gestão de recursos humanos
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Gestão de Recursos Humanos
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SUMÁRIO
1 - ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS .............................................................................................. 3
1.1 - ORIGEM, DESENVOLVIMENTO, POLÍTICAS, ESTRUTURA E FUNÇÕES ................................................................... 3
1.2 - O TERMO RH OU GESTÃO PODE ASSUMIR TRÊS SIGNIFICADOS DIFERENTES ...................................................... 3
1.2.1 - RH como Função ou Departamento .................................................................................................. 3
1.2.2 - RH como um Conjunto de Práticas de Recursos Humanos. ........................................................... 3
1.2.3 - RH como Profissão ............................................................................................................................ 3
2 - O CONTEXTO DA GESTÃO DE PESSOAS ..................................................................................................... 4
2.1 - QUAL É O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAÇÃO ......................................................... 4
2.2 - OS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS E OS OBJETIVOS INDIVIDUAIS DAS PESSOAS .................................................. 5
3 - CONCEITO DE GESTÃO DE PESSOAS.......................................................................................................... 5
3.1 - OS PARCEIROS DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................................................. 5
3.2 - AS PESSOAS SÃO RECURSOS OU PARCEIROS DA ORGANIZAÇÃO? .................................................................... 6
4 - ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA MODERNA GESTÃO DE PESSOAS ......................................................... 6
5 - CONCEITO DE RH OU DE GESTÃO DE PESSOAS........................................................................................ 7
6 - OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS ........................................................................................................ 7
6.1 - QUAL O PAPEL DAS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO?........................................................................................... 8
7 - OS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS ................................................................................................ 9
7.1 - O QUE É A GESTÃO DE PESSOAS? ................................................................................................................. 9
7.2 - OS SEIS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS ............................................................................................... 9
7.3 - PROCESSO DE RH ...................................................................................................................................... 10
8 - A ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS ............................................................................. 11
8.1 - O NOVO PAPEL DO GERENTE....................................................................................................................... 12
9 - AS MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES NA FUNÇÃO DE RH .................................................................... 12
9.1 - RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................. 12
9.2 - GESTÃO DE PESSOAS ................................................................................................................................. 13
9.3 - OS NOVOS PAPÉIS DA GESTÃO DE PESSOAS ................................................................................................ 13
9.3.1 - Os Novos Papéis da Função de RH ................................................................................................ 13
9.4 - DEFINIÇÃO DE PAPÉIS DE RH ....................................................................................................................... 14
TEXTO 1 - GESTÃO DE PESSOAS .................................................................................................................... 14
10 - ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM PEQUENAS EMPRESAS ........................................... 17
11 - LIDERANÇA ................................................................................................................................................ 19
11.1 - CONCEITO DE LIDERANÇA.......................................................................................................................... 19
11.1.1 - Liderança como um Fenômeno de Influência Interpessoal ......................................................... 19
11.1.2 - Liderança como Processo de Redução da Incerteza de um Grupo ............................................. 19
11.1.3 - Liderança como uma Relação Funcional entre Líder e Subordinada .......................................... 20
11.1.4 - Liderança como um Processo em Função do Líder, dos Seguid. e de Variáveis da Situação ... 20
Gestão de Recursos Humanos
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11.2 - TEORIAS SOBRE LIDERANÇA .......................................................................................................................20
11.2.1 - Teorias de Traços de Personalidade ..............................................................................................20
11.2.2 - Teorias sobre Estilos de Liderança................................................................................................20
11.2.3 - Teorias Situacionais da Liderança .................................................................................................21
12 - MOTIVAÇÃO ................................................................................................................................................ 21
12.1 - NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS ............................................................................................................22
12.1.1 - Necessidades Fisiológicas .............................................................................................................22
12.1.2 - Necessidades Psicológicas ............................................................................................................23
12.1.3 - Necessidades de Auto-Realização .................................................................................................23
12.2 - CICLO MOTIVACIONAL ................................................................................................................................23
12.3 - FRUSTRAÇÃO E COMPENSAÇÃO ..................................................................................................................23
12.4 - MORAL E CLIMA ORGANIZACIONAL..............................................................................................................24
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 24
Gestão de Recursos Humanos
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1 - Administração de Recursos Humanos
1.1 - Origem, Desenvolvimento, Políticas, Estrutura e Funções
Dentre desse contexto, uma das áreas empresariais que mais sofre mudanças é a área de recursos
humanos (RH). As mudanças são tantas e tamanhas que até o nome da área esta mudando. Em muitas
organizações, a denominação administração de recursos humanos (ARH) está sendo substituída por
termos como gestão de talentos humanos, gestão de parceiros ou de colaboradores, gestão do capital
humano, administração do capital intelectual e ate gestão de pessoas ou gestão com pessoas.
Diferentes nomes para representar um novo espaço e configuração da área. Apenas para facilitar nossa
exposição, manteremos a tradicional denominação RH.
O objetivo principal dessa maneira parte e introduzir o leitor no campo da moderna administração
relacionada com as pessoas. De uma maneira geral, essa parte introdutória discute o moderno conceito
de gestão com e através das pessoas e suas varias abordagens desenvolvidas, mas ultimas décadas. E
que a historia da gestão de pessoas e relativamente recente.
1.2 - O Termo RH ou Gestão pode Assumir Três Significados Diferentes
1.2.1 - RH como Função ou Departamento
Aqui RH é a unidade operacional que funciona como órgão de staff, isto é, como elemento prestador de
serviços nas áreas de recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, comunicação, higiene e
segurança no trabalho, benefícios e etc.
1.2.2 - RH como um Conjunto de Práticas de Recursos Humanos.
Aqui RH refere-se ao modo como a organização opera suas atividades de recrutamento, seleção,
treinamento, remuneração, benefícios, comunicação, higiene e segurança no trabalho .
1.2.3 - RH como Profissão
Aqui se refere aos profissionais que trabalham em tempo integral em papeis diretamente relacionados
com recursos humanos, a saber: selecionadores, treinadores, administradores de salários e benefícios,
engenheiros de segurança, médicos do trabalho etc.
O termo gestão de pessoas ou RH será utilizado nesta apostila com os três significados acima,
referindo-se a funções, praticas ou profissionais de RH, ou a todos esses significados. Em alguns
casos, nos referiremos à gestão de pessoas para indicar as mais novas posturas e conceitos de RH.
Veremos as concepções da gestão de pessoas ao longo dos tempos e os contornos que ela esta
assumindo na virada do milênio. Discutiremos as características da gestão de pessoas em um ambiente
competitivo e dinâmico que caracteriza a era da informação. Finalmente, abordaremos o planejamento
estratégico de gestão de pessoas e o seu papel na moderna estratégia empresarial.
Gestão de Recursos Humanos
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2 - O Contexto da Gestão de Pessoas
O contexto da gestão de pessoas é formado pessoas e organizações. As pessoas passam boa parte de
suas vidas trabalhando dentro de organizações. E estas dependem daquelas para produzir funcionar e
alcançar sucesso. De um lado, o trabalho toma considerável tempo de vidas e dos esforços das
pessoas, que dele dependem para sua subsistência e sucesso pessoal. Separar o trabalho da
existência das pessoas é muito difícil, senão quase impossível, diante da importância e do impacto que
o trabalho nela provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações nas quais trabalham para
atingir seus objetivos pessoais e individuais. Crescer na vida e ser bem sucedido quase sempre
significa crescer dentro das organizações. De outro lado, as organizações dependem direta e
irremediavelmente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes,
competir nos mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos.
