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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE DETECÇÃO E RASTREAMENTO DE PESSOAS EM VÍDEO NO AMBIENTE DO REATOR NUCLEAR ARGONAUTA Fabio Waintraub Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Eletrônica e de Computação da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Eduardo Antônio Barros da Silva Carlos Alexandre Fructuoso Jorge (Externo) Rio de Janeiro Agosto de 2015

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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE DETECÇÃO E

RASTREAMENTO DE PESSOAS EM VÍDEO NO

AMBIENTE DO REATOR NUCLEAR ARGONAUTA

Fabio Waintraub

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Eletrônica e de Computação da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Eduardo Antônio Barros da Silva

Carlos Alexandre Fructuoso Jorge

(Externo)

Rio de Janeiro

Agosto de 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica – Departamento de Eletrônica e de Computação

Centro de Tecnologia, bloco H, sala H-217, Cidade Universitária.

Rio de Janeiro – RJ CEP 21949-900

Este exemplar é de propriedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que

poderá incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar

qualquer forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja

ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem

finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es).

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao povo brasileiro que contribuiu de forma significativa à

minha formação e estada nesta Universidade. Este projeto é uma pequena forma de

retribuir o investimento e confiança em mim depositados.

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AGRADECIMENTO

Aos meus orientadores, familiares, amigos e todas as outras pessoas envolvidas de

alguma forma nesse projeto. Deixo aqui registrado meus mais sinceros agradecimentos, sem

vocês nada disso seria possível.

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RESUMO

Este trabalho descreve o desenvolvimento de um sistema de monitoramento em

vídeo para propósitos de segurança em plantas nucleares. O objetivo final é rastrear

pessoas em vídeo, para monitoração da dose de radiação recebida por trabalhadores

durante seu trabalho em ambientes nucleares, online. Com base nas posições rastreadas

das pessoas, e em uma base de dados de medidas de taxas de dose de radiação dentro do

reator do reator de pesquisa Argonauta, será possível estimar a dose recebida por cada

pessoa na cena. Nesse projeto, serão avaliados alguns métodos da literatura para

detecção e rastreamento de pessoas em vídeos gravados no reator Argonauta. Para

detecção, serão avaliados: subtração entre quadros e Mistura de Gaussianas; o

rastreamento será baseado em cores (Camshift). Esses três métodos foram analisados

também de forma combinada. Os resultados estão comentados, juntamente com nossa

perspectiva de trabalhos futuros.

Palavras-Chave: nuclear, subtração de fundo, Misturas de Gaussianas, rastreamento

baseado em cores.

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ABSTRACT

This work describes the development of a video surveillance system for safety

purposes in nuclear plants. The final objective is to track people in videos, in order to

estimate the dose received by personnel, during the execution of working tasks in

nuclear plants, online. The estimation will be based on their tracked positions and on

dose rate mapping in a real nuclear plant at Instituto de Engenharia Nuclear, Argonauta

nuclear research reactor. Cameras have been installed within Argonauta’s room,

supplying the data needed. This paper reports people segmentation and tracking in

video. For tracking we use background subtraction with two different approaches: frame

differences, and Gaussian mixture modeling analysis. And, for tracking a method based

on color distribution (Camshift). These three methods were also combined for detecting

and tracking people in video. Results are commented, along with perspectives for

further work.

Key-words: nuclear, color distribution tracking, background subtraction,

Gaussian mixture modeling.

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SIGLAS

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

IEN – Instituto de Engenharia Nuclear

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

OpenCV – Open Computer Vision Library

MOG – Misturas de Gaussianas

ROI – Região de interesse

Camshift – Método adaptativo para rastreamento de objetos com base no histograma de

cores de uma região de interesse

Mean-Shift – Método para rastreamento de objetos com base no histograma de cores de

uma região de interesse

Absdiff – Método de Subtração direta de quadros

ALARA – Tão baixo quanto razoavelmente alcançável (As low As Reasonably

Achievable)

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Sumário

1 Introdução 1

1.1 - Tema... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 - Delimitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.3 - Justificativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.4 - Objetivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.5 - Metodologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 Revisão Teórica 4

2.1 - Princípio Alara. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 4

2.2 - Reator Argonauta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.3 - Métodos para segmentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.3.1 – Absdif. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.3.1 – MOG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.4 - Método de Rastreamento: Camshift ou Mean-Shift. . . . . . . . . . .

2.5 - Combinação MOG/Absdiff com MeanShift/Camshift. . . . . . . .

2.6 - Binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.6.1 – Binarização simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.6.2 – Binarização adaptativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.6.3 – Binarização Otsu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.7 - Morfologia Matemática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.8 - Análise de componentes conexos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.9 - Bouding Box. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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3 Experimentos

3.1 - Ground Truth. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .

3.2 - Métodos para segmentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.1 – Absdiff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.2 – Absdiff com Binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..

3.2.3 – Absdiff com binarização e morfologia. . . . . . . . . . .

3.2.4 – Absdiff com binarização, morfologia, componentes

conexos e Bounding Box. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.5 – Resultados do Absdiff versão final. . . . . . . . . . . . . .

3.2.6 – MOG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.7 – MOG com binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.8 – MOG com binarização e morfologia. . . . . . . . . . . . .

3.2.9 – MOG com binarização, morfologia, componentes

conexos e Bounding Box. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.10 – Resultados do MOG versão final. . . . . . . . . . . . . . .

3.3 - Método de rastreamento Camshift/Mean-Shift. . . . . . . .

3.2.1 – Combinação entre MOG ou Absdiff com o Camshift. .

3.2.2 – Resultados da combinação do Absdiff ou MOG com o

Camshift. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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4 Conclusões

37

Bibliografia 40

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xi

Lista de Figuras

2.2 – Reator Argonauta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.6.1a – Figura antes da binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.6.1b – Figura apos a binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.6.2 – Figura binarização adaptativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.7.2 – Figura binarização Otsu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3.1 – Figura acertos do comparador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

3.2.1 – Figura comparativa Absdiff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3.2.2 – Figura comparativa Absdiff com binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.2.3a – Figura comparativa Absdiff com abertura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3.2.3b – Figura comparativa Absdiff com fechamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3.2.3c– Figura comparativa Absdiff com morfologias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.2.4 – Figura comparativa Absdiff com bounding box. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.2.6 – Figura MOG default. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.2.6b – Figura MOG com diferentes taxas de aprendizado. . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.2.7 – Figura comparativa MOG com binarização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3.2.8a – Figura comparativa MOG com abertura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3.2.8b – Figura comparativa MOG com fechamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.2.8c – Figura comparativa MOG com morfologias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.2.9 – Figura comparativa MOG com bounding box. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.3a – Figura comparativa Camshit/Mean-shift. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

3.3b – Figura comparativa Camshift. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3.3c – Figura comparativa Camshift, erro de redução do alvo. . . . . . . . . . . . . 33

3.3.1 – Figura comparativa MOG ou Absdiff com Camshift. . . . . . . . . . . . . 35

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Lista de Tabelas

3.2.5 – comparativo Absdiff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.2.10 – comparativo MOG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.3.2a – comparativo MOG/Camshift. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.3.2b – comparativo Absdiff /Camshift. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3.3.2c - comparativa geral dos métodos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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xiii

Lista de Equações

2.3.2a – Formulação da Mistura de Gaussianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.3.2b – Adaptação da média de cada Gaussiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.3.2c – Adaptação da variância de cada Gaussiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.3.2d – Peso dado pela pertinência da nova amostra na Gaussiana anterior. . . . . . 8 2.3.2e – Normalização dos pesos de cada Gaussiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

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1

Capítulo 1

Introdução

1.1 – Tema

Este trabalho constitui parte do desenvolvimento de um sistema para

rastreamento de pessoas (corpo inteiro) em vídeo, para fins de monitoração de dose de

radiação recebida por trabalhadores dentro do reator Argonauta. Com base nas posições

rastreadas das pessoas, e em uma base de dados, já disponível, de medidas de taxas de

dose de radiação dentro do reator, será possível estimar a dose recebida por cada pessoa.

