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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO AMBIENTAL GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM EMPRESAS DE CELULOSE RAFAEL CRUZ LIMA RIO DE JANEIRO - RJ 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO AMBIENTAL

GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

EM EMPRESAS DE CELULOSE

RAFAEL CRUZ LIMA

RIO DE JANEIRO - RJ

2011

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RAFAEL CRUZ LIMA

GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM

EMPRESAS DE CELULOSE

Artigo apresentado à Universidade Cândido

Mendes como requisito para obtenção do

grau de Pós-graduado “lato sensu” em

Gestão Ambiental sob a orientação da

Professora Maria Esther de Araujo Oliveira.

RIO DE JANEIRO – RJ

2011

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FOLHA DE APROVAÇÃO DA MONOGRAFIA

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO AMBIENTAL

RAFAEL CRUZ LIMA

GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM

EMPRESAS DE CELULOSE

Esta monografia será examinada e aprovada para a obtenção do título de pós-graduação

em Gestão Ambiental do Programa de Pós-Graduação “lato sensu” da Universidade

Cândido Mendes

____________________________________________

Maria Esther de Araujo Oliveira

____________________________________________

Examinador

____________________________________________

Examinador

RIO DE JANEIRO/RJ 2011

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas que acreditam que

ainda existe muitas barreiras, mas nenhuma é

intransponível quando se quer salvar o meio

ambiente, para que tenhamos um mundo cada vez

melhor.

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AGRADECIMENTOS

Ruth Le Senechal

Maria do Carmo Pereira da Cruz

Felipe Cruz Lima

Jorge Augusto Guimarães Lima

Alice Clarete Tuler

Antônio Moutinho Saraiva

Bruna Fonseca Saraiva

Francisco Carlos da Costa Barros

Aline Rosa

Rafael Batalha Xavier

Professora Alessandra Chacon Pereira

Professora Rodrigo Andrade

Professor Francisco Carreira

Professor Marcio Concentino

Professor Vilson Sérgio Carvalho

Professora Maria Esther de Araujo Oliveira

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Queria ter aceitado

As pessoas como elas são

Cada um sabe a alegria

E a dor que traz o coração.

Sergio Britto

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v

RESUMO

O estudo sobre as condições em que a sociedade trata de assuntos

relacionados aos aspectos ambientais e as influências das empresas vem

demonstrando que essas tem aumentado seu espectro sobre suas

responsabilidades e direcionado cada vez mais suas verbas para a diminuição do

impacto ambiental causado. Através de incentivos sociais, tais como a criação de

parques e centros culturais com funções de socializar as informações sobre a

biodiversidade, as empresas de celulose, alvo desse trabalho, tem demonstrado

grande preocupação e interesse em aproximar a sociedade de seus resultados e

formas de produção, criando vínculos como o marketing verde. A utilização de

maneiras alternativas como ECF e a certificação das fazendas verdes com o PEFC

tem contribuído incrivelmente na geração de produtos sustentáveis. Como resultado,

as empresas aqui pesquisadas possuem uma ampla capacidade de prover recursos

dos mais diversos possíveis para a comunidade do entorno, facilitando e

desenvolvendo o bem estar social. Logo, como consequência disso, a pressão social

e política sobre elas fazem com que haja uma maior cobrança para esses resultados

apareçam e que a implementação de um regime de gestão ambiental mais plausível.

Palavras chave: Empresas, Celulose, Sustentabilidade.

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vi

ABSTRACT

The study on the conditions in which society deals with issues related to

environmental and influences enterprises has shown that these have increased its

range of responsibilities and increasingly directed their funds to decrease

the environmental impact. Through incentives social, such as the creation of parks

and cultural centers functions to socialize with information about biodiversity, the pulp

companies, this target work has shown great concern and interest to approximate the

results of their society and ways of production by creating links such as green

marketing. The use of alternative ways such as ECF and the certifications of green

farms with PEFC has contributed remarkably in the generation of sustainable

products. As a result, the companies surveyed here have ample

capacity toprovide resources as different as possible to the surrounding

community by facilitating and developing the welfare state. So, as a

consequence, the social and political pressure on them cause there to

be a greater recovery for these results appear and that

implementation of an environmental management system more plausible.

Keywords: Enterprise, Pulp, Sustainable.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO___________________________________________________ 01

OBJETIVO ______________________________________________________ 06

METODOLOGIA __________________________________________________ 07

1. MEIO AMBIENTE, SOCIEDADE E EMPRESA ________________________ 08

1.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL _____________________ 09

1.2 RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE ____________ 11

2. SELOS VERDES ________________________________________________ 16

2.1 CERFLOR ____________________________________________________ 17

2.2 Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council – FSC)

_________________________________________________________________ 22

3. Livre de Cloro Elementar (ECF) E Program for Endorsement Forestry

Certification (PEFC)

_________________________________________________________________ 22

3.1 TÉCNICAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE ECF __________________________ 23

3.2 PROMOÇÃO DO Programa de Reconhecimente de Florestas Certificadas

(Programme for the Endorsement of Forest Certification -

PEFC)___________________________________________________________ 24

RESULTADOS ____________________________________________________ 28

CONCLUSÃO _____________________________________________________ 30

REFERÊNCIAS ___________________________________________________ 31

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INTRODUÇÃO

A utilização de recursos naturais tem ganhado a cada dia importância não

apenas dos veículos de informação, mas também na forma de comportamento

social. Temos a formação de cidadãos conscientes de seus usos. Pesquisas

recentes apontam que no Brasil, 56% dos jovens em fase de aprendizagem se

preocupam com a forma de uso correto dos bens que a natureza tem a oferecer.

claro que o oferecer não significa usar de forma inesgotável como se fora aplicado

tal pensamento desde a época da Idade Média, quando observamos o triste

deteriorar de florestas e habitats de espécies hoje extintas.

Assim, começamos a participar de um novo movimento em prol do que

conhecemos como sustentabilidade que, traduzindo para um português amplo, vem

a ser a utilização de recursos naturais de uma forma a não esgota-los.

