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  • Giselle Medeiros da Costa One Roseanne da Cunha Ucha

    (Organizadores)

    Odontologia: os desafios do mundo contemporneo

    1

    IMEA Joo Pessoa - PB

    2018

  • Instituto Medeiros de Educao Avanada - IMEA

    Editor Chefe Giselle Medeiros da Costa One

    Corpo Editorial

    Giselle Medeiros da Costa One Julianne Freitas Moreno Roberta Moreira Frana

    Roseanne da Cunha Ucha

    Reviso Final Ednice Fideles Cavalcante Anzio

    FICHA CATALOGRFICA

    Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER

    Laureno Marques Sales, Bibliotecrio especialista. CRB -15/121 Direitos desta Edio reservados ao Instituto Medeiros de Educao Avanada

    IMEA Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    One, Giselle Medeiros da Costa. U17 Odontologia: os desafios do mundo contemporneo, 1./ Organizadores:

    Giselle Medeiros da Costa One; Adriana Gomes Cezar Carvalho 507 fls.

    Prefixo editorial: 53005

    ISBN: 978-85-53005-04-8 (on-line) Modelo de acesso: Word Wibe Web Instituto Medeiros de Educao Avanada IMEA Joo Pessoa - PB 1. Dentstica 2. Odontopediatria 3. Ortodontia 4. Prtese e ocluso I. Giselle Medeiros da Costa One II. Roseanne da Cunha Ucha III. Odontologia: os desafios do mundo contemporneo, 1

    CDU: 612.3

  • IMEA Instituto Medeiros de Educao

    Avanada

    Proibida a reproduo, total ou parcial, por qualquer meio ou processo, seja reprogrfico, fotogrfico,

    grfico, microfilmagem, entre outros. Estas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas e/ou

    editoriais. A violao dos direitos autorais punvel como Crime

    (Cdigo Penal art. 184 e ; Lei 9.895/80), com busca e apreenso e indenizaes diversas (Lei

    9.610/98 Lei dos Direitos Autorais - arts. 122, 123, 124 e 126)

    Todas as opinies e textos presentes

    neste livro so de inteira responsabilidade de seus autores, ficando o organizador

    isento dos crimes de plgios e informaes enganosas.

    IMEA

    Instituto Medeiros de Educao Avanada

    Av Senador Ruy Carneiro, 115 ANDAR: 1; CXPST: 072; Joo Pessoa - PB

    58032-100 Impresso no Brasil

    2018

  • Aos participantes do CINASAMA pela dedicao que executam suas

    atividades e pelo amor que escrevem os captulos que compem esse livro.

  • A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltar ao

    seu tamanho original (ALBERT EINSTEIN).

  • PREFCIO

    A citao de Soren Kierkegaard no sculo XIX diz que

    a vida s pode ser comprrendida olhando-se para trs, mas

    s pode ser vivida olhando-se para frente. Esta a proposta

    deste que apresenta diversidade sobre uma temtica com

    abordagens variadas demonstrado ser um livro para

    contribuir com o conhecimento do leitor na rea da sade

    sob contedo dividido nos mdulos de sade, ateno a

    sade, farmcia e sade mental.

    O CINASAMA um evento que tem como objetivo

    proporcionar subsdios para que os participantes tenham

    acesso s novas exigncias do mercado e da educao. E ao

    mesmo tempo, reiterar o intuito Educacional, Biolgico,

    Nutricional e Ambiental de direcionar todos que formam a

    Comunidade acadmica para uma Sade Humana e

    Educao socioambiental para a Vida.

    Os livros ODONTOLOGIA: os desafios do mundo

    contemporneo 1 e 2 tem contedo interdisciplinar,

    contribuindo para o aprendizado e compreenso de vrias

    temticas dentro da rea em estudo. Esta obra uma

    coletnea de pesquisas de campo e bibliogrfica, fruto dos

    trabalhos apresentados no Congresso Nacional de Sade e

    Meio Ambiente realizado entre os dias 17 e 18 de novembro

    de 2017 na cidade de Joo Pessoa-PB.

    Os eixos temticos abordados no Congresso Nacional

    de Sade e Meio Ambiente e nos livros garantem uma

    ampla discusso, incentivando, promovendo e apoiando a

    pesquisa. Os organizadores objetivaram incentivar,

    promover, e apoiar a pesquisa em geral para que os leitores

    aproveitem cada captulo como uma leitura prazerosa e com

    a competncia, eficincia e profissionalismo da equipe de

  • autores que muito se dedicaram a escrever trabalhos de

    excelente qualidade direcionados a um pblico vasto.

    Esta publicao pode ser destinada aos diversos

    leitores que se interessem pelos temas debatidos.

    Espera-se que este trabalho desperte novas aes,

    estimule novas percepes e desenvolva novos humanos

    cidados.

    Aproveitem a oportunidade e boa leitura.

  • SUMRIO

    DENTSTICA ............................................................. 6

    CAPTULO 1 ............................................................................ 7

    A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM

    ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE

    CLAREAMENTO DENTRIO .................................................. 7

    CAPTULO 2 .......................................................................... 26

    AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO

    CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E

    MOLARES PERMANENTES COM FISSURA PIGMENTADA

    ............................................................................................... 26

    CAPTULO 3 .......................................................................... 48

    AVALIAO MICROESTRUTURAL DE COMPSITOS

    ODONTOLGICOS POR MISCROSCOPIA ELETRNICA DE

    VARREDURA E ESPECTROSCOPIA DISPERSIVA DE

    RAIOS-X ................................................................................ 48

    CAPTULO 4 ............................................................................ 1

    EFEITO DO PERXIDO DE HIDROGNIO SOBRE A

    CAPACIDADE DESCALCIFICANTE DO CIDO FOSFRICO

    SOBRE O ESMALTE DENTRIO ........................................... 1

    CAPTULO 5 .......................................................................... 18

    file:///D:/Usurios/Coordnutri/Downloads/odonto%201%20ju.doc%23_Toc506473902

  • EROSO DENTRIA: DIAGNSTICO, PREVENO E

    TRATAMENTO ...................................................................... 18

    CAPTULO 6 .......................................................................... 19

    FOTOATIVAO DOS COMPSITOS RESINOSOS:

    HISTRIA E EVOLUO ...................................................... 19

    CAPTULO 7 .......................................................................... 38

    INFLUNCIA DO MODO DE ATIVAO NA

    POLIMERIZAO DE CIMENTOS RESINOSOS DUAL ....... 38

    CAPTULO 8 .......................................................................... 55

    LESES CERVICAIS NO CARIOSAS: PREVALNCIA E

    CONSIDERAES CLNICAS EM PACIENTES ATENDIDOS

    NA CLNICA DE DENTSTICA DA UFPB .............................. 55

    CAPTULO 9 .......................................................................... 75

    PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAO DE COMPSITOS

    BULK-FILL SEGUNDO A ISO 4049 ....................................... 75

    ODONTOPEDIATRIA E ORTODONTIA .................. 91

    CAPTULO 10 ........................................................................ 92

    ALEITAMENTO MATERNO E SUA ASSOCIAO COM

    INSTALAO DE HBITOS BUCAIS DELETRIOS ............ 92

    CAPTULO 11 ...................................................................... 111

    ANSIEDADE E QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA

    SADE BUCAL EM CRIANAS ESTUDO PILOTO ......... 111

    file:///D:/Usurios/Coordnutri/Downloads/odonto%201%20ju.doc%23_Toc506473921

  • CAPTULO 12 ...................................................................... 129

    AVALIAO DA DOR DE DENTE POR DOENA CRIE EM

    CRIANAS E O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA ....... 129

    CAPTULO 13 ...................................................................... 143

    CRIE DENTRIA EM CRIANAS E A RELAO DA SADE

    BUCAL COM VARIANTES SOCIAIS MATERNAS .............. 143

    CAPTULO 14 ...................................................................... 165

    CONDIES DE SADE BUCAL E SOCIODEMOGRFICAS

    COMO FATORES DETERMINANTES NA QUALIDADE DE

    VIDA DE PR-ESCOLARES E DE SEUS RESPONSVEIS

    ............................................................................................. 165

