geografia - prof. emanuel fontes de energia no brasil

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1 GEOGRAFIA - Prof. Emanuel Fontes de energia no Brasil Texto complementar: ARTIGO: Jornal da Unicamp – Edição 204 – 24/2 a 9/3 de 2003 Ennio Peres da Silva Carla Kazue Nakao Cavalliero O interesse pela geração de energia a partir de fontes renováveis, principalmente as alternativas (energia solar, dos ventos, biomassa) vem experimentando uma nova fase de crescimento no Brasil. Até bem pouco tempo, o apelo ambiental era o único argumento utilizado para incentivar tais fontes, não sendo, no entanto, suficiente para atingir seu objetivo. Com a crise de energia elétrica e o plano de racionamento vividos em 2001, chamou-se a atenção para um outro fator importante: a necessidade de diversificar as fontes de energia. Como resultado, vêm sendo criados mecanismos legais para regulamentar o uso destas fontes, tal como a lei que cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, mais conhecido como PROINFA. Este programa tem entre outros o objetivo de incentivar a geração de energia elétrica a partir da energia eólica, da biomassa e de pequenas centrais hidroelétricas. Apesar de alguns pontos polêmicos esta lei traz boas perspectivas, já que no caso da energia eólica por exemplo existe um grande potencial de aproveitamento no Nordeste e no Rio Grande do Sul. Além disto, o que não falta no país é biomassa energética, onde destacam-se a cana-de-açúcar e as 318 usinas sucroalcooleiras atualmente operantes. O mesmo pode ser dito do potencial hidráulico de geração, especialmente para as centrais que inundam menores áreas e reduzem o impacto ambiental, como as micros e pequenas hidroelétricas. Mas se existe tanto potencial, pode-se questionar porque tais fontes ainda se mantêm pouco representativas. O problema é que em geral as energias renováveis, com exceção da energia hidroelétrica, custam mais caro, o que é de se esperar, pois causam problemas ambientais bem menores. Daí a necessidade de incentivos específicos que aumentem sua competitividade econômica, e de preferência que sejam mínimos, já que é o consumidor que irá arcar com eles. Evidentemente que para isto é necessária a vontade política do Governo Federal em proceder desta maneira, definindo diretrizes explícitas. Neste sentido a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República parece reforçar este pensamento, já que dentre os programas de governo apresentados pelos principais candidatos, o do PT foi o que mais destacou o uso das fontes renováveis de energia. De fato, dentre os vários temas referentes ao setor energético o programa incluiu o estímulo às fontes renováveis alternativas, cujas propostas estão centradas na implantação de uma política regionalizada e de mecanismos para desenvolver uma indústria nacional de equipamentos para a exploração de tais fontes, estes atualmente em grande parte importados. O anúncio da senadora Marina Silva, do PT do Acre, para o Ministério de Meio Ambiente parece reforçar o comprometimento do partido com a questão ambiental. A indicação de um nome da própria bancada do PT para um ministério tradicionalmente negociável, ou seja, considerado menos estratégico que outros, sinaliza para a priorização deste tema pelo futuro governo. Este fato pode ser muito favorável ao estímulo das fontes renováveis, relativamente menos impactantes que as grandes gerações hidroelétrica e termoelétrica. Portanto, em princípio o governo do presidente Luis Inácio mostra intenção em promover o incremento e o desenvolvimento do uso das fontes renováveis de energia no país. Resta saber se esta intenção se tornará efetivamente realidade, o que somente o tempo dirá. O professor Ennio Peres da Silva e a pesquisadora Carla Kazue Nakao Cavaliero pertencem ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Unicamp. (Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/fevereiro2003/ju204pg02.html) Introdução: Elementos básicos da infraestrutura econômica e industrial: Fontes de energia; Transportes; Telecomunicações. Condições para a modernização, industrialização e desenvolvimento. Principais fontes de energia do Brasil: Petróleo; Energia hidráulica; Carvão mineral; Biocombustíveis; Outras – gás natural, átomo, xisto, lenha, carvão vegetal, energia solar...

