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Gestão Dos Serviços De Saneamento Ambiental NO BRASIL Ubiratan Félix Engenheiro Civil, Pós – Graduado Em Gestão Ambiental, Presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia,Diretor Da Federação De Sindicatos De Engenheiros, Conselheiro Nacional das Cidades, Aluno Especial do Mestrado De Engenharia Civil e Ambiental da UEFS E Professor Do Cefet – Ba

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Page 1: Gestão Dos Serviços De Saneamento Ambiental NO BRASIL Ubiratan Félix Engenheiro Civil, Pós – Graduado Em Gestão Ambiental, Presidente do Sindicato dos

Gestão Dos Serviços De Saneamento Ambiental NO BRASIL

Ubiratan FélixEngenheiro Civil, Pós – Graduado Em Gestão

Ambiental, Presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia,Diretor Da Federação De Sindicatos De Engenheiros, Conselheiro Nacional das Cidades,

Aluno Especial do Mestrado De Engenharia Civil e Ambiental da UEFS E Professor Do Cefet – Ba

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1 – Conceito

• Saneamento – Controle De Todos Os Fatores Do Meio Físico Do Homem Que Exercem Ou Podem Exercer Efeito Deletério Sobre O Seu Bem Estar Físico, Mental E Social.*

• Saúde – Estado Completo De Bem Estar Físico E Social.*

*Oms – Organização Mundial Da Saúde

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2 – Relação Da Saúde Pública E Saneamento Ambiental

• As Ações De Saneamento Exercem Papel Preventivo Na Saúde Pública, Pois Permitem O Controle De Vetores Transmissores De Doenças Prejudiciais Ao Homem.

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3 – As Ações Do Saneamento Ambiental

• Abastecimento De Água (Captação, Tratamento, Adução, Reserva e Distribuição);

• Esgotamento Sanitário (Coleta, Tratamento E Disposição Final);

• Limpeza Urbana (Coleta, Tratamento E Disposição Final);

• Drenagem De Águas Pluviais (Coleta E Disposição Final);

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4 – Situação Do Abastecimento De Água

E Esgoto 4.1 – No Brasil

4.1.1 – Antecedentes

• Até A Década De 70 Os Serviços Eram Executados Por Diversos Órgãos (Fundação Sesp, Codevasf E Etc);• Os Estados E Municípios Mais Ricos Tinham Órgãos Próprios;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água

E Esgoto 4.1 – No Brasil

4.1.1 – Antecedentes• Em 1971 Foi Criado O Planasa (Plano Nacional De Saneamento), com Objetivo de Definir Fontes De Financiamento E Melhorar A Situação Do Saneamento No País;• O Planasa Atuava Exclusivamente No Abastecimento De Água E Esgotamento Sanitário;• Os Recursos Utilizados Eram Oriundos Do FGTS Que Era Gerido Pelo BNH;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água

E Esgoto 4.1 – No Brasil

4.1.1 – Antecedentes• Incentivou – se A Criação De Companhias Estaduais De Saneamento (Água E Esgoto);• Os Financiamentos Só Eram Obtidos Através Das Companhias Estaduais;• A Maioria Dos Municípios (Responsáveis Constitucionais) A Realizarem Contratos De Concessão Com As Companhias Estaduais;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água

E Esgoto 4.1 – No Brasil

4.1.1 – Antecedentes• O Planasa Concebia Que O Sistema Deveria Gerar Recursos, Via Tarifas;• O Critério Definidor Do Investimento era Retorno Financeiro;• A Crise Econômica Das Décadas De 80 E 90, O Estado Brasileiro Passou A Atuar De Forma Seletiva;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água

E Esgoto 4.1 – No Brasil

4.1.1 – Antecedentes• As Metas Do Planasa De Atendimento De 90 % Em Abastecimento De Água E 60 % Em Esgotamento Sanitário Não Foram Atendidas;

• A Proposta Do Governo Federal Para Aumentar Os Investimentos No Setor Era A Privatização;

