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Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

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Fabricação Mecânica – Sistema de Produção, Processamento e Refino de P&G

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Índice

Capitulo 1 – Introdução a Indústria do Petróleo 2 Capitulo 2 – Constituintes Composição e Classificação do Petróleo 14 Capitulo 3 – Pré-Sal 20 Capitulo 4 – Gás Natural 22 Capitulo 5 – Composição do Gás-Natural 27 Capitulo 6 – Biocombustíveis 30 Capitulo 7 – Produtos Derivados 34 Bibliografia 40

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

O Petróleo no mundo

Segundo Thomas (2004) O registro da participação do petróleo na vida do homem remonta a tempos bíblicos. Na

antiga Babilônia, os tijolos eram assentados com asfaltos e o betume era largamente utilizado

pelos fenícios na calafetação de embarcações. Os egípcios o usaram na pavimentação de

estradas, para embalsamar os mortos e nas construções de pirâmides, enquanto gregos e

romanos dele lançaram mão para fins bélicos. No Novo Mundo, o petróleo era conhecido pelos

índios pré-colombianos, que o utilizavam para decorar e impermeabilizar seus potes de

cerâmica. Os incas, os maias e outras civilizações antigas também estavam familiarizados com

o petróleo, dele se aproveitando para diversos fins. O petróleo era retirado de exsudações

naturais encontradas em todos os continentes.

Na sociedade moderna, a indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850,

na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e do xisto betuminoso, e criou processos de refinação. Em agosto de 1859, o norte-americano Edwin Laurentine Drake perfurou o primeiro poço para a procura do petróleo (a uma profundidade de 21 m). Na Pensilvânia, dava-se início à exploração comercial nos Estados Unidos. A perfuração foi realizada com um sistema de percussão movido a vapor. O poço revelou-se produtor, com uma produção de 2m3/dia de óleo e a data passou a ser considerada a do nascimento da moderna indústria petrolífera, ou seja, o início da era do petróleo. Descobriu-se que a destilação do petróleo resultava em produtos que substituíram, com grande margem de lucro, o querosene obtido a partir do carvão e o óleo de baleia, largamente utilizados para iluminação.

Posteriormente, com a invenção dos motores à gasolina e a diesel, esses derivados, até então desprezados, adicionaram lucros expressivos à atividade.

A produção de óleo cru, nos Estados Unidos, teve um salto enorme desde a perfuração do primeiro poço, em 1859, que era de 2 mil barris, aumentando para aproximadamente 3 milhões em 1863, e para 10 milhões de barris em 1874, ou seja, em 15 anos a produção de óleo cru teve um aumento de 500.000%.

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Figura 1: Produção de óleo cru nos Estados Unidos no sec XIX

Até o final do século passado, os poços multiplicaram-se e a perfuração com o método

de percussão, viveu o seu período áureo. Nesse período, entretanto, começa a ser desenvolvido o processo rotativo de perfuração. Em 1990, no Texas, o americano Anthony Lucas, utilizando o processo rotativo, encontrou óleo a uma profundidade de 354 metros. Esse evento foi considerado um marco importante na perfuração rotativa e na história do petróleo.

Nos anos seguintes, a perfuração rotativa desenvolve-se e progressivamente substitui a perfuração pelo método de percussão. A melhoria dos projetos e da qualidade do aço, os novos projetos de brocas e as novas técnicas de perfuração possibilitam a perfuração de poços com mais de 10.0000 metros de profundidade.

A busca de petróleo levou a importante descobertas em países como Estados Unidos, Venezuela, Trinidad e Tabago, Argentina, Borneu e Oriente Médio. Até 1945, o petróleo produzido provinha dos Estados Unidos, maior produtor do mundo, seguido da Venezuela, México, Rússia, Irã e Iraque. Com o fim da Segunda Guerra, um novo quadro geopolítico e econômico delineia-se e a indústria de petróleo não fica à margem do processo. Ainda no ano de 1950, os Estados Unidos detinha metade da produção mundial, mas já começava a afirmação de um novo polo produtor potencialmente mais pujante no hemisfério oriental.

Esse fato ocorreu com o movimento pela descolonização seguido pelo direito de as nações disporem livremente dos próprios recursos naturais. Nesse contexto, os países do Golfo Pérsico passaram a manifestar o desejo de libertar-se das companhias petrolíferas ocidentais. Assim, em 1948, com o apoio dos Estados Unidos, enquanto superpotência, obtiveram o fim do "acordo da Linha Vermelha". Empresas recém-chegadas, como a estadunidense Getty Oil Company, ofereceram melhores condições à Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas, determinadas a manter as suas posições, a conceder a este país, em 1950, uma fatia dos lucros da exploração petrolífera na base de 50/50. Essa concessão foi estendida ao Bahrein e, posteriormente, ao Kuwait e ao Iraque.

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As multinacionais anglo-americanas, conhecidas como "sete irmãs", conservaram o controle dos preços e dos volumes de produção. O ano de 1950 foi também o ano da primeira tentativa de contestação. No Irã, o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh nacionalizou as jazidas do país. Os britânicos, prejudicados, organizaram um bloco militar em favor das exportações. Durante quatro anos, os iranianos resistiram até que, em 1954, os estadunidenses eliminaram Mossadegh, assumiram o controle do petróleo iraniano e, de passagem, afastaram os ingleses.

Essa década marca, também, uma intensa atividade exploratória, começando-se a intensificação das incursões no mar, com o surgimento de novas técnicas exploratórias.

Com o passar dos anos, foi desenvolvida grande variedade de estruturas marítimas, incluindo navios para portar os equipamentos de perfuração.

A década de 1960 registra a abundância do petróleo disponível no mundo. O excesso de produção, aliado aos baixos preços praticados pelo mercado, estimula o consumo desenfreado. O deslocamento de polaridade que já se fazia prever na década anterior começa ase afirmar. Os anos 1960 revelaram grande sucesso na exploração de petróleo no Oriente Médio e na União Soviética, o primeiro com expressivas reservas de óleo e o segundo com expressivas reservas de gás. Nessa década também surgiu a OPEP, oque significa essa sigla e qual era o seu objetivo?

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo - OPEP foi criada por Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque e Venezuela, permitindo que, pela primeira vez na História, os países produtores de petróleo se unissem contra as "sete irmãs".

Ainda demoraria uma década (ano 1970), entretanto, para que a correlação de forças entre países consumidores e países produtores fosse alterada. Isso aconteceu quando, devido a um acidente que danificou o oleoduto entre a Arábia Saudita e o mar Mediterrâneo, levou a uma diminuição da oferta de 5mil barris/dia no mercado. Como consequência, os preços do petróleo subiram e a OPEP deu-se conta de seu poder.

As nacionalizações voltaram à ordem do dia nos países árabes: em 1972, o Iraque recuperou o controle da sua indústria petrolífera, nacionalizando-a em 1975. Sem desejar serem reduzidas a meros compradores de petróleo, as companhias ocidentais introduziram uma nova figura jurídica para manter o seu status: os "contratos de partilha da produção". Por eles, passaram a se associar à produção local do petróleo e a comercializar, por sua própria conta, uma parte da produção da jazida.

A Guerra do Yom Kipur (1973) provocou o primeiro choque petrolífero mundial. A OPEP elevou o preço do barril em 70% e limitou a sua produção. No ano seguinte (1974), o Kuwait e o Qatar assumiram o controle (em até 60%) das companhias que atuavam em seu território. A Arábia Saudita fez o mesmo antes de nacionalizar completamente a Arabian-American Oil Company (ARAMCO), em 1976.

Esses fatos levaram os países produtores a controlar o mercado, tendo as companhias perdido a capacidade de ditar os preços. Elas conservam, e mantém, até hoje, a primazia sobre o refinamento, o transporte e a comercialização do óleo e dos derivados. Se, em 1940, o Oriente Médio produzia 5% do petróleo mundial, em 1973, à época do choque petrolífero, atingia 36,9%.

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Esse elevado preço do petróleo tornou econômicas grandes descobertas no Mar do Norte e no México. Outras grandes descobertas ocorreram em territórios do Terceiro Mundo e de países comunistas, enquanto os Estados Unidos percebem que suas grandes reservas de petróleo já se encontram esgotadas, restando-lhes aprimorar métodos de pesquisa para localizar as de menor porte e de revelação mais discreta. Acontecem, então, os grandes avanços tecnológicos no aprimoramento de dispositivos de aquisição, processamento e interpretação de dados sísmicos, como também nos processos de recuperação de petróleo das jazidas já conhecidas. Os anos 1970 marcam, também, significativos avanços na geoquímica orgânica, com consequente aumento no entendimento das áreas de geração e mitigação de petróleo.

Nos anos 1980 e1990, os avanços tecnológicos reduzem os custos de exploração e de produção, criando um novo ciclo econômico para a indústria petrolífera. Em 1996, as reservas mundiais provadas eram 60% maiores que em 1980, e os custos médios de prospecção e produção caíram cerca de 60% nesse mesmo período.

Assim, ao longo do tempo, o petróleo foi se impondo como fonte de energia. Hoje, com o advento da petroquímica, além da grande utilização dos seus derivados, centenas de novos compostos são produzidos muitos deles diariamente utilizados, como plásticos, borrachas sintéticas, tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos etc. Com isso, o petróleo, além de produzir combustível, passou a ser imprescindível às facilidades e às comodidades da vida moderna.

Até o momento fala-se sobre a evolução do petróleo. Apresentam-se, a seguir, informações sobre a situação atual dos principais países produtores, exportadores, consumidores e importadores, tendo como base o ano de 2006. Assim será possível dar uma visão geral do cenário atual do petróleo no mundo.

