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GIOVANNA DE FÁTIMA ALVES DA COSTA BORGES IMPACTO DE UM MÉTODO DE POLIMENTO ADICIONAL EM PROPRIEDADES FÍSICAS, MICROMORFOLÓGICAS E MICROTOPOGRÁFICAS DE COMPÓSITOS CONVENCIONAIS E BULK FILL NATAL RN 2018 www.posgraduacao.ufrn.br/ppgscol [email protected] 55-84-3342-2338 CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

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GIOVANNA DE FÁTIMA ALVES DA COSTA BORGES

IMPACTO DE UM MÉTODO DE POLIMENTO ADICIONAL EM

PROPRIEDADES FÍSICAS, MICROMORFOLÓGICAS E

MICROTOPOGRÁFICAS DE COMPÓSITOS CONVENCIONAIS E BULK

FILL

NATAL – RN

2018

www.posgraduacao.ufrn.br/ppgscol [email protected] 55-84-3342-2338

CENTRODECIÊNCIASDASAÚDEPROGRAMADEPÓS-GRADUAÇÃOEMSAÚDECOLETIVA

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GIOVANNA DE FÁTIMA ALVES DA COSTA BORGES

IMPACTO DE UM MÉTODO DE POLIMENTO ADICIONAL EM PROPRIEDADES

FÍSICAS, MICROMORFOLÓGICAS E MICROTOPOGRÁFICAS DE

COMPÓSITOS CONVENCIONAIS E BULK FILL

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva, Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, como requisito para

a obtenção do título de Doutor em Saúde

Coletiva-Odontologia.

Orientador: Profº Drº Boniek Castillo Dutra

Borges

Natal – RN

2018

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DEDICATÓRIA

Dedico esta Tese de Doutorado

À minha vovó, Isabel Alves da Costa (in memoriam) que viveu seus 99 anos e

deixou um legado de amor e serviço. Se estivesse entre nós com sã consciência estaria

muito feliz e orgulhosa, pois saberia do grande passo que estou dando e fechando um

árduo ciclo. Ela me abraçaria forte me daria vários “cheiros” como de costume, me

abençoaria dizendo “Deus te faça feliz” e ao longo das nossas conversas repetiria a

pergunta “minha filha essa escola que você tanto estuda é para ser professora? ”. Eu

responderia que sim e certamente ouviria dela: “coisa boa é ser professor”.

À minha mãe, Irani de Fátima Alves da Costa, pelo amor durante toda minha

vida, e por tornar possível cada um dos meus sonhos. Obrigada por sempre acreditar em

mim! Todas as minhas conquistas sempre serão suas. A conclusão deste doutorado foi

possível graças aos seus cuidados com Guilherme, me substituindo da melhor forma,

superando suas limitações físicas, enquanto eu precisava me fazer ausente e me dedicar

integralmente na elaboração desta tese.

Ao meu amor, João Maria Borges Júnior, e melhor amigo, pelo apoio, paciência,

e por tantas outras razões que foram essenciais ao longo desta jornada. Obrigada por

compartilhar comigo os meus sonhos e pelo incentivo na hora de realizá-los. Seu amor

me deu forças para continuar sabendo que nunca ficaria só, você é meu porto seguro.

Obrigada por sempre ser tão sensato, e me abrir os olhos para as melhores coisas da vida.

Ao meu filho, Guilherme Alves Borges. Sempre planejei chegar esse momento

final de doutorado com você no meu ventre, porque quando você nascesse eu queria estar

de corpo e mente ao seu lado, da forma mais leve possível. Mas as coisas são planejadas

por Deus, Ele quem define tudo! E Ele quis você aqui em meus braços. E você foi meu

grande arrimo, minha maior motivação para continuar e me fez aprender que foi possível

finalizar tudo da melhor maneira. Sem dúvida você veio me mostrar que não existe título

mais lindo que o de mãe, porque esse título é um presente de Deus.

Ao meu irmão, Giovanni Alves Maciel de Oliveira, pela companhia e pelas

conversas. E pelo silêncio cuidadoso. Obrigada pelo companheirismo que existe entre

nós. Sei que posso contar com você.

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Às minhas tias maternas, em especial à minha tia-mãe Iraci Alves da Costa e a Izélia

Alves da Costa, por toda dedicação e amor gratuito ao longo de toda minha vida, vocês

são precisosas e raras, são pessoas únicas e de enorme importância para muitos. Sem

vocês para somar desde meus primeiros passos, não teria chegado até aqui.

Ao meu sobrinho e afilhado, Eduardo Ian de Melo Alves, por me fazer conhecer

uma nova forma de amor e por encher nossa família de alegria ao longo desses oito anos.

E aos meus outros dois afilhados João Pedro e Miguel José, por me fazerem sentir um

pouco do amor de mãe, mesmo antes de ser.

Aos meus primos-irmãos, tios e tias, por toda torcida e felicidade com minhas

conquistas e pelo amor e união da nossa família. E a todos meus familiares por estarem

felizes junto comigo.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ao Centro de Ciências da Saúde,

Ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e

seus funcionários e, mais precisamente, ao programa de Pós-graduação em Saúde

Coletiva, sob coordenação do Prof. Dr. Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira,

no início do meu ingresso e posteriormente coordenado pelo professor Dr.Luiz Roberto

Augusto Noro. Obrigada por serem sempre tão disponíveis a meus esclarecimentos,

especialmente nesta fase final. Neste ambiente tive a oportunidade de crescer

profissionalmente, de conhecer ótimos alunos, de fazer novos contatos e de ampliar minha

visão e meus conhecimentos, sendo uma época importantíssima para minha formação

como docente generalista. Agradeço também aos professores do programa, em especial

à professora, Ruthinéia Diogenes Alves Uchoa Lins, por todo apoio e compreensão.

Ao meu orientador, professor doutor Boniek Castillo Dutra Borges, obrigada

por ter sido uma grande força para não desistir, meu apoio e meus conselhos diante de

tantas coisas inesperadas que nos aconteceram nessa jornada. Obrigada por saber a hora

de cobrar e a hora de me deixar seguir sem cobranças, acreditando que eu cumpriria todas

as obrigações quando chegasse o tempo. Sua orientação foi a melhor coisa que me

aconteceu nesse tempo de doutorado! Porque como você é grande, engrandece todos que

caminham ao seu lado, contagiando com seu amor pela pesquisa. Mesmo me sugerindo

acrescentar mais e mais análises na metodologia, não me assustava, porque eu sabia que

era para termos os melhores resultados possíveis. Saímos juntos dessa curta jornada, mais

fortes em todos os aspectos, mas em especial na nossa amizade. E como eu aprendo com

você, principalmente que só nos "muros" da Odontologia não cabe sua vontade de

conhecimento. Porque aluno sob sua orientação acaba conhecendo muito do que os

laboratórios da UFRN podem oferecer, acaba entendendo um pouco de química, física,

engenharia mecânica, engenharia de materiais e até me atrevo a dizer estatística. Sou grata

por finalizar esta fase tão fatigante sob sua brilhante condução. Obrigada pela

disponibilidade e disposição em atender todos meus questionamentos. Alguns

profissionais ocupam um cargo no qual faz jus, você é um desses, e está no lugar certo,

não podia ser diferente. Que você continue seu caminho na docência oferecendo seu

melhor e sendo incentivo e inspiração para todos seus alunos e para todos que dividem

este ofício ao seu lado. Obrigada por este nosso momento tão especial! Conseguimos!

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A professora doutora Isauremi Vieira de Assunção. A quem estendo meus

agradecimentos da forma mais especial que um aluno possa conseguir. Obrigada por

tanto em minha vida profissional e pessoal e por ser assim exatamente como és. Por

sempre somar quando está por perto e até distante, como foi neste ano de 2018, por sempre

ter palavras de ânimo, me alegrando me dando esperança que as coisas acontecem quando

Deus permite e quando vai ser para nosso bem. Obrigada por não desistir de mim, e

sonhar este sonho talvez primeiro até do que eu e me impulsionar para a docência. Você

faz e é diferença em qualquer lugar!

Ao secretário da Pós-Graduação Lucas Araújo, pela atenção na resolução dos

nossos questionamentos.

Aos funcionários da Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos pela

colaboração tão especial na minha formação desde a graduação. A nossa biblioteca é um

local que tenho muito apreço e me sinto tão bem quando estou por lá, pelo acolhimento,

pelas amizades e pela ótima ambiência de trabalho, e sobretudo pelo esforço em serem

resolutivos em tudo que é solicitado. Deixo aqui destacado meu agradecimento especial

a Cecília Isabel dos Santos, por coordenar, representar e conduzir pacientemente todos

com seu trabalho. E aos funcionários Hossian, Hadassa e Mônica. Depois de 14 anos

desse forte vínculo formal com a biblioteca como aluna, ele chega ao fim pelo SIGAA -

Sistema Integrado de Gestão de Atividades, me despeço de todos, foram anos intensos

estudando, solicitando artigos, fazendo empréstimos de livros, passando horas

formatando documentos ao lado de vocês. O trabalho da nossa biblioteca é incrível!

Aos meus colegas de turma de doutorado em especial a Karyna Menezes e Ana

Clara Paiva. Pelo apoio, por serem pessoas especiais, pelos ouvidos atentos, e por

dividirem seminários e aulas desafiadoras ao meu lado. Vocês sabem e sentem o que é

uma vida de pós-graduandas lutando por um sonho, conciliando com o trabalho e com a

vida pessoal. Sempre que me pegava cansada, imaginava que vocês estavariam muito

mais que eu, devido a rotina de viagens para vocês, afinal eu estava no conforto da minha

casa, não era justo reclamar. Vocês moram no meu coração. Espelho-me na brilhante

didática que possuem, vocês são inspiração! Guardo o compromisso em passar

conhecimento, a organização e a segurança. Mas falando de cada uma, de Clarinha guardo

a fé de Karyna guardo a força.

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A doutoranda Ana Margarida, pela competência e dedicação demonstradas

auxiliando na execução de algumas etapas laboratoriais desta pesquisa junto a mim e ao

meu orientador. Você estará em minhas orações para que Deus te conceda o melhor.

A toda equipe de professores da dentística UFRN, da qual fiz orgulhosamente

parte por seis anos como professora substituta. A André Dorini, Alex Santos, Boniek

Borges, Cristina Medeiros, Isana Álvares, Isauremi Assunção, Marília Regalado,

Diana Gadelha, minha sincera gratidão, pelo incentivo para que eu pudesse conciliar

meu ofício no ensino com o doutorado. Sem a compreensão de vocês este momento não

seria possível. Contem comigo. Ao longo desses anos aprendi muito, vocês indiretamente,

fizeram parte da minha formação.

Aos meus amigos, pois sei que mesmo distantes muitos me acompanham, torcem

por mim e vibram com minhas realizações. Em especial a Luciana Machado, Danielli

Araújo e Dianna Karla, por entenderem minha ausência em muitos momentos.

A doutora em física Camila Diniz dos Santos, por todos os esclarecimentos

quanto à metodologia das análises microscópicas estudadas.

Ao departamento de Engenharia de Materiais e Engenharia Mecânica da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mais precisamente ao laboratório de

Caracterização Estrutural de Materiais, obrigada pelo acolhimento e pelo esmero em

tornar possível todas as análises que foram solicitadas da maneira mais competente e

profissional possível. Aos responsáveis técnicos Igor Zumba e Carla Costa, meus

agradecimentos especiais por tanto apoio. Sem esquecer o laboratório de Metrologia e de

Tribologia, essenciais para concluir a metodologia proposta neste estudo.

A bolsista de iniciação científica Mariza Fernandes, aluna do curso de

Engenharia de Materiais da UFRN, muito obrigada por tudo e todo esforço que fez por

esta pesquisa para conseguirmos em tempo hábil todas as análises antes do nascimento

do meu filho, seu comprometimento foi essencial para o êxito desta pesquisa, desejo que

você trilhe os melhores caminhos em sua vida acadêmica e pessoal.

Aos meus ex e futuros alunos, obrigada por me fazerem enxergar que é este o

caminho que quero seguir, obrigada por me incentivarem mesmo sem perceber. Grande

parte desse tempo dedicado em busca de mais conhecimento é pensando em cada vez

mais poder oferecer o melhor de mim como professora e quiçá como pessoa a vocês.