    CAPTULO 15 ...................................................................... 184

    EMPREGO DA PASTA CTZ NA TERAPIA PULPAR DE

    DENTES DECDUOS: REVISO DA LITERATURA ........... 184

    CAPTULO 16 ...................................................................... 203

    UTILIZAO DO APARELHO EXPANSOR DE SCHWARZ

    PARA CORREO DA MORDIDA CRUZADA POSTERIOR

    INVERTIDA NA DENTADURA PERMANENTE ................... 203

    ENDODONTIA ...................................................... 219

    CAPTULO 17 ...................................................................... 220

    file:///D:/Usurios/Coordnutri/Downloads/odonto%201%20ju.doc%23_Toc506473936

  • ESTUDO OBSERVACIONAL DA EXPOSIO A LESES

    PERCUTNEAS EM ALUNOS DE ESPECIALIZAO DE

    ENDODONTIA ..................................................................... 220

    CAPTULO 18 ...................................................................... 239

    TERAPIA ENDODNTICA EM DENS IN DENTE: EFICCIA,

    PROTOCOLOS E MATERIAIS UTILIZADOS ...................... 239

    PERIODONTIA ..................................................... 257

    CAPTULO 19 ...................................................................... 258

    ATIVIDADE ANTIBACTERIANA E ANTIADERENTE DE

    MYRCIARIA CAULIFLORA BERG SOBRE BACTRIAS

    PLANCTNICAS DO AMBIENTE BUCAL ........................... 258

    CAPTULO 20 ...................................................................... 274

    ATIVIDADE ANTIMICROBIANA, ANTI-INFLAMATRIA E

    ANTIOXIDANTE DA PLANTA SIDEROXYLON

    OBTUSIFOLIUMT. D. PENN: UMA REVISO DE

    LITERATURA ....................................................................... 274

    PRTESE E OCLUSO ....................................... 296

    CAPTULO 21 ...................................................................... 297

    REABILITAO ORAL EM PACIENTE COM ESPAO

    INTEROCLUSAL REDUZIDO SEM PERDA DE DIMENSO

    VERTICAL DE OCLUSO: RELATO DE CASO CLNICO .. 297

    CAPTULO 22 ...................................................................... 314

    file:///D:/Usurios/Coordnutri/Downloads/odonto%201%20ju.doc%23_Toc506473941file:///D:/Usurios/Coordnutri/Downloads/odonto%201%20ju.doc%23_Toc506473946

  • PRINCPIOS ESTTICOS A SEREM CONSIDERADOS

    DURANTE UMA REABILITAO ORAL: REVISO DE

    LITERATURA ....................................................................... 314

    CAPTULO 23 ...................................................................... 332

    TRATAMENTO REABILITADOR UTILIZANDO PRTESE

    TOTAL IMEDIATA RELATO DE CASO ............................ 332

    CAPTULO 24 ...................................................................... 348

    PLACA OCLUSAL OVERLAY COMO PLANEJAMENTO

    REABILITADOR DE PACIENTE COM HBITO

    PARAFUNCIONAL SEVERO - RELATO DE CASO ............ 348

    CAPTULO 25 ...................................................................... 368

    PROGRAMA DE ATENO AO PORTADOR DE

    DISFUNO TEMPOROMANDIBULAR E DOR OROFACIAL:

    EXPERINCIA DE 10 ANOS ............................................... 368

    CAPTULO 26 ...................................................................... 386

    RELAO ENTRE ESTRESSE E DTM EM POLICIAIS

    MILITARES DO VALE DO MAMANGUAPE-PB .................. 386

    CAPTULO 27 ...................................................................... 401

    DIAGNSTICO E TRATAMENTO DO BRUXISMO NA

    INFNCIA: RELATO DE CASO ........................................... 401

  • DENTSTICA

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    CAPTULO 1

    A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL

    DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    Isaac Wilson Pereira de ALMEIDA 1

    Ana Luiza Dino ABRANTES1

    Gertrudyara Silva PINHEIRO1 Maria Helena Chaves de Vasconcelos CATO2

    Carmen Lcia Soares Gomes de MEDEIROS3 1 Graduandos do curso de Odontologia, UEPB; 2 Professora do Departamento de

    Odontologia,UEPB; 3 Orientadora/Professora do Departamento de Odontologia, UEPB. [email protected]

    RESUMO: A partir da incluso da esttica nos domnios da odontologia, ocorreu a popularizao e a crescente procura por procedimentos estticos como o clareamento dental, contando com diferentes tcnicas que buscam timos resultados. O presente estudo objetivou analisar os dados disponveis na literatura sobre as correlaes das alteraes em estruturas dentais decorrentes das tcnicas de clareamento. Trata-se de uma reviso bibliogrfica, com busca em base de dados como PUBMED, MEDLINE, LILACS e Scientific Electronic Library Online (SciELO) de produes de texto completo, nacionais e internacionais, do perodo de 2003 a 2017, utilizando de descritores como clareamento dental e efeitos adversos, incluindo pesquisas cientficas, teses e dissertaes. Variveis como tipo e pH do gel clareador, interaes qumicas entre seus agentes, os tecidos dentais, no dentais e as diferentes tcnicas de clareamento usadas so responsveis pelos diferentes achados quanto aos efeitos adversos. Comprometendo a estrutura dental superficial atravs da perda mineral, com diminuio da microdureza

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    superficial, aumento da rugosidade e da permeabilidade do tecido, podendo afetar no apenas as qualidades estticas, mas sua forma, funo e sensibilidade. Diante das divergncias existentes In vitro, In situ e In vivo, de grande importncia o aprofundamento acerca do tema, o estmulo a pesquisas que possam mediar eficcia clnica com seguridade, alm de oferecer dados e recomendaes responsveis pela atualizao dos Cirurgies-Dentistas e fabricantes. Palavras-chave: Clareamento dentrio. Esmalte dentrio. Efeitos adversos.

    1 INTRODUO

    Atuando afim dos interesses da populao, a

    odontologia enquanto cincia, tem seu desenvolvimento na

    resoluo de problemas que vo alm do tratamento de

    odontalgias e recuperaes morfofuncionais, incluiu ainda a

    esttica em seus domnios. O que tem refletido na crescente

    demanda por procedimentos estticos odontolgicos, tais

    como o clareamento dental, uma das condutas clnicas mais

    procuradas no estabelecimento dos padres de beleza,

    contando com diferentes tcnicas que buscam alto nveis de

    clareamento sem danos s estruturas expostas (ZANIN et al.,

    2010; MAIA; CATO, 2010; KINA et al., 2015).

    O processo de clareamento dental considerado uma

    tcnica no invasiva, representando uma reverso qumica do

    escurecimento dentrio, possibilitado pela permeabilidade do

    esmalte e da dentina. O mesmo, conta com um arsenal de

    produtos e abordagens diante das necessidades de cada

    paciente, possuem indicao supervisionada pelo Cirurgio-

    Dentista, com a necessidade de avaliao das condies dos

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    tecidos bucais previamente, determinando limitaes e a

    sequncia do protocolo clnico, reduzindo assim, quaisquer

    efeitos indesejveis (ANDRADE, 2009; ZANIN et al., 2010;

    SILVA et al., 2012).

    Foi observado por Briso et al. (2015) que a realizao

    do procedimento de clareamento em dentes com leses

    incipientes ja instaladas foi fator potencializador das alteraes

    em superficie de esmalte, contribuindo para o aumentoda

    profundidade da desmineralizao. Uma vez que a penetrao

    acentuada dos agentes clareadores foi possibilitada pela

    permeabilidade e porosidade aumentadas do substrato,

    resultado das modificacaes histomorfolgicas produzidas

    pelo desafio cariognico, sugerindo a importncia da avaliao

    profissional nas condutas de clareamento.

    Previamente a realizao do procedimento,

    necessrio estabelecer a etiologia das pigmentaes a serem

    tratadas, partindo para a escolha da tcnica baseada na

    origem, na quantidade de dentes manchados, no tipo e na

    severidade da descolorao, na vitalidade e na sensibilidade,

    podendo ser uma abordagem caseira ou de consultrio, sendo

    esta ltima, associada ou no a fontes de luz (BARATIELI,

    2003; ZANIN et al., 2010; KINA et al., 2015).

    As pigmentaes escuras nos dentes, se configuram

    em longas e complexas cadeias que aumentam os ndices de

    absoro de luz. As manchas internas ou intrnsecas podem

    estar associadas a idade, alteraes na formao dos dentes,

    traumatismos dentais, uso de antibiticos especficos e nveis

    elevados de flor (CAREY, 2014; BARBOSA et al., 2015).

    Enquanto que as pigmentaes externas ou extrnsecas so

    normalmente causadas por hbitos dietticos associados ao

    consumo de caf, ch, vinho tinto, cigarro, bem como hbitos

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    de higiene oral do paciente (ALQAHTANI, 2014; BARBOSA et

    al., 2015).

    Os agentes clareadores, por meio de reaes de

    oxidao-reduo resultantes de sua decomposio em

    oxignio, formam radicais livres, devido ausncia de um

    eltron na ltima camada, tornando-os altamente eletroflicos e

    instveis, atacando molculas orgnicas para adquirir

    estabilidade, quebrando as longas cadeias de pigmentos.

    Sendo as mesmas, parcialmente eliminadas por difuso da

    estrutura dental (RODRIGUES et al., 2007; PASQUALI et al.,

    2014).