A Tabela 1 apresenta os principais países produtores de petróleo. Os valores apresentados referem-se à produção em milhões de barris por dia.

Tabela 1: Principais Países Produtores de Petróleo

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A Tabela 2 apresenta os principais países exportadores de petróleo. Os valores apresentados estão ordenados por milhões de barris exportados por dia, em 2006.

Tabela 2: Principais Países Exportadores de Petróleo

A Tabela 3 apresenta os principais países consumidores de petróleo. Os valores

apresentados são de produção 2006, em milhões de barris por dia.

Tabela 3: Principais Países Consumidores de Petróleo

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A Tabela 4 apresenta os principais países importadores de petróleo. Os valores apresentados referem-se a 2006, em milhões de barris por dia.

Tabela 4: Principais Países Importadores de Petróleo

A Figura 2 apresenta os valores de Reservas em 2007, em bilhões de barris de óleo equivalente.

Figura 2: As 20 maiores reservas de petróleo do mundo

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O Petróleo no Brasil A história do petróleo, no Brasil, começa em 1858, quando o Marquês de OIinda assina o

Decreto n° 2.266 concedendo a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de querosene, em terrenos situados às margens do Rio Marau, na então província da Bahia. No ano seguinte, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observa o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.

Considerando as primeiras noticias sobre pesquisas diretamente relacionadas ao petróleo, podemos dividir a História do Brasil em quatro fases:

Primeira: até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Nesta fase, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo. O poço perfurado foi o DNPM-163 que atingiu a profundidade final de 488 metros e, segundo relatos da época, produziu 0,5 m3 de óleo, outros relatos dizem que teve como resultado apenas água sulfurosa.

Segunda: nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.

Terceira: estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a lei n° 2004, criando a Petrobras. Foi uma fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato de a Petrobras ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro, e defendida por diversos partidos políticos. Desde sua criação, a Petrobras descobriu petróleo nos estados Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Santa Catarina.

Quarta: flexibilização do Monopólio, conforme a lei n° 9.478, de 6 de agosto de 1987 que criou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.

Observe a figura a seguir:

Figura 3: Divisão da história do petróleo no Brasil

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Complementado um pouco essa história, segundo Thomas (2004), o grande fato dos anos 70, quando os campos de petróleo do Recôncavo Baiano entravam na maturidade, foi a descoberta da província petrolífera da Bacia de Campos, RJ, através do campo de Garoupa. Nessa mesma década, outro fator importante foi à descoberta de petróleo na plataforma continental do Rio Grande do Norte através do campo de Ubarana.

A década de 1980 foi marcada por três fatos de relevância: a constatação de ocorrências de petróleo em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apontando para o que viria ase constituir, em pouco tempo, na segunda maior área produtora de petróleo do país; as grandes descobertas dos campos gingantes de Marlim e Albacora, em águas profundas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro; as descobertas do Rio Urucu, no Amazonas.

Na década de 1990, outras grandes descobertas foram contabilizadas, como os campos gigantes de Roncador e Barracuda na Bacia de Campos, estado do Rio de Janeiro.

A produção de petróleo no Brasil cresceu de 750 m3/dia na época da criação da Petrobras, para mais de 182.000 m3/dia, no final dos anos 1990, graças aos contínuos avanços tecnológicos de perfuração e produção na plataforma continental.

E a Petrobras não parou, a busca e o desenvolvimento de novas tecnologias avançaram rumo ao alto-mar, o que fez, em poucos anos, a estatal brasileira se tornar referência na exploração e produção de petróleo em águas profundas. Atualmente, a atividade acontece em 11 bacias sedimentares ao longo da costa marítima, e, ainda, na Bacia do São Francisco, no centro-oeste brasileiro.

Ao fim de 2006, a petrolífera mantinha atividade exploratória em 210 campos em terra e 68 no mar, o que representava 7.507 poços terrestres e 714 marítimos. Destes últimos, alguns ultrapassam a antes inimaginável profundidade de 6 mil metros além do fundo do mar.

Um ponto de grande destaque na história da Petrobras, foi AP-50, APLATAFORMA DA AUTOSSUFICIÊNCIA, que entrou em operação em 21 de abril, no Campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos. Com a entrada em operação dessa Plataforma, o país deu um passo decisivo para atingir uma produção de 1,8 milhão de barris diários - o equivalente ao consumo de petróleo das refinarias brasileiras, sendo assim, um marco histórico para a empresa, para o país e para o continente sul-americano.

No ano de 2006, a Petrobras anunciou seguidos recordes de produção e, asseguram os analistas, o principal desafio da empresa, a partir de 2007, foi dar sustentabilidade à autossuficiência em petróleo - estruturalmente atingida, mas ainda não alcançada em termos reais, já que o país ainda precisa importar óleo fino do exterior. Por conta dessa incômoda dependência, a estatal brasileira passou a dar maior atenção ao setor de refino, que após muitos anos em segundo plano, passou a ser tratado com a mesma atenção dispensada à área de Exploração e Produção, chamada de E&P pelas pessoas que atuam no segmento.

A Figura 4 apresenta a distribuição percentual das reservas provadas de petróleo, segundo unidades da federação, em 31/12/2006. Observa-se que apesar de inúmeras novas descobertas de petróleo, 80% das reservas concentram-se no estado do Rio de Janeiro.

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FIGURA 4: Distribuição percentual das reservas provadas de petróleo, segundo unidades da

federação.

Essa busca pela autossuficiência é de importância estratégica para o país, não só no mercado nacional, mas também no internacional, porque o petróleo e seus derivados se transformaram, ao longo do século XX, não só na principal fonte primária da matriz energética mundial, mas, também, em insumo para praticamente todos os setores industriais.

FIGURA 5: Participação do petróleo na matriz energética mundial em 2006 (fontes primárias)

O crescimento exponencial do petróleo e a utilização de seus derivados, como gasolina

e óleo diesel como combustível para os meios de transporte, fez com que a substância rapidamente se transformasse na principal fonte da matriz energética mundial. Outros derivados, como a nafta, passaram a ser aplicados como insumo industrial na fabricação de produtos diversificados como materiais de construção, embalagens, tintas, fertilizantes, farmacêuticos, plásticos, tecidos sintéticos, gomas de mascar e batons.

Portanto, entre as vantagens estratégicas do país que detém e controla as reservas de petróleo se encontram: importância geopolítica; segurança interna em setores vitais como transporte e produção de eletricidade; aumento da participação no comércio internacional, seja por meio da exportação direta do óleo e seus derivados, seja pelo custo e, portanto, pela competitividade dos produtos industrializados.

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O petróleo é nosso Carlos Vogt

O petróleo sempre mobilizou politicamente a sociedade brasileira ao longo do século XX

e assim continua a fazê-lo nesse começo de século.

Por muitas razões, entre elas ade seu alto valor estratégico para a economia dos países

e para o desenvolvimento das nações.

O interessante é que se passam os anos, mas não se alteram muito as posturas dos

grupos que entre si se opõem relativamente às formas de exploração e de produção do

petróleo no país.

Desde 1947, a opinião pública brasileira foi confrontada com essa duplicidade de

atitudes, intensificada pela campanha "o petróleo é nosso" que alguns chegam a considerar tão

intensa e apaixonante, no século XX, quanto fora a da abolição da escravatura, no século XIX.

No cenário que se seguiu ao fim da Segunda Guerra Mundial, em que o liberalismo

anglo-saxão vencedor repercutiu também no Brasil com aqueda do Estado Novo e da ditadura

Vargas, os assim chamados "entreguistas", com forte representação na grande imprensa e nas

grandes organizações patronais propugnavam pela abertura total do país ao capital estrangeiro

para a exploração do petróleo em terras brasileiras.

O argumento era o de que o país não tinha nem capital nem técnica, tampouco

tecnologia para as modernas prospecções que os países desenvolvidos dominavam

inteiramente. Em resumo, o argumento era de que "o petróleo ia ficar debaixo da terra".

Contra eles, os "nacionalistas" que pregavam o monopólio estatal do petróleo, que

acreditavam na capacidade de planejamento e de atuação eficaz do estado e que não admitiam

outra alternativa que não fosse a da criação de uma empresa nacional para a exploração do

então chamado "ouro negro".

Em 1953, quando Getúlio Vargas, em seu segundo governo, agora presidente eleito pelo voto, promulga, no dia 3 de outubro, alei da criação da Petrobras, vários acontecimentos importantes marcaram acena histórica desses princípios da segunda metade do século XX.

No dia 5 de março, morria, em Moscou, aos 73 anos de idade, o ditador Joseph Stálin que durante 29 anos dirigira, com mão de ferro, os destinos da União Soviética, transformando-a, ao preço de muitas vidas, na grande potência rival dos EUA e no segundo grande ator do drama da Guerra Fria, cujo desenrolar se daria até 1989 com aqueda do muro de Berlim.

No dia 19 de junho, como parte desse drama, são executados, na cadeira elétrica nos EUA, Julius e Ethel Rosemberg, acusados de terem passado para a URSS segredos da fabricação da bomba atômica.

No mês seguinte, no dia 27, depois de três anos de combates e de mais de 5 milhões de mortos, é assinado o armistício entre as Nações Unidas, China e Coreia do Norte para por fim à Guerra da Coreia. Tudo continuou como antes, do ponto de vista da divisão das duas Coreias pelo paralelo 38, mas o Japão começou aí a conhecer a retomada de seu desenvolvimento econômico já que foi um dos grandes fornecedores de material bélico para a guerra.