As organizações apresentam uma incrível variedade. Elas podem ser indústrias, comercio, bancos,
financeiras, hospitais, universidades, lojas, prestadoras de serviços etc. podem ser grandes, medias e
pequenas quanto ao seu tamanho. Podem ser publicas ou privadas quanto a sua propriedade. Quase
tudo de que a sociedade necessita é produzido pelas organizações. Vivemos em uma sociedade de
organizações, pois nascemos nela, aprendemos nelas, servimo-nos delas, trabalhamos nelas e
passamos a maior parte de nossas vidas dentro delas.
2.1 - Qual é o Papel e a Importância das Pessoas em uma Organização
Dentro do contexto visto, fica difícil separar o comportamento das pessoas e o das organizações. As
organizações funcionam por meio das pessoas, que delas fazem parte e que decidem e agem em seu
nome. Vários termos são utilizados para definir as pessoas que trabalham nas organizações. Elas são
chamadas de funcionários, empregados, pessoal, trabalhadores, operários quando as organizações os
tratam como o tal. Ou podem ser chamadas de recursos humanos, colaboradores, associados, se as
organizações as tratam dessa maneira.
Ou ainda talento humano, capital humano, capital intelectual se as pessoas têm um valor maior para a
organização. A denominação dada às pessoas reflete o grau de importância que ela tem para as
organizações. Muitas organizações classificam seus funcionários em mensalistas e horistas para
separar o pessoal que trabalha nos escritórios e nas fabricas, respectivamente. Outras ainda cometem
o absurdo de chamá-los de mão-de-obra direta ou indireta. E outras vão mais alem: chamam-nos de
pessoal produtivo e improdutivo. A maneira como as organizações denominam as pessoas que nelas
trabalham tem um significado importante: que é o papel e o valor que nelas atribuem às pessoas. O que
você acha disso?
Assim, o contexto em que se situa a gestão de pessoas é representado pelas organizações e pelas
pessoas. Sem organizações e sem pessoas não haveria gestão de pessoas. Em resumo, as
organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas
missões. E para as pessoas, as organizações constituem o meio através do qual elas podem alcançar
vários objetivos pessoais, com um custo mínimo de tempo, de esforços e de conflito. Muitos dos
objetivos pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço pessoal isolado. As
organizações surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de varias pessoas que trabalham em
conjunto. Sem as organizações e sem pessoas certamente não haveria a gestão de pessoas. Termos
como empregabilidade e empresabilidade são usados para indicar, de um lado, a capacidade das
pessoas em conquistar r manter seus empregos e, de outro, a capacidade das empresas em
desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e capacidade competitiva dos seus membros.
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2.2 - Os Objetivos Organizacionais e os Objetivos Individuais das Pessoas
Objetivos Organizacionais Objetivos Individuais
Sobrevivência Melhores salários
Crescimento sustentável Melhores benefícios
Lucratividade Estabilidade no emprego
Produtividade Segurança no trabalho
Qualidades nos produtos / serviços Qualidade de vida no trabalho
Redução de custos Satisfação no trabalho
Participação no mercado Consideração e respeito
Novos mercados Oportunidade e crescimento
Novos clientes Liberdade para trabalhar
Competitividade Liderança liberal
Imagem no mercado Orgulho da organização
3 - Conceito de Gestão de Pessoas
A gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações.
Ela é contigencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada
organização, da estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do negocio
da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos e de uma infinidade de outras variáveis
importantes.
3.1 - Os Parceiros da Organização
Parceiros da organização Contribuem com Esperam Retornos de
Acionistas e investidores Capital de risco, investimentos. Lucros e dividendos, valor
agregado.
Empregados Trabalho, esforço,
conhecimento e competências. Salários, benefícios,
retribuições e satisfações.
Fornecedores Matéria-prima, serviços,
insumos básicos, tecnologias. Lucros e novos negócios.
Clientes e consumidores Compras, aquisição e uso dos
bens e serviços. Qualidade, preço, satisfação,
valor agregado.
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3.2 - As Pessoas são Recursos ou Parceiros da Organização?
Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiras
Empregados isolados no cargo
Horário rigidamente estabelecido
Preocupação com normas e regras
Subordinação ao chefe
Fidelidade à organização
Dependência da chefia
Alienação e chefia
Ênfase na especialização
Executoras de tarefas
Ênfase nas destrezas manuais
Mão-de-obra
Colaboradores agrupados em equipe
Metas negociadas e compartilhadas
Preocupação com resultados
Atendimento e satisfação do cliente
Vinculação à missão e à visão
Interdependia com colegas e equipes
Participação e comprometimento
Ênfase na ética e na responsabilidade
Fornecedora de atividade
Ênfase no conhecimento
Inteligência e talento
4 - Aspectos Fundamentais da Moderna Gestão de Pessoas
A gestão de pessoas se baseia em três aspectos fundamentais:
1. As pessoas como seres humanos
Dotados de personalidade própria e profundamente diferente entre si, com uma historia pessoal
particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades e competências indispensáveis à
adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da
organização.
2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais
Como elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento e
aprendizagem indispensáveis a sua constante renovação e competitividade em um mundo cheio de
mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não
como agentes passivos, inertes e estáticos.
3. As pessoas como parceiras da organização
Capazes de conduzi-la a excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimento na
organização – como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos, etc. – na
expectativa de colherem retornos desses investimentos – como salários, incentivos financeiros,
crescimento profissional, carreira etc. qualquer investimento somente se justifica quando traz um retorno
razoável.
Na medida em que o retorno é bom sustentável, a tendência certamente será a manutenção ou
aumento de investimento. Daí, o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. E
também o caráter de atividade e autonomia e não mais de passividade a inércia das pessoas. Pessoas
como parceiras ativas da organização e não como meros sujeitos passivos dela.
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5 - Conceito de RH ou de Gestão de Pessoas
Diferentes autores têm diversos conceitos sobre gestão de pessoas:
Administração de recursos humanos (ARH) é o conjunto de políticas e praticas necessárias para
conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos,
incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho.
ARH é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos
empregados.
Todos os gerentes são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles estão
envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento.
ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a
eficácia dos funcionários e das organizações.
ARH é a função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento,
desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados.
6 - Objetivos da Gestão de Pessoas
As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí, a necessidade de tornar as organizações
mais conscientes e atentas para seus funcionários.
As organizações bem-sucedidas estão percebendo que apenas podem crescer, prosperar e manter sua
continuidade se forem capazes de aperfeiçoar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros,
principalmente, o dos empregados.
E quando uma organização esta voltada para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura
organizacional passam a refletir essa crença.
A gestão de pessoas é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas - empregados,
funcionários, recursos humanos, talentos ou qualquer denominação utilizada - para alcançar os
objetivos organizacionais e individuais.
Os nomes como - departamento de pessoal, relações industriais, recursos humanos, desenvolvimentos
de talento, capital humano ou capital intelectual - são utilizados para descrever a unidade, departamento
e equipe relacionada com a gestão das pessoas. Cada qual reflete numa maneira de lidar com as
pessoas.
