geomorfologia do estado de santa catarina : históricos de desastres naturais

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1 Curso de Curso de Multiplicadores em Gestão de Multiplicadores em Gestão de Riscos de Desastres Naturais Riscos de Desastres Naturais Maria Lúcia de Paula Herrmann Profª do Depto de Geociências da UFSC) Florianópolis, 22 a 26 de fevereiro de 2010 Geomorfologia do Estado de Geomorfologia do Estado de Santa Catarina: Santa Catarina: hist históricos de desastres naturais ricos de desastres naturais No Estado de Santa Catarina, o relevo, a altitude, a No Estado de Santa Catarina, o relevo, a altitude, a continentalidade continentalidade e a e a maritimidade maritimidade são os fatores são os fatores que apresentam maior intera que apresentam maior interação com os sistemas atmosf ão com os sistemas atmosféricos tornando ricos tornando-os est os estáveis ou inst veis ou instáveis. A veis. A influência desses fatores determina varia influência desses fatores determina variações clim ões climáticas locais. ticas locais. O relevo de Santa Catarina caracteriza O relevo de Santa Catarina caracteriza-se pela presen se pela presença de plan a de planí cies, planaltos e serras. cies, planaltos e serras. - As plan As planícies, abaixo de 300 m abrangem 23,83% da cies, abaixo de 300 m abrangem 23,83% da área total, ocorrendo na costa rea total, ocorrendo na costa litorânea e vales. litorânea e vales. - Os planaltos, entre 300 m e 900 m perfazem 56,22% e as serras, Os planaltos, entre 300 m e 900 m perfazem 56,22% e as serras, acima de 900 m acima de 900 m abrangem 20,45% da abrangem 20,45% da área total. rea total. A influência do relevo pode ser constatada especialmente na dist A influência do relevo pode ser constatada especialmente na distribui ribuição dos totais de ão dos totais de precipita precipitação ão

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Geomorfologia do Estado de Santa Catarina : históricos de desastres naturais

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  • 1Curso deCurso de Multiplicadores em Gesto de Multiplicadores em Gesto de Riscos de Desastres NaturaisRiscos de Desastres Naturais

    Maria Lcia de Paula Herrmann

    Prof do Depto de Geocincias da UFSC)

    Florianpolis, 22 a 26 de fevereiro de 2010

    Geomorfologia do Estado de Geomorfologia do Estado de Santa Catarina:Santa Catarina:

    histhistricos de desastres naturaisricos de desastres naturais

    No Estado de Santa Catarina, o relevo, a altitude, a No Estado de Santa Catarina, o relevo, a altitude, a continentalidadecontinentalidade e a e a maritimidademaritimidade so os fatores so os fatores que apresentam maior interaque apresentam maior interao com os sistemas atmosfo com os sistemas atmosfricos tornandoricos tornando--os estos estveis ou instveis ou instveis. A veis. A influncia desses fatores determina variainfluncia desses fatores determina variaes climes climticas locais.ticas locais.

    O relevo de Santa Catarina caracterizaO relevo de Santa Catarina caracteriza--se pela presense pela presena de plana de plancies, planaltos e serras. cies, planaltos e serras. -- As planAs plancies, abaixo de 300 m abrangem 23,83% da cies, abaixo de 300 m abrangem 23,83% da rea total, ocorrendo na costa rea total, ocorrendo na costa

    litornea e vales.litornea e vales.-- Os planaltos, entre 300 m e 900 m perfazem 56,22% e as serras, Os planaltos, entre 300 m e 900 m perfazem 56,22% e as serras, acima de 900 m acima de 900 m

    abrangem 20,45% da abrangem 20,45% da rea total. rea total. A influncia do relevo pode ser constatada especialmente na distA influncia do relevo pode ser constatada especialmente na distribuiribuio dos totais de o dos totais de

    precipitaprecipitaoo

  • 2Fonte: Atlas de Santa Catarina

    Depresso Zona Carbonfera Catarinense

    Plto dissecado Iguau /Uruguai

    Patamar de Mafra

    Plato de Lages

    Serras do Leste Catarinese

    Patamares do Alto Rio Itaja

    Plto de So bento do Sul

    Patamares da Serra Geral

    Serra Geral

    Plancie Costeira

    Tubaro

    Serra do Mar

    Planalto dos Campos Gerais

    Fonte: Atlas de Santa Catarina

    Tubaro

    Rio Rio ItajaiItajai

  • 3

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    MESORREGIES DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+ Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico

