geografia modulo i

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Colégio Estadual Tiradentes-Rio Real/Bahia. Página 1 Prof. EVERTON LIMA TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA LICENCIADO EM PEDAGOGIA PÓS GRADUADO –ESPECIALISTA EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL

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Colégio Estadual Tiradentes-Rio Real/Bahia. Página 1

Prof. EVERTON LIMA

TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

LICENCIADO EM PEDAGOGIA

PÓS GRADUADO –ESPECIALISTA EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL

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1.CONCEITOS BASILARES DA GEOGRAFIA

1.1.Espaço geográfico

O Espaço geográfico é o palco das realizações humanas, no entanto, abriga todas as partes do

planeta possíveis de serem analisadas, catalogadas e classificadas pelas inúmeras

especialidades da ciência geográfica.

Em geral, o espaço geográfico é o espaço ocupado e organizado pelas sociedades humanas.

Ele é poligênico - sendo que para seu entendimento é necessário o estudo de todo o processo

histórico de sua formação.

O espaço geográfico do Brasil é considerado excepcionalmente privilegiado, já que é quase

inteiramente aproveitável, não apresentando desertos, geleiras ou cordilheiras - as chamadas

áreas anecúmenas, que impossibilitam a plena ocupação do território, como ocorre com a

maior parte dos países muito extensos da Terra. No Canadá, por exemplo, aparecem algumas

áreas desse tipo, como a Ilha de Baffin e a Ilha Ellesmere, ocupadas por geleiras. Na China,

aparecem os desertos da Mongólia e Turquestão; nos Estados Unidos, os desertos do Arizona

e do Colorado.

A combinação da litosfera com a hidrosfera e a atmosfera constitui um subespaço geográfico

denominado biosfera. Este subespaço recebe tal denominação por corresponder à porção do

planeta que é capaz de comportar vida.

Para a geografia física o espaço geográfico é o espaço concreto ou físico inserido na interface

"litosfera-hidrosfera-atmosfera". É o espaço de todos os seres vivos, não só o espaço do

homem. O espaço geográfico foi formado a 4,5 bilhões de anos quando a Terra foi formada.

De lá para cá houve mudanças profundas na sua estrutura, composição química e na paisagem

geográfica. Oceanos apareceram, oxigênio ficou abundante, devido o papel das algas e plantas

superiores. Quando o homem surgiu na Terra ele já estava formado. Com o tempo a

humanidade começou a modifica-lo através da tecnologia. Hoje as paisagens geográficas

estão bastante modificadas, mas a natureza continua determinando tudo ou quase tudo.

1.2.Ações humanas

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Na corrente conhecida como geografia tradicional, o conceito de espaço não era uma

categoria central de pesquisa, pois os geógrafos trabalhavam principalmente com os conceitos

de superfície terrestre, região, paisagem e território. Já a partir da década de 1950, com a

chegada da geografia quantitativa, o conceito de espaço tornou-se central nas pesquisas em

geografia humana. De fato, essa corrente do pensamento geográfico definia a geografia como

a ciência que estuda a organização espacial, ou seja, a lógica que estabelece os padrões de

distribuição espacial dos fenômenos e as relações que conectam pontos diferentes do espaço.

Nesse sentido, a geografia precisava entender a lógica do comportamento dos agentes sociais

para poder explicar a localização das atividades humanas e os fluxos de pessoas, mercadorias

e informações que conectam os lugares. Mas, de meados dos anos 1970 em diante, o conceito

de espaço foi totalmente redefinido pela geografia crítica. Essa corrente afirma que, assim

como a cultura, a política e a economia são instâncias da sociedade, o mesmo ocorre com o

espaço, que, como produto social, reflete os processos e conflitos sociais, ao mesmo tempo

em que influi neles. Para a maior parte dos geógrafos críticos, como Milton Santos, Ruy

Moreira, David Harvey, entre outros, o objeto de estudo da geografia é o espaço, concebido

de forma humanizada e politizada como uma instância social.

