagem:

o Nível Superior: Faculdade de Enfermagem da UFG Faculdade de Enfermagem da Universidade

Católica Faculdade de Enfermagem UNIVERSO Faculdade de Enfermagem da UNIP

o Nível Médio: Várias Unidades formadoras

• Unidades do Corpo de Bombeiros: o 1° Grupamento de Incêndio o Grupo de Resgate Pré-Hospitalar

• Unidades da Polícia Rodoviária: o Destacamento de Polícia Rodoviária Federal o Batalhão de Polícia Militar Rodoviária

• Policiamento Urbano: o Polícia Militar do estado de Goiás – Comando

Metropolitano – vários batalhões o Polícia Civil o Polícia Municipal o Polícia Federal

• Serviços Privados de remoção e assistência domiciliar o Unimed o UTI Vida o SOS UTI

• Defesa Civil 6 – DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

O estado de Goiás tem como determinantes no processo saúde-doença da sua população, vários fatores. Dentre eles podemos citar um crescimento populacional predominantemente urbano e, em algumas regiões de forma desordenada, sofrendo grandes influências de pólos importantes, com peculiaridades sócio-econômicas diferenciadas dos demais estados brasileiros, como é o caso dos municípios que fazem parte da região metropolitana de Brasília.

Existem ainda as regiões ricas em minérios e pedras preciosas, área de garimpo onde a população é flutuante e se aloja em precárias condições de habitação e saneamento. As condições de vida e hábitos dessa população

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contribuem para o aumento da disseminação rápida de doenças de veiculação hídrica - como diarréia e hepatite - e outras, como meningite, principalmente.

A Taxa de Mortalidade Geral do estado (Tabela 08) tem permanecido em torno de 4,62 óbitos por 1.000 habitantes. Na causalidade das mortes por grupos nosológicos, (* Óbitos por Ocorrência segundo Causa CID10 BR-200), destaca-se o das Doenças do Aparelho Circulatório que se apresenta como primeiro nas causas de Mortalidade Geral do Estado, com 28,01% dos casos registrados. Atinge a faixa etária acima dos 30 anos, com aumento significativo de ocorrências nas faixas etárias acima de 60 anos.

O segundo grupo é constituído pelas Causas Externas com 18,2% dos óbitos do Estado, sendo 32,6% destes por acidentes de trânsito, tendo uma distribuição importante em todas as faixas etárias, entre 15 e 69 anos.

Em terceiro lugar aparecem as Neoplasias em geral, com 11,65% dos casos registrados.

32

O quarto grupo é formado pelas Causas Mal Definidas, representando 10,13 % do total de óbitos do Estado, sendo que o maior número de casos registrados é entre menores de 01 ano e os de faixa etária de 20 e 80 anos. Tabela 08 – Número, % e classificação de maior ocorrência de óbitos por residência – Goiás, seg. capítulos CID 10, 2000.

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FONTE: SIM/CGAIS/Cenepi/Funasa

A Taxa de Mortalidade Materna no Estado em 2.000 está em torno de 30,64

óbitos por 100.000 nascidos vivos. Destes, 57% são por causas evitáveis

(eclâmpsia, infecções e hemorragias). Estes indicadores tão negativos do Estado

revelam a necessidade de priorizar as Ações Básicas voltadas ao atendimento

pré-natal, ao parto e ao planejamento familiar.

Capítulo CID-10 Total (%)

CLAS./ MAIOR OCOR.

IX Doenças do Aparelho

Circulatório 6.473 28,01 1º

XX Causas Externas de Morbid. 3.647 15,78 2º

II Neoplasias (Tumores) 2.693 11,65 3º

XVIII Sint., Sinais e Achad. Ano 2.342 10,13 4º

X Doenças do Aparelho Respiratório 2.111 9,13 5º

I Algumas Doenças Infecto eparasitárias 1.588 6,87 6º

XI Doenças do Aparelho Digestivo 1.121 4,85 7º

IV Doenças Endócrinas, Nutri 932 4,03 8º

XVI Algumas Afec. originadas n 845 3,66 9º

XVII Malf Cong, Deformid e Ano 353 1,53 10º

VI Doenças do Sistema Nervoso 321 1,39 11º

XIV Doenças do AparelhoGeniturinário 296 1,28 12º

V Transtornos Mentais eComportamentais 164 0,71 13º

III Doenças Sangue, Org. Hemat. 95 0,41 14º XIII Doenças Sist. Osteomuscular 72 0,31 15º

XII Doenças da Pele e do Tecid. 33 0,14 16º

XV Gravidez, Parto e Puerpério 26 0,11 17º

VIII Doenças do Ouvido e da ap. 1 0,00 18º

Total 23.113 100,00

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A Taxa de Mortalidade Infantil registrada no estado em 2.000 é de 15,84 óbitos por mil nascidos vivos. O maior número de casos registrados ocorre no período perinatal, com 50,47%.

As principais causas de óbitos nessa fase são, em primeiro lugar as Afecções originadas do período Perinatal, em segundo as Anomalias Congênitas, em terceiro lugar, as Doenças Infecciosas e Parasitárias, seguida das Afecções Mal Definidas, Doenças do Aparelho Respiratório e Outras Causas.

Dentre as principais causas de internações hospitalares no Estado de Goiás, no ano de 2000, podemos observar na Tabela 09, que se configuram diferentemente conforme o sexo.

Nos homens, destacam-se como principais causas de internação doenças do aparelho respiratório, seguidas por doenças do aparelho circulatório, doenças aparelho digestivo, transtornos mentais e comportamentais, algumas doenças infecto e parasitárias, lesões por envenenamentos e algumas outras conseqüências de causas externas.

Enquanto que nas mulheres, a principal causa é gravidez, parto e puerpério, seguido por doenças do aparelho respiratório, doenças do aparelho circulatório,doenças do aparelho geniturinário e doenças do aparelho digestivo. 34

Tabela 09 - Porcentagem de internações segundo sexo e causas (CID 10) em

Goiás no ano de 2000.

SEXO MASCULINO SEXO FEMININO

Diagnóstico (Capítulo) % Diagnóstico (Capítulo) % X. Doenças do aparelho respiratório 23,92

XV. Gravidez, parto e puerpério 28,29

IX. Doenças do aparelho circulatório 12,96

X. Doenças do aparelho respiratório 15,92

XI. Doenças do aparelho digestivo 11,65

IX. Doenças do aparelho circulatório 11,89

V. Transtornos mentais e comportamentais 11,39

XIV. Doenças do aparelho geniturinário 8,39

I. Algumas doenças infecto e parasitárias 8,28

XI. Doenças do aparelho digestivo 7,72

XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 7,56

V. Transtornos mentais e comportamentais 5,68

Fonte- SIH/SUS

Dentre os agravos, destaca-se a re-emergência da dengue com 25.733

casos notificados em 2.002, até a semana epidemiológica n.º 36, com um aumento de 92,13% em relação ao mesmo período do ano anterior (Tabela 10).

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Os municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia, apresentaram 75,2% destes casos. 35

Tabela 10 - Notificação de agravos e doenças no estado de Goiás no período de

2000 2001* Da 1ª até 53ª Semana

Epidemiológica Da 1ª até 53ª Semana

Epidemiológica Notificado Confirmado

AGRAVOS Notificado Confirmado

74 55 Coqueluche 102 53

2.735 1.486 Dengue 13.282 6.748

4 - Difteria 03 -

200 41 Febre amarela 28 01

3.051 2.150 Hepatite viral 3.189 1.881

226 174 Malaria 264 168

1.211 782 Meningite 1.503 718

3 01 Raiva Humana 20 17

68 58 Sífilis Congênita 91 23

501 323 Sífilis em Adultos 514 371

29 21 Tétano acidental 16 14

2 - Tétano neonatal 2 -

26 - Varicela 21 -

2000 e 2001 Fonte: SINAN / SABS / SES-GO

Verifica-se que existe uma deficiência nos registros de dados, mostrando

disparidades entre a realidade e os registros, o que pode ser observado, por exemplo, com relação a Raiva Humana, levando a inferir não serem dados fidedignos por uma ocorrência muito alta de casos.

Atualmente existem 240 municípios com presença do Aedes aegypti, destes 85% notificaram casos de Dengue. A transmissão da doença está dispersa em 115 municípios, com circulação do sorotipo Den I nas cidades Doverlândia, Senador Canedo, Caldas Novas, S. Luís de Montes Belos, Trindade, Itumbiara, Inhumas, Padre Bernardo, Aragarças, Ouro Verde, Piranhas e Anápolis; Den II em Mineiros e circulação simultânea do Den I e Den II nos municípios de Goiânia,

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Senador Canedo e Aparecida de Goiânia. Recentemente foi isolado o Den III nos municípios de Goiânia, Trindade, Luziânia e Aparecida de Goiânia.

Os casos registrados no Estado de Goiás concentram-se nos adultos-jovens. Em 2.001, o coeficiente de incidência de Dengue no Estado de Goiás foi de 117,8 por 100.000 habitantes e em 2.002 foi de 394,28 por 100.000 habitantes (até a Semana Epidemiológica nº 36), conforme SINAN/SABS-GO.

Doenças que causam internações hospitalares

Há que se considerar o quadro de doenças que causam as internações

hospitalares, uma vez que o sistema de regulação pode atuar de forma a racionalizar o uso de instalações e equipamentos, com fortes repercussões na qualidade do atendimento em todo o estado. O Quadro 3 apresenta as causas de internações hospitalares, por capítulo do CID -10.

Como se pode observar, dentre as principais causas, se destacam as doenças do Aparelho Respiratório com 20,06%; vindo a seguir o grupo Gravidez, Parto e Puerpério com 17,17; doenças do Aparelho Circulatório com 12,85%; doenças do Aparelho Digestivo com 9,75%; doenças do Aparelho Geniturinário com 6,91%; lesões e envenenamentos com 4,82% e transtornos mentais com 4,61%. E, acrescente-se que, de maneira geral, a situação relacionada às doenças que causam internação não se difere muito da realidade nacional.

Quadro 3 - Morbidade Hospitalar do SUS - por local de internação - Goiás. Período 2000.

Capítulo CID -10 Internações %

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 25.120 6,91 II. Neoplasias (tumores) 10.705 2,95 III. Doenças sangue órgãos hemat. e transt.

Imunitár. 1.563 0,43

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 10.512 2,89 V. Transtornos mentais e comportamentais 16.742 4,61 VI. Doenças do sistema nervoso 7.464 2,05 VII. Doenças do olho e anexos 1.717 0,47 VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastóide 468 0,01 IX. Doenças do aparelho circulatório 46.701 12,85 X. Doenças do aparelho respiratório 72.903 20,06 XI. Doenças do aparelho digestivo 35.424 9,75 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 2.957 0,81 XIII. Doenças sist. osteomuscular e tec. Conjuntivo 6.493 1,79 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 27.523 7,57 XV. Gravidez, parto e puerpério 62.382 17,17

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XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal 3.567 0,98 XVII. Malf. cong. Deformid. e anomalias

cromossômicas 1.891 0,52

XVIII. Sint. sinais e acha anorm. ex clín. e laborat. 4.277 1,18 XIX. Lesões enve. e alg. out conseq. causas

externas 17.056 4,82

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 1.362 0,37 XXI. Contatos com serviços de saúde 6.535 1,80

Total 363.362 100,0 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

V - PROPOSTA DE REORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIAS

Cabe à esfera do governo estadual, dentro de suas macro-funções de regulação e

cooperação o papel de:

1 – coordenar a organização dos instrumentos e mecanismos de regulação,

bem como a operacionalização de ações, de acordo com os pactos estabelecidos.

2 – assessorar e supervisionar o processo de implementação dos planos

municipais e regionais de regulação da assistência.

3 – monitorar o cumprimento das pactuações estabelecidas, de forma

ordenada, oportuna, qualificada e equânime.