    N30 km 0 30 60 km

    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

    Chapec

    MESORREGIO OESTE CATARINENSE So Miguel

    Curitibanos

    Caador

    Videira

    Concrdia

    Xanxer

    Rio do Sul

    MESORREGIO NORTE CATARINENSE

    Lages

    Blumenau

    Joinville

    Florianpolis

    Canoinhas

    So Joaquim

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    Cricima

    MESORREGIO VALE DO ITAJA

    MESORREGIO SERRANA

    MESORREGIO SUL

    CATARINENSE

    Ararangu

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    Itaja

    MESORREGIO GRANDE FLORIANPOLIS

  • 4SinteseSintese dos desastres naturais por dos desastres naturais por mesorregiesmesorregies catarinensescatarinenses

    A mesorregio Oeste Catarinense por possuir o maior nmero de municpios do estado (118), foi a que apresentou o maior nmero de desastres naturais, isto , 1.519 registros ao longo de 24 anos. conforma 596 (39,2%) referem-se s inundaes, sendo que 440 (29,0%) esto relacionados s inundaes graduais e 156 (10,3%) as inundaes bruscas. Essa mesorregio foi a mais afetada pelas estiagens, com 396 registros (26,1%), Nessa mesorregio, somando todos os desastres naturais, os 5 municpios mais impactados foram: Xanxer (39), Chapec (38), Anchieta (36), Palma Sola (32) e So Jos do Cedro (31

    290000 390000 490000

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    MESORREGIO I OESTE CATARINENSE

    MESORREGIO I OESTE CATARINENSE Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+

    Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico N

    40 km 0 40 80 km

    Chapec

    So Miguel

    Curitibanos

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    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

    Xanxer

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    IG IB ESC ES GR VE TORDesastres Naturais Total: 1519

    Mesorregio Norte Catarinense A Mesorregio Norte Catarinense, composta por 26 municpios, obteve um total de 301 registros de

    desastres naturais ao longo de 24 anos. Sendo 215 (71,4%) referentes as inundaes, em especial as inundaes graduais com 159 registros (52,8%)

    Os municpios mais afetados pelas inundaes foram Canoinhas (21 registros), Porto Unio (18), Joinville (17) e Garuva (16). Os demais municpios tambm foram atingidos, predominando os registros inferiores a 10.

    Nessa mesorregio, somando todos os desastres naturais, os 5 municpios mais impactados foram: Canoinhas (36), Joinville (25), Garuva (20), Porto Unio (20) e Trs Barras (20)

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    MESORREGIO II NORTE CATARINENSE

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    MESORREGIO II NORTE CATARINENSE Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+

    Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico N

    40 km 0 40 80 km

    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

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    IG IB ESC ES GR VE TORDesastres Naturais Total: 301

  • 5 Mesorregio Serrana A Mesorregio Serrana composta por 30 municpios, foi a que apresentou o menor nmero de desastres

    naturais em comparao com as demais. Foram registrados 244 desastres no perodo de 1980 a 2004, sendo que as inundaes foram as mais freqentes, totalizando 136 registros (55,7%). Desses, 43,4% foram inundaes graduais e 12,3% bruscas, As estiagens e os vendavais obtiveram os mesmos nmeros de registros, ou seja, 39 (16,0%)

    Nessa mesorregio, somando todos os desastres naturais, os 5 municpios mais impactados foram: Lages (22), So Joaquim (21), Campos Novos (20), Abdon Batista (15) e Urubici (15 ).

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    MESORREGIO III SERRANA 690000

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    Cricima

    MESORREGIO III SERRANA Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+

    Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico

    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

    N40 km 0 40 80 km

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    IG IB ESC ES GR VE TORDesastres Naturais Total: 244

    Mesorregio Vale do Itaja A Mesorregio Vale do Itaja composta por 54 municpios, corresponde segunda maior em nmero

    de municpios, embora possua 50% menos que o da Mesorregio do Oeste Catarinense. O nmero total de desastres naturais registrado foi de 674, sendo que as inundaes representaram

    as maiores ocorrncias, isto , 449 registros que corresponde a 66,6% .Dessas, 284 (42,1%) foram de inundaes graduais e 165 (24,5%) de inundaes bruscas.