O termo administração dos recursos humanos (ARH) ainda é o mais comum de todos eles. As pessoas
podem aumentar ou reduzir as forças e franquezas de uma organização dependendo da maneira como
elas são tratadas.
Elas podem ser a fonte de sucesso como podem ser a fonte de problemas. É melhor tratá-las como
fonte de sucesso. Para que os objetivos da gestão de pessoas sejam alcançados, é necessário que as
pessoas sejam tratadas como elementos básicos para eficácia organizacional.
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6.1 - Qual o Papel das Pessoas na Organização?
Cada organização tem uma ideologia própria a respeito do papel das pessoas na tarefa organizacional.
A denominação dada às pessoas pode refletir qual o papel que a organização confere a elas. Veja a
seguir as possíveis denominações e escreva ao lado o que todas as denominações sugerem como
papel das pessoas:
Denominação Papel Sugerido pela Denominação
Mão de obra -------------------------------------------
Operário -------------------------------------------
Trabalhador -------------------------------------------
Empregado -------------------------------------------
Funcionário -------------------------------------------
Recursos humanos -------------------------------------------
Colaborador -------------------------------------------
Parceiro -------------------------------------------
Talento humano -------------------------------------------
Capital humano --------------------------------------------
Capital intelectual ---------------------------------------------
Outras denominações ---------------------------------------------
Os objetivos da gestão de pessoas são variados. A ARH deve contribuir para eficácia organizacional
através dos seguintes meios:
1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realiza sua missão. A função de RH é um componente
fundamental da organização de hoje. Antigamente, a ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas através
dos métodos e regras impostos aos funcionários para obter eficiência. O principal objetivo da ARH é ajudar a
organização a atingir suas metas, objetivos e a realizar sua missão.
2. Proporcionar competitividade à organização. Isto significa saber empregar as habilidades e competências da
força de trabalho. A função da ARH é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar
clientes, parceiros e empregados.
3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas. Quando um executivo diz que o
propósito da ARH é construir e proteger o mais valioso patrimônio da empresa - as pessoas - ele esta se referindo
a este objetivo da ARH.
4. Aumentar a auto-atualização e a satisfação das pessoas no trabalho. Antigamente a ênfase era colocada
nas necessidades da organização. Hoje, sabe-se que as pessoas precisam ser felizes. Para que sejam produtivas,
as pessoas devem sentir que o trabalho é adequado às suas capacidades e que estão sendo tratadas
eqüitativamente. Para as pessoas, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal.
5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho. Qualidade de vida no trabalho ( QVT ) é um conceito
que se refere aos aspectos da experiência do trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para tomar
as decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas
significativas e agradáveis.
6. Administrar e impulsionar a mudança. Nas ultimas décadas, houve um período turbulento de mudanças
sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e políticas. Essas mudanças e tendências trazem novas abordagens,
mais flexíveis e ágeis, que devem ser utilizadas para garantir a sobrevivência das organizações.
7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável. Toda atividade de ARH deve ser
aberta, transparente, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas, e os seus direitos básicos devem
ser garantidos. Os princípios éticos devem ser aplicados a todas as atividades da ARH.
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7 - Os Processos de Gestão de Pessoas
A moderna gestão de pessoas consiste de varias atividades integradas, como descrição e analise de
cargos, planejamento de RH, recrutamento, seleção, orientação e motivação das pessoas, avaliação do
desempenho, remuneração, treinamento e desenvolvimento, relações sindicais, seguranças, saúde e
bem estar etc.
7.1 - O Que é a Gestão de Pessoas?
No seu trabalho, cada administrador - seja ele um diretor, gerente, chefe ou supervisor - desempenha
as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo, a saber: planejar,
organizar, dirigir, e controlar. A ARH procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas
funções porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas através das pessoas que formam sua equipe.
E com sua equipe de subordinados que o administrador executa as tarefas e alcança metas e objetivos.
A ARH refere-se às políticas e práticas necessárias para administrar o das pessoas, tais como:
Análise e descrição de cargos e modelagem do trabalho.
Recrutamento e seleção de pessoal e admissão de candidatos selecionados.
Orientação e integração de novos funcionários.
Administração de cargos e salários.
Incentivos salariais e benefícios sociais.
Avaliação do desempenho das pessoas.
Comunicação aos funcionários.
Treinamento e desenvolvimento das pessoas.
Desenvolvido organizacional.
Higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho.
Relações com empregados e ralações sindicais.
Essas políticas e práticas podem ser resumidas em seis processos básicos.
7.2 - Os Seis Processos de Gestão de Pessoas
Na verdade, a Gestão de pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os
seis processos básicos de Gestão de pessoas são os seguintes:
1. Processos de Agregar Pessoas. São os processos utilizados para incluir novas pessoas na
empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluir em
recrutamento e seleção de pessoas.
2. Processos de Aplicar Pessoas. São os processos utilizados para desenhar as atividades que as
pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Inclui desenho
organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação
do desempenho.
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3. Processos de Recompensar Pessoas. São os processos utilizados para incentivar as pessoas e
satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e
benefícios e serviços sociais.
4. Processos de Desenvolver Pessoas. São os processos utilizados para capacitar e incrementar o
desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Incluem seu treinamento e desenvolvimento,
gestão do conhecimento e gestão de competências, programas de mudanças e desenvolvimento de
carreiras e programas de comunicações e consonâncias.
5. Processos de Manter Pessoas. São os processos utilizados para criar condições ambientais e
psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura
organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações
sindicais.
6. Processos de Monitorar Pessoas. São os processos utilizados para acompanhar e controlar as
atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações
gerenciais.
Influencias Ambientais Externas
Leis e regulamento legais
Sindicatos
Condições econômicas
Competitividade
Condições sociais e culturais
Influencias Organizacionais Internas
Missão organizacional
Visão, objetivos e estratégia
Cultura organizacional
Natureza de tarefas
Estilo de liderança
7.3 - Processo de RH
↓
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Processo de
agregar
pessoas
Processo de
aplicar
pessoas
Processo de
recompensar
pessoas
Processo de
desenvolver
pessoas
Processo de manter
pessoas
Processos de
monitorar
pessoas
Recrutamento
Seleção
Desenhos de
cargo.
Avaliação de
desempenho.
Remuneração
Benefícios e
serviços
Treinamento
Mudanças
Comunicações
Disciplina
Higiene, segurança e
qualidade de vida
Relações com
sindicatos
Banco de
dados.
Sistema de
informações
gerenciais
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
↓
Resultados Finais Desejáveis
Práticas éticas e socialmente
responsáveis
Produtos e serviços
competitivos e de alta
qualidade
Qualidade de vida no
trabalho
Gestão de Recursos Humanos
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8 - A Estrutura do Órgão de Gestão de Pessoas
Antigamente, os Órgãos de ARH eram tradicionalmente estruturados dentro do esquema de
departamentalização funcional que predominava nas empresas. A estrutura funcional privilegia a
especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental, mas produz duas conseqüências e
indesejáveis:
A sub - objetivação (os objetivos tornam-se mais importantes que os objetivos globais e organizacionais) que
funciona como uma força centrífuga de esforços.