    O procedimento de consultrio consiste na aplicao

    do gel clareador a base de perxido de hidrognio com

    concentraes mais altas em torno de 35% a 38% nas faces

    vestibulares dos dentes, com durao varivel at 45 minutos

    por sesso, utilizando de barreiras gengivais e afastador para

    tecidos moles. Do ponto de vista fsico/qumico, a taxa de

    reao qumica resultante do agente clareador, o que

    determina a sua eficincia. Nessa perspectiva, a realizao do

    clareamento fotoativado melhora as atividades dos gis

    branqueadores na superfcie dental, que no entanto, tm suas

    desvantagens pelos riscos de danos ao esmalte e polpa

    devido alta intensidade de luz que pode provocar um

    aumento rpido da temperatura, sendo um grande diferencial

    o uso conjunto dos lasers e LEDs (Light Emitting Diodes),

    que emitem faixas estreitas que incrementam a absoro da

    luz pelo corante sem aquecer a estrutura dental (BARATIELI,

    2003; ZANIN et al., 2010; ARAJO et al., 2010; FAUSTO et

    al., 2014; KINA et al., 2015).

    Deve ser reconhecida a ascenso dos procedimentos e

    aplicabilidade de diversos produtos, como os gis base de

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    perxido de carbamida, que se decompe em perxido de

    hidrognio e uria, a qual por sua vez gera dixido de carbono

    e amnia, elevando o pH da placa dental, e o perxido de

    hidrognio, que se decompe em gua e oxignio e que

    devido ao seu baixo peso molecular, pode penetrar nas

    porosidades do esmalte e dentina. Sendo sistematicamente

    descrito na literatura, as possibilidades de efeitos indesejveis

    decorrentes do clareamento, que podem ir alm da

    sensibilidade dentinria (KLARIC et al., 2013; CHAN, 2013;

    LIA, MONDELLI et al., 2015).

    Tendo ainda a ocorrncia dessas alteraes na

    morfologia e no contedo mineral como o clcio, com

    diminuio da microdureza superficial, aumento da rugosidade

    e da permeabilidade que no se limita a dentes como tambm

    afeta materiais restauradores. Caracterizando um processo

    qumico de dissoluo da poro mineralizada dos dentes,

    responsvel pela perda de estrutura dental, o chamado

    processo de eroso, podendo afetar no apenas as

    qualidades estticas, mas sua forma, funo e sensibilidade

    (PINHEIRO et al., 2011; PEREIRA et al., 2012).

    Zanet et al. (2011) em sua avaliao in vitro da

    microdureza do esmalte bovino exposto a solues cidas

    aps o branqueamento. Concluiu que uma diminuio na

    microdureza torna as estruturas dentrias mais suscetveis a

    perda mineral, e que os dentes deixados sem branqueamento

    mostram valores mais elevados de microdureza em relao

    aos dentes branqueados.

    Com base nos achados, o presente trabalho se objetiva

    em analisar os dados disponveis na literatura sobre as

    correlaes das alteraes em estruturas dentais decorrentes

    das tcnicas de clareamento.

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    2 MATERIAIS E MTODO

    O presente estudo trata-se de uma reviso bibliogrfica,

    com busca ativa em base de dados como PUBMED,

    MEDLINE, LILACS e Scientific Electronic Library Online

    (SciELO) de produes de texto completo, nacionais e

    internacionais acerca da terapia clareadora e seus efeitos

    indesejveis no perodo de 2003 a 2017, utilizando de

    descritores como clareamento dental, efeitos adversos, tendo

    seus dados para anlise retirados a partir de pesquisas

    cientficas, dissertaes e teses.

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    O conhecimento dos mecanismos de ao dos gis

    clareadores, incluindo interaes qumicas entre seus agentes,

    os tecidos dentais e no dentais (materiais restauradores), so

    fundamentais para a tentativa de minimizar os efeitos

    indesejveis descritos na literatura Tab. (1) que diante de

    diferentes metodologias e abordagens possuem diferentes

    relatos acerca da existncia ou no de alteraes nas

    estruturas aps o procedimento.

    Diversas revises acerca do tema, atravs de

    levantamento bibliogrfico realizado entre os anos, detectam

    que o clareamento dental pode ser responsvel por desvios de

    padro, a exemplo das alteraes morfolgicas na superfcie

    do esmalte e em materiais restauradores, pela ao dos

    perxidos na matrizes dos substratos expostos, podendo

    repercutir clinicamente sob a forma de sintomatologia. Sendo

    esse efeito dependente da concentrao e da composio do

    agente clareador utilizado. Contudo, mais estudos clnicos e

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    experimentais so necessrios para comprovar a relevncias

    dessas alteraes e seu comportamento ao longo do tempo

    (FARINELLIA et al., 2013; DANTAS et al., 2017).

    Soares et al. (2014) por meio da avaliao de diferentes

    protocolos clnicos, trabalhando as variveis de tempo de

    exposio dos gis ao substrato e a concentrao dos gis,

    reduzindo os mesmos de 35% para 17,5%, sugere que tais

    mtodos repercutem diretamente na reduo da difuso de

    perxido de hidrognio atravs do esmalte e da dentina. Que

    diante da literatura, configura-se como um dos meios

    responsves pelas alteraes decorrentes do clareamento

    dental, agregando assim, maior segurana clnica ao ps

    tratamento, tornando-os portanto, esses protocolos como

    alternativas a serem testados em situaes clnicas.

    Tabela 1. Correlao de terapias clareadoras e possveis efeitos

    adversos.

    ESTUDO ANO RESULTADOS

    SOARES 2017 Nos diferentes protocolos aplicados (gis clareadores 15% e 35% fotoativados) foi demonstrado alteraes pontuais na variao de elementos qumicos e na morfologia do esmalte dental ao longo de 15 dias, com diminuio de clcio (Ca), fsforo (P) e oxignio (O), alm da planificao superficial do esmalte.

    VIEIRA et al.

    2016 Na avaliao da aplicao de clareadores dentais a base de perxido de hidrognio em dentes bovinos, ocorreu aumento do quesito rugosidade superficial do esmalte em todos os grupos expostos.

    FERREIRA et al.

    2016 Camada superficial de esmalte mais afetada aps clareamento, apresentando intervalos de alterao, reas superficiais de desmineralizao e os pontos extremos sem desmineralizao.

    BORGES 2015 O efeito de gis de perxido de hidrognio com

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    et al. diferentes concentraes (20%, 25%, 30% e 35%) no influenciaram em diferenas na microdureza do esmalte exposto independente da concentrao e do tempo.

    TRENTINO et al.

    2015 valores de pH dos gis clareadores tendem a diminuir do incio para o final do procedimento. Observando que pH mais baixos proporcionaram um aumento significativo no desgaste do esmalte e na rugosidade da superfcie.

    RAUEN et al.

    2015 Utilizando de gis clareadores a 35% e 38% com presena e ausncia de clcio (Ca), foi observado aumento da permeabilidade e a rugosidade da superfcie e a diminuio da microdureza do esmalte humano em todos os grupos.

    LAGO et al.

    2014 O clareamento com perxido de hidrognio a 35% foi responsvel pela reduo da microdureza do esmalte dental logo aps o trmino do procedimento, independente da presena ou no de clcio (Ca) no gel.

    MOREIRA 2013 Nenhum dos agentes clareadores alterou significativamente o contedo mineral do esmalte dental humano e tambm no houve diferenas estatsticas entre os grupos perxido de hidrognio 38% e 35%.

    SON et al.

    2012 O perxido de hidrognio a 35% foi responsvel pela existncia de uma camada porosa na superfcie do esmalte aps clareamento, representando uma perda do contedo mineral.

    Constitudo 97% de componentes inorgnicos, o

    esmalte dentrio se mostra um tecido duro, com organizao

    de seus prismas de hidroxiapatita, que superficialmente

    apresenta uma caracterstica irregularidade, marcada por

    sulcos, fissuras e depresses que podem ser alvo direto das

    terapias clareadoras (PINHEIRO, 2012; SILVA et al., 2012).

    Arajo et al. (2016) observaram que os agentes

    clareadores foram responsveis pela exacerbao justamente

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    dessas estruturas, pela ao direta do pH dos gis

    clareadores. Apresentando profundidade aumentada de sulcos

    e a exposio dos prismas de esmalte, devido remoo parcial

    da camada aprismtica e criao de espaos criados entre

    monocristalinos nos ncleos de prisma, acentuando assim os

    poros do tecido. Sendo essas, alteraes que podem ser

    revertidas quando em menores graus pela capacidade

    remineralizadora da saliva.

    Substratos desmineralizados em virtude da utilizao de

    um agente clareador podem, diante de uma nova queda de

    pH, desmineralizar ainda mais. Quanto mais um gel

    desmineraliza, mais suscetvel fica este substrato a ser

    removido durante o polimento ou at mesmo acentuado por

    alimentos que compem a dieta do paciente, a exemplo das

    bebidas cidas, como determinados sucos e refrigerantes

    (LAGO et al., 2014).