    No estado, a bacia do Itaja costumeiramente a mais afetada pelas inundaes, e os municpios que apresentaram o maior nmero de registros foram Blumenau (32), Rio do Sul (18), Ituporanga(17), Benedito Novo (15), Salete (15) e Itaja (15). Todos os municpios apresentaram registros de inundaes durante o perodo 1980 a 2004.

    Nessa mesorregio, somando todos os desastres naturais, os 5 municpios mais impactados foram: Blumenau (47), Ituporanga (31), Salete (23), Rio do Sul (21) e Itaja (21).

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    MESORREGIO IV VALE DO ITAJA 690000

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    So Francisco do Sul

    MESORREGIO IV VALE DO ITAJA Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+

    Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico N

    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

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    IG IB ESC ES GR VE TORDesastres Naturais Total: 674

  • 6Municpio de Blumenau, inundao do dia 24 de Nov de 2008, Foto de Patrick Rodrigues, in: WWW.clickrbs

    Joinville, Itajai Denilson Waterkemper-publicado pela RBS em 24/11/2008

    BlumenauGilmar de SouzaPublicado em 23/11/2008

    Alto do Ba, Ilhota-SC, inundao de novembro 2008

    Fonte clickrbs.com.br

  • 7NNvel do rio Itajavel do rio Itaja. em Blumenau durante os dias 22 a 28 de novembro de. em Blumenau durante os dias 22 a 28 de novembro de20082008

    Dias 08:00hs 15:00hs 22/11/08 3:38 6:16 23/11/08 9:09 10:06 24/11/08 11:24 9:85 25/11/08 8:25 6:73 26/11/08 4:91 4:91 27/11/08 4:52 4:72 28/11/08 4:38 4:24 29/11/08 3:68 3:67 Fonte: EPAGRI; Empresa de Pesquisa Agropecuria e Extenso Rural de Santa Catarina

    Segundo Santos1 e Pinheiro (2002), a vazo Q de 3500 m3/s, correspondente ao nvel de 11,20 m na estao fluviomtrica de Blumenau, instalada na Ponte Adolfo Konder.

    Nas enchentes de 1992, os nveis mximos registrados foram 12,80 m (29/05) e 10,62 m (01/07) na mesma estao fluviomtrica. Alguns dados sobre a vazo rio Itaja em Blumenau:

    - vazo mdia = 140 m/s- vazo mnima de estiagem = 15 m/s- vazo mxima em enchentes de 15 m = 5.000 m/s- largura do rio varia entre 50 e 150mhttp://www.tratamentodeagua.com.br

    Eroso nas margens dos rios Foto Andr V. Nunes

  • 8 Foto Andr V. Nunes

  • 9 Mesorregio Grande Florianpolis Na Grande Florianpolis foram computados 288 desastres naturais ao longo de 24 anos. As inundaes,

    com um total de 204 registros (70,8%), representaram o maior nmero ; sendo 132 (45,8%) episdios de inundaes graduais e 72 (25%) de inundaes bruscas.

    Dentre os 21 municpios que compem a mesorregio, os que apresentaram os maiores nmeros de registros de inundaes foram Florianpolis (21), Palhoa (17), Biguau (16), Antnio Carlos (14).

    Os escorregamentos (26) e vendavais (27), somados, correspondem a 18,4% dos desastres. O municpio de Florianpolis destacou-se com 9 episdios de escorregamentos e 5 de vendavais.

    Somando todos os desastres naturais, os 5 municpios mais impactados foram: Florianpolis (38), Biguau(24), So Jos (22), Palhoa (21) e Antnio Carlos (21).

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    MESORREGIO VI GRANDE FLORIANPOLIS 790000

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    MESORREGIO V GRANDE FLORIANPOLIS Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+

    Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico N

    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

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    IG IB ESC ES GR VE TORDesastres Naturais Total: 288

    Quedas de BlocosQuedas de Blocos

    So movimentos extremamente rpidos onde h o desprendimento de lascas e pedaos de rochas aflorantes em encostas.

  • 10

    Queda de bloco Florianpolis, Foto Jornal a noticia, jan.2006 ?