4 – atuar em caráter complementar aos municípios, garantindo a gestão de Centrais de Regulação Regionais e Estadual, conforme a pactuarão, com as seguintes funções;

• Promover a interlocução inter e intra-regional;

• Monitorar, em tempo real, o sistema de atenção integral às urgências

quanto a sua acessibilidade e resolubilidade;

• Avaliar sistematicamente os fluxos pactuados e os espontâneos de

pacientes em direção aos serviços de urgência, propondo correções

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quando necessário, com base no Plano Diretor de Regularização,

Programação Pactuada Integrada e necessidades não atendidas;

• Compilar, consolidar dados e realizar a análise epidemiológica das

demandas direcionadas às Centrais de Regulação das Urgências,

identificando lacunas assistenciais e subsidiando ações de

planejamento ou investimento e de controle do SUS;

• Gerencias o processo de avaliação das ações e serviços de saúde.

Sendo assim, as macro-funções do Estado, no âmbito da organização da atenção às urgências, ficam estabelecidas na dimensão da organização e regulação geral do sistema estadual, garantindo a universalidade, a equidade e a integralidade da atenção às urgências.

O Estado deverá operar ativamente no sentido da construção e

ordenamento dos sistemas regionais, cabendo-lhe no exercício da regulação

estadual, quando necessário, promover a mediação entre os gestores municipais

da saúde e dos fluxos entre as centrais de regulação regionais de urgência.

A Secretaria de Estado da Saúde deverá contribuir e coordenar os Comitês

Gestores Estaduais e os Comitês Gestores Regionais do Sistema de Atenção às

Urgências, garantindo a adequada articulação entre os entes gestores e os

executores das ações.

Os Comitês Gestores do Sistema de Atenção às Urgências, previstos na

Portaria GM/MS n.° 2.048, de 05 de novembro de 2002, representarão o espaço

formal de discussão e implementação das correções necessárias à permanente

adequação do sistema de atenção integral às urgências, dentro das diretrizes

estabelecidas pelos Planos Diretores de Atenção às Urgências, em suas

instâncias de representação institucional. Permitirão que os atores envolvidos

diretamente na estruturação da atenção às urgências possam discutir, avaliar e

pactuar as diretrizes e ações prioritárias, subordinadas às estruturas de pactuação

do SUS nos seus vários níveis.

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Nos Comitês Gestores Estaduais do Sistema de Atenção às Urgências os

indicadores deverão ser analisados segundo critérios de regionalização,

buscando-se construir um quadro descritivo completo da atenção estadual às

urgências, apontando aspectos positivos, dificuldades, limites e necessidades a

serem enfrentadas no contexto da macro e micro-regulação (regional e local). Este

relatório da situação da atenção estadual às urgências será remetido à

Coordenação Geral de Urgência e Emergência, do Departamento de Atenção

Especializada, Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, em

Brasília, onde comporá a base nacional de dados relativa a atenção às urgências.

Recomenda-se que os Comitês Gestores Estaduais do Sistema de Atenção

às Urgências sejam compostos pelo Coordenador Estadual do Sistema de

Atenção às Urgências, pelo COSEMS, representado por Coordenadores

Municipais do Sistema de Atenção às Urgências, pela Defesa Civil Estadual,

representantes da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Polícia

Rodoviária, das empresas concessionárias de rodovias, com sugestão de estudar

a necessidade ou oportunidade de se incorporarem a eles representantes das

Forças Armadas Brasileiras.

Sugere-se que os Comitês Gestores dos Sistemas Regionais de Atenção

às Urgências, sob coordenação estadual, acompanhem a composição municipal

abaixo descrita, com fluxo operacional compatível e de acordo com a realidade

regional.

Em relação aos Comitês Gestores dos Sistemas Municipais de Atenção às

Urgências sugere-se a seguinte composição mínima: Coordenador Municipal do

Sistema de Atenção Às Urgências, representantes dos serviços de saúde

(prestadores da área das urgências), representante do Corpo de Bombeiros,

Polícias Rodoviária, Civil e Militar, Guarda Municipal, onde essas corporações

atuem na atenção às urgências; representantes da Defesa Civil Municipal e do

gestor municipal da área de trânsito, e conforme a necessidade justificar, de

representantes da Aeronáutica, Marinha e Exército brasileiros.

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VI – A REGULAÇÃO MÉDICA DA ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS

Segundo o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência aprovado pela Portaria GM/MS no. 2.048, de 5 de novembro de 2002: “A Regulação Médica das Urgências, baseada na implantação de suas Centrais de Regulação, é o elemento ordenador e orientador dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. As Centrais, estruturadas nos níveis estadual, regional e/ou municipal, organizam a relação entre os vários serviços, qualificando o fluxo dos pacientes no Sistema e geram uma porta de comunicação aberta ao público em geral, através da qual os pedidos de socorro são recebidos, avaliados e hierarquizados”.

Ainda segundo o citado Regulamento Técnico, “as necessidades imediatas da população ou necessidades agudas ou de urgência, são pontos de pressão por respostas rápidas. Então o Sistema deve ser capaz de acolher a clientela, prestando-lhe atendimento e redirecionando-a para os locais adequados à continuidade do tratamento, através do trabalho integrado das Centrais de Regulação Médica de Urgências com outras Centrais de Regulação –de leitos hospitalares, procedimentos de alta complexidade, exames complementares, internações e atendimentos domiciliares, consultas especializadas, consultas na rede básica de saúde, assistência social, transporte sanitário não urgente, informações e outros serviços e instituições, como por exemplo, as Polícias Militares e a Defesa Civil”.

As Centrais de Regulação Médica de Urgência devem estar, obrigatoriamente interligadas entre si. Passam assim a fazer parte de um Complexo Regulador da Assistência, ordenador dos fluxos gerais de necessidade/resposta, que garante ao usuário do SUS a multiplicidade de respostas necessárias à satisfação de suas necessidades. Ao médico regulador devem ser oferecidos os meios necessários, tanto de recursos humanos, como de equipamentos, para o bom exercício de sua função, incluída toda a gama de respostas pré-hospitalares previstas no Regulamento Técnico das Urgências e portas de entrada de urgências com hierarquia resolutiva previamente definida e pactuada, com atribuição formal de responsabilidades.

Identificado com a perspectiva considerada pelo “Projeto de Reorganização do Atendimento de Urgências e Emergências” do Ministério da Saúde este Plano Diretor “reconhece o papel fundamental dos municípios na regulação médica das urgências e nos demais elementos do complexo regulador, onde as centrais de regulação municipais poderão atuar como centrais regionais, notadamente nas áreas metropolitanas e junto aos pólos regionais, sempre que houver pactuação intermunicipal regional e acordo na Comissão Intergestores Bipartite”.

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COMPLEXO REGULADOR DA ASSISTÊNCIA DO ESTADO DE GOIÁS

O estado de Goiás foi um dos primeiros estados da federação a formular o seu Plano Diretor de Controle, Regulação e Avaliação, exigido pela NOAS/SUS 01/2002. Em sua Introdução encontramos a seguinte afirmação : « A análise situacional feita pela Superintendência de Controle e Avaliação Técnica de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás durante o ano de 2001 e primeiro semestre de 2002 indicou a necessidade de mudança no processo de regulação de oferta e demanda das ações e serviços de saúde no Estado de Goiás. Pôde-se concluir que os mecanismos atualmente existentes são insuficientes, que o Complexo Regulador Estadual precisa ser implementado e as Centrais de Regulação Regionais e Municipais precisam ser articuladas”.

No referido Plano, destacam-se as propostas de Reestruturação das Atividades de Controle e Avaliação e a Implantação do Complexo Regulador Estadual. Desta forma, foram propostas diretrizes, princípios e um plano de estruturação de um Complexo Regulatório em nível estadual. O plano cumpriu as diretrizes da Norma Operacional da Assistência à Saúde do Sistema Único de Saúde - NOAS-SUS 01/2002, e foi aprovado, por unanimidade, na 7ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Bipartite do Estado de Goiás, no dia 22 de agosto de 2002.

O planejamento e a implantação desse Complexo Regulador Estadual não foi visto como um exercício burocrático. Antes de tudo, foi encarado como uma das estratégias importantes de modificação do processo de controle do fluxo de ofertas e de demandas. A existência do Complexo Regulador Estadual tornou-se imperativa. A necessária regulação da oferta de serviços de saúde exige pressupostos importantes de gestão tais como a Programação Pactuada e Integrada – PPI, o Plano Diretor Regional – PDR e o Plano de Controle, Regulação e Avaliação, previsto na NOAS-SUS 01/2002 e no capítulo II da Portaria GM/MS 2048/2002. Exige, ainda, sistema de informações eficiente, além de um novo modo de relacionamento com os prestadores, tanto públicos como privados.

A implantação desses mecanismos de gestão exige enfrentamentos em todos os níveis, tanto do ponto de vista interno, através de esforços de reorganização interna tanto da Secretaria de Estado da Saúde, quanto das instâncias colegiadas. Serão necessárias novas bases de parceria entre os gestores, definindo claramente o papel de cada um na implantação dos Complexos Reguladores Regionais.

Outro enfrentamento se dará com os prestadores públicos e principalmente os privados. As ações de serviços de saúde deverão ser geridas obedecendo à lógica de necessidade da população e não à lógica de acumulação financeira e dos interesses corporativos. Isso exige uma nova maneira de inserção dos serviços no Sistema de Saúde. Finalmente, é preciso compreender que a implantação de mecanismos de regulação da demanda e oferta de serviços de saúde é importante instrumento de melhoria gerencial no SUS e da qualidade de assistência prestada à população usuária.

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O termo complexo, segundo o Dicionário Aurélio, é um grupo ou conjunto de coisas, fatos ou circunstâncias que têm ligação ou nexo entre si. Esse termo expressa o significado de coletivo. Quando se associa a palavra complexo ao termo regulador (ou regulatório) - relacionado à regulação médica ou regulação da assistência à saúde – encontramos uma denominação adequada para o conjunto de ações reguladoras do SUS. Nesse sentido, Complexo Regulador não designa somente o local onde se decide, orienta, encaminha pessoas para o atendimento, obedecendo a determinados protocolos. O que se propõe através deste Plano é criar as devidas condições para o cumprimento do que é exigido na NOAS-SUS 01/2002.

Entendida a concepção geral de regulação da assistência do SUS, temos que conviver com diferentes interpretações emanadas de Portarias Técnicas que acabaram ferindo a concepção das leis maiores – Constituição Federal (CF) e Lei Orgânica da Saúde (LOS). Pode-se identificar que algumas dessas interpretações são verdadeiramente limitantes. Diante dessa situação, será necessário expandir ao máximo nossa concepção a respeito do processo regulatório e ações conseqüentes, obviamente sem ferir a Lei. Paralelamente, deve-se lutar para que as normas técnicas possam ser enriquecidas e ampliadas. Assim, nessa ótica, ressaltamos a necessidade de expandir a concepção limitada de REGULAÇÃO restrita a determinada área expressa algumas Portarias, inclusive a NOAS-SUS entre outras.

Na implantação do Complexo Regulador da Assistência, deve-se congregar unidades de trabalho responsáveis pela regulação de várias áreas: leitos; consultas especializadas; exames de média e alta complexidade; com ênfase na regulação médica da atenção às urgências. A idéia é criar unidades – centrais, serviços, divisões etc. - que executem o que está regulamentado. Essas unidades poderão complementar a regulação daquilo que não estiver regulamentado, sendo de sua competência administrativa e regulatória o acesso às ações e serviços de saúde na área de urgências – serviços de atendimento móvel de urgência; pré-hospitalar fixo e atendimento hospitalar de urgência.

O esforço deverá se dar no sentido da adequação das condutas e procedimentos. Isso significa disponibilizar a alternativa assistencial mais adequada à necessidade do usuário. Aqui está implícito que não é o simples atendimento de demanda, mas a escolha adequada à necessidade, pois nem sempre a ação demandada é a melhor, podendo ser necessária uma mais simples ou mais complexa. Impõe-se, ainda, a busca da qualificação contínua, em obediência aos princípios do SUS: de universalidade da assistência; da eqüidade onde se tratam diferentemente os diferentes e de forma igual os iguais; e da integralidade com que se busca o atendimento a todas as necessidades de usuários.