Para tal, alguns métodos da literatura são avaliados individualmente e combinados, de

forma a realizar a detecção e o rastreamento.

1.2 – Delimitação

O objeto de estudo consiste na implementação e combinação de alguns métodos

disponíveis para detecção ou rastreamento de pessoas em vídeo/imagens. Os métodos

usados são frequentemente citados na literatura para tais fins, e estão disponíveis em um

pacote de software para visão computacional e processamento de imagens. Os testes

consistiram, primeiramente, em uma avaliação dos métodos separadamente, e depois

combinados de forma a resultar em um sistema mais robusto, capaz de recuperar os

alvos no caso de perda do rastreamento. São usados arquivos de vídeos gravados no

local (na planta onde, futuramente, o sistema será instalado).

A base de dados de radiação será usada, posteriormente, para a implementação

definitiva do sistema. Neste caso, será necessário estimar a posição das pessoas em

relação ao plano horizontal do chão.

Entretanto, no presente projeto, o que se pretende é avaliar o quanto os métodos

são capazes de detectar e/ou rastrear corretamente as pessoas dentro do reator

Argonauta, e implementar combinações entre métodos que visem atingir este objetivo.

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2

1.3 – Justificativa

Desde a descoberta dos elementos radioativos, e da conseguinte morte de vários

de seus grandes estudiosos, tais como madame Curie, padrões de segurança foram

sendo desenvolvidos, de forma a minimizar os possíveis danos da radiação à saúde dos

trabalhadores da área.

Atualmente, a verificação da dose recebida pelos trabalhadores durante os

experimentos no reator Argonauta é feita através do uso de sensores TLD, de aferição

mensal, e canetas dosimétricas, de aferição diária.

O sistema a ser desenvolvido deverá ser usado não de forma a substituir outros

métodos já disponíveis para a proteção radiológica das pessoas, mas de forma

redundante, complementar. Será, portanto, um sistema que não dependerá da

cooperação dos trabalhadores, pois poderá estimar a dose de radiação por eles recebida,

mesmo que não estejam portando monitores de radiação no momento, ou no caso da

falha de algum deles.

O objetivo é aumentar a segurança de pessoas em ambientes sujeitos à radiação,

reduzindo os possíveis danos à saúde do trabalhador que uma exposição acima do

tolerável acarretaria.

1.4 – Objetivos

O objetivo do presente trabalho é contribuir para o desenvolvimento de um

sistema de rastreamento de pessoas em vídeo [1], [2]. Para tanto, foi dada ênfase à

implementação de métodos com baixo custo computacional, de modo que a pessoa que

coordena as atividades possa fazer uso das estimativas de dose recebida, a fim de

orientar ou substituir algum trabalhador que esteja recebendo mais dose em dado

momento.

1.5 – Metodologia

Primeiramente, utilizamos o algoritmo do método de remoção de fundo,

Misturas de Gaussianas (MOG), [3], implementado na biblioteca OpenCV [4], que

inclui discriminação de sombras. Como resultado dessa etapa, o algoritmo nos fornecerá

o foreground, primeiro plano da imagem.

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3

Após, aplicamos uma binarização e morfologia matemática. As operações

erosão e dilatação são combinadas para abrir e fechar uma imagem morfologicamente.

A operação de abrir reduz ruídos provenientes da binarização, enquanto a operação de

fechar é responsável por unir partes separadas do foreground.

A partir deste último resultado, é possível traçar um bounding box, retângulo do

menor tamanho que contenha a forma do componente conexo, na imagem original para

indicar a segmentação e sua posição atual.

Foi usado também um método para rastreamento de objetos com base no

histograma de cores de uma região de interesse (ROI), o Camshift [5], também

implementado no OpenCV.

Outro método testado para remoção de fundo foi a Subtração de quadros

(Absdiff), [1]. Como resultado dessa etapa, o algoritmo fornecerá o foreground.

Novamente, foram aplicadas uma binarização, morfologia matemática e, em seguida,

traçamos um bounding box na imagem original para indicar a segmentação e sua

posição atual.

Os métodos MOG ou Absdiff, e Camshift foram combinados da seguinte forma:

o método MOG ou Absdiff fornece a ROI (bounding box) para inicializar o método

Camshift. Caso o Camshift perca o rastreamento, o MOG ou Absdiff é acionado

novamente, a fim de reiniciá-lo. Essa reinicialização também foi testada com

periodicidades diferentes, independente de perda do rastreamento, a fim de detectar

novas pessoas entrando em cena.

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Capítulo 2

Revisão Teórica

2.1 – Princípio ALARA

“O princípio básico da proteção radiológica ocupacional estabelece que todas as

exposições devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente atingíveis (ALARA),

[6], [7]1.

Estudos epidemiológicos e radiológicos em baixas doses mostraram que não

existe um limiar de dose para os efeitos estocásticos. Logo, qualquer exposição de um

tecido envolve um risco carcinogênico, dependendo da radio sensibilidade desse tecido

por unidade de dose equivalente (coeficiente de risco somático). Além disso, qualquer

exposição das gônadas pode levar a um detrimento genético nos descendentes do

indivíduo exposto.

O princípio ALARA estabelece, portanto, a necessidade do aumento do nível de

proteção a um ponto tal que aperfeiçoamentos posteriores produziriam reduções menos

significantes do que os esforços necessários. A aplicação desse princípio requer a

otimização da proteção radiológica em todas as situações onde possam ser controladas

por medidas de proteção, particularmente na seleção, planejamento de equipamentos,

operações e sistemas. Os esforços envolvidos na proteção e o dano da radiação podem

ser considerados em termos de custos; desta forma uma otimização em termos

quantitativos pode ser realizada com base numa análise custo-benefício.” [7].

Os Fatores envolvidos são:

“1. Tempo: Deve haver rigorosamente limitação de tempo de exposição, a fim

de que o indivíduo não receba doses acima dos limites de tolerância estabelecidos.

2. Distância: A distância, é medida entre o trabalhador e a fonte de radiação. Isto

significa que o trabalhador pode realizar suas tarefas com risco mínimo de ser atingido

pelas radiações, porque se encontra numa distância segura. Esta medida é eficaz e muito

simples de ser aplicada.

1 Esse resumo foi extraído da referencia [6] para o melhor entendimento.

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5

3. Blindagens: Corresponde à utilização de barreiras feitas de materiais que

sejam capazes de absorver radiações ionizantes. Essas barreiras devem ser feitas e

orientadas por especialistas para que não se corra nenhum risco. É comum o uso de

barreira de chumbo ou concreto cuja espessura é dimensionada em função do tipo de

radiação.” [7].