• Com Objetivo De Modernizar O Setor O Governo Permitia A Liberação De Recursos Para As Empresas Estaduais Que Optassem Pela Privatização;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água

E Esgoto 4.1 – No Brasil

4.1.1 – Antecedentes

•A Partir de 2002, houve uma retomada do financiamento para o setor público e o governo encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto que regulamenta o setor de saneamento básico no Brasil;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água E Esgoto

•4.1.2 – DiagnósticoTabela 1 – Gestão Dos Serviços De Água E

Esgotamento Sanitário No Brasil

Dados Quantitativo %

Quantitativo Em Números

Concessões Para As Companhias Estaduais

69,2 3.815

Serviços Municipais 30,4 1.672

Serviços Privatizados 0,4 20

Total 100 5.507

Fonte – Água E Vida

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4 – Situação Do Abastecimento De Água E Esgoto

•4.1.2 – DiagnósticoTabela 02 – Cobertura Da População Atendida Por

Abastecimento De Água E Esgotamento Sanitário Dados Quantitativo % Quantitativo Em

Números

Abastecimento De Água

79 113.800.000

Esgotamento Sanitário

31 48.800.000

Fonte – Cebes – Catalogo Brasileiro De Engenharia Sanitária Ambiental – Abes – 1996

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4 – Situação Do Abastecimento De Água E Esgoto

•4.1.2 – DiagnósticoTabela 03 – Cobertura Da População Atendida Em

Abastecimento De Água E Esgotamento Sanitário Por Estado

Estado Pop. Urb. Com Água % Pop. Urb. Esgoto %

São Paulo 96,1 85,8

Distrito Federal 93,1 90

Roraima 92,7 37

Bahia 83,5 42,5

Piauí 76,8 20,8

Rondônia 47,2 42,5

Fonte – Cebes – Catalogo Brasileiro De Engenharia Sanitária Ambiental – Abes - 1996

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4 – Situação Do Abastecimento De Água E Esgoto

• 4.2 – Na BahiaTabela 04 – Número De Municípios Por Modelo De

GestãoOperadora Quantitativo % Quantitativo Em

Números

Embasa 82,01 342

Saee´S 9,59 40

Economia Mista 0,48 02

Administrados Diretamente

7,92 33

Total 100 417

Fonte – Pesquisa Direta – 2000

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4 – Situação Do Abastecimento De Água E Esgoto

•4.2 – Na Bahia

• Os Sistemas Autônomos ( SAEE´S) Contam Com Assessoria Técnica Da Funasa (Fundação Nacional De Saúde);• Na Maioria Dos Distritos Os Sistemas São Construídos Pela CERB E Administrados Diretamente Pela Comunidade, Através De Associações;• Em Algumas Comunidades As Ong´S Prestam Assessoria Técnica;

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4 – Situação Do Abastecimento De Água E Esgoto

•4.2 – Na Bahia

• O Sistema De Esgotamento Sanitário Predominante É A Fossa Séptica, É Comum O Lançamento De Esgoto In Natura Nas Vias Ou Nas Redes Do Sistema De Drenagem De Águas Pluviais;• O Sistema Público De Esgotamento Sanitário Tem Maior Presença Na RMS E Nos Municípios Pólos Regionais;

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5 – Drenagem Urbana Das Águas Pluviais

• A Drenagem De Águas Pluviais É Um Serviço De Competência Dos Municípios;• Não Existe Um Cadastro De Dados De Cobertura E Do Sistema Drenante Dos Diversos Municípios Brasileiros;• Na Bahia Se Constata A Presença Do Sistema De Drenagem Na Quase Totalidade Dos Municípios, Este Serviço Geralmente É Operado Pela Secretaria Ou Diretoria De Obras/Serviços Públicas;

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6 - Resíduos Sólidos ( Lixo)

• Os Serviços De Limpeza Urbana São De Competência Do Poder Público Municipal;

•Baixa Capacidade Administrativa E Financeira;