É também necessário prover condições da ordenação de todo o sistema. O ordenado aqui não se pode compreender com um cumprimento puro e simples de protocolos, nem o atendimento a uma simples fila por ordem de chegada, mas sim a ordenação sob o critério da eqüidade onde se priorizam as necessidades mais urgentes e se oferece a oportunidade do atendimento.

Para que se execute esta regulamentação é necessário planejamento e programação. O primeiro passo é saber o que se vai fazer. Pode-se basear na regulação já existente, além do imprescindível cumprimento de aspectos não

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existentes. O segundo passo é saber quais as necessidades da população. É importante a busca da epidemiologia como fonte de informações vitais e um dos instrumentos imprescindíveis dos agravos à saúde coletiva. De outro lado, é necessário levantar o que se tem de recurso disponível e as condições de acesso. Definir o que cada uma das esferas de governo vai fazer: a regionalização e hierarquização inserindo neste processo todas as ações e serviços de saúde disponíveis.

É necessário prover a delegação de autoridade a quem estiver coordenando esta unidade na ponta. De tal modo que possa desincumbir-se a contento de suas competências seguindo protocolos de condutas. Esta unidade deve estar permanentemente articulada com as demais áreas do SUS como a área de gestão, planejamento, programação, controle, avaliação etc.

A proposta é que dentro do Complexo Regulador da Assistência do Estado de Goiás seja prontamente instalada a Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgência, atendendo pelo telefone 192, padronizado no país pelo Ministério da Saúde. É importante, que esta Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgência, parte integrante do Complexo Regulador Estadual, regule a todos os serviços de atendimento móvel de urgências vinculados ao SUS.

A Rede de Centrais Regionais de Regulação funcionará sob a gestão da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – SES/GO. Terá como uma das suas funções regionalizar e hierarquizar a demanda pelos serviços média e alta complexidade, com prioridade para os serviços médicos de urgência. O Complexo Regulador da Assistência do Estado de Goiás e a Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgência, a ele vinculado, com sua unidade de recepção dos chamados da população, deverão funcionar de maneira integrada e sistêmica.

A REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIAS A Regulação Médica é um novo tipo de trabalho médico. Os Serviços de

Atendimento Móvel de Urgência – SAMU - introduziram e desenvolveram o conceito da Regulação Médica dos chamados urgentes. Antes a resposta era assegurada por não-profissionais (telefonistas ou recepcionistas dos hospitais).

A Central de Regulação Médica de Urgências, parte integrante do Complexo Regulador da Assistência, é o centro médico da rede de comunicações das urgências pré-hospitalares e hospitalares.

A Regulação Médica consiste em: • Assegurar uma escuta médica PERMANENTE; • Determinar a resposta mais bem adaptada; • Assegurar-se da disponibilidade dos meios de hospitalização; • Organizar o transporte; • Preparar a admissão do paciente no hospital.

A Central de Regulação Médica de Urgência garante a resposta médica a toda urgência. Para este fim utiliza as unidades de suporte de vida do pré-

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hospitalar móvel, das unidades de urgência do pré-hospitalar fixo e das unidades hospitalares.

A Central de Regulação Médica de Urgência deve operar com: Exclusividade legal:

• Para coordenar todos os recursos públicos ou privados; Centro de recepção dos chamados hospitalares:

• Para onde convergem a oferta e a procura de urgências; Centro de recepção dos chamados da população:

• Número "192”; Procedência dos chamados:

• Particulares; • Bombeiros e polícia; • Locais de trabalho médico; • Unidades da rede básica; • Hospitais.

O Sistema Estadual de Urgência deverá ter obrigatoriamente as seguintes vertentes de atuação:

• A Rede de Centrais de Regulação Médica das Urgências; • O Núcleo de Educação em Urgências (NEU); • Os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência, ou seja, o

atendimento pré-hospitalar móvel com suas Unidades de Suporte Avançado – USA, as Unidades de Suporte Básico – USB e o SIATE e suas Unidades de Resgate;

• As Unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e emergências de porte I, II e III;

• As unidades do sistema hospitalar público e privado; • O sistema de atenção pós-hospitalar (serviços de atendimento

a domicílio e reabilitação). A CENTRAL DE REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS A Central de Regulação Médica de Urgência é o cérebro do sistema. É de

onde o médico, ajudado pelo auxiliares de regulação, deve gerir o fluxo de oferta de cuidados de saúde e direcionar as demandas oferecendo sempre o meio mais bem adaptado às necessidades específicas.

A Central de Regulação Médica de Urgência tem dois objetivos principais: 1. Atender a demanda hospitalar, regionalizando e hierarquizando o

atendimento de urgência, através da regulação das transferências inter-hospitalares. Esta regulação é realizada através do contato telefônico entre o médico solicitante e o regulador.

2. Atender a demanda direta da população, através do número 192, de fácil memorização e acesso.

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O primeiro objetivo será assumido em pactuação com os gestores municipais e em articulação com as centrais de regulação regionais em nosso estado. Essas Centrais de Regulação serão estruturadas nas cidades que são as sedes ou pólos das macrorregiões de saúde.

O segundo objetivo é de competência do estado e dos municípios em plena do sistema municipal. Há um número telefônico específico disponibilizado para isso – o "192", padronizado pelo Ministério da Saúde em todo país. É importante que haja um trabalho integrado entre todas as Centrais Regionais que deverão funcionar em conjunto, de forma sistêmica.

Como objetivos acessórios, porém não menos importantes, podemos citar: - a integração com o SIATE/Corpo de Bombeiros e outras

unidades militares para oferecer socorro médico às vítimas de acidentes e violências, através de suas Unidades de Resgate; e.

- a possibilidade de integrar outros serviços ao Complexo Regulador da Assistência: Central para vagas de Psiquiatria e AIDS; Central de Captação de Órgãos para Transplante; Central de Orientação às Intoxicações; Central de Urgências Obstétricas e Neonatais, entre outras.

Para melhor integração como Corpo de Bombeiros e outras unidades militares torna-se importante fazer a diferenciação entre Atendimento Pré-Hospitalar Móvel - APHM e Resgate. Este último é a principal vocação do Corpo de Bombeiros e outras unidades militares.

Atendimento Pré-Hospitalar Móvel é o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte da vítima. O objetivo é mantê-la com vida e em situação mais próxima possível da normalidade até sua chegada à unidade hospitalar. Alguns exemplos são as ações ligadas ao socorro: controlar hemorragia, manter livres as vias aéreas, imobilizar fratura etc.

Resgate é o grupo de providências técnicas para a retirada de vítimas de locais de onde não conseguem sair por si e sem risco. Exemplos: salvamento nas alturas; vítima libertada das ferragens de um carro, de um edifício em chamas, de um poço etc. Freqüentemente, o Atendimento Pré-Hospitalar Móvel e o Resgate são praticados ao mesmo tempo, terminando por causar certa confusão entre os termos.

A Central de Regulação tem como requisitos mínimos necessários: Recursos humanos:

o Médicos reguladores; o Videofonistas (Técnicos Auxiliares de Regulação Médica – TARM); o Administrador da Central.

Estes devem trabalhar em plantões ininterruptos, acomodados em mesas de trabalho adequadas, de preferência tendo a visão uns em relação aos outros.

Recursos materiais:

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o Linhas telefônicas, com possibilidade de expansão sempre que necessário:

Linhas para receber chamadas Linhas para enviar chamadas;

o Aparelho para transmissão de fac-símiles; o Micro PABX; o Microcomputadores com sistema de gerenciamento das chamadas

instalado; o Sistema de rádio-comunicação com o Atendimento Pré-hospitalar

Móvel e suas unidades de suporte de vida e com o Corpo de Bombeiros; o Sistema de gravação de comunicações.

FUNÇÕES DO MÉDICO REGULADOR: O Médico Regulador é pessoalmente responsável pela qualidade da resposta

e é auxiliado pelos videofonistas ("TARM” - Técnicos Auxiliares de Regulação Médica).

O Médico Regulador deve: • Tranqüilizar; • Escolher a solução mais adequada; • Evitar - as intervenções inúteis, - as hospitalizações desnecessárias, - as intervenções duplas; • Melhorar o atendimento dos pacientes em perigo de vida: Conselho, transmissão da informação às unidades de suporte de vida,

contato com o serviço hospitalar especializado; - Simplificar o acesso do doente ao médico - Acompanhar o atendimento - Coordenar o atendimento - Enviar reforços - Preparar a internação do paciente.

O Médico Regulador deve ainda: - Manter o diálogo com a pessoa que chamou; - Propor a solução mais adequada à ocorrência; - Funcionar como elemento de ligação entre o médico da Unidade

Móvel e os serviços especializados dos hospitais.

A equipe médica de regulação deverá:

- Analisar a demanda; - Avaliar as necessidades;

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- Classificar as prioridades entre as diferentes necessidades; - Escolher os serviços mais apropriados para atender a ocorrência.

Nas transferências inter-hospitalares, enquanto a equipe trabalha no

atendimento inicial: - Indicar o serviço hospitalar de destino do paciente - O serviço deve ser prevenido da chegada do paciente para poder

organizar-se e esperar o paciente AS TRANSFERÊNCIAS INTER-HOSPITALARES: A Central de Regulação Médica de Urgência tem a função de regular as

transferências inter-hospitalares, regionalizando e hierarquizando o atendimento às urgências no âmbito dos municípios ou regiões de sua abrangência.

Esta função deve sempre respeitar as peculiaridades regionais, adaptando-se a elas, e:

• Criar pólos de referência; • Otimizar os recursos existentes; • Evitar a duplicação de serviços.

As transferências serão sempre realizadas pela Central de Regulação e serão dependentes da participação do Médico Regulador, que tem competência ética e legal para tomar as decisões cabíveis.

OBJETIVOS: a) Conscientizar:

o Os profissionais de saúde; o As autoridades públicas.

b) Definir o modelo adequado: o Que complete as peculiaridades regionais; o Que garanta as necessidades gerais.

c) Institucionalizar o modelo definido: o Dispositivos éticos; o Dispositivos legais.

IMPLANTAÇÃO: HIERARQUIZAR: Devemos implantar uma grade de hierarquização dos hospitais existentes nas

várias regiões, definindo qual é o hospital de maior resolutividade, que vai ficar responsável pelo atendimento dos casos de maior gravidade.

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REGIONALIZAR: O gestor estadual deverá atuar de forma integrada com os pólos regionais

de atendimento às urgências, que devem estar localizados em municípios com capacidade de resolução de casos mais complexos. Nestes municípios, deverão ser celebrados convênios com os respectivos hospitais ou santas casas, para a disponibilização de vagas para a Central de Regulação.

CONTROLAR: O gestor deve ter, por exigência da Portaria 2048/2002, um Comitê Gestor de

Urgências, que deve reunir-se periodicamente, pelo menos uma vez por mês, para aparar eventuais arestas e melhorar a qualidade das transferências, é obrigatório também que haja um levantamento estatístico do movimento e um banco de dados informatizado onde haja um arquivo com os problemas enfrentados.

GERENCIAR: O gestor deve pactuar com os hospitais participantes, o número de vagas

necessário para atender as transferências inter-hospitalares no âmbito do município ou região.

Tais vagas devem ser de gerenciamento exclusivo do Complexo Regulador da Assistência, ou seja:

• O Complexo Regulador deve ter uma relação de seus LEITOS disponíveis, e não genericamente o número de vagas.

• A ocupação destes leitos só pode ser autorizada pelo Complexo Regulador, mesmo que seja para a internação de pacientes de demanda espontânea do próprio município.

• A movimentação dos pacientes (internações e altas), deve ser informada a cada 12 horas à Central de Regulação via FAX ou em tempo real - on line - quando da plena implantação do Sistema de Regulação – “software” – que permita esta operação.

NORMAS DA CENTRAL DE LEITOS:

1. A Central de Regulação Médica de Urgência trabalha com as vagas que tem disponíveis, não podendo responsabilizar-se por transferências que excedam sua capacidade.