2.2 – Reator Argonauta

“O Argonauta foi o primeiro reator nuclear de pesquisa construído no país por

empresa nacional. Desde 1965 o Argonauta vem sendo utilizado em pesquisas

envolvendo nêutrons e gamas nas áreas da física de reatores e nuclear. Cerca de 70

alunos de instituições e universidades brasileiras obtiveram seus títulos de mestre ou

doutor utilizando este reator no desenvolvimento de suas pesquisas. Atualmente, entre

as principais linhas de pesquisas, podemos citar ensaios não destrutivos com nêutrons

térmicos nas áreas de biologia, indústria, meio ambiente e segurança pública nacional.

Também são produzidos radioisótopos (Mn-56, La-140, Se-75 e Br-82) para serem

utilizados como traçadores em pesquisas nas áreas do meio ambiente e industrial.

Colaborando com universidades e instituições, disciplinas e aulas diversas são

ministradas em suas dependências, completando a formação de alunos, da graduação ao

doutorado.” [8].

Está localizado no Instituto de Engenharia Nuclear, Cidade Universitária, Ilha

do Fundão, Rio de Janeiro. Possui uma potência: Máxima de 5kW e 500W em operação

contínua, [8].

As características do Ambiente são baixa variação de background (imagem) e

luminosidade.

Considerando uma operação típica para ensaios não destrutivos de materiais, o

trabalhador tem que colocar a amostra do material no canal de saída de radiação do

reator e remove-la após o término do processo. Esse canal de saída de radiação está

indicado na figura 2.2, sendo a área com maior taxa de dose na sala do Argonauta. Os

mapas das taxas de dose desse reator estão disponíveis em [9].

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6

Figura 2.2 – Reator Argonauta. Fonte: “People Detection in Nuclear Plants by Video Processing for Safety Purpose” [1].

2.3 – Métodos para Segmentação

A segmentação de imagens é o processo de particionar uma imagem digital em

múltiplas regiões (conjunto de pixels) e é tipicamente usada para separar objetos e

outras formas relevantes em imagens [1], [2], [10].

2.3.1 – Absdiff

A subtração de quadros pode ser implementada de formas distintas. Primeiro, a

diferença pode ser calculada entre quadros subsequentes, ou então entre o quadro atual e

um quadro de referência. Neste projeto, foi implementada a segunda forma.

Para tal diferenciação, precisamos garantir que o quadro de referencia só

contenha background, de forma que o resultado utilizando um quadro atual com pessoa

seja o foreground segmentado. Logo, o algoritmo implementado calcula a diferença

absoluta entre o quadro atual e o de referência predefinido [1].

Canal de

saída “J9”

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7

2.3.2 – MOG

O método de modelamento e subtração de fundo, MOG, é um modelo

paramétrico multimodal pixel por pixel, no qual o histórico de cada pixel é modelado

como uma soma de Gaussianas, para acomodar as distribuições multimodais que podem

ocorrer com backgrounds não estáticos. A mistura é mostrada na equação 2.3.2a.

K

k

tktkttkt NP

1

,,, ,| Σμxx

Equação 2.3.2a – Formulação da Mistura de Gaussianas

onde:

As distribuições são multivariadas para imagens com cor e univariadas

para figuras em escala de cinza;

N(.) significa uma Gaussiana multivariada;

k: Índice de Gaussianas na mistura;

K: número de Gaussianas utilizadas (geralmente entre 3 e 5);

t: tempo atual;

: peso da k-ésima Gaussiana, no instante t, correspondente à sua

persistência relativa;

x vetor aleatório contendo os valores dos canais de cor, no instante t;

μk,t: média da k-ésima Gaussiana, no instante t;

∑k,t: matriz de covariância da k-ésima Gaussiana, no instante t;

d: dimensão da distribuição multivariavel, d=3 (3 canais de cor).

No método original, MOG, os autores simplificaram a matriz de covariância

para uma matriz diagonal com variâncias iguais em todas as dimensões. Assim, a

principal ideia por trás desse método pode ser simplificada para o caso univariado. O

termo persistência acima se refere à frequência relativa com que os valores recebidos

dos pixels de um novo quadro se adequam a uma Gaussiana da mistura. Isso ajuda a

caracterizar pixels correspondentes ao backgroud ou o foreground:

(i) pixels correspondentes ao background exibem alta persistência e baixa

variância , por causa das pequenas variações nos valores dos pixels e número elevado

de observações;

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8

(ii) pixels correspondentes ao foreground exibem baixa persistência e alta

variância , por causa das altas variações nos valores dos pixels e menos observações.

Logo, a razão é usada para determinar se um pixel pertence ao background

ou foreground:

(i) Razões elevadas significam que o pixel pertence ao background;

(ii) Razões baixas significam que o pixel pertence ao foreground.

O modelo é adaptativo na medida em que, quando um pixel novo se enquadra

com uma das Gaussianas existentes, seus parâmetros são adaptados de acordo com:

11 1 tk,tk,t Xμμ

Equação 2.3.2b – Adaptação da média de cada Gaussiana

211

22

1 1 k,ttk,tk,t X

Equação 2.3.2c – Adaptação da variância de cada Gaussiana

Onde:

tktktN

,,1 ,|μx

Equação 2.3.2d – Peso dado pela pertinência da nova amostra na Gaussiana

anterior

Onde é o coeficiente de aprendizado; e:

1,1 1 tkk,tk,t M

Equação 2.3.2e – Normalização dos pesos de cada Gaussiana

Onde:

M=1 para a Gaussiana ganhadora; e

M=0 para todas as outras

Logo, Gaussianas correspondentes ao background tendem a ir para o topo do

ranking , enquanto aquelas que representam mal o background e podem

corresponder ao foreground tendem a ir para o final desse ranking. Um limiar

heuristicamente determinado é usado para tomada de decisão. Uma consequência da

adaptação é que foregrounds inicialmente detectados podem ser considerados

background após permanecerem estáticos por algum tempo durante a cena.

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9

Discriminação de sombras pode ser realizada baseada no fato de que a

informação de cor do background é igual fora e dentro da sombra, variando somente a

intensidade, sendo diferente do foreground, [3].

2.4 – Método de Rastreamento: Camshift ou Mean-Shift

O Mean-Shift e o Camshift, [5], são métodos que dependem do fato que, para

processamento de imagens, a moda de distribuição está localizada aproximadamente no

centro de um objeto de interesse (a ser rastreado).

O método Mean-Shift usa otimização do tipo gradiente ascendente para procurar

pela nova localização da moda de distribuição, dada numa ROI prévia. Como a posição

dos objetos em movimento não varia muito quadro a quadro, tal método de otimização

se justifica, resultando em uma baixa complexidade computacional.

Tais métodos extraem, em geral, a distribuição de cores de um objeto a ser

rastreado, e fazem isso usando a representação no sistema HSV, sendo que a informação

das cores permanece concentrada no componente H (Hue), separado de outras

informações como saturação e brilho. Logo, só é obtido um histograma de cor

univariado.