Segundo essa última concepção, que é a predominante na atualidade, a sociedade se expressa

inteira no espaço geográfico, num feixe de relações sociais, políticas e econômicas que as

pessoas estabelecem entre si e delas com o espaço. As relações entre as pessoas são

construídas na família, no trabalho, na escola, na universidade, no lazer, na igreja, etc. As

relações de trabalho nos últimos anos passam por uma enorme transformação provocada pela

rapidez do avanço tecnológico e sua aplicação nos processos produtivos.

As paisagens geográficas mudam, mas porque elas mudam? As paisagens mudam porque

precisam incorporar novos objetos que a ciência descobriu e novos elementos que a técnica

cria por meio do trabalho do ser humano. É partindo da ciência e da tecnologia que objetos

são fabricados pelos homens. Alguns desses objetos são incorporados á nossa rotina sem

maiores implicações, como o telefone celular, por exemplo. Outros objetos exigem

implantação de novos arranjos espaciais que facilitem o seu uso pelas pessoas, no dia a dia,

sabe:derruba isso constrói aquilo...E assim a paisagem muda. Isso sem considerar os

fenômenos naturais: os terremotos,as inundações, os deslizamentos de terra e outros.

Mas as paisagem nem sempre mudam você sabia? Nem sempre, porém, há mudança. Em

certas paisagens geográficas, existem elementos culturais que pertencem a épocas diferentes

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da atual.Esses elementos foram preservados como memória de outro tempo, de outro modo

com o as pessoas organizavam a vida em sociedade.

1.3.Problematização

Como suprir nossas necessidades materiais? O espaço geográfico é construído num processo

que não termina. A natureza do lugar não acabou. Foi transformada, humanizada. Passa a

fazer parte da cultura humana. As necessidades vitais permanecem: as plantas continuam a

processar a fotossíntese para fornecer oxigênio à respiração; chuvas para reabastecer nossos

mananciais; água limpa para o nosso consumo doméstico; irradiação solar; preservação das

matérias primas; beleza dos patrimônios naturais dos ambientes protegidos etc.

2.Paisagem

Considera-se paisagem a imagem

resultante da síntese de todos os elementos

presentes em determinado local. Uma outra

definição, tradicional, de paisagem é a de

um espaço territorial abrangido pelo olhar.

Pode ser definida como o domínio do

visível, aquilo que a vista abarca. É

formada não apenas por volumes mas

também por cores, movimento, odores,

sons etc. A paisagem não é espaço, pois se tirarmos a paisagem de um determinado lugar, o

espaço não deixará de existir.

O termo é normalmente usado para se referir às perspectivas visuais existentes em cada

ambiente, sendo inclusive uma categoria da pintura.

2.1.Tipos de paisagem

A paisagem é um resultado material de todos os processos, naturais e humanizados, de

determinado local. Temos dois tipos de paisagem: natural e humanizada.

A paisagem natural é aquilo que vem de origem da natureza, sem interferência da mão

humana, como a vegetação e formações geológicas.

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A paisagem humanizada é aquela que sofreu transformações em resultado da

intervenção humana. São exemplos de ambiente construído as obras de arquitetura e

de paisagismo.

Para alguns autores, a paisagem é a apreensão do mundo de uma forma individual. Um olhar

individual que pode retransmitir para o conceito de paisagem na arte. É o fenômeno espacial

no tempo do indivíduo.

3.Território

A palavra território refere-se a uma área delimitada sob a posse de um animal, de uma pessoa

(ou grupo de pessoas), de uma organização ou de uma instituição. O termo é empregado na

política (referente ao Estado Nação, por exemplo), na biologia (área de vivência de uma

espécie animal) e na psicologia (ações de animais ou indivíduos para a defesa de um espaço,

por exemplo). Há vários sentidos figurados para a palavra território, mas todos compartilham

da ideia de apropriação de uma parcela geográfica por um indivíduo ou uma coletividade e

etc.