A Deus, por último, porém o mais especial. Nos momentos difíceis deste percurso

foi Ele que me deu forças e me fez seguir. Definitivamente é como diz a música “Te ter

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é a maior diferença em mim”. Agradeço por me conceder saúde e por ter aberto

oportunidades para que eu busque o caminho que hoje sonho em seguir. Então desde já

dou graças, e rezo para que este título traga coisas prósperas em minha carreira. Quando

tudo estava tão difícil e exaustivo eu cantava uma das músicas que me vem à cabeça, a

qual aprendi ainda criança, mas de uma força e sentido enorme para mim, principalmente

quando penso que não consigo mais: “Meu Deus é bom para mim, comigo vai, tão forte

brilha o Sol, que a chuva cai, amor tão grande assim, só Cristo tem por mim, IREI ATÉ

O FIM, meu Deus é bom para mim”. Obrigada pelos dias de sol, mas sobretudo pelos dias

de chuva, me fizeram muito mais forte!

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“Se você quer o arco-íris, tem que suportar a chuva.”. Hazel Grace

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a rugosidade superficial, a molhabilidade, a

disposição em profundidade das partículas de carga, o mapeamento de elementos

químicos, a microtopografia em 3D e a micromorfologia de compósitos convencionais e

bulk fill após polimento adicional. Éspécimes foram preparados de cada compósito

testado, sendo quatro do tipo bulk fill (Filtek Bulk, Fill Tetric N-Ceram Bulk Fill, Opus

Bulk Fill e X-tra Fil) e quatro convencionais (Filtek Z250 XT, Grandioso, Tetric N-

Ceram, Vittra APS), de acordo com três técnicas de acabamento/polimento/polimento

adicional (n = 10): sem acabamento e polimento, acabamento e polimento com borrachas

abrasivas (Astropol), acabamento e polimento com Astropol mais polimento adicional

com escova de carbeto de silício. A rugosidade superficial (Ra) e o ângulo de contato

foram medidos usando-se um perfilômetro e goniômetro adaptado, respectivamente. A

microtopografia 3D foi avaliada utilizando microscopia de força atômica (MFA),

enquanto a micromorfologia e a disposição em profundidade das partículas de carga,

através da microscopia eletrônica de varredura (MEV). O mapeamento de elementos

químicos foi avaliado por meio de Espectroscopia por energia dispersiva de raio-X (EDS).

A rugosidade e o ângulo de contato foram analisados pelo ANOVA-dois fatores e teste

de Tukey (p <0,05); os demais dados foram analisados descritivamente. A disposição das

partículas de carga em profundidade de todas as resinas envolvidas neste estudo

apresentou uma camada superficial rica em matriz orgânica e uma camada subsuperficial

rica em partículas de dimensões mais diminutas. O polimento adicional: diminuiu a

rugosidade superficial das resinas Filtek Bulk Fill, Vittra APS, Tetric N-ceram Bulk Fill

e X-tra fil; aumentou o valor do ângulo de contato da X-tra Fil e diminuiu da Filtek Z250

XT. Nas análises para microtopografia em 3D e a micromorfologia, superfícies mais lisas

e uniformes foram observadas em todas as resinas. Os elementos: carbono (C), cxigênio

(O), silício (Si), zircônia (Zr) e alumínio (Al) foram presentes em todas as resinas

compostas. O bário (Ba) foi ausente na Filtek Z250 XT, Filtek Bulk Fil e Vittra APS. O

carbono foi predominante em todas as resinas. Após polimento adicional, houve um

aumento na detecção de oxigênio para todas as resinas, exceto para Tetric N-Ceram e X-

tra Fil e uma diminuição de carbono, exceto para a Tetric N-Ceram Bulk Fil. O silício

diminuiu apenas nas resinas Z250 XT, Tetric N-Ceram e Tetric N-Ceram Bulk Fill. A

zircônia diminuiu para a Tetric N-Ceram Bulk Fill e o alumínio para Z250 XT e Tetric

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N-Ceram Bulk Fill. O bário aumentou para Opus Bulk fill e X-tra Fil. O titânio foi ausente

para todas as resinas. Portanto, o polimento adicional melhorou as propriedades de

superfície das resinas estudadas.

Palavras-chave: Polimento dentário. Resinas compostas. Microscopia eletrônica de

varredura. Microscopia de força atômica. Molhabilidade.

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ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the surface roughness, wettability, the

depth distribution of the charge particles, the mapping of chemical elements, the 3D

microtopography and the micromorphology of the composites of the conventional and

bulk fill after additional polishing. The specimens were prepared from each of the

composites tested, four of them being bulk fillers (Filtek Bulk Fill Tetric N-Ceram Bulk

Fill Opus Bulk Fill X-tra Fil) and four conventional ones (Filtek Z250 XT, Grandioso,

Tetric N-Ceram, Vittra APS ), according to three additional finishing / polishing /

polishing techniques (n = 10): without finishing and polishing, finishing and polishing

with abrasive rubbers (Astropol), finishing and polishing with Astropol plus additional

polishing with silicon carbide brush. The surface roughness (Ra) and contact angles were

measured using a profilometer and adapted goniometer, respectively. The 3D

microtopography was evaluated using atomic force microscopy (AFM); while the

micromorphology and the in-depth arrangement of the charge particles by scanning

electron microscopy (SEM). The mapping of chemical elements was evaluated by means

of X-ray Dispersive Energy Spectroscopy (EDS). The roughness and the contact angle

were analyzed by ANOVA- two factors and Tukey test (p <0.05); the other data were

analyzed descriptively. The arrangement of the in-depth charge particles of all the resins

involved in this study had an organic matrix rich surface layer and a particulate rich

subsurface layer of smaller dimensions. Addicional polishing: reduced surface roughness

of Filtek Bulk Fill resins, Vittra APS, Tetric N-ceram Bulk Fill and X-trafil resins;

increased the contact angle value of the X-tra Fil and decreased the Filtek Z250 XT. In

the analyzes for 3D microtopography and micromorphology, smoother and more uniform

surfaces were observed in all a resins. The elements: carbon (C), oxygen (O), silicon (Si),

zirconia (Zr) and aluminum (Al) were present in all composite resins. Barium (Ba) was

absent on Filtek Z250 XT, Filtek Bulk Fil and Vittra APS. Carbon was predominant in

all resins. After additional polishing, there was an increase in oxygen detection for all

resins except for Tetric N-Ceram and X-tra Fil and a decrease in carbon except for Tetric

N-Ceram Bulk Fil. Silicon decreased only in the Z250 XT, Tetric N-Ceram and Tetric N-

Ceram Bulk Fill resins. Zirconia decreased for Tetric N-Ceram Bulk Fill and aluminum

for Z250 XT and Tetric N-Ceram Bulk Fill. Barium increased for Opus Bulk fill and X-

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tra Fil. Titanium was absent for all resins. Therefore, additional polishing improved the

surface properties of the resins studied.

Key words: Dental polishing. Composite resins. Scanning electron microscopy.

Atomic force microscopy. Wettability.

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 - Fotomicrografias da disposição das partículas de carga em

profundidade da resina Filtek Z250XT (A) Filtek Bulk Fill (B),

Tetric N-Ceram (C), Tetric N-Ceram Bulk Fill (D), Vittra APS

(E), Opus Bulk Fill (F), Grandioso (G), Xtra-Fil (H).................. 43

Figura 2 – Fotomicrografias (MEV) com magnificação de 500 x das

resinas testadas sem acabamento e polimento, com acabamento

e polimento (Astropol) e com acabamento e

polimento/polimento adicional (Astropol+Astrobrush)............. 47

Figura 3 - Fotomicrografias (MFA-Deflexão) das resinas testadas sem

acabamento e polimento, com acabamento e polimento

(Astropol) e com acabamento e polimento/polimento adicional

(Astropol+Astrobrush)................................................................ 49

Figura 4 - Fotomicrografias (MFA-3D) das resinas testadas sem

acabamento e polimento, com acabamento e polimento

(Astropol) e com acabamento e polimento/polimento adicional

(Astropol+Astrobrush)................................................................. 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Materiais restauradores utilizados ............................................ 35

Tabela 2- Sistemas de acabamento e polimento utilizados........................ 37

Tabela 3- Médias (desvios-padrão) da rugosidade média (Ra) (µm) de

acordo com o compósito e tratamento utilizados....................... 45

Tabela 4- Médias (desvios-padrão) do ângulo de contato de acordo com o

compósito e tratamento utilizados...................................................... 46

Tabela 5- Porcentagem de elementos químicos de acordo com o compósito e

a técnica de acabamento/polimento/polimento adicional.................. 52

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LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS

°C: graus Celsius

%: por cento

h: hora

LED: light emmiting diode /diodo emissor de luz

MEV:Microscopia Eletrônica de Varredura

MFA: Microscopia de Força Atômica

Ra: média aritmética da rugosidade

Sm: média do espaçamento entre os picos

Rmax: profundidade máxima de picos e vales

Sq: raiz quadrada da rugosidade

Sz: valor médio da altura absoluta de cinco picos mais altos e a profundidade dos cinco

vales mais profundos

St : a distância entre o mais elevado pico e o vale mais baixo do perfil,

Rz: rugosidade parcial de 10 pontos.

UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

mW/cm2: miliWatt por centímetro quadrado

nm: nanômetro

µm: micrômetro

mm: milímetro

Ǻ: Angstroms

N/m: Newton por metro

Bis-GMA: Bisfenol A dimetacrilato de glicol

Bis-EMA: Dimetacrilato de bisfenol A etoxilado

UDMA: Uretano Dimetacrilato

LED: Diodo Emissor de Luz

EBADMA: Bisfenol-A-etoxilato dimetacrilato

TEGDMA: Trietileno Glicol Dimetacrilato

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 18

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................. 20

2.1 EVOLUÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS............................................ 20

2.2 ACABAMENTO E POLIMENTO.............................................................. 23

2.3 ANÁLISE DE SUPERFÍCIE....................................................................... 28

3 OBJETIVOS................................................................................................ 34

3.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 34

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 34

4 MÉTODO..................................................................................................... 35

4.1 DESENHO DE ESTUDO............................................................................. 35

4.2 PREPARAÇÃO DOS ESPÉCIMES............................................................. 37

4.3 DISPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE CARGA....................................... 38

4.4 MÉTODOS DE ACABAMENTO E POLIMENTO/POLIMENTO

ADICIONAL................................................................................................. 38

4.5 AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL................................... 39

4.6 AVALIAÇÃO DA MOLHABILIDADE...................................................... 39

4.7 MICROMORFOLOGIA E MICROTOPOGRAFIA 3D.............................. 40

4.8 COMPOSIÇÃO QUÍMICA SUPERFICIAL................................................ 41

4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................................... 41

5 RESULTADOS............................................................................................ 42

5.1 DISPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE CARGA........................................ 42

5.2 RUGOSIDADE............................................................................................. 44

5.3 MOLHABILIDADE..................................................................................... 45

5.4 MICROMORFOLOGIA MICROTOPOGRAFIA 3D.................................. 46

5.5 COMPOSIÇÃO QUÍMICA SUPERFICIAL............................................... 51

6 DISCUSSÃO................................................................................................ 53

7 CONCLUSÃO............................................................................................. 58

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 59

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ANEXOS...................................................................................................... 65

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Impacto de um Método de Polimento Adicional em Propriedades Físicas,

Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

1 INTRODUÇÃO

Os benefícios da etapa de acabamento e polimento para as restaurações, quando

bem executados, não oferecem apenas um resultado estético ideal, mas proporcionam

integridade marginal da interface dente-restauração e uma saúde satisfatória também aos

tecidos moles (JEFFERIES, 2007). Têm sido descritas algumas complicações clínicas

resultantes do negligenciamento dessa importante etapa para finalização das restaurações

tais como acúmulo de biofilme, irritação gengival, manchamento das restaurações, lesão

de cárie adjacente à restauração que, consequentemente, interferem de forma negativa na

a sua longevidade (JEFFERIES, 1998; KAWAI; URANO, 2001; MANDIKOS et al.,

2001). Dessa maneira, a obtenção de superfícies lisas e com menor susceptibilidade à

adsorção de substâncias e agentes do meio oral em restaurações com compósitos é de

extrema validade para o sucesso clínico do procedimento restaurador.

O uso de diferentes sistemas de acabamento e polimento à base de óxido de

alumínio, partículas diamantadas, carbeto de silício e abrasivos de dióxido de silício tem

sido investigado com o propósito de aumentar a lisura superficial de resinas compostas

(KAIZER et al., 2014; AYTAC et al., 2016). Recentemente, alguns trabalhos

evidenciaram que a realização de uma etapa de polimento adicional após o emprego de

discos de óxido de alumínio foi capaz de aumentar a lisura e diminuir o poder de

molhabilidade de compósitos convencionais (FERNANDES et al., 2016; COSTA et al.,

2018). Ademais, evidenciou-se que a disposição de partículas de carga em profundidade

de compósitos nanoparticulados e nanohíbridos influenciou diretamente na resposta

desses materiais à técnica de acabamento e polimento (COSTA et al., 2018).

