gestÃo da manutenÇÃo integrada com um banco de...
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
INTEGRADA COM UM BANCO DE
DADOS
Vanessa Dantas de Souza (Ufersa )
FRANCIKELVIN RODRIGUES DE AGUIAR (Ufersa )
Andre Pedro Fernandes Neto (Ufersa )
Com a globalização e a mudança de paradigma da manutenção, a
sobrevivência das organizações depende cada vez mais de sua
habilidade, rapidez de inovar e efetuar melhorias contínuas. Como
resultado, as organizações vêm buscando incessantemennte novas
ferramentas de gerenciamento, que as direcionem para uma maior
competitividade por meio da qualidade e produtividade de seus
produtos, processos e serviços. Uma das missões da manutenção é
garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações
de modo a atender a um processo de produção e a preservação do
meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados. O
artigo em questão aborda as técnicas de manutenção, com ênfase na
inspeção visual e termográfica das redes de distribuição elétrica,
sendo armazenadas com processamento inteligente de dados. O
trabalho apresenta uma análise crítica da gestão de manutenção
praticada numa universidade federal, com levantamento dos principais
problemas e propostas de melhorias.
Palavras-chave: Gestão da manutenção, processamento de dados
inteligente, termovisão.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
Com a globalização e a mudança de paradigma da manutenção, a sobrevivência das
organizações depende cada vez mais de sua habilidade, rapidez de inovar e efetuar melhorias
contínuas. Como resultado, as organizações vêm buscando incessantemente novas
ferramentas de gerenciamento, que as direcionem para uma maior competitividade através da
qualidade e produtividade de seus produtos, processos e serviços (KARDEC; NASCIF, 2013).
Nesse contexto a manutenção desempenha papel importante, proporcionando e/ou dando
suporte ao crescimento das organizações de forma segura, confiável e rentável. Sendo a
rapidez no processamento dos dados, algo vital no sucesso das organizações.
O presente artigo aborda conceitos e técnicas de manutenção, com aplicação de estudo de
caso numa universidade federal. Para isto será realizado análise termográfica e inspeção
visual nas redes de distribuição, aliado a uma banco de dados para armazenamento e
processamento, possibilitando controle, agilidade e confiabilidade das informações.
Analisando criticamente as técnicas de manutenção aplicadas na universidade, os
procedimentos utilizados, os planos de manutenção dos equipamentos, ao final será realizado
considerações com os resultados e possíveis pontos de melhorias.
Este estudo foi elaborado de modo a cumprir 3 (três) objetivos principais: aplicação das
técnicas de manutenção e sugerir melhorias para os planos; elaboração e desenvolvimento do
banco de dados para armazenamento e tratamento das rotinas de manutenção; sugerir
melhorias no processo de gestão da manutenção na universidade.
2. Referencial teórico
2.1 Conceito de manutenção
A globalização da economia mundial leva a um constante aumento na competitividade
organizacional, colocando em contraste ideias e concepções que aumentam a produtividade,
garantindo a qualidade e a redução dos custos às organizações. Essa necessidade de agilidade
imposta às organizações demanda cada vez mais eficácia na tomada de decisões, e tem levado
a mutabilidade constante. O conceito de manutenção, assim como a grande maioria dos
conceitos relacionados com a indústria, foi modificado ao longo do tempo, em função das
necessidades cada vez maiores e dos estudos correspondentes que procuravam responder a
essas necessidades (GURSKI, 2002).
No passado um dos conceitos sobre manutenção consistia em restabelecer as condições
originais dos equipamentos ou sistemas. Hoje, um das missões da manutenção é garantir a
disponibilidade dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de
produção, preservando o meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados
(GURSKI, 2002).
Para Gurski (2002), o segmento manutenção tem procurado se reorganizar, já que as novas
exigências de mercado tornaram visíveis as limitações do atual sistema de gestão. O
planejamento estratégico visa evitar que falhas ocorram, e não mais apenas a correção rápida
destas.
2.1.1 Tipos de manutenção
As seguintes classificações em função dos tipos de manutenção são consideradas adequadas,
sendo essa bastante atualizada em relação à norma ABNT:
Figura 01 – Tipos de Manutenção
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Fonte: Adaptado de Kardec e Nascif, (2013).