A partir da ROI, os métodos estimam a distribuição de cores de acordo com esse

histograma, procurando por sua moda. A cada novo quadro, os métodos estimam, a

partir da ROI anterior, a nova ROI, através de uma procura pela nova posição da moda

através da otimização. O Camshift é mais adequado para o processamento de vídeo, já

que acomoda variações na distribuição, como na área da ROI – isso é um melhoramento

em relação ao Mean-Shift, além de acomodar escalamento [5].

2.5 – Combinação MOG ou Absdiff com Mean-Shift ou Camshift

Vale a pena frisar dois pontos interessantes em relação ao modelamento de

background e métodos de rastreamento:

(i) modelamento de background e subtração como MOG ou Absdiff resultam na

detecção e segmentação de foregrounds que correspondem às pessoas em movimento,

mas não tem nenhum detalhe sobre quem é quem dentro do foreground, pelo contrário,

se um número de pessoas for detectado e segmentado, o foreground será composto por

todos eles;

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(ii) métodos de rastreamento de objetos/pessoas como o Camshift ou Mean-

Shift podem ser utilizados para rastrear pessoas individuais, mas precisam ser

inicializados no primeiro quadro para determinação da ROI, a partir da qual as regiões

equivalentes nos próximos quadros são rastreadas. Essa inicialização do Camshift ou

Mean-Shift pode, em princípio, ser feita de forma interativa, mas isso não seria ideal

para o projeto em questão.

Logo, se torna claro que ambos os métodos – segmentação e subtração de

background, e rastreamento baseado em cores – podem ser combinados de forma que o

foreground inicial detectado pelo primeiro é usado na inicialização do segundo. Essa

abordagem foi seguida nesse projeto: quando alguém entra no campo de visão da

câmera, um foreground é encontrado pelo MOG ou Absdiff, uma ROI inicial é definida;

em seguida, o Camshift ou Mean-Shift é empregado para rastrear as regiões

equivalentes quadro a quadro. Quando o Camshift ou o Mean-Shift perde o

rastreamento – que é inferido quando há uma variação abrupta na posição ou área da

ROI – o método MOG ou Absdiff é chamado novamente para corrigir o erro e obter a

nova ROI a ser utilizada pelo Camshift ou Mean-Shift, [2].

2.6 – Binarização

Este é o método mais simples de segmentação, no qual um limiar de intensidade

é utilizado para separar a imagem em duas regiões.

2.6.1- Binarização Simples

Essa binarização separa regiões de uma imagem correspondentes aos objetos

desejados, no caso em questão pessoas, com base na variação de intensidade entre os

pixels do objeto e do background. Para diferenciar os pixels que nos interessam dos

restantes, realizamos uma comparação da intensidade de cada pixel em relação a um

limiar, determinado de forma empírica. Uma vez que os pixels importantes foram

separados, podemos também determinar um novo valor de intensidade para eles, no

caso preto para o background e branco para o foreground.

Para exemplificar, na figura 2.6.1a vemos em vermelho a variação de

intensidade de um pixel exemplo e a linha azul indica o limiar escolhido.

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Figura 2.6.1a – Figura antes da binarização Fonte:http://docs.OpenCV.org/doc/tutorials/imgproc/threshold/threshold.html.

Na figura 2.6.1b temos o resultado da binarização simples relativo à imagem da

figura 2.6.1a. Pixels com intensidade acima do limiar tiveram seus valores

maximizados, enquanto os com valores inferiores foram zerados, [4].

Figura 2.6.1b –. Figura apos a binarização Fonte: http://docs.opencv.org/doc/tutorials/imgproc/threshold/threshold.html.

2.6.2 – Binarização Adaptativa

No caso anterior, foi usado um limiar absoluto, mas isso pode não ser adequado

a todos os pixels da imagem, principalmente se houver áreas com diferentes condições

de iluminação. Nesse caso, pode ser usado um limiar adaptativo, onde o algoritmo

calcula um limiar para essas pequenas regiões da imagem, de forma que tenhamos

limiares diferentes para áreas diferentes da mesma imagem, o que pode nos dar

melhores resultados para imagens com iluminação não uniforme.

Esse cálculo pode ser feito de duas formas:

(i) o valor do limiar é obtido através da média de uma vizinhança;

(ii) o valor do limiar é obtido através da soma ponderada dos valores de

vizinhança onde os pesos são uma janela Gaussiana [4].

A Figura 2.6.2 mostra o comparativo das duas formas de binarização adaptativa

com a binarização simples em uma imagem com diferentes níveis de iluminação.

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Figura 2.6.2 –. Figura binarização adaptativa Fonte:

http://docs.opencv.org/trunk/doc/py_tutorials/py_imgproc/py_thresholding/py_thresholding.html .

2.6.3 – Binarização Otsu

No método de binarização simples, foi usado um valor arbitrário como limiar

global. Porém, só podemos ter certeza que esse valor é adequado ou não através de

téntativa e erro. Mas se considerarmos uma imagem bimodal (de forma simplificada,

corresponde a uma imagem cujo histograma tem dois picos), nós podemos utilizar o

valor médio desses picos, de forma aproximada, como limiar.

Binarização Otsu nada mais é do que uma forma automatizada de calcular o

valor do limiar a partir do histograma da imagem, desde que a imagem seja bimodal.

Como estamos trabalhando com imagens bimodais, o algoritmo Otsu tenta

encontrar o valor limiar (t) que se encontra entre dois picos, de forma que a variância

das duas classes sejam mínimas [4].

A Figura 2.6.3 mostra o comparativo da binarização otsu com a binarização

simples em uma imagem bimodal.

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Figura 2.6.3 –. Figura binarização otsu Fonte: http://docs.opencv.org/trunk/doc/py_tutorials/py_imgproc/py_thresholding/py_thresholding.html

2.7 – Morfologia Matemática

Filtros morfológicos definem uma série de operações que transformam uma

imagem usando um elemento estruturante predeterminado. O modo como esse elemento

intercepta a vizinhança de pixels determina o resultado da operação.

O instrumento fundamental da morfologia matemática é o elemento estruturante.

Um elemento estruturante é definido como uma configuração de pixels, uma forma, na

qual sua origem é definida (também chamada de ponto âncora). Quando a origem do

elemento estruturante está alinhada com um dado pixel, sua interseção com a imagem

define um grupo de pixels no qual uma operação morfológica é aplicada. O elemento

estruturante pode ser de qualquer forma, mas, tipicamente, utilizam-se formas simples,

como quadrado, círculo ou cruz com a origem no centro.

As operações morfológicas as fundamentais são:

(i) erosão: substitui o pixel atual pelo valor mínimo definido;

(ii) dilatação: operador complementar a erosão, substitui o pixel atual pelo valor

máximo definido.

Como estamos usando uma imagem binarizada, cada pixel é substituído pelas

cores preto ou branco.

Uma forma de visualizar o efeito dessas operações é considerar o background

como preto e foreground como branco. Com a erosão, se o elemento estruturante,

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quando posto numa posição de pixel determinada tocar o background (isso é, um dos

pixels no conjunto interseção é preto), então esse pixel é movido para o background.

Enquanto no caso da dilatação, se o elemento estruturante, quando posto numa posição

de pixel determinada, tocar o foreground (isso é, um dos pixels no conjunto interseção é

branco), então esse pixel é movido para o foreground. Isso explica porque na imagem

erodida, o tamanho dos objetos foi reduzido. Observe também como os objetos menores

(que podem ser considerados como ruído de background) foram eliminados.

