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Georg W. F. Hegel:Georg W. F. Hegel:
Razão, História e Direito.
Sistema hegelianoSistema hegeliano
• A obra hegeliana possui um viés essencialmente racionalista. Dizer que há um racionalismo, de caráter idealista, no pensamento hegeliano significa dizer que toda a teoria do conhecimento vem marcada pela idéia de que a realidade mora na racionalidade. Ou de que o sujeito é o construtor da realidade das coisas na idealidade da razão. Nada existe fora do pensamento, pois tudo o que é conhecido é já pensamento.
• A matriz teórica do hegelianismo foi o criticismo kantiano, e foi do desenvolvimento dos pressupostos kantianos que Hegel chegou a compor sua imperiosa concepção filosófica.
• Hegel preocupa-se com o vivido sentido da Revolução Francesa.
• Habermas aponta Hegel como o primeiro pensador a ter consciência completa de que a modernidade haveria de se tornar objeto de reflexão e justificação.
Doutrina hegelianaDoutrina hegeliana
• O idealismo racional hegeliano vem bem expresso na seguinte frase, extraída da Introdução aos lineamentos de filosofia do direito, a saber: o que é real é racional, o que é racional é real. E, de fato, o que essa frase condensa em si de sentido é o conteúdo de toda a doutrina idealista; todo real só é real porque é conhecido por um sujeito que lhe identifica como real, e, nessa medida, aquilo que já foi conhecido, já se tornou racional.
• Dizer que o real é racional não é o mesmo que dizer que todo o real é racional. O que Hegel pretende fazer entender é que a razão ordena o real, de modo a que este real se faça racional. O sentido de organização, de ordenado, de idealizado decorre exatamente da intervenção do homem como ser racional sobre a realidade.
• A teria do conhecimento hegeliana se reveste de um certo tom de teoria do ser, encaminhando, naturalmente, o ser para dentro da redoma da lógica.
• O idealismo hegeliano expressa-se pelo estado do espírito, e de suas manifestações em todas as latitudes, em todas as dimensões, em todos os sentidos em que pode aparecer.
Trilogia dos espíritos em Hegel:Trilogia dos espíritos em Hegel:
• Espírito SubjetivoEspírito Subjetivo – alma, consciência e razão;
• Espírito ObjetivoEspírito Objetivo – direito, moralidade e costume;
• Espírito AbsolutoEspírito Absoluto – arte, religião e filosofia.
Dessa trilogia, extrai-se que a reflexão jurídica seria uma reflexão que teria
por base a análise do Espírito Objetivo, como um momento da realização do espírito que é agente da liberdade.
• Para Hegel, a Filosofia do Direito possui um objeto, qual seja, a idéia do conceito de direito.
• A Filosofia do Direito aparece como forma de manifestação lógica, por que na lógica está contida toda a liberdade dos conceitos, na plenitude dessa abstração está contida a idéia de igualdade das pessoas.
Justiça e direito para HegelJustiça e direito para Hegel
• É no conceito de direito que deve se deter toda a especulação jurídica, pois se esse conceito existe, e se sua existência é racional ( o que é racional é real, é racional), é lógica, ali reside toda a liberdade do espírito enquanto agente da realidade exterior.
• Surgirá a justiça, não somente como um mero dado axiológico da sociedade, mas como a idéia quem norteia a formação do próprio direito. O direito consubstancia-se por meio da legislação, e, com base na legislação os indivíduos agem para a defesa e construção de seus direitos; aí está a justiça efetiva do sistema hegeliano.
• O direito representa nada mais nada menos que uma manifestação do Espírito objetivo, uma manifestação que consiste na liberdade em grau máximo da capacidade volitiva humana.
• O Direito é o existir da vontade livre, em sua essência. Essa vontade livre que haverá de se converter em vontade determinada com a formação dos direitos positivos dos Estados.
• O direito não poderá jamais ser confundido com a idéia de vontade arbitrária, mas como vontade que organiza, que sistematiza, que favorece as liberdades individuais.