Recentemente, foram lançadas no mercado as resinas do tipo bulk fill, que

possibilitam diminuir algumas desvantagens da técnica com o uso das resinas

convencionais, já que podem ser utilizadas em incrementos entre 4 e 5mm, diminuindo o

tempo clínico restaurador (LI et al., 2015). Entretanto, não há estudos que avaliaram de

forma abrangente os benefícios de uma etapa de polimento adicional em propriedades

relacionadas à lisura e menor susceptibilidade à adsorção de substâncias e agentes do

meio oral em compósitos bulk fill. Como o conteúdo da matriz orgânica e das partículas

de carga das resinas bulk fill foram modificados para melhorar a desempenho clínico

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Impacto de um Método de Polimento Adicional em Propriedades Físicas,

Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

desses materiais (LI et al., 2015), é importante investigar como será seu comportamento

frente a uma etapa adicional de polimento, já que estudos anteriores sugerem que a

rugosidade da superfície e a eficiência da etapa de acabamento e polimento são

dependentes da composição da resina composta (RIGO et al., 2018; ERGÜCÜ;

TÜRKÜN; ALADAG, 2008; JONIOT et al., 2006).

Então, este estudo objetivou averiguar o efeito de uma etapa de polimento

adicional na rugosidade superficial, molhabilidade, composição química de superfície,

microtopografia em 3D e a micromorfologia de compósitos convencionais e do tipo bulk

fill após etapa de polimento adicional, bem como a disposição das partículas de carga em

profundidade. As hipóteses nulas testadas foram as de que: (1) o método de polimento

adicional não alteraria as propriedades de superfície desses compósitos após os protocolos

testados; (2) os compósitos não apresentariam diferenças na disposição de suas partículas

de carga em profundidade.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 EVOLUÇÃO DAS RESINAS COMPOSTA

Resinas compostas são um dos materiais restauradores diretos mais comumente

utilizados na Odontologia. Seu uso clínico expandiu-se consideravelmente devido à

simplificação dos procedimentos de adesão e por reproduzirem as características estéticas

dos tecidos dentários (YAP et al., 2004). Sua composição é formada de alguns

componentes principais: matriz orgânica, com alta densidade de ligações cruzadas, carga

inorgânica (composta pelas partículas de carga), agente de união, agentes inibidores da

polimerização e um sistema iniciador-acelerador (ANUSAVICE, 2013).

Dentre as classificações das resinas compostas, as mais comumente usadas são

quanto ao tamanho das partículas de carga e quanto ao grau de viscosidade. Quanto à

viscosidade, esta pode ser dividida em regular ou convencional, fluida ou do tipo flow e

condensável ou compactável (TORRES, 2013). O que determina a viscosidade ou fluidez

dessa resina composta é a proporção entre matriz orgânica e as partículas de carga. Assim,

uma resina composta com mais partículas de carga em volume apresenta maior

viscosidade e uma resina mais fluida apresenta menos partículas de carga em

porcentagem quando comparada à sua matriz orgânica. Portanto, os compósitos diferem

em relação ao seu escoamento. A resina do tipo flow apresenta alta fluidez, sendo indicada

para cavidades ultraconservadoras e como forramento em restaurações de dentes

posteriores, com o intuito de funcionar como um amortecedor de choques devido ao baixo

módulo de elasticidade. Já as compactáveis, vieram com a proposta de restaurar dentes

posteriores devido às melhores propriedades mecânicas e físicas (TORRES, 2013).

Quanto à classificação por tamanho das partículas de carga, as resinas, no seu

surgimento, em 1962, eram compostas por macropartículas de tamanho médio maiores

que 15 µm. Apresentavam uma resistência à compressão boa, mas acarretavam em

problemas clínicos como a desintegração superficial em virtude do desprendimento

dessas macropartículas da matriz orgânica e, consequentemente, apresentavam uma lisura

superficial baixa, pois geravam regiões com “áreas vazias” e também uma instabilidade

de cor considerável. Visando minimizar isso, foram lançadas as resinas microparticuladas

com tamanho médio de partículas de carga entre 0,01 a 0,04 µm. Posteriormente a estas,

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

foram lançadas as híbridas (0,05 a 5 µm) e as nanohíbridas, que possuem maior

quantidade partícula em dimensões nanométricas e, em sequência, as nanoparticuladas

(20-75nm), chegando a partículas de dimensões bem reduzidas graças ao advento na

nanotecnologia na Odontologia (MITRA; HOLMES, 2003). Uma importante razão para

diminuir o tamanho das partículas de carga ao longo do tempo foi a dificuldade

encontrada em polir as resinas macroparticuladas. Deste modo, a evolução das resinas

compostas permitiu o surgimento de materiais contendo 100% de partículas com

dimensão nanométrica. A presença dessas nanopartículas melhora a rugosidade

superficial em relação aos compósitos de micropartículas ou microhíbridos e ainda

propicia resistência similar aos híbridos ou microhíbridos (MITRA; HOLMES, 2003).

A inovação dessas resinas nanoparticuladas está na silanização individual das

partículas de carga, formando os chamados “nanoaglomerados”, que são massas de

partículas homogêneas que impedem sua soltura ou desgarramento, diferentemente do

que acontece com as anteriormente lançadas. As partículas de carga esféricas de

dimensões diminutas facilitam a acomodação, a maneabilidade durante o trabalho clínico,

a lisura e o brilho, assemelhando-se ao conseguido com as microparticuladas, quando

eram usadas como última camada nos trabalhos de excelência ditos imperceptíveis

(WATANABE, 2009). São resinas de uso universal, podendo ser empregadas em dentes

anteriores e posteriores. Suas características conferem ao material propriedades

superiores aos dos compósitos híbridos, como melhor polimento, fácil manuseio e

capacidade de manter a anatomia por longos períodos. Sua alta quantidade de carga

permite boas propriedades ópticas e lisura semelhante às resinas compostas

microparticuladas fotoativáveis (MITRA; HOLMES, 2003).

Assim, tem ocorrido um grande desenvolvimento científico e tecnológico para

criar materiais e novas técnicas que busquem atender à estética com restaurações mais

harmônicas com os tecidos dentários. Não apenas a quantidade de carga vem sendo alvo

de estudos em resinas compostas, mas também seu formato, composição e distribuição,

na tentativa de melhorar suas propriedades físicas e ópticas. Apesar de haver um

verdadeiro arsenal de materiais, nenhuma resina composta atingiu excelência de um

material restaurador perfeito (SCHMITT et al., 2011), o que estimula seu constante

aprimoramento.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

Somadas às alterações quanto a composição das resinas compostas, focando em

melhorias nas suas propriedades já citadas, a odontologia restauradora tenta alternativas

para simplificar cada vez mais os protocolos restauradores, mas com a segurança de que

os materiais apresentem bom comportamento clínico em longo prazo (FERRACANE,

2011). Os atuais protocolos clínicos com resinas tradicionais de viscosidade regular

preconizam a inserção em incrementos de, no máximo, 2 mm de espessura (ZORZIN et

al., 2015). A inserção incremental, além de levar a um maior tempo de cadeira do

profissional, possibilita a inclusão de espaços vazios entre essas camadas, o que interfere

negativamente nas propriedades desse material (ALSHALI et al., 2015). Também, a

técnica aumenta o risco de contaminação entre as camadas por umidade e dificulta o

trabalho em pequenas cavidades, sendo considerada sensível e desafiadora no dia-a-dia

clínico (ALSHALI et al., 2015; LI et al., 2015).

Diante disso, foram lançadas as resinas compostas denominadas de bulk fill, que

possibilitaram aos profissionais sua a inserção na cavidade dental em incrementos

maiores, chegando a 4 ou 5 mm de espessura, por vezes de maneira única na cavidade.

Mesmo em incrementos maiores, propriedades tais como tensão de contração e

profundidade de polimerização, altamente relacionadas à espessura do incremento em

compósitos convencionais, puderam ser otimizadas/reduzidas nos do tipo bulk fill

(CHESTERMAN et al., 2017). Esta modificação representou um avanço na odontologia

restauradora por propiciar um procedimento restaurador mais confortável ao paciente e

ao profissional, que teve seu trabalho otimizado (BENETTI et al., 2015; PAR et al.,

2015).

Essas novas resinas estão comercialmente disponíveis em duas viscosidades,

fluida (baixa viscosidade) e regular (alta viscosidade), as quais tem diferentes indicações

na prática clínica. As resinas bulk fill de baixa viscosidade são recomendadas como base

cavitárias de restaurações Classe I e II de Black e devem ser, subsequentemente, cobertas

com um compósito de viscosidade regular (seja convencional ou bulk fill) para suportar

a carga mastigatória oclusal. Isso garante uma maior resistência ao desgaste, já que

apresentam uma menor dureza superficial por causa da menor quantidade de carga

inorgânica observada em sua composição. As resinas bulk fill de alta viscosidade são

recomendadas para restaurações de cavidades Classes I e II de Black e podem ficar

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

expostas ao meio bucal, de maneira que não requerem um outro tipo de compósito para

cobri-las (ILIE; KEBLER; DURNER, 2013; RIGO et al., 2018).

Na composição química desses materiais existem características semelhantes às

das resinas compostas nanohíbridas e microhíbridas, incluindo monômeros como Bis-

GMA, (Bisfenol A dimetacrilato de glicol), UDMA (Uretano Dimetacrilato), TEGDMA

(Trietileno Glicol Dimetacrilato) e EBADMA (Bisfenol-A-etoxilato dimetacrilato) em

sua matriz orgânica e partículas de carga nanohíbridas e microhíbridas. Houve uma

modificação na estrutura química do monômero de Bowen Bis-GMA e do monômero

UDMA, e foram incluídas hidroxila livre no Bis-GMA, dimetacrilato de uretano alifático,

dimetacrilato de uretano aromático (AUDMA) e metacrilatos altamente ramificados

(ILIE; BUCUTA; DRAENERT, 2013).

Embora haja muitos pontos positivos na utilização de compósitos bulk fill, o

resultado estético e técnica de inserção variam significativamente entre os materiais

disponíveis. O uso destes materiais pode ser, particularmente, mais vantajoso ao restaurar

cavidades posteriores de crianças e pacientes ansiosos, para os quais a duração do

tratamento deveria idealmente ser mais curta, mas com resultados eficientes tais como na

técnica incremental. Entretanto, por estarem à disposição no mercado há pouco tempo,

ainda se faz necessária a realização de mais estudos, quer sejam ensaios clínicos ou

trabalhos in vitro, especialmente quanto à resposta à técnica de acabamento e polimento.

2.2 ACABAMENTO E POLIMENTO DE RESINAS COMPOSTAS

A etapa de acabamento e polimento de resinas compostas é recomendada para

oferecer todos os benefícios de uma superfície lisa, pois influencia o aspecto estético e a

longevidade da restauração. A presença de irregularidades na superfície decorrentes da

não execução ou má execução dessa etapa pode facilitar a alteração de cor da restauração,

acúmulo de biofilme, inflamação gengival, e/ou lesões de cáries adjacentes à restauração.

Assim, esta etapa, quando bem realizada, influencia a integridade tecidual de dentes e

tecidos moles (KAWAI; URANO, 2001; MANDIKOS et al., 2001).

Um dos objetivos do acabamento e polimento é regularizar as margens, corrigir

quaisquer defeitos existentes e alisar as superfícies irregulares, de modo que a restauração

esteja em perfeita continuidade com os tecidos dentários (ARDU; KREJCI, 2006). Esses

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procedimentos, no entanto, são interdependentes e não podem ser claramente delimitados.

Daí o termo é utilizado como acabamento e polimento (BASEREN, 2004), apesar de,

conceitualmente, serem descritos separadamente; o acabamento é o contorno primário de

uma restauração executado para alcançar uma anatomia desejável e uma oclusão sem

interferências; o polimento é a etapa que reduz aspereza e remove riscos criados nos

passos anteriores do acabamento e tem como objetivo diminuir a rugosidade superficial

e das margens da restauração, evitando aderência de biofilme, viabilizando a saúde dos

tecidos moles, melhorando a estética e proporcionando lisura compatível com as

estruturas do dente.

Na literatura, são descritos valores de rugosidade clinicamente aceitáveis

referentes a uma lisura da superfície próxima ao esmalte em áreas oclusais de 0,64 μm

(WILLEMS et al., 1991). Outro valor limite que é suportado pela teoria da retenção

bacteriana em superfícies ásperas é o de 0,2 μm, pois acima desse valor crítico tem como

resultado em um aumento dramático na colonização bacteriana dessas superfícies

(QUIRYNEN et al., 1990). A maioria dos microrganismos, especialmente aqueles

responsáveis pela cárie e periodontite, só podem sobreviver, além de outros fatores,

quando aderem às superfícies (BUERGERS; ROSENTRITT; HANDEL, 2007;

STEINBERG; EYAL, 2002; AUSCHILL et al., 2002; MONTANARO et al., 2004).