Exemplos disso são encontrados nos ruminantes que, como os bovinos,

alimentam-se do capim sem comer a raiz, fazendo-o entrar em processo de

crescimento novamente, não esgotando seus recursos alimentares. Bem, claro que

os seres humanos são mais inteligentes, por fatores fisiológicos e evolutivos, mas

esquecemos de não comer a raiz.

Diversos são os recursos naturais, mas em se tratando de Brasil, um dos

que mais sofrem desde o período pré-Cabral até os dias atuais está voltado para um

dos seres que, cientificamente, contribuem para a nossa existência: As plantas.

A extração de madeira para diversas aplicações mostra que tal processo

não apenas diminui a presença desses seres vivos, mas causa impacto diretamente

no solo, pois estamos tratando de meios de obtenção de nutrientes, os quais são

absorvidos das camadas primeiras do solo.

Uma abordagem ampla incluiria as relações de esgotamento do solo,

escassez de nutrientes, utilização adequada dos recursos do solo e outras mais,

como são os outros ciclos biogeoquímicos envolvidos, como o da água, do gás

oxigênio e carbônico. Porém, o presente trabalho vem a pesquisar uma das

utilizações da madeira após sua extração que é a produção de celulose para uso

comercial, com foco na produção de papel.

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De acordo com a Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel):

O menor ou maior impacto socioambiental está relacionado ao modo

como as florestas são plantadas, manejadas, colhidas e

gerenciadas. Ao reduzirem os efeitos negativos e maximizarem os

positivos, atendendo a princípios e critérios de cada certificação, as

empresas brasileiras de celulose e papel recebem certificações em

suas florestas e em seus sistemas de gestão ambiental.

Ao entrar nesse aspecto, um levantamento sobre as questões da gestão

dos recursos oriundos da extração madeireira e da preparação da mesma para gerar

produto para comercialização e a responsabilidade socioambiental que envolvem as

principais empresas brasileiras nesse ramo faz jus a essa pesquisa.

A produção do papel nos dias atuais são condizentes com a extração

madeireira em escalas astronômicas, forçando a criação de projetos de proteção e

análise de impacto, como é o caso do selo verde e os programas de

reflorestamento.

Mesmo assim, processos como branqueamento do papel ou a venda de

papel reciclado ainda são tópicos escondidos por trás dessa trama que incluem

promessas e dívidas desde com a sociedade até com a natureza. Existe, claro, a

necessidade da utilização de papel, mas a forma como se é feita é criminosa.

Passamos por pequenos detalhes, as vezes esquecidos por serem pontuais, como

são os panfletos durante a época de eleição, mas os livros que são retirados das

prateleiras por serem edições anteriores e postos nas chamas devem chamar a

atenção para a forma correta de destinação deles.

De acordo com a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, os preceitos publicados durante o lançamento do relatório “Nosso

Futuro Comum” justificam que no mundo atual é preciso adequar a produção e o

consumo a padrões que garantam às gerações futuras recursos naturais, fontes de

energia, clima equilibrado e alimento, entre outras necessidades essenciais à

sobrevivência.

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Historicamente, a extração de madeira estava apenas voltada para a

geração de matéria prima na construção de moradias e demais produtos de apoio a

essa finalidade. A construção muros de proteção durante a era egípcia, de cais e

píeres para atracação de frotas e mais frotas mercantes durante a Europa medieval

e palafitas como platôs nas ilhas da Oceania foram os primeiros destinos das

madeiras extraídos diversos ecossistemas florestais de todo o mundo. Segundo

pesquisas como a de Britt (1971):

Oficialmente, foi fabricado pela primeira vez na China, no ano de

105, por Ts'Ai Lun que fragmentou em uma tina com água, cascas

de amoreira, pedaços de bambu, rami, redes de pescar, roupas

usadas e cal para ajudar no desfibramento. Na pasta formada,

submergiu uma forma de madeira revestida por um fino tecido de

seda - a forma manual - como seria conhecida. Esta forma coberta

de pasta era retirada da tina e com a água escorrendo, deixava

sobre a tela uma fina folha que era removida e estendida sobre uma

mesa.

Esta operação era repetida e as novas folhas eram colocadas sobre

as anteriores, separadas por algum material; as folhas então eram

prensadas para perder mais água e posteriormente colocadas uma a

uma, em muros aquecidos para a secagem. A idéia de Ts'Ai Lun, "A

desintegração de fibras vegetais por fracionamento, a formação da

folha retirando a pasta da tina por meio de forma manual,

procedendo-se ao deságüe e posterior aquecimento para secagem",

continua válida até hoje.

Porém, junto veio a necessidade de documentar os feitos que a

humanidade gerou e, consequentemente, temos o início da produção de papel,

como os papiros egípcios e gregos e nos séculos seguintes as criações do que

conhecemos como cédulas, sacolas de papel e folhas ofício.

Na história brasileira o papel tem o início do seu reinado antes mesmo do

Brasil ser domínio da coroa portuguesa. Em sua chegada, Pero Vaz de Caminha já

documentara seus pré-conceitos sobre a “terra brazilis” em sua famosa carta ao rei

de Portugal Dom João, relatando o que vira antes, durante e logo depois do atracar

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da nau capitânia na formosa terra nova. Porém essa não foi a primeira produção

100% brasileira. Segundo historiadores como Keim (1951):

Mas a primeira referência à produção nacional consta em um

documento escrito em 1809 por Frei José Mariano da Conceição

Velozo ao Ministro do Príncipe Regente D. João, Conde de Linhares:

"... lhe remeto uma amostra do papel, bem que não alvejado, feito

em primeira experiência, da nossa embira. A segunda que já está

em obra se dará alvo, e em conclusão pode V.Exa. contar com esta

fábrica...". Este documento cujo trecho extraímos do livro: O Papel -

Problemas de Conservação e Restauração de Edson Motta e Maria

L.G. Salgado, encontra-se no Museu Imperial.