    Saco Grande-Fpolis,Foto: Fernando Peres.Itacorubi-Fpolis,Foto: Santo Criso

  • 11

    Mesorregio Sul Catarinense Na mesorregio Sul Catarinense foram registrados 346 episdios de desastres naturais, sendo que a

    maioria esteve relacionado s inundaes, totalizando 257 registros (74,3%). Dessas inundaes levantadas, 179 referem-se s inundaes graduais (51,7%) e 78 as inundaes

    bruscas (22,5%). Dentre os 44 municpios que compem a mesorregio, os mais afetados pelas inundaes foram

    Ararangu (11), Imbituba (10), Sombrio (10), Meleiro (10), Rio Fortuna (10), Armazm (9) e Orlens(9). Os 45 episdios de vendavais (13,0%) afetaram principalmente os municpios de Imbituba com 5 registros, e de Ararangu e Laguna com 4 registros cada.

    Somando todos os desastres naturais, os 5 municpios mais impactados foram: Ararangu (18), Imbituba (17), Meleiro (15), Armazm (15) e Laguna (14).

    MESORREGIO VI SUL CATARINENSE

    Ararangu

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    Lages

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    MESORREGIO VI SUL CATARINENSE Carta Imagem do Satlite Landsat 7 ETM+

    Fuso dos canais visvel, infravermelho e pancromtico N

    Projeo Universal Transversa de Mercartor Datum WGS 84

    Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey

    25 km 0 25 50 km

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    IG IB ESC ES GR VE TORDesastres Naturais Total: 346

    Os escorregamentos so frequentes e que ocorrem em maior nmero, especialmente junto as Serras localizadas na borda oriental do Estado, destacando-se os municpios localizados nas Serras do Leste Catarinense, como Blumenau, Florianpolis e So Jos, os quais correspondem aos mais populosos .

    Os escorregamentos que causaram grandes impactos referem-se aos episdios pluviomtricos de novembro de 1991 e dezembro 1995 e novembro de 2008.

  • 12

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    VERO OUTONO

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  • 13

    Fonte: Google Earth

    Fonte, Prefeitura Municipal de Tubaro.

  • 14

    Geolgicos - Os aspectos estruturais, litolgicos e tectnicos, condicionam os tipos de

    movimentos, as suas dimenses e a evoluo da rea afetada. A rede de falhas e de fraturas contribui para facilitar a alterao das rochas, a

    infiltrao eficaz da gua em nveis profundos, e proporcionar as movimentaes das massas superficiais.

    Manto de alterao, com espessura e textura variveis, favorece a eficaz infiltrao da gua at que se atinja o ponto de saturao ou encontre barreira de rochas resistentes (impermeveis), que funcionem como plano de deslizamento;

    Nas vertentes inclinadas com solos assentados sobre superfcie rochosa macia (granitos, gnaisses pouco alterados), a gua gera superfcie de lubrificao e facilita o escorregamento;

    geomorfolgicos, - Nas vertentes cncavas o potencial de movimentos de massa maior do que nas

    vertentes convexas e retilneas, pois as cncavas tendem a concentrar gua de sobrecarga, que propicia a elevao do nvel fretico e consequentemente poro-pressoneutra mais elevadas (N. FERNANDES, et. al. 2001, S. SAITO ,2005).

    As formas dos vales em V esto mais sujeitas a escorregamentos do que as dosvalesem U, conforme, F. Dias (2000); S. Cristo (2002) e M.Alheiros, et al. (2003

    Movimentos de massa induzidos pela ao humana:

    Nos cortes de vertentes com solos profundos, com fluxo subterrneo interrompido, por muros, paredes, manta de concreto;

    Nas sequncias de cortes e aterros conjugados em vertentes muito inclinadas, que possibilitam ultrapassar o limite natural de estabilidade .

    Nos morros e cabeceiras de drenagens com alta densidade de barrancos e favelas, onde no h preveno com as guas servidas, que tendem a saturao do solo.

    Nos cortes em baixa vertentes com solos saturados pelas guas do fretico cujo fluxo subterrneo interrompido por muros de arrimo, gabies, concreto atirantado.

    Remoo da cobertura vegetal, que origina a exposio do solo, perda da estrutura superficial e o aumento da infiltrao;

    Vazamento na rede de abastecimento de gua, de esgoto e presena de fossas que propiciam a saturao do solo e criao de fluxos subterrneos;

    Execuo deficiente de aterros, quanto a compactao, sobre canais de drenagens, ou com deficincia de drenagens internas e superficiais;

    Lanamento de entulho e lixo nas encostas cujo material heterogneo possibilita armazenar gua durante as chuvas e se instabilizar;

    Vibraes produzidas por exploses e circulao de trfegos pesados Minerao, entre outros.