• É o sistema jurídico que defende a liberdade e não que a oprime; se a liberdade absoluta do espírito diz que tudo é possível, percebe-se de fato que as liberdades individuais devem conviver, e convívio é sinônimo de limitação.
• A essência do Direito (máxima liberdade) faz-se acontecimento de direito (liberdade concreta), manifestando-se neste ou naquele conjunto de leis, deste ou daquele Estado, desta ou daquela cultura. Assim, surgem as leis, os códigos, o direito positivo, concretizações que são da noção abstrata do Direito.
• A lei pode, então, ser vista como uma concreção da vontade do Direito. O Direito, abstratamente, é a ordem do todo possível, mas ainda invisível e inexistente socialmente. A lei é esta concreção do Direito, e ainda, este tornar-se pára si do Direito, à medida que é por meio da lei que se estabelecem os direitos e os deveres de forma clara e acessível a todos; é ela visibilidade da liberdade abstrata contida na noção de Direito.
• É a ordem jurídica que se coloca a serviço dos membros de um Estado, no sentido de instrumentalizá-los para o alcance de suas metas dentro da protetiva estrutura racional da ordem jurídica; se a sociedade nasce espontaneamente, o Estado cria posteriormente, e isto com vista n melhor construção e adequação dos interesses, inclusive com vista na proteção das liberdade individuais, conquista da Revolução Francesa.
• A opção pelo Estado, e por um Estado que proteja as liberdades individuais, é, mais uma vez, uma manifestação do Espírito Objetivo, em sua ilimitada liberdade de querer.
• A infringência à lei , ao direito, a lesão dos direitos do outro parece como uma forma de contrariedade à ordem implantada racionalmente pelo sistema jurídico. O crime, é, portanto, uma manifestação contrária aos anseios de ordem, controle e racionalidade inerentes ao ordenamento jurídico.
• Daí a necessidade de o sistema jurídico funcionar na base de proibições e negações (não fazer, deixar de fazer, controlar o fazer), que significam restrições da liberdade abstratamente concebida.
• O Estado aparece no contexto da Filosofia do Direito hegeliana como um elemento primordial da formação dos direitos. Nesse sentido, o Estado é a manifestação também do Espírito, nele estando imersas as noções de moralidade de liberdade.
Direito e Estado éticoDireito e Estado ético
• O Estado é um estágio evolutivo das corporações humanas que oferece aos cidadãos a ordem e o império da razão. O Estado é o guardião da liberdade, como valor supremo de toda constituição, e de ser o guardião das liberdades individuais, que se encontram fragilizadas frente à pulverização caótica do poder.
• A cada espírito nacional corresponde um Estado que lhe é a manifestação, a concreção no plano das instituições. Assim, a pluralidade de Estados existentes são a manifestação da pluralidade de espíritos nacionais existentes. E por sua vez, os espíritos nacionais são a manifestação do espírito do mundo.
Os poderes do Estado nacional, em seus desdobramentos políticos, são os seguintes, dentro da filosofia hegeliana:
• Capacidade para definir e estabelecer o universal – poder legislativo;
• Integração no geral dos domínios particulares e dos casos individuais – poder do governo;
• A subjetividade como decisão suprema da vontade – poder do príncipe.
• O que faz do Estado um aparelhamento ético é o fato de funcionalizar a compatibilização, pós revolucionária, entre ordem e liberdade.
• O Estado manifesta-se na história, desde a antiguidade, de diversas formas. E essas formas de manifestação permitem identificar quatro tipo de Estado: o oriental, o grego, o romano e o prussiano.
Idéia do Estado segundo Hegel:Idéia do Estado segundo Hegel:
3. Possui uma existência imediata e é o Estado individual como organismo que se refere a si mesmo – é a constituição do Direito político interno
4. Transita à relação do Estado isolado com os outros Estados – é o direito externo.
5. É a idéia universal como gênero e potência absoluta sobre os Estados individuais, o espírito que a sim mesmo dá a sua realidade no progresso da história universal.