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GÊNERO MÚSICA NO ENSINO TEMÁTICO DE LÍNGUA INGLESA
Autor: Pedro Nóbrega Avelino dos Santos1
Orientadora: Sandra Maria Moser Coelho2
RESUMO: Este artigo foi desenvolvido como parte integrante das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional/2012 (PDE/2012) e teve como objetivo acompanhar as orientações dispostas na lei nº10.639 sobre a obrigatoriedade de educar para a diversidade de acordo com Diretrizes Curriculares do Paraná. O projeto aplicado no 3º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Olavo Bilac de Amaporã PR, de abril a julho de 2013, teve como fundamento metodológico os estudos sociodiscursivos do grupo de Genebra sobre gênero textual. Esse projeto foi apresentado em forma de unidade didática, sendo utilizados recursos tecnológicos como aplicativos e a rede social tumblr, sendo utilizado não apenas a sala de aula, mas também o laboratório de informática, ou qualquer ambiente de alcance da internet, executando canções portadoras de mensagens que cumpriram a função de ensinar inglês e transmitir aos alunos informações necessárias para a reflexão em educar para a diversidade. O projeto planejado para Língua Estrangeira Moderna - Inglês (LEM - Inglês), buscou situações adversas contadas e cantadas por falantes de Língua Inglesa e compreendidas aqui no Brasil com auxílio de mídia. O discurso social das músicas cumpre a função de educação significativa e lança um olhar de aproximação entre povos de culturas diferentes, tendo a música o poder de nos reconhecermos em problemas de outros, tão iguais aos nossos.
Palavras-chave: Gênero textual música; língua inglesa; diversidade.
INTRODUÇÃO
Educar para a diversidade tem sido o grande desafio dos professores
formados por faculdades que até bem pouco tempo atrás, não se preocupavam com
a inclusão ou educação para a diversidade, fato esse que deixa um abismo que
reside entre o término do ensino médio e as faculdades. Os institutos de ensino
superior, ainda têm muito para evoluir na produção de conhecimento e
1 Pós graduação em Didática e Metodologia do Ensino. Graduação em Letras (Portugues/Ingles)
atuante no Colégio Estadual Olavo Bilac – E.F.M. Amaporã – Paraná.
2 Doutora em Letras (UNESP/Assis), Graduada em Letras Português/Inglês pela Universidade
Estadual de Maringá (UEM), Profª.de Estágio Supervisionado em língua inglesa e Prática de
Formação do Departamento de Letras Modernas (DLM/UEM).
reconhecimento na função social da educação e diminuir o olhar de estranheza para
com os diferentes.
Enquanto os esforços metodológicos do Ensino básico apontam para uma
educação social e educação para a diversidade descritos nas Diretrizes curriculares
do Estado do Paraná (DCE) nos deparamos com um total despreparo de
professores que possam fazer algo mais do que trabalhar a pontualidade da sua
disciplina isolando-se da função educativa coletiva, dialogando com os diferentes
aspectos de educar. Não devemos ficar refletindo sobre inclusão, mas sim termos
projetos significativos que possam mudar comportamentos e pessoas. O ensino
tradicional não foi capaz de se preocupar com tais problemas que agora tentamos
entender, reconhecer falhas e corrigir com ações afirmativas para a comunidade.
Os pesquisadores do Grupo de Genebra afirmam que as práticas escolares
de produção e compreensão textual deve ser ensinado por um modelo “ um objetivo
descritivo e operacional, construído para aprender o fenômeno complexo da
aprendizagem de um gênero” (DE PIETRO et al.,1996/1997,p. 108).
O objetivo deste projeto é avançar no pensamento de que o ensino de
Língua Inglesa auxilia na comparação de resoluções de problemas sociais para
consolidar uma educação digna e igualitária para os nossos educandos,
principalmente reconstruindo os preconceitos existentes no Brasil e muitos fingem
não conhecerem, mas, não conseguem sequer checar fatos comprobatórios do
quanto a educação de qualidade preteriu negros e indígenas, e o pior é que esta
mesma sociedade nega estar vivendo em tempos de igualdade, chegando a ponto
de serem inventadas leis que sinceramente não acreditamos em educação forçada.