Este é chamado de “o primeiro papel do Brasil”, produzido em 16 de

novembro de 1809. Após isso, temos o que conhecemos como ciclo do papel. É

também em 1809 que tem início a construção de uma fábrica no Rio de Janeiro cuja

produção, provavelmente iniciou-se entre 1810 e 1811. Ainda no Rio de Janeiro

temos notícias de mais três fábricas em 1837, 1841 e, em 1852, nas proximidades

de Petrópolis, foi construída pelo Barão de Capanema a Fábrica de Orianda que

produziu papel de ótima qualidade para os padrões da época até a decretação de

sua falência em 1874.

Ainda em 1850, o desenvolvimento da cultura do café, traz grande

progresso para a então Província de São Paulo e, com a chegada dos imigrantes

europeus, passa a vivenciar um grande desenvolvimento industrial gerador de vários

empreendimentos.

Devido a grande demanda e a idealização da produção em larga escala

do papel, tendo como seu principal intermediário o Barão de Piracicaba, temos a

utilização das sobras dos resultados da hidrelétrica da já existente cachoeira no rio

Tietê e, em 1889, o início da construção da Fábrica de Papel de Salto pela empresa

Melchert & Cia, ativa até os dias atuais, devidamente modernizada e tendo como

principal produto papéis especiais, sendo considerada uma das poucas fábricas do

mundo fabricante papéis para a produção de cédula.

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Atualmente, o Brasil possui 5 principais empresas no ramo de produção

de papel. Uma análise sobre suas atuações no ramo e as questões voltadas para

quesitos como a relação do seu funcionamento e impacto causado no ciclo da

produção, bem como seus compromissos firmados através de produtos como suas

cartas de princípios e demais questões como a utilização e o ponto de vista sobre os

recursos renováveis (chamados a grosso modo de madeira de reflorestamento)

serão analisados e discutidos ao longo do trabalho.

Tais empresas do ramo são social e economicamente equiparadas, não

havendo distinções claras nas suas responsabilidades para com o ambiente natural

e social. Serão levantadas informações trazidas dos meios de domínio público

popular e conflitadas com outras de meio acadêmico-científico, que por diversas

razões não são consideradas de acesso tão fácil pelo seu grau de entendimento

sobre o assunto. As empresas são: Aracruz Celulose, International Paper do Brasil,

Klabin Celulose, Votorantim Celulose e Papel e CENIBRA.

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OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo:

• Analisar as formas com que as citadas empresas produzem a celulose

para produção de papel;

• Verificar a real correlação entre os termos de compromisso e princípios

vinculados com as Cartas de Princípios e as demais formas públicas de

disseminação das suas responsabilidades socioambientais;

• Analisar as formas atuais empregadas no Brasil para a produção de

derivados de celulose, principalmente o papel e confronta-las com as demais

empregadas pelas demais empresas no mundo, incluindo as de tratamento de seus

efluentes;

• Discutir a significância dos Selos Verdes;

• Investigar as relações na produção de celulose com a técnica de ECF

(Livre de Cloro Elementar) e a coerência na promoção do PEFC (Program for

Endorsement Forestry Certification).

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METODOLOGIA

A partir das premissas que as empresas de celulose estão se tornando

mais responsáveis por conta da pressão social e da mídia quanto a cobrança por

meios mais ecológicos e menos degradantes do ambiente, uma análise

investigativas sobre os objetivos supracitados será realizada.

Para tanto, a realização da pesquisa de forma procedimental será feita

com base em análises obtidas por visitações a essas empresas bem como a seus

endereços na internet (websites), análise dos produtos oferecidos com vínculos

informativos de domínio público e demais cartilhas de princípios e ética empresarial.

Sendo assim, a discrepância, a validade das informações e qualidade da

produção será observada e conflitada com as demais das outras empresas a fim de

determinar um possível apontamento norteador no processo de gestão ambiental e

empresarial dessas empresas, tornando nítida e de suma importância uma possível

compreensão sobre seus resultados de impactos e sustentabilidade nos processos

das mesmas.

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1. MEIO AMBIENTE, SOCIEDADE E EMPRESA

Para entendermos as relações participativas e colaborativas entre as

parcelas da sociedade e empresas no quesito desenvolvimento e sustentabilidade,

temos que fragmentar essas formas de acordo com o seu potencial de impacto,

conhecido também como pegada ecológica.

Para tanto, usemos a definição que quanto o tocante é a questão

ambiental, muitas podem ser as vertentes para se tratar desse assunto. A

responsabilidade social é compactada em suas premissas, porém possui largo

espectro quando levamos ao conjunto completo do tratamento dos produtos

oferecidos a ela.

Há diversos conceitos, fundamentos e percepções que embasam as

opiniões pessoais sobre o assunto. A correlação da ética e cidadania, bem como a

empregabilidade dos atos trazidos pelas concepções que norteiam a sociedade são

demonstrações importantes para a aplicabilidade da tal responsabilidade

socioambiental, sócio-empresarial e empresarial-ambiental.

Quando entramos no segmento da economia, que por sua vez cria base

para tais relações, temos que considerar a separação dos chamados setores

econômicos, onde encontramos o investimento privado fazendo parte do segundo

setor (empresas privadas, consideradas como tais as organizações de direito

privado que atuem para fins lucrativos.

Além disso, temos o conceito de terceiro setor, que é formado pelas

organizações de direito privado sem fins lucrativos, realizando atividades em prol do

bem comum, tais como as organizações não governamentais (ONG) e as

organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), sendo de forma geral

ainda podem acessar e utilizar recursos públicos específicos, porém em geral os

utilizam de fontes privadas.

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Figura 01 – Pressões exercidas pela sociedade e seus representantes na indústria

de forma geral ( http://www-gen.fmrp.usp.br/manual2001/gestao_ambiental.html )

1.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Para fins de entendimento, esse tópico versa sobre a conduta ética e

responsável adotada pelas empresas na plenitude das suas redes de relações, o

que inclui o universo de seus consumidores,fornecedores, funcionários, acionistas,

comunidade em que se inserem ou sobre a qual exercem algum tipo de influência,

além do governo e do meio ambiente.