2. A Central de Regulação Médica de Urgência só pode atender solicitações dentro das especialidades disponíveis em cada pólo micro-regional, que estão discriminadas na Central de Regulação e foram mapeadas através dos contratos de credenciamento dos hospitais participantes com o SUS.

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3. A Central de Regulação Médica de Urgência considera que não há limite de vagas para PARTOS e PRIMEIROS SOCORROS DE URGÊNCIA nos pólos micro-regionais. Portanto não aceitará transferir pacientes que se enquadrem nessas condições.

4. A Central de Regulação Médica de Urgência considera que é obrigação dos pólos micro-regionais atenderem nos limites de sua capacidade instalada em número de leitos e especialidades cadastradas. Portanto só aceitará transferir pacientes que excedam esses limites.

IMPLANTAÇÃO DAS CENTRAIS DE REGULAÇÃO DE URGÊNCIAS CARACTERIZAÇÃO OPERACIONAL DE UM SISTEMA DE

REGULAÇÃO

A Regulação deve ser entendida como uma das funções de fortalecimento da capacidade de gestão do SUS, pois é o mecanismo que permite ao Estado otimizar a rede de serviços e garantir o acesso a atenção integral. A operacionalização deve ser ascendente e em profunda ligação com a política da Atenção Básica. Neste contexto, o controle e a avaliação se inserem como responsáveis pelo acompanhamento, avaliação e correção dos desvios assistenciais e financeiros dos serviços.

O complexo regulador deve contemplar a concepção de hierarquia e território, tanto para a utilização de procedimentos/internações, quanto na alocação de Unidades/Centrais de Regulação, conformando em cada macrorregião um Complexo Regulador que será articulado em rede por todo o Estado.

Abaixo estão contidas as definições conceituais de cada nível de complexidade que conformarão o Sistema de Regulação do Estado de Goiás:

a) Unidade de trabalho A unidade de trabalho congrega um conjunto de procedimentos que

regula uma função específica do sistema, utilizando os recursos normativos, materiais, humanos e financeiros. Serão definidas tantas Unidades de Trabalho quantas forem necessárias, de acordo com o perfil epidemiológico da Macrorregião bem como os tipos de equipamentos alocados e o balizamento da relação custo/benefício.

Uma central de regulação, portanto, compreende uma série de unidades de trabalho, determinadas pelo perfil epidemiológico, organização do modelo assistencial da região, natureza do que regula e do território de sua abrangência. São exemplos de unidades de trabalho de uma central de regulação de serviços de alta complexidade: urgências, oncologia, ressonância magnética, hemocentros etc.

b) Central de regulação

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A central de regulação é composta por unidades de trabalho, desempenhando o papel de receber e direcionar a demanda por serviços, a partir do conhecimento da capacidade de produção instalada, como também identificar os déficits e as falhas do sistema.

A central de regulação deverá dispor em tempo real de informações das condições de oferta, haja vista, que a informação atualizada é um instrumento fundamental no processo de regulação. É uma atividade permanente e dinâmica para possibilitar a tomada de decisões de forma consistente, eficaz e eficiente.

c) Complexo regulador O Complexo Regulador é o conjunto de estratégias e ações definidas

pelos agentes responsáveis pela formulação das políticas e pela produção dos serviços de saúde, necessários ao atendimento integral ao indivíduo. O complexo regulador tem por pressupostos fundamentais a Universalização e a Integralidade do atendimento, a Descentralização, a Regionalização e a Hierarquização e a Eqüidade na distribuição dos recursos e serviços.

Essas estratégias e ações são definidas em um plano de regulação assistencial, para todos os níveis do sistema, visando à organização efetiva de uma rede pública articulada hierarquicamente, com níveis tecnológicos crescentes de resolução, a partir de bases macrorregionais de gestão do sistema.

O complexo regulador é macrorregional e congrega um conjunto de centrais de regulação, que por sua vez, é composta por unidades de trabalho.

O complexo regulador tem como resultado de sua operação funcionar como um “observatório privilegiado” dos serviços de saúde, ao trazer a informação da assistência à saúde pela ótica da necessidade do usuário, ao produzir dados que visem à resolutividade real, com informações importantes para subsidiar o planejamento e possibilitar mudanças na prestação dos serviços assistenciais. Os dados que o Complexo Regulador produz estão relacionados com a resolubilidade real e não-burocrática do Sistema. Estas informações são vitais para o planejamento e para a transformação da assistência.

d) Rede A proposta de organização em rede se coloca quando o Estado assume

um papel de coordenador, ordenador das relações entre os diversos atores que transitam na arena decisória do sistema de saúde.

A gestão em rede do sistema regulador visa à integração e a interligação dos diversos complexos reguladores, compatibilizando inteligentemente as demandas com as ofertas disponíveis em territórios e fluxos definidos previamente. É um termômetro da prestação dos serviços assistenciais, identificando e quantificando as demandas, possibilitando o encaminhamento do serviço adequado ao paciente, dentro da rede.

Para tanto é necessário a organização de sistemas de informação, com rapidez na sua veiculação e tecnologia para transmissão de dados, bem como a necessidade de revisão do papel do controle e avaliação, diante da premissa básica de garantir o acesso dos usuários ao tratamento de que necessita.

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Desenho operacional do complexo regulador

O desenho operacional do complexo regulador envolve a criação dos instrumentos para viabilizar o processo de regulação. Cada macrorregião deve identificar a sua dinâmica de atendimento de saúde, buscando diagnosticar a sua realidade para viabilizar a implantação das unidades de trabalho que irão compor cada central. Assim, cada macrorregião vai organizar o complexo regulador de acordo com a estrutura existente, mas já apontando as necessidades de investimento a curto, médio e longo prazo, para garantir não só acesso, mas a resolutividade dos serviços.

Na proposta do Plano Diretor de Controle, Regulação e Avaliação do Estado de Goiás fazem parte do complexo regulador as seguintes centrais:

Central de regulação de consultas especializadas; Central de regulação de exames e serviços de média e alta complexidade. Central de regulação de internações hospitalares. Central de regulação de urgências.

PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO DO COMPLEXO REGULADOR

Este plano pretende estabelecer as diretrizes conceituais e operacionais que instituem o processo de regulação assistencial no âmbito do estado de Goiás.

Neste sentido, os passos para a implantação do Complexo Regulador trabalharão desde o início das discussões com os municípios até às ações necessárias para o seu dimensionamento, definição de responsabilidades e atribuições, financiamento, acompanhamento e avaliação, tendo em vista as peculiaridades de cada macrorregião.

Propõe-se que esta construção se dê em fóruns que congreguem, além dos gestores, os profissionais das diversas áreas técnicas envolvidas e seja acompanhado pelo Conselho Estadual de Saúde. Para efeito de organização e viabilização da implementação os seguintes passos devem ser observados:

a) Gestão do Complexo Regulador.

Envolve o trabalho da Secretaria de Estado na mobilização dos atores para

criação do comitê do complexo regulador macrorregional. O comitê do complexo regulador deve desencadear e articular a implantação da regulação assistencial, elaborando um projeto baseado na avaliação das necessidades de saúde e de planejamento/programação de cada uma das dezesseis macrorregiões, tendo à frente o nível estadual de governo para viabilizar sua implantação.

b) Levantamento da capacidade instalada pública e privada.

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Esse levantamento envolve não só a verificação das condições e da capacidade instalada, como também classifica os serviços, definindo o papel assistencial de cada estabelecimento de saúde.

É a base para o estabelecimento da regulação, pois qualifica a oferta, agilizando o encaminhamento dos usuários aos diversos serviços.

c) Definição da área e da população de abrangência.

Essa estratégia tem correlação direta com a PPI e o PDR. Entretanto, para o processo de regulação é necessária uma análise mais detalhada, não só para a quantificação, como para a qualificação da demanda. Assim, para viabilizar essa estratégia é preciso o conhecimento do fluxo populacional, da demanda esperada, dos procedimentos demandados e cruzar essas informações com os dados cadastrais, identificando a pactuação realizada e a demanda efetiva dos usuários.

Essa ação possibilita não só organizar o acesso dos usuários aos serviços em tempo oportuno, como também acompanhar os fluxos de referências intermunicipais para identificar desajustes, realimentar e monitorar os pactos previstos na PPI. Cada macrorregião será, do ponto de vista do fluxo entre as referências e as contra-referências, regulada através das diversas centrais de regulação e as saídas de uma macrorregião serão reguladas através do complexo regulador. Essas ações bem planejadas permitem que o gestor cumpra seu papel de forma qualificada.

d) Garantia de acesso da população aos serviços não disponíveis em

seu município de residência.

O nível estadual de governo deve organizar o sistema de referência de forma solidária entre os municípios, condizentes com a condição de gestão do município onde a oferta de serviços está localizada. Para os municípios pólos em gestão plena do sistema municipal a garantia do atendimento à população referenciada se dará com base na programação, nas metas físicas e financeiras definidas na PPI e expressas nos pactos intermunicipais das referências, que selam os compromissos assumidos pela SES e SMS.

e) Definição da oferta de serviços de saúde do setor público e da

necessidade de complementação de serviços pelo setor privado.

A prioridade deve ser esgotar a capacidade instalada do setor público, para posteriormente, complementar os serviços necessários buscando a contratação do setor privado. Aqui, se coloca a importância do Controle e Avaliação no desenvolvimento de instrumentos que possibilitem ao Gestor gerir a rede de forma orgânica e planejada, quais sejam: a definição do teto físico, do teto financeiro de cada unidade assistencial e os instrumentos jurídicos para a contratação dos serviços.

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f) Estabelecimento das interfaces com as áreas de controle e avaliação, planejamento, coordenação hospitalar, coordenação da atenção básica e administrativa/financeira.

Para se construir as interfaces é necessário garantir que cada área apresente

suas propostas, negocie os pontos em comuns, estabelecendo o papel e atribuições de cada uma neste processo.

Essa demarcação permite exigir o cumprimento das definições estabelecidas, como também monitorar o processo de implementação da regulação nas diversas áreas.

CENTRAIS DE REGULAÇÃO DE URGÊNCIAS Para organizar a demanda de forma adequada e oferecer o serviço

pertinente às necessidades do usuário, é necessário que haja um sistema de regulação regionalizado. Por outro lado, este sistema para ser efetivo deve contar com recurso de tecnologia de informação e de comunicação, além da presença de profissionais auxiliares de regulação e pelo menos um médico regulador com poder de decisão outorgado pelo gestor.

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CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS CENTRAIS DE REGULAÇÃO DE URGÊNCIAS

A Secretaria de Estado da Saúde, através do Plano Diretor de Controle,

Regulação e Avaliação, prevê a instalação de 13 (treze) Complexos Reguladores Regionais cobrindo as 16(dezesseis) macrorregiões de saúde. A proposta do presente Projeto de Implantação do SAMU 192 é que sejam implantadas nove Centrais de Regulação Médica de Urgência. Os municípios-sedes dos 13 (treze) Complexos Reguladores Regionais e das nove Centrais de Regulação de Urgências são especificados, onde se discriminam também as suas macrorregiões de abrangência, suas respectivas populações e as unidades móveis.