  • 15

    Queda de bloco Florianpolis, Foto Jornal a noticia, jan.2006 ?

    Foto: Fernando Peres.

  • 16

    Detalhe da residncia junto aos blocos de rochas em rea de baixa encosta no bairro ItacorubiFoto Sandro Cristo.Out.2001

    Fonte: SAITO, 2004.

  • 17

    RavinamentoRavinamento

    Ravinamento em areias cenozicas da Praia da Falsia (Algarve), com destruio de estruturas de apoio e acesso praia (Inverno de 1995/96).

  • 18

    VoVoorocaorocaVoorocas so feies erosivas normalmente associadas a terrenos mais arenosos e que acontecem quando processos erosivos superficiais (ravinamento) encontram o nvel dgua, situao onde acontece uma potencializao do fenmeno atravs de sucessivos colapsos dos taludes de cabeceira

    Para a implantao de um loteamento habitacional simplesmente se lanouterra sobre a cabeceira da booroca sem nenhuma providncia de boa compactao e instalao de sistemas drenantes e de conteno, o que, com a evoluo dos fatores de instabilizao, veio proporcionar essa verdadeira corrida de lama.

  • 19

    No dia 05/03/2007 um grande escorregamento ocorrido em aterro assentado em cabeceira de antiga booroca, destruiu completamente 14 moradias e comprometeu outras 30, no loteamento Jardim Paulista em Monte Alto-SP ,alm de tragar duas mquinas e um caminho da Prefeitura. Por muita sorte no ocorreram mortes. Gel. lvaro Rodrigues dos Santos

    Condicionantes geolCondicionantes geolgicosgicos Fraturas; Falhas; Abalos sismicos Foliao e Bandamento Composicional; Descontinuidade do Solo; Morfologia da Encosta; Depsitos de Encosta (Talus e Coluvios);

  • 20

    3.2-movimentos de massa

    3.2.1- Fatores de susceptibilidade natural:

    Hidroclimticas- A infiltrao, ativa a circulao subterrnea, que se escoa entre a rocha, inalterada e

    os depsitos sobrejacentes. Quando estes caudais subterrneos so elevados e associados gua infiltrada pela chuva, podem contribuir para a fluidificao dos depsitos sobrejacentes e criar condies para o seu deslizamento, que muitas vezes se prolonga para jusante atravs de fluxos lamacentos. (Pedrosa et. al. 2001)

    geolgicos A rede de falhas e de fraturas contribui para facilitar a alterao das rochas, a

    infiltrao eficaz da gua em nveis profundos, e proporcionar as movimentaes das massas superficiais.

    Manto de alterao, com espessura e textura variveis, favorece a eficaz infiltrao da gua at que se atinja o ponto de saturao ou encontre barreira de rochas resistentes , que funcionem como plano de deslizamento;

    Nas vertentes inclinadas com solos assentados sobre superfcie rochosa macia (granitos, gnaisses pouco alterados), a gua gera superfcie de lubrificao e facilita o escorregamento;

    geomorfolgicos- Nas vertentes cncavas o potencial de movimentos de massa maior do que nas

    vertentes convexas e retilneas, pois as cncavas tendem a concentrar gua de sobrecarga, que propicia a elevao do nvel fretico e consequentemente poro-presso neutra mais elevadas (N. FERNANDES, et. al. 2001, S. SAITO ,2005).

    As formas dos vales em V esto mais sujeitas a escorregamentos do que as dos vales em U, conforme, F. Dias (2000); S. Cristo (2002) e M.Alheiros, et al. (2003).

    So So MiguelMiguel-- PTPTEscorregamentos provocados por sismosEscorregamentos provocados por sismos

    No perodo de Maio a Setembro de 2005 foram registados numerosos sismos dos quais cerca de 180 foram sentidos pelas populaes das freguesias junto regio epicentral.

    Os sismos mais fortes ocorreram nos dias 20 e 21 de Setembro e atingiram magnitudes (Ml) 4.2 e 4.3, respectivamente, tendo desencadeado um pouco por toda a zona epicentral numerosos movimentos de vertente., sem registros de vitimas humanas. No obstante algumas estradas ficaram bloqueadas face ao material deslocado, bem como algumas linhas de gua, provocando em determinados sectores algumas represas.