Conforme o entendimento acima, o adequado cumprimento e emprego

das legislações vigentes nas esferas do poder (legislativa, civil e judiciária), desde as

trabalhistas até as de direitos do consumidor, e a postura ética que influenciam

todas as relações para com o governo e a sociedade fazem parte de tal

responsabilidade.

A integração de mercado e a queda de barreiras comerciais, decorrentes

daquele processo, acirrou a competição entre as empresas mundialmente. Sendo

assim, o cumprimento das regras ditadas pelas legislações se tornam eficazes

quando estamos tratando de conhecimentos mercadológicos.

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De acordo com Milton Friedman, renomado prêmio Nobel em economia

(1970), a real tradução nessa época de responsabilidade social das empresas

estava voltada para a utilização de recursos e no engajamento em atividades que

garantam seus lucros. Segundo seu parecer:

Foi apenas na segunda metade do século passado, com o

surgimento de movimentos ambientalistas, que cresceu a percepção

entre os consumidores dos efeitos negativos sobre o meio ambiente

e a saúde humana decorrentes de certas atividades empresariais.

Além disso, a crescente concentração de renda e o agravamento de

outros problemas sociais produzidos ao longo do século

sensibilizaram os consumidores, que passaram a exigir, cada dia

mais, a adoção de padrões de conduta ética que valorizem o ser

humano, a sociedade e o meio ambiente. Conseqüentemente, as

empresas passam a se preocupar com a legitimidade social de sua

atuação.

Esse novo paradigma da atividade empresarial está profundamente

relacionado com o princípio que norteia o denominado

“desenvolvimento sustentável”, de que o crescimento econômico

deve favorecer o progresso social e o respeito ao meio ambiente.

Em busca de um breve histórico sobre responsabilidade social

corporativa, Teixeira (2004) apresenta um panorama baseado nas relações entre a

busca de um porque quando o tratado é a relação da busca por um maior

aproveitamento e qualidade, porém observa-se um maior direcionamento para a

diminuição nos impactos causados no meio ambiente e o levar de informações a

sociedade sob forma de obrigações para com ela. Tracejando historicamente, temos

segundo a autora, temos a partir de 1992 devido as implicações da ECO – 92, uma

mudança no paradigma socioeconômico atual, onde:

Em 1992, a publicação da Agenda 21, durante a 2ª Conferência

Mundial do Meio Ambiente - a ECO 92 - realizada no Rio de Janeiro,

deu novo impulso às ações de empresas nos campos social e

ambiental ao integrar o princípio do desenvolvimento sustentável –

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isto é, a definição de que desenvolvimento econômico, coesão social

e proteção ao meio ambiente 7 são interdependentes e

indissociáveis - à gestão de empresas. A esse respeito,

posteriormente, foi dado mais um passo com a criação da

ISO14000, certificado que atesta a gestão ambiental de empresas.

Em 1997 é criado outro padrão de certificação: o SA8000, que visa

aprimorar as condições de trabalho. O SA8000 foi fruto do

movimento internacional pela adoção e uniformização dos relatórios

sócio-ambientais publicados pelas empresas – o Global Reporting

Initiative (GRI) – em parceria com o Programa Ambiental das

Nações Unidas (UNEP). Baseia-se em normas internacionais de

direitos humanos e nas convenções da Organização Internacional

do Trabalho (OIT).

Em 1999, é criada, pelo Institute of Social and Ethical Accountability,

nova norma, a AA1000, que engloba o processo de levantamento de

informações, auditoria e relato social e ético, com enfoque nas

partes interessadas. Essa norma passou a ser a ferramenta mais

abrangente para a gestão da responsabilidade social corporativa.

Essas flutuações na qualidade e na importância da presença da

população, bem como a valoração dessa presença na andar das empresas e no

recriar os conceitos e condições a que essas empresas são expostas faz com que

tenhamos o panorama econômico mundial, onde as empresas são mais

corporativistas e a sociedade mais presente e dignamente representada, tendo voz e

voto, deixando de ser aquela apenas passiva. Isso refletiu, no final de 1999, na

criação do Dow Jones Sustainability Index (DJSI). Com esse índice, existe a

participação de ações de 315 empresas em todo o mundo, cujo patrimônio líquido

corresponde a aproximadamente 5,6 trilhões de dólares. Ainda seguindo os

comentários de Teixeira:

Em 2001, a Comissão Européia lançou o “Livro Verde” e, um ano

depois, o chamado “Livro Branco” - ambos sobre o tema da

responsabilidade social – e incentivou as empresas cotadas em

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Bolsa a publicarem os seus relatórios anuais. Também estimulou

que, em todos os Estados membros, sejam desenvolvidos critérios

comuns para a elaboração, pelas empresas, de balanços sociais.

1.2 RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE

Para se entender esse tópico temos que levar em consideração o

comentado anteriormente e perceber que a relação entre a empresa e o meio

ambiente não é mais como antes, quando a sociedade não fazia pressão sobre a

qualidade dos serviços e demais formas de obtenção da matéria prima.

As empresas no ramo de celulose, como as citadas como foco dessa

pesquisa, sofrem de várias formas pressões onde a melhor maneira é condizer a

forma da produção da celulose para a continuidade no ramo.

Empresas como a Klabin tem realizado constantemente investimento na

criação de parques ecológicos, bem como museus onde podem ser feitas

observações sobre a fauna e flora silvestre, além da produção de fazendas de onde

são removidas as matérias primas utilizadas, diminuindo assim a degradação

ambiental por conta da utilização de novas áreas para plantio.

Uma das formas de melhor aproveitamento da área plantada é o sistema

de reaproveitamento da água e solo, bem como o de nutrientes e adubos orgânicos

do entorno. Outro ponto interessante é a forma como ocorre o manejo do solo e o

controle das épocas para a melhor forma de uso sustentável da área utilizada na

fazenda de eucalipto. De acordo com o Relatório de Brundtland (1987):

O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da

geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras

de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar

que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de

desenvolvimento social e econômico e de realização humana e

cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos

da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.