    Ittatirutt et al. (2014) compararam os efeitos dos

    sistemas de branqueamento de perxido de hidrognio 25% e

    35% na rugosidade superficial e na formao de biofilme no

    esmalte humano. Observando que ambos os perxidos de

    hidrognio 25% e 35% causaram graus semelhantes de

    reduo na rugosidade da superfcie do esmalte quando

    comparados ao grupo controle. Em relao a formao de

    biofilme, o de S. sanguinis foi significativamente maior em

    amostras de esmalte descoloridas com 35% de perxido de

    hidrognio do que outros tratamentos. Com base nos achados

    e na repercusso do aumento da biofilme em substrato bucal,

    indipensvel o controle eficiente da placa, devendo este ser

    enfatizado aps o branqueamento com altas concentraes de

    perxido de hidrognio.

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    Zheng et al. (2014) no mesmo contexto analisaram a

    contagem de bactrias nos biofilmes em 3, 7, 14 e 21 dias do

    grupo de branqueamento. Observando que suas quantidades

    foram significativamente menor que a do grupo controle em 3,

    7 e 14 dias. Enquanto que no perodo de 21 dias, quantidade

    de bactrias presentes grupo de branqueamento foi

    significativamente maior do que as do grupo controle.

    Sugerindo que o perxido de hidrognio pode inibir o

    crescimento do biofilme de Streptococcus mutans durante

    cerca de 3 semanas, mas aps 3 semanas, parece que a

    superfcie branqueada aumentar o crescimento do biofilme

    pela alterao da morfologia superficial de esmalte, que torna-

    se mais porosa, facilitando assim, adeso dos

    microrganismos.

    Acredita-se que os efeitos deletrios do clareamento

    dental, surjam durante a eliminao das cadeias de pigmentos

    por difuso da estrutura dental, com a formao dos radicais

    livres pela oxidao do perxido que agem de maneira no

    especfica, sendo capazes de degradar tanto a matriz orgnica

    como inorgnica do substrato dental. A correlao das

    alteraes em esmalte diante de pHs acdicos variando de 5,0

    a 4,6 foi constatada na literatura, no entanto podendo essa

    ao desmineralizadora ser eliminada ou mascarada pela

    presena da saliva humana e seus efeitos remineralizadores.

    Desse modo, espera-se que a manuteno do pH em nvel de

    neutralidade, contribua para a no instalao de um processo

    erosivo (BORGES et al., 2012; PASQUALI et al., 2014;

    TRENTINO et al., 2015; MENDES, 2016).

    Os dentes bovinos possuem utilidade em pesquisas in

    vitro, por serem um substrato quimicamente uniforme e

    semelhante ao humano e por permitirem a obteno de

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    unidades experimentais com dimenses adequadas de

    amostras. Sendo possvel simular a aplicao clnica de

    agentes de branqueamento no esmalte (BRITO et al., 2015).

    Soares et al. (2016) averiguaram no procedimento

    clareador sobre esmalte dental bovino a possvel correlao

    ph-desgaste superficial. Observando em seu estudo que os

    gis clareadores mais cidos foram responsveis pelos

    maiores valores de desgaste da superfcie em todos os

    grupos, e que quanto menor a concentrao de gel de

    branqueamento, maior o grau de previsibilidade quanto a

    desgastes estruturais. Embora que todos os gis causaram

    desmineralizao independentemente de sua concentrao

    utilizada, ou seja, em todos os grupos experimentais.

    Nascimento et al. (2014) avaliaram efeitos de diferentes

    protocolos clnicos, com adio e ausncia de flor de sdio

    (NaF) nos diversos grupos. Sendo perceptvel alteraes na

    morfologia em todos os grupos dos dentes bovinos, sendo em

    menores graus quando associados ao flor de sdio (NaF) na

    composio dos agentes clareadores utilizados.

    No mesmo cenrio de irresoluo, a aplicabilidade de

    tcnicas combinadas com ativao pelo calor e pela luz com

    objetivo de fomentar os resultados esperados pelo paciente

    com rapidez e eficcia, utilizam equipamentos como o LED e

    laser. Esses, capazes de emitir luz em comprimentos de

    ondas absorvidos pelos pigmentos, possibilitam a realizao

    do tratamento em sesso nica (BETTIN et al., 2010; MAIA;

    CATO, 2010).

    Ao passo que representa um procedimento muito mais

    rpido, essa tcnica pode potencializar as modificaes dos

    tecidos dentrios mineralizados, em vista que a fotoativao

    da luz sobre o perxido no aumenta significativamente o

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    efeito de branqueamento, mas pode melhorar a difuso de

    branqueamento para reas onde no foi aplicada diretamente.

    Sujeitando os elementos dentrios maiores ou menores

    graus de desmineralizao, seja pelo aumento das taxas de

    reaes qumicas dos agentes empregados ou manuteno

    das temperaturas (LLENA et al., 2017).

    Bettin et al. (2010) observaram a variao de

    temperatura em diferentes fontes de luz no clareamento

    externo, em que o uso do LED apresentou queda de

    temperatura chegando a -0,6C e -0,2C. Zanotti et al. (2014)

    em sua avaliao, inferiu que o aumento de temperatura na

    face vestibular deu-se pela ativao por luz, independente do

    gel utilizado. Sendo estes, aspectos que associados aos

    diferentes comportamentos termodinmicos do esmalte tm-se

    a possibilidade de contrao e a produo de tenso,

    causando trincas em sua estrutura.

    Son et al. (2012) avaliaram o efeito da ativao do laser

    sobre o branqueamento com perxido de hidrognio a 35% na

    estrutura cristalina do esmalte durante o tratamento em dentes

    bovinos. Inferindo que todos os grupos da pesquisa

    apresentaram camada porosa na superfcie do esmalte aps

    clareamento, sendo essa, nos grupos irradiados pelo laser

    uma camada considerada sutil. Pelo fato da cristalinidade do

    esmalte ter sido drasticamente diminuda pelo tratamento na

    ausncia da irradiao com laser, o estudo sugere que o efeito

    do Laser Diodo poderia evitar a perda de composies

    minerais no esmalte e manter sua estrutura cristalina,

    melhorando no apenas o efeito clareador, mas protegendo

    contra mudanas estruturais.

    Dionysopoulos et al. (2015) avaliaram a influncia do

    uso da radiao laser Er, Cr: YSGG no esmalte bovino,

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    inferindo que no foi significante sobre as alteraes na

    superfcie do esmalte em comparao com a tcnica

    convencional, apresentando em todos os seus grupos de

    estudo a reduo de microdureza superficial, mas sem perda

    mineral.

    Berger et al. (2010) realizaram um trabalho com

    resultados unnimes para diminuio do contedo mineral

    aps o tratamento clareador em todos os grupos, com

    exceo do grupo irradiado com LED / Laser Diodo. Embora

    que Berger et al (2010) em outro estudo, concluiu que o

    perxido de hidrognio a 35% pode alterar a morfologia e o

    nvel de mineralizao no apenas de modo superficial mas

    tambm subsuperfcie do esmalte dental independentemente

    do tipo de luz de branqueamento utilizada, responsveis por

    menores porcentagens de volume mineral em at 40

    micrmetros.

    Rocha et al. (2012) avaliaram o efeito do tratamento de

    superfcie com os lasers de Er: YAG e Nd: YAG sobre a

    resistncia de unio resina composta ao esmalte submetido

    recentemente a clareamento com perxido de hidrognio a

    35%. Observando que o uso de lasers Nd: YAG e Er: YAG em

    amostras descoradas foi capaz de melhorar as foras de

    ligao dos mesmos, inclusive com valores mdio de

    resistncia da ligao prximos aos valores encontrados no

    grupo de controle no branqueado (30,92 MPa) laser Nd:YAG

    (25.67 MPa).

    Embora que para Leonetti et al. (2012) no estudo da

    fora de ligao microtenslica de resina composta a dentina

    tratada com laser Er: YAG de dentes branqueados, o mesmo

    no afetou os valores de fora de ligao microtenslica.

    Promoveu uma superfcie dentinria sem camada de

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    esfregao e os tbulos dentinrios abertos observados sob

    microscpio eletrnico de varredura (MEV).

    Baseado no reconhecimento da perda de elementos

    minerais importantes como clcio na constituio dos tecidos

    duros aps clareamento, a adio destes aos gis clareadores

    se configurou como uma possibilidade de mecanismo atuante

    sobre os focos de desmineralizao. Com aplicabilidade no

    entanto no conclusiva, frente a presena do aumento da

    permeabilidade, da rugosidade superficial e a diminuio da

    microdureza do esmalte humano independentemente da

    adio de flor ou clcio na composio dos gis utilizados em

    alguns estudos (LAGO et al., 2014; RAUEN et al., 2015).