2.1.2 Organização da manutenção
Com a finalidade de organizar e controlar o tagueamento é a base da manutenção. A tag é
semelhante a uma etiqueta que se coloca no equipamento para identifica-lo, a partir dele é
possível estruturar uma rede e/ou árvore contendo todos os equipamentos e locais da
instalação. Esses itens são a base para planejamento e programação da manutenção,
contribuindo para uma maior produtividade, redução de custo, menor retrabalho e perdas de
produção (IFSC, 2013).
Existem modelos de tagueamento que podem ser seguidos, podendo conter até cinco níveis de
hierarquia, a depender do porte. Uma dica importante na elaboração é sempre prever uma
ampliação dos equipamentos, fazendo a identificação com bastante folga. (IFSC, 2013).
2.1.3 Termografia
Segundo Otani & Machado (2008) a temperatura é um dos parâmetros de mais fácil
compreensão e acompanhamento, sua variação permite constatar alterações nas condições dos
equipamentos, componentes e do próprio processo produtivo.
Segundo Abreu et al. (2012) a inspeção termográfica é uma técnica não destrutiva realizada
para medir temperaturas ou observar os padrões de distribuição de calor utilizando sistema
infravermelho. O objetivo é obter informações relativas à condição operacional de um
componente, equipamento ou processo.
2.1.4 Termografia em sistemas elétricos
Os componentes do sistema elétrico podem acarretar interrupções no fornecimento de energia
e muitas vezes causar danos irreparáveis, dentre vários temos: disjuntores, chaves de manobra
com e sem carga; seccionadoras, barramentos emendas, conexões, transformadores, etc.
(ABREU et al, 2012).
De maneira simplificada são consideradas anomalias térmicas as seguintes condições:
temperatura do componente superior à máxima especificada, aquecimento superior à 25°C,
exceto resistências, bobinas, etc., equipamento elétrico com temperatura superior a outro
equipamento idêntico nas mesmas condições de carga e trabalho (ABREU et al, 2012).
2.1.5 Limitações da termografia
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As limitações do uso da termografia podem ser descritas conforme abaixo:
Figura 02 – Limitações da inspeção termográfica
Fonte: Adaptado Araújo et al, (2008)
2.2 Conceito de automação
A informação é algo vital processamento de dados inteligentes e sucesso das organizações.
Nesse cenário o banco de dados se aplica como uma ferramenta capaz de reunir, armazenar e
processar informações com rapidez e segurança. (CRV, 2013). Para Matsumoto (2006), ele é
considerado um conjunto de elementos integrados entre si, que se relacionam de forma lógica,
compilando registros armazenados separadamente, processando-os e transformando-os em
informação rápida e confiável.
Segundo Matsumoto (2006), um processamento de dados ideal, é aquele que fornece acesso
rápido, seguro, conserva a integridade, promove a independência, evita redundância e garante
a segurança das informações. Foi percebido que a utilidade das informações depende da
forma que são armazenadas, organizadas e acessadas. Sendo sua manutenção (atualização,
adicionar, excluir dados, etc.) um dos fatores mais importantes para o sucesso dessa
ferramenta.
3. Contextualização do estudo de caso
O desenvolvimento do artigo se ocorreu nas instalações da Universidade Federal Rural do
Semiárido (UFERSA), no campus de Mossoró-RN. Fundada em 1967, com o nome de ESAM
(Escola Superior de Agronomia de Mossoró) e federalizada em 29 de Julho de 2005, a
universidade vem passando por constantes mudanças.
A federalização trouxe uma visibilidade e crescimento da universidade, recebendo uma maior
variedade de cursos e de profissionais. Desde então, vem aumentando a cada ano o seu
número de cursos de graduação e pós-graduação. Nesse contexto, a UFERSA vem passando
por constantes transformações, tais como: acréscimo de estrutura física, aumento no quadro
de pessoal, como professores e técnicos administrativos.
Mediante todo esse aumento físico nas instalações, cresce também a demanda por energia
elétrica, e uma necessidade latente de reestruturação da manutenção na universidade,
comtemplando: profissionais mais qualificados, treinamentos, procedimentos, aplicação das
técnicas de manutenção, cumprimento das questões normativas, dentre outros. Não foram
observados a aplicação desses pontos na universidade, que são imprescindíveis ao
crescimento seguro das instalações elétrica.