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Logo, quando vinculada a relação existente entre a forma como a matéria

prima é obtida, tratada e como são produzidos os produtos oriundos delas, não mais

se é pensado apenas no quão barato ele é. Devido a promoção de bons resultados

e circulação dos vínculos com as certificações, as empresas de celulose estão cada

vez mais sofrendo pressões sociais e judiciais em prol da manutenção adequada de

suas fazendas e o tratamento dos resíduos resultantes da produção de seus

produtos, evitando assim a poluição indesejada.

Uma outra empresa que direciona parte de sua arrecadação para seus

votos de responsabilidade ambiental é a International Paper, detentora das

conhecidas resmas de sulfite Chamex e Chamequinho. Podemos encontrar em seu

edital sobre sustentabilidade. Dentre eles, podemos encontrar os seguintes tópicos:

Uma parte essencial da nossa estratégia empresarial é fabricar

produtos em um ambiente de trabalho seguro e saudável para

podermos gerenciar os recursos naturais de maneira consciente e

continuar a melhorar o nosso bom gerenciamento ambiental.

Comprometemo-nos a erradicar as condições e comportamentos

que possam causar danos pessoais ou impactos ambientais.

A International Paper adota um compromisso fundamental:

• Cumprir todas as leis e normas aplicáveis no tocante ao meio

ambiente, segurança e saúde, além de todas as políticas e

normas relativas ao meio ambiente, higiene e segurança

industriais da própria empresa, da “Sustainable Forestry

Initiative® - SFI” (Iniciativa para a Gestão Recursos Florestais

Sustentáveis), dos padrões aplicáveis à Cadeia de Custódia, e

das normas aplicáveis ao Meio Ambiente, Saúde e Segurança da

“American Forest and Paper Association” (Associação dos EUA

em Florestas e Papéis).

• Envidar nossos melhores esforços para criar e manter um

ambiente de trabalho sem acidentes, sempre com a colaboração

dos nossos profissionais.

• Enfatizar a prevenção à poluição, a eliminação dos desvios de

processo e o aperfeiçoamento contínuo através do esforço dos

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nossos profissionais, como a maneira mais eficiente e prática de

melhorar a qualidade ambiental das nossas operações.

Os Gerentes comerciais têm a responsabilidade de assegurar que o

seu local de trabalho:

• Cumpra as leis, normas e políticas corporativas relativas a meio

ambiente, saúde e segurança, e obtenha as certificações

necessárias.

• Desenvolva, implemente e mantenha sistemas, procedimentos e

treinamentos eficazes para assegurar um ambiente de trabalho

saudável e sem de acidentes.

• Integre continuamente melhorias ambientais, de saúde e

segurança às medidas de prevenção à poluição e à diligência dos

profissionais nas operações diárias.

• Desenvolva objetivos anuais específicos para o seu local de

trabalho sobre melhorias de meio ambiente, higiene industrial,

segurança e acidentes de trabalho que sustentem tais metas,

políticas e declarações.

Programas ambientais voluntários são códigos de uma conduta ambiental

progressista que as empresas se comprometem a adotar. A norma ISO 14001 é

bem vista pelos ambientalistas e gestores por se tratar de um programa voluntário A

ISO 14001 é a norma mais amplamente adotada no mundo. Especialistas

argumentam que a globalização do comércio internacional estimula uma corrida para

a utulização das normas ambientais.

Fazendo uma observação, percebe-se que um número crescente de

empresas ao redor do mundo estão certificando seus sistemas de gestão ambiental

com base na ISO 14000 e suas demais séries. Os defensores da norma ISO 14001

baseiam suas alegações substanciais mostrando os benefícios operacionais,

gerenciais e competitivo para as empresas que adotam as normas internacionais.

Teoricamente, a pressão social e política pode servir como um quadro global

para melhorar significativamente o desempenho em uma empresa com capacidade

de gestão ambiental mínima ou como um conjunto de orientações do senso comum

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para melhorar o desempenho em uma empresa com práticas regulatórias

compatível.

Em geral as discussões são tratadas por conta das plantas ou instalações

para as que já se encontram em conformidade com as normas ambientais, a

certificações que implicam podem ser simplesmente uma imagem de edifícios ou de

esforço para a melhoria das relações públicas para com a sociedade.

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2. SELOS VERDES

Os programas trazidos após vários problemas relacionados com a

produção de derivados de celulose e, em grande escala o papel, trouxe a

necessidade de termos alguns órgãos que controlam e/ou incentivam a produção

desses produtos causando o mínimo de impacto ao ambiente.

Para tal, temos nos dias atuais o Selo Verde e o CERFLOR, ambos

programas que intencionam a produção de celulose com o mínimo de impacto ao

ambiente. Para melhor entendimento, separaremos esses dois. Para a sociedade,

essas certificações aparecem como selos de qualidade na contracapa de blocos,

cadernos e resmas de todos os tipos. Atualmente, encontramos esses selos até em

caixas de leite ou de produtos eletroeletrônicos ou domésticos.

Para as empresas, estamos falando do marketing verde, onde o produto

agora é o quão responsáveis essas empresas são quando estamos falando de meio

ambiente. Estamos em um momento na humanidade em que mudanças de atitudes

em prol da natureza, chamadas de pró-ativas, fazem parte até do modismo. Sendo

assim, o melhor momento, aquele que passou a se tornar um marco referencial de

tempo para se pensar no começo ou na retomada de um projeto, para se dedicar a

mudanças de atitudes ou se lutar por renovações, em todos os sentidos, tanto na

vida quanto na profissão, é o agora, sendo chamado por especialistas de onda

verde. Pode ser encarada como uma excelente ferramenta estratégica de apoio para

inúmeras empresas mostrarem aos seus clientes, aos seus fornecedores, aos

governos, aos seus funcionários e a sociedade em geral. Logo, o que estão fazendo

em prol do Meio Ambiente, explorado como Marketing Ambiental.

Essas certificações que atestam á preocupação do fornecedor com a

preservação do meio ambiente são expedidas por órgãos de prestigio, possuem a

missão de analisar os níveis de condição e características da gestão ambiental dos

organismos solicitantes.