3.1.Etimologia

Patriarcado é uma palavra derivada do grego pater, e se refere a um território ou jurisdição

governado por um patriarca; de onde a palavra pátria. Pátria relaciona-se ao conceito de país,

do italiano paese, por sua vez originário do latim pagus, aldeia, donde também vem pagão.

País, pátria, patriarcado e pagão tem a mesma raiz.

3.2.Território na geografia humana

Na geografia humana, o conceito de território surge inserido na proposta de geografia política

de Friedrich Ratzel, sendo assim definido como o espaço sobre o qual se exerce a soberania

do Estado. De fato, Ratzel sustenta que o Estado surge quando uma sociedade se organiza

para defender seu território, sendo essa sua função primordial . Nesse sentido, ele pode ser

tanto o Estado nacional contemporâneo (cuja origem se dá no século XVIII) quanto formas de

organização política próprias de povos tradicionais, como aborígenes, africanos ou

americanos. Na geografia tradicional, portanto, o conceito de território é usado para estudar

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as relações entre espaço e poder desenvolvidas pelos Estados, especialmente os Estados

nacionais.

A geografia quantitativa não trabalhava muito com o conceito de território, pois o estudo da

organização espacial enfatizava principalmente fenômenos econômicos e sociais sem uma

relação direta com questões de poder. Uma possível exceção eram estudos sobre as formas de

organização política do Estado, como a delimitação de distritos eleitorais, por exemplo .

A geografia humanista também não usa muito esse conceito, pois, tendo como objeto de

estudo os valores e atitudes relacionados ao espaço e à natureza, não trabalha diretamente com

relações de poder. Essa corrente da geografia trabalha principalmente com os conceitos de

espaço vivido e de lugar.

A geografia crítica, por sua vez, dá uma grande importância ao conceito de território, já que

tem nas relações de poder um dos seus temas privilegiados de estudo. A maioria dos autores

atuais utiliza esse conceito para tratar das relações entre espaço e poder, mas, à diferença dos

geógrafos tradicionais, enfatiza que o Estado não é o único agente que exerce poder. Nesse

sentido, os geógrafos críticos afirmam que a geografia não pode ficar restrita ao estudo da

geopolítica dos Estados nacionais, pois deve pesquisar qualquer grupo social que, ao manter

relações de poder com outros grupos, produza e/ou reivindique territórios. Disputas entre

quadrilhas de traficantes, as reivindicações de “sem-terra” e “sem teto”, políticas de

imigração, a divisão informal feita por prostitutas e travestis dos “pontos” em que ofertam

seus serviços, as interdições aos deslocamentos de pessoas criadas pelo preconceito racial ou

religioso, etc. Segundo o geógrafo Rogério Haesbaert, os estudos atuais utilizam vários

conceitos de território, os quais se diferenciam por enfatizar mais uma dimensão ou outra das

relações entre espaço e poder. Alguns enfatizam principalmente a dimensão material dessas

relações (conformação de infraestruturas, planejamento urbano, etc.), enquanto outros podem

enfatizar mais a dimensão simbólica (os locais sagrados de Jerusalém, por exemplo). Por fim,

vale ressaltar que, segundo esse autor, não há e nem deve haver uma distinção rígida entre os

conceitos de espaço geográfico e de território.

3.3.Geopolítico

No contexto político, o termo território refere-se a superfície terrestre de um Estado, seja ele

soberano ou não. É definido como o espaço físico sobre o qual o Estado exerce seu poder

soberano, ou em outras palavras é o âmbito de validade da ordem jurídica estatal. De acordo

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com as teorias gerais de Estado, diplomacia, relações internacionais e nacionalidade, o

território é uma das condições para a existência e o reconhecimento de um país (sendo os

outros dois a nação e o Estado). Por isso, existem determinados casos de entidades soberanas

que não são consideradas países, como Estados sem território (Autoridade Nacional Palestina

e a Ordem Soberana dos Cavaleiros de Malta) ou nações sem território (os ciganos).

Compreende o território: as terras emersas, o espaço aéreo, os rios, os lagos e as águas

territoriais.