REGIÃO POPULA

ÇÃO

CENTRAIS DE

REGULAÇÃO

REGIONAIS

CENTRAIS

DE

URGÊNCIA

USA USB

Macro-Goiânia, Centro Sul

1.990.942 - Goiânia -

(Metropolitana)

Aparecida de Goiânia

5 20

Entorno Sul 600.166 Luziânia Luziânia 2 6

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Entorno Norte 260.208 Formosa Formosa 1 3

Nordeste 64.766 Campos Belos - 1

Norte 131.434 Porangatu - 1

Serra da Mesa 113.936 Uruaçu Uruaçu 1 1

São Patrício 248.633 Ceres - 1 2

Pireneus 434.724 Anápolis Anápolis 1 4

Rio Vermelho 200.449 Goiás Goiás 1 2

Oeste I e II 216.124 Iporá - 2

Sudoeste I e II 469.583 Rio Verde Rio Verde 1 5

Sul 318.183 Itumbiara Itumbiara 1 3

Estrada de

Ferro

163.588 Catalão Catalão 1 2

Total 5.210.335 13 9 15 52

CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO A implantação das Centrais de Regulação de Urgências deverá obedecer

ao seguinte CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO:

CENTRAIS DE REGULAÇÃO PERÍODO APARECIDA DE GOIÂNIA 2004 ANÁPOLIS 2004 LUZIÂNIA 2004 FORMOSA 2004 ITUMBIARA 2005 CATALÃO 2005 GOIÁS 2005 RIO VERDE 2005 URUAÇU 2005

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VII – SERVIÇOS DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA –

SAMU (O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL)

1 – OBJETIVOS:

a. Garantir a avaliação e acompanhamento médico aos chamados/pedidos

telefônicos de urgência através de um número único, o "192", padronizado pelo Ministério da Saúde em todo o país, interconectado às demais centrais de chamada (polícia, bombeiros, etc.).

b. Assegurar a medicalização (médico e equipamentos de suporte avançado de vida), quando se fizer necessário, das viaturas de suporte básico de todos os parceiros que trabalham no atendimento às vítimas.

c. Preparar e acompanhar a admissão hospitalar de urgência de acordo com as necessidades do paciente.

d. Atender as pessoas vítimas de trauma ou acometidas por eventos clínicos de urgência de acordo com a avaliação do médico regulador, através dos seus meios ou com a ajuda de parceiros.

e. Assumir a coordenação e o acompanhamento médico das vítimas/pacientes atendidos por ambulâncias ou equipes de cuidados urgentes.

2 - A REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO MÓVEL DE

URGÊNCIA – SAMU. Na Central de Regulação Médica de Urgência, um médico regulador, auxiliado

por um ou vários técnicos auxiliares de regulação, recebe as ligações de pedidos de urgência, tria e classifica em função da urgência do caso e responde de acordo com a necessidade. As respostas podem ser dadas de diversas maneiras:

• Orientação por telefone (quando não se justifica o envio de uma unidade ou quando é apenas uma solicitação de informações);

• Envio de médicos generalistas (ou médicos de família) (quando não é necessário o envio de unidade móvel, mas é necessária uma avaliação médica);

• Envio de unidade móvel de suporte básico de vida (saúde, bombeiros, ou polícia) (quando se faz necessária à realização de avaliação primária e atendimento de suporte básico à vida);

• Envio de uma viatura de ligação medicalizada, (quando se faz necessária a presença de médico e equipamentos junto a uma equipe de suporte básico. Transformando a unidade de suporte básico em UTI Móvel;

• Por último, o envio de uma Unidade de Suporte Avançado (UTI móvel), composta por três componentes: o médico, o técnico de enfermagem e o motorista-socorrista.

Qualquer que seja a decisão tomada, a central de regulação médica de urgência acompanhará o atendimento até seu término.

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3 - OS TIPOS DE VEÍCULOS

De acordo com a Portaria GM/MS 2048, de 5 de novembro de 2002, o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência necessita de variados tipos de veículos. A Portaria especifica suas funções, equipe profissional, equipamentos e medicamentos. Abaixo procuramos especificar estes veículos nos termos da Portaria.

1 - AMBULÂNCIAS

Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine exclusivamente ao transporte de enfermos.

As dimensões e outras especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR 14561/2000, de julho de 2000.

As Ambulâncias são classificadas em:

TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo.

TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino.

TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas).

TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.

TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.

TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos

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médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade.

2 - VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA

Estes veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica são utilizados para transporte de médicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F.

3 - OUTROS VEÍCULOS: Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco,

sentados (ex. pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica.

4 - RECURSOS HUMANOS: DEFINIÇÃO DOS PROFISSIONAIS

A) PROFISSIONAIS NÃO-ORIUNDOS DA ÁREA DE SAÚDE: 1 – Videofonista – técnico auxiliar de regulação médica - TARM: Profissional de nível básico habilitado a prestar atendimento às solicitações de

auxílio provenientes da população ou das unidades básicas, anotando dados básicos sobre os chamados e prestar informações gerais. Deve receber capacitação para o exercício da função. Atua no Complexo Regulador e nas Unidades 24 horas.

2 – Rádio-operador: Profissional de nível básico, habilitado a operar sistemas de

radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota de veículos de emergência, obedecendo aos padrões de capacitação necessários.

3 – Condutores de Veículos de Urgência: Profissional de nível básico, habilitado a conduzir veículos de urgência

padronizados pelo código sanitário e pela Portaria GM/MS 2048/2002 como “ambulância”, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos naquela portaria.

4 – Profissionais responsáveis pela segurança: Policiais militares, rodoviários ou outros profissionais reconhecidos pelo

gestor público de saúde para o desempenho destas atividades, em serviços normatizados pelo SUS, regulados e orientados pela Central de Regulação Médica das Urgências. Atuam na identificação de situações de risco, exercendo a proteção das vítimas e dos profissionais envolvidos no atendimento. Fazem resgate de vítimas de locais ou situações que impossibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem realizar suporte básico de vida, com ações não-invasivas, sob supervisão médica direta ou à distância, sempre que a vítima esteja em situação que impossibilite o acesso e manuseio pela equipe de saúde, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos na Portaria supracitada.

B) PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE:

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1 – Médico Profissional de nível superior titular de Diploma de Médico, devidamente

registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição, habilitado e capacitado ao exercício da medicina pré-hospitalar, atuando nas áreas de regulação médica, suporte avançado de vida, em todos os cenários de atuação do pré-hospitalar e nas ambulâncias, assim como na gerência do sistema.

2 – Enfermeiro Profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente

registrado no Conselho Regional de Enfermagem – COREN - de sua jurisdição e, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, devendo além das ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em sistemas de atendimento pré-hospitalar móvel.

3 – Técnico de Enfermagem Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de Técnico de

Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de Enfermagem, devidamente registrado no COREN de sua jurisdição e, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar. Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, além da intervenção conservadora no atendimento do paciente, é habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional.

4 – Auxiliar de Enfermagem Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de Auxiliar de

Enfermagem e curso de especialização de nível médio em urgências, titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem com especialização em urgências, devidamente registrado no COREN de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional.

5 - O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL NOS TRAUMAS E O

TRABALHO CONJUNTO. Quando uma situação de urgência necessita a participação conjunta de meios

médicos e de meios de resgate (Atendimento Pré-hospitalar Móvel – APHM – feito pelo SAMU GOIÁS e o Resgate feito SIATE), os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU unem seus meios próprios aos meios dos serviços SIATE do corpo de bombeiros, voltados para o salvamento e resgate, ou outros serviços correlatos da polícia militar, polícia rodoviária, defesa civil e/ou das forças armadas.

A Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgência, com apoio nos serviços de atendimento médico de urgência, realiza a coordenação, a regulação e a supervisão médica direta e à distância de todos os atendimentos pré-hospitalares móveis que se fizerem necessários.

Participa dos Planos de Organização de Socorros em caso de desastres ou eventos com múltiplas vítimas tipo acidente aéreo, ferroviário, inundações,

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terremotos, explosões, intoxicações coletivas, acidentes químicos ou de radiações ionizantes etc.

As ações que demandem atendimento a embarcações e aeronaves, em território do Estado de Goiás, serão reguladas e ativadas através do Complexo Regulador da Secretaria de Estado da Saúde.

6 - OS SAMUS NOS CASOS CLÍNICOS DE URGÊNCIA Os SAMUs atuam nos casos clínicos através da Central de Regulação Médica

de Urgências, servindo de escuta permanente para todos os casos clínicos de urgência, através do número telefônico “192”.

O médico regulador, além de poder orientar o cidadão que necessita de atendimento, pode ativar equipes do programa de saúde da família para o atendimento domiciliar e, dependendo da gravidade avaliada, enviar equipes móveis das Unidades de Suporte Básico de vida – USB - ou de Unidades de Suporte Avançado – USA (UTI Móveis).

A atuação nos casos de urgência clínica, no âmbito de atendimento pré-hospitalar visa a:

• A redução do número de mortes em função do retardo diagnóstico e terapêutico;

• A redução do número de pacientes com seqüelas decorrentes de atendimento tardio, atendimento parcial e/ou inadequado;

• A agilização da disponibilidade de recursos colocados à disposição do paciente;

• A racionalização dos recursos para atendimento ao paciente, evitando desperdício decorrente do uso inadequado de meios, duplicação de atendimentos, retardo do tratamento com conseqüente aparecimento de seqüelas que aumentam o custo social;

• Orientação para utilização de outros meios que não apenas as emergências hospitalares;

• Otimização do uso de ambulâncias de suporte básico e avançado de vida

• Disponibilização de equipes treinadas e UTIs móveis para o correto transporte de pacientes graves entre os hospitais.

7 - OS SAMUS NAS TRANSFERÊNCIAS INTER-HOSPITALARES DE PACIENTES GRAVES

Os SAMUs intermediam, através da Central de Regulação Médica de

Urgência, as transferências inter-hospitalares de pacientes graves, analisando as necessidades do paciente, conferindo sua recepção e promovendo a ativação das equipes apropriadas e a transferência do paciente em condições de suporte avançado de vida, evitando, assim, uma interrupção de seu suporte hemodinâmico e ventilatório, assim como medicamentoso, que pode levar a sérias conseqüências, inclusive ao óbito durante uma transferência inadequada.

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A implantação do Complexo Regulador da Assistência do Estado de Goiás implica em ações gerenciais profundas que, com certeza, promoverão alterações importantes na organização dos serviços de saúde e no atendimento das necessidades da população. Os recursos financeiros a serem utilizados são muito poucos quando comparados aos impactos que podem produzir na realidade.

A Secretaria de Estado da Saúde é o ator principal no processo de implantação do plano. Isso implica em novo posicionamento em relação aos prestadores de serviço, sejam eles públicos ou privados, no que se refere à oferta de serviços, que necessariamente devem estar sob o controle do gestor e voltados para o atendimento das demandas reais de saúde.

8 – SERVIÇOS DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA - SAMU Conforme definido no capítulo III da portaria GM/MS 2048 de 05/11/2002, o

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, responsável pelo atendimento pré-hospitalar e inter-hospitalar, é o que:

1 - procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à saúde (de natureza traumática, não traumática ou, ainda, psiquiátrica), que possa levar à sofrimento, seqüelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e /ou transporte adequado a um serviço de saúde hierarquizado e integrado ao SUS; ou

2 - presta transporte entre as diversas unidades componentes do sistema hospitalar, respeitando a hierarquização e obedecendo a definição da Central de Regulação Médica das Urgências.

O SAMU deve ser entendido como uma atribuição da área da saúde, sendo acionado pelo Complexo Regulador da Assistência e sua Central de Regulação Médica das Urgências, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população de uma região (podendo, portanto, extrapolar os limites municipais), previamente estabelecida como referência, aí considerados aspectos demográficos, populacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de serviços e fluxos habitualmente utilizados pela clientela. O serviço deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde, disponibilizada conforme critérios de hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre os gestores do sistema loco-regional.

Deve contar com equipe técnica composta por: profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem), profissionais não oriundos da área da saúde (videofonistas, rádio-operadores, condutores de veículos de urgência).

Além desta equipe, em situações de atendimento de urgências relacionadas às causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada, complementar e integrada de outros profissionais não oriundos da saúde – bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros, formalmente reconhecidos pelo gestor público para o desempenho das ações de segurança, socorro público e salvamento, tais como: sinalização do local, estabilização de veículos acidentados, reconhecimento e gerenciamento de riscos potenciais

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(incêndio, materiais energizados, produtos perigosos), obtenção de acesso ao paciente e suporte básico de vida.

Todos os profissionais do SAMU, inclusive os não-oriundos da área de saúde devem ser capacitados e certificados no Núcleo de Capacitação em Urgências, para fins de sua integração técnica e operativa ao SUS na atenção pré-hospitalar.

A Central de Regulação Médica das Urgências deve ser de fácil acesso ao público, por via telefônica, em sistema gratuito através do número 192 - número de urgências médicas unificado nacionalmente por determinação do Ministério da Saúde. O médico regulador, após julgar cada caso, define a resposta mais adequada, monitorando e orientando a ação do SAMU no local e possuindo ainda um sistema de comunicação com as ambulâncias e rede de serviços que recebem os pacientes.