Educar para a diversidade deve ser natural.
Os Alunos concluintes do ensino básico de Amaporã PR, ao cair nesse
abismo educacional de não ingressarem na faculdade observará um pouco ou o
muito que esse sistema de ensino não fez por sua vida profissional. As disciplinas
devem atender ensino/aprendizagem para o cotidiano sobre o risco de educar para
uma minoria, os que continuam estudando.
Aprender inglês é muito importante, fascinante e mais que isso, os textos
podem levar conhecimentos culturais produzidos em Língua Inglesa, o ensino deve
ser significativo como cantarolar uma canção bem baixinho em inglês, enquanto se
faz uma atividade de qualquer outra disciplina e se essa música foi aprendida na
sala de aula, isso nos enche de orgulho e recompensa.
Com o auxílio da mídia foi possível os alunos entenderem as mensagens
das músicas que foram trabalhadas nesse projeto como I will survive de Glória
Gaymor, que debate-se sobre as diferenças de gêneros e violência contra a mulher.
A música Sixteen Tons de Tenessee Ernie Ford, debatendo sobre a exploração de
mão-de-obra e Black or White de Michael Jackson debatendo sobre preconceito
racial. A sequência didática elaborada levou em consideração a abordagem
discursiva, o gênero como elemento de ensino (SCHNEWLY,1994). A perspectiva
interacionista social, base desse trabalho, dá primazia ao social reforçando condutas
humanas (BRONCKARDT,1999/2003/2007/2009).
A tecnologia (tumbr, aplicativo maker puzzle worker e google tradutor) muito
nos auxiliou ampliando o espaço e o tempo educacional para além da sala de aula.
1 Contexto
A política do governo do Estado do Paraná instituiu o Programa de
Desenvolvimento educacional (PDE), como política educacional de formação
continuada para proporcionar aos professores da rede pública estadual subsídios
teórico-práticos que possam levá-los a aperfeiçoar sua formação teórica de forma
que lhes possibilitem uma reflexão sobre sua prática pedagógica, produzindo ações
educativas significativas. Em parceria com as Universidades Estaduais mais
próximas das escolas, os professores do ensino básico passaram a registrar suas
experiências pedagógicas sistematizando-as e as transformando em documento
escrito contendo um projeto de intervenção pedagógica com aplicação e avaliação
acompanhada pela comunidade escolar, a direção e acompanhamento de um Grupo
de Trabalho em Rede (GTR), a elaboração de relatórios sobre este grupo de
estudos e a realização de estudos e pesquisas individuais, como também atividades
acadêmicas de diferentes naturezas.
Muitas músicas que servem de avisos sonoros de chamadas para os
celulares dos nossos alunos, são em Língua Inglesa, daí surgiu a curiosidade de
perguntar aos alunos se eles entendiam as mensagens das músicas e
principalmente o contexto histórico/social dos temas. Muitos deles não sabiam e
desejavam entender o que diziam as músicas.
É muito importante o professor perceber que os quase adultos da nossa
sociedade possam aprender problemas isento de preconceitos e com fatos
relacionados ao tema para poder influenciar no ambiente de trabalho. Outro ponto
importante é a dificuldade de alguém que vive em cidades pequenas de conseguir
fluência em inglês e o contato mais próximo com idioma passa pelo uso educacional
da música. Por isso nosso interesse em despertar o interesse pela nossa temática
através do gênero textual música.