A delimitação territorial dos Estados modernos foi uma decorrência dos conflitos territoriais

ocorridos ao longo da Idade Média.

Em geopolítica, também se usa o termo "território" para identificar estados não-independentes

e subordinados, até certo grau, a um poder externo. Existem diferentes categorias de território,

de acordo com as relações de dependência.

Os países do mundo são classificados em diferentes grupos conforme a extensão da superfície

terrestre de seus territórios, desde os países continentais até os chamados micropaíses ou

micro-estados, como várias ilhas do Pacífico. Assim, pode ser verificado as seguintes classes:

países continentais, que por definição, são países cujo território é maior ou pelo menos igual

à área de um continente. Como o menor continente do planeta Terra é a Oceania, cuja

esmagadora maioria da massa terrestre corresponde à Austrália, então os países continentais

são todos os com território maior que o australiano, a saber: Rússia, Canadá, Estados Unidos,

China e Brasil (todos com mais de 7 milhões de km²).

países de grande território, que às vezes chamados de "subcontinentais", entre 3,2 milhões e

1,5 milhões de km², correspondendo do 7º ao 18º da lista de países por área terrestre.

países de território extenso, que corresponde a maior parte dos países do Terceiro Mundo,

entre 1,5 milhões e 600 mil km², compreendendo do 19º ao 45º da listagem - incluindo apenas

um país europeu: a Ucrânia. Costumam apresentar grande variedade cultural e também de

relevo, vegetação e clima.

países de território médio, que estão entre 600 mil e 325 mil km², compreendendo do 46º ao

66º da listagem, com territórios ainda de considerável diversidade geográfica e, às vezes,

climática.

países de pequeno território, em que é a maior parte dos países do mundo, com maior

homogeneidade territorial em termos de clima, vegetação e relevo. Têm de 325 mil km² a 10

mil km², abrangendo do 67º ao 159º da listagem.

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países de território diminuto, que possuem áreas menores que 10 mil km², são, na maioria,

países insulares ou enclaves, abrigando pouco mais que uma cidade de grande porte. Há cerca

de 40 países independentes no mundo com este tamanho, às vezes chamados de "micropaíses"

ou "micro-estados" (não confundir com micronações).

Consulte também a Lista de países por área, com 194 estados agrupados em ordem crescente

de tamanho.

4.Regiões do Brasil

Mapa político do Brasil, mostrando a divisão por estados e regiões.

As regiões do Brasil são agrupamentos das unidades da federação em regiões com o

propósito de ajudar as interpretações estatísticas, implantar sistemas de gestão de funções

públicas de interesse comum ou orientar a aplicação de políticas públicas dos governos

federal e estadual. Atualmente, existem cinco regiões oficiais: Centro-Oeste, Nordeste, Norte,

Sudeste e Sul.

As regiões, mesmo quando definidas por lei, não possuem personalidade jurídica própria, nem

os cidadãos elegem representantes da região. Não há, portanto, qualquer tipo de autonomia

política das regiões brasileiras como há em outros países.

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História

A primeira proposta de divisão do Brasil em grandes regiões data de 1913, para ser usada no

ensino de geografia. Nesta primeira versão, o Brasil foi dividido nas regiões Setentrional

(AM, PA e Território do Acre), Norte Oriental (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL), Central (MT

e GO), Oriental (SE, BA, MG, ES, RJ e o DF) e Meridional (SP, PR, SC e RS).

Mais tarde, em 1940, o IBGE elaborou um novo estudo de divisão regional, levando em conta

também os aspectos socioeconômicos, além dos aspectos físicos. Nesta divisão, Maranhão e

Piauí foram acrescentados à região Norte (antiga região Setentrional), o Rio de Janeiro

contava como parte da região Sul (antiga região Meridional), e Minas Gerais, junto a Goiás e

Mato Grosso, formava a região Centro. Além disso, as regiões Norte Oriental e Oriental

mudavam de nome para, respectivamente, Nordeste e Leste. Cinco anos depois, já no fim da

Era Vargas, uma nova divisão foi feita, levando em conta os novos territórios federais então

criados. Nesta divisão de 1945, a região Norte passava a incluir os territórios do Rio Branco,

Amapá e Guaporé; a região Nordeste se dividiria em Nordeste Ocidental (MA e PI) e

Nordeste Oriental (que ganhava o território de Fernando de Noronha); a região Leste se

dividia em Leste Setentrional (BA e SE) e Leste Meridional (MG, ES, RJ e DF); a região

Centro mudava de nome para Centro-Oeste e ganhava o território de Ponta-Porã; a região Sul

ganhava o território do Iguaçu.