Após a identificação dos potenciais pontos de ganhos, esse trabalho tem como proposta
analisar a gestão de manutenção praticada na UFERSA, fazer considerações críticas, sugerir a
integração da manutenção com automação através de um banco de dados.
4. Metodologia
Esta etapa tem como objetivo enquadrar o estudo no método adequado, classificando e
descrevendo como foi o seu desenvolvimento, além de detalhar cada uma das suas etapas.
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Segundo Ganga (2012), para enquadrar o estudo no método correto é necessário caracteriza-lo
por quatro diferentes pontos de vista, são eles: abordagem de pesquisa, propósito da pesquisa,
natureza dos resultados e procedimentos técnicos.
Este trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória e qualitativa, seu desenvolvimento se dá
por meio de uma pesquisa bibliográfica e aplicação de estudo de caso, de forma a obter
resultados de natureza aplicada, cujo objetivo é comparar/tratar os dados obtidos utilizando as
técnicas de automação e manutenção apresentadas no decorrer deste trabalho. Segue
detalhamento das etapas do trabalho:
a) Definição do escopo do trabalho: o objetivo do trabalho é integrar conhecimentos de
manutenção e automação de modo a contribuir para a melhoria do departamento de
manutenção da universidade;
b) Levantamento dos dados de Manutenção: uma das principais atividades consistiu na
inspeção visual e termográfica, onde foram percorridas as redes elétricas, observando as
possíveis irregularidades, fazendo os registros por meio de máquina fotográfica e
termovisor Fluke TI 30;
c) Armazenamento dos Dados: nessa etapa foi elaborado um banco de dados, onde a
universidade pode associar conhecimento técnico as boas práticas de gestão da
informação, podendo a qualquer instante consultar: histórico dos equipamentos, registros
de informações sobre modo e efeito de falha, as intervenções, dentre outros. O
desenvolvimento dessa ferramenta foi auxiliado pelo programa Microsoft Access 2010;
d) Entrevistas: Aspectos Normativos e Recomendações de Segurança; o departamento de
manutenção da universidade foi contatado e seus funcionários entrevistados para obtenção
de informações sobre: rotina dos serviços, planejamento, procedimentos, itens de
segurança e aspectos comportamentais. Na ocasião foi solicitado o diagrama das redes
elétricas e autorização para realizar termovisão na subestação;
e) Propostas de Melhorias: Nesse momento houve consolidados todos os dados, realizados
as devidas comparações e análise crítica situacional, após foram propostas algumas
melhorias a serem implantadas na universidade, tais como: criação de planos de
manutenção, aplicação das técnicas de manutenção preventiva, corretiva e preditiva,
atendimento a recomendações de segurança e aspectos de gestão da manutenção de forma
geral, dentre outros.
Segue abaixo ilustração com o detalhamento das etapas realizadas nessa pesquisa:
Figura 03 – Fluxograma das etapas do trabalho
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Fonte: Autoria própria
5. Análise e discussões dos dados
5.1 Levantamento dos dados de Manutenção
Esta etapa consiste numa análise técnica, aplicando as ferramentas de inspeção visual e
termográfica nas estruturas e equipamentos das redes elétricas, por meio de registros
fotográficos e térmicos. Para melhor compressão dos problemas encontrados será ilustrados
com figuras, destacando algumas avarias, descrição das possíveis causa e medidas a serem
tomadas para sanar o(s) problema(s). Tabela 01 - Inspeção visual nas redes de distribuição
Imagem Descrição Ação mitigadora
Figura 04 – Inspeção Visual Sala de
Mudas
Rede de baixa tensão com poste
metálico, contrário a normatização
brasileira. O mesmo apresenta
corrosão ao longo da sua estrutura.
Substituir poste metálico por
estrutura de concreto.
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Figura 05 – Inspeção Visual Estrutura
W018
Falta interligação e ausência de para-
raios na rede elétrica de alta tensão;
o isolador está quebrado; chave
fusível obsoleta.
Substituir para-raios, chaves
fusíveis e isolador de alta
tensão. Interligar os para-raios.
Figura 06 – Inspeção Visual Estrutura
W072
Conexão inadequada para rede
elétrica de 13,8 KV.
Realizar conexão através de
conector tipo cunha (Ampact).
Figura 07 – Inspeção Visual Estrutura
W048
Posicionamento do poste
inadequado, oferecendo risco de
colisão com veículos.