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Figura 02 – Selo Verde da

(extraído de http://ve

emissao-co2.html )

Figura 03 – Marketi

http://compare.buscape.co

2.1 CERFLOR

O Programa Na

para certificar o manejo

INMETRO:

rde da campanha nos transportes públicos do R

ttp://verdefato.blogspot.com/2008/09/selo-verd

arketing verde da International Pape

pe.com.br/procura?id=3555&eid=1090977 )

ma Nacional de Certificação Florestal (Cerflo

anejo florestal e a cadeia de custodia.

17

s do Rio de Janeiro.

verde-onibus-poluicao-

Paper. (extraído de

Cerflor) surgiu em 1996

ia. De acordo com o

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No Brasil, desde 1996 a Sociedade Brasileira de Silvicultura – SBS,

em parceria com algumas associações do setor, instituições de

ensino e pesquisa, organizações não-governamentais e com apoio

de alguns órgãos do governo, vem trabalhando com um programa

voluntário denominado Cerflor - Programa Brasileiro de Certificação

Florestal. O Cerflor surgiu para atender uma demanda do setor

produtivo florestal do país. Desde 1996, a Sociedade Brasileira de

Silvicultura - SBS estabeleceu acordo de cooperação com a ABNT

para desenvolver os princípios e critérios para o setor. ...

Programa Brasileiro de Certificação Florestal foi lançado em reunião

do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Madeira e

Móveis, no dia 22 de agosto de 2002, com a presença dos Exmo.

Srs. Ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,

Sérgio Amaral, representantes dos Ministros do Meio Ambiente,

José Carlos Carvalho e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

Marcus Vinícius Pratini de Moraes.

Esse certificado necessita seguir os indicadores elaborados pelo conjunto

de três órgãos regulamentadores: A já citada Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e o Inmetro.

As regras foram elaboradas pela Comissão de Estudos Especial Temporária de

Manejo Florestal (CEET). Alguns princípios norteiam a respectiva certificação. Entre

eles, destaca-se a racionalidade no uso de recursos florestais e zelo pela

diversidade biológica, bem como o respeito ás águas, ao solo e ao ar.

Para ser melhor entendido, foi criado um fluxograma com base nos dados

explicitados pelas agências regulamentadoras do CERFLOR. O mesmo pode ser

visualizado abaixo, de acordo com o site do INMETRO

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Figura 04 – Fluxograma do CERFLOR

(http://www.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor.asp)

O Cerflor necessita de atender os critérios e indicadores nacionais

prescritos nas normas elaboradas pela ABNT que são também integradas ao

Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e ao Inmetro, como mencionado

no fluxograma.

De acordo com o INMETRO, para a elaboração do CERFLOR foram

realizados estudos e criadas normas, ambos pela CEE - Comissão de Estudos

Especial de Manejo Florestal, no âmbito da ABNT – Associação Brasileira de

Normas Técnicas. Tais projetos e normas de manejo e de cadeia de custódia são

submetidos a testes, chamados de Testes de Campo. Após essa etapa, tais projetos

são expostas de forma pública para fins de consulta, por um prazo de noventa dias.

Depois de todo o processo realizado, com seus ensaios e acertos, garantindo a

aplicabilidade das mesmas, os projetos são legitimados e tornam-se uma Norma

Brasileira.

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A união de um conjunto de normas deu origem ao Cerflor, onde

encontramos cinco publicações são datadas de fevereiro de 2002 pela ABNT, e uma

em março de 2004. Em abril de 2007, continuando o procedimento de normalização

segundo conceitos e diretrizes internacionais de Boas Práticas de Normalização,

iniciou-se o processo de revisão das normas cuja experiência de aplicação

completava 05 anos. Esse processo incluiu a realização de novas reuniões da

Comissão de Estudo da ABNT, consulta pública por 90 dias, dentre outras práticas.

A Comissão Especial de Estudo da ABNT’ desenvolveu também, em

2009/2010 as normas NBR 16789 e NBR 15753 para prover uma orientação e

facilitar o entendimento e aplicação das normas ABNT NBR 14789 e ABNT NBR

15789, respectivamente

Hoje, o Cerflor conta com o seguinte acervo normativo, além de utilizar

normas internacionalmente aceitas como as Diretrizes para auditorias de sistema de

gestão da qualidade e/ou ambiental (NBR ISO 19011):

• NBR 14789:2007 - Manejo Florestal - Princípios, critérios e

indicadores para plantações florestais.

• NBR 14790:2007 (tradução do Documento Técnico do PEFC

- Anexo 4) - Cadeia de custódia.

• NBR 14791:2001 - Diretrizes para auditoria florestal -

Princípios gerais está cancelada. Substuída por: ABNT NBR

ISO 19011:2002 Versão Corrigida:2003.

• NBR 14792:2001 - Diretrizes para auditoria florestal -

Procedimentos de auditoria - Auditoria de manejo florestal

está cancelada. Substuída por: ABNT NBR ISO 19011:2002

Versão Corrigida:2003.

• NBR 14793: 2008 - Procedimentos de auditoria - Critérios de

qualificação para auditores florestais.

• NBR 15789:2008 - Manejo Florestal - Princípios, Critérios e

Indicadores para florestas nativas.

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• NBR 16789:2010 - Manejo Florestal – Diretrizes para

implementação da ABNT NBR 14789.

• NBR 15753:2009 - Manejo Florestal – Diretrizes para

implementação da ABNT NBR 15789.

2.2 Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council – FSC)

É encontrado em diversos produtos, principalmente os importados, pois é

um Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council – FSC).

Internacionalmente reconhecido, é presença marcante em 75 países de todos os

continentes e foi criado com o propósito de melhorar e qualificar as áreas de

manejos florestais priorizando a preservação das áreas ainda intactas, chamadas de

áreas naturais de floresta ou mata. A conservação e o desenvolvimento sustentável

das florestas são seus principais norteadores, sendo que para a sua obtenção, a

empresa precisa aderir a princípios e critérios universais.