Similarmente, os objetos dilatados agora estão maiores e os alguns orifícios dentro deles

foram preenchidos.

Podemos definir os filtros morfológicos abertura e fechamento em relação às

operações básicas de erosão e dilatação:

(i) fechamento: definido como a erosão de uma imagem dilatada;

(ii) abertura: definido como a dilatação de uma imagem erodida.

Como resultado do filtro de fechamento, os pequenos orifícios pretos no

foreground serão preenchidos. O filtro também conecta vários objetos adjacentes.

Basicamente qualquer orifício ou falha pequena demais para conter completamente o

elemento de estrutura serão eliminados pelo filtro.

Reciprocamente, o filtro de abertura eliminará os objetos pequenos na cena,

todos aqueles pequenos demais para conter o elemento estruturante.

O fechamento reconecta partes do objeto erroneamente fragmentadas em partes

menores, enquanto a abertura remove as pequenas interferências ruidosas da imagem.

Logo, é vantajoso aplicá-los em sequência. Se nossa imagem binarizada for fechada e

depois aberta, obteremos uma imagem mostrando somente os objetos principais da

cena. Podemos também aplicar a abertura antes do fechamento de forma a priorizar a

filtragem de ruídos, porém isso pode vir ao custo da eliminação de alguns objetos

fragmentados.

2.8 – Análise de Componentes Conexos

Nas aplicações de detecção/reconhecimento de objetos, o primeiro passo é

produzir uma imagem binária, mostrando onde certos objetos de interesse estão

localizados. O próximo passo é a extração desses objetos, mais especificamente os

componentes conectados, ou seja, formas compostas por um grupo de pixels conectados

em uma imagem binária.

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Os contornos são extraídos por um simples algoritmo que consiste no

escaneamento sistemático da imagem até um componente ser atingido. A partir desse

ponto inicial do componente, seu contorno é seguido, marcando os seus pixels de borda.

Quando o contorno é completado, o escaneamento continua a partir da última posição,

até encontrar um novo componente.

Os componentes identificados podem ser analisados individualmente. No caso

em estudo só é de interesse encontrar pessoas, logo, objetos menores ou maiores que

eles podem ser desconsiderados e, para tal, podemos usar o perímetro ou área do

contorno como limiar de comparação.

2.9 – Bouding Box

O bouding box de um componente é a forma mais compacta de representar e

localizar um componente numa imagem. Ele é definido como o retângulo do menor

tamanho que contenha a forma do componente conexo. Comparando altura e largura da

caixa, podemos ter uma indicação sobre a orientação vertical e horizontal do objeto (por

exemplo, para distinguir entre a imagem de uma pessoa e de um equipamento).

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Capítulo 3

Experimentos

3.1 – Ground Truth

Primeiramente foram feitas algumas gravações dentro do reator Argonauta (3

trechos contendo operação padrão e 1 contendo uma operação de limpeza), e em

seguida foi feita a detecção manual (ground truth), quadro a quadro, da posição dos

bounding boxes contendo as pessoas presentes nesses vídeos.

A partir desses dados, poderemos analisar e comparar melhor os resultados de

cada método. Definimos como um acerto se o bounding box encontrado pelo método

possuir uma intercessão mínima de 80 % com o ground truth. A Figura 3.1 mostra

alguns casos de acerto dos métodos em relação ao ground truth.

Figura 3.1 – Figura acertos do comparador

3.2 – Métodos para Segmentação

3.2.1 – Absdiff

Começaremos a testar o algoritmo de segmentação Absdiff que como foi citado

na seção teórica, realiza a subtração entre dois quadros (quadro original e quadro de

referência) e nos fornece o resultado. Vale frisar que estamos usando um quadro vazio,

sem pessoas, como quadro de referência.

A Figura 3.2.1 mostra o resultado da aplicação do Absdiff utilizando um quadro

vazio como referência a uma imagem do reator Argonauta.

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Figura 3.2.1 – Figura comparativa Absdiff, coluna: 1- Quadro original; 2- quadro

referencia; 3- foreground obtido pelo Absdiff.

3.2.2 – Absdiff com Binarização

Até esse momento, tínhamos como resultado somente a imagem segmentada.

Nessa seção, aplicaremos um pós-processamento nesse resultado, utilizando três formas

distintas de binarização para analisar qual produz a melhor atenuação de ruído. Como

podemos ver na Figura 3.2.2, tanto a binarização adaptativa quanto a Otsu demonstram

ser piores que ao binarização simples, uma vez que estas aumentaram o ruído detectado

na segmentação.

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Figura 3.2.2 – Figura comparativa Absdiff com binarizaçao, linhas: 1- quadros

originais; 2- foreground obtido pelo Absdiff; 3- foreground obtido pelo Absdiff com

binarização simples; 4- foreground obtido pelo Absdiff com binarização adaptativa; 5-

foreground obtido pelo Absdiff com binarização Otsu.

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3.2.3 – Absdiff com binarização e morfologia

Agora, continuaremos o pós-processamento da imagem binarizada (usaremos

somente a binarização simples daqui em diante), aplicando operações morfológicas.

Abertura

Como podemos ver na Figura 3.2.3a, a imagem binarizada pelo Absdiff não

possui muitos ruídos, logo, o filtro de abertura acabou eliminando/deformando algumas

partes dos objetos na cena.

Figura 3.2.3a –. Figura comparativa Absdiff com abertura, coluna: 1- foreground obtido

pelo Absdiff com binarização simples; 2- foreground obtido pelo Absdiff com

binarização simples e erosão; 3- foreground obtido pelo Absdiff com binarização

simples, erosão e dilatação.

Fechamento

Examinando o resultado do filtro de fechamento, Figura 3.2.3b, pode-se ver que

os pequenos Orifícios negros no foreground foram preenchidos. O filtro também

conecta vários objetos adjacentes.

Figura 3.2.3b –. Figura comparativa Absdiff com fechamento, coluna: 1- foreground

obtido pelo Absdiff com binarização simples; 2- foreground obtido pelo Absdiff com

binarização simples e dilatação; 3- foreground obtido pelo Absdiff com binarização

simples, dilatação e erosão.

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Comparação abertura/fechamento e fechamento/abertura

Como vimos anteriormente, o fechamento reconecta partes do objeto

erroneamente fragmentadas em partes menores, enquanto a abertura remove as

pequenas interferências ruidosas da imagem. Logo, é vantajoso usá-los em sequência.

Se a imagem binarizada for fechada e depois aberta, obteremos uma imagem mostrando

somente os objetos principais da cena, como mostrado na Figura 3.2.3c. Podemos

também aplicar a abertura antes do fechamento, de forma a priorizar a filtragem de

ruídos.

Como podemos ver na figura 3.2.3c, a sequência fechamento/abertura foi capaz

de reconectar consideravelmente bem o foreground de forma que obtivemos

praticamente somente a pessoa. Já a sequencia abertura/fechamento foi capaz de

reconectar o foreground, mas acabou distorcendo a forma do objeto. Logo, de agora em

diante usaremos somente a sequencia fechamento/abertura.