Estava em cena o plano de recuperação econômica do Japão, tão eficiente e estratégico, na Ásia, quanto o plano Marshall, adotado pelos EUA, através de uma lei de 1948, para a reconstrução da Europa devastada pela Guerra e como parte da diplomacia para conter o avanço da expansão soviética: raízes do novo liberalismo.

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Também em 1953, no dia 15 de março, a primeira montadora de automóveis no Brasil, a Volkswagen, instala· se em um pequeno barracão no Ipiranga, na cidade de São Paulo, para montar, com peças de fabricação alemã e com mão de obra brasileira, carros da linha Volks e da linha Kombi.

Em 29 de abril, o filme O cangaceiro, de Lima Barreto, ganha a Palma de Ouro do Festival de Cannes e no dia 26 de junho fracassa a tentativa de golpe, depois bem-sucedida, em 1958, do grupo de revolucionários cubanos liderados por Fidel Castro contra o governo do ditador Fulgêncio Batista.

Com a criação da Petrobras, em 3 de outubro de 1953, vencem os "nacionalistas" e triunfa a campanha de mobilização da opinião pública "O petróleo é nosso", que teve vários próceres na história republicana do século XX, no Brasil.

Monteiro Lobato morre em 1948, no mesmo ano em que a União Nacional dos Estudantes – UNE cria a Comissão Estudantil de Defesa do Petróleo, surgindo, na sequência, em decorrência do movimento de mobilização nacional em torno do tema, o lema consagrado de "O petróleo é nosso".

Ele próprio, Monteiro Lobato, como é sabido, teve um papel fundamental nessa consagração. Autor festejado, editor de sucesso, Lobato teve uma militância política e institucional tão intensa em sua vida quanto é grande e variada a sua obra literária. Dos livros infantis, cujo cenário de imaginação e de fantasia está no Sitio do Pica-Pau Amarelo, com seus personagens inesquecíveis e suas histórias memoráveis, aos contos regionais de gosto gótico e impressionista, passando pelas cartas e pelos textos de militância nacionalista, Monteiro Lobato mostra uma vocação política forte, apenas matizada pelo didatismo de suas intenções e, no mais das vezes, transfigurada em peça literária de alta qualidade.

Bate-se contra a ditadura de Artur Bernardes, contra a ditadura de Getúlio Vargas, sendo um ativista ferrenho na defesa do voto secreto.

Quando, em 1936, lança O escândalo do petróleo já vinha de anos a sua luta pelo petróleo e por sua exploração e produção nacionais.

Ele próprio, em 1931, criara a Companhia Petróleos do Brasil, que no seu lançamento teve metade das ações subscritas em 4 dias, conseguindo, enfim, que, em 1936, a sonda de Alagoas, de sua empresa, depois de ser interditada por intervenção federal fizesse jorrar, a 250 metros de profundidade no poço São João, de Riacho Doce, o primeiro jato de gás de petróleo.

Lobato escreve cartas a Getúlio, milita na imprensa, faz palestras e conferências, viaja aos EUA, conhece e aprende as novas técnicas e metodologias de exploração e de produção do petróleo, batalha pela exploração do ferro por empresas brasileiras, exige políticas de proteção, de investimento e de desenvolvimento para exploração das riquezas escondidas no solo, até que é preso em 1941, em São Paulo, sob a acusação de querer, com seus escritos e o seu persistente ativismo, desmoralizar, o Conselho Nacional do Petróleo.

A sua atuação, a força de suas análises e opiniões, o respeito nacional e internacional de que gozam o homem e o autor acabam por inspirar tanto os partidos de esquerda como os movimentos sociais que viriam pôr na rua, no começo dos anos 1950, a grande campanha nacionalista de defesa do petróleo.

Monteiro lobato continuava ativo e militante da causa do petróleo, mesmo depois de sua morte.

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Hoje, o petróleo é nosso e a Petrobras também. Pela mesma militância histórica que levou à sua criação, não foi privatizada e, embora o monopólio da Petrobras, consagrado numa emenda, quando de sua criação, tenha sido um pouco flexibilizado, a empresa continua estatal adquiriu a condição de transnacionalidade pelo alcance de suas operações e é detentora de tecnologias de exploração em águas profundas e em águas muito profundas que lhe são muito peculiares e de domínio muito específico.

Nesse sentido, a empresa não só produz petróleo, mas produz também conhecimento tecnológico para exportação.

No decorrer deste capítulo, ao mostrarmos a história do petróleo, apresentamos a grande evolução da sua utilização, só que essa utilização, segundo ambientalistas, tem um impacto negativo em função de trazer grandes riscos para o meio ambiente, desde o processo de extração, transporte, refino até o consumo, com a produção de gases que poluem a atmosfera. Os piores danos acontecem durante o transporte de combustível com vazamentos em grande escala de oleodutos e navios petroleiros.

No Brasil já ocorreram vários acidentes com graves consequências para o meio ambiente. A Petrobras, visando minimizar os riscos de acidentes ambientais, criou o programa Pégaso, além de várias universidades do país estarem desenvolvem pesquisas para criar formas eficientes para a limpeza de áreas degradadas.

E para os casos em que os acidentes já ocorreram, visando minimizar os efeitos dos acidentes e os vazamentos, existem várias iniciativas governamentais no Brasil. A principal delas é a Rede Cooperativa em Recuperação de Áreas Contaminadas por Atividades Petrolíferas – Recupetro.

Mas dos riscos ambientais originados do petróleo não são uma preocupação só do Brasil. O Gráfico 6mostra a geração de energia elétrica no mundo por tipo de combustível nos anos de 1973 e 2006, e podemos observar que a geração por petróleo teve uma queda de 20% durante o período estudado.

Figura 6: Geração de energia elétrica no mundo por tipo de combustível nos anos de 1973 e

2006 Essa redução ocorreu porque, nos últimos anos, a busca de fontes alternativas tornou-se

mais premente, mas além da minimização dos riscos ambientais outro motivo é a perspectiva de esgotamento, em médio prazo, das reservas de petróleo hoje existentes.

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CAPÍTULO 2

CONSTITUINTES, COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

Falamos um pouco sobre a história do petróleo e neste capítulo apresentaremos de que é formado este "produto" tão importante para a sociedade moderna.

Segundo a lei n° 9.478/07 "Petróleo é todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural a exemplo do óleo cru e condensado".

Do latim petra (pedra) e oleum (óleo), o petróleo no estado líquido é uma substância oleosa, inflamável menos densa que a água, com cheiro característico e de cor variando entre o negro e o castanho-claro. É um óleo natural fóssil não renovável, resultado da decomposição de produto orgânico soterrado durante milhões de anos e submetido a pressões e temperaturas elevadas.

Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje se acredita que o petróleo tem origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio, ou seja, hidrocarbonetos. Quando a mistura contém uma maior porcentagem de moléculas pequenas seu estado físico é gasoso e, quando a mistura contém moléculas maiores, seu estado físico é líquido, nas condições normais de temperatura e pressão. A Figura7 ilustra os estados físicos do petróleo.

FIGURA 7: Estados Físicos do Petróleo

Segundo Thomas (2001), o petróleo contém centenas de compostos químicos e separá-

los em compostos puros ou misturas de composição conhecida é praticamente impossível. O petróleo é normalmente separado em frações, de acordo com a faixa de ebulição dos compostos. A tabela 5 mostra as frações típicas que são obtidas do petróleo.

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TABELA 5: Frações Típicas do Petróleo

O petróleo pode ocorrer nos seguintes estados. Sólido - Asfalto Líquido - Óleo cru Gasoso - Gás natural

Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem características diferentes. Alguns são pretos, densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás, enquanto outros são castanhos ou bastante claros, com baixa viscosidade e densidade, liberando quantidade apreciável de gás. Outros reservatórios, ainda, podem produzir somente gás. Entretanto, todos eles produzem análises elementares semelhantes às dadas na Tabela 6.

TABELA 6: Análise Elementar do Óleo Cru Típico (% em peso)

A alta porcentagem de carbono e hidrogênio existente no petróleo mostra que os seus principais constituintes são os hidrocarbonetos. Os outros constituintes aparecem sob a forma de composto orgânicos que contêm outros elementos, sendo os mais comuns o nitrogênio, o enxofre e o oxigênio, conhecidos como não hidrocarbonetos.

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Foi mencionado que o petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos e não hidrocarbonetos, mas oque seriam esses dois compostos, você saberia defini-los e classificá-los?

1. Hidrocarbonetos. Compostos orgânicos formados por carbono e hidrogênio. De acordo com a sua estrutura, podem ser classificados assim:

Saturados ou alcanos ou parafinas: Apresentam os átomos de carbonos unidos somente por ligações simples e o maior número possível de átomos de hidrogênio, constituindo cadeias lineares, ramificadas ou cíclicas, interligadas ou não. Podem ser classificados em hidrocarbonetos parafínicos normais; parafínicos ramificados; parafínicos cíclicos (naftênicos).

Insaturados ou olefinas: apresentam pelo menos uma dupla ou tripla ligação carbono-carbono.

Aromáticos ou arenos: apresentam pelo menos um anel de benzeno na sua estrutura.

A Tabela 7 apresenta as principais características dos hidrocarbonetos encontrados no petróleo.

TABELA 7: Características dos Hidrocarbonetos Encontrados no Petróleo

Segundo estudo realizado pela API (American Petroleum Institute) com vários petróleos de diferentes origens chegou-se às seguintes conclusões.

Todos os petróleos contêm substancialmente os mesmos hidrocarbonetos, em diferentes quantidades;

A quantidade relativa de cada grupo de hidrocarbonetos presente varia muito de petróleo para petróleo: Como consequências, segundo essas quantidades, diferentes serão as características dos tipos de petróleo.