Todos os pedidos de socorro médico que derem entrada por meio de outras centrais, com a da polícia militar (190), do corpo de bombeiros (193) e quaisquer outros existentes, devem ser, imediatamente retransmitidos à Central de Regulação Médica das Urgências, por intermédio de sistema de intercomunicação, para que possam ser adequadamente atendidos.

Os serviços de segurança e salvamento, sempre que houver demanda de atendimento de eventos com vítimas ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico regulador de urgências. Podem ser estabelecidos protocolos de despacho imediato de seus recursos de atenção às urgências em situações excepcionais, mas, em nenhum caso, estes despachos podem ser feitos sem comunicação simultânea com o regulador e transferência do chamado de socorro para exercício da regulação médica.

VIII – NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM URGÊNCIAS

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, baseada nas diretrizes emanadas da Portaria GM/MS 2048, de 05 de novembro de 2003, decide-se pela criação, organização e implantação do Núcleo de Educação em Urgências – NEU – do estado de Goiás. Segundo a referida Portaria, “os Núcleos de Educação em Urgências devem se organizar como espaços de saber interinstitucional de formação, capacitação, habilitação e educação continuada de recursos humanos para as urgências, sob a administração de um conselho diretivo, coordenado pelo gestor público do SUS, tendo como integrantes as secretarias Estaduais e Municipais de saúde, hospitais e serviços de referência na área de urgência, escolas de bombeiros e polícias, instituições de ensino superior, de formação e capacitação de pessoal na área da saúde, escolas técnicas e outros setores que prestam socorro à população, de caráter público ou privado, de abrangência municipal, regional ou estadual”.

Ainda segundo a Portaria GM/MS 2048/2002, os princípios norteadores dos Núcleos de Educação em Urgências são os seguintes:

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- “a organicidade com o processo de formulação de políticas públicas para a atenção integral às urgências, buscando organizar o sistema regional de atenção às urgências a partir da qualificação assistencial com eqüidade;

- a promoção integral da saúde com o objetivo de reduzir a morbimortalidade regional, preservar e desenvolver a autonomia de indivíduos e coletividades, com base no uso inteligente das informações obtidas nos espaços de atendimento às urgências, considerados observatórios privilegiados da condição da saúde na sociedade;

- a educação continuada como estratégia permanente de acreditação dos serviços, articulada ao planejamento institucional e ao controle social;

- a transformação da realidade e seus determinantes, fundamentada na educação, no processamento de situações - problema, extraídas do espaço de trabalho e do campo social”.

Pela Portaria GM/MS 2048/2002, os objetivos estratégicos dos Núcleos de Educação em Urgências são os que se seguem:

“- Constituírem-se em núcleos de excelência regional, estadual e nacional, para a formação de profissionais de saúde a serem inseridos na atenção às urgências;

- Elaborar, implantar e implementar uma política pública, buscando construir um padrão nacional de qualidade de recursos humanos, instrumentalizada a partir de uma rede de núcleos regionais, os quais articulados entre si poderão incorporar paulatinamente critérios de atenção e profissionalização às urgências;

- Buscar a nucleação pública dos recursos educativos em saúde; - Articular, processar e congregar as dificuldades e necessidades das

instituições-membro para alcançarem as suas metas, a fim de constituir Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;

- Ser espaço interinstitucional combinando conhecimentos e meios materiais que permitam abarcar a dimensão qualitativa e quantitativa das demandas de educação em urgências, potencializando as capacidades e respondendo ao conjunto de demandas inerentes a um sistema organizado de atenção;

- Ser estratégia pública privilegiada para a transformação da qualificação da assistência às urgências, visando impactos objetivos em saúde populacional;

- Constituir os meios materiais (área física e equipamentos) e organizar corpo qualificado de instrutores e multiplicadores, que terão como missão, entre outras, produzir os materiais didáticos em permanente atualização e adaptação às necessidades das políticas públicas de saúde e dos serviços / trabalhadores da saúde”.

Pela mesma Portaria, os objetivos operacionais dos Núcleos de Educação em Urgências são os que se seguem:

“- Promover programas de formação e educação continuada na forma de treinamento em serviço a fim de atender ao conjunto de necessidades diagnosticado em cada região, fundamentando o modelo pedagógico na problematização de situações;

- Capacitar os recursos humanos envolvidos em todas as dimensões da atenção regional, ou seja, atenção pré-hospitalar - unidades básicas de saúde, unidades de saúde da família, pré-hospitalar móvel, unidades não hospitalares de atendimento às urgências e emergências e ambulatórios de especialidades;

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atenção hospitalar e atenção pós-hospitalar - internação domiciliar e serviços de reabilitação, sob a ótica da promoção da saúde;

- Estimular a criação de equipes multiplicadoras em cada região, que possam implementar a educação continuada nos serviços de urgência;

- Congregar os profissionais com experiência prática em urgência, potencializando sua capacidade educacional;

- Desenvolver e aprimorar de forma participativa e sustentada as políticas públicas voltadas para a área da urgência;

- Certificar anualmente e re-certificar a cada dois anos os profissionais atuantes nos diversos setores relativos ao atendimento das urgências;

- Propor parâmetros para a progressão funcional dos trabalhadores em urgências, vinculados ao cumprimento das exigências mínimas de capacitação, bem como à adesão às atividades de educação continuada”.

O Núcleo de Educação em Urgências contribuirá de forma efetiva para a solução de problemas como os que se seguem e que foram citados no Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência aprovado pela Portaria GM/MS 2048, de 5 novembro de 2002:

- Importante grau de desprofissionalização, falta de formação e educação continuada dos trabalhadores das urgências, resultando em comprometimento da qualidade na assistência e na gestão do setor;

- A necessidade de criar estruturas capazes de problematizar a realidade dos serviços e estabelecer o nexo entre trabalho e educação, de forma a resgatar o processo de capacitação e educação continuada para o desenvolvimento dos serviços e geração de impacto em saúde dentro de cada nível de atenção;

- A necessidade de estabelecimento de currículos mínimos de capacitação e habilitação para o atendimento às urgências, face aos inúmeros conteúdos programáticos e cargas horárias existentes no país e que não garantem a qualidade do aprendizado;

- O grande número de trabalhadores já atuando no setor e a necessidade de garantir-lhes habilitação formal, obrigatória e com renovação periódica para o exercício profissional e a intervenção nas urgências; e ainda,

- A escassez de docentes capazes de desenvolver um enfoque efetivamente problematizador na educação e a necessidade de capacitar instrutores e multiplicadores com certificação e capacitação pedagógica para atender a demanda existente.

VIII. PLANEJAMENTO ORGANIZACIONAL DO SAMU 1 – SISTEMA DE TRANSPORTE 2 – SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 3 – CENTRAIS DE REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIAS 4 – SISTEMA DE APOIO OPERACIONAL

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5 – RECURSOS HUMANOS DO SAMU 6 – CAPACITAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

1 – SISTEMA DE TRANSPORTE 1) Dimensionar número de ambulâncias de Suporte Básico, especificando detalhadamente seus equipamentos, de acordo com a Portaria 2048. = Conforme especificado na Portaria GM/MS 2048/02 de uma (01) viatura tipo B para cada grupo de 100.000 hab., para atendimento a população do estado de Goiás, serão necessárias viaturas do tipo B e, considerando a necessidade de reparos mecânicos e pós-acidentes, sugerimos reserva de 40% de unidades, para manutenção de uma frota operacional de unidades.Assim, a necessidade de ambulâncias tipo B para o SAMU – Goiás é de unidades tipo B.

Ambulância de suporte básico (tipo B): sinalizador óptico e acústico, equipamento de rádio comunicação fixo e móvel; maca articulada e com rodas; suporte para soro; instalação e rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com dupla saída; oxigênio co régua tripla (a - alimentação do respirador; b - fluxômetro e umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta de emergência contendo: estetoscópio adulto e infantil; ressuscitador manual adulto e infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; luvas descartáveis; tesoura com ponta romba; esparadrapo; esfigmomanômetro adulto e infantil; ataduras de 15 cm; compressas cirúrgicas estéreis; pacotes de gaze estéril; protetores para queimados e eviscerados; cateteres para oxigenação e aspiração de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte de cordão; saco plástico para placenta; cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéril para corte de cordão; cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéreis; braceletes de identificação. Suporte para soro, prancha curta e longa para imobilização e membros e conjunto de colares cervical, colete imobilizador dorsal, frascos de soro fisiológico e ringer lactado; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão; óculos; máscaras e aventais de proteção; maletas com medicações de urgência. 2) Dimensionar número de ambulâncias de Suporte Avançado (tipo D) e seus equipamentos, com especificação detalhada, de acordo com a portaria 2048/02. = Conforme a portaria GM/MS2048/02, a necessidade de ambulâncias de Suporte Avançado é definida como a de uma (01) viatura para cada grupo de 400.000 a 450.000 hab., assim, para a população atual de Goiás. Ambulância de suporte avançado e neonatal (Tipo D): sinalizador óptico e acústico, equipamento de rádio comunicação fixo e móvel; maca articulada e com rodas; dois suportes para soro; cadeira de rodas dobrável; instalação e rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua

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com dupla saída. Oxigênio com régua tripla (a - alimentação do respirador; fluxômetro e umidificador de oxigênio e, c – aspirador tipo Venturi) sendo obrigatório que o volume do oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas horas; respirador mecânico de transporte; monitor cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo externo não-invasivo); bomba de infusão com bateria e equipo; maleta de vias aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de seringa de 20 ml; ressuscitador manual adulto e infantil com reservatório; sondas de aspiração traqueal de vários tamanhos, luvas de procedimento, máscaras para ressuscitador adulto e infantil; lidocaína geléia e spray, cadarços para fixação de cânula, laringoscópio adulto e infantil; fios-guias para intubação; pinça de Magyll, bisturi descartável, cânulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia, conjunto para drenagem torácica; maleta de acesso venoso contendo: tala para a fixação do braço; luvas estéreis; recipiente com algodão anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea, garrote; equipos de macro e microgotas, cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto e infantil; tesoura; pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi, seringas de vários tamanhos; torneiras de três vias; frascos de soro fisiológico, solução de Ringer, soro glicosado; caixa completa de pequena cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais; estilete estéril para corte de cordão; saco plástico para placenta; cobertor, compressas cirúrgicas e gazes estéreis; braceletes de identificação; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para queimados e eviscerados; espátulas de madeira, sondas nasogástricas, eletrodos descartáveis, equipos para drogas fotossensíveis, circuito de respirador estéril de reserva, equipamentos de proteção a equipe de atendimento: óculos, máscaras, aventais, cobertor ou filme metálico para a conservação calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado, almotolias com anti-séptico; prancha curta e longa para a imobilização da coluna; talas para a imobilização de membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro fisiológico e solução de ringer; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão; fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas; maletas com medicações de urgência. Para transporte neonatal, deverá haver pelo menos uma incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts), que deve ser apoiada sobre carros com rodas devidamente fixados quando dentro da ambulância, contendo respirador e equipamentos adequados para recém-natos.

2 – SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

Sistema de radiofonia:

• O sistema de rádio comunicação para operação no grande estado de Goiás

será do tipo VHFFM, convencional avançado de alta tecnologia, sendo implantado sistema repetidor de alto tráfego, estações móveis veiculares

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instaladas nas viaturas de suporte básico e avançado, estações portáteis para os membros das equipes de viaturas, estações móveis em veículos de intervenção rápida (motos) e central fixa de gerenciamento.