Figura 3.2.3c – Figura comparativa Absdiff com morfologias, coluna: 1- foreground

obtido pelo Absdiff com binarização simples; 2- foreground obtido pelo Absdiff com

binarização simples, abertura e fechamento; 3- foreground obtido pelo Absdiff com

binarização simples, fechamento e abertura.

3.2.4 – Absdiff com binarização, morfologia, componentes conexos e

Bounding Box

Agora que temos a imagem segmentada e filtrada pela binarização simples e

morfologia (fechamento/abertura), só nos resta identificar o objeto na imagem usando a

analise de componentes conexos e traçar seu respectivo bounding box. Lembrando que,

para nossa aplicação foi definido um valor mínimo e máximo relativos à área dos alvos

(pessoas) de tal forma que só serão traçados aqueles contornos que respeitem esses

tamanhos. Como podemos ver na figura 3.2.4, essa filtragem mostrou-se eficaz para

nossa aplicação.

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Figura 3.2.4 – Figura comparativa Absdiff com bounding box, coluna: 1- foreground

obtido pelo Absdiff com binarização simples, fechamento e abertura; 2- foreground

obtido pelo Absdiff com binarização simples, fechamento, abertura, analise de todos

componentes conexos e bounding box; 3- foreground obtido pelo Absdiff com

binarização simples, fechamento, abertura, analise de componentes conexos e bounding

box dentro do padrão pré-estabelecido

3.2.5- Resultados do Absdiff versão final

Agora que temos a imagem segmentada, filtrada pela binarização simples,

morfologia (abertura/fechamento) e com seu respectivo bounding box traçado, faremos

um teste comparativo entre o resultado desse método e o groundtruth previamente

definido.

Como podem ver na tabela 3.2.5, a algoritmo teve 84,42% de acerto médio em

relação ao groundtruth, onde, os erros se devem aos casos em que existe uma variação

no background (abre/fecha da saída J-9). O tempo de execução total desse método

utilizando os quatro trechos foi de 554,68 segundos.

Absdiff N. Objetos Certos Errados % (Acertos) Tempo(s)

Trecho1 748 610 138 81,55 148,21

Trecho2 117 94 23 80,34 40,19

Trecho3 481 406 75 84,40 152,85

Trecho4 631 559 72 88,58 213,43

1977 1669 308 84,42 554,68

Tabela 3.2.5 – comparativo Absdiff, coluna: 1- vídeo testado; 2- número de

objetos/pessoas encontrados pelo algoritmo; 3- número de objetos/pessoas encontrados

pelo algoritmo que estão de acordo com o ground truth; 4- número de objetos/pessoas

encontrados pelo algoritmo que não estão de acordo com o ground truth; 5-

Porcentagem de acerto do método segundo o ground truth; 6- tempo de execução do

método.

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3.2.6 – MOG

O método de modelamento e subtração de fundo, MOG, como descreveram

anteriormente na seção teórica, é um modelo paramétrico multimodal pixel por pixel, no

qual o histórico de cada pixel é modelado como uma soma de gaussianas, para

acomodar as distribuições multimodais que podem ocorrer com backgrounds variantes.

Nesse primeiro momento, foi testado o algoritmo de segmentação MOG nas condições

default.

A Figura 3.2.6a mostra o resultado da aplicação do MOG a um quadro gravado

no reator Argonauta.

Figura 3.2.6a – Figura MOG default, coluna: 1- original; 2- resultado MOG.

Discriminação de sombras

O MOG possui um parâmetro que determina se o algoritmo fará ou não a

segmentação com discriminação de sombras, ou seja, vai guardar as sombras junto com

o foreground ou em outra Gaussiana, como demonstrado na Figura 3.2.6b. Por default

essa opção está ativada.

Figura 3.2.6 – Figura MOG, coluna: 1- original; 2- com discriminação de sombras; 3-

sem discriminação de sombras, superior direita;

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Taxa de aprendizado

Como podemos ver na Figura 3.2.6b, esse parâmetro do MOG determina a

velocidade com que os pixels parados se tornam parte do background. Precisamos

analisar quanto seria o melhor valor para o nosso caso de forma heurística: grande o

suficiente de forma a não perder o rastreamento caso a pessoa pare e pequeno o

suficiente para não detectar variações no ambiente (saída J9 aberta/fechada).

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Figura 3.2.6b – Figura MOG com diferente taxa 0.1 (coluna do centro) e 0.01 (coluna

da direita)

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3.2.7 – MOG com binarização

Até esse momento, tínhamos como resultado somente a imagem segmentada

pelo MOG. Nessa seção, aplicaremos um pós-processamento nesse resultado utilizando

três formas distintas de binarização para analisar qual produz a melhor atenuação de

ruído, assim como no caso do Absdiff.

Como podemos ver nas imagens da Figura 3.2.7, assim como no caso anterior,

tanto a binarização adaptativa quanto a Otsu demonstram ser piores que ao binarização

simples. Já que eles aumentaram o ruído detectado na segmentação, além de terem

revertido o algoritmo de separação de sombras do MOG.

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Figura 3.2.7 –. Figura comparativa MOG com binarização, linhas: 1- quadros originais;

2- foreground obtido pelo MOG; 3- foreground obtido pelo MOG com binarização

adaptativa; 4- foreground obtido pelo MOG com binarização Otsu; 5- foreground

obtido pelo MOG com binarização simples;

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3.2.8 – MOG com binarização e morfologia

Continuaremos o pós-processamento da imagem binarizada (usaremos somente

a binarização simples daqui em diante), aplicando algumas morfologias matemáticas

para analisar qual produz a melhor atenuação de ruído.

Abertura

Como podemos ver na Figura 3.2.8a, o filtro de abertura eliminou alguns dos

objetos pequenos na cena. Todos aqueles pequenos demais para conter o elemento

estruturante, ruído, foram removidos.

Figura 3.2.8a – Figura comparativa MOG com abertura, coluna: 1- foreground obtido

pelo MOG com binarização simples; 2- foreground obtido pelo MOG com binarização

simples e erosão; 3- foreground obtido pelo MOG com binarização simples, erosão e

dilatação.

Fechamento

Examinando o resultado do filtro de fechamento (Figura 3.2.8b), pode-se ver

que os pequenos buracos no foreground, tanto objeto quanto ruído, foram preenchidos.

O filtro também conecta vários objetos adjacentes. Basicamente qualquer orifício ou

falha pequena demais para conter completamente o elemento de estruturante serão

eliminados pelo filtro. O fechamento reconecta partes do objeto erroneamente

fragmentadas em partes menores.

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Figura 3.2.8b – Figura comparativa MOG com fechamento, coluna: 1- foreground

obtido pelo MOG com binarização simples; 2- foreground obtido pelo MOG com

binarização simples e dilatação; 3- foreground obtido pelo MOG com binarização

simples, dilatação e erosão.

Comparação abertura/fechamento e fechamento/abertura

Como vimos anteriormente, no caso do absdifff, é vantajoso usar as operações

de fechamento e abertura em sequência. Se nossa imagem binarizada for fechada e

depois aberta, obteremos uma imagem contendo somente os objetos principais da cena,

como mostrado na Figura 3.2.8c. Podemos também aplicar a abertura antes do

fechamento de forma a priorizar a filtragem de ruídos.