A enorme dificuldade de cooperação interdepartamental (os departamentos mais se separam e brigam do
que cooperam entre si) que impede a visão sistêmica e a obtenção de sinergia entre órgãos.
Na figura a seguir, cada divisão aglutina profissionais especializados em suas funções especificas.
Aparentemente, essa especialização traz vantagens pela concentração e integração de prof issionais.
Entretanto, essas vantagens são toldadas pela orientação focada nos objetivos específicos de cada
função.
Órgão de Recursos Humanos
↓
Divisão de
recrutamento e
seleção de
pessoal
Divisão de cargo
e salários
Divisão de
benefícios
sociais
Divisão de
treinamento
Divisão de
higiene e
segurança
Divisão de
pessoal
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Psicólogo
Sociólogo
Estatísticos
Analistas de Cargos e Salários
Assistentes Sociais
Especialistas em Benefícios
Analista de Treinamentos
Instrutores
Comunicadores
Médicos
Enfermeiros
Engenheiros de Segurança
Especialistas em Qualidade de
Vida
Auxiliar de Pessoas
Analistas de Pessoal
Gestão de Recursos Humanos
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Agregando pessoas → quem deve trabalhar na organização:
* Recrutamento de pessoal
* Seleção de pessoal
Aplicando pessoas → o que as pessoas deverão fazer:
* Desenhos de cargo
* Avaliação do desempenho
Recompensando pessoas → como recompensar as pessoas:
* Recompensas e remuneração
* Benefícios e serviços
Moderna Gestão Desenvolvendo pessoas → como desenvolver as pessoas:
de Pessoas * Treinamento e desenvolvimento
* Programa de mudanças
* Programas de comunicações
Mantendo pessoas → como manter as pessoas no trabalho:
* Benefícios
* Descrição e analise de cargos
Monitorando pessoas → como saber o que fazem o que são:
* Sistema de informação gerencial
8.1 - O Novo Papel do Gerente
Roberto Cerqueira procurou ajuda no departamento de treinamento da Beta. Seu objetivo: aprender as
novas habilidades e obter o conhecimento para alcançar sucesso na nova posição. Em rápido
levantamento, concluiu que precisa urgentemente conhecer alguma coisa sobre liderança sobre
motivação e comunicação para poder com seus subordinados. Cerqueira sentia-se um peixe fora
d’água. Nunca imaginou passar por um aperto como esse. Como você poderia ajudá-lo?
9 - As Mudanças e Transformações na Função de RH
9.1 - Recursos Humanos
Na Industrialização Neoclássica, os departamentos de recursos humanos que substituem os antigos
departamentos relações industriais. Além das tarefas operacionais e burocráticas, os chamados DRH
desenvolvem funções operacionais e táticas, como órgãos prestadores de serviços especializados.
Cuidam do recrutamento, seleção, treinamento, avaliação, remuneração, higiene e segurança do
trabalho e de relações trabalhistas e sindicais, com variadas doses de centralização e monopólio
dessas atividades.
Gestão de Recursos Humanos
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9.2 - Gestão de Pessoas
Na era da Informação, surgem às equipes de gestão com pessoas, que substituem os departamentos
de recursos humanos e de gestão de pessoas. As tarefas operacionais e burocráticas são transferidas
para terceiros através da terceirização, enquanto as atividades táticas são delegadas aos gerentes de
linha em toda a organização, os quais passam a ser os gestores de pessoas.
As equipes de RH proporcionam consultoria interna, para que a área possa assumir atividades
estratégicas de orientação global, visando ao futuro e ao destino da organização e seus membros. As
pessoas – de agentes passivos que são administrados – passam a constituir agentes ativos e
inteligentes que ajudam a administrar os demais recursos organizacionais.
9.3 - Os Novos Papéis da Gestão de Pessoas
Com todas essas mudanças e transformações no mundo todo, a área de RH esta passando por
profundas mudanças. E nem poderia ser diferente. Nos últimos tempos, a área passou por uma forte
transição. Na verdade, os papeis hoje assumidos pelos profissionais de RH são múltiplos: eles devem
desempenhar papeis operacionais e ao mesmo tempo estratégicos.
9.3.1 - Os Novos Papéis da Função de RH
Os dois eixos da figura definem quatro papeis principais de RH, a saber:
1. Administração de Estratégias de Recursos Humanos. Como RH pode ajudar a impulsionar a
estratégia organizacional.
2. Administração da Infra-Estrutura da Empresa. Como RH pode oferecer uma base de serviços à
organização para ajudá-la a ser eficiente e eficaz.
3. Administração da Contribuição dos Funcionários. Como RH pode ajudar no envolvimento e
comprometimento dos funcionários, transformando-os em agentes empreendedores, parceiros e
fornecedores para a organização.
4. Administração da Transformação e da Mudança. Como RH pode ajudar na criação de uma organização
criativa, renovadora e inovadora.
DE → PARA
OPERACIONAL E BUROCRÁTICO → ESTRATÉGICO
POLICIAMENTO E CONTROLE → PARCERIA E COMPROMISSO
CURTO PRAZO E IMEDIATISMO → LONGO PRAZO
ADMINISTRATIVO → CONSULTIVO
FOCO NA FUNÇÃO → FOCO NO NEGOCIO
FOCO INTERNO E INTROVERTIDO → FOCO EXTERNO E NO CLIENTE
REATIVOE SOLUCIONADOR DE → PROATIVO E PREVENTIVO PROBLEMA
FOCO NA ATIVIDADE E NOS MEIOS → FOCO NOS RESULTADOS E NOS MEIOS.
Gestão de Recursos Humanos
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9.4 - Definição de Papéis de RH
Papéis de RH Resultado Característica Atividade Principal
Administração de
Estratégia de recursos
humanos
Execução da
Estratégia
Parceiro estratégico
para ajudar a alcançar
objetivos
organizacionais
Ajuste das estratégias de RH à
estratégia empresarial:
Diagnóstico organizacional para
detectar forças e fraquezas da
organização
Administração da infra-
estrutura
Construção de uma
infra-estrutura eficiente
Especialista
administrativo para
reduzir custos e
aumentar valor
Reengenharia dos processos da
organização:
Serviços em comum para a melhoria
contínua
Administração da
contribuição dos
funcionários
Aumento do
envolvimento e
capacidade dos
funcionários
Defensor dos
funcionários para
treinar e incentivar as
pessoas
Ouvir e responder aos funcionários:
prover recursos aos funcionários
para incentivar contribuições.
Administração da
transformação e da
mudança
Criação de uma
organização renovada
Agente de mudança e
inovação para melhorar
a capacidade de mudar
Gerir a transformação e a mudança:
Assegurar capacidade para mudança
e identificação e solução de
problemas
Texto 1 - Gestão de Pessoas
Buscando Qualidade de Vida no Trabalho
Ana Paula Maciel Dias
Diversas empresas no mundo vêm percebendo a necessidade de valorizar as pessoas que nela
trabalham, pois os métodos mecanicistas aplicados com vistas a aumentar a produtividade trouxeram
consigo implicações negativas e que influenciam significamente a motivação de seus empregados.
Sendo assim, buscando minimizar os desgastes decorrentes do trabalho, diferentes políticas são
implementadas em toda estrutura empresarial visando à maximização do prazer das pessoas no
desenvolvimento de suas tarefas. A adequação dessas políticas tem como objetivo alcançar resultados
efetivos quanto à produção e/ou prestação de serviços, gerando assim satisfação na organização,
diminuindo os conflitos pertinentes à relação entre capital e trabalho.