A quantidade relativa dos compostos individuais dentro de cada grupo de hidrocarbonetos, no entanto, é, aproximadamente, da mesma ordem de grandeza para diferentes petróleos.

2. Não hidrocarbonetos. Constituintes que possuem compostos como enxofre, nitrogênio e metais e são considerados como impurezas. Podem aparecer em toda a faixa de ebulição do petróleo, mas tendem a se concentrar em frações mais pesadas.

Compostos Sulfurados Compostos Nitrogenados

Compostos Oxigenados Resinas e Asfaltenos

Compostos Metálicos

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A Tabela 8 apresenta de forma resumida, as principais características desses compostos.

TABELA 8: Principais características dos não hidrocarbonetos

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Os principais grupos de componentes dos óleos são os hidrocarbonetos saturados, os hidrocarbonetos aromáticos, as resinas e os asfaltenos. O maior grupo é formado pelos hidrocarbonetos saturados, sendo encontrada no petróleo parafinas normais e ramificadas, que vão do metano até 45 átomos de carbono.

A Tabela 9 apresenta a composição química de um petróleo típico, apresentando as porcentagens de cada composto.

TABELA 9: Composição Química de um Petróleo Típico

Segundo Thomas (2001), com relação à classificação do petróleo em função de seus

constituintes, esta interessa desde os geoquímicos até os refinadores. Os primeiros visam caracterizar o óleo para relacioná-lo à rocha-mãe e medir seu grau de degradação. Os refinadores querem saber a quantidade das diversas frações que podem ser obtidas, assim como sua composição e suas propriedades físicas. Essa classificação é dividida da seguinte forma.

Classe parafínica: excelente para a produção de querosene de aviação (OAV), diesel, lubrificantes e parafinas.

Classe parafínico-naftênica e classe naftênica: excelentes para a produção de gasolina, nafta petroquímica, OAV e lubrificantes.

Classe aromática intermediária, aromática naftênica e aromática asfáltica: indicados para a produção de gasolina, solventes e asfaltos. O que se sabe a respeito da origem do petróleo?

Admite-se que essa origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton – organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas, tais como protozoários, celenterados e outros – causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.

Esses seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos lagos. Pressionados pelos movimentos da crosta terrestre, transformaram-se na substância oleosa que é o petróleo. Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi gerado – a rocha matriz –, mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado para se concentrar.

Esses terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se ali, ocupando os poros rochosos em forma de "lagos". Ele então se acumula, formando jazidas. Ali são encontrados gás natural na parte mais alta, petróleo e água nas mais baixas.

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Detalhando um pouco mais sobre o surgimento do petróleo, o mesmo é o produto da compressão e do aquecimento da matéria orgânica depositada junto com os sedimentos. O soterramento progressivo e consequente, subsidência dessa matéria orgânica depositada juntamente com os sedimentos marinhos ou lacustres, produz a compactação e a formação de uma rocha chamada rocha geradora. A matéria orgânica, no estado sólido, presente na rocha geradora, é chamada de querogênio. Com o incremento de temperatura, as moléculas do querogênio começam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos, em um processo denominado catagênese. Para se ter uma acumulação de petróleo, é necessário que, após o processo de geração, ocorra a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sob a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa e permeável chamada rocha reservatório. Aqui surge uma pergunta, o petróleo é utilizado no seu estado bruto?

Se sua resposta foi negativa, você está correto. Em relação a sua utilização, o petróleo não é utilizado em seu estado bruto; são separados os seus distintos componentes, podendo ter cada um desses produtos usos adequados às suas características. O petróleo é matéria-prima de mais de 350 produtos.

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CAPÍTULO 3

PRÉ-SAL

A expressão pré-sal está diretamente ligada à Petrobras e, naturalmente, ao petróleo passou a tomar conta dos noticiários depois que a estatal confirmou a existência de gigantescos campos petrolíferos armazenados na camada "pré-sal", no fundo do mar.

Especialistas estimam que as reservas encontradas apenas no campo de Tupy, na costa de São Paulo, podem ultrapassar 100 bilhões de barris de petróleo e gás natural, considerando que a Petrobras já detectou indícios de petróleo na camada "pré-sal" desde Santa Catarina até o Espírito Santo. Atualmente as reservas brasileiras não passam de 14 bilhões.

Pré-sal é a denominação das reservas petrolíferas encontradas abaixo de uma profunda camada de sal no subsolo marítimo, também chamada de subsal. As rochas, reservatório desse tipo de região, normalmente são encontradas em regiões muito profundas, de difícil localização e de acesso mais complexo. A maior parte das reservas petrolíferas "pré-sal" ou "subsal" atualmente conhecidas no mundo está em áreas marítimas profundas e ultraprofundas.

A primeira descoberta de reservas petrolíferas ocorreu no litoral brasileiro. Essas reservas passaram a ser conhecidas simplesmente como "petróleo do pré-sal" ou "pré-sal". São as maiores reservas conhecidas em zonas da faixa pré-sal até o momento identificadas.

Depois do anúncio da descoberta de reservas na escala de dezenas de bilhões de barris, em todo o mundo começaram processos de exploração em busca de petróleo, abaixo das rochas de sal, nas camadas profundas do subsolo marinho. Atualmente as principais áreas de exploração petrolífera com reservas potenciais ou prováveis já identificadas na faixa pré-sal estão no litoral do Atlântico Sul. Na porção sul-americana está a grande reserva do pré-sal no litoral do Brasil, enquanto, no lado africano, existem áreas pré-sal em processo de exploração (em busca de petróleo) e mapeamento de reservas possíveis no Congo (Brazzaville) e no Gabão. Além do Atlântico Sul, especificamente nas áreas atlânticas da América do Sul e da África, também existem camadas de rochas pré-sal sendo mapeadas à procura de petróleo no Golfo do México e no Mar Cáspio, na zona marítima pertencente ao Cazaquistão. Nesses casos, foram a ousadia e o trabalho envolvendo geração de novas tecnologias de exploração, desenvolvidas pela Petrobras, que acabaram sendo copiadas ou adaptadas e veem sendo utilizadas por multinacionais, para procurar petróleo em camadas do tipo pré-sal em formações geológicas parecidas em outros locais do mundo.

A temperatura onde se localiza a pré-sal é elevada, podendo atingir entre 80°C e 100°C. Aliada à alta pressão, as rochas alteram-se e adquirem propriedades elásticas, ficando muito moles, o que dificulta a perfuração do poço. "A tendência é que ele se feche. Se não se conseguir revesti-lo rapidamente, ele se fecha e perde-se o poço", explica o professor Ricardo Cabral de Azevedo, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Para chegar até a pré-sal será necessário vencer diversas etapas com características bem diferentes. O tubo que vai da plataforma até o fundo do oceano, chamado riser, tem que aguentar ondas sísmicas, correntes marítimas e flutuações da base.

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A Figura 8 apresenta a camada de pré-sal.

Figura 8: Camada de Pré-Sal

Além de resistentes, os tubos precisam ser leves já que são deslocados por navio ou

plataforma. Outro problema a ser vencido é a corrosão provocada pelo dióxido de enxofre, hoje um dos maiores obstáculos técnicos para a exploração dos novos campos.

Segundo Celso Morooka, especialista em engenharia de materiais da Universidade Estadual de 'Campinas, a extração de petróleo dessa camada é um dos maiores desafios tecnológicos já enfrentados pelo Brasil; e compara a operação com a exploração espacial. "Para chegar à Lua foi preciso vencer apenas uma atmosfera; mas para atingir a pré-sal será preciso vencer 100", referindo-se à extrema pressão que os equipamentos serão submetidos.

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CAPÍTULO 4

GÁS NATURAL HISTÓRIA O gás natural no mundo

O gás natural é conhecido pela humanidade desde os tempos da Antiguidade. Em lugares onde o gás mineral era expelido naturalmente para a superfície, os povos como Persas, Babilônicos e Gregos construíram templos onde mantinham aceso o "fogo eterno".

Um dos primeiros registros históricos de uso econômico ou socialmente aproveitável do gás natural aparece na China dos séculos XVIII e IX. Os chineses utilizaram locais de escape de gás natural mineral para construir auto fornos destinados à cerâmica e metalurgia deforma ainda rudimentar.

O gás natural passou a ser utilizado em maior escala na Europa, no final do século XIX, com a invenção do queimador Bunsen, em 1885, que misturava ar com gás natural e com a construção de um gasoduto à prova de vazamentos, em 1890.

Porém as técnicas de construção de gasodutos eram incipientes, não havendo transporte de grandes volumes em longas distâncias, consequentemente, era pequena a participação do gás em relação ao óleo e ao carvão. Entre 1927 e 1931, já existiam mais de 10 linhas de transmissão de porte nos Estados Unidos, mas sem alcance interestadual. No final de 1930 os avanços da tecnologia já viabilizavam o transporte do gás para longos percursos. A primeira edição da norma americana para sistemas de transporte e distribuição de gás (ANSI/ASME B31.8) data de 1935.

O grande crescimento das construções pós-guerra durou até 1960, foi responsável pela instalação de milhares de quilômetros de gasodutos, dado os avanços em metalurgia, técnicas de soldagem e construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a ser utilizado em grande escala por vários países, dentre os quais podemos destacar os Estados Unidos, o Canadá, o Japão além da grande maioria dos países europeus, devido principalmente às inúmeras vantagens econômicas e ambientais que o gás natural apresenta.

Segundo De Freitas, estima-se que, por volta do ano de 2020, o consumo de gás natural aumente aproximadamente 86%, disponibilizando duas maneiras de aproveitamento, em forma líquida ou gasosa. O melhor é que existem significativas jazidas espalhadas no mundo. Outro atrativo dessa fonte de energia é que sua queima emite um percentual menor de poluentes em relação aos combustíveis fósseis.