2 Objetivo do projeto: O Gênero Música no ensino de Língua Inglesa.
O objetivo deste plano de trabalho foi desenvolver no educando a
capacidade de pensar problemas da nossa sociedade, comparando com
dificuldades semelhantes de outras culturas e como elas resolveram seus
problemas. Tendo como base textos escritos em inglês e interpretados pelos
próprios falantes, no caso a música que apresenta muitos elementos da
comunicação: emoção, texto visual, texto escrito e oral. As diretrizes curriculares do
Paraná e principalmente a lei 10.693 obriga o ensino de cultura africana e indígena
como conteúdo estruturante, isso nos leva ao pensamento de educar para a
diversidade independente da disciplina. Nosso objetivo nesse projeto foi provocar e
dar oportunidade aos jovens de refletirem sobre as diversidades através da música
3 Fundamentação Teórica
O interacionismo sociodiscursivo (ISD) desenvolvido por Bronckardt e
colaboradores de Genebra a mais de 20 anos atrás, se apoia em teorias onde o
social é o que há de mais importante para a educação. As condutas humanas e seu
processo histórico de comunicação devem ser alterados para que haja educação e
transformação social. Baseando-se no pensamento vygotskyano as dimensões
sociais e discursivas também são dialética e histórica.
Segundo Dolz e Schuneuwly (1998) os modelos didáticos apontarão
elementos para o ensino/aprendizagem dependendo da habilidade dos educando de
seguir os passos de documentos oficiais publicados pelos especialistas e cabe aos
professores adaptar os gêneros ao nível dos alunos.
Cabe salientar que mesmo havendo avanços na visão de
cultura como prática social, vertente mais crítica da Abordagem
Comunicativa, no sentido de que ao olhar o outro, o sujeito
aluno se olha também, permanece ainda a idéia de que para
comunicar-se adequadamente na língua estrangeira, deve-se
olhar o mundo como estrangeiro. (DCE, 2006, p. 7)
A prática pedagógica pode reduzir uma situação na capacidade de ação,
deixando o aluno mais perto da sua realidade observando a utilidade prática do
gênero. Ao se deparar com o formato do texto e sua organização na sua capacidade
discursiva, os alunos identificam e reconhecem os gêneros, no caso, música. Já na
capacidade linguístico-discursiva os alunos conhecem algumas regras da língua
com palavras que indicam futuro, negação, afirmação, tempos verbais contidos nas
letras das músicas, além de adquirir vocabulário.
Mills (1970) classifica as canções e afirma que elas refletem a composição e
a cultura de um povo, sendo assim deve perceber a preferencia dos alunos por
determinado tipo de música segundo sua cultura.
As vozes são importantes para a fixação de aprendizagem, pois a memória
auditiva não se desfaz facilmente. As vozes são definidas por Bronkardt
(1999/2003/2007/2009, p.326) “ entidades que assumem a responsabilidade do que
é enunciado” e, segundo o pensamento bakhtiniano, “emissão vocal sonora, mas da
memória semântico- social depositada na palavra” (DAHLET, 1997, P.264). Ainda
podemos perceber que a música por si só pode nos ensinar a ler, escrever e falar
em inglês.
O uso de objetivos culturais proporcionou uma imersão do estudante em
diferentes culturas e, ao mesmo tempo, pode ser associado a objetivos didático-
pedagógicos secundários, direcionados ás competências como listening, speaking,
reading, and writing, na mesma atividade com canções.
Medina (2003) afirma que há evidências de que a música facilita a
memorização de vocabulários de uma forma não intencional, facilita a escrita e é um
meio viável de aquisição de uma segunda língua tanto para crianças quanto para
adultos.
Murphey (1994) defende o uso de música para o aprendizado de língua
estrangeira (LE) escrevendo que ela causa um bem-estar, favorece a memorização,
é repetitiva mas não perde a motivação, serve como pretexto para discutir cultura,
religião, patriotismo.
Para Chris Brewer (1995) a aprendizagem pela música, fornece um
ambiente propício e constrói um senso de antecipação, energiza as atividades de
aprendizagem, muda as ondas cerebrais, aumenta a concentração, aumenta a
atenção, melhora a memorização, facilita a aprendizagem multi-sensorial, diminui a
tensão, solta a imaginação, une grupos, inspira, adiciona um elemento de diversão.
4 Implementação do projeto
As atividades de implementação do projeto, começaram com uma
apresentação para a equipe pedagógica, direção e comunidade escolar , solicitando
colaboração e suporte dos materiais didáticos necessários, momento em que foi
executado com êxito.