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Page 1: GEOGRAFIA - Prof. Emanuel Fontes de energia no Brasil

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GEOGRAFIA - Prof. Emanuel

Fontes de energia no Brasil Texto complementar:

ARTIGO: Jornal da Unicamp – Edição 204 – 24/2 a 9/3 de 2003 Ennio Peres da Silva

Carla Kazue Nakao Cavalliero

O interesse pela geração de energia a partir de fontes renováveis, principalmente as alternativas (energia solar, dos ventos, biomassa) vem experimentando uma nova fase de crescimento no Brasil. Até bem pouco tempo, o apelo ambiental era o único argumento utilizado para incentivar tais fontes, não sendo, no entanto, suficiente para atingir seu objetivo. Com a crise de energia elétrica e o plano de racionamento vividos em 2001, chamou-se a atenção para um outro fator importante: a necessidade de diversificar as fontes de energia. Como resultado, vêm sendo criados mecanismos legais para regulamentar o uso destas fontes, tal como a lei que cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, mais conhecido como PROINFA. Este programa tem entre outros o objetivo de incentivar a geração de energia elétrica a partir da energia eólica, da biomassa e de pequenas centrais hidroelétricas.

Apesar de alguns pontos polêmicos esta lei traz boas perspectivas, já que no caso da energia eólica por exemplo existe um grande potencial de aproveitamento no Nordeste e no Rio Grande do Sul. Além disto, o que não falta no país é biomassa energética, onde destacam-se a cana-de-açúcar e as 318 usinas sucroalcooleiras atualmente operantes. O mesmo pode ser dito do potencial hidráulico de geração, especialmente para as centrais que inundam menores áreas e reduzem o impacto ambiental, como as micros e pequenas hidroelétricas. Mas se existe tanto potencial, pode-se questionar porque tais fontes ainda se mantêm pouco representativas.

O problema é que em geral as energias renováveis, com exceção da energia hidroelétrica, custam mais caro, o que é de se esperar, pois causam problemas ambientais bem menores. Daí a necessidade de incentivos específicos que aumentem sua competitividade econômica, e de preferência que sejam mínimos, já que é o consumidor que irá arcar com eles. Evidentemente que para isto é necessária a vontade política do Governo Federal em proceder desta maneira, definindo diretrizes explícitas. Neste sentido a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República parece reforçar este pensamento, já que dentre os programas de governo apresentados pelos principais candidatos, o do PT foi o que mais destacou o uso das fontes renováveis de energia.

De fato, dentre os vários temas referentes ao setor energético o programa incluiu o estímulo às fontes renováveis alternativas, cujas propostas estão centradas na implantação de uma política regionalizada e de mecanismos para desenvolver uma indústria nacional de equipamentos para a exploração de tais fontes, estes atualmente em grande parte importados. O anúncio da senadora Marina Silva, do PT do Acre, para o Ministério de Meio Ambiente parece reforçar o comprometimento do partido com a questão ambiental.

A indicação de um nome da própria bancada do PT para um ministério tradicionalmente negociável, ou seja, considerado menos estratégico que outros, sinaliza para a priorização deste tema pelo futuro governo. Este fato pode ser muito favorável ao estímulo das fontes renováveis, relativamente menos impactantes que as grandes gerações hidroelétrica e termoelétrica. Portanto, em princípio o governo do presidente Luis Inácio mostra intenção em promover o incremento e o desenvolvimento do uso das fontes renováveis de energia no país. Resta saber se esta intenção se tornará efetivamente realidade, o que somente o tempo dirá.

O professor Ennio Peres da Silva e a pesquisadora Carla Kazue Nakao Cavaliero pertencem ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Unicamp.

(Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/fevereiro2003/ju204pg02.html)

Introdução: Elementos básicos da infraestrutura econômica e industrial: • Fontes de energia; • Transportes; • Telecomunicações. Condições para a modernização, industrialização e desenvolvimento.