Em 1950, os territórios de Ponta-Porã e do Iguaçu foram extintos e as regiões Nordeste e

Leste foram reagrupadas. Em 60, foi criada Brasília e, com isso, o distrito federal passou a ser

parte do Centro-Oeste. Em 62, o Acre passou a ser estado e o território do Rio Branco foi

batizado como Roraima.

Em 1969, as regiões finalmente ganham os contornos que possuem hoje: Bahia e Sergipe

passaram a ser parte do Nordeste, enquanto RJ, ES e MG foram unidos a SP na região

Sudeste. Poucos anos depois, o sul de Mato Grosso se torna independente, com o nome de

Mato Grosso do Sul, permanecendo parte do Centro-Oeste. Depois disso, apenas algumas

mudanças pequenas foram adicionadas, com a Constituição de 88: o norte de Goiás foi

separado com o nome de Tocantins e anexado à região Norte; RR, RO e AP passaram de

território a estado; Fernando de Noronha passou de território federal a território do estado de

Pernambuco.

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4.1.Regiões

4.2.Norte

A Região Norte é a região que possui a maior área (3 869 637,9 km², ou 45% do território

nacional) e com população de 16,3 milhões de habitantes. É a região com a menor densidade

demográfica (3,77 hab./km², segundo o censo IBGE 2010). A cidade mais populosa da região,

Manaus, com 1,8 milhão de habitantes, é a sétima mais populosa do Brasil.

Em termos físicos, a região encontra-se inserida na maior bacia hidrográfica e na maior

floresta do mundo, a bacia amazônica e a floresta amazônica, respectivamente. Isso faz com

que a maior parte da região possua clima equatorial, quente e úmido.

A economia na região se concentra no extrativismo vegetal e mineral, bem como nas

indústrias (com destaque para a Zona Franca de Manaus). O transporte na região se dá

principalmente por via fluvial. A região possui sete estados:

Acre

Amapá

Amazonas

Pará

Rondônia

Roraima

Tocantins

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4.3.Nordeste

A Região Nordeste possui um território de 1 556 001 km² (18,2% do território nacional),

dentro dos quais está localizado o Polígono das secas. Sua população é pouco superior a 50

milhões de habitantes.

A região possui nove estados:

Alagoas

Bahia

Ceará

Maranhão

Paraíba

Pernambuco

Piauí

Rio Grande do Norte

Sergipe

4.4.Centro-Oeste

Ocupa 18,86% do território brasileiro, com uma área de 2.612.077,2 km2. Sua população é de

cerca de 12 milhões de habitantes.

A região possui três estados mais um distrito federal:

Distrito Federal

Goiás

Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

4.5.Sudeste

Possui um território de 927 286 km² (10,6% do território nacional). Sua população é de cerca

de 77 milhões de habitantes. Possui o maior PIB bem como as duas cidades mais populosas

do Brasil: São Paulo, com pouco mais de 11 milhões de habitantes e Rio de Janeiro com cerca

de 6 milhões .

A região possui quatro estados:

Espírito Santo

Minas Gerais

Rio de Janeiro

São Paulo

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4.6.Sul

A Região Sul é a que possui a menor área (575 316 km², ou 6,8% do território nacional) e sua

população é de mais de 26 milhões de habitantes, é a segunda região mais rica do país, depois

da Região Sudeste, e a que possui o maior IDH, a maior taxa de alfabetização e os melhores

níveis de educação, saúde e bem estar social do país.