    Foram identificados centenas de movimentos de vertente, os quais se distriburam de forma heterognea por uma rea de 10 km2, alguns dos quais corresponderam a reactivaes de taludes anteriormente afectados por fenmenos de instabilidade geomorfolgica. A maior densidade de movimentos de vertente situou-se nos sectores montante das bacias hidrogrficas da Ribeira Seca, da Ribeira Grande e da Ribeira de gua dAlto.

    Na maioria dos casos, os movimentos de vertentes observados foram superficiais, no excedendo a profundidade atingida pelas razes das rvores de maior porte. Os eventos registados foram do tipo deslizamentos translacionais que no percurso descendente rapidamente evoluram para escoadas de detritos. H ainda que referir a ocorrncia de um movimento do tipo queda de blocos ocorrido na vertente N da Lagoa do Congro.

    Os depsitos, maioritariamente constitudos por cinzas e pedra-pomes, incluram frequentemente uma significativa quantidade de vegetao (de mdio/baixo porte) e, em alguns casos, fragmentos de rocha basltica (s.l.), por vezes de dimenses mtricas.

    , os movimentos de vertente foram desencadeados em taludes caracterizados por baixos valores de gua no solo, ao contrrio do que habitual nos depsitos da zona, onde normalmente se observam quantidades elevadas de gua, fruto da sua elevada capacidade de reteno. Este facto fez com que elevadas quantidades de material tenham ficado dispersos pelos taludes, os quais devido ao enquadramento geomorfolgica da rea apresentam um elevado potencial para serem erodidos e transportados para jusante das bacias hidrogrficas afectadas.

  • 21

    S.Miguel PT-Sector montante da bacia hidrogrfica da Rib. Grande

    So Miguel 2 Sector montante da bacia hidrogrfica da Ribeira Seca

  • 22

    So Miguel 3 Aspecto de alguns movimentos de vertente superficiais

    So Miguel 4 Aspecto da grande densidade de movimentos de vertente

  • 23

    So Miguel 5 Obstruo de uma linha de gua por um dos depsitos

    So Miguel -6Obstruo de uma via de comunicao

  • 24

    Causas Causas AntrAntrpicaspicas de Movimentos de Massade Movimentos de Massa

    Retirada de Vegetao:

    Acmulo de Lixo nas Encostas

    Construo de Edificaes nas Encostas:

    Vazamentos de gua e Esgoto:

    Cortes e/ou Aterros:

    3.2.2. Movimentos de massa induzidos pela ao humana:

    Nos cortes de vertentes com solos profundos, com fluxo subterrneo interrompido, por muros, paredes, manta de concreto;

    Nas sequncias de cortes e aterros conjugados em vertentes muito inclinadas, que possibilitam ultrapassar o limite natural de estabilidade .

    Nos morros e cabeceiras de drenagens com alta densidade de barrancos e favelas, onde no h preveno com as guas servidas, que tendem a saturao do solo.

    Nos cortes em baixa vertentes com solos saturados pelas guas do fretico cujo fluxo subterrneo interrompido por muros de arrimo, gabies, concreto atirantado.

    Remoo da cobertura vegetal, que origina a exposio do solo, perda da estrutura superficial e o aumento da infiltrao;

    Vazamento na rede de abastecimento de gua, de esgoto e presena de fossas que propiciam a saturao do solo e criao de fluxos subterrneos;

    Execuo deficiente de aterros, quanto a compactao, sobre canais de drenagens, ou com deficincia de drenagens internas e superficiais;

    Lanamento de entulho e lixo nas encostas cujo material heterogneo possibilita armazenar gua durante as chuvas e se instabilizar;

    Vibraes produzidas por exploses e circulao de trfegos pesados Minerao, entre outros.

  • 25

    Retirada de Vegetao: A retirada de vegetao de uma encosta para a implantao de casas ou mesmo para o cultivo resulta na exposio do solo, aumentando a possibilidade de haver movimentos de massas. A simples presena de vegetao no significa que uma certa encosta no v apresentar problemas, mas diminui muito a possibilidade de que isto venha a acontecer.

    Acmulo de Lixo nas Encostas: Na poca das chuvas este lixo aumenta de peso pelo encharcamento. Por ser um material incoerente tende a escorregar, iniciando o processo de escorregamento do solo da encosta. Os movimentos causados pelo acmulo de lixo nas encostas adquirem carter muito destrutivo devido grande quantidade de gua que colocada em movimento de uma s vez.