Atualmente, as maiores empresas produtoras de gás natural estão divididos em 7 países, conforme Tabela 10.

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TABELA 10: Maiores empresas produtoras de gás natural

A Figura 9 apresenta, no mapa, a produção de gás natural por países.

FIGURA 9: Produção mundial de gás natural

O gás natural no Brasil A utilização do gás natural no Brasil começou bem tardia e de forma modesta por volta

de 1940, com as descobertas de óleo e gás na Bahia, atendendo a indústrias localizadas no Recôncavo Baiano. Após alguns anos, as bacias do Recôncavo, Sergipe e Alagoas destinavam-se quase em sua totalidade, para a fabricação de insumos industriais e combustíveis para a Refinaria Landulpho Alves – RELAM e o Polo Petroquímico de Camaçari.

Com a descoberta da Bacia de Campos, as reservas praticamente quadruplicaram no período 1980-95. O desenvolvimento da bacia proporcionou um aumento no uso da matéria-prima, elevando em 2,7% sua participação na matriz energética nacional.

Com a entrada em operação do Gasoduto Brasil-Bolívia em 1999, com capacidade para transportar 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia (equivalente à metade do atual consumo brasileiro), houve um aumento expressivo na oferta nacional de gás natural. Esse aumento foi ainda mais acelerado depois do apagão elétrico vivido pelo Brasil em 2000-2001, quando o governo optou por reduzir a participação das hidrelétricas na matriz energética

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brasileira e aumentar a participação das termoelétricas movidas agás natural. Nos primeiros anos de operação do gasoduto, a elevada oferta do produto e os baixos

preços praticados favoreceram, uma explosão no consumo, tendo o gás superado a faixa de 10% de participação na matriz energética nacional.

Nos últimos anos, com as descobertas nas bacias de Santos e do Espírito Santo, as reservas brasileiras de gás natural tiveram um aumento significativo. Existe a perspectiva de que as novas reservas sejam ainda maiores e, somadas a região "pré-sal", tenha reservas ainda maiores.

Apesar disso, o baixo preço do produto e a dependência do gás importado são apontados como inibidores de novos investimentos. A insegurança provocada pelo rápido crescimento da demanda e pelas interrupções intermitentes no fornecimento boliviano após o processo de do gás na Bolívia, levaram a Petrobras a investir mais na produção nacional e na construção de infraestrutura de portos para a importação de Gás Natural liquefeito - GNL. Principalmente depois dos cortes ocorridos durante uma das crises resultantes da longa disputa entre o Governo Evo Morales e os dirigentes da província de Santa Cruz obrigarem a Petrobras reduzir o fornecimento do produto para as distribuidoras de gás do Rio de Janeiro e São Paulo no mês de outubro de 2007.

Assim, apesar do preço relativamente menor do metro cúbico de gás importado da Bolívia, a necessidade de diminuir a insegurança energética do Brasil levou a Petrobras a decidir por uma alternativa mais cara, porém mais segura: a construção de terminais de importação de GNL no Rio de Janeiro e em Pecém, no Ceará. Ambos os terminais já começaram a funcionar e permitem, ao Brasil. importar de qualquer país praticamente o mesmo volume de gás que hoje o país importa da Bolívia.

Para ampliar ainda mais a segurança energética do Brasil, a Petrobras pretende, simultaneamente, ampliar a capacidade de importação de gás construindo novos terminais de GNL no sul e sudeste do país até 2012, e ampliar a produção nacional de gás natural nas reservas de Santos.

Como se decide que se deve investir em gás natural? Essa decisão é tomada da mesma forma que para a maioria dos combustíveis fósseis?

Ao contrário do que ocorre com a maioria dos combustíveis fósseis, facilmente armazenáveis, a decisão de investimento em gás natural depende da negociação prévia de contratos de fornecimento em longo prazo, do produtor ao consumidor. Essas características técnico-econômicas configuram num modo de organização no qual o suprimento do serviço depende, previamente, da implantação de redes de transporte e de distribuição, bem como da implantação de um sistema de coordenação de fluxos, visando ao ajuste da oferta e da demanda, sem colocar em risco a confiabilidade do sistema.

Devido às fortes barreiras à entrada de novos concorrentes, o modelo tradicional que predominou do pós-guerra até o início dos anos 1980, mesmo com variantes de um país a outro, em função de contextos jurídicos e institucionais, é estruturado por três atributos principais: integração vertical, monopólios públicos de fornecimento e forma de comercialização baseada em contratos bilaterais em longo prazo. Para a indústria de gás natural, esse modelo permitiu, na Europa e nos Estados Unidos, uma forte expansão da produção de gás e o incremento significativo da participação do gás no balanço energético desses países.

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No Brasil, até 1997, predominou o modelo de monopólio estatal da Petrobras na produção e no transporte de gás natural, ficando as distribuidoras estaduais a cargo da distribuição e venda de gás aos consumidores residenciais e industriais. Também existiam casos em que a Petrobras fornecia gás diretamente a alguns grandes consumidores.

Após 1997, com anova lei do Petróleo, a Petrobras perdeu o monopólio sobre o setor. Para se adequar à "lei do livre acesso", a Petrobras viu-se obrigada a criar uma empresa para operar seus gasodutos – A Transpetro. Até 3 de março de 2009, o setor carecia de uma legislação específica.

Com a publicação da lei n° 11.909, de 4 de março de 2009, foram criadas normas para "exploração das atividades econômicas de transporte de gás natural por meio de condutos e da importação e exportação de gás natural" (Art. 1°). Petrobras confirma construção de mais uma planta de GNL

CIRILO JUNIOR da Folha Online, no Rio, a Petrobras confirmou nesta segunda-feira que vai construir mais um terminal de regaseificação de Gás Natural Liquefeito - GNl no país. Será o terceiro da empresa e, segundo a diretora de Gás e Energia da estatal, Maria das Graças Foster, "muito provavelmente" será feito na região Sul, em local próximo à malha de gasodutos da empresa.

A estatal já inaugurou uma unidade em Pecém (CE) e vai iniciar, em breve, operações no terminal da Baía de Guanabara (RJ). O terceiro projeto estava em avaliação e foi confirmado desta vez "Vai ter esse terminal, é fato, mas não na loucura e correria dos outros dois, que antecipamos em pelo menos cinco meses em relação ao cronograma original. Muito provavelmente será no Sul, e ainda não há um ponto exato", afirmou, após participar do 2° Fórum Internacional do Direito do Petróleo e Gás Natural, promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos do Direito da Energia – IBDE.

O que é um gasoduto?

O gasoduto é uma rede de tubulações que leva o gás natural das fontes

produtoras até os centros consumidores. O gasoduto Bolívia-Brasil transporta o

gás proveniente da Bolívia para atender os estados de Mato Grosso do Sul, São

Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Transporta grandes volumes

de gás, possui tubulações de diâmetro elevado, opera em alta pressão e somente

se aproxima das cidades para entregar o gás às companhias distribuidoras,

constituindo um sistema integrado de transporte de gás.

O gás é comercializado por meio de contatos de fornecimento com as

Companhias Distribuidoras de cada Estado, detentoras da concessão de

distribuição. A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S/A TBG,

proprietária do gasoduto, é responsável pelo transporte do gás até os pontos de

entrega (Companhias Distribuidoras).

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Foster observou que pretende começar o desenvolvimento do projeto básico da nova planta de GNL no ano que vem, e que é preciso fazer com "bastante cuidado e cautela". Ela destacou que a opção por construir a planta longe da malha de gasodutos encareceria o custo de infraestrutura, e consequentemente, o preço do gás.

Em relação a possíveis prejuízos da crise financeira sobre projetos da Petrobras, a executiva afirmou que os bons projetos terão financiamento garantido, em um momento de crédito curto. Para Foster, a crise já não aparenta ser o "terror" que se apresentava, mas admitiu que o momento é de reavaliar os projetos.

"Existia um pouco de mais no futuro e um pouco de menos no presente, na interpretação da real situação financeira".

A diretora destacou a "robustez e reservas inquestionáveis" da Petrobras e que por isso não enxerga pessimismo para a estatal diante da crise. Ela lembrou que os projetos de exploração de petróleo são viáveis com o barril de petróleo tipo Brent, cotado a US$ 35, como o pré-sal.

"Se agente fala de pré-sal, o futuro é bastante otimista. Para bons projetos, a economia vai buscar soluções", salientou.

Foster não confirmou possíveis parcerias entre a Petrobras e a russa Gazprom, uma das principais produtoras de gás natural do mundo. Ela, no entanto, admitiu que existe uma aproximação entre as empresas, com interesse mútuo.

"Não sei como ela vem, sei que está vindo. Mas não há nenhum fato com a Petrobras que tenha acelerado essa vinda", explicou, lembrando que as duas companhias assinaram, há alguns anos, memorando de entendimentos para avaliar possíveis parcerias.

Disponível em: <http://wwwl.folha.uol.com.brlfolha/dinheiro/ult91 u463453.shtml >

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CAPÍTULO 5

COMPOSIÇÃO DO GÁS NATURAL

Segundo a lei n° 8.478/97, “gás natural ou gás é todo hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases

raros”. O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o

metano tem uma participação superior a 70 %em volume e contém outros gases como nitrogênio, etano, CO2 ou restos de butano ou propano, densidade menor que 1 (mais leve que o ar) e poder calorífico superior entre 8.000 e 10.000 kcal/m3, dependendo dos teores de pesados (etano e propano principalmente) e inertes (nitrogênio e gás carbônico).