Além dos limites de rugosidade já mencionados, associado a fatores biológicos, outra

medida de rugosidade descrita é de 0,3 μm, que está ligada ao limiar que o paciente

consegue sentir algum desconforto de uma superfície áspera com a ponta da língua através

da percepção tátil (JONES; BILLINGTON; PEARSON, 2004).

Muitos sistemas de acabamento e polimento (com um ou vários passos) foram

introduzidos ao longo dos anos, incluindo pontas diamantadas, brocas para acabamento

multilaminadas, pontas siliconadas abrasivas e discos abrasivos revestidos com óxido de

alumínio, com a intenção de criar a superfície mais lisa em menor tempo (ERGÜCÜ;

TÜRKÜN, 2007). No entanto, os abrasivos dos instrumentos rotatórios para polimento

também podem produzir rugosidade superficial, como ranhuras, riscos e vazios pelo

arrancamento das partículas inorgânicas da resina (ANTONSON et al., 2011). Para que

se alcance essa superfície lisa mencionada, a eficácia de qualquer instrumento rotatório

para polimento e a rugosidade da superfície da resina é determinada por fatores que

influenciam o desgaste como: estrutura e propriedades mecânicas do material a ser polido,

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diferença de dureza entre o abrasivo e o substrato, dureza da partícula, tamanho e forma

do abrasivo, propriedades físicas do material de suporte dos abrasivos, velocidade e

pressão aplicados pelo abrasivo sobre o substrato e utilização de lubrificantes durante o

uso do abrasivo (ERGÜCÜ; TÜRKÜN; ALADAG, 2008). Esse desgaste é definido como

um acúmulo de danos à superfície com remoção ou deslocamento de material

(JEFFERIES, 2007).

Durante o polimento, a matriz orgânica sofre desgaste. Mas como as partículas

inorgânicas são de diferentes composições, formas e durezas, possuem comportamentos

distintos. Sabendo-se que, numa escala de dureza Mohs de 0 a 10, as partículas

diamantadas têm 10, o óxido de alumínio tem 9 e a matriz orgânica das resinas compostas

tem entre 5-7, durante os procedimentos de acabamento e polimento, as partículas

abrasivas desgastam mais facilmente a matriz orgânica, deixando as partículas

inorgânicas salientes em relação ao plano superficial (JEFFERIES, 2007; JUNG; SEHR;

KLIMEK, 2007). Vale salientar que o tipo, tamanho e dureza das partículas abrasivas, e

tipo do sistema de acabamento e polimento pode causar maior ou menor rugosidade

superficial numa resina composta em questão (BERGER et al., 2011). Segundo Terry

(2005), a eficácia dos processos de acabamento e polimento depende, dentre outros

requisitos, do material restaurador, que tem sido a principal variável, devido à mudança

continua em sua formulação. E como já bem mencionado, a diferença de dureza entre a

carga inorgânica e a matriz pode resultar em superfície rugosa, visto que estes dois

componentes não desgastam uniformemente. Segundo Watanabe et al. (2009), quando se

usa o mesmo sistema de polimento para resinas compostas diferentes, a composição

destas pode ser responsável pelos valores de rugosidade superficial diferentes. Essa

informação tem sido confirmada por Rigo e colaboradores (2018).

Existem, no mercado odontológico, muitos instrumentos rotatórios para serem

utilizados no acabamento e polimento de uma restauração. As pontas abrasivas têm vários

formatos e os discos de lixa têm várias granulações. Como são muitas as opções e um

mesmo fabricante tem mais de um tipo de instrumento rotatório para realizar a finalização

da restauração, não se tem estabelecido uma conduta única que determine qual

instrumento utilizar para cada tipo de resina composta (WATANABE; MIYAZAKI;

MOORE, 2006). No entanto, existem instrumentos abrasivos indicados para situações

muito específicas. As escovas de polimento impregnadas com abrasivos foram

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introduzidas no final da década de 1990, e vêm em várias formas (planas, pontiagudas,

em chama e em forma de taça), com cerdas impregnadas com vários tipos de abrasivos.

O formato das pontas é destinado para alcançar os sulcos, fissuras e áreas interproximais

de restaurações de resina composta que não podem ser alcançadas com outros dispositivos

de acabamentos e polimento, pois o formato anatômico não o permite.

Foi observado que uma escova de polimento com cerdas impregnadas de carbeto

de silício manteve a textura da superfície durante o processo de polimento de uma resina

composta similar à criada por um disco abrasivo extrafino revestido com partículas de

diamante, além de aumentar o brilho da superfície (ASCHMANN; VON

WEISSENFLUH, 2001). Alguns estudos in vitro avaliaram a eficácia do polimento destas

escovas impregnadas com abrasivos. Yap e colaboradores 2004 avaliaram a rugosidade

superficial de um compósito após o uso do Sof-Lex Brush (3M ESPE) e descobriram que

essas escovas produziram uma superfície lisa e polida comparável à que segue o uso de

uma borracha impregnada com partículas de diamante. Venturini e colaboradores (2006)

avaliaram a ação de uma escova de polimento impregnada com carbeto de silício (Jiffy

Polishing, Ultradent), como polimento adicional, após executar acabamento e polimento

com borrachas abrasivas (Flexicups, Cosmodent). Eles encontraram um alto nível de

lisura de superfície, tanto em compósitos microparticulados, quanto em compósito

híbrido após o polimento imediato e tardio.

As escovas impregnadas com partículas abrasivas propiciam um melhor acesso às

regiões anatômicas de sulcos, fóssulas e fissuras de dentes posteriores e sua eficácia

precisa de ser melhor avaliada por meio de ensaios laboratoriais e clínicos (JEFFERIES,

2007; MARGHALANI, 2010). E com o advento de resinas do tipo bulk fill, que são bem

indicadas para dentes posteriores, essa necessidade de novos estudos ainda é maior (RIGO

et al., 2018).

Um estudo investigou sobre o polimento adicional com um disco de feltro

umedecido com pasta polidora após o acabamento e polimento convencional com discos

de óxido de alumínio e mostrou que se pode melhorar as superfícies de nanocompósitos,

tendo utilizado rugosímetro como dado quantitativo e micrografias como dado descritivo

(FERNANDES et al., 2016). Costa e colaboradores (2018) também avaliaram o efeito do

polimento adicional de nanocompósitos: Filtek Z350XT, IPS Empress Direct em relação

à rugosidade, molhabilidade, microtopografia e micromorfologia, utilizando Astropol e

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disco de feltro umedecido com pasta polidora após o uso dos discos Sof lex Pop-on, e

constataram que esse método melhorou a lisura da superfície e ocasionou diminuição da

molhabilidade das resinas compostas estudadas.

Sobre a análise de superfície dos compósitos bulk fill regulares, que ficam

expostos ao meio oral, em resposta ao acabamento e polimento, são necessárias

investigações para que se possa concluir qual protocolo ideal de técnicas. Segundo Rigo,

2018 que avaliou a influência de protocolos de acabamento e polimento na rugosidade de

superfície em compósitos convencionais e bulk fill de alta e baixa viscosidade, utilizando-

se um perfilômetro óptico tridimensional, os compósitos bulk fill de baixa viscosidade

exibiram superfícies mais ásperas quando polidas. O sistema de acabamento e polimento

com discos Sof-Lex (3M ESPE) gerou superfícies mais rugosas para compósitos bulk fill,

enquanto o Astropol (Ivoclar-Vivadent) superfícies mais lisas para umas das resinas bulk

fill avaliadas. Esses mesmos autores enfatizaram que outras investigações são necessárias,

considerando que poucos estudos avaliaram a superfície e diferentes texturas produzidas

após a etapa de acabamento e polimento de compósitos do tipo bulk fill (RIGO et al.,

2018).

Ainda não há estudos que avaliaram de forma abrangente os benefícios de

métodos de polimento adicional na rugosidade superficial de resinas bulk fill. Como se

sabe que o conteúdo da matriz orgânica e tamanho das partículas das resinas bulk fill

foram modificados para melhorar a desempenho clínico desses materiais (LI et al., 2015),

é importante averiguar como será seu comportamento frente aos protocolos acabamento

e polimento já existentes no mercad. Além disso, estudos anteriores sugerem que

rugosidade da superfície e eficiência da etapa de acabamento e polimento são dependentes

da composição da resina composta (RIGO et al., 2018; ERGÜCÜ; TÜRKÜN, 2007;

JONIOT et al., 2006).

Não existe ainda um material considerado ideal, mas os materiais restauradores

estéticos atuais são de alta qualidade, quando usados adequadamente e apresentam

excelentes resultados clínicos e boa longevidade. No mercado altamente competitivo, as

resinas compostas continuam a evoluir para produzir materiais mais resistentes ao

desgaste e com maior retenção do polimento (FERRACANE, 2011).

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2.3 ANÁLISE DE SUPERFÍCIE DE RESINAS COMPOSTAS

Para aferição das características superficiais de resinas compostas após

procedimentos de acabamento e polimento, podem ser usados diferentes métodos de

avaliação. A análise pode ser qualitativa (descritiva) ou quantitativa. Para uma análise

quantitativa, podem ser usados rugosímetro, perfilometria a laser, mecânica e ótica, e

microscopia de força atômica. Para uma análise qualitativa, podem ser usadas

microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia eletrônica de transmissão e

microscopia de força atômica (MFA), de maneira que a MFA é mais sensível e pode

fornecer uma imagem mais detalhada da rugosidade da superfície (MARGHALANI,

2010). Assim, o método da MFA tem sido considerado mais adequado para distinguir

rugosidade superficial do que o do perfilômetro, e foi capaz de obter melhor definição e

mais detalhes da textura da superfície do que o da MEV (KAKABOURA et al., 2007). A

combinação de análises quantitativas com rugosímetro e dados qualitativos com as

microscopias fornece a caracterização da rugosidade superficial (JONES; BILLINGTON;

PEARSON, 2004).

Os parâmetros de rugosidade utilizados para descrever a textura de superfície

podem ser: Ra – média aritmética da rugosidade, Sm – média do espaçamento entre os

picos, Rmax – profundidade máxima de picos e vales, 2 Sq - raiz quadrada da rugosidade,

Sz - valor médio da altura absoluta de cinco picos mais altos e a profundidade dos cinco

vales mais profundos, St - a distância entre o mais elevado pico e o vale mais baixo do

perfil, e Rz - rugosidade parcial de 10 pontos. Os parâmetros mais utilizados são o Ra e

Rz e estes dois parâmetros são os mais importantes se considerados os aspectos gerais de

rugosidade superficial, sendo o Ra o mais utilizado (PEREZ et al., 2009).

O MEV é um aparelho que pode fornecer, rapidamente, informações sobre a

morfologia. O MEV é um dos mais versáteis instrumentos disponíveis para a observação

e análise de características microestruturais de objetos sólidos. A principal razão de sua

utilidade é a alta resolução que pode ser obtida quando as amostras são observadas;

valores da ordem de 2 a 5 nanômetros são geralmente apresentados por instrumentos

comerciais, enquanto instrumentos de pesquisa avançada são capazes de alcançar uma

resolução melhor que 1 nm. Outra característica importante do MEV é a aparência

tridimensional da imagem das amostras, resultado direto da grande profundidade de

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campo. Permite, também, o exame em pequenos aumentos e com grande profundidade de

foco, o que é extremamente útil, pois a imagem eletrônica complementa a informação

dada pela imagem óptica. (NAGATANI et al., 1987; (HOLINK et al., 1979).

A microanálise de espectrometria de raios-X por dispersão de energia (EDS) é

uma ferramenta muito importante, geralmente, acoplada ao MEV, que pode ser

empregada para a caracterização de elementos químicos presentes nos materiais em

pontos específicos (CRUZ et al., 2006). A técnica de EDS considera o princípio de que a

energia de um fóton (E) está relacionada com a frequência eletromagnética (ν) pela

relação E = hν, onde “h” é a constante de Planck. Fótons com energias correspondentes a

todo espectro de raios-X atingem o detector de raios-X quase que simultaneamente, e o

processo de medida é rápido, o que permite analisar os comprimentos de onda de modo

simultâneo. Na configuração de um microscópio eletrônico, pode-se acoplar o detector

de raios-X (EDS), que permite coletar fótons produzidos pelo feixe de elétrons primários.

A zona analisada será, portanto, aquela que é percorrida pelo feixe. Se estivermos

trabalhando no modo de varredura (formação de uma imagem), então, a análise será de

toda a superfície da imagem. É possível, também, parar a varredura e analisar em um

ponto (spot), área ou linha selecionada na imagem (GOLDSTEIN et al., 1992).