    Khoroushi et al. (2016) por meio da nanoindentao

    investigaram a adio de trs biomateriais diferentes,

    incluindo o nano-bioativo de vidro (n-BG), nano-hidroxi apetite

    (n-HA) e fosfato de clcio nano-amorfo (n-ACP), aos agentes

    branqueadores. Sugerindo-os como potenciais biomateriais

    utilizados para reduzir os efeitos adversos do branqueamento

    dentrio, pelas discretas diferenas quanto dureza do

    esmalte tratado com agentes mineralizantes quando

    comparados com os respectivos valores basais.

    De Morais et al. (2015) observaram que o perxido de

    hidrognio a 35% com clcio mostrou maior branqueamento

    potencial, mas a adio de clcio no teve efeito em termos de

    reduo de alteraes morfolgicas ou aumento da

    concentrao de clcio na superfcie do esmalte.

    Basting et al. (2015) avaliaram as concentraes de

    clcio e fsforo nas superfcies de esmalte antes, durante e

    aps o tratamento com agentes de branqueamento de

    perxido de hidrognio a 35%. Apresentando considervel

    diminuio na concentrao de clcio em 7 dias aps o ltimo

  • A CORRELAO DAS ALTERAES SUPERFICIAIS EM ESTRUTURA DENTAL DECORRENTES DAS TCNICAS DE CLAREAMENTO DENTRIO

    tratamento de branqueamento, com recuperao aos valores

    basais aos 14 dias independentemente da presena ou

    ausncia de clcio na formulao dos gis utilizados.

    Vasconcelos et al. (2012) indicam maior grau de dureza

    dental aps clareamento associadas deposio mineral pelo

    princpio de ao dos agentes remineralizadores, reforando

    os tecidos dentrios mineralizados, pelo preenchimento dos

    poros microscpicos por nanocristais diretamente na interface

    do esmalte, atuando na manuteno da integridade estrutural.

    4 CONCLUSES

    Diante das divergncias existentes In vitro, In situ e In

    vivo, importante o aprofundamento acerca do tema, o

    estmulo a pesquisas protocoladas que possam mediar

    eficcia clnica com seguridade para oferecer dados e

    recomendaes responsveis pela atualizao constante dos

    Cirurgies-Dentistas e fabricantes. Conhecimentos

    fundamentados cientificamente sugerem maiores graus de

    confiabilidade, repercutindo na conservao da sade bucal.

    Impulsionando o desenvolvimento e aplicabilidade de novos

    produtos capazes de evitar ou diminuir a perda mineral, a fim

    de se evitar alteraes superficiais, sensibilidade e qualquer

    dano progressivo aos pacientes submetidos aos

    procedimentos clareadores.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    26

    CAPTULO 2

    AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE

    OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM FISSURA

    PIGMENTADA

    Luciane Queiroz Mota de LIMA1

    Camila Franklin de MEDEIROS2

    Andra Gadelha Ribeiro TARGINO1 1 Professora do DCOS/ UFPB; 2Cirurgi-dentista e ex-aluna do Programa Institucional de

    Voluntrios de Iniciao Cientfica -PIVIC/CNPQ/UFPB. [email protected]

    RESUMO: O objetivo do presente estudo foi averiguar a acurcia da inspeo visual detalhada e do exame radiogrfico interproximal, na deteco da leso cariosa da superfcie oclusal de pr-molares e molares permanentes com fissuras pigmentadas. O estudo foi do tipo in vitro, com anlise quantitativa e tcnica de observao direta, utilizando o exame histolgico como padro-ouro. A amostra foi composta por 28 elementos dentrios, sendo selecionados 83 stios para o estudo. Os dados obtidos foram analisados atravs do teste de Kappa e de medidas de validade. Na inspeo visual, o valor do Kappa interexaminadores foi de 0,60 e os valores intraexaminadores foi de 0,51 e 0,54. Na avaliao interexaminadores do exame radiogrfico, o valor de Kappa foi de 0,32 enquanto que na intraexaminadores foi 0,35 e 0,50. A especificidade para a inspeo visual e para o exame radiogrfico foi de 46,2% e 69,2%, enquanto que a sensibilidade foi de 78,9% e 49,1%, respectivamente. Esse estudo ratifica o aspecto subjetivo e a dificuldade da uniformizao entre os profissionais, no diagnstico da leso

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    27

    de crie oclusal. A inspeo visual detalhada das fissuras pigmentadas, utilizando a descrio do padro morfolgico da fissura, apresenta uma boa sensibilidade para detectar as leses cariosas na superfcie oclusal. O exame radiogrfico no contribui para a deteco da crie oclusal incipiente. Palavras-chave: Crie dentria. Diagnstico. Pigmentao.

    1 INTRODUO

    A carie dentaria e uma das doencas cronicas mais

    prevalentes no mundo todo, sendo que 90% das pessoas ja

    tiveram problemas dentarios ou dor provocada por carie

    (KRIGER; MOYSS, 2016) . Entretanto, observa-se que a sua

    prevalncia tem diminudo consideravelmente, sendo mais

    frequente apenas em grupos populacionais de baixo poder

    aquisitivo. E, as superfcies oclusais, no obstante, ainda

    representam as reas com maior proporo de experincia

    dessa leso, quando comparadas com outras regies dos

    dentes (ROMAGOSA et al., 2013).

    A manifestao da doena crie vai desde a perda

    inicial de mineral no nvel ultra-estrutural at a destruio total

    do dente. Nos primeiros estgios detectveis clinicamente o

    progresso pode ser impedido, evitando a necessidade de uma

    interveno operatria (LOHN, 2001).

    A deteco das leses de crie oclusais avanadas,

    com cavitao, no representa um problema, entretanto, essa

    dificuldade bem evidente quando se trata de leses

    incipientes em esmalte (EKSTRAND, 1997; MOTA et al., 2002;

    MOTA et al., 2005; THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1995) leses

    em dentina sem cavitao (MOTA; LIMA; TARGINO, 2011) e

    leses pigmentadas (MOTA et al., 2015).

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    FISSURA PIGMENTADA

    28

    O diagnstico das leses nas superfcies oclusais com

    pigmentao enegrecida nas suas fissuras so motivos de

    vrias discusses na literatura. Por vezes so tratadas como

    selamentos biolgicos - ou depsitos calcificados (PEREIRA;

    SOUSA, 2002), leses de crie inativa (KRASSE, 1998),

    manchas extrnsecas (KOCH et al., 2001), leses de mancha

    marrom (LONGBOTTOM et al., 2012) e leses cariosas

    oclusais questionveis (QOC) (MAKHIJA et al., 2014).

    O principal instrumento para a deteco da leso

    cariosa na superfcie oclusal durante muito tempo foi a sonda

    clnica, entretanto o seu uso tem sido desestimulado por

    produzir defeitos traumticos irreversveis em reas de

    fissuras oclusais desmineralizadas, favorecendo condies

    para a progresso das leses (MOTA; LIMA; TARGINO,

    2011).

    Outros mtodos de diagnstico tm sido sugeridos para

    a deteco das leses cariosa na superfcie oclusal, sendo

    que a inspeo visual detalhada, pode ser considerada o

    melhor mtodo para a percepo dessas alteraes, visto que

    capaz de diagnosticar a maioria das leses oclusais, ao

    mesmo tempo em que consegue identificar as superfcies

    hgidas com uma frequncia ainda maior. Mas, se por um lado

    no necessrio um aparato tecnolgico para efetuar o

    exame, imprescindvel que o profissional tenha

    conhecimentos do processo de evoluo da crie oclusal, bem

    como da aparncia da leso nos seus diversos estgios

    (MOTA et al. 2010; SCHNEIDER; BOBROWSKI, 2011).

    Weerheijm (1997) destaca a importncia do exame

    radiogrfico no diagnstico das imagens radiolcidas em

    dentina sob esmalte no cavitado, representando um mtodo

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    29

    preciso para detectar esse tipo de leso. Mas, para as leses

    de esmalte na superfcie oclusal, o exame radiogrfico revela

    valor limitado, devido a massa radiopaca de esmalte sadio que

    pode superpor alguma pequena radiolucidez (MOTA et. al,

    2010).

    certo que as evidncias clnicas mostram um variado

    aspecto das pigmentaes enegrecidas na face oclusal de

    molares e pr-molares permanentes que, de certa forma,

    podem representar um depsito calcificado, uma crie inativa

    ou, ainda, uma crie em progresso. A falta de preciso do

    diagnstico dessas pigmentaes induz a uma diversidade de

    indicao de tratamento entre os profissionais, que perpassa

    desde a total ausncia de necessidade de tratamento e do

    monitoramento da leso at intervenes invasivas. Ento,

    este estudo objetivou averiguar a acurcia da inspeo visual

    detalhada e do exame radiogrfico interproximal, na deteco

    da leso cariosa da superfcie oclusal de pr-molares e

    molares permanentes com fissuras pigmentadas, com o intuito

    de traar orientaes para o planejamento teraputico mais

    adequado para essa situao.