No Brasil, a composição do gás para comercialização é determinada pela Portaria nº 104 de 8 de julho de 2002, da Agência Nacional do Petróleo -ANP. Essa Portaria estabelece tanto a especificação do gás natural de origem nacional e importado, a ser comercializado em todo o território nacional e agrupou o gás natural em três famílias, segundo a faixa de poder calorífico. O gás comercializado no Brasil enquadra-se predominantemente no grupo M (médio), cujas especificações são estas.

Poder calorífico superior (PCS) a 20°C e 1atm: 8.800 a 10.200 kcal/m3 Densidade relativa ao ar a 20°C: 0,55 a 0,69 Enxofre total: 80 mg/m3 máximo

H2S: 20 mg/m3 máximo

CO2: 2 %em volume máximo Inertes: 4 %em volume máximo O2: 0,5 %em volume máximo Ponto de orvalho da água a 1atm: -45°C máximo Isento de poeira, água condensada, odores objetáveis, gomas, elementos formadores de

goma hidrocarbonetos condensáveis, compostos aromáticos, metanol ou outros elementos sólidos ou líquidos.

A composição do gás natural pode variar bastante, dependendo de fatores relativos ao campo em que o gás é produzido, condicionado, processado, e transportado.

Apesar de conter vários gases na sua composição, conforme já mencionado, alguns desses gases são eliminados porque não possuem capacidade energética (nitrogênio ou CO2) ou porque podem deixar resíduos nos condutores devido ao seu alto ponto de ebulição em comparação ao do gás natural (butano e propano).

O gás natural é encontrado no subsolo, por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o resultado da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de quantidades extraordinárias de microrganismos que, em eras pré-históricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Essa matéria orgânica foi soterrada a grandes profundidades e, por isto, sua degradação se deu fora do contato com o ar a grandes temperaturas e sob fortes pressões.

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Pode ser encontrado de duas formas, diluído em óleo ou mesmo em composição gasosa, além de se apresentar isoladamente próximo à superfície terrestre. Esse tipo de fonte energética tem sido bastante usada no mundo como combustível, por isso responde por 20% de todas as energias produzidas.

É empregado como combustível em indústrias, casas e automóveis, após ser tratado e processado. É considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do petróleo e o carvão. Nos países de clima frio, seu uso residencial e comercial é predominantemente para aquecimento ambiental. Já no Brasil. esse uso é quase exclusivo no cozimento de alimentos e no aquecimento de água.

Na indústria, é utilizado como combustível para fornecimento de calor, geração de eletricidade e de força motriz, como matéria-prima nos setores químico, petroquímico e de fertilizantes, e como redutor siderúrgico na fabricação de aço.

Na área de transportes, é utilizado em ônibus e automóveis, substituindo o óleo diesel, a gasolina e o álcool. O gás natural é uma fonte de energia mais limpa. O que ele tem de diferente das outras fontes de energia?

Por estar no estado gasoso, o gás natural não precisa ser atomizado para queimar. Isso resulta numa combustão limpa, com reduzida emissão de poluentes e melhor rendimento térmico, o que possibilita redução de despesas com a manutenção e melhor qualidade de vida para a população.

A sua combustão é completa, liberando como produtos o dióxido de carbono e o vapor de água, sendo os dois componentes não tóxicos, oque faz do gás natural uma energia ecológica e não poluente.

A Figura 10 apresenta um comparativo do aumento da %de emissão de CO2 em relação ao gás natural para a mesma geração de energia.

Figura 10: Quadro comparativo do aumento %de emissão de CO2 em relação ao gás natural

para a mesma geração de energia

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Apesar dessas vantagens apresentadas, o gás natural apresenta desvantagens em relação ao butano: é mais difícil de ser transportado, devido ao fato de ocupar maior volume, mesmo pressurizado, e mais difícil de ser liquificado, requerendo temperaturas da ordem de 160°C, mais explosivo e mais tóxico.

Além dessas desvantagens apresentadas, algumas jazidas de gás natural podem conter mercúrio associado. Trata-se de um metal altamente tóxico e deve ser removido no tratamento do gás natural. O mercúrio é proveniente de grandes profundidades no interior da terra e ascende junto com os hidrocarbonetos, formando complexos organometálicos. Atualmente estão sendo investigadas as jazidas de hidratos de metano. Estima-se haver reservas energéticas muito superiores às atuais de gás natural.

Mercado de gás natural apresenta queda de 6% em julho

Utilização para geração de energia cai 57% em três meses

O mercado de gás natural apresentou queda de 6% em julho comparado com o mês anterior. O motivo, segundo a Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia – MME, foi a redução do consumo na geração de energia elétrica.

A oscilação no despacho termelétrico tem tido impacto forte no mercado de gás natural nos últimos meses. Entre março e abril, houve redução de 38% no consumo do setor.

De maio para julho a redução foi ainda maior: 57%. Essa queda no uso de gás natural para geração de energia se deve a excelente condição dos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras. Com 83,26%, a região Sul do país apresenta o maior índice, seguida do Nordeste (76,44%1, Sudeste/Centro-oeste (71,84%1 e Norte (65%1. Essa condição permite que a geração de energia no Brasil seja realizada, basicamente, por meio de hidrelétricas, mais baratas e menos poluentes.

A importação de gás natural boliviano apresentou queda de 11 %em julho, fechando o mês em 24,7 milhões de m3/dia. A previsão é de que em agosto esse volume caia para 22 milhões de m3/dia, em razão do aproveitamento adicional de gás natural associado e do baixo nível de despacho das usinas termelétricas. A média do ano está em 22,84 m3/dia.

Disponível em:<http://www.estadao.com.br/notícías/economía.Petrobras·fara·novo·leilao·de·gas·natural·no·dia·22.426262.O.html >.

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CAPÍTULO 6

BIOCOMBUSTÍVEIS

Segundo a lei n° 8.478/97, "biocombustível é o combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamentos para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil (Incluído pela lei n° 11.097, de 2005)".

Os biocombustíveis são combustíveis de origem biológica. São fabricados a partir de vegetais, tais como milho, soja, cana-de-açúcar, mamona, canola, babaçu, cânhamo, entre outros. O lixo orgânico também pode ser usado para a fabricação de biocombustível, ou seja, é um combustível diesel de queima limpa derivado de fontes naturais e renováveis. É uma alternativa renovável, que resolve dois problemas ambientais ao mesmo tempo: aproveita resíduo, aliviando os aterros sanitários, e reduz a poluição atmosférica. É uma alternativa para os combustíveis tradicionais, como o gasóleo, que não são renováveis.

O biocombustível reduz 78% das emissões poluentes, como o dióxido de carbono, o gás responsável pelo efeito de estufa que está alterando o clima à escala mundial, e 98% de enxofre na atmosfera.

Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração de empregos, tanto na fase de coleta quanto de processamento. Promove o desenvolvimento da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando emprego e evitando a desertificação, porque reduz a dependência energética do nosso país e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.

Mas por outro lado, a produção de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no mundo. Buscando lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, canola e cana-de-açúcar para transformar em biocombustível.

Os óleos vegetais podem reagir quimicamente com um álcool, para produzir ésteres. Esses ésteres, quando usados como combustíveis, levam o nome de biodiesel. Atualmente, o biodiesel é produzido por um processo chamado transesterificação. O óleo vegetal é filtrado processado com materiais alcalinos para remover gorduras ácidas. É então misturado com álcool e um catalizador. As reações formam ésteres e glicerol, separado.

O biodiesel pode ser utilizar em motores diesel, em mistura com o gasóleo (geralmente, na proporção de 5% a 30%) ou puro. Também pode ser utilizado como geração de energia elétrica. Exige, por vezes, pequenas transformações do motor, de acordo com a percentagem de mistura e o fabricante/modelo do motor.

Apesar de ser um combustível renovável, a sua capacidade de produção é limitada, pois depende das áreas agrícolas disponíveis (que terão, também, de ser usadas para fins alimentares) e, portanto, só poderá substituir, parcialmente, o gasóleo. O preço do biodiesel é ainda elevado, mas as novas tecnologias permitirão reduzir os custos da sua produção.

O biodiesel ainda esbarra em vários obstáculos, como a falta de regulamentação e os preços atuais do diesel derivado do petróleo. Estima-se que, no começo do próximo século, teremos condições de gerar biodiesel correspondente a 8% de todo o diesel consumido.

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Os motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 11 % a 53% na emissão de monóxido de carbono, e os gases da combustão do óleo vegetal não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores da chamada chuva ácida. O Brasil também tem a preocupação em reduzir poluentes. Desde 1997 fazemos óleo diesel com menos partículas de enxofre.

Atualmente já existem veículos que utilizam o biodiesel-quatro viaturas ligeiras e duas pesadas da Câmara Municipal de Lisboa, Portugal (mistura de 30%) e 18 autocarros da Carris (17 com mistura de 5% e 1 com 30%), ao longo de 6meses e durante a Expo'98.

A seguir são apresentados os principais biocombustíveis existentes. Biomassa: é uma fonte de energia limpa e renovável disponível em grande

abundância e derivada de materiais orgânicos. Todos os organismos capazes de realizar fotossíntese (ou derivados deles) podem ser utilizados como biomassa. Exemplo: restos de madeira, estrume de gado, óleo vegetal ou até mesmo o lixo urbano. Outro fator importante é que a humanidade está produzindo cada vez mais lixo e esse lixo também é capaz de produzir energia. Isso ajuda a resolver vários problemas: diminuição do nível de poluição ambiental, contenção do volume de lixo das cidades e aumento da produção de energia.