Nesse contexto surge então a crescente preocupação das empresas com relação à “qualidade de vida
no trabalho”. Portanto, podemos entender como qualidade de vida no trabalho, todas as ações que
envolvem melhoria das condições de trabalho que atingem as variáveis comportamentais,
organizacionais e ambientais a partir de políticas de Recursos Humanos que visam ressaltar aspectos
humanitários no dia-a-dia profissional.
Walton, (1973) (apud. Sant’ana 2002) considera que “(...) a expressão qualidade de vida no trabalho tem sido
usada, com crescente freqüência, para descrever certos valores ambientais e humanos negligenciados
pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade industrial e do
crescimento econômico”.
Gestão de Recursos Humanos
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No início da década de 70, a preocupação em repensar o trabalho além de seu aspecto único de
produção já era emergente. Pensar sobre as pessoas inseridas na organização como sujeitos
envolvidos em um processo, que influem e são influenciados pelo trabalho é fundamental para o
crescimento de uma sociedade ativa e sadia.
Lippit, (1978) (apud. Sant’ana 2002) tomando como referência o trabalho de Walton, agrupa diversas
variáveis em quatro fatores-chave para a Qualidade de Vida no Trabalho. O primeiro fator-chave é o
Trabalho em si, que aborda aspectos que enfatizam objetivos, feedback da performance,
responsabilidade, envolvimento na tomada de decisões, enfim fatores diretamente relacionados às
atividades que o colaborador desenvolve.
O segundo fator-chave é O Indivíduo, o aprimoramento de sua auto-imagem, as possibilidades de
aprendizado, a coerência entre os objetivos de vida e de trabalho e o clima propício à amizade. Já no
terceiro fator-chave o item a ser questionado e trabalhado é a Produção do Trabalho, ou seja, a geração
de responsabilidades, de colaborações intergrupos, as recompensas pela qualidade, inovação e a
possibilidade da mensuração de objetivos.
Por último, e não menos importante, as Funções e Estrutura da Organização que aqui podemos
entender como clima organizacional propício à criatividade, comunicação clara e eficiente, respeito ao
indivíduo e sentimento de avanço e desenvolvimento que caracterizam os novos paradigmas
empresariais.
Torna-se fundamental destacar que, as pessoas não são mais meros recursos de produção, são
agentes ativos e parceiras no sucesso da empresa, são dotadas de habilidades mentais valiosas que se
traduzem no capital mais importante e significativo das empresas: o capital humano.
O investimento na Qualidade de Vida no trabalho é certeza de retorno. Profissional capacitado,
envolvido, motivado, com alto índice de satisfação é um diferencial no mercado para as empresas,
eleva o empenho na geração de resultados tornando-se notório seu benefício junto aos vários
segmentos da organização.
A partir de estudos de Lippit percebemos o quanto é simples e ao mesmo tempo complexo propiciar a
Qualidade de Vida no Trabalho. Para que o trabalhador se sinta motivado e envolvido é necessário
relevar aspectos que vão desde as suas tarefas básicas à sua autonomia e valorização dentro da
empresa, sem deixar de lado aspectos sociais relevantes.
As organizações vivenciam um grande paradoxo, quanto mais incerto o futuro, mais elas necessitam
definir alternativas que garantam seu desenvolvimento e perenidade no mercado, o que significa
assegurar mais do que seu presente, mas também promover a competência e a capacitação de seus
profissionais, a fim de estarem preparadas para os desafios do futuro, sob condições constantes de
mudanças.
A administração de Recursos Humanos não pode mais se resumir em Administração de pessoal com
foco nas leis trabalhistas. Há uma necessidade de sairmos do gerenciamento tradicional, de controles
legais e burocráticos para a valorização das pessoas, de suas características particulares, sujeitos com
histórias, habilidades e conhecimentos próprios.
A nova função da administração de Recursos Humanos é ser um setor estrategista, que facilita a
realização dos objetivos organizacionais. A gestão de Recursos Humanos não pode mais ser encarada
como centro de custos e sim como centro de lucro, onde investimentos em pessoas, treinamentos,
criatividade, é um investimento direto no negócio como um todo.
Para desenvolver um ambiente propício ao desenvolvimento da Qualidade de Vida no trabalho é
fundamental a empresa ter um diagnóstico de seu clima organizacional, visando conhecer seus maiores
problemas, usa potencialidades podendo caracterizar o perfil ideal de seus colaboradores, a partir deste
diagnóstico o setor responsável pelo capital humano da empresa pode traçar seu plano de ação,
atentando para o desenvolvimento psico-social e funcional dos colaboradores.
Gestão de Recursos Humanos
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A mudança na atual maneira de pensar, ou seja, o refletir sobre a empresa mecanicista, é fundamental,
uma vez que o século XXI primazia o social, o orgânico e o trabalho desenvolvido apoiando-se na
confiança, onde o funcionário pratica a autonomia e responsabilidade, buscando atingir metas tanto no
aspecto individual como em grupo, sendo reconhecido por isto.
Uma empresa orgânica, com uma estrutura horizontal onde todos os setores e colaboradores são
imprescindíveis, torna-se significativamente mais competitiva.
Na nossa realidade, estamos engatinhando no processo de desenvolvimento, ainda importamos teorias
e buscamos adaptá-las ao nosso meio. Novas posturas devem ser incorporadas nos diversos níveis
hierárquicos, o significado e importância das pessoas estarem nas empresas devem ser relevados,
proporcionando a mudança de perspectiva para com o trabalho, fazendo do mesmo um coeficiente de
crescimento pessoal e profissional.
As empresas que hoje, acreditam no ser humano como figura central e que conseguem identificar a
personalidade de sua equipe, podem propor programas que se adaptam às diferentes maneiras de
interpretar as normas, os padrões, a mobilidade da liderança e da autoridade, conseguindo desenvolver
trabalhos que são alavancas do senso de identidade de pertencer a uma equipe.
O status de cidadania empresarial, perseguido por uma grande maioria das empresas, é adquirido a
partir do desenvolvimento de políticas de incentivo que visam o entendimento do funcionário, de que ele
é importante no processo e que sua saúde psico-social é quesito relevante para a empresa.
Estudos demonstram que o fator humano tem um efeito crucial sobre a percepção, por parte do cliente,
da qualidade do serviço. Empresas que adotam esta postura possuem vantagem competitiva no
mercado, pois possuem funcionários motivados, dinâmicos, criativos e proativos, parceiros para as
conquistas e nas dificuldades. A qualidade de vida no trabalho modifica vários aspectos de meio
ambiente, criando situações favoráveis ã satisfação dos empregados e ã produtividade através de
métodos participativos que muitas vezes, tem baixo custo e alto impacto.
A preocupação com o impacto sobre as pessoas deve ser abordada a partir do processo seletivo até o
desligamento do funcionário. Treinamento, manutenção de pessoal, benefícios, qualificação,
remuneração e segurança no trabalho são aspectos fundamentais para a conquista da qualidade de
vida no trabalho.