• Composição do sistema:

Estação fixa de rádio: Características Básicas Incorporadas:

Transceptor tipo VHFFM para uso FIXO, com faixa de freqüência na banda autorizada pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, operando entre 136 à 174 Mhz, com capacidade para 100 canais de operação, programação de freqüências e funções através de computador, com programação distintas de DCSCTCS ( Sub-tom) para TX e RX em cada canal, Programação por cinco tons, construídos em gabinete de alumínio injetado ou ABS de alto impacto, com chassi em alumínio à prova de respingos, corrosão, vibrações mecânicas, choques térmicos e impacto conforme a Norma MIL STD 810 C, D, E, COM 45 (quarenta e cinco) watts de potência de transmissão, alto falante incorporado no microfone de mão, com no mínimo 03 (três) watts de potência de áudio interno, saída para auto-falante externo de no mínimo 05 (cinco) watts de potência de áudio, controles de volume, liga/desliga, troca de canais e outras funções no painel frontal do equipamento, Scan, canal prioritário, painel frontal com display multifunções de cristal líquido (LCD) com indicações luminosas, com no mínimo de 10 caracteres para amostragem de símbolos, códigos de controle, dígitos numéricos, letras, específicos para codificação de funções especiais, com no mínimo 05 (cinco) teclas, mais uma tecla auxiliar programável junto ao PTT. Chamada seletiva individual para outro equipamento, teste operacional de funcionamento à distância, ID de chamada, proteção de uso por pessoa não autorizada através de senha (password), este equipamento permitirá no futuro ser programado para operação em sistema troncalizado.

Fonte de Alimentação 110/220 volts

Características Básicas Incorporadas:

Fonte de alimentação para rádio comunicação, entrada 110/220 volts, tipo gabinete de mesa fechado, saída estabilizada em 13,8 VCC, com proteção contra sobre carga na entrada de alimentação, proteção sobre sabre corrente e sobre tensão na saída de alimentação do rádio, corrente de saída de 12ª, Flutuador de bateria incorporado no gabinete.

Torre triangular de ferro

Características Básicas Incorporadas:

Torre triangular de ferro, tipo estaiada, base de 30 cm, confeccionada em módulos de 2,00 metros, desmontável, construída com cantoneira de ferro de 1, treliçada com ferro redondo bitola 5/16, acompanhada de parafusos e porcas zincadas à fogo, cordoalha de aço para estaiamento, clips mordedores de cabo de bitola 5/16,

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esticadores giratórios de ½, base para chumbação, âncoras de estaiamento, pára-raios do tipo Franklin 350 mm, cordoalha de cobre nu de 25 cm, isoladores de porcelana, hastes de cobre cooperweld, conectores tipo olhal, cabo de cobre para aterramento, sistema de iluminação noturna tipo balizador, altura 30 metros.

• Quantidade 01 unidade, com capacidade operacional para 100 (cem) canais e

sinalização digital, possuindo como acessórios uma (1) fonte de alimentação 110/220 volts, uma (01) torre de sustentação para as antenas fixas com proteção; sessenta (60) metros de cabo coaxial RG 213; dois (02) conectores de antena UHFFM macho; um (01) scramber digital. Estações de rádio móvel

Características Básicas Incorporadas:

Transceptor tipo VHFFM para uso Móvel, com caixa de freqüência na banda autorizada pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, operando entre 136 à 174 Mhz, com capacidade para 100 canais de operação, programação de freqüências e funções através de computador, com programação distintas de DCS/CTCSS(Sub-tom) para TX e RX em cada canal, Programação por 5 tons, construído em gabinete de alumínio injetado ao ABS de alto impacto, com chassi em alumínio à prova de respingos, corrosão, vibrações mecânicas, choques térmicos e impactos conforme a Norma MIL STD 810 C, D, E, com 45 (quarenta e cinco) watts de potência de transmissão, alto falante incorporado no microfone de mão, com no mínimo 3 (três) watts de potência de áudio interno, saída para alto falante externo de no mínimo 5 (cinco) watts de potência de áudio, controles de volume, liga/desliga, trocas de canais e outras funções do painel frontal do equipamento, Scan, Canal prioritário, painel frontal com display multifunções de cristal líquido (LCD) com indicações luminosas, com no mínimo de 10 caracteres para amostragem de símbolos, códigos de controle, dígitos numéricos, letras, específicos para codificações de funções especiais, com no mínimo de 5 (cinco) teclas, mais uma tela auxiliar programável junto ao PTT. Chamada seletiva individual para outro equipamento, teste operacional de funcionamento à distância, ID de chamada, proteção de uso por pessoa não autorizada através de senha (password), este equipamento permitirá no futuro ser programado para operação em sistema troncalizado.

• Quantidade – uma (01) unidade por viatura de suporte básico e avançado, com capacidade para 100 canais e sinalização digital inclusive scrambler, com acessórios para cada unidade: uma (01) antena de alto ganho 3 db; bobinada e com mola; um (01) suporte de antena para teto/calha; cinco (05) metros de cabo coaxial RG58;um (01) conector de antena UHFFM macho; um (01) kit de instalação móvel veicular e um (01) scrambler digital.

Estações de rádio portátil

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Características Básicas Incorporadas: Transceptor tipo VHFFM para USO PORTÁTIL, com faixa de freqüência na

banda autorizada pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, operando entre 136 à 174 Mhs, com 100 (cem) canais de operação, com programação distintas de DCS/CTCSS (sub-tom) para TX e RX em cada canal, 5 tons, construído em gabinete de alumínio injetado ou ABS de alto impacto, com chassi em alumínio à prova de respingos, corrosão, vibrações mecânicas, choques térmicos e impactos conforme a Norma Mil STD 810 C, D, E, com 5 (cinco) watts de potência de transmissão com possibilidade de redução para 1 (um) watt no próprio teclado do equipamento ou externamente através de computador via software de programação, Scan, canal prioritário, painel frontal com display multifunções de cristal líquido (LCD) com indicações luminosas, com no mínimo de 12 caracteres para mostragem de símbolos, códigos de controle, dígitos numéricos, letras, específico para codificação de funções especiais, com no mínimo de 8 (oito) teclas.

Sistema de Gravação de Comunicações:

Alimentação 110/220 Vac +-10% ou 48 Vdc +- 10%Consumo < 50 Watts (CPU) Dimensões PC Desktop, PC “torre” ou gabinete

industrial 19” Peso < 10 Kg (CPU) Fixação Mesa ou rack 19” Quantidade de Canais 2 a 20 canais por módulo Interface de linha/ramal análogo Impedância > 10 Kohms (ligado em

aparelho com alinha e/ou ramal) Interface para ramal digital * A gravação no ramal digital não é

feita em cima dos fios do ramal, e sim entre o monofone e o aparelho telefônico

Formato do áudio PCM lei-A 8Khz Tipo de compactação Mp3 (2kb/s) Capacidade de armazenamento s/ Backup

2.700 horas (com HD de 20 GB)

Disparo da Gravação Linha/ramal analógico: por tensão Ramal digital: por atividade de áudio

Sensibilidade De –35 a 0 DBm Tipos de unidades de backup Zip-Drive 250 Mb, CD ROM, Jazz

Drive, Fita DAT, HD ou via rede local (LAN)

Capacidade de armazenamento do backup

Zip-disk 250 MB – 35 horas CD ROM – 640 MB – 91 horas JAZZ DRIVE – 2 GB – 284 horas

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Fita Dat – DDS3 – 1.706 horas HD – 20GB – 2.844 horas / HD – 40 GB - 5.688 horas

Sistema Operacional Microsoft Windows Software Gr-Voz Completo para gravação e reprodução

local Segurança Três níveis de usuário Relatório Estatístico, Aplicativo para

reprodução Remota e Unidade para Backup

3 – CENTRAIS DE REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIAS O Projeto visa a estruturar as Centrais de Regulação de Urgências em dois

momentos. Num primeiro momento, estruturar quatros Centrais de Regulação de

Urgências: a Central Metropolitana de Goiânia, que atenderá as macrorregiões de Goiânia, Centro Sul e Centro Norte; a Central de Anápolis, que atenderá as Macrorregiões de Saúde Pireneus e Vale São Patrício; a Central de Luziânia para atender à macrorregião do Entorno Sul; e a Central de Formosa para atender as macrorregiões do Entorno Norte e Nordeste.

Num segundo momento, estruturar as outras cinco Centrais previstas: Central de Itumbiara; Central de Catalão; Central de Rio Verde; Central de Goiás; e Central de Uruaçu.

O SAMU 192 em Goiás será é baseado na regulação médica: todas as chamadas serão analisadas por um médico que escolhe a resposta mais eficiente e eficaz. Este é um sistema altamente eficiente que contribui para maximizar os recursos em saúde pública.

Trata-se de um sistema público encarregado de: Permanente acesso do usuário ao sistema de urgência médica; Dar a solução mais rápida e eficiente possível, desde um simples conselho

até o encaminhamento de uma Unidade de Suporte Avançado de Vida, medicalizada, ou de várias nos casos de acidentes de grandes proporções; Permitir, quando possível, a livre escolha do tipo de hospitalização pelo

usuário, nas instituições públicas ou privadas; Organizar o transporte destes pacientes para os hospitais; Envolver-se e participar dos planos de atendimento de acidentes de

grandes proporções; Participar do treinamento e da educação continuada em atendimento básico

de urgência.

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GRADE DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA PACTUADA PARA O

PRIMEIRO MOMENTO

MACRORREGIÃO UNIDADES DE SUPORTE

PRONTO ATENDIMENTO(Base de Estabilização)

REFERÊNCIA HOSPITALAR MÉDIA COMPLEXIDADE

REFERÊNCIA HOSPITALAR ALTA COMPLEXIDADE

1 METROPOLITANA 5 USA 20 USB

APARECIDA INHUMAS

H. MATERNO INFANTIL MAT. CIDADÃO HGG HDT

HUGO HC

2 PIRENEUS (ANÁPOLIS)

1 USA 5 USB

CERES GOIANÉSIA

HOSPITAIS DE CERES HOSPITAIS DE GOIANÉSIA HOSPITAIS DE ANÁPOLIS

HUGO HC

3 ENTORNO SUL (LUZIÂNIA)

2 USA 7 USB

LUZIÂNIA HOSPITAIS DE LUZIÂNIA

PACTUAÇÃO COM DF

4 ENTORNO NORTE (FORMOSA)

1 USA 4 USA

FORMOSA PLANALTINA

HOSPITAIS DE FORMOSA HOSPITAIS DE PLANALTINA

PACTUAÇÃO COM DF

4 – SISTEMA DE APOIO OPERACIONAL

ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO: PROCESSO E ROTINAS DE TRABALHO NOS SAMU

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1. Gerência de recursos humanos:

Elaboração das Escalas de trabalho dos profissionais, sempre pensando em reserva técnica;

Elaboração de Cronograma para Reunião de Equipes com discussões do

Processo de Trabalho, do Stress - com apoio psicológico, além da Educação Permanente;

2. Normatizações e Rotinas:

Administrativas: Elaboração de Regimento interno do Serviço; Elaboração de rotina de troca de plantão das equipes, de preferência com

livro de registro para anotação das intercorrências durante o plantão como quebra de equipamento, falta de materiais, quebra de ambulância, dentre outras e rotina para substituição de profissionais no caso de doença ou falta;

Rotina de limpeza (a cada atendimento, a cada plantão e semanal) e abastecimento das Unidades móveis com check-list para conferência diária pela equipe dos materiais das Unidades móveis, além de impresso para anotação dos gastos de material a cada plantão e/ou a cada atendimento, pois este último deverá gerar relatório mensal de gastos com material de consumo e medicamentos;

Rotina para abastecimento (combustível) das Unidades móveis; Rotina para verificação diária das condições do veículo (tais como água,

óleo, pneus, etc...); Rotina para as refeições das equipes.

Ferramentas da Regulação

Elaboração de mapa da área de atuação do SAMU com identificação de: Pontos de apoio das Unidades de Suporte Básico e Avançado descentralizadas, serviços de Urgência do município (pré-hospitalares fixos e hospitalares), Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária e/ou de trânsito.

Grade de referência dos Serviços de Urgência do município ou região. Elaboração de Lista de fácil identificação com todos os telefones

necessários, ou seja: Serviços de Saúde, Instituições do Plano de Atendimento a Múltiplas Vítimas, Diretores de Serviços, dentre outros.