    2 MATERIAIS E MTODO

    Inicialmente o projeto foi encaminhado para anlise do

    Comit de tica em Pesquisa com Seres Humanos do

    CCS/UFPB, tendo a aprovao do mesmo atravs do

    protocolo n 0601/14.

    A pesquisa realizada foi um estudo, in vitro, com uma

    abordagem indutiva e anlise quantitativa, atravs da tcnica

    de observao direta (LAKATOS; MARCONI, 1991) cujo

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    FISSURA PIGMENTADA

    30

    instrumento de pesquisa foi a inspeo visual detalhada e o

    exame radiogrfico interproximal.

    A amostra foi composta de 28 elementos dentrios

    (molares e pr-molares) permanentes, extrados por motivo

    periodontal, cirrgico ou ortodntico, doados pelos pacientes

    para o estudo, atravs do termo de doao.

    Os critrios para a seleo dos dentes, para compor a

    amostra, foram semelhantes aos do trabalho de Mota et al.

    (2002) com pequena adaptao. Foram selecionados dentes

    com a face oclusal ntegra (ou com pequena descontinuidade)

    com pelo menos uma fossa ou fissura com pigmentao

    enegrecida (marrom ou preta). Foram excludos da amostra

    dentes que apresentavam cavidades evidentes, selante,

    depresso hipoplsica, fraturas, restauraes ou cavidades

    preparadas na superfcie oclusal.

    Aps a extrao, os dentes foram armazenados, em

    recipiente, com soro fisiolgico. Em seguida foram inseridos

    em um frasco com soluo de timol a 2%, por 24 horas, antes

    do seu manuseio. Aps esse perodo, foram eliminados dos

    dentes, detritos, tecidos moles e resduos de osso com a

    cureta periodontal. Em seguida foram montados em 07

    hemiarcadas, com resina acrlica em uma base de gesso

    comum impermeabilizada, aps o seccionamento das razes.

    Cada modelo continha 4 dentes (pr-molares e/ou molares

    permanentes), em contatos contguos, onde foram registrados

    (de A a G) emantidos no refrigerador, dentro de um recipiente,

    contendo soro fisiolgico.

    Posteriormente, foi realizada uma profilaxia cuidadosa

    da face oclusal dos dentes, com pedra pomes extra-fina e

    gua, juntamente com uma escova tipo pincel, em baixa

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    31

    rotao, lavagem e armazenamento nas condies relatadas

    anteriormente. Os stios foram demarcados, num total de 89.

    Fotografia digital da superfcie oclusal de cada dente foi

    captada e impressa em papel comum, em preto e branco, para

    servir de diagrama no auxlio dos examinadores na localizao

    dos stios (JABLONSSKI-MOMENI et al., 2008). O diagrama

    foi realizado, atravs da edio da foto, com a utilizao dos

    artifcios do aplicativo ferramenta de imagens do Microsoft

    PowerPoint, 2010.

    Dois examinadores foram inicialmente treinados nos

    critrios do padro de pigmentao descritos por Neuhauset

    al. (2012) com pequenas adaptaes, atravs da inspeo

    visual detalhada e nos critrios do exame radiogrfico.

    Aps o treinamento, os examinadores avaliaram os

    espcimes da amostra, sob a luz do refletor do equipamento

    odontolgico. Os dentes foram examinados ainda midos e

    em seguida aps a secagem, com a seringa trplice do

    equipamento odontolgico, por 5 segundos, onde foram

    categorizados na Figura (1).

    As hemiarcadas foram radiografadas, com filme

    periapical adulto, com distncia padronizada em posicionador

    radiogrfico, e posteriormente enumerados e revelados numa

    cmara escura convencional (mtodo temperatura-tempo).

    O exame radiogrfico foi realizado num ambiente

    escuro, com um negatoscpio 30 x 15, com luz limitada ao

    tamanho da pelcula radiogrfica, por mscara de cartolina

    preta, com o auxlio de uma lupa (4x). O examinador observou

    a radiografia e fez o registro na ficha, de cada stio, de acordo

    com os critrios propostos por Ekstrand; Ricketts e Kidd

    (1997): 0- nenhuma radiolucncia visvel; 1- radiolucncia

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    32

    visvel no esmalte; 2- radiolucncia visvel no 1/3 externo da

    dentina; 3- radiolucncia no 1/3 mdio da dentina; 4-

    radiolucncia no 1/3 interno da dentina.

    Figura 1: Classificao das fissuras pigmentadas de acordo

    com seu padro de alargamento (NEUHAUS et al. 2012,

    adaptado).

    Fonte: Neuhaus et al., 2012 adaptado.

    Os examinadores fizeram a anlise

    independentemente, e os escores foram anotados numa ficha

    elaborada para esta pesquisa, a fim de se verificar a

    reprodutibilidade inter-examinador (estudo cego). Aps 7 dias,

    os dois examinadores fizeram uma nova avaliao da amostra

    para se verificar a reprodutibilidade intraexaminador, com

    semelhantes condies e mesma sequncia realizada

    anteriormente. Aps o registro dos exames, foi feita uma

    verificao dos casos de discordncia de diagnstico. Ento,

    foi feito um reexame dos casos incombinveis, em conjunto,

    tanto da inspeo visual, quanto do exame radiogrfico, uma

    Escore Critrio

    0 Morfologia limpa das fissuras

    1 Fissura pigmentada (amarelo, marrom ou preta) sem alargamento do

    padro (restrita ao interior da fissura)

    2 Leve alargamento do padro da pigmentao da fissura (inferior ao

    dobro de sua largura)

    3 Alargamento do padro de pigmentao da fissura (igual ou superior

    ao dobro de sua largura)

    4 Fissura pigmentada associada ao rompimento localizado do esmalte,

    sem dentina visvel.

    5 Fissura pigmentada associada a sombra escura escondida em

    dentina

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    FISSURA PIGMENTADA

    33

    vez que os dados obtidos desse consenso foram registrados

    em outra ficha e comparados com o exame histolgico -

    padro ouro.

    Os dentes foram seccionados, no sentido vestbulo-

    lingual, com um disco de diamante de dupla face, sob intensa

    refrigerao, em baixa rotao, nos locais correspondentes a

    cada stio examinado. Em seguida, foi realizado um corte

    perpendicular ao longo eixo do dente, na altura da raiz, para

    se obter as seces que foram armazenadas, individualmente.

    Os cortes dos stios foram lixados e polidos

    manualmente com lixas de papel de 360 a 1.200 gros para

    obter-se uma superfcie plana e lisa, com uma espessura final

    de cerca de 280 Mm e avaliados em lupa estereoscpica (Olympus Japan, Sz40), com aumento de 40X, e observados

    por outro examinador independente, para definir os seguintes

    escores (PEREIRA; VERDONSCHOT; HUYSMANS, 2001): 0 -

    Nenhuma crie; 1 - Crie at a metade do esmalte; 2 - Crie

    at o limite amelo-dentinrio; 3 - Crie at a metade da

    dentina; 4 - Crie alm da metade da dentina.

    Foram avaliados os dois lados de cada seo, e

    considerado o que teve a alterao mais extensa. A

    profundidade da desmineralizao do esmalte foi identificada

    na rea mostrando a maior extenso de opacidade ao longo

    da direo dos prismas. A profundidade da desmineralizao

    da dentina foi medida na rea onde a cor passou de

    marrom/amarelado ao cinza ao longo de uma linha

    perpendicular juno esmalte-dentina para a polpa

    (ANGNES et al., 2005).

    Para anlise estatstica, a acurcia do mtodo foi

    avaliada comparando-se os resultados com os diagnsticos B C A

    A B

    C

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    FISSURA PIGMENTADA

    34

    histolgicos. Esses dados permitiram calcular a sensibilidade e

    a especificidade de cada mtodo. A reprodutibilidade intra e

    interexaminador foi verificada atravs do teste de Kappa, e o

    nvel de significncia foi de p< 0.05.

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    Na avaliao intraexaminadores da inspeo visual o

    coeficiente Kappa variou entre 0,51 e 0,54, que segundo

    parmetros de interpretao (DANCEY; REIDY, 2006; PINTO

    et al., 2008) representam concordncia moderada. Na

    avaliao interexaminadores, foi observado o valor de Kappa

    de 0,60, sendo considerada uma concordncia tambm

    moderada.

    Na avaliao intraexaminadores do exame radiogrfico,

    o coeficiente Kappa variou entre 0,35 e 0,50, sendo

    interpretados como uma concordncia fraca e moderada,

    respectivamente. Na avaliao interexaminadores, o valor de

    Kappa foi de 0,32, o que representa uma concordncia fraca.