Biodiesel: é derivado de lipídios orgânicos renováveis, como óleos vegetais e gorduras aninais, para utilização em motores de ignição por compressão (diesel). É produzido por transesterificação e é também um combustível biodegradável alternativo ao diesel de petróleo, criado a partir de fontes renováveis de energia, livre de enxofre em sua composição. É obtido a partir de óleos vegetais, como ode girassol, nabo forrageiro, algodão, mamona, soja.

Bioetanol: é a obtenção do etanol através da biomassa, para ser usado diretamente como combustível ou se juntar com os ésteres do óleo vegetal e formar um combustível. A esse processo se dá o nome de transesterificação. O etanol é um álcool incolor, volátil, inflamável e totalmente solúvel em água, derivado da cana-de-açúcar, do milho, da uva, da beterraba ou de outros cereais, produzido através da fermentação da sacarose. Comercialmente, é conhecido como álcool etílico e sua fórmula molecular é C2H5OH ou C2H6O.

O etanol, atualmente, é um produto de diversas aplicações no mercado, largamente utilizado como combustível automotivo na forma hidratada ou misturado à gasolina. Também tem aplicações em produtos, como perfumes, desodorantes, medicamentos, produtos de limpeza doméstica e bebidas alcoólicas. Merece destaque como uma das principais fontes energéticas do Brasil, além de ser renovável e pouco poluente. O Brasil é o maior produtor mundial de etanol, que, quando utilizado como combustível em automóveis, representa uma alternativa à gasolina de petróleo. Destacam-se na produção do etanoI os estados de São Paulo e Paraná, respondendo juntos por quase 90% da safra total produzida. Além disso, o Brasil lidera a produção mundial de cana-de-açúcar (principal matéria-prima do etanol), sendo essa uma indústria que movimenta vários bilhões de dólares por ano. Isso representa uma menor dependência do Brasil ao petróleo.

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Na apresentação dos principais biocombustíveis foi falado sobre transesterificação, você saberia o que significa esse termo?

Transesterificação é uma reação química entre um éster (RCOOR') e um álcool (R"OH) da qual resulta um novo éster (RCOOR") e um álcool (R'OH).

Onde R, R’, e R” são radicais orgânicos. A transesterificação é o processo mais utilizado para a produção de biodiesel. O

processo inicia-se juntando o óleo vegetal com um álcool (metanol, etanol, propanol, butano!) e catalisadores (que podem ser ácidos, básicos ou enzimáticos). Para o exemplo mais comumente empregado, utilizando-se do metanoI, tem-se:

Nesse processo, obtém-se um éster metílico de ácido graxo e glicerina como subproduto, que é removida por decantação. O éster metílico de ácido graxo formado possui uma viscosidade menor que o triacilglicerol utilizado como matéria-prima. A glicerina formada possui alto valor agregado, sendo usada por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos. A partir do que foi apresentado, destacaremos oque consideramos como as principais vantagens do biodiesel.

É mais seguro do que o diesel de petróleo. O ponto de combustão do biodiesel na sua forma pura é de mais de 300 F contra 125 F

do diesel comum. Apresentam equipamentos mais seguros. A exaustão do biodiesel é menos ofensiva. Resulta numa notável redução dos odores, o que é um benefício real em espaços

confinados. Tem odor semelhante ao cheiro de batatas fritas. Não foram noticiados casos de irritação nos olhos. Apresenta uma combustão mais completa, por ser oxigenado. Não requer armazenamento especial. Pode ser armazenado, em sua forma, natural em qualquer lugar onde o petróleo é

armazenado, e pelo fato de ter maior ponto de fusão é ainda mais seguro o seu transporte.

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Funciona em motores convencionais. Requer mínimas modificações para operar em motores já existentes. É renovável, contribuindo para a redução do dióxido de carbono. Pode ser usado sozinho ou misturado em qualquer quantidade com diesel de petróleo. Aumenta avida útil dos motores por ser mais lubrificante. É biodegradável e não tóxico.

Mamona e biodiesel

A mamona (Ricinus communis – Euphorbiaceae) é uma planta existente nas regiões secas do Brasil. Está sendo utilizada como combustível renovável, ecologicamente correto, ajudando o sertanejo ater uma fonte de renda e ter sobrevivência em épocas de estiagem.

O biodiesel extraído da mamona pode ser usado em qualquer motor, como os de tratores ou os de caminhões, sem nenhuma adaptação.

O biodiesel pode ser produzido a partir de todo óleo vegetal e até animal, como óleo de peixe. No caso do combustível feito a partir de óleo de mamona, que tem uma viscosidade maior, ele precisa ser misturado na proporção de 20% de biodiesel para 80% de diesel comum para ser usado. Na sua combustão, não há emissão das substâncias mais poluentes (que contêm enxofre), encontradas nos combustíveis fósseis. O biodiesel pode inclusive ser usado em geradores de energia, neste momento de escassez, ajudando a reduzir a importação de petróleo.

Depois de extraído o óleo, a sobra (chamada de torta ou farelo) ainda pode ser usada como ração animal. No caso da mamona, é preciso desintoxicar o farelo antes de transformá-lo em ração. É possível também transformar amadeira do caule em adubo. A mamona produz de 15 a20 toneladas de madeira por hectare.

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CAPÍTULO 7

PRODUTOS DERIVADOS

Segundo a lei n° 8.478/97. "derivados de petróleo são produtos decorrentes da transformação do petróleo".

O petróleo bruto contém centenas de diferentes tipos de hidrocarbonetos misturados, conforme já mencionado e para separá-los é necessário refinar o petróleo.

As cadeias de hidrocarbonetos de diferentes tamanhos têm pontos de ebulição que vão aumentando progressivamente o que possibilita separá-las através do processo de destilação. É isso oque acontece em uma refinaria de petróleo. Na etapa inicial do refino o petróleo bruto é aquecido e as diferentes cadeias são separadas de acordo com suas temperaturas de evaporação. Cada comprimento de cadeia diferente tem uma propriedade diferente que a torna útil de uma maneira específica.

O tipo de derivado obtido depende da qualidade do petróleo: leve, médio ou pesado, de acordo com o tipo de solo do qual foi extraído e a composição química. O petróleo leve, como o produzido no Oriente Médio dá origem a um maior volume de gasolina GLP e naftas. Por isso é também o mais valorizado no mercado. As densidades médias produzem principalmente óleo diesel e querosene. As mais pesadas, características da Venezuela e do Brasil, produzem mais óleos combustíveis e asfaltos.

A Figura 11 apresenta a porcentagem de derivados do petróleo após refino e a Figura 12 mostra o esquema básico dos processos industriais para obtenção dos derivados do petróleo.

Figura 11: Derivados do petróleo após refino Fonte: ANP. 2008.

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Figura 12: esquema básico dos processos industriais para obtenção dos derivados do petróleo

A seguir serão apresentados os principais produtos obtidos a partir do petróleo bruto. Gás liquefeito de petróleo (GLP): usado para aquecer, cozinhar, fabricar plásticos.

Possui as seguintes características: - alcanos com cadeias curtas (de 1 a 4 átomos de carbono); - normalmente conhecidos pelos nomes de metano, etano, propano, butano; - faixa de ebulição: menos de 40°C; - são liquefeitos sob pressão para criar o GLP (gás liquefeito de petróleo);

Nafta: intermediário que irá passar por mais processamento para produzir gasolina. Possui as seguintes características:

- mistura de alcanos de 5 a 9 átomos de carbono; - faixa de ebulição: de 60 a 100°C;

Gasolina: é um dos produtos de maior importância do petróleo. É obtida por destilação e outros processos na refinaria. Possui as seguintes características:

- líquido inflamável e volátil - mistura de alcanos e cicloalcanos (de 5 a 12 átomos de carbono); -faixa de ebulição: de 40 a205°C.

Com o propósito de baratear ou aumentar a octanagem da gasolina, são adicionados

produtos não derivados do petróleo como o metanol e o etanol. No Brasil, o teor de álcool na gasolina é especificado pela Agência Nacional de Petróleo – ANP.

Querosene: é uma fração intermediária entre a gasolina e o óleo diesel. Esse derivado é obtido pela destilação fracionada do petróleo cru. O querosene é largamente utilizado como combustível de turbinas de avião a jato e também de tratores. É ainda usado como solvente, além de ser material inicial para a fabricação de outros produtos. Possui as seguintes características:

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- produção de queima isenta de odor e fumaça. Combustível para motores de jatos e tratores, além de líquido;

- mistura de alcanos (de 10 a 18 carbonos) e aromáticos; - faixa de ebulição: de 175 a325°C.

Gasóleo ou diesel destilado: usado como diesel e óleo combustível, além de ser um

intermediário para fabricação de outros produtos. Possui as seguintes características: - líquido; - alcanos contendo 12 ou mais átomos de carbono; - faixa de ebulição: de 250 a350°C.

Óleo lubrificante: usado para óleo de motor, graxa e outros lubrificantes. Possui as

seguintes características: - líquido; - alcanos, cicloalcanos e aromáticos de cadeias longas (de 20 a50 átomos de carbono); -faixa de ebulição: de 300 a 370°C.

Petróleo pesado ou óleo combustível: usado como combustível industrial, também

serve como intermediário na fabricação de outros produtos. Possui as seguintes características:

- líquido; - alcanos, cicloalcanos e aromáticos de cadeia longa (de 20 a 70 átomos de carbono); - faixa de ebulição: de 370 a 600°C.

Resíduos: coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, além de ser material inicial para fabricação de outros produtos. Possui as seguintes características:

- sólido; - compostos com vários anéis com 70 átomos de carbono ou mais; - faixa de ebulição: mais de 600°C.