Principais fontes de energia do Brasil: • Petróleo; • Energia hidráulica; • Carvão mineral; • Biocombustíveis; • Outras – gás natural, átomo, xisto, lenha, carvão vegetal, energia solar...

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Fontes e usos de energia

Brasil: consumo de energia por setor

Brasil: consumo de energia segundo a fonte

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Brasil: principais usinas hidrelétricas em operação – p. 568

Fontes renováveis – não se esgotam e são menos poluentes: biomassa, energia hidráulica, solar, eólica... Fontes não renováveis – limitadas e poluidoras: petróleo, carvão mineral, urânio, xisto...

Energia Hidrelétrica

Brasil – fonte principal é hidráulica: • 15% do consumo energético total, (90% de hidrelétricas e 10% de termelétricas e nucleares); • Subaproveitamento: só 25% utilizado; • Brasil: 3º potencial mundial, atrás de Rússia e China; • Centro-Sul consome 80% e NE 15%; • Poderia suprir o total das necessidades com mais investimentos; • Não se esgota, mas sofre com secas. Problemas da energia hidráulica: • enormes represamentos; • perdas arqueológicas; • perdas de solos agrícolas; • eliminação de animais e plantas; • expulsão de populações ribeirinhas; • poluição por CO2, metano...

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Artigo: Energia elétrica puxou alta da inflação em março, diz IBGE

20 de abril de 2015 Bruno Henrique Brasil, Economia crise hídrica, Economia, IBGE, inflação, IPCA A energia elétrica foi, sozinha, responsável por mais da metade da alta de 1,32% registrada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com um aumento médio de 22,08%, o item teve um impacto de 0,71 ponto porcentual de impacto, o que representa 53,79% do IPCA do mês passado. “Com a entrada em vigor, a partir de 2 de março, da revisão das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ocorreram aumentos extras, fora do reajuste anual, para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia. Na mesma data, houve reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente, a vermelha, passando de R$ 3,00 para R$ 5,50″, destacou o IBGE. No Rio de Janeiro, a variação da energia refletiu também o reajuste anual de 34,91% em uma das concessionárias, que entrou em vigor em 15 de março. Neste ano, a energia elétrica em todas as regiões já subiu em média 36,34%. Nos últimos 12 meses, a conta está 60,42% mais cara. O resultado do mês de março fez com que o grupo Habitação registrasse o maior resultado do mês, com alta de 5,29%. A categoria ainda recebeu impactos de mão de obra para pequenos reparos (1,25%) e condomínio (0,96%).

(http://energiainteligenteufjf.com/2015/04/20/energia-eletrica-puxou-alta-da-inflacao-em-marco-diz-ibge/)

Petróleo

Mais importante fonte para o Brasil: 38% do consumo total de energia. O Brasil exporta e importa petróleo – aparente contrassenso: • Motivos econômicos – abrir mercados, aumentar superávit, prazos e preços (exporta à vista e importa à prazo); • Motivos técnicos – importa petróleo leve, mais apropriado pra gerar gasolina e para nossas refinarias. Áreas de concentração da produção: • RJ com 81%, destaque – Bacia de Campos; • NE – Recôncavo Baiano, bacias de Sergipe-Alagoas e RN; • AM – bacia sedimentar; • Bacia do Espírito Santo ao Sul do Recôncavo; • Novas áreas descobertas... O petróleo é ainda matéria prima para plásticos, borrachas sintéticas, fertilizantes, inseticidas, fertilizantes, medicamentos, produtos químicos...

Gás natural Representa 9,6% do consumo nacional de energia. Surge associado ao petróleo. 60% importado da Bolívia.

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Imagens do gasoduto Brasil-Bolívia

Imagens do gasoduto Brasil-Bolívia

Descobertas grandes reservas na bacia de Santos. Utilizado em: • Residências; • Indústrias (vidro, cerâmica...);

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• Termelétricas; Usina Termelétrica

• Veículos...