A região possui três estados:

Paraná

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

5.Escala Geográfica

IBGE lança nova base cartográfica em escala 1:250.000. A Base Cartográfica para o território

nacional em escala 1:250.000 (BC250), que faz parte do projeto SIGBRASIL, é um projeto

pioneiro no Brasil, desenvolvido pelo IBGE. Referência cartográfica para as ações de

planejamento, monitoramento e atualização das informações dos recursos naturais do país, a

nova escala (em que 1 cm no mapa significa 2,5 km no terreno) possibilita uma visualização

muito mais detalhada do que a escala anterior de 1:1.000.000. A BC250 está disponível em

formato shape, que permite utilização em programas de sistema de informações geográficas

(SIG) no link

ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapeamento_sistematico/base_vetorial_continua_escala_250mil. Na

construção da Base Cartográfica, foram utilizados como referência os procedimentos descritos

no Manual Técnico de Geociências (nº 12 da série de manuais da Geociências)

que pode ser acessado em ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/cartografia/manual_procedime

nto_tecnico.pdf. O Manual de Procedimentos Técnicos para Fiscalização, Controle de

Qualidade e Validação da Base Cartográfica na escala 1:250.000, produzido pela

Coordenação de Cartografia da Diretoria de Geociências do IBGE, visa a orientar a atividade

de fiscalização de serviços de mapeamento, padronizando procedimentos, como o preparo de

imagens e construção de mapas, garantindo a qualidade do material produzido.

Com os dados das diversas categorias de informação presentes na Base, de forma integrada e

totalmente digital, a nova Base Cartográfica 1:250:000 está preparada para integrar a

Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) em futuro próximo.

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O mapa do Brasil mostra a divisão em blocos da Base Cartográfica em escala 1:250.000,

disponibilizada para 81% do território nacional (os blocos identificados nas três tonalidades

da cor azul estarão disponíveis ao final do ano de 2012).

Comunicação Social

6. Orientação e localização no espaço geográfico

6.1.Coordenadas geográficas

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Mapa da Terra mostrando as linhas de latitude (horizontalmente) e longitude (verticalmente), Eckert

VI projection;

O sistema de mapeamento da Terra através de coordenadas geográficas expressa qualquer

posição horizontal no planeta através de duas das três coordenadas existentes num sistema

esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da Terra. Herdeiro das teorias dos

antigos babilônios, expandido pelo famoso pensador e geógrafo grego Ptolomeu, um círculo

completo é dividido em 360 graus (360°).

6.2.Localização absoluta

Para localizar qualquer lugar na superfície terrestre de forma exata é necessário usar duas

indicações, uma letra e um número. Temos que utilizar elementos de referência que nos

permitam localizar com exatidão qualquer lugar da Terra. A rede cartográfica ou geográfica

dá-nos a indicação do mapa

Os pontos cardeais dão um rumo, isto é, uma direção, mas não permitem localizar com

exatidão um ponto na superfície terrestre porque é um instrumento e mira gabaritado para

trabalhar em pequenas distâncias num plano de duas dimensões. O sistema de mapeamento da

Terra através de coordenadas geográficas expressa qualquer posição horizontal no planeta

através de duas das três coordenadas existentes num sistema esférico de coordenadas,

alinhadas com o eixo de rotação da Terra. Herdeiro das teorias dos antigos babilônios,

expandido pelo famoso pensador e geógrafo grego Ptolomeu, um círculo completo é dividido

em trezentos e sessenta graus (360º).

Atualmente para o homem se localizar na superfície terrestre é muito simples basta ter um

GPS (Sistema Global de Posicionamento). Mas nem sempre

foi assim. A melhor opção é saber utilizar um mapa e

junto com ele a Rosas do Vento.

Com as Rosas do Vento temos: os pontos Cardeais

(NORTE, SUL, LESTE, OESTE); os pontos

Colaterais (NORDESTE, NOROESTE,

SUDESTE, SUDOESTE); e os pontos Sub –

Colaterais (NORTE-NORDESTE, LESTE-

NORDESTE, LESTE-SUDESTE, SUL-SUDESTE,

SUL-SUDOESTE, OESTE-SUDOESTE, OESTE-

NOROESTE E NORTE-NOROESTE).