O trabalho com os alunos iniciou-se de forma expositiva sobre a intenção e a
forma metodológica para o desenvolvimento das atividades de sala de aula. Depois
dos questionamentos sobre a preferência musical dos alunos, A apresentação da
primeira música gerou alguns comentários por parte dos alunos, “ Ah! Professor
música de velho de novo”, mas desenvolvemos as músicas com o propósito de levar
os alunos a descobrir porque certas músicas são importantes. As músicas da
implementação do projeto estavam armazenados em pendrive para serem
reproduzidas no vídeo.
A primeira música estudada foi I will survive de Glória Gaymor e a
reprodução na tv pendrive foi executada várias vezes e foi muito importante os
comentários dos alunos. “Que roupas mais feias”. As músicas foram gravadas com
clip, com letra para acompanhar cantando. Os alunos foram levados ao laboratório
de informática onde eles todos abriram uma conta E-mail, consequentemente se
inscreveram no Tumblr, ambiente virtual de postagens de comentários e exercícios
referentes às aulas e músicas.
Com a música I will survive, https://www.tumblr.com /os alunos puderam
relatar casos de violência contra mulheres e com essa indignação dos alunos foi
apresentada a lei Maria da Penha e a História dela.
Em outro momento na sala de informática, além da aquisição de vocabulário
os alunos aprenderam fazer palavras cruzadas pela ferramenta
thttp://puzzlemaker.discoveryeducation.com/CrissCrossSetupForm.asp usando
palavras da música.
A segunda música estudada foi Sixteen Tons de Tennesse Ernie Ford
http://youtu.be/rYr7yvYc4wQ Os procedimentos pedagógicos foram os mesmos da
primeira música, com complemento da história de João Cândido e a Revolta da
Chibata com textos em inglês.
Ainda com os mesmos procedimentos estudamos a música Black or White
de Michael Jackson. Foi apresentado o texto da Lei 10.639 onde debatemos sobre
educação para as relações etnicorraciais. Embora os textos foram apresentados em
língua inglesa as manifestações e opiniões foram apresentadas pelos alunos sem
prejuízos de entendimentos. Os alunos foram se envolvendo nas questões das
diversidades que nos surpreendeu, esquecendo até os comentários de ” músicas de
velho”. Entenderam nossa proposta e as discussões foram produtivas.
Avaliação
Como os alunos receberam toda a produção didático-pedagógica, as
atividades escritas foram corrigidas e atribuídas notas conforme as condições
contidas no regimento da escola e planejamento, não causando estranheza nas
avaliações. As atividades virtuais e tecnológicas foram complementares, educativas
e muito proveitosa para o crescimento educacional da nossa escola.
Em uma das atividades de postagem de texto no tumblr muitos alunos além
de apresentarem seus familiares e seus perfis em inglês, houve espaço para
postarem comentários sobre a aula de Inglês que puderam ser lidos entrando no
tumblr. Abaixo apresentamos como exemplo, comentários e atividade que os alunos
desenvolveram.
felypeqwe - Aula de inglês
- Hoje fomos a sala de informatica realizar uma pesquisa e elaboração do tumblr, e seguir
alguns amigos de sala para começar os projetos do professor Pedro Nobrega para termos
uma noção do tumblr para poder acompanhar melhor a aulas de inglês.Proxima aula iremos
elaborar um caça palavras desenvolvido no tumblr.
- Está muito interessante a aula de inglês do professor Pedro. Estamos aprendendo a lidar
com o tumbir e a elaborar palavras cruzadas. Bem legal!
Reblogar
- I’ m Letícia Almeida. I am 16 years old and I love singing , sleeping, watching films of
romance, action and comedy, like having fun with friends and my family spend most of my
time. Thank God for that!
Study in college Olavo Bilac of Amaporã and have English classes with a excelient teacher..