O FSC Internacional (FSC IC) estabelece regras para que as

organizações credenciadas liberem o selo. Sua missão é difundir e facilitar o bom

manejo das florestas brasileiras conforme Princípios e Critérios que conciliam as

salvaguardas ecológicas com os benefícios sociais e a viabilidade econômica. O

website do FSC Brasil é bastante rico em informações e literaturas, como normas,

cartilhas, situação de consultas públicas, etc.

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Figura 05 – Selo da FSC (extraído de http://www.fsc.org.br/ )

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3. Livre de Cloro Elementar (ECF) E Program for Endorsement Forestry

Certification (PEFC)

Para a produção de papéis e derivados de celulose, as fibras para sua

fabricação requerem algumas propriedades especiais. Isso se deve as condições

satisfatórias, tais como o alto conteúdo de celulose, baixo custo e fácil obtenção.

Tais razões fazem com que as fibras sejam de origem vegetal.

Os vegetais mais usados são principalmente os pinheiros e os eucaliptos.

Isso devido pelo preço e resistência devido ao maior comprimento da fibra dos

pinheiros e pelo crescimento acelerado dos eucaliptos.

A extração da polpa de madeira de árvores é realizada, por se tratar do

material mais usado. Antes da utilização da celulose em 1840, por um alemão

chamado Keller, outros materiais como o algodão, o linho e o cânhamo eram

utilizados na confecção do papel.

3.1 TÉCNICAS DE IMPLEMENTAÇÃO DE ECF

O branqueamento da polpa de papel por cloro é potencialmente poluente.

Fazia-se a utilização do cloro e seu posterior descarte gerava a liberação de

compostos orgânicos, tais como os clorados tóxicos e cancerígenos. Atualmente o

processo de branqueamento é feito por processos sem cloro elementar, chamados

de ECF, do inglês Elemental Chlorine Free, sendo o cloro substituído por dióxido de

cloro.

Ainda existe uma outra forma de produção de papéis e derivados

brancos, sendo nesses utilizado o processo de total não utilização de cloro, sendo

esse processo chamado de TCF, do inglês Total Chlorine Free, onde, nesse caso,

são usados os peróxidos de ozônio e demais derivados dessas substâncias.

Estudos apontam que o efluente que sai de ambos os processos quando

tratado não possui diferença significativa quanto ao teor tóxico, sendo ambos de

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baixíssimo impacto ambiental. Aplicações industriais têm apontado para uma

redução na emissão de óxidos de nitrogênio (dióxido de nitrogênio e monóxido de

nitrogênio) na mudança do processo TCF para o processo ECF. Essas duas

evidências em conjunto têm começado a fazer o setor repensar quanto a qual

processo dentre os dois é efetivamente menos poluente e quebra um grande

paradigma no setor que acreditava como dogma que o processo totalmente livre de

cloro (TCF) era o mais adequado ambientalmente.

3.2 PROMOÇÃO DO Programa de Reconhecimente de Florestas Certificadas

(Programme for the Endorsement of Forest Certification - PEFC)

O PEFC é um programa internacional de certificação de origem da

madeira, sendo sua sigla a abreviação de Programme for the Endorsement of Forest

Certification ou Programa de Reconhecimente de Florestas Certificadas, tem como

objetivo tornar as empresas que utilizam de recursos florestais, mesmo que sejam

madeiras não silvestres, a procurarem suas matérias primas em empresas que

tenham uma gestão responsável, fazendo com que tenhamos um marco na gestão

empresarial.

Tal marco refere-se a busca pela qualidade desde a matéria prima, como

falado durante o decorrer dos tópicos anteriores. Porém, com o PEFC as empresas

passam a saberem desde a busca pelos produtos que tais fazendas verdes estão

trabalhando de forma sustentável, sem ter a necessidade de realizar processos de

qualidade, perdendo assim tempo.

A fim de fornecer garantias de que a madeira e produtos de madeira

provenientes de florestas geridas de forma sustentável, PEFC promove certificação de

Cadeia de Custódia (CoC). Tal certificação descreve os requisitos para controlar o material

certificado desde a floresta até o produto final. Com isso, os investidores tem a garantia de

que a madeira comprada é proveniente de uma linha de processo de florestas certificadas,

tendo como garantir também aos compradores futuros que sua linha de produtos é

ecologicamente correta.

Entende-se que para uma empresa de produção de madeira e seus derivados

possuir o certificado PEFC de Cadeia de Custódia é essencial, pois para as empresas

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tal implementação demonstra uma conduta ética de seus atos dentro das

negociações e os consumidores podem tomar decisões da compra responsável.

Para um produto para ser qualificado, todas as entidades da cadeia de

abastecimento devem possuir uma cadeia de custódia do PEFC. Só então essas

empresas se tornam elegíveis para usar o selo PEFC em seus produtos. Além disso,

existe uma outra compensação que é a liberação desse selo certificador para o

marketing verde empresarial de seus produtos, destacando a responsabilidade

desde abastecimento da matéria-prima até o produto final.

De acordo com a ONG responsável pelo PEFC, para a indústria de

processamento de madeira, ter um CoC ajuda a melhorar cada vez mais a eficiência e a

sistematização na produção sustentável, pois com isso a capacidade de rastrear os

produtos de acordo com a sua qualidade certificada. No site da PEFC temos a seguintes

colocações:

Venda materiais certificados através de um sistema de Cadeia de

Custódia também melhora a imagem do sector e pode promover os

produtos aos consumidores, especialmente como uma alternativa a

outros menos sustentável ou mais materiais de alta intensidade

energética.

PEFC certificação de Cadeia de Custódia oferece importantes

vantagens para os varejistas e comerciantes(que compra da

indústria de processamento de madeira), o que pode melhorar a sua

licença para operar e melhorar a sua imagem através da promoção

de madeira e produtos florestais não-madeireiros provenientes de

fontes sustentáveis.

Além disso, ele pode abrir novos mercados e aumentar a base de

clientes como mais e mais consumidores de madeira a procura de

fontes certificadas. públicos e políticas de contratos privados exigem

cada vez mais baseado em madeira e produtos de madeira

provenientes de florestas geridas de forma sustentável, e muitas

vezes especificar a certificação PEFC como prova. A certificação é

provável que se torne parte de uma carteira de empresas para

operar em vários países.