As ameaças internas como fuga de talento, baixa produtividade, alto índice de absenteísmo e tournover,
greves, conflitos, desrespeito, desmotivação e elevado número de acidentes de trabalho, podem ser
extintos quando a empresa assegura o bem estar dos funcionários e de seus dependentes, o que só é
conseguido a partir de práticas que visam qualidade de vida.
Tendo em vista os vários aspectos abordados neste texto, podemos concluir que fortalecer a
capacidade organizacional é basicamente contar com a força do capital humano que se consegue
mobilizar. Mudanças organizacionais não deixam de ser complexas e muitas vezes dolorosas, mas a
necessidade de ser e estar competitiva de introduzir novas posturas com seus colaboradores.
Acredito ser importante repensar nossos lugares no trabalho, finalizo então deixando quatro perguntas
que considero importantes no insight de um processo de mudança:
Você é feliz com o que produz e da forma que produz?
Você se considera importante no processo de sua empresa?
Você credita que a empresa onde trabalha o considera importante?
E por fim e não menos importante: Você acredita em Qualidade de Vida no trabalho?
SANT’Ana, Anderson de Souza; MORAES, Lúcio Flávio Renaul. O Movimento da Qualidade de Vida no Trabalho: Um estudo de suas Origens. Evolução. Principais Abordagens e Avanços no Brasil. UFMG – CEPEAD, Belo Horizonte. 2002
(Ciclo de Debates)
Gestão de Recursos Humanos
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10 - Administração de Recursos Humanos em Pequenas Empresas
A administração de recursos humanos abrange o conjunto de técnicas e instrumentos que permitem às
organizações atrair, manter e desenvolver os talentos humanos. Em face do contexto ora vivenciado
pelas organizações, caracterizado por mudanças constantes de natureza econômica, social e
tecnológica, torna-se fundamental, em qualquer empresa, uma administração voltada para a gestão de
recursos humanos, visto que a continuidade de sua existência será determinada pela qualidade
agregada aos seus produtos ou serviços, tendo como base "pessoas" motivadas e com alto nível de
qualidade pessoal e profissional. Fica claro, portanto nesse cenário que o diferencial hoje é o talento
humano.
Elevados índices de rotatividade, de absenteísmo e de acidentes de trabalho, problemas com qualidade
dos produtos, retrabalho, desperdício de materiais, baixos salários, condições de trabalho inadequadas
e relações de trabalho insatisfatórias são fatores que estão diretamente relacionados à administração
de recursos humanos, que, na maioria das empresas, é limitada ao cumprimento, apenas, dos aspectos
legais da relação governo x empresa x empregado.
Para superar essas dificuldades as empresas modernas estão investindo em treinamentos que levem
as pessoas ao autoconhecimento e autodesenvolvimento, buscando uma maior capacidade de trabalho
em equipes multidiciplinares, bem como estão adaptando os móveis e as condições dos postos de
trabalho visando o conforto e bem-estar de seus colaboradores. É necessário administrar recursos
humanos de forma ampla. Para isso precisamos conhecer alguns conceitos:
Organização: As organizações são formadas por indivíduos que buscam alcançar objetivos, que em
ação individual isolada não conseguiriam alcançar. A cooperação entre esses indivíduos é essencial
para a existência da organização.
Descrição dos Cargos: Descrever um cargo consiste em enumerar todas as tarefas e
responsabilidades atribuídas ao seu ocupante. Vale ressaltar, que quando vamos descrever um cargo,
não podemos levar em consideração a pessoa que ocupa atualmente, e sim o que esse cargo deve
realizar, quais são as suas atribuições.
Administração de Salários: É o conjunto de normas e procedimentos que visam estabelecer e/ou
manter estruturas de salários eqüitativas e justas na organização. Em uma organização, cada cargo tem
o seu valor individual. Outro fator importante, é que seja baseado em um sistema lógico de
comparações internas e externas dos cargos e de seus respectivos salários.
Recrutamento: É o conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente
qualificados e capazes de ocupar cargos na organização. Esse processo de busca dos candidatos pode
ser realizado dentro ou fora da empresa. Etapas do recrutamento:
Planejamento - analisar e programar o quadro de pessoal, considerando a quantidade de
vagas, níveis de responsabilidade e de atuação, faixas salariais, etc.
Execução - as empresas podem ter um profissional responsável ou terceirizar essa atividade.
A decisão deve levar em conta o custo, a agilidade e a qualidade do recrutamento.
Fontes de Recrutamento - são os locais onde buscamos os candidatos para preenchimento
das vagas nas empresas. Podem ser internos ou externos.
Seleção: É o processo que visa escolher, entre os candidatos recrutados, os mais qualificados ou que
se identificam mais com as características da vaga (escolher os mais aptos), visando manter ou aumentar a
eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização. A seleção constitui a
escolha da pessoa certa para o lugar certo.
Entrevistas de Seleção
Gestão de Recursos Humanos
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É o momento que vamos coletar informações complementares e conhecer o estilo de cada candidato,
observando conhecimentos, habilidades e atitudes que interferem em seu comportamento e conduta,
procurando identificar características profissionais, sociais, intelectuais e pessoais. Devemos nos
preocupar sempre em fazer perguntas que tenham algum objetivo. Para uma entrevista bem-sucedida,
antes de perguntar ao candidato, devemos nos perguntar: porque preciso dessa informação?
Testes de Seleção
Tem como objetivo medir aspectos intelectuais, de personalidade ou técnicos relativos à cada profissão
ou cargo. Devem ser preparados considerando o cargo e as características dos mesmos, assim como
os aspectos pessoais envolvidos em cada função. Existem dois tipos de testes:
Conhecimento – verificam o real conhecimento dos candidatos, mas devem ser preparados de acordo
com a realidade de cada empresa e de cada função. Podem ser:
Testes gerais (cultura geral e línguas); ou
Específicos (de cultura profissional e de conhecimentos técnicos);
Psicológicos – é um complemento para o processo de seleção, que possibilita visualizar ou constatar
características de comportamento pessoal, social ou cognitivas dos candidatos. Os testes psicológicos
só podem ser aplicados por psicólogos.
Técnicas de Simulação ou Dinâmicas de Grupo
São atividades em grupo, conduzidas por profissionais qualificados, que visam simular situações ou
casos específicos, onde os participantes vivenciam e participam com suas opiniões e sua visão pessoal
sobre as mesmas. Podem ser adaptados em forma de jogos que permitem observar e avaliar as
posturas e as maneiras de reagir de cada participante à determinada tarefa, fazendo a ligação com os
aspectos profissionais. A capacidade de trabalhar em equipes tem sido muito valorizada no momento
atual.
Contratação/Registro: Após todas essas análises, a empresa terá o candidato apto para assumir o
cargo. Procede-se então a sua contratação. Para tanto, o empresário deverá obedecer a uma série de
procedimentos para admissões previstos na legislação vigente.
Integração do Novo Empregado: Feita a contratação e antes de se dedicar ao trabalho, o funcionário
deverá passar por um processo de integração à empresa, como objetivo de facilitar a sua adaptação.
Neste processo, o empregado vem a ter uma visão global da empresa, de sua história, de seus
objetivos, de sua sistemática de trabalho, etc. Deverão também ser informados os direitos e deveres do
funcionário na empresa, datas de pagamentos, adiantamentos, entre outros. Concluída a exposição, o
novo funcionário é encaminhado para o local onde irá trabalhar, sendo este apresentado aos demais
colegas de trabalho.