Some define me as more “sensible”, other “cool” more, but “Not everyone liked Jesus Christ”,
what can I do?! (Kkkkk)
And so I will, living life my way, making plans and making wishes!
Kisses, Kisses..
https://www.tumblr.com / (12/06/2013)
(fonte: tumblr 2013)
Reblogar
Encerramos nossas atividades de Implementação do nosso projeto com
uma noite de apresentação musical tipo videokê.
Nas aulas elaboradas nesse projeto buscamos por essa atenção, interesse e
valorização da temática, levando os alunos a refletirem sobre questões raciaibem
como se posicionarem sobre isso.Tentamos abandonar as aulas clássicas de quadro
e livros, tentamos trazer para nossas aulas a interação dos alunos aos fatos sociais,
religiosos, culturais, históricos, atuais e tecnológicos na aprendizagem de língua
inglesa.
Procuramos sempre despertar no aluno a dúvida, o interesse de questionar,
e assim impor seu raciocínio e a sair do comodismo da “ignorância” e partir para o
intrigante mundo da crítica. Elevando sempre em pauta o preconceito e o racismo
que nos faz refletir que a sociedade muitas das vezes se deixa alienar por conceitos
arcaicos e sem fundamentos, que oprimem a opinião e os conceitos do individuo.
6 Trabalho com o GTR
Uma das atividades Do programa foi a orientação a um grupo de estudo, a
distância através do ambiente Modle, de professores da rede.
O grupo de trabalho em rede (GTR) iniciou-se com a apresentação dos
professores participantes. Na apresentação a socialização foi acontecendo com
informações sobre identificação, formação acadêmica, cursos realizados,
experiência profissional e conhecimento na área de informática.
O professor participante em posse das atividades pedagógicas elaboradas
pelo professor tutor, nesse caso eu, passa a apreciar e por em prática em sala de
aula, depois de questionar ou trocar informações sobre a metodologia adotada.
Como a intenção não era de ensinar e sim de compartilhar, o grupo em rede trocou
informações, deram sugestões e puseram em prática as atividades encaminhadas.
Houve interação e troca de informações sobre resultados obtidos.
Nesta fase do trabalho, foi socializado o Plano de Trabalho do professor
PDE para o grupo e solicitado a cada participante uma análise do mesmo com
relação ao título, problematização do tema, a descrição do objeto de estudo, a
fundamentação teórica, aos encaminhamentos metodológicos e as referências.
Durante a discussão do conteúdo socializado no plano de trabalho , um
participante ”A” comentou o título “ O Gênero música no ensino de Língua Inglesa”,
escrevendo “Trabalhei muito nos anos 80 com músicas”. Outro participante “B”
comentou “. Muito importante que os conteúdos de língua inglesa cumpram com a
função social de conhecimento cultural”. Alguns não cumpriram a parte tecnológica
do projeto se limitando à sala de aula. Muitos não comentaram a importância da
inclusão e o combate ao preconceito. Todos acharam significante estudar o gênero
música.
O material didático apresentado aos participantes do GTR, o gênero música
no ensino de Língua Inglesa, apresentava um trabalho tecnológico extraclasse,
pouco comentário recebi sobre metodologia que incluía o laboratório de informática.
Alguns manifestaram a condição de não conseguir acessar o material completo, mas
após auxílio e informações do professor tutor foi amenizada a dificuldade.
O material foi socializado com o grupo GTR e foi solicitado a cada professor
participante que elaborasse um plano contendo as possíveis formas de
implementação da proposta de intervenção na escola, Os participantes enviaram
sugestões na parte específica de conteúdo da disciplina, foram muitos comentários
sobre o trabalho de sala de aula, evitando as atividades em outro ambiente senão a
sala de aula. Foi sugerido trabalhar com música de filmes, músicas folclóricas,
apenas um participante mencionou a educação para as relações etnicorraciais e
inclusão. Muitos relataram as músicas que já trabalharam nas suas aulas, dando a
entender que não existia fato novo no material. Acreditamos que não se ativeram a
temática e as mensagens das músicas trabalhadas e o nosso objetivo com elas
além de ensinar língua inglesa.