Como podemos ver nas imagens 3.2.8c, a sequência abertura/fechamento foi

capaz de reduzir consideravelmente o ruído de forma que obtivemos praticamente

somente a pessoa. Já a sequencia fechamento/abertura acabou aumentando o ruído na

imagem, de forma que, de agora em diante, usaremos somente a sequência

abertura/fechamento.

Figura 3.2.8c – Figura comparativa MOG com morfologias, coluna: 1- foreground

obtido pelo MOG com binarização simples; 2- foreground obtido pelo MOG com

binarização simples, abertura e fechamento; 3- foreground obtido pelo MOG com

binarização simples, fechamento e abertura.

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3.2.9 – MOG com binarização, morfologia, Componentes Conexos e

Bounding Box

Continuaremos o pós-processamento da imagem segmentada pelo MOG, com

binarização simples e morfologia (abertura/fechamento), só nos resta identificar o

objeto na imagem usando a analise de componentes conexos e traçar seu respectivo

bounding box. Lembrando que assim como no caso do Absdiff, foi definido um valor

mínimo e máximo relativos à área dos alvos (pessoas) de tal forma que só serão

traçados aqueles contornos que respeitarem esses tamanhos. Como podemos ver na

figura 3.2.9, essa filtragem mostrou-se eficaz para nossa aplicação.

Figura 3.2.9 – Figura comparativa MOG com bounding box, coluna: 1- foreground

obtido pelo MOG com binarização simples, abertura e fechamento; 2- foreground

obtido pelo MOG com binarização simples, abertura, fechamento, análise de todos

componentes; 3- foreground obtido pelo MOG com binarização simples, abertura,

fechamento, análise de componentes conexos e bounding box dentro do padrão pré-

estabelecido.

3.2.10 – Resultados do MOG versão final

Agora que temos a imagem segmentada, filtrada pela binarização simples,

morfologia (abertura/fechamento) e com seu respectivo bounding box traçado. Faremos

um teste comparativo entre o resultado desse método e o ground truth previamente

definido por nos.

Como podem ver na tabela 3.2.10, a algoritmo teve 96,58% de acerto médio em

relação ao ground truth, onde, os erros se devem aos casos em que o alvo a ser

segmentado na cena possui dimensões menores que o tamanho mínimo estabelecido

para o método (entrada e saída de pessoas do quadro). O tempo de execução total desse

método utilizando os quatro trechos foi de 341.94 segundos.

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MOG N. Objetos Certos Errados % (Acertos) Tempo(s)

Trecho1 669 648 21 96,86 112,60

Trecho2 110 88 22 80,00 20,67

Trecho3 439 432 7 98,40 81,65

Trecho4 566 555 11 98,05 127,02

1784 1723 61 96,58 341,94

Tabela 3.2.10 – comparativo MOG, coluna: 1- vídeo testado; 2- número de

objetos/pessoas encontrados pelo algoritmo; 3- número de objetos/pessoas encontrados

pelo algoritmo que estão de acordo com o ground truth; 4- número de objetos/pessoas

encontrados pelo algoritmo que não estão de acordo com o ground truth; 5-

Porcentagem de acerto do método segundo o ground truth; 6- tempo de execução do

método.

3.3 – Método de rastreamento CamShift/Mean-Shift

Começaremos a testar os algoritmos de rastreamento Camshift e Mean-Shift,

buscam a nova localização da moda de distribuição, dada uma ROI prévia. A partir da

ROI, os métodos estimam a distribuição de cores de acordo com esse histograma,

procurando por sua moda. A cada novo quadro (frame), os métodos estimam, a partir da

ROI anterior, a nova ROI, através de uma procura pela nova posição da moda através da

otimização. Como vemos na Figura 3.3a, o Camshift é mais adequado para o

processamento de vídeo, já que acomoda variações na distribuição, como na área da

ROI além de acomodar escalamento. Logo, daqui em diante só trabalharemos com o

Camshift.

Figura 3.3a – Figura comparativa Camshit/Mean-shift, coluna: 1- Quadro de referencia

original; 2- quadro atual encontrado pelo Meanshift; 3- quadro atual encontrado pelo

Camshift.

Entretanto, como podemos ver na Figura 3.3b, o Camshift, para variações

abruptas do alvo acaba perdendo o rastreamento. O que nos leva a crer que essa ROI

referencial tenha que ser atualizada ao longo da execução do algoritmo. Dessa forma

reduziremos os erros. Além disso a re-inicialização permite detectar novas pessaos

entrando na cena. Logo, é preciso reinicializar o Camshift de tempos em tempos,

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usando um dos métodos de segmentação de imagens, como faremos nos próximos

testes.

Figura 3.3b – Comparativo Camshift: falha (ou não) de rastreamento em diferentes

posições usando como referencial o quadro superior esquerdo.

Além disso, a análise do Camshift é baseada na distribuição de cores da ROI, na

qual muitas vezes está contido um pouco do fundo juntamente com a pessoa. Isso pode

provocar erros, como na Figura 3.3c, onde alvo e fundo são de cores semelhantes, temos

uma redução na área da pessoa rastreada. Para contornar esse problema, aplicamos uma

comparação entre a interseção da ROI anterior e da ROI encontrada (posições anterior e

atual do objeto), de forma que se esse resultado for menor que um percentual da área do

ROI anterior, o método assume falha e solicita uma nova ROI.

Figura 3.3c –. Figura comparativa Camshift, erro de redução do alvo.

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3.3.1 – Combinação entre MOG ou Absdiff com o CamShift

Como vimos anteriormente, o Camshift ou Mean-Shift por si só não mostrou-se

capaz de identificar corretamente os alvos nos quadros, tendo como referencia uma ROI

com pessoa fixa. Porém, vale a pena lembrar que:

(i) modelamento de background e métodos de subtração como MOG ou Absdiff

resultam na detecção e segmentação de foregrounds que correspondem às pessoas em

movimento, mas não tem nenhum detalhe sobre quem é quem dentro do foreground,

pelo contrário, se um número de pessoas for detectado e segmentado, o foreground será

composto por todos eles;

(ii) métodos de rastreamento de objetos/pessoas, como o Camshift, podem ser

utilizados para rastrear pessoas individuais, mas precisam ser inicializados no primeiro

quadro para determinação da ROI, a partir da qual as regiões equivalentes nos próximos

quadros são rastreadas.

Logo, ambos os métodos – Absdiff ou MOG e Camshift – podem ser

combinados de forma que o foreground inicial detectado pelo primeiro seja usado na

inicialização do segundo. Essa abordagem será demonstrada na Figura 3.3.1: quando

alguém entra no campo de visão da câmera, um foreground é encontrado pelo MOG ou

Absdiff, uma ROI inicial é definida; em seguida, o Camshift é empregado para rastrear

as regiões equivalentes quadro a quadro. Quando Camshift perde o rastreamento – que é

inferido quando há uma variação abrupta na posição ou área da ROI – o MOG ou

Absdiff é chamado novamente para corrigir o erro e obter a nova ROI a ser utilizada

pelo Camshift.

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Figura 3.3.1 –. Figura comparativa MOG ou Absdiff com Camshift, coluna: 1- quadros

originais; 2- resultado da combinação Absdiff e Camshift; 3- resultado da combinação

MOG e Camshift.