Treinamento e Desenvolvimento: Nem sempre as pessoas sabem exatamente o que fazer no seu
trabalho. As empresas precisam ensinar seus empregados a executar as suas tarefas da maneira como
elas desejam e como a consideram correta. As pessoas motivadas apresentam uma enorme aptidão
para o desenvolvimento, que é o potencial para aprender novas habilidades, obter novos
conhecimentos, modificar atitudes/comportamentos e liberar sua criatividade.
Avaliação de Desempenho: São técnicas utilizadas com a finalidade de obter informações sobre o
comportamento profissional do funcionário, face ao posto de trabalho que ocupa na empresa. Em
resumo, é um conceito dinâmico, pois os empregados estão sendo continuamente avaliados, seja
formal ou informalmente, nas organizações.
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11 - Liderança
A Teoria das Relações Humanas constatou a influência da liderança sobre o comportamento das
pessoas.
Enquanto a Teoria Clássica enfatizava a autoridade formal, considerando apenas a chefia dos níveis
hierárquicos superiores sobre os níveis inferiores nos aspectos relacionados com as atividades do
cargo, a Experiência de Hawthorne teve o mérito de demonstrar a existência de líderes informais que
encarnavam as normas e expectativas do grupo e mantinham controle sobre o comportamento do
grupo, ajudando os operários a atuarem como um grupo social coeso e integrado.
11.1 - Conceito de Liderança
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas e em
cada um de seus departamentos. Ela é essencial em todas as funções da Administração.
O administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. A
liderança pode ser visualizada sob diversos ângulos, a saber:
11.1.1 - Liderança como um Fenômeno de Influência Interpessoal
A influência envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se
provocam mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos sociais.
O controle representa as tentativas de influência bem-sucedidas, isso é, que produzem as
conseqüências desejadas pelo agente influenciador.
O poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre outras; é a capacidade de exercer influência,
embora isto não signifique que essa influência seja realmente exercida. O poder é potencial
influenciável que pode ou não ser realizado.
A autoridade é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel ou
posição em uma estrutura organizacional. É, portanto, o poder legal e socialmente aceita.
11.1.2 - Liderança como Processo de Redução da Incerteza de um Grupo
Liderança é um processo contínuo de escolha que permite a empresa caminhar em direção à sua meta,
apesar de todas as perturbações internas e externas.
O grupo tende a escolher como líder à pessoa que pode lidar maior assistência e orientação (que escolha
ou ajude o grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus objetivos.
A liderança é uma questão de redução da incerteza do grupo.
O comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisão.
Gestão de Recursos Humanos
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11.1.3 - Liderança como uma Relação Funcional entre Líder e Subordinada
A relação entre líder e subordinados repousa em três generalizações, a saber:
A vida para cada pessoa pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer
necessidades, aliviar tensões e manter equilíbrio.
A maior parte das necessidades individuais em nossa cultura é satisfeita por meio de
relações com outros indivíduos ou grupos sociais.
Para qualquer indivíduo, o processo de usar relações com outros indivíduos é um processo
ativo - e não passivo - de satisfazer necessidades. Em outros termos, o indivíduo não espera
passivamente que a relação capaz de proporcionar-lhe os meios de satisfazer uma
necessidade ocorra naturalmente, mas ele próprio procura os relacionamentos adequados
para tanto ou utiliza aqueles relacionamentos que já existem com o propósito de satisfazer
suas necessidades pessoais.
11.1.4 - Liderança como um Processo em Função do Líder, dos Seguidores e de
Variáveis da Situação
Liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas ou grupos nos esforços para realização de
objetivos em uma determinada situação.
A liderança depende de variáveis no líder, nos subordinados e na situação.
A liderança existe em função das necessidades em determinada situação. Trata-se de uma abordagem
situacional.
11.2 - Teorias sobre Liderança
11.2.1 - Teorias de Traços de Personalidade
Um traço é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade. Segundo essas teorias, o líder é
aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas.
Cada autor especifica alguns traços característicos de personalidade que definem o líder, como:
Traços físicos - como energia, aparência pessoal, estatura e peso.
Traços intelectuais - adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança.
Traços sociais - cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa.
Traços relacionados como a tarefa - impulsos de realização, persistência e iniciativa.
Em resumo, um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo para ter condições
de liderar com sucesso.
11.2.2 - Teorias sobre Estilos de Liderança
São as teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação
aos seus subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua conduta.
Gestão de Recursos Humanos
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Enquanto a abordagem dos traços se refere àquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de liderança
se refere àquilo que o líder faz, isto é, seu estilo de comportamento para liderar. As teorias mais
conhecidas sobre estilos de liderança são:
Liderança Autocrática: o líder centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo.
Liderança Liberal: o líder delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o totalmente à
vontade e sem controle algum.
Liderança Democrática: o líder conduz e orienta o grupo e incentiva a participação
democrática das pessoas.
Na prática, o líder utiliza os três processos de liderança, de acordo com a situação, com as pessoas e
com a tarefa a ser executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como consulta os subordinados
antes de tomar uma decisão, como também sugere a alguns subordinados realizar determinadas
tarefas; ele utiliza a liderança autocrática, a democrática e a liberal. O desafio da liderança é saber
quanto aplicar qual processo, com quem e dentro de que circunstâncias a atividades a serem
desenvolvidas.
11.2.3 - Teorias Situacionais da Liderança
As teorias situacionais são mais atrativas ao administrador, pois aumentam as opções e possibilidades
de mudar a situação para adequá-las a um modelo de liderança ou então mudar o modelo de liderança
para adequá-lo à situação. O líder é aquele que é de se ajustar a um grupo de pessoas sob condições
variadas. A localização e o reconhecimento de um líder dependem da posição estratégica que ele
ocupa dentro da cadeia de comunicações e não apenas de suas características de personalidade. Da
abordagem situacional, podem-se inferir as seguintes proposições:
Quando as tarefas são rotineiras e repetitivas, a liderança é limitada e sujeita a controles pelo
chefe.
Um líder pode assumir diferentes padrões de liderança para cada um de seus subordinados, de
acordo com as forças anteriores.
Para um mesmo subordinado, o líder também pode assumir diferentes padrões de liderança,
conforme a situação envolvida.
Em situações em que o subordinado apresenta alto nível de eficiência, o líder pode dar-lhe maior
liberdade nas decisões, mas se o subordinado apresenta erros seguidos e imperdoáveis, o líder pode
impor-lhe maior autoridade pessoal e menor liberdade de trabalho.
12 - Motivação
Com o advento da teoria das Relações Humanas uma nova linguagem passa a dominar o repertório
administrativo: fala-se em motivação. Os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização
do trabalho etc, passam a ser contestados, subitamente, explora-se o reverso da medalha.
O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a
primazia em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo
diferente, pois o homo economicus cede o lugar para o homem social.
Gestão de Recursos Humanos
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Essa revolução na Administração ocorreu nos prenúncios da Segunda Guerra mundial, ressaltando o
caráter democrático da Administração. A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase nas
pessoas. Com a Teoria das Relações Humanas, surge uma nova concepção sobre a natureza do
homem: o homem social, que se baseia nos seguintes aspectos:
Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, dotados de sentimentos, desejados e
temores. O comportamento no trabalho como o comportamento em qualquer lugar é uma
conseqüência de muitos fatores motivacionais.