Elaboração de mapas ou relatórios com a capacidade instalada de todos os Serviços de Urgência do município ou região e uma rotina para verificação diária destes serviços.

Elaboração de mapa de riscos do município ou região, que deve ser elaborado junto com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia, dentre outros.

Protocolo de Regulação Médica.

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Protocolos Assistenciais:

Protocolo de seqüência do Atendimento para as Equipes de Suporte

Básico com o papel de cada membro da equipe no local do atendimento; Protocolo de seqüência do Atendimento para as Equipes de Suporte

Avançado com o papel de cada membro da equipe no local do atendimento; Protocolos técnicos de atendimento aos pacientes de trauma, cirurgia,

clínica, ginecoobstetrícia e psiquiatria; Protocolo para atendimento a acidentes com múltiplas vítimas, com

definição do papel de cada membro da equipe no local e este deve ser feito em conjunto com Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia, dentre outras Instituições públicas ou privadas que podem ser parceiras na elaboração e atuação neste plano.

Informação

Rotina de Registro das informações obtidas através das fichas de

Regulação e de atendimento no local, podendo haver um programa específico para cada SAMU, além do Programa Federal a ser implantado.

Rotina de Elaboração de relatórios mensais: de gastos, estatísticas de atendimento, intercorrências, quebra de equipamentos com necessidades de substituição, manutenção com viaturas, dentre outros.

5 - RECURSOS HUMANOS DO SAMU

Dimensionar os recursos humanos para o SAMU, detalhando as formas e prazos para a sua contratação:

o Equipe de regulação: Médicos Reguladores – 01 médico regulador para cada 400.000 hab.

= 03 médicos reguladores por turno de trabalho. TARM – técnico auxiliar de regulação médica – 03 a 05 por turno /

médico regulador = 15 por turno de trabalho Radiofonista – 01 por turno de trabalho

o Equipes externas: Médicos – para Unidades de Suporte Avançado – 01 médico por

turno de trabalho / unidade Enfermeiros – para Unidades de Suporte Avançado – 01 enfermeiro

por turno de trabalho / unidade Auxiliares de Enfermagem - para Unidades de Suporte Básico – 01

auxiliar ou técnico de enfermagem por turno de trabalho / unidade Condutores – 01 profissional por Unidade de Suporte Básico ou

Avançado turno / unidade Motoboys – 01 por unidade de intervenção rápida / turno

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o Equipes de apoio:

Almoxarife – 01 por turno de trabalho Operador de Frota – 01 por turno de trabalho Faxineiro/camareiro – 01 por turno de trabalho Farmacêutico – 01 para o sistema Coordenador do Sistema – 01 Secretaria operacional – 02 profissionais Técnico em informática – 02 profissionais Oficina Mecânica – disponível para reparos emergenciais

6 – SISTEMA DE CAPACITAÇÃO DE RH PARA O SAMU:

O SAMU 192 do estado de Goiás disporá de um Núcleo de Educação em Urgências que será o responsável pela realização dos treinamentos de capacitação de todo seu grupo operacional, devendo estar apto e equipado para fornecer esta capacitação de habilitação até o término do prazo, ou seja, novembro de 2004 contemplando: Cursos de Capacitação em Regulação Médica das Urgências para os

médicos reguladores, técnicos auxiliares de regulação e operadores de frota;

Curso de capacitação em atendimento pré-hospitalar das urgências (traumáticas, clínicas, psiquiátricas, cirúrgicas, ginecoobstétricas e pediátricas), para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem;

Programar grade de capacitação conforme definido na Portaria 2048/02.

IX. RECURSOS FINANCEIROS Diante do exposto acima, solicitamos o repasse fundo a fundo, para o

cumprimento das metas previstas nesse projeto que serão executadas pelo Estado, conforme termos da portaria GM/MS 1864 de 29 de setembro de 2003, dos recursos financeiros abaixo especificados, com a discriminação de sua finalidade: 01 – Recursos destinados a reforma, instalação, adequação e operacionalização num primeiro momento de quatro (4) Centrais de Regulação Médica de Urgências, no valor de R$550.000,00 (quinhentos e cinqüenta mil reais) e num segundo momento de outras cinco (5) Centrais de Regulação Médica de Urgências, no valor de R$450.000,00 (quatrocentos e cinqüenta mil reais) totalizando nove (09) Centrais de Regulação Médica de Urgências no valor final de R$1.000.000,00 (um milhão de reais) 02 – Recursos destinados a capacitação de multiplicadores para a Criação, Instalação e Ativação do Núcleo de Educação em Urgências – valor total de R$150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais)

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03 – Recursos destinados a custeio, num primeiro momento, de 23 unidades de suporte básico de vida , juntamente com suas equipes operacionais, num valor mensal de R$287.500,00 (duzentos e oitenta e sete mil e quinhentos reais) e R$ 3.450.000,00 (três milhões, quatrocentos e cinqüenta mil reais), num segundo momento, o acréscimo de dezessete (17) unidades de suporte básico de vida, juntamente com suas equipes operacionais e insumos, no valor mensal de R$212.500,00 (duzentos e doze mil e quinhentos reais) e anual de R$2.550.000,00 (dois milhões, quinhentos e cinqüenta mil reais); totalizando nos término da implantação do sistema, quarenta (40) unidades de suporte básico de vida ao custo mensal de R$500.000,00 (quinhentos mil reais) e valor anual de R$6.000.000,00 (seis milhões de reais). 04 – Recursos destinados a custeio, num primeiro momento de 5 unidades de suporte avançado de vida, com um custo mensal de R$137.500,00 (cento e trinta e sete mil e quinhentos reais) e custo anual de R$1.650.000,00 (um milhão, seiscentos e cinqüenta mil reais) e, num segundo momento, de outras cinco (5) unidades de suporte avançado de vida no valor mensal de R$137.500,00 (cento e trinta e sete mil e quinhentos reais) e valor anual de R$1.650.000,00 (um milhão, seiscentos e cinqüenta mil reais); totalizando no término da implantação do sistema custeio de 10 (dez) unidades de suporte avançado de vida, juntamente com suas equipes operacionais e insumos, no valor mensal de R$275.000,00 (duzentos e setenta e cinco mil reais) e valor anual de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais). 05 – Recursos destinados a custeio, num primeiro momento de quatro (4) equipes técnicas de Centrais de Regulação Médica das Urgências, no valor mensal de R$76.000,00 (setenta e seis mil reais) e anual de R$912.000,00 (novecentos e doze mil reais) e, num segundo momento, de outras cinco (5) equipes técnicas de Centrais de Regulação Médica de Urgências, num valor mensal de R$95.000,00 (noventa e cinco mil reais) e anual de R$1.140.000,00 (um milhão cento e quarenta mil reais), o que totalizará no final da implantação do projeto, em nove (9) equipes técnicas de Centrais de Regulação Médica das Urgências, no valor mensal de R$171.000,00 (cento e setenta e um mil reais) e valor anual de R$2.052.000,00 (dois milhões e cinqüenta e dois mil reais).

X - CONSIDERAÇÕES FINAIS A área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. Houve um crescimento da demanda por serviços nesta área nos últimos anos devido ao aumento do número de acidentes e da violência urbana e insuficiente estruturação da rede assistencial. Esse fato tem contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços de Urgência e Emergência disponibilizados para o atendimento à população.

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O Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, tem realizado grandes esforços no sentido de implantar um processo de aperfeiçoamento do atendimento às urgências e emergências no País, tanto pela criação de mecanismos para a implantação de Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar em Atendimento às Urgências e Emergências como pela realização de investimentos relativos ao custeio e adequação física e de equipamentos dos serviços integrantes destas redes, na área de assistência pré-hospitalar, nas Centrais de Regulação, na capacitação de recursos humanos, na edição de normas específicas para a área e na efetiva organização e estruturação das redes assistenciais na área de urgência e emergência.

O Ministério da Saúde sentiu a necessidade de aprofundar o processo de consolidação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, aperfeiçoar as normas já existentes e ampliar o seu escopo. Identificou, ainda, a necessidade de melhor definir uma ampla política nacional para esta área, com a organização de sistemas regionalizados, com referências previamente pactuadas e efetivadas sob regulação médica, com hierarquia resolutiva e responsabilização sanitária, universalidade de acesso, integralidade na atenção e eqüidade na alocação de recursos e ações do Sistema de acordo com as diretrizes gerais do Sistema Único de Saúde e a Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS-SUS 01/2002.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde, empenha-se em ordenar o atendimento às Urgências e Emergências, garantindo acolhimento, primeira atenção qualificada e resolutiva para as pequenas e médias urgências, estabilização e referência adequada dos pacientes graves dentro do Sistema Único de Saúde, por meio da constituição, acionamento e intervenção da Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgência, importante unidade de trabalho do Complexo Regulador da Assistência do estado.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás está fazendo um esforço sustentado para estruturar o Sistema Estadual de Atenção às Urgências, promovendo a constituição do Complexo Regulador da Assistência estadual e sua importante Rede de Centrais de Regulação Médica de Urgências, dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência do estado de Goiás - SAMU GOIÁS. Além disso, a Secretaria Estado da Saúde deverá fazer um esforço concentrado de transformação dos Ambulatórios 24 horas em Unidades Não-hospitalares de Atendimento às Urgências.

Por outro lado, tem procurado integrar os serviços públicos e privados de atendimento pré-hospitalar móvel e de transporte inter-hospitalar à lógica dos sistemas de urgência, com regulação médica e presença de equipe de saúde qualificada para as especificidades deste atendimento e a obrigatoriedade da presença do médico nos casos que necessitem suporte avançado à vida. Além disso, a SES está comprometida com a oferta de serviços hospitalares resolutivos na área de urgências e emergências; bem como, a oferta de serviços pós-hospitalares de reabilitação adequados, programando-se a estruturação de um Sistema Estadual de Atenção Pós-hospitalar, integrando os serviços de atendimento domiciliar e de reabilitação.

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Finalmente, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, buscando qualificar a sua ação na área de Urgência e Emergência, decidiu-se pela criação, organização e implantação do Núcleo de Educação de Urgências – NEU – do estado de Goiás. Desta forma, a SES integra-se ao Ministério da Saúde em seu esforço de estimular a criação de estruturas capazes de problematizar a realidade dos serviços e estabelecer o nexo entre trabalho e educação, de forma a resgatar o processo de capacitação e educação continuada para o desenvolvimento dos serviços e geração de impacto em saúde dentro de cada nível de atenção e ainda de propor currículos mínimos de capacitação e habilitação para o atendimento às urgências, em face dos inúmeros conteúdos programáticos e cargas horárias existentes no país e que não garantem a qualidade do aprendizado.

XI – BIBLIOGRAFIA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE GOIÁS - CONSAÚDE.

CALEMAN, Gilson; CARVALHO, Gilson (consultores convidados). Estruturação de complexos reguladores da assistência. Goiânia - Goiás, 2002.

MARTINEZ ALMOYNA, Miguel; NITSCHKE, César Augusto Soares (org). Regulação médica dos serviços de atendimento médico de urgência SAMU. www.saude.sc.gov.br, 14/07/01.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Norma Operacional da Assistência à Saúde / SUS 01/2002 – NOAS-SUS 01/02. www.saude.gov.br

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Ministerial no. 814/GM Em 01 de junho de 2001. www.saude.gov.br

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Ministerial n. 2048/GM de 05/11/2002 www.saude.gov.br

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Projeto de Reorganização do Atendimento de Urgências e Emergências: Implantação do Componente Pré-hospitalar Móvel e Regulação da Atenção às Urgências. Brasília, agosto de 2003.

RESOLUÇÃO CFM No. 1.529/98 DE 28 DE AGOSTO DE 1998. Regulamenta atendimento pré-hospitalar, atividade de médico regulador, regulação das urgências e requisitos mínimos dos profissionais no Brasil.

RODRIGUES, José Mauro da Silva Rodrigues (org). A regulação dos sistemas de urgência. III Simpósio Internacional de Atenção Pré-hospitalar às Urgências e Trauma. Campinas-SP, novembro de 1997.