Reposicionar/ implantar novas
estruturas alterando o
encaminhamento da rede.
Fonte: Pesquisa de campo, (2013).
Quadro 01 - Inspeção termográfica nas redes de distribuição
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Figura 08 – Inspeção Termográfica Estrutura E007
Descrição: Chave fusível com aquecimento na parte
superior.
Ação corretiva: Limpeza e reaperto da conexão entre a
mola e o bastão da chave fusível.
Figura 09 – Inspeção Termográfica Estrutura PO2464
Descrição: Conexão em estado crítico, conforme
gradiente de temperatura.
Ação corretiva: Lixar o cabo e substituir conector tipo
cunha.
Figura 10 – Inspeção Termográfica Estrutura E047 Descrição: Emenda na rede de baixa tensão ineficiente.
Ação corretiva: Refazer emenda pré-formada e by
pass.
Figura 11 – Inspeção Termográfica Estrutura E105 Descrição: Conector da rede de baixa tensão
danificado.
Ação corretiva: Substituir conector tipo cunha.
Figura 12 – Inspeção Termográfica Disjuntor Figura 13 – Inspeção Termográfica Estrutura E047
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Subestação Descrição: Disjuntor com aquecimento na bucha.
Ação corretiva: Realizar reaperto e limpeza da
conexão e mola do disjuntor.
Descrição: Conector da rede de alta tensão aquecido.
Ação corretiva: Substituir conector.
Fonte: Pesquisa de campo, (2013).
5.2 Armazenamento dos Dados
Esse tópico consiste na elaboração de um banco de dados com a finalidade de reunir
informações acerca das estruturas e equipamentos, tais como: histórico, alterações realizadas e
imagens ilustrativas num só lugar. Além disso, facilita a busca por meio de filtros de pesquisa,
por exemplo: por meio do “tag” de um equipamento ou estrutura específica, ou até mesmo
pela data em que foi realizada a alteração.
5.2.1 Funcionalidade do banco de dados
O banco de dados desenvolvido possui três módulos com utilidades relevantes, são eles:
cadastro/atualização, no qual se pode cadastrar novos equipamentos ou estruturas e atualiza-
los sempre que houver alguma alteração; consulta, no qual se pode filtrar os dados e obter
informações específicas com rapidez e precisão, como por exemplo filtrar por “tag” ou data
da modificação; e por último o módulo de relatório, que fornece uma fácil visualização e a
possibilidade de impressão do que se deseja filtrar.
A tela inicial que dá acesso aos módulos é de fácil entendimento, conforme abaixo:
Figura 14 - Tela inicial do banco de dados
Fonte: Autoria própria
Como exemplo de visualização e ilustração de cada item dos módulos, segue abaixo relatório
retirado através do filtro “tag” da subestação. Na figura 15, pode-se perceber os itens que
descrevem o equipamento, a saber: etiqueta, que é individual para cada equipamento e,
portanto serve para identifica-lo; data da modificação; nome do equipamento; localização, que
se dá através de um ponto de referência; atividade/modificação realizada, que descreve o que
foi feito; observações, que relata o que foi identificado; além da imagem para ilustrar o
observado.
Figura 15 - Relatório da subestação.
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Fonte: Autoria própria.
5.3 Entrevistas: Aspectos normativos e recomendações de segurança
Para realização das atividades é necessário que o trabalhador esteja em condições físicas e
psicológicas adequadas. Alguns itens são necessários que sejam observados, tais como: ordem
de serviço na qual lhe dará autorização formal para intervenção; planejamento de material e
ferramentas, análise de segurança, EPI´s/EPC´s necessários, treinamento e procedimento
existentes, dentre outros. Conforme NR10, as intervenções em eletricidade devem ser
realizadas prioritariamente, seguindo o procedimento abaixo:
Figura 16 – Procedimento desenergização circuitos elétricos.
Fonte: Adaptado NR – 10, (2004).
Nas entrevistas, visitas as instalações e serviços, foi possível identificar alguns aspectos
relacionados a não conformidades observadas durante realização das atividades de
manutenção, com uma visão a luz das normas brasileiras, conforme abaixo:
Figura 17 – Práticas observadas x recomendações normativa
Fonte: Pesquisa de campo (2013).