Você deve ter notado que todos esses produtos têm tamanhos e faixas de ebulição

diferentes. Os químicos tiram vantagem dessas propriedades ao refinar o petróleo. O processo de refino separa tudo isso em várias substâncias úteis, e após a finalização desse processo, os produtos são armazenados no local até que sejam entregues aos diferentes compradores, como postos de gasolina, aeroportos e fábricas de produtos químicos. Além de fazer produtos baseados no petróleo, as refinarias também devem tratar os dejetos envolvidos nos processos para minimizar a poluição do ar e da água.

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Biogás em substituição a derivados de petróleo Com o aumento do preço internacional do petróleo, que mesmo assim nem sempre

esteve disponível, tornou-se necessária a intensificação das pesquisas relativas a fontes alternativas de energia, de forma que as mesmas condições de desempenhar expressivo papel na substituição do petróleo e seus derivados.

Como no presente estágio da economia mundial os combustíveis fósseis ocupam substancial parcela no setor energético, a alternativa que se basear em fontes renováveis terá, em médio e longo prazo, perspectivas decididamente positivas.

O processo de encarecimento progressivo dos combustíveis fósseis irá de forma progressiva, tornando viáveis outras fontes energéticas hoje consideradas ainda não econômicas.

A crise energética mundial evidenciou a nossa vulnerabilidade; cerca de 50% dos nossos derivados de petróleo, nos quais se apoiam praticamente todo nosso transporte terrestre, marítimo, fluvial e todo aquecimento para fins industriais dependem exclusivamente do petróleo que existe no Oriente Médio, a mais explosiva área do mundo. A produção nacional de petróleo não é suficiente para atender a demanda interna, apontando-nos uma necessidade imediata de se diversificar as fontes e a natureza dos combustíveis, de modo a garantir a nossa sobrevivência, o nosso desenvolvimento e a nossa tranquilidade.

Gás metano, nosso combustível doméstico mais limpo e mais barato, praticamente inesgotável, pois existe em qualquer lixão e esgoto (além de jazidas naturais), apresenta-se aqui, como importante alternativa energética, com condições de desempenhar expressivo papel na substituição do petróleo e seus derivados. A segurança do biogás como combustível automotivo

O gás metano, principal constituinte do biogás purificado, apresenta consideráveis vantagens sobre os outros combustíveis em termos de segurança.

Ele é o único gás (com exceção do hidrogênio e do hélio) que apresenta densidade inferior ao ar (0,555). Isto significa que, em caso de vazamento, ele tende ase dispersar para a atmosfera, por ser mais leve que o ar, necessitando apenas de ventilação e evacuação. Logo é evitada a perigosa característica de combustíveis líquidos (gasolina, álcool, diesel) de acúmulo, formando poças.

Outra propriedade relevante são os altos limites de inflamabilidade do metano, 5% a 15%, o que significa que é necessário um volume maior (em comparação com outros gases) em mistura com o ar para que haja a combustão.

O gás metano em mistura com o ar deflagra a uma velocidade de 40cm/s sem detonar, não ocasionando explosões por ondas de choque de altas velocidades.

Ele também apresenta uma temperatura mínima de acendimento (537° C) mais alta que outros combustíveis (gasolina 280° e GLP 365°). Logo, uma mistura desse gás com o ar, dentro da faixa de inflamabilidade, só terá ignição espontânea (sem auxílio de calor externo) se a temperatura ambiente estiver no nível mínimo acima mencionado.

Isto tudo torna a possibilidade de um incêndio ou explosão pouco provável, em caso de vazamento deste gás combustível. Devido às propriedades acima mencionadas, uma mistura de metano com ar não explode em espaços não confinados, oque não é o caso dos combustíveis líquidos.

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Além disso, os fatos de ser não tóxico e de conter em odorizante para facilitar sua detecção, em caso de vazamentos contribuem para diminuir os riscos para os usuários.

Do ponto de vista da conversão dos veículos para uso do gás metano, a tecnologia desenvolvida no país para os motores ciclo Otto é satisfatórias, sendo que para os motores ciclo Diesel (transporte de passageiros e de carga) o CENPES/PETROBRAS desenvolveu um sistema de combustão com uma mistura de 70% de CH4 e30% de óleo diesel (composição volumétrica). Esses dois ciclos já foram amplamente testados e estão em fase operacional normal nas regiões próximas aos postos de abastecimento.

O Kit de carburação usado na frota da CEMIG possui em sistema de segurança automático, que garante a proteção do usuário na operação normal, ou em caso de acidente onde exista um eventual rompimento na linha de pressão do gás. Neste caso todo o sistema é desarmado automaticamente, fechando totalmente a saída do gás dos cilindros.

Veículos convertidos para gás natural têm rodado os Estados Unidos desde 1900. A taxa de incidência de prejuízos por milha rodada pelo veículo para a frota nos EUA agás natural é 84% menor que a média nacional para todos os veículos registrados. Nenhum acidente com vítimas foi registrado nos 434,1 milhões de milhas rodadas pela frota norte-americana agás natural.

Os cilindros para armazenar gás metano são mais resistentes do que os tanques de gasolina, e tem passado por uma larga variedade de testes de uso, incluindo fogo de artilharia, aquecimento excessivo, fogo, colisões e até dinamite.

A tabela demonstra o alto grau de segurança na utilização de gás natural em cilindros para alta pressão dos veículos italianos.

O fator poluição

A poluição do ar nos centros urbanos é em grande parte decorrente das emissões para a atmosfera de produtos da combustão de derivados de petróleo (óxido de enxofre, vanádio, fuligem, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio), conforme demonstrado na tabela.

A combustão do metano com excesso de ar é completa, liberando como produtos

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apenas o dióxido de carbono e o vapor de água, componentes não poluentes e não tóxicos. O uso deste energético no setor de transporte de passageiros e de carga, além de contribuir sensivelmente na redução dos poluentes emitidos para a atmosfera, irá substituir o óleo diesel nos veículos, o que implica uma economia de divisas, pois este combustível é em grande parte importado.

Disponível em: < http://www.demec.ulmg.br/discíplinas/ema003/gasosos/biogas/substitu.htm >

A descoberta de um campo de petróleo tem poder para mudar as características sócio

econômicas da região. No Brasil. um dos casos mais evidentes é a cidade de Macaé, no litoral norte do Rio de Janeiro, que se transformou em base da produção do petróleo em alto-mar. Nos últimos 10 anos, a economia do município aumentou 600%; a população, de 60 mil habitantes, em 1980, saltou para 170 mil habitantes, em 2008, e a cidade transformou-se em polo regional. Foi o resultado tanto do pagamento de royalties pelas petrolíferas quanto do aquecimento de atividades decorrentes da prospeção do petróleo – valorização imobiliária, aumento de vendas do comércio, investimentos públicos municipais, entre outras.

No entanto, tão acentuado quanto os efeitos socioeconômicos é o impacto ambiental. Em terra, a exploração, a prospecção e a produção podem provocar alterações e degradação do solo. No mar, além da interferência no ambiente, há a possibilidade da ocorrência de vazamentos do óleo, o que coloca em risco a fauna e a flora aquática. Por isso, a cadeia produtiva do petróleo tende a ser submetida a uma forte legislação ambiental.

Na etapa de combustão dos derivados -seja para a geração de energia elétrica, seja para utilização nos motores o maior fator de agressão é a emissão de gases poluentes, responsáveis pelo efeito estufa. Assim, desde a assinatura do Protocolo de Kyoto, nos anos 1990, os grandes consumidores vêm sendo pressionados a reduzir a dependência do petróleo e, em consequência, o volume de emissões. No entanto, países como Estados Unidos, que assinaram o protocolo, mas não o ratificaram, evitam se comprometer com metas mensuráveis.

Atualmente, essas questões ambientais estão entre os principais limitadores da expansão de usinas termelétricas movidas os derivados de petróleo. De outro lado, constituem-se no impulso para o desenvolvimento de mecanismos e tecnologias que atenuem ou compensem o volume de emissões.

Um dos mecanismos em fase de consolidação mundial é o mercado de crédito de carbono (ou Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDl) pelo qual o volume de emissões é compensado pela aquisição de títulos de projetos ambientais realizados por terceiros. Outro é o desenvolvimento de tecnologias específicas para redução das emissões.

Neste caso, um dos mais modernos e principais sistemas é o de dessulfurização (eliminação do enxofre) de gases. No entanto, dado o elevado custo de sua implantação, ainda não é utilizado nos países que concentram 90% da capacidade mundial de produção de energia elétrica a partir de derivados, conforme registra o Plano Nacional de Energia 2030.

Esses países são Japão, Estados Unidos, Itália, Reino Unido, França, Espanha, Canadá e Alemanha.

O tema, pelo interesse que desperta, merece maiores estudos. Continue focado no assunto. Sucesso!

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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Fabricação Mecânica – Sistema de Produção, Processamento e Refino de P&G

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BIBLIOGRAFIA Wikipédia. Petróleo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo>. Acessado em: 21 de Junho de 2013. Wikipédia. Biocombustíveis. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Biocombust%C3%ADvel>. Acessado em: 21 de junho de 2013. Compangas. Gás Natural. Disponível em: <http://www.compagas.com.br/index.php/web/o_que_e_gas_natural/sobre_o_gas_natural>. Acessado em: 21 de junho de 2013. Trabalhos Feitos. Gás Natural. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Iii-Setpeg-Gas-Natural/165534.html>. Acessado em: 21 de junho de 2013. Trocando Ideias. Petróleo - Ouro Negro. Disponível em: <http://www.vanialima.blog.br/2012_04_01_archive.html>. Acessado em: 21 de junho de 2013. CEPEP. Tecnologia do Petróleo e Gás I. Fortaleza, 2012.

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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