    A subjetividade do diagnstico das fissuras

    pigmentadas ratificada nesse estudo, visto que os seus

    diferentes aspectos, determinados pelos escores utilizados na

    inspeo visual detalhada, so visualizados de forma distinta

    entre os examinadores, e inclusive, entre o prprio

    examinador. Percebe-se que mesmo utilizando critrios bem

    definidos, a divergncia de diagnstico ainda uma realidade.

    Isto pode ser comprovado a partir dos resultados da

    concordncia intra e interexaminador apresentados que foi

    considerada moderada, para as duas situaes. Pesquisas

    sobre o diagnstico de crie utilizando semelhantes critrios

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    FISSURA PIGMENTADA

    35

    no foram encontrados na literatura, entretanto, outros

    estudos utilizando escores distintos mostraram resultados

    semelhantes (DINIZ et al., 2009; RAMREZ; CLAVEL, 2012)

    Embora o sistema de critrios utilizado para o exame

    visual nesse estudo no tenha proporcionado uma

    reprodutibilidade perfeita, observa-se que o mesmo de

    grande relevncia, pois representa uma tentativa de

    padronizao da deteco da leso cariosa nas superfcies

    oclusais com fissura pigmentada. certo que mesmo

    utilizando esses critrios a subjetividade do exame ainda

    persiste, entretanto, acredita-se que o resultado seria menos

    satisfatrio se os mesmos no fossem utilizados, visto que

    norteiam a descrio do padro morfolgico da fissura

    pigmentada, nunca doravante visto em outros sistemas de

    escores de deteco da leso cariosa.

    Ressalta-se que o exame radiogrfico, mesmo

    utilizando critrios j bem estudados, mostrou um resultado

    ainda inferior. oportuno enfatizar que, nesse estudo, os

    examinadores, ambos cirurgies-dentistas, possuam um nvel

    de instruo semelhante e estavam atualizados quanto ao

    processo de formao e evoluo da leso de crie, que

    uma condio importante para minimizar as divergncias

    diagnstica, segundo Mota et al. (2002) e Tosoni et al. (2004).

    A inspeo visual calculada a partir das respostas do

    consenso dos sujeitos apontou tanto o diagnstico fissura

    pigmentada sem alargamento do padro (restrita ao interior da

    fissura) - escore 1, quanto a morfologia limpa das fissuras-

    escore 0 - como sendo os diagnsticos mais prevalentes,

    sendo citados em cada ocasio por 33,7% e 28,9% dos casos,

    respectivamente. O exame histolgico, por sua vez,

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    FISSURA PIGMENTADA

    36

    apresentou os principais diagnsticos carie ate o limite amelo-

    dentinario- escore 2 e nenhuma carie escore 0, citados em

    31 (37,5%) e 26 (31,3%) dos casos, respectivamente. Os

    demais resultados esto discriminados na Tabela (1).

    Ao avaliar a correlao da inspeo visual detalhada,

    em comparaco com o histolgico, que foi o padro-ouro-

    Tab. (1) verifica-se que a grande maioria dos stios com

    pigmentao, sem a associao com o rompimento do

    esmalte ou sombreamento possua desmineralizao apenas

    at o limite amelo-dentinrio. importante ressaltar que stios

    diagnosticados com morfologia limpa das fissura tambm

    possuam desmineralizao, mas, da mesma forma, ela

    estava contida at o limite limite amelo-dentinrio. Por outro

    lado, nas leses com pigmentao, sem a associao com o

    rompimento do esmalte ou sombreamento, tambm havia, em

    alguns casos, stios com desmineralizao com envolvimento

    da metade interna da dentina, as denominadas cries ocultas.

    Tabela 1 - Avaliao da inspeo visual detalhada em funo do exame histolgico, por escore.

    His

    tol

    gic

    o Inspeo Visual

    0 n(%)

    1 n(%)

    2 n (%)

    3 n(%)

    4 n (%)

    5 n (%)

    Total n (%)

    0 124,5 1113,2 022,4 011,2 - - 2631,3

    1 02 2,4 044,8 044,8 011,2 - - 1113,2

    2 08 9,7 1012,1 089,7 056,0 - - 3137,5

    3 01 1,2 033,6 022,4 011,2 033,6 022,4 1214,4

    4 01 1,2 - - - - 022,4 03 3,6

    TOTAL 2428,9 2833,7 1619,3 089,7 033,6 044,8 83100,0

    Fonte: Pesquisa direta. 2017

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    FISSURA PIGMENTADA

    37

    Constata-se, que alguns stios que possuam fissuras

    pigmentadas no apresentaram nenhuma desmineralizao

    pelo histolgico. Para Pitts (2012), as pigmentaes escuras

    nas fissuras podem ocorrer devido a ingesto de ch ou caf e

    esses manchamentos no relacionados crie tendem a ser

    observados em quase todas as fossas e fissuras de maneira

    simtrica. Para Makhija et al. (2014), essas alteraes

    deveriam ser denominadas de leses cariosas oclusais

    questionveis (QOC), visto que, frequentemente, so motivos

    de incertezas de diagnstico por parte dos profissionais, e a

    determinao de suas caractersticas relevante na tomada

    de decises de diagnstico e tratamento.

    Observa-se que a simples existncia da pigmentao

    no implica na necessria presena da leso de crie, pois

    muitos stios possuem essa alterao de cor e esto livres de

    crie.

    Na Tab. (1) verifica-se que os stios diagnosticados

    com pigmentao associado a sombreamento (escore 5),

    tiveram desmineralizao ao nvel de dentina, as cries

    semiocultas. O termo carie semioculta e utilizado para

    especificar as leses de cries oclusais localizadas na dentina,

    cujo esmalte encontra-se aparentemente ntegro, mas com

    mudana de colorao da superfcie, visvel atravs da

    inspeo visual detalhada (MOTA; LIMA; TARGINO, 2011).

    Percebe-se a importncia de uma inspeo visual meticulosa,

    j que possvel detectar leses cariosas sob esmalte no

    cavitado, atravs da observao da mudana de colorao e

    configurao da superfcie.

    O estudo de Ekstrand, Kuzmina e Bjrndal (1995), com

    molares que apresentavam pigmentaes amarronzadas com

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    38

    ou sem destruio localizada,mostrou que aproximadamente

    50% dos elementos dentrios tinha desmineralizao

    superficial em dentina.

    A resposta do consenso, sobre o exame radiogrfico,

    dos sujeitos indicou tanto o diagnstico nenhuma

    radiolucncia visvel - escore 0, quanto radiolucncia visvel

    no esmalte escore 2, como sendo os diagnsticos mais

    prevalentes, sendo citados em cada ocasio por 47 (56,6%) e

    28 (33,7%) dos casos, respectivamente. Dos 3 casos

    diagnosticados pelo exame radiografico como radiolucncia

    no 1/3 medio da dentina escore 3, apenas 1 sitio possua

    carie alem da metade da dentina escore 4, pelo exame

    histolgico. Os demais resultados esto discriminados na

    Tabela (2).

    Na Tab. (2) verifica-se a dificuldade de diagnstico

    das leses incipientes em esmalte na superfcie oclusal, visto

    que muitos stios registrados como nenhuma rediolucncia

    visvel escore 0, possuam alguma desmineralizao pelo

    histolgico. Segundo Soares et al. (2012), as imagens

    radiogrficas tendem a subestimar a real extenso das reas

    desmineralizadas. Isso acontece devido a sobreposio do

    esmalte das cspides vestibulares e linguais sobre a regio de

    fissuras oclusais, dificultando a visualizao de leses

    incipientes em esmalte por meio da radiografia.

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    FISSURA PIGMENTADA

    39

    Tabela 2 - Avaliao do exame radiogrfico em funo do

    exame histolgico, por escore.

    His

    tol

    gic

    o

    Exame Radiogrfico

    0 n(%)

    1 n(%)

    2 n (%)

    3 n(%)

    4 n (%)

    TOTAL n(%)

    0 1821,7 089,6 - - - 2631,3

    1 056,1 067,2 - - - 1113,3

    2 1821,7 11 13,3 011,2 01 1,2 - 3137,4

    3 06 7,2 033,6 022,4 01 1,2 - 1214,4

    4 - - 022,4 01 1,2 - 03 3,6

    TOTAL 4756,6 2833,7 056,1 033,6 - 83100,0

    Fonte: Pesquisa direta. 2017

    Com o escopo de viabilizar comparaes mais

    detalhadas e calcular medidas de validade, os dados foram

    recategorizados para uma escala de resposta dicotmica. O

    criterio morfologia limpa das fissuras foi recategorizado para

    ausente, e os demais criterios foram recategorizados para

    presente, para a inspeco visual detalhada e o exame

    radiogrfico; e para o exame histolgico, o criterio nenhuma

    carie, para ausente e os demais criterios para presente

    Tabelas (3) e (4).