As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfação por meio dos
grupos sociais com quem interagem. Dificuldades em participar e em relacionar com o grupo
provocam elevação da rotatividade de pessoal, abaixamento do moral, fadiga psicológica,
redução dos níveis de desempenho, etc.
O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança. O
supervisor eficaz é aquele que possui habilidade para influenciar seus subordinados, obtendo
lealdade, padrões elevados de desempenho e alto compromisso com os objetivos da
organização.
As normas sociais do grupo funcionam como mecanismos reguladores do comportamento dos
membros. Os níveis de produção são controlados informalmente pelas normas do grupo. Esse
controle social adota tanto sensações positivas (estímulos, aceitação social etc.) como negativas
(gozações, esfriamento por parte do grupo, sensações simbólicas etc.).
A concepção do homo economicus, segundo o qual o comportamento do homem é motivado
exclusivamente pela busca do dinheiro e pelas recompensas salariais e materiais do trabalho,
passam a ser contestada. A Experiência de Hawthorne teve o mérito de demonstrar que o
pagamento ou recompensa salarial - mesmo quando efetuado em bases justas ou generosas
não é o único fator decisivo na satisfação do trabalho.
Elton Mayo e sua equipe passaram a chamar a atenção para uma nova teoria da motivação
antagônica à do homo economicus: o ser humano é motivado, não por estímulos econômicos e
salariais, mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais.
12.1 - Necessidades Humanas Básicas
A compreensão da motivação do comportamento supõe o conhecimento das necessidades humanas. A
teoria das Relações Humanas constatou a existência das necessidades básicas. O comportamento
humano é determinado por causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento e controle do
homem. Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscientes
que levam o indivíduo a um determinado comportamento.
A motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que é
dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades. São elas:
12.1.1 - Necessidades Fisiológicas
São as necessidades primárias, vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo.
São inatas e instintivas. Situadas no nível mais baixo, as necessidades fisiológicas são também comuns
aos animais. Exigem satisfação periódica e cíclica. As principais necessidades fisiológicas são as de
alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de
segurança física contra perigos.
Gestão de Recursos Humanos
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12.1.2 - Necessidades Psicológicas
São necessidades secundárias e exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da
vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades.
As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude. O homem procura
indefinidamente maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando
gradativamente. As principais necessidades psicológicas são as seguintes:
Segurança íntima. É a necessidade que leva o indivíduo à autodefesa, procura de proteção contra o perigo, ameaça ou privações.
De participação. È a necessidade de fazer parte, de ter contato humano, de participar conjuntamente com outras pessoas de alguma coisa ou empreendimento.
De autoconfiança. É a necessidade decorrente da auto-avaliação e auto-apreciação de cada indivíduo. Refere-se á maneira pela qual cada pessoa se vê e se avalia. Ao auto-respeito e á consideração que tem para consigo mesmo.
De afeição. É a necessidade de dar e receber afeto, amor e carinho.
12.1.3 - Necessidades de Auto-Realização
São as necessidades mais elevadas e decorrem da educação da cultura da pessoa. Também são
raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem vai procurando maiores satisfações e
estabelecendo metas crescentemente sofisticadas. A necessidade de auto-realização é o corolário de
todas as necessidades humanas. É o impulso de realizar o próprio potencial, de estar em contínuo
desenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
12.2 - Ciclo Motivacional
O comportamento humano é motivado. A motivação é a tensão persistente que leva o indivíduo a
alguma forma de comportamento visando à satisfação de uma ou mais necessidades. Daí o conceito de
ciclo motivacional: o organismo humano permanece em estado de equilíbrio psicológico, até que um
estímulo o rompa e crie uma necessidade. Essa necessidade provoca um estado de tensão em
substituição ao estado de equilíbrio anterior. A tensão conduz a um comportamento ou ação para
chegar a alguma forma de satisfação da necessidade. Se a necessidade é satisfeita, o organismo
retorna a seu estado de equilíbrio inicial, até que outro estímulo sobrevenha.
12.3 - Frustração e Compensação
A satisfação das necessidades nem sempre é plenamente alcançada. Pode existir uma barreira ou
obstáculo que impeça esta satisfação. Toda vez que a satisfação é bloqueada por uma barreira, ocorre
à frustração. A frustração impede que a tensão existente seja liberada e mantém o estado de
desequilíbrio e tensão.
Além da satisfação ou frustração da necessidade, o ciclo motivacional pode ter outra solução: a
compensação ou transferência. A compensação ocorre quando o indivíduo tenta satisfazer uma
necessidade complementar ou substitutiva. Assim, a satisfação de outra necessidade aplaca a
necessidade mais importante e reduz ou evita a frustração.
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Dessa forma, as necessidades humanas podem ser satisfeitas, frustradas ou compensadas. A
frustração pode levar as reações comportamentais, como:
Desorganização do comportamento
Agressividade
Reações emocionais
Alienação e apatia
Daí, a importância de evitar a frustração no comportamento das pessoas.
12.4 - Moral e Clima Organizacional
O moral é uma decorrência do estado motivacional provocado pela satisfação ou não satisfação das
necessidades individuais das pessoas. O moral está intimamente relacionado com o estado
motivacional. Na medida em que as necessidades das pessoas são satisfeitas pela organização ocorre
elevação do moral. Na medida em que as necessidades das pessoas são frustradas pela organização,
ocorre abaixamento do moral.
Via de regra, o moral é elevado porque as necessidades individuais encontram meios e condições de
satisfação. O moral é baixo porque as necessidades individuais encontram barreiras internas ou
externas que impedem a sua satisfação e provocam frustrações. O moral elevado é acompanhado de
uma atitude de interesse, identificação, aceitação, entusiasmo e impulsos positivos em relação ao
trabalho, além da diminuição de problemas de supervisão e disciplina.
Por outro lado, o moral baixo é acompanhado por atitudes de desinteresse, negação, rejeição,
pessimismo e apatia com relação ao trabalho, além de problemas de supervisão e de disciplina.
Referências
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VROOM, Victor H. Gestão de Pessoas, Não de Pessoal. Campus. Rio de Janeiro, 1997.
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Internet:www.gestaoerh.com.br/ Acesso em: 12 de junho de 2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Ed. Atlas. São Paulo, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Empresa. Ed. Atlas. São Paulo, 1996.
CHIAVENATO, Idalberto - Introdução à Teoria Geral da Administração. Editora Campus, 6.ª Edição,
2000.
LUIZ, Sinclayr - Organização e Técnica Comercial. Editora Saraiva, 15ª Edição, 1993.
Série o Empreendedor - Como Entender o Mundo dos Negócios - volume 1, Edição Sebrae, 1994.
Série o Empreendedor - Como Planejar sua Empresa - volume 2 - Edição Sebrae, 1994.
Escola do Varejo - O caminho do Sucesso, Gestão Fiscal e Trabalhista - módulo VI, Edição Sebrae,
2003.
Programa de Educação Profissional - PEP, Marketing e Vendas - UNIFACS.
Iniciando um Pequeno Grande Negócio - O Perfil do Empreendedor - módulo I, Edição Sebrae, 1996.
Revista Você S.A. Edição 45 - ano 5 maio/2002.