Um dos aspectos quantitativos possíveis que o MEV/EDS pode realizar é a

determinação das porcentagens dos elementos por microanálise de raios-X. O princípio

consiste em avaliar a superfície dos picos que é proporcional à quantidade de átomos que

produziu a raia. A quantificação consiste, portanto, em medir a superfície dos picos que

se tem previamente identificada a ser atribuído um coeficiente e, então, calcular as

porcentagens. A análise quantitativa consiste em obter-se a concentração a partir de

relações de intensidade de raios-X da amostra em estudo e de um padrão apropriado.

Quando a composição do padrão é próxima da composição da amostra, os efeitos da

matriz sobre a intensidade de raios-X são insignificantes e a análise reduz-se à

comparação das intensidades observadas. Entretanto, na maioria dos casos, utilizam-se

padrões de elementos puros porque é possível caracterizá-los com bastante precisão

(GOLDSTEIN et al., 1992).

A interpretação dos espectros é facilitada por uma base de dados que contém, para

cada elemento, as energias e a intensidade das raias que as produziu. É possível localizar,

para cada energia do espectro, a lista dos elementos que possuem uma raia neste domínio

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energético. E, também, para cada elemento, fazer aparecer sobre o espectro um diagrama

em barras representando a posição e as energias das raias deste elemento. Cabe salientar

que os elementos em quantidade inferior a 0,2% em massa não poderão ser detectados.

Os elementos hidrogênio (H), lítio (Li) e berílio (Be) não poderão ser detectados pelas

técnicas citadas. É importante escolher uma tensão de aceleração compatível com os

elementos que se quer analisar. É possível conhecer, por meio de cálculos complexos, as

quantidades respectivas dos diferentes elementos analisados (GOLDSTEIN et al., 1992).

O MFA tornou-se um dos equipamentos mais completos para estudos de materiais

em micro ou nano escalas, pois consegue realizar imagens de superfície no ar, vácuo e no

meio líquido. As vantagens são muitas em relação ao MEV para estudos de polímeros,

pois dispensa o uso de vácuo, não necessita do recobrimento da amostra com metalização

em ouro, realiza medidas diretas de altura de rugosidade, obtém imagens de resolução

atômica e o custo operacional é inferior aos microscópios existentes (BERNADES

FILHO; MATTOSO, 2003; HERMANN et al., 1997). Mas, embora o MFA tenha muitas

vantagens sobre o MEV, não se pode substitui-lo no estudo de polímeros, sendo

consideradas técnicas complementares uma à outra (HERMANN et al., 1997). As

imagens fornecidas por ambos são diferentes. Enquanto o MFA fornece a definição em

nanômetros, caracterizando a topografia da superfície em 3D, o MEV fornece imagens

que caracterizam as superfícies pela sua composição, em 2D, com limites de resolução

(JONIOT et al., 2006). Ademais, as imagens obtidas pelo MFA são consideradas mais

adequadas para mostrar topografia das resinas, sendo capazes de obter melhores

definições (MARGHALANI, 2010) e mais detalhes da textura superficial do que a MEV

(KAKABOURA et al., 2007). A MFA se tornou um dos equipamentos mais completos

para estudos em nanotecnologia (BERNADES FILHO; MATTOSO, 2003; HERMANN

et al., 1997).

É muito importante compreender o princípio do funcionamento do MFA para

entender sua gama de aplicações. Neste microscópio, há um cantilever, que consiste em

uma haste flexível com uma ponta, na sua porção inferior, com dimensão de poucos

micras. Para obter-se uma imagem, a ponta percorre as amostras e é usado um sistema de

posicionamento que utiliza cerâmica piezoelétrica, que é capaz de realizar movimentos

em três direções (x, y, z) com precisão de Angstroms (Ǻ). Durante a varredura, é utilizado

um sistema de alinhamento, onde um feixe de laser incide sobre o cantilever e reflete em

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

um sensor, de quatro quadrantes, fornecendo informações de posições ao sistema de

retroalimentação e controle. Na formação das imagens, podem atuar forças de atração e

repulsão, que variam conforme a distância do cantilever e a superfície a ser analisada. A

rigidez da amostra determina qual o modo a ser utilizado: modo contato, contato

intermitente ou não-contato. No modo contato, é usado um cantilever com baixa

constante de mola, na faixa de 0,02 a 2 N/m. A imagem é formada com a agulha tocando

suavemente a amostra. Esta forma é utilizada para superfícies rígidas onde a ponta não

danifica a amostra. Quando a amostra é hidrófila e há acúmulo de água em sua superfície,

pode impedir o deslocamento da agulha sobre a amostra. Nestes casos, o melhor é usar

os modos de contato intermitente ou não-contato. No modo não-contato, o cantilever

oscila sobre a amostra sem tocá-la. Não haverá, então, a contaminação da agulha. As

imagens obtidas por este modo não apresentam muitos detalhes da superfície. No modo

intermitente, a agulha do cantilever vibra em alta frequência, dezenas ou centenas de

Kilohertz, tocando a superfície da amostra, suavemente, durante a varredura. A

informação obtida pelo MFA é sempre das superfícies, não podendo ser obtidas das

camadas internas das amostras. Outra informação relevante é que as amostras devem ser

planas e que a leitura da rugosidade superficial não deve ultrapassar, em altura, de 10 µm

(BERNADES FILHO; MATTOSO, 2003; HERMANN et al., 1997).

As diferentes técnicas complementam-se e devem ser usadas quando a

composição do material estudado possuir nanopartículas. O rugosímetro não detecta todas

as pequenas irregularidades da superfície quando a escala for nanométrica, sendo

necessário o uso do MFA para caracterizar os aspectos da superfície (BERNADES

FILHO; MATTOSO, 2003; HERMANN et al., 1997).

Outra análise de superfície que fornece informações à respeito de como a

superfície do material torna-se susceptível à adsorção de pigmentos e agentes do meio

oral é a molhabilidade. Os métodos para caracterizar a molhabilidade são diversos e

incluem algumas técnicas como a da gota séssil (sessile drop - SD), gota distribuída

(dispensed drop - DP), gota transferida (transferred drop - TD), gota pendente (pendant

drop - PD), máxima pressão da bolha (maximum bubble presure - MBP), peso da gota

(drop weight - DW), entre outras. Estas técnicas de medidas diversas introduzem uma

considerável disparidade metodológica nas medidas de ângulo de contato e tensão

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superficial (RAO, 2002). O método mais utilizado para determinação da molhabilidade é

o método da gota séssil (EUSTATHOPOULOS et al., 2005).

Os principais fatores que podem afetar o comportamento de molhabilidade de um

sólido por um líquido são: rugosidade e heterogeneidade da superfície do substrato,

reações entre líquido e o sólido, atmosfera do ensaio, tempo e a temperatura. A influência

da rugosidade e de heterogeneidades das superfícies sólidas na molhabilidade tem sido

fonte de vários estudos ao longo dos últimos anos (SIDDIQI et al., 2000; LONG et al.,

2005). De acordo com estes trabalhos, os substratos preparados para os testes de

molhamento devem ser: lisos, planos, horizontais, quimicamente homogêneos, de

preferência inertes e estáveis em altas temperaturas na atmosfera a ser testada. Porém, as

superfícies dos sólidos não são perfeitas e, em virtude disso, pode haver alterações locais

nas energias superficiais, proporcionando então a obtenção de valores de ângulo de

contato diferentes de uma condição de equilíbrio. A esta variação do molhamento é dada

o nome de histerese do ângulo de contato, e ela é definida como sendo a diferença entre

o maior e o menor valor de θ para uma determinada condição experimental (LONG et al.,

2005).

Os dois principais fatores que podem causar a histerese do ângulo de contato são:

não homogeneidade topográfica, causada pela rugosidade do substrato ou porosidade

superficial; não homogeneidade química devido a presença de contaminantes. A presença

de poros na superfície dos substratos também é um fator agravante que contribui para a

histerese do ângulo de contato. Os materiais refratários que são aplicados na indústria

siderúrgica apresentam elevados valores de porosidade quando comparados com

cerâmicas. Os poros superficiais contribuem para alterar o comportamento de

espalhamento do líquido da mesma forma que a rugosidade, provocando alterações locais

nas energias superficiais (LONG et al., 2005).

Outra análise importante descrita na literatura é a disposição das partículas de

carga em profundidade, a compacidade. É um método realizado com auxílio de

microfotografias no MEV, sendo possível averiguar após preparo específico dos

espécimes com diluição dos monômeros utilizando acetona pura (BERGER et al., 2009;

BORGES et al., 2013; COSTA et al., 2018).

Em resinas compostas dentárias, o tamanho, a morfologia e a compactação das

partículas de carga afetam a biodistribuição de componentes. Partículas de carga com

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dimensão nanométrica e esféricas favorecem adequadas propriedades mecânicas de

resinas compostas e podem reduzir os vazios na matriz polimérica (FERRACANE, 2011).

Costa e colaboradores (2018) realizaram um estudo com os compósitos Filtek Z350 XT

(3M ESPE) (nanoparticulada) e IPS Empress Direct (Ivoclar-Vivadent) (nanohíbrida),

utilizando protocolo de polimento adicional com pasta abrasiva e pontas siliconadas

abrasivas, ambas contendo partículas de diamante. Observaram que a resistência à

compressão aplicada através da espátula e tira de poliéster provavelmente aumentam a

compacidade da resina composta, e constataram que matriz orgânica, partículas de carga

menores e maiores foram dispostas, em profundidade, nesta ordem. A matriz orgânica

das resinas compostas mostrou mover-se em direção à superfície em amostras

fotoativadas sob uma tira de poliéster, que não recebeu tratamento de

acabamento/polimento (COSTA et al., 2018). Apesar de ser uma análise pouco presente

em estudos de topografia, ela apresenta dados para entender a natureza dessas superfícies,

em especial, quando se estuda compósitos com diferentes classificações quanto a sua

carga inorgânica. Além disso, o conhecimento de como essas partículas diferentes são

organizadas em profundidade após polimerização de qualquer tipo de compósito ajudaria

a entender a resposta de materiais frente aos instrumentos abrasivos de acabamento e

polimento (COSTA et al., 2018).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Averiguar o efeito de uma etapa de polimento adicional sobre a rugosidade

superficial, molhabilidade, composição química de superfície, microtopografia em 3D e

a micromorfologia de compósitos convencionais e do tipo bulk fill após etapa de

polimento adicional, bem como avaliar a disposição das partículas de carga em

profundidade.

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Estabelecer uma comparação entre as resinas estudadas com relação à rugosidade

superficial, molhabilidade, composição química superficial, lisura superficial e

disposição de partículas de carga em profundidade.

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4 MÉTODO

4.1 DESENHO DO ESTUDO

Este estudo in vitro teve um desenho fatorial 8 x 3. Os fatores avaliados foram:

resina composta em 8 níveis: Filtek Z250, Filtek Bulk Fill, X-tra, Tetric N-Ceram, Tetric

N-Ceram Bulk Fill, Opus Bulk Fill, Vittra; e técnicas de acabamento e polimento em 3

níveis: nenhum acabamento/polimento, acabamento/polimento utilizando pontas

siliconadas abrasivas em formato de taça (Astropol), e acabamento/polimento com

Astropol seguido por polimento adicional com esvova de carbeto de silicio (Astrobrush).

As variáveis de resposta primárias foram rugosidade superficial e molhabilidade

(medições de ângulo de contato) (n=10). As variáveis de resposta secundárias foram

microtopografia 3D, micromorfologia de superfícies, mapeamento da composição

química superficial e avaliação da disposição das partículas de carga em profundidade

(n=3). Os fabricantes e a composição dos materiais são detalhadas nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1- Materiais restauradores utilizados. Resina/Cor-Lote

Fabricante

Classificação Matriz Polimérica/

Partículas Inorgânicas

MSDS

Peso/Volume de carga

Filtek Z250 XT

A2E- 820152

3M ESPE, St.

Paul, MN, USA

Convencional

Microhíbrida

Bis-GMA (1-10), UDMA (1-

10), BisEMA (1-10)

Silano tratado com cerâmica

(65-90)

Silano tratado com sílica (1-

10)

82%/68%

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Filtek Bulk Fill

A2E-N886203

3M ESPE, St.