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Assim, quando dizemos que a área X está a leste de Y, não estamos dando a localização

precisa dessa área, mas apenas indicando uma direção. Para saber com exatidão onde se

localiza qualquer ponto da superfície terrestre — uma cidade, um porto, uma ilha, etc. —

usamos as coordenadas geográficas. As coordenadas geográficas baseiam-se em linhas

imaginárias traçadas sobre o globo terrestre:

os paralelos são linhas paralelas ao equador — a própria linha imaginária do equador é um

paralelo;

os meridianos são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° — eles vão do Pólo Norte ao

Pólo Sul e cruzam com os paralelos.

Cada meridiano possui o seu antimeridiano, isto é, um meridiano oposto que, junto com ele,

forma uma circunferência. Todos os meridianos têm o mesmo tamanho. Convencionou-se que

o meridiano de Greenwich, que passa pelos arredores da cidade de Londres, na Inglaterra, é o

meridiano principal.

A partir dos paralelos e meridianos, estabeleceram-se as coordenadas geográficas, que são

medidas em graus, para localizar qualquer ponto da superfície terrestre.

Sistemas de Coordenadas Geográficas

Existem pelo menos quatro modos de designar uma localização exata para qualquer ponto na

superfície do globo terrestre.

Nos três primeiros sistemas, o globo é dividido em latitudes, que vão de 0 a 90 graus (Norte

ou Sul) e longitudes, que vão de 0 a 180 graus (Leste ou Oeste). Para efeitos práticos, usam-se

as siglas internacionais para os pontos cardeais: N=Norte, S=Sul, E=Leste/Este, W=Oeste.

Para as longitudes, o valor de cada unidade é bem definido, pois a metade do grande círculo

tem 20.003,93km, dividindo este último por 180, conclui-se que um grau (°) equivale a

111,133km. Dividindo um grau por 60, toma-se que um minuto (') equivale a 1.852,22m

(valor praticamente idêntico ao da milha náutica). Dividindo um minuto por 60, tem-se que

um segundo (") equivale a 30,87m,

Para as latitudes, há um valor específico para cada posição, que aumenta de 0 na Linha do

Equador até aos Pólos , onde está o seu valor máximo (90º de amplitude do ângulo).

Graus, minutos, segundos

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Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez se subdividem, cada um,

em 60 segundos. A partir daí, os segundos podem ser divididos decimalmente em frações

cada vez menores.

Minutos decimais

Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez são divididos

decimalmente.

Graus Decimais

Neste sistema, cada grau é dividido em frações decimais. A forma de nomeação difere um

pouco dos dois primeiros sistemas: a latitude recebe a abreviatura lat e a longitude, long. Há

valores positivos e negativos. Os valores positivos são para o Norte (latitude) e o Leste

(longitude) e não recebem um símbolo específico. Os valores negativos são para o Sul

(latitude) e o Oeste (longitude), sendo acrescidos do símbolo -.

Os meridianos além de proporcionar a posição, ele também é responsável pela formação das

horas.

O planeta apresenta uma circunferência de 360° e 24h a cada dia, portanto dividindo 360 por

24 temos exatamente 15, ou seja, 15° para cada meridiano que representa 1h por meridiano de

15°. Exemplo.

Temos 12 meridianos a leste e 12 a oeste. Sendo que a cada 15° a leste aumenta 1h, e a cada

15° a oeste diminui 1h.

Universal Transversa de Mercator

Para efeitos de comparação, este sistema usa três dados em vez de dois. O primeiro é o setor

do globo terrestre, o segundo é a distância relativa ao centro do meridiano - sempre

500000.00m - e o terceiro é a distância do Pólo Sul (para lugares no Hemisfério Sul) ou da

Linha do Equador (para lugares no Hemisfério Norte).