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6. Propostas de melhorias
Apenas na fase inicial da pesquisa fica evidente que a aplicação do gerenciamento de dados
contribuirá para um melhor controle da manutenção, pois possibilitará um melhor
acompanhamento dos serviços e anomalias, dispondo de histórico das intervenções e
atualização das estruturas e equipamentos da rede de distribuição elétrica. Tão importante
quanto implementar o banco de dados será realizar as manutenções necessárias para mantê-lo
sempre com informações confiáveis, imprescindível na tomada de decisão.
Nesse tópico serão abordados sugestões e proposições de melhorias, a serem discutidas e
implementadas na rotina de manutenção da universidade, como resultado do desenvolvimento
dessa pesquisa. Essas ações tem como base as entrevistas, visitas técnicas, inspeções
visuais/termográficas e compilação dos dados realizados no sistema elétrico.
6.1 Rotinas de Manutenção nas Redes Distribuição
A manutenção das redes de distribuição devem ser realizadas por meio de manutenções
corretivas planejadas oriundas de rotinas programadas de inspeção visual e termográfica.
6.1.1 Inspeção Visual
Será realizada a cada 6 (seis) meses, devido as condições precárias de algumas instalações. A
rotina consiste em percorrer as redes elétricas observando e registrando as anomalias
encontradas, com auxílio de binóculos e máquina fotográfica.
Segue os principais itens a serem observados durante inspeção:
Figura 18 – Itens a serem observados durante Inspeção Visual
Fonte: Autoria Própria.
6.1.2 Inspeção Termográfica
Será realizada a cada 4 (quatro) meses, devido a integridade das instalações, o elevado
número de “pontos quentes” encontrados e por ser uma técnica ainda desconhecida (não
aplicada) na universidade. A inspeção consiste em realizar uma análise termográfica dos
equipamentos e condutores das redes elétricas, com auxílio de um termovisor e software
dedicado.
6.2 Rotina de Manutenção em Subestação Abrigada
As intervenções na subestação se dará de duas maneiras: Manutenção corretiva planejada e
Manutenção Preventiva.
6.2.1 Manutenção Corretiva Planejada
As manutenções corretivas serão planejadas oriundas das inspeções visuais e termográficas.
a) Inspeção Visual
A periodicidade será a cada 3 (três) meses, dada a criticidade, importância e perdas
associadas a uma possível falha nessa instalação.
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Na inspeção visual é importante fazer uma avaliação técnica e da infraestrutura das
instalações, conforme descrição abaixo:
Figura 19 – Check list inspeção trimestral na subestação
Fonte: Autoria Própria
b) Termovisão
A periodicidade também será de 3 (três) meses, podendo ser realizado em conjunto com a
inspeção visual.
A inspeção termográfica será realizada percorrendo todas as conexões e equipamentos da
subestação. Qualquer anormalidade deverá ser registrada no banco de dados,
acompanhado e caso necessário planejada intervenção de reparo. Para auxiliar nesse
trabalho é necessário a aquisição de instrumento termovisor, é importante atentar para
aquisição de aparelhos com tecnologia implantada para realização dessa rotina durante o
dia, é bastante comum esses aparelhos possuir limitações de trabalho diurno.
6.2.2 Manutenção Preventiva
A intervenção será realizada a cada 12 (doze) meses. Esse período pode ser alongado a
medida que as intervenções das inspeções visuais e termográficas estejam consolidadas e os
resultados indiquem uma confiabilidade no sistema.
O objetivo desse modelo de intervenção é evitar falha nos disjuntores, ajustes de proteções,
conexões folgadas, vazamentos, dentre outros. Segue os principais serviços que devem ser
realizados durante a manutenção preventiva:
Figura 20 – Atividades realizadas durante manutenção preventiva na subestação
Fonte: Autoria Própria
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6.3 Rotina de Manutenção em Subestação Aérea (Transformadores)
A rotina de intervenções nos transformadores será realizada através de manutenção preventiva
anual, visto que as inspeções visuais e termográficas na rede contribuirão para detectar
possíveis anomalias nesse equipamento. Posteriormente esse prazo pode ser alongado
mediante estudo de confiabilidade.
Durante a realização da intervenção é importante observar os seguintes itens: Resistência de
isolação, malha de aterramento, relação de transformação, vazamentos, estados das buchas e
conexões, dimensionamento do elemento fusível, dentre outros.