Paul, MN, USA

Bulk Fill alta

viscosidade

Nanohíbrida

AUDMA (10-20)

UDMA (1-10)

DDDMA <5

EDMAB <0.5

Metacrilato monomérico

modificado <1

Benzotriazol <0.5

Água <5

Fluoreto de itérbio (YbF3) (1-

10)

Silano tratado com cerâmica

(60-70)

Silano tratado com sílica (1-

10)

Silano tratado com zircônia <5

76,5%/58,4%

Tetric N-Ceram

IVA- V02032

IvoclarVivadent,

Schaan,

Liechtenstein

Convencional

Nanohíbrida

Bis-GMA (3-<10%)

UDMA 10-<25%)

dimetacrilato de bisfenol A

etiloxilado (3-<10%)

Trifluoreto de itérbio (10-

<25%)

78% /55%

Tetric N-Ceram

Bulk Fill

IVA-U33216

IvoclarVivadent,

Schaan,

Liechtenstein

Bulk Fill alta

viscosidade

Nanohíbrida

Bis-GMA, co-monômeros de

dimetacrilato UDMA Bis-

EMA UDMA

78%/55% (incluindo pré-

polímero)

Vittra APS

A2E-030417

FGM, Joinville,

SC, Brasil

Convencional

Nanoparticulada

UDMA (Uretano

Dimetacrilato) e TEGDMA

(Trietileno Glicol

Dimetacrilato), composição

fotoiniciadora (APS), co-

iniciadores, estabilizante e

silano (100 – 200 nm). As

Nano-esferas de um complexo

de Silica-Zircônia

72 a 82%/52 a 60%

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Opus Bulk Fill

A2E-2710116

FGM, Joinville,

SC, Brasil

Bulk Fill alta

viscosidade

Microhíbrida

UDMA

Diócido de silício (sílica)

silanizado (0,7-1 µm)

79%/66%

Grandioso

A2E-1541096

Voco, Cuxhaven,

Germany

Convencional

Nanohíbrida

Bis-GMA (2,5-5%)

Dimetacrilato tietrileno glicol

(2,5-5%)

Bis-EMA (2,5-5%)

89% /73%

X-tra Fil

A2E-1724335

Voco, Cuxhaven,

Germany

Bulk Fill alta

viscosidade

Microhíbrido

Bis-GMA (5-10%)

Dimetacrilato trietileno glicol

(<2,5%)

86%/70,1%

Fonte: Fabricante e Folha de Dados de Segurança de Materiais (MSDS).

Tabela 2- Sistemas de acabamento e polimento utilizados neste estudo Material/

Fabricante

Classificação Composição do abrasivo Graus de abrasividade/Lote

Astropol

(Ivoclar Vivadent,

New York, USA)

Pontas siliconadas Partículas de carboneto de silício, pigmentos

coloridos, borracha de silicone, partículas de

diamante, óxido de alumínio, óxido de titânio

e óxido de ferro.

Ponta siliconada cinza

45 µm/XL0363

Ponta siliconada verde

1µm/XL0351

Ponta siliconada rosa

0,3 µm/XL0373

Astrobrush

(Ivoclar Vivadent,

New York, USA)

Escova de cerdas

abrasivas

As cerdas são feitas de poliamida, com a

incorporação de carboneto de silício como

meio abrasivo.

Não informado/557616

Fonte: Fabricantes dos materiais

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4.2 PREPARAÇÃO DOS ESPÉCIMES

Para as análises de rugosidade (n=10), molhabilidade (n=10), Microscopia

Eletrônica de Varredura (MEV) (n=3), Microscopia de Força Atômica (MFA) (n=3),

Espectroscopia por Energia Dispersiva de Raios-X MEV/ EDS (n=3), foi utilizado um

molde de teflon (8 mm de diâmetro x 2 mm de espessura) para preparar os espécimes

(Anexo1). Os compósitos foram inseridos em incremento único no molde e cobertos com

uma tira de poliéster transparente e uma lâmina de vidro antes da fotoativação, durante

20 s, usando-se um aparelho LED (Coltolux LED, Coltene / Whaledent, Altstatten, Suíça)

com uma intensidade luminosa de 1264 mW / cm2. Cada espécime foi então removido do

molde e, em seguida, armazenado em 10ml de água destilada a 37°C por 24 h (COSTA

et al., 2018).

Para a avaliação da disposição das partículas de carga em profundidade, espécimes

em formato de barra (8 mm x 2 mm x 2 mm) foram fabricados (n = 3) utilizando-se um

molde em silicone de adição (Anexo 2). Os compósitos foram inseridos e fotoativados

por 5 s por meio da mesma fonte de luz já descrita. Na sequência, cada espécime foi

removido do molde e armazenado em um recipiente de vidro individualmente com 2 ml

de acetona pura a temperatura ambiente por uma semana com trocas diárias (BERGER et

al., 2009; BORGES et al., 2013; COSTA et al., 2018).

4.3 DISPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE CARGA

Foi realizada através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os

espécimes foram montados em base de alumínio com fita metálica condutora dupla face

sem tratamento especial com a face lateral exposta. O exame foi realizado utilizando-se

o MEV TM 3000 table-top SEM (Hitachi High-Technologies Corporation, Tóquio,

Japão) a 10 kV de tensão de aceleração. A aquisição de imagem foi realizada utilizando-

se o software TM 3000 Microscope (versão 02-01, Hitachi High-Technologies

Corporation) com uma ampliação de 2000 vezes.

4.4 MÉTODOS DE ACABAMENTO E POLIMENTO/POLIMENTO ADICIONAL

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Após 24 h de armazenamento em água destilada (Anexo 3), os espécimes de todas

as resinas compostas foram divididos aleatoriamente em três grupos (n = 10) de acordo

com o método de acabamento e polimento / polimento adicional.

O grupo controle foi o que não passou por nenhuma etapa de acabamento e

polimento ou polimento adicional, ou seja, a superfície do espécime após confecção e

aguardado o tempo de 24h em água destilada, foi submetida às analises propostas no

estudo. Para o grupo que recebeu acabamento e polimento, foi realizado com pontas

siliconadas abrasivas em forma de taça, Astropol, seguindo a sequência de granulação e

tempo propostos pelo fabricante indicadas pelas cores cinza, verde e rosa, em movimentos

circulares com uma peça de mão de baixa velocidade (10.000 rpm) (KaVo Dental,

Bismarckring, Alemanha) por 15 s cada. Após cada taça utilizada, aplicou-se jatos de

ar/água por 10s a uma distância de 10 cm, para remover os detritos deixados pelos

abrasivos e o espécime foi então seco com jato de ar por 5 segundos (Adaptado de

MAGDY et al., 2017). Os espécimes que foram submetidos ao polimento adicional

receberam previamente o acabamento e polimento agora descrito, somado ao uso do

Astrobrush, com movimentos circulares em cada espécime, com baixa velocidade (10

000 rpm) durante 15s cada (RIGO et al., 2018) (Anexo 4).

4.5 AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE DA SUPERFÍCIE

As amostras foram levadas ao laboratório de Metrologia do Departamento de

Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para

análise de sua rugosidade superficial com auxílio do aparelho rugosímetro com transdutor

piezoelétrico (Taylor Hobson Brazil, Ltda., São Paulo, SP, Brazil) medindo comprimento

de 1,25 mm, na configuração de 0,25mm (cut off). Os espécimes foram secados com folha

de papel absorvente e em seguida posicionados em uma plataforma específica para o uso

padronizado do aparelho e realizadas as leituras de rugosidade em três pontos

equidistantes no centro de cada espécime, calculando-se sua média aritmética simples

(Anexo 5). A leitura de cada amostra corresponde à distância entre picos e vales em

relação à linha média, dentro do percurso de medição (Ra) (LIMA et al., 2015; SOUZA

et al., 2018).

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4.6 AVALIAÇÃO DA MOLHABILIDADE

Avaliou-se a molhabilidade utilizando a técnica de gota séssil, na qual se

determinou o ângulo de contato entre a superfície do compósito e a água destilada. Cada

espécime foi colocado em um goniômetro adaptado no Laboratório do Grupo de Estudos

em Tribologia e Integridade Estrutural/ GET no Departamento de Engenharia Mecânica

da UFRN. Uma gota de água destilada de 20 μl foi liberada com auxílio de uma

micropipeta automática sobre uma distância de 20 mm a temperatura ambiente (25ºC)

diante de uma câmera fotográfica de modo que sua superfície superior estivesse

perfeitamente posicionada no terço central e perperdicular da lente. As imagens foram

capturadas a uma distância de 30 cm, após 5 s da gota despejada.

Posteriormente o ângulo de contato foi aferido utilizando o software Surftens 4.7

Automatic (OEG GmbH, Frankfurt, Oder, Alemanha) adaptando suas configurações para

“água destilada” e “análise em 4 pontos” (Anexo 6). Nesse software, a imagem foi aberta,

ampliada, centralizada e posteriormente recebeu as 4 marcações: a primeira exatamente

na intercessão do ângulo formado entre a superfície do espécime e a gota, a segunda e a

terceira marcação, em dois locais aleatórios da superfície da gota. E por fim, a marcação

no outro ponto de intercessão entre a superfície da amostra e o final da gota.

Automaticamente após a marcação do último ponto o software traça o ângulo de contato

da gota com o espécime e fornece o seu valor. Cada imagem foi analisada em triplicata.

E os dados dos ângulos de contato de cada grupo foram submetidos à análise.

4.7 MICROMORFOLOGIA E MICROTOPOGRAFIA 3D

As análises de Microtopografia 3D e micromorfologia foram avaliadas

descritivamente em imagens por microscopia de força atômica (MFA) e microscopia

eletrônica de varredura (MEV), respectivamente. Vinte e quatro espécimes (n = 3) foram

selecionados aleatoriamente para avaliação.

Para a Microscopia de Força Atômica, o scanner SPM-9700 MFA de 30 mm

(Shimadzu, Tóquio, Japão) foi usado no modo sem contato. Utilizaram-se pontas de

silicone disponíveis comercialmente (POINTPROBE FMR-20 S / N-71814F8L882,

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Nano World Innovative Technologies, Neuchâtel, Suiça) com rigidez de mola de 1,3 N

m1 e valores de raio da curva de ponta de 8-12 ηm. A caracterização da superfície foi

realizada à temperatura ambiente. As impurezas foram removidas de cada amostra com

etanol antes da medição e a amostra foi então ligada a um suporte de aço utilizando fita

Scotch (3M ESPE) de face dupla. Em seguida, o espécime foi montado em bases de

alumínio com fita metálica condutora dupla face sem tratamento especial. O exame foi

realizado com um TM 3000 table-top SEM (Hitachi High-Technologies Corporation,

Tóquio, Japão) a 10 kV de tensão de aceleração. A aquisição de imagem em 3D e em

deflexão foi realizada utilizando o software TM 3000 Microscope (versão 02-01, Hitachi

High-Technologies Corporation) com uma ampliação de 500 vezes.

Por meio de Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV – JEOL JLM 5600 LV),

foram obtidas as fotomicrografias na região central de cada espécime em filme Neopan

Acros (Fuji Film 120 SS, Tokyo, Japan), com aumento de 500x.

4.8 COMPOSIÇÃO QUÍMICA SUPERFICIAL

Os espécimes foram submetidos à metalização com partículas de ouro (SCD 005

Sputter Coater, BAL-TEC GmbH, Schalksmühle, Märkischer Kreis, Alemanha) durante

60 segundos e com corrente de 30 Ma. Em seguida, a superfície dos espécimes foi fixada

em base metálica e submetidos a microscopia eletrônica de varredura por emissão de

campos (MEV-FEG) (Auriga Series, Carl Zeiss Microscopy GmbH, Jena, Alemanha)

para análise micromorfológica quantitativa e qualitativa da composição química do

compósito e realização de fotomicrografias com ampliação de 2000x em modo de elétrons

secundários (SE) e retro-espalhados (BSE) sob voltagem de 10 kV. Essa técnica consiste

na análise química realizada em áreas pontuais utilizando a espectroscopia dispersiva de

raios-X (XFlash Detector 410-M, Bruker Comporation, Berlin, Alemanha) emitido por

cada elemento presente na composição como resultado da incidência de uma fonte de

elétrons na superfície dessas amostras.

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4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Após a avaliação da distribuição da normalidade dos dados, a rugosidade média

(Ra) e o ângulo de contato foram examinados pela análise de variância (ANOVA) dois

fatores e pelo teste de Tukey (p <0,05). Os testes estatísticos foram realizados utilizando-

se o software GraphPad Prisma 7. A microtopografia, micromorfologia, o mapeamento

de elementos químicos e a disposição das partículas de carga em profundidade foram

analisadas descritivamente.

5 RESULTADOS

5.1 DISPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE CARGA

A Figura 1 contém imagens do MEV que ilustram a disposição das partículas de

carga desde o topo e, ao longo da imagem, em profundidade. Todas as resinas envolvidas

neste estudo apresentaram uma camada superficial rica em matriz orgânica, uma camada

subsuperficial rica em partículas de dimensões mais diminutas e, na sequência, partículas

maiores ou a presença de aglomerados foram apontados mais profundamente. A resina

que presentou menor variação desta disposição foi a Tetric N-ceram, onde poucos

aglomerados e poucas partículas maiores estiveram presentes em profundidade, mas

manteve a camada subsuperficial rica em partícula de cargas menores similar às demais.