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Floresta gestão é um processo a longo prazo.Os resultados das

boas práticas podem muitas vezes só se manifestam depois de

décadas.

Florestal Sustentável PEFC certificação Management fornece

proprietários e gestores com o reconhecimento independente de

suas práticas de gestão responsável.

Como consumidores, empresas e governos tornam-se mais

preocupados com suas pegadas ambientais, os mercados de papel

e produtos de madeira certificada continuar a crescer.

Figura 06 – Embalagem de madeiras com o selo de certificação PEFC (extraído de http://www.pefc.org/ )

Figura 07 – Selo do PEFC (extraído de http://www.pefc.org/ )

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Atualmente metade de toda a madeira da Europa Ocidental é certificada

pelo PEFC, onde isso traz a vantagem ao mercado, mostrando a realidade do

mercado de madeira e celulose atualmente. Sendo assim, os proprietários e

gestores de florestas com certificação PEFC são capazes de controlar e auxiliar na

diminuição do impacto causado pelo plantio, principalmente a silvicultura.

O PEFC estabelece altos padrões para a certificação florestal eo manejo

florestal sustentável em sintonia com a sociedade do conhecimento em constante

evolução e expectativas.

Fazendo isso, as empresas que atuam durante todo o processo estarão

influenciando positivamente na gestão e na prática da formatação de uma floresta

sustentável, onde podemos citar exemplos como a preservação da biodiversidade, a

promoção de serviços ambientais naturais (como a produção de alimentos naturais

vindos dessas florestas) e a não interrupção ou envolvimento negativo nos demais

ciclos biogeoquímicos dos quais as florestas já participam naturalmente.

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RESULTADOS

Como são base para a economia e importante meio de comunicação

entre as esferas dos setores da economia mundial, as empresas são importantes na

promoção de novos modelos econômicos e, por conseguinte, sociais. Trabalham

como agentes modeladores, trazendo desenvolvimento econômico para os países e

avanços tecnológicos. A saúde social é de grande valia para as empresas,

respeitando desde seus empregados até a integração dessas empresas com a

sociedade de forma mais ampla, através do envolvimento com as informações dos

produtos que estão sendo gerados.

Tais empresas possuem grande capacidade de geração de recursos,

produzindo um contexto onde o bem estar do entorno (desde seus funcionários até

seus clientes diretos e indiretos) depende cada vez mais de uma ação cooperativa e

integrada de todos os setores da economia.

O conceito de responsabilidade socioambiental é bem amplo, como

discutimos aqui e dentre diversos fatores temos a ética como principal base

norteadora das ações e das relações com os diversos segmentos com os quais as

empresas interagem. Assim, a questão da responsabilidade social empresarial ou

responsabilidade socioambiental tem suas fronteiras quebradas,não havendo mais

fragmentação ou limites entre elas. Isso diz respeito à postura legal da empresa, a

prática filantrópica por ela exercida ou ao apoio dado a e pela comunidade em um

sistema de troca, promovendo, dessa forma, uma mudança de atitude. Tal mudança

está voltada para uma perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade

dessas relações e na geração de valor para todos, gerando o marketing verde.

Um dos traços mais marcantes da recente evolução da economia mundial

tem sido a integração dos mercados e a queda das barreiras comerciais. Para

grande parte das empresas, isso significou a inserção, muitas vezes forçada, na

competição em escala global. Em curto espaço de tempo, elas viram- se compelidas

a mudar radicalmente suas estratégias de negócio e padrões gerenciais para

enfrentar desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes da ampliação de seus

mercados potenciais, do surgimento de novos concorrentes e novas demandas da

sociedade.

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Esse novo contexto apresentou como desafio para as empresas a busca

por níveis progressivamente maiores de competitividade e produtividade e introduziu

nestas a preocupação com a legitimidade social de suas atuações. Com a

diminuição do intervencionismo estatal na economia, a iniciativa privada adquiriu

grande importância no alcançar das metas do crescimento econômico de uma

nação. Com isso, as empresas cresceram e se desenvolveram, formando grandes

conglomerados com atuação em diversos países. E desta forma, a responsabilidade

da iniciativa privada para com a sociedade adquiriu um papel de grande relevância.

Em vista disso, constata - se que as empresas buscam investir em

programas de melhoria em comunidades carentes, respeitar seus empregados, não

agredir o meio ambiente, enfim, tentam enquadrar - se dentro do modelo de

responsabilidade social.

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CONCLUSÃO

Estudar as formas de prevenir e controlar a geração de poluição inerente

a toda atividade antropogênica como a transformação de matérias-primas em

diversos processos ajuda na conservação dos ambientes naturais. O ser humano

necessita do meio para viver, para adquirir matérias-primas e transforma-las em

bens de consumo. Pois bem, tudo isso é muito natural, porém, conforme será visto

ao longo do trabalho, a humanidade está destruindo esses recursos de que tanto

depende.

O caráter exploratório desta pesquisa revelou que existem grandes

diferenças entre a sustentabilidade, que tornou-se uma preocupação não só dos

estudiosos como também dos empresários a nível mundial, e os vínculos e demanda

de informações com a sociedade.

O grande desafio é compatibilizar o crescimento econômico com a

preservação da natureza. As novas formas de valoração dos bens naturais junto

com os gastos das empresas criam uma relação contábil que pode dar grande

contribuição a célula social e a comunidade, criando modelos contábeis

competentes para que o empresário venha a tomar decisões eficazes em sua gestão

patrimonial e ambiental. Com a economia globalizada a empresa é forçada

aprimorar continuamente o nível de qualidade de seus meios patrimoniais (capital) e

ter cuidado com o meio ambiente natural, satisfazendo o consumidor cada vez mais

exigente e consciente. O cliente moderno observa e prefere a célula social que

adota cuidado com o entorno ecológico e social e adquire os produtos dessa

organização. Ele prefere a empresa que respeita o meio ambiente e contribui para a

qualidade de vida da comunidade. O aspecto ambiental natural é uma variável a ser

considerada no planejamento estratégico competitivo.

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