    Quando a correlao entre a inspeo visual e o

    histolgico foi realizada, considerando apenas a situao

    dicotmica em ter ou no alterao, independente do aspecto

    da fissura e da severidade da leso, observou-se que 78,9%

    dos stios com pigmentao, possua alguma

    desmineralizao e que dos 26 stios considerados ausentes

    pelo histolgico, 12 (46,2%) foram registrados como

    ausentes pela inspeco visual detalhada na Tabela (3).

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    40

    Tabela 3 - Avaliao do consenso da inspeo visual detalhada em funo do exame histolgico.

    HISTOLGICO

    Inspeo Visual

    Presente (1,2,3,4)

    Ausente (0) TOTAL

    n % n % n %

    Presente (1,2,3,4)

    45 78,9 12 21,1 57 100,0

    Ausente (0) 14 53,8 12 46,2 26 100,0

    TOTAL 59 71,1 24 28,9 83 100,0

    Estatstica Inferencial

    Taxa bruta de concordncia: 68,6%

    Fonte: Pesquisa direta. 2017

    Na Tab. (4) pode-se observar que dos 57 stios

    registrados como presentes pelo exame histolgico, 28

    (49,1%) tambm foram categorizados como presentes pelo

    exame radiogrfico, e dos 26 stios identificados como

    ausentes pelo histolgico, 18 (69,2%) tambem foram

    categorizados como ausentes pelo radiografico.

    As taxas brutas de concordncia foi de 68,6% e 55,4 %

    para a inspeo visual e exame radiogrfico, respectivamente.

    Esses valores denotam a importncia da utilizao dos

    critrios usados nesse estudo, para a inspeo visual

    detalhada, no diagnstico das leses cariosas em fissuras

    pigmentadas e a predileo desse mtodo, quando

    comparado com o exame radiogrfico.

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    41

    Tabela 4 - Avaliao do consenso do exame radiogrfico em

    funo do exame histolgico.

    HISTOLGICO

    Exame Radiogrfico

    Presente (1,2,3,4)

    Ausente (0) TOTAL

    n % n % N %

    Presente (1,2,3,4) 28 49,1 29 50,9 57 100,0

    Ausente (0) 08 30,8 18 69,2 26 100,0

    TOTAL

    36

    43,4

    47

    56,6

    83

    100,0

    Estatstica Inferencial

    Taxa bruta de concordncia: 55,4%

    Fonte: Pesquisa direta. 2017

    Na sequncia, foram calculadas as medidas de validade

    que podem ser vistas nas Tab. (5) e (6). Na Tab. (5)

    observa-se que o valor da especificidade (verdadeiros

    negativos) da inspeo visual detalhada foi de 46,2%,

    enquanto que a sensibilidade (verdadeiros positivos) foi de

    78,9%. Verifica-se que o valor preditivo positivo foi bastante

    considervel (76,3%).

    Tabela 5: Avaliao das medidas de validade da inspeo visual e o exame histolgico.

    MEDIDAS DE VALIDADE

    % INTERPRETAO

    Especificidade (verdadeiros negativos)

    46,2% Em 46,2% dos casos, o examinador identificou os stios sem alteraes.

    Sensibilidade (verdadeiros positivos)

    78,9 % Em 78,9% dos casos, o examinador identifica as condies com

    alteraes.

    Valor Preditivo Positivo

    76,3 % a proporo de dentes com

    alteraes, dentre aqueles que foram diagnosticados com alteraes.

    Valor Preditivo

    Negativo

    50,0%

    a proporo de dentes sem alteraes, dentre aqueles que foram

    diagnosticados sem alteraes.

    Fonte: Pesquisa direta. 2017

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    42

    Nesse estudo, a especificidade foi inferior aos

    resultados encontrados por Mota et al. (2010) e Ramrez e

    Clavel (2012). Percebe-se que a ausncia de pigmentao na

    fissura no um sinal clnico de ausncia de desmineralizao

    na estrutura dentria.

    Na Tab. (6) pode-se constatar que o valor da

    especificidade (verdadeiros negativos) do exame radiogrfico

    foi de 69,2%, enquanto que a sensibilidade (verdadeiros

    positivos) foi de 49,1%. Verifica-se que o valor preditivo

    positivo foi bastante considervel (77,8%). Esse mtodo foi

    mais especfico do que sensvel. Esse resultado j era

    esperado, visto que a amostra foi composta por elementos

    dentrios com a face oclusal ntegra ou com pequena

    descontinuidade, que apresentam dificuldades de visualizao

    pelo exame radiogrfico, ratificando as concluses do estudo

    de Bobrowskie Schneider (2011) quando afirmaram que o

    exame radiogrfico pouco contribuiu para a deteco de crie

    oclusal. De acordo com Soares et al. (2012) o exame

    radiogrfico apresenta alta sensibilidade na deteco de leso

    de crie dentinria, entretanto baixa sensibilidade para

    deteco de leso de crie em esmalte.

    A inspeo visual apresentou melhor sensibilidade e o

    exame radiografico melhor especificidade nas Tab. (5) e (6).

    A inspeo visual detalhada capaz de detectar a maioria das

    leses oclusais incipientes, enquanto que no exame

    radiogrfico h uma forte tendncia de classificar as

    superfcies portadoras das leses incipientes como hgidas,

    elevando o valor da especificidade. A alta especificidade do

    exame radiogrfico importante porque evita na maioria das

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    43

    vezes, um tratamento operatrio desnecessrio (MOTA et al.,

    2010).

    Tabela 6: Avaliao das medidas de validade do consenso entre os examinadores do exame radiogrfico e histolgico.

    MEDIDAS DE VALIDADE

    % INTERPRETAO

    Especificidade (verdadeiros negativos)

    69,2% Em 69,2% dos casos, o examinador identificou os stios

    sem alteraes. Sensibilidade

    (verdadeiros positivos) 49,1 % Em 49,1% dos casos, o

    examinador identifica as condies com alteraes.

    Valor Preditivo Positivo

    77,8 %

    a proporo de dentes com alteraes, dentre aqueles que

    foram diagnosticados com alteraes.

    Valor Preditivo

    Negativo

    38,3%

    a proporo de dentes sem alteraes, dentre aqueles que

    foram diagnosticados sem alteraes.

    Fonte: Pesquisa direta. 2017

    Numa viso geral, pode-se inferir que a presena de

    fissuras pigmentadas na superfcie oclusal de molares

    permanentes e pr-molares sugere a existncia de

    desmineralizao, o que ratificado com o alto valor do poder

    preditivo do exame visual dessa pesquisa. Observa-se que na

    maioria dos eventos, ela se encontra ao nvel de esmalte, sem

    necessidade de interveno restauradora. Como a progresso

    da leso lenta, o controle profissional e a adoo de

    medidas preventivas podero induzir a total regresso da

    leso (MOTA et al., 2010). Pitts (2012) enfatiza que

    investigaes cientficas tm demonstrado que como a maior

    parte das leses at a juno amelo-dentinrias no so

    cavitadas, nenhuma interveno operatria necessria

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    44

    nesse estgio e apenas a desorganizao regular do biofilme,

    na presena de flor, deve ser indicada como tratamento.

    Essa pesquisa desperta a necessidade de maior

    discusso cientfica sobre o diagnstico das fissuras

    pigmentadas nas superfcies oclusais e orienta a busca de

    estudos mais aprofundados sobre o tema, para nortear os

    clnicos no plano de tratamento dessas alteraes.

    4 CONCLUSES

    Com base nos resultados desse estudo, pode-se

    concluir que a boa reprodutibilidade, intra e interexaminadores

    da inspeno visual e do exame radiogrfico nas leses

    pigmentadas de difcil alcance, ratificando o aspecto

    subjetivo e a dificuldade da uniformizao entre os

    profissionais, no diagnstico da leso de crie oclusal.

    A inspeo visual detalhada das fissuras pigmentadas,

    apresenta uma boa sensibilidade para detectar as leses

    cariosas na superfcie oclusal, enquanto que o exame

    radiogrfico apresenta uma especificidade melhor.

    A simples existncia da pigmentao no implica na

    necessria presena da leso de crie. A maioria das

    superfcies oclusais com fissuras pigmentadas, sem a

    associao com o rompimento do esmalte ou sombreamento,

    possue desmineralizao apenas at o limite amelo-

    dentnrio.

    O diagnstico de carie em estgio inicial, nas regies

    oclusais de fssulas e fissuras, principalmente com

    pigmentao, ainda um desafio para os profissionais.

  • AVALIAO DE MTODOS DE DETECO DA LESO CARIOSA NA SUPERFCIE OCLUSAL DE PR-MOLARES E MOLARES PERMANENTES COM

    FISSURA PIGMENTADA

    45

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    FISSURA PIGMENTADA

    46

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