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Figura 1- Fotomicrografias da disposição das partículas de carga em profundidade da resina Filtek

Z250XT (A) Filtek Bulk Fill (B), Tetric N-Ceram (C), Tetric N-Ceram Bulk Fill (D), Vittra APS

(E), Opus Bulk Fill (F), Grandioso (G), Xtra-Fil (H). α: camada superficial de matriz orgânica, β:

sub-superfície rica em partículas de carga de menor dimensão, γ: região rica em partículas de

carga híbridas e ou aglomerados de partículas.

Fonte: dados da pesquisa.

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5.2 RUGOSIDADE

Houve diferença estatisticamente significativa entre os compósitos (p<0,05) e

entre as técnicas de acabamento/polimento (p<0,05). As comparações entre os grupos

estão listadas na Tabela 3.

Na comparação entre os tratamentos para cada resina, o acabamento e polimento

aumentou significativamente a rugosidade superficial das resinas Filtek Bulk Fill, Vittra

APS, Tetric N-Ceram, Tetric N-ceram Bulk Fill e X-tra fil em relação ao grupo controle

sem acabamento e polimento e diminui apenas na resina Opus Bulf Fill. Enquanto o

polimento adicional diminuiu a rugosidade superficial das resinas Filtek Bulk Fill, Vittra

APS, Tetric N-ceram, Tetric N-ceram Bulk Fill e X-tra fil em relação ao acabamento e

polimento.Na comparação entre as resinas para a mesma técnica de

acabamento/polimento, a resina Opus Bulk Fill mostrou maior rugosidade tanto no grupo

sem acabamento e polimento como no grupo do polimento adicional, enquanto a resina

X-tra fil mostrou maior rugosidade tanto no grupo do acabamento e polimento como no

polimento adicional. Entretanto, a resina Z250 XT destacou-se com baixos valores de

rugosidade após as etapas de acabamento e polimento e polimento adicional.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

Tabela 3 - Médias (desvios-padrão) da rugosidade média (Ra) (µm) de acordo com o compósito

e tratamento utilizados.

Compósito

Tratamento

Sem Acabamento e

polimento

Acabamento e polimento Polimento adicional

Z250 XT 0.240 (0.031) Ac 0.219 (0.028) ABd 0.187 (0.023) Bd

Filtek Bulk Fill 0.204 (0.040) Bc 0.300 (0.044) Ac 0.224 (0.028) Bcd

Vitra APS 0.244 (0.020) Bc 0.313 (0.034) Ac 0.226 (0.027) Bcd

Opus BF 0.375 (0.050) Aa 0.289 (0.058) Bc 0.325 (0.032) Bab

Tetric 0.248 (0.032) Bc 0.299 (0.053) Ac 0.235 (0.024) Bcd

Tetric BF 0.304 (0.041) Bb 0.382 (0.041) Ab 0.227 (0.013) Ccd

Grandioso 0.213 (0.018) Ac 0.219 (0.043) Ad 0.244 (0.035) Ac

X-tra fil 0.180 (0.023) Ccd 0.558 (0.060) Aa 0.366 (0.049) Ba

Médias seguidas por letras maiúsculas distintas denotam diferenças estatisticamente significativas

entre os tratamentos utilizados para o mesmo compósito (p<0,05). Médias seguidas de letras

minúsculas denotam diferenças estatisticamente significativas entre os compósitos para o mesmo

tratamento (p<0,05).

Fonte: Dados da pesquisa.

5.3 MOLHABILIDADE

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os compósitos

(p>0,05), mas houve entre as técnicas de acabamento/polimento (p<0,05). As

comparações entre os grupos estão listadas na Tabela 4. Na comparação entre os

tratamentos utilizados em uma mesma resina composta, para as resinas Z 250 XT, Filtek

Bulk fill, Vittra APS e X-tra Fil, o grupo do acabamento e polimento mostrou sempre

maiores valores de ângulo de contato em relação ao grupo sem acabamento e polimento.

Na resina Z250 XT, houve uma diminuição do ângulo de contato após o polimento

adicional, sendo estatisticamente semelhante ao grupo sem acabamento e polimento. Na

resina X-tra Fil, houve um aumento estatisticamente significativo do valor do ângulo de

contato em relação ao grupo sem acabamento e polimento.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

Tabela 4 - Médias (desvios-padrão) do ângulo de contato de acordo com o compósito e tratamento

utilizados.

Compósito

Tratamento

Sem Acabamento e

polimento

Acabamento e polimento Polimento adicional

Z250 XT 73.9 (4.5) Ba 84.9 (4.2) Aa 77.1 (5.4) Ba

Filtek Bulk Fill 75.2 (3.9) Ba 86.1 (4.7) Aa 80.6 (7.1) ABa

Vittra APS 74.8 (6.3) Ba 80.9 (7.0) Aa 76.9 (5.1) ABa

Opus BF 77.9 (4.4) Aa 81.0 (6.2) Aa 75.1 (6.9) Aa

Tetric 76.5 (4.9) Aa 80.9 (6.6) Aa 82.3 (6.2) Aa

Tetric BF 76.0 (7.6) Aa 81.0 (5.3) Aa 77.9 (5.7) Aa

Grandioso 76.5 (4.0) Aa 80.1 (5.9) Aa 79.7 (3.9) Aa

X-tra Fil 74.9 (5.1) Ba 86.0 (5.9) Aa 82.6 (6.1) Aa

Médias seguidas por letras maiúsculas distintas denotam diferenças estatisticamente significativas

entre os tratamentos utilizados para o mesmo compósito (p<0,05). Médias seguidas de letras

minúsculas denotam diferenças estatisticamente significativas entre os compósitos para o mesmo

tratamento (p<0,05).

Fonte: dados da pesquisa

5.4 MICROMORFOLOGIA E MICROTOPOGRAFIA 3D

Analisando-se as imagens das fotomicrografias das resina realizadas através do

MEV (Figura 2), é possível observar que todas as resinas envolvidas neste estudo

apresentaram uma superfície com mais ranhuras e maior exposição de partículas de carga

em superfície no grupo que recebeu o acabamento e polimento com Astropol, quando

comparamos com o grupo controle, onde não houve nenhum protocolo de acabamento e

polimento. E existe uma camada superficial rica em matriz orgânica que confere uma

superfície mais regular para este grupo, o que condiz com os dados de rugosidade. Já para

o grupo do acabamento e polimento adicional (Astropol + Astrobrush), quando

comparado ao grupo com apenas acabamento e polimento, é constatado superfícies mais

ricas em partículas de carga, o que torna plausível inferir que houve uma remoção e/ou

destaste adicional dessa matriz polimérica superficial e exposição das partículas de carga.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

Figura 2 – Fotomicrografias (MEV) com magnificação de 500 x das resinas testadas sem

acabamento e polimento, com acabamento e polimento (Astropol) e com acabamento e

polimento/polimento adicional (Astropol+Astrobrush).

Fonte: dados da pesquisa.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

Nas análises realizadas através do MFA, pelo modo de deflexão, é possível

observar, com riqueza de detalhes, que não houve desalojamento de partículas de carga

após o protocolo de polimento adicional, que gerassem espaços vazios nas resinas, mas

sim um desgaste uniforme dessas superfícies. Somado a isso, foi visualizada, na maioria

dos compósitos, uma diminuição de reentrâncias (vales) com o polimento adicional. Em

relação as imagens do MFA em 3D, que ilustram bem a topografia de cada grupo, foi

visto que, subsequentemente aos protocolos, algumas resinas apresentaram uma

topografia mais rica em partículas de carga após o acabamento e polimento, deixando as

partículas inorgânicas salientes em relação ao plano superficial, e uma topografia mais

uniforme após o polimento adicional.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

Figura 3- Fotomicrografias (MFA-Deflexão) das resinas testadas sem acabamento e polimento,

com acabamento e polimento (Astropol) e com acabamento e polimento/polimento adicional

(Astropol+Astrobrush).

Fonte: dados da pesquisa.

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Figura 4 - Fotomicrografias (MFA-3D) das resinas testadas sem acabamento e polimento, com

acabamento e polimento (Astropol) e com acabamento e polimento/polimento adicional

(Astropol+Astrobrush).

Fonte: dados da pesquisa.

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

5.5 COMPOSIÇÃO QUÍMICA SUPERFICIAL

A porcentagem dos elementos químicos após mapeamento nas resinas compostas

estudadas é apresentada na Tabela 5. Os elementos: carbono (C), oxigênio (O), silício

(Si), zircônia (Zr) e alumínio (Al) foram presentes em todas as resinas compostas. O bário

(Ba) foi ausente na Filtek Z250 XT, Filtek Bulk Fill e Vittra APS. O carbono foi

predominante em todas as resinas antes de serem submetidas aos protocolos de

acabamento e polimento propostos neste estudo. Comparando o grupo sem acabamento e

polimento, ao grupo em que foi realizado acabamento e polimento/polimento adicional,

houve um aumento na detecção de oxigênio para todas as resinas, exceto para Tetric N-

Ceram e X-tra Fil e uma diminuição de carbono, exceto para a Tetric N-Ceram Bulk Fill.

O silício diminuiu apenas nas resinas Z250 XT, Tetric N-Ceram e Tetric N-Ceram Bulk

Fill. A zircônia diminuiu para a Tetric N-Ceram Bulk Fill e o alumínio para Z250 XT e

Tetric N-Ceram Bulk Fill. O bário aumentou para Opus Bulk fill e X-tra Fil. O titânio foi

ausente para todas as resinas.

.

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Tabela 5 – Porcentagem de elementos químicos de acordo com o compósito e a técnica de

acabamento/polimento/polimento adicional.

XT: Filtek Z250 XT; FBF: Filtek Bulk Fill; TNC: Tetric N-Ceram; TNCBF: Tetric N-ceram Bulk

Fill; VT: Vittra APS; OBF: Opus Bulk Fill; GRA: Grandioso; XTFL: X-tra Fil

- Sem acabamento e polimento

* Acabamento e polimento

+ Acabamento e polimento/polimento adicional

Fonte: dados da pesquisa.

Elemento (%)

Resina composta

XT FBF TNC TNCBF VT OBF GRA XTFL

O 20,76-

47,02*

47,15+

22,18-

0*

41,08+

20,62-

42,36*

38,20+

41,01-

47,41*

26,40+

10,70-

45,79*

35,93+

14,36-

0*

40,60+

6,38-

52,09*

44,92+

32,42-

0*

30,03+

C 67,58-

29,93*

30,02+

70,93-

0*

41,60+

69,87-

37,11*

43,15+

41,27-

29,09*

62,58+

82,26-

31,50*

44,87+

81,01-

0*

40,03+

92,27-

0*

40,03+

54,24-

0*

53,05+

Si 9,45-

19,61*

0+

5,28-

0*

13,97+

13,26-

6,29*

12,33+

12,48-

14,70*

7,62+

6,21-

21,32*

17,89+

3,29-

0*

13,98+

0,84-

18,33*

17,00+

10,19-

0*

11,39+

Zr 1,59-

3,44*

3,46+

1,09-

0*

2,69+

0,50-

0*

0,71+

0,69-

0,49*

0,39+

0,42-

1,39*

1,31+

0,21-

0*

0,45+

0,17-

0,51*

0,38+

0,51-

0*

0,95+

Al 0,11-

0*

0+

0,28-

0*

0,67+

1,93-

0*

4,0+

2,91-

4,68*

1,91+

0,22-

0*

0+

0,72-

0*

2,79+

0.16-

2,75*

2,60+

1,42-

0*

3,17+

Ba 0-

0*

0+

0-

0*

0+

1,66-

0,79*

1,61+

1,65-

0*

1,11+

0-

0*

0+

0,35-

0*

2,14+

0-

1,85*

1,97+

1,21-

0*

1,41+

Ti 0-

0*

0+

0,24-

0*

0+

0-

0*

0+

0-

0*

0+

0,19-

0*

0+

0-

0*

0+

0,17-

0*

0+

0-

0*

0+

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Impacto de um Método de Polimento Adicional em Propriedades Físicas,

Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

6 DISCUSSÃO

A primeira hipótese nula testada neste estudo, que o método de polimento

adicional não alteraria as propriedades de superfície desses compósitos após os protocolos

testados, foi rejeitada. A rugosidade, molhabilidade, composição química da superfície,

micromorfologia e microtopografia 3D foram modificadas pelo polimento adicional nos

compósitos avaliados. Por outro lado, a segunda hipótese nula testada, que os compósitos

não apresentariam diferenças na disposição de suas partículas de carga em profundidade,

foi aceita, já que se evidenciou a presença de matriz orgânica, partículas menores e

partículas maiores, do topo em direção à base, para todos os materiais testados.