  • 26

    Construo de Edificaes nas Encostas:

    Em locais imprprios, a retirada de material para a implantao das fundaes e o prprio peso da estrutura podem concorrer para a movimentos de massas

    Vazamentos de gua e Esgoto: Sistemas de guas e esgotos que apresentam vazamentos contribuem para que o solo fique instvel aumentando a possibilidade de processos erosivos e movimentos de massa. Mesmo pequenos e constantes vazamentos so capazes de encharcar o solo com o passar do tempo, principalmente em locais com coberturas de cimento, que no permitem a evaporao da gua. Um problema srio colocado quando as casas construdas nas encostas no so servidas por sistema coletivo de saneamento e cada residncia lana seu prprio esgoto em sumidouros. Este procedimento alm de provocar o rpido encharcamento do solo contribui para a poluio da gua subterrnea, que muitas vezes usada atravs de poos ou fontes situadas a jusante.

  • 27

    Cortes e/ou Aterros:Quando tecnicamente mal executados so causas de movimentos de massa. Desde o deslocamento de partculas por lavagem do solo ( runoff) at rompimentos abruptos. Todo corte ou aterro altera as condies de equilbrio natural de uma encosta e portanto devem de preferncia ser evitados ou minimizados. Contudo, quando hnecessidades de serem feitos tem que se adotar um conjunto de medidas capazes de compensar a estabilidade causada pelo homem. No geral podemos dizer que as medidas a serem tomadas para evitar movimentos de massa encarecem demais a construo em encostas. pois um paradoxo que em cidades como o Rio de Janeiro a populao de renda mais alta more nas partes baixas enquanto a de menor renda ocupe as encostas.

  • 28

    Morro do Curral situa-se a oeste da praa Tiradentes, no eixo histrico da cidade de Ouro Preto,pode ser visto de todo o centro histrico por turistas e ou moradores da cidade de Ouro Preto, o que ocasiona um grande impacto visual por causa dos problemas de rupturas

    Morro do Curral-MG

    O mov de massa de maior importncia foi o de 1979,a montante do bairro Vila So Jos, com um volume aproximado de 100.000m3 de material. Esse acidente motivou a execuo de obras de terraplanagem com o objetivo de remover o material rompido e alterar a geometria da encosta, de forma a aumentar sua estabilidade

  • 29

    Serra do Serra do CurralCurral--MGMG

    O projeto de suavizao da encosta, em junho de 1979, envolveu a remoo de 600.000m3 de material, que foi depositado sobre o antigo depsito de efluentes, com alto teor de soda, resultante do tratamento da bauxita para obteno de alumnio.Na poca optou-se por essa soluo por se tratar de uma alternativa mais vivel entre as analisadas, uma vez que no haveria necessidade de transitar com caminhes carregados de material pelo centro histrico, danificando o calamento das ruas e abalando as estruturas do acervo histrico da cidade. Com essa alternativa, foi possvel tambm a abertura de uma comunicao entre o centro histrico e uma rea em expanso (hoje Bairro Jardim Alvorada), alm da possibilidade de recuperao de uma rea degradada (o antigo lago de lama).

  • 30

    A montante da Praa Baro do Rio Branco atrs da igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, uma das importantes relquias do acervo da cidade de Ouro Preto, monumento mundial. Houve movimentao recente (janeiro, 2003), o que acarretou o deslizamento de material sobre as reas de servio das residncias que se localizam na base da encosta. Essas reas de servios foram construdas a partir do capeamento do crrego Caquende, que corta a base da encosta, e de cortes executados no depsito de tlus pelos prprios moradores

    O que se tem observado, infelizmente, que o problema de ocupao em reas de risco s discutido por todos (polticos, rgos pblicos responsveis, populao, imprensa), quando ocorrem catstrofes como a que ocorreu em janeiro de 2003, em Belo Horizonte. Aps os perodos de grandes precipitaes chuvosas, a populao volta a ocupar as reas de risco, os rgos fiscalizadores relaxam a fiscalizao e os demais cuidam de outros interesses, s voltando a preocupao com o problema quando as chuvas retornam.

    Pinheiro, Antnio Luiz; Sobreira, Frederico Garcia; Lana, Milene Sabino Influncia da expanso urbana nos movimentos em encostas na cidade de Ouro Preto, MG. Rem: Revista Escola de Minas, 2003, vol.56, n. 3, ISSN 0370-4467