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6 - Resíduos Sólidos ( Lixo)

• Sistema De Destinação Final Inadequados : 76 % São Dispostos Em Lixões, 13 % Em Aterro Controlado, 10 % Em Aterro Sanitário, 0,9 % Usina De Compostagem E 0,1% Incineradores;• As Pequenas Cidades Planejam E Operam O Seu Sistema Usualmente Com Soluções Locais;• As Grandes Cidades, Densamente Ocupadas E Conurbadas Apresentam Problemas Que Desconhecem Os Limites Municipais;

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7 – Modelos De Gestão

• Gestão Estatal • Administração Direta (Departamento, Setor Ou Divisão) – Consiste Na Prestação Dos Serviços Por Um Departamento Ou Setor Ligado A Uma Secretaria Ou Departamento Municipal Não Possuindo Autonomia Financeira E Administrativa;

• Administração Direta (Autarquia Municipal) – Consiste Na Operação Dos Serviços Com Um Certo Grau De Autonomia Financeira E Administrativa;

• Gestão Indireta (Empresa Pública Ou De Economia Mista) Consiste Na Operação De Serviços De Forma Independente;

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7 – Modelos De Gestão

• Gestão Privada•Concessão – Consiste Na Delegação Da Prestação Dos Serviços Públicos Por Prazo Determinado;•Permissão – Consiste Na Delegação, A Titulo Precário, Mediante Licitação De Prestação De Serviços Públicos À Pessoa Física Ou Jurídica Que Demonstre Capacidade Para Seu Desempenho Por Conta E Risco;

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8– Ameaças e Oportunidades

• Ameaças• Áreas Escassas Ou Inexistentes Para A Destinação Final;• Conflitos No Uso Do Solo;• Exportação De Lixo Para Os Municípios Vizinhos;• Lixões Poluindo Os Escassos Recursos Hídricos;• Dificuldades No Plano Político E Jurídico No Estabelecimento De Taxa De Lixo;• Baixa Consciência Ambiental Da População; • Conflito Na Utilização Dos Recursos Hídricos (Abastecimento Humano, Industrial, Irrigação E Etc);

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8– Ameaças e Oportunidades

• Ameaças• Desperdício E Uso Não Racional Da Água;• Desmatamento Das Margens Dos Rios,• Fontes Para Abastecimento Humano Estão A Cada Dia Mais Distante Das Cidades, Necessitando De Grandes Obras De Engenharia Que Permitam O Acesso Da População A Água Tratada;• Não Cobrança Pelo Uso Da Água;• Inexistência De Recursos Não Onerosos Para Financiamento Do Setor;

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8– Ameaças e Oportunidades

• Ameaças• Falta De Manutenção Adequada Dos Sistemas Drenantes;• Utilização Dos Sistemas Drenantes Para O Escoamento De Esgoto Domestico In Natura;• A Drenagem Urbana Não É Entendida (Pelos Gestores Públicos E População) Como Uma Das Atividades Do Saneamento Ambiental;

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8– Ameaças e Oportunidades• Oportunidades

• O Estabelecimento De Uma Política De Saneamento Ambiental Que Unifique As Ações Dos Governos Federal, Estadual E Municipal;• Integração Das Ações De Saneamento Dos Diversos Ministérios (Saúde, Integração Regional, Meio Ambiente E Cidades);• Integração Das Ações De Saneamento No Plano Municipal;• Integração Das Políticas De Saneamento Com Habitação, Transporte, Mobilidade Urbana, Transito, Habitação, Regularização Fundiária E Meio Ambiente;• Definição De Recursos Não Onerosos Para O Financiamento Do Saneamento Ambiental;

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9 - Conclusão

É Urgente A Definição de Um Marco Regulatório Que Defina A Participação Dos Governos Federal, Estadual E Municipal E Do Setor Privado Na Operação E Financiamento Do Sistema DE Saneamento Ambiental, De Modo Que Permita a Estabilidade Jurídica Dos Contratos.

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FIM