Após a compressão aplicada através da espátula na superfície do compósito para

acomodá-lo ao molde, é provável que partículas puderam deslizar na matriz orgânica, de

modo que partículas menores, com menor densidade, afloraram mais em relação às

maiores, o que corrobora os achados de Costa et al. (2018) e justifica o fato de que

compósitos puramente nanoparticulados terem apresentado rugosidade superficial

semelhante a outros com partículas nanohíbridas ou microhíbridas. De fato, se esta análise

está sendo coletada na superfície do compósito e as partículas menores estão mais

próximas ao topo, os valores de rugosidade média tenderão a ser semelhantes, já que as

partículas maiores não participaram da composição superficial.

A tira de matriz de poliéster foi usada na superfície dos compósitos por ser um

método utilizado em diversos estudos que produz superfícies mais lisas de forma

padronizada (REIS et al., 2002; SCHMITT et al., 2011; GOLDSTEIN; WAKININE,

1989; SETCOS; TARIM; SUZUKI, 1999; ROEDER; TATE; POWERS, 2000;

FERREIRA, et al., 2015). Entretanto, quando se trata da prática clínica, especialmente

em dentes posteriores, onde os compósitos bulk fill são indicados, esse método não é

possível de ser utilizado devido ao contorno topográfico de cúspides, fóssulas e sulcos

inerentes a esses elementos (BAGHERI; BURROW; TYAS, 2007). Além disso, o alto

teor de matriz orgânica na superfície resultante do afloramento após pressão do compósito

em contato com a tira de poliéster promove redução da dureza e facilita a descoloração

das restaurações (AL-FAWAZ; AWILYA, 2003). Portanto, o acabamento e polimento é

totalmente indicado para obtenção de resistência, estabilidade de cor, longevidade e

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

estética das restaurações (VENTURINI et al., 2006), apesar de o grupo sem acabamento

e polimento apresentar baixos valores de rugosidade

O fato de o acabamento e polimento ter aumentado a rugosidade superficial das

resinas Filtek Bulk Fill, Vittra APS, Tetric N-ceram, Tetric N-ceram Bulk Fill e X-tra Fill

em relação ao grupo controle sem acabamento e polimento pode ser atribuído à remoção

da matriz orgânica pela abrasividade do instrumental, o que expôs as partículas de carga

conforme observado nas imagens das análises micromorfológicas e microtopográficas

(Figuras 2, 3 e 4). Numa escala de dureza Mohs de 0 a 10, as partículas diamantadas têm

10, o óxido de alumínio tem 9 e a matriz orgânica tem entre 5-7. Assim, é compreensível

que as partículas abrasivas dos instrumentos polidores desgastem mais facilmente a

matriz orgânica, deixando as partículas inorgânicas salientes em relação ao plano

superficial (JEFFERIES, 2007; JUNG; SEHR; KLIMEK, 2007). Este fato pode ser

claramente evidenciado no presente estudo (Figura 4) e também pode explicar as imagens

geradas pelo MEV (Figura 2) sem riscos evidentes após o polimento adicional.

Apesar de as leituras de rugosidade por meio de rugosímetro serem úteis na análise

do potencial polidor de métodos de acabamento e polimento de resinas compostas

(KAIZER et al., 2014; WEITMAN; EAMES, 1975; SHINTANI et al., 1985), mais

detalhes são obtidos quando esta avaliação é combinada com análises microscópicas

(MAGDY et al., 2017). Ademais, o presente estudo ampliou o número de análises de

superfície com o objetivo de otimizar a compreensão dos achados, com um somatório de

dados quantitativos e qualitativos, observando-se os elementos químicos em EDS e

imagens com maiores detalhes topográficos 3D por meio do MFA. Por meio dessas

análises complementares, pode-se observar efeitos positivos do método de polimento

adicional, evidenciada pelas imagens com menos ranhuras após o polimento adicional,

que apresentaram um desgaste mais uniforme pela escova de carbeto de silício (Figuras

2 e 3). Esse dispositivo de polimento é interessante na sua abordagem clínica por propiciar

um melhor acesso às regiões anatômicas mais profundas de dentes posteriores

(JEFFERIES, 2007).

Somado a isso, o polimento adicional com escova de carbeto de silício produziu

superfícies com menores valores de rugosidade para seis das oito resinas avaliadas (Filtek

Bulk Fill (FBF), Filtek Z250 XT (FZ), Grandioso (G), Vittra APS (V) Tetric N-Ceram

Bulk Fill e Tetric N-Ceram (T)). Outros estudos in vitro avaliaram a eficácia do polimento

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

destas escovas impregnadas com abrasivos e constataram resultados que corroboram os

obtidos no presente trabalho. Yap et al. (2004) avaliaram a rugosidade da superfície após

o uso do Sof-Lex Brush (3M ESPE) e descobriu que essa escova produziu uma superfície

lisa e polida comparável à que segue o uso de uma borracha impregnada com partículas

de diamante. Venturini et al. (2006) avaliaram a ação de uma escova de polimento

impregnada com carbeto de silício (Jiffy Polishing, Ultradent), como polimento adicional,

após executar o acabamento/polimento convencional com borrachas abrasivas

(Flexicups, Cosmodent). Eles encontraram um alto nível de lisura de superfície tanto em

compósitos microparticulados quanto em compósito híbrido após o polimento imediato e

tardio.

Ao contrário do que foi evidenciado por Yadav et al. (2016) quanto a pior resposta

ao acabamento/polimento do compósito Filtek Z250 XT em relação a outros de micro e

nanopartículas, no presente estudo, a Filtek Z250 XT destacou-se nos grupos do

acabamento/polimento e acabamento/polimento mais polimento adicional pelos menores

valores de rugosidade média. Esse comportamento contraditório possivelmente deve-se à

interação deste compósito com os sistemas de acabamento e polimento utilizados no

presente estudo, os quais podem não promover uma remoção das partículas do compósito

como o Sof Lex Pop-On utilizado por Yadav et al. (2016). Como a granulação do sistema

Sof Lex Pop-On (Vermelho 17,01 μm; Laranja Médio 7,01 μm; Laranja Claro 5,72 μm;

Amarelo 1,68 μm) (YADAV et al. 2016) é maior do que o sistema Astropol (cinza 45

μm; verde 1 μm; rosa 0,3 μm) (Tabela 2) utilizado neste trabalho, é provável que a

remoção de partículas de carga seja maior por aquele, o que, consequentemente, favorece

aumento da rugosidade superficial. Esses achados reforçam que as propriedades

superficiais dos compósitos odontológicos dependem tanto do material restaurador

quanto do sistema de acabamento e polimento utilizado (KAIZER et al, 2014), além de

que a porção orgânica pode ter influência na rugosidade. O fato de a resina X-tra Fil (Ra

= 0,366 μm) ter produzido a superfície mais áspera entre os compósitos após o polimento

adicional pode ser atribuído ao maior tamanho de suas partículas de carga (Figura 1-H).

A análise do ângulo de contato formado através da gota de água destilada sobre a

superfície do corpo de prova de resina fornece os dados sobre a molhabilidade de sua

superfície. As resinas compostas testadas apresentaram bons resultados de molhabilidade

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Impacto de um Método de Polimento Adicional em Propriedades Físicas,

Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

após polimento adicional, com ângulos de contato entre 77,1 a 82,6, o que representa um

bom acabamento segundo Cook e Thomas (1990).

Apesar de serem microhíbridos, nanohíbridos e nanoparticulados, com

composições monoméricas, quantidade de partículas de carga, variação no espaçamento

interpartículas, distribuição de material de carga, a presença de aglomerados, a qualidade

de aderência à matriz do material (MARGHALANI, 2010), os compósitos testados não

apresentaram diferenças quanto ao ângulo de contato. Mas, a presença na composição de

monômeros como o Bis-GMA e o UDMA (Tabela 1), e outros elementos constituintes

como carbono (C), oxigênio (O), silício (Si), zircônia (Zr) e alumínio (Al) presentes em

todas as resinas compostas, podem ter contribuído para esses achados por apresentarem

hidrofobia similar. No entanto, as resinas Z 250 XT, Filtek Bulk fill, Vittra APS e X-tra

Fil tiveram maiores valores de ângulo de contato no grupo do acabamento e polimento

em relação ao grupo sem acabamento e polimento. Nesse caso, os menores ângulos de

contato no grupo controle (apenas com a tira matriz de poliéster) possivelmente

ocorreram pelo afloramento da matriz orgânica que, embora forneça uma superfície

composta menos rugosa, possui maior hidrofilia e alta sorção de água, aumentando a

molhabilidade (BURUIANA et al., 2014; SIDERIDOU; KARABELA; VOUVOUDI,

2000; BERGER et al., 2009). Ademais, os maiores valores do ângulo de contato no grupo

tratado com acabamento e polimento relacionam-se com a hidrofobia da resina após esse

tratamento, por exposição das partículas de carga, que são menos hidrófilas que a matriz

orgânica. Isso causa diminuição na molhabilidade e penetração de água e solventes, fator

positivo na manutenção da rugosidade superficial e menor suscetibilidade a adesão

bacteriana (BORGES et al., 2011).

Em relação ao polimento adicional, a resina Filtek Z250 XT mostrou diminuição

do ângulo de contato quando comparado ao grupo apenas com acabamento e polimento.

Isso pode ser atribuído à ausência de silício (Tabela 5), inferindo que houve um

desgarramento das partículas de carga pelo instrumento polidor, que contém este

elemento, ocasionando uma nova exposição da matriz polimérica após esta etapa

adicional, favorecendo a uma diminuição do ângulo de contato, aumentando a

molhabilidade. É possível que a interação entre o silano que uni as partículas de carga à

matriz orgânica, no compósito Filtek Z250 XT, tenha apresentado uma resistência menor

que o poder de desgarramento imposto pela escova de carbeto de silício empregada no

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Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

polimento adicional. Diante disso, ressalta-se a importância da inclusão de múltiplas

variáveis de resposta, o que permite incluir análises complementes que facilitam a

compreensão e interpretação dos resultados com base no somatório de informações por

eles geradas.

Entretanto, o polimento adicional, quando comparado ao grupo controle,

aumentou o ângulo de contato apenas para a resina X-tra Fil. Tradicionalmente, associa-

se a resposta da técnica de polimento dos compósitos ao tamanho de suas partículas de

carga (STRASSLER, 1990; VENTURINI et al., 2006). Sabe-se que a resina X-tra Fil é

microhíbrida, assim como a Filtek Z250 XT. Porém, o aumento no seu ângulo de contato

após o polimento adicional com a escova impregnada com carbeto de silício pode ser

atribuído a sua composição inorgânica com partículas maiores (Figura 1), que aumentam

a área de componente hidrófobo exposta à agua destilada.

Os achados do presente estudo trazem à literatura importantes achados a respeito

da eficácia imediata do polimento adicional em resinas compostas. Contudo, outros

trabalhos devem ser realizados para averiguar a longevidade da lisura superficial dos

materiais obtida por meio do polimento adicional.

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Impacto de um Método de Polimento Adicional em Propriedades Físicas,

Micromorfológicas e Microtopográficas de Compósitos Convencionais e Bulk Fill

7 CONCLUSÃO

Considerando as limitações do presente trabalho e diante dos resultados

apresentados, é possível concluir que a disposição das partículas de carga em

profundidade de todas as resinas envolvidas neste estudo apresentou uma camada

superficial rica em matriz orgânica e uma camada subsuperficial rica em partículas de

dimensões mais diminutas. Em relação ao acabamento e polimento, o polimento

adicional:

Produziu superfícies mais lisas para as resinas: Filtek Bulk Fill, Vittra

APS, Tetric N-ceram, Tetric N-ceram Bulk Fill e X-tra fil,

Reduziu a molhabilidade para a resina Filtek Z250 XT,

Proporcionou superfícies mais uniformes para todas as resinas avaliadas

quanto sua micromorfologia e microtopografia 3D.

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Impacto de um Método de Polimento Adicional em Propriedades Físicas,

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ANEXOS

1- Matriz utilizada para confeccionar os espécimes

2- Molde em silicone de adição e o espécime pronto

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3- Armazenamento dos espécimes

4- Protocolos de acabamento e polimento

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5-Leitura no rugosímetro piezoelétrico (Taylor Hobson Brazil, Ltda., São Paulo, SP,

Brazil).

6-Aferição do ângulo de contato - Software Surftens 4.7 Automatic (OEG GmbH,

Frankfurt, Oder, Alemanha).