6.4 Gestão da Manutenção
A base para uma boa gestão está na organização das instalações, dessa maneira é
imprescindível que a universidade possa avançar nos seguintes aspectos: identificação de
todas as estruturas e equipamentos, atualização do diagrama unifilar das redes de distribuição,
disponibilizar os manuais, prover treinamentos de segurança e técnicos para os executantes,
adquirir novas tecnologias, equipamentos.
Muito importante nesse contexto é uma mudança de ideologia, rever/atualizar a forma na
qual a universidade “pensa” a manutenção, precisa haver mudanças capazes implementar um
novo modelo de gestão, onde tenha como foco o trabalho proativo, monitorar e intervir nos
equipamentos de forma a evitar paradas não planejadas.
6.5 Solicitação de Serviço (SS)
Nesse tópico a proposta é melhorar a forma na qual as solicitações de serviço são realizadas,
atualmente as solicitações são realizadas por telefone ao setor de manutenção.
A proposta é que a SS também possa ser realizada através da intranet/SIGAA, pessoas com
autorização de acesso ao sistema poderá fazer a solicitação, para isso haverá um local
específico, as mesmas serão processadas pelo setor de manutenção e ao final enviado um
feedback: uma avalição de satisfação, que futuramente poderá servir como indicador e uma
explicação para a não realização do serviço.
As solicitações de manutenção atualmente são realizadas apenas por telefone, restringindo
sobremaneira o acesso ao departamento, outro problema é a falta de rastreabilidade dessas
solicitações, não é possível acompanhar o processamento da mesma, sempre fica a dúvida se
o serviço será ou não executado, ou seja, não existe feedback.
Segue abaixo sugestão de uma alternativa para processamento dessas solicitações:
Figura 21 – Nova alternativa para solicitação de serviço de manutenção
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Fonte: Autoria própria
7. Considerações finais
Com o desenvolvimento da pesquisa fica perceptível a integração existente entre a
manutenção e automação. Com relação aos objetivos, é importante ressaltar o cumprimento
pleno das expectativas, pois foram aplicadas diversas técnicas de manutenção, identificados
os problemas e propostos criação de planos para gerenciamento das rotinas de serviço, outra
contribuição está na elaboração de um banco de dados para armazenamento e processamento
inteligente dessas informações, ao final foram sugeridas algumas ferramentas, equipamentos e
rotinas para melhorar o processo de gestão da manutenção na universidade.
Durante o desenvolvimento do trabalho foram identificados alguns itens das instalações e/ou
rotinas da manutenção que precisam ser discutidos/implementados na universidade:
identificação das estruturas e equipamentos das redes aéreas; melhor capacitação e
treinamentos da força de trabalho; adequação as normas regulamentadoras NR 6 e 10;
atualização/disponibilidade dos diagramas e manuais nos locais de serviço; e principalmente a
forma reativa como se trabalha a manutenção, uma vez que não foi identificado nenhuma
rotina pré-estabelecida de intervenção nos equipamentos. Mediante análise das informações
contidas nessa pesquisa, é relevante os problemas encontradas no disjuntor da subestação, ou
seja, preocupa a presença constante de aquecimento nas buchas do equipamento, problema
esse que persiste desde 2012, conforme histórico disponível no banco de dados. Vale ressaltar
que não havendo intervenção, esse equipamento caminha para uma possível falha:
rompimento da conexão, perda de isolação, danos a estrutura física do disjuntor pela elevação
da temperatura, em alguns casos essas falhas levam a perda total do mesmo.
O desenvolvimento do banco de dados trouxe algumas vantagens: processamento inteligente
das informações, consolidação dos dados, evita redundâncias, diminui inconsistências, melhor
organização, facilidade de acesso e atualização dos dados.
Por fim é importante ressaltar que a aplicação das técnicas, conforme esse trabalho propõe e
sugere, indica uma nova perspectiva nos serviços de manutenção, contudo ainda é necessário
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algo mais, precisa haver mudança de concepção, metodologia e gestão. Para melhor
desempenho da função manutenção e sucesso neste quesito, é necessário uma quebra de
paradigma, é preciso compreendê-la como uma ferramenta que agrega valor à universidade.
REFERÊNCIAS
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em: 28 Dez. 2013.
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GANGA, Gilberto Miller Devós. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na engenharia de produção: um
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