Trazemos alguns comentários dos participantes quanto a análise do material
elaborado. Para um dos participantes “A”, talvez influenciado pelo título, relatou a
antiga ideia de usar o texto como pretexto para estudar inglês. Um outro
participante “B” afirma que o material fornece um ponto de apoio para a escola
cumprir a educação social. Alguns não acompanharam a parte tecnológica do
material se limitando a aplicação dentro da sala de aula. Muitos elogiaram a
facilidade dos alunos de construírem suas próprias palavras- cruzadas. Apenas um
dos participantes comentou sobre o tumblr. Mas as músicas foram bem recebidas
pelos participantes, bem como, a fundamentação teórica, aos encaminhamentos
metodológicos e as referências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O árduo trabalho de ensinar uma língua estrangeira, com uma metodologia
usando vários itens ao mesmo tempo, visa o caminho do letramento e do ensino
médio inovador, fato que o programa PDE começa a ensinar os professores a
trabalhar com projetos bem estruturados, aproveitando experiências relevantes para
se tornar documento escrito e registrado, aumento da literatura de produção de
conhecimento que até pouco tempo atrás era exclusividade das faculdades. O que
mais nos levou a refletir foram algumas declarações dos professores participantes
do GTR. Muitos desses professores não se preocuparam com o mundo externo do
aluno, ou seja, a educação além da sala de aula, a transformação social do aluno
com o gênero música. A maioria se limitou a comentar o referente a especificidade
de ensinar inglês. Este projeto teve intenção de entender textos escritos em inglês,
valorizando a compreensão não só do idioma, mas agindo na sociedade onde se
vive, modificando comportamentos de discriminação e preconceito muito presentes
nas escolas do Brasil.
Não conseguimos perceber a adesão de alguns professores desse grupo,
com a preocupação de se envolver em trabalhar a igualdade social em língua
inglesa. Durante as apresentações das músicas em Karaokê, houve aplausos, os
alunos se sentiram artistas, os pais ficaram muitos contentes com a apresentação
dos filhos, houve envolvimento da escola, mas a invisibilidade de assuntos
polêmicos ainda deixam a educação sem a verdadeira função, modificar atitudes e
comportamentos.
As músicas escolhidas foram bastante elogiadas pelos alunos, muitos não
tinham E-mail, apenas um aluno conhecia o tumblr. Todos ficaram muitos contentes
em se verem incluídos em tecnologia, mesmo que seja durante as aulas de inglês.
As atividades tecnológicas foram muito proveitosas e significantes. As atividades
deste projeto podem ser continuada durante todo o ano letivo. Por fim educação
segue assim como diz Zé Ramalho:
“Quem tem o pão dá o pão,
Quem tem o mel dá o mel,
Quem tem o fel, dá o fel,
Quem nada tem, nada pode dar.”
REFERÊNCIAS
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei nº.
9394/96. Brasília: MEC, 1996.
BREWER, C. Music and learning: Seven ways to use music in the classroom.
Tequesta, FL: LifeSounds, 1995.
Ciência Hoje BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes, Modelos didáticos de Gênero: uma abordagem
para o ensino de língua estrangeira. Curitiba, 2012
Das Crianças. Revista de divulgação científica para crianças. Especial Terra. 2 ed.
Ano 20, n.183. Setembro de 2007. Ministério da Educação FNDS.
DIA A DIA EDUCAÇÃO. www.diadiaeducacao.pr.gov.br
MEDINA, C. A. Música popular e comunicação: um ensaio sociológico. Petrópolis:
Vozes, 1973.
MURPHEY, T. Music & song. Oxford University Press, 1994.
PARANÁ, Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná: Língua estrangeira Moderna.
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Educação Básica- Curitiba: SEED,
2006
PARANÁ, SEED. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira Moderna para
a Educação Básica. Curitiba, 2006.
VYGOTSKY L. S. Mind in Society - The Development of Higher Psychological
Processes. Cambridge MA: Harvard University Press. 1978