3.3.2- Resultados da combinação do Absdiff ou MOG com o Camshift

Agora que temos a imagem segmentada/rastreada, filtrada pela binarização

simples, morfologia (abertura/fechamento) e com seu respectivo bounding box traçado,

faremos um teste comparativo entre o resultado desses métodos e o ground truth

previamente definido por nós.

Como indica a Tabela 3.3.2a, a algoritmo MOG com Camshift teve 91,53% de

acerto médio em relação ao ground truth, onde, os erros se devem aos casos em que o

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alvo a ser segmentado na cena possui dimensões menores que o tamanho mínimo

estabelecido para o método (entrada e saída de pessoas do quadro) e falhas do camshift.

O tempo de execução total desse método utilizando os quatro trechos foi de 311,03

segundos.

MOG/Camshift N. Objetos Certos Errados % (Acertos) Tempo(s)

Trecho1 669 650 19 97,15 110,04

Trecho2 110 88 22 80,00 19,60

Trecho3 439 401 38 91,34 82,82

Trecho4 566 494 72 87,27 98,57

1784 1633 151 91,53 311,03

Tabela 3.3.2a – comparativo MOG/Camshift, coluna: 1- vídeo testado; 2- número de

objetos/pessoas encontrados pelo algoritmo; 3- número de objetos/pessoas encontrados

pelo algoritmo que estão de acordo com o ground truth; 4- número de objetos/pessoas

encontrados pelo algoritmo que não estão de acordo com o ground truth; 5-

Porcentagem de acerto do método segundo o ground truth; 6- tempo de execução do

método.

Como indica a Tabela 3.3.2b, a algoritmo Absdiff com Camshift teve 82,3% de

acerto médio em relação ao ground truth, onde, os erros se devem aos casos em que

existe uma variação no background (abre/fecha da saída J-9) e falhas do camshift. O

tempo de execução total desse método utilizando os quatro trechos foi de

543,21segundos.

Absdiff/Camshift N. Objetos Certos Errados % (Acertos) Tempo(s)

Trecho1 750 622 128 82,93 182,86

Trecho2 117 94 23 80,34 44,78

Trecho3 503 388 115 77,13 136,95

Trecho4 631 543 88 86,05 178,62

2001 1647 358 82,3 543,21

Tabela 3.3.2b – comparativo Absdiff /Camshift, coluna: 1- vídeo testado; 2- número de

objetos/pessoas encontrados pelo algoritmo; 3- número de objetos/pessoas encontrados

pelo algoritmo que estão de acordo com o ground truth; 4- número de objetos/pessoas

encontrados pelo algoritmo que não estão de acordo com o ground truth; 5-

Porcentagem de acerto do método segundo o ground truth; 6- tempo de execução do

método.

Como indica a Tabela 3.3.2c, a algoritmo MOG teve a maior porcentagem de

acerto médio entre os métodos, seguido pelo MOG com Camshift, Absdiff e Absdiff

com Camshift. Em relação ao tempo de execução a ordem dos algoritmos foi MOG com

Camshift, MOG, Absdiff com Camshift e Absdiff.

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Método N. Objetos Certos Errados % (Acertos) Tempo(s)

MOG 1784 1723 61 96.58 341.94

Absdiff 1977 1669 308 84.42 554.68

Absdiff/Camshift 2001 1647 358 82.3 543.21

MOG/Camshift 1784 1633 151 91.53 311.03

Tabela 3.3.2c - comparativa geral dos métodos, coluna: 1- vídeo testado; 2- número de

objetos/pessoas encontrados pelo algoritmo; 3- número de objetos/pessoas encontrados

pelo algoritmo que estão de acordo com o ground truth; 4- número de objetos/pessoas

encontrados pelo algoritmo que não estão de acordo com o ground truth; 5-

Porcentagem de acerto do método segundo o ground truth; 6- tempo de execução do

método.

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Capítulo 4

Conclusões

Numa primeira análise visual, todos os métodos mostraram-se bem sucedidos na

segmentação/rastreamento no ambiente da planta nuclear.

Lembramos que, como demonstrado anteriormente:

(i) Absdiff: Não discrimina sombras, logo resulta em bounding boxes grandes, e

não tem taxa de aprendizado, logo detecta erradamente pequenas variações no ambiente

(saída J9 aberta/fechada);

(ii) MOG: Descrimina sombras, logo resulta em bounding boxes menores, e

como tem taxa de aprendizado, não detecta erradamente pequenas variações no

ambiente (porta reator aberta/fechada);

(iii) Camshift: Pode perder rastreamento para variações abruptas do alvo, o que

ocasiona o acionamento do método MOG ou Absdiff, e pode confundir cores (alvo e

fundo de cores semelhantes), o que pode ocasionar o acionamento do método

MOG/Absdiff.

Esses fatores justificam as diferenças entre a porcentagem de acerto dos métodos

quando comparados ao groud truth, e juntamente com a tabela comparativa dos

métodos (Tabela 3.3.2c) esses fatores, levando em conta somente a porcentagem de

acerto, nos levam a crer que o MOG seria o melhor método avaliado até agora.

Porém, se levarmos em conta o tempo de execução dos métodos, podemos

perceber que a combinação, MOG ou Absdiff com o Camshif ocasiona uma redução na

porcentagem de acerto do método (MOG - 5.05%; Absdiff – 2.12), porém reduz

também o seu tempo de execução (MOG - 9.03%; Absdiff – 2.06). O Camshift, além de

ser um método de rastreamento, possui menor custo computacional, e sua combinação

com um método de detecção como o MOG torna-se uma vantagem para a

implementação online do sistema. Além disso, a combinação proposta permite a re-

inicialização do Camshift, tornando o rastreamento mais robusto, e permitindo a

detecção de novas pessoas adentrando o salão do Argonauta.

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Trabalhos futuros

Futuramente testaremos outros métodos de rastreamento citados na literatura

alternativamente ao Camshift a fim de avaliar melhor o desempenho computacional que

eles trazem aos métodos de segmentação.

Serão instaladas novas câmeras na sala do Argonauta, logo testaremos diferentes

configurações de uso das câmeras (simultâneas ou acionadas somente quando

necessário) juntamente com os métodos citados, a fim de desenvolver um sistema e

implementá-lo no salão do Argonauta.

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Bibliografia

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Nuclear Plants by Video Processing for Safety Purpose”, 2013 Int. Nuclear Atlantic

Conf., 2013.

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[4] Disponível em: http://opencv.org/.

[5] Comaniciu, D., Ramesh, V., Meer, P., “Kernel-based Object Tracking,” IEEE Trans.

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[6] Valentin, J., (Ed.). “Publication 103 - 2007 Recommendations of the International

Commission on Radiological Protection”, Annals of the ICRP, V. 37, n. 2-4, pp. 1-332,

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[7] Disponível no site, http://protecaoradiologia.blogspot.com.br/, acessado em

ago/2015

[8] http://www.ien.gov.br/oinstituto/instalacoes/serea/argonauta/historico_01.htm,

acessado em ago/2015.

[9] A. C. A. Mól, C. M. N. A. Pereira, V. G. G. Freitas, C. A. F. Jorge, “Radiation Dose

Rate Map Interpolation in Nuclear Plants Using Neural Networks and Virtual Reality

Techniques”, Annals of Nuclear Energy, V. 38, pp.705-712 (2011).

[10] http://www.mathworks.com/discovery/image-segmentation.html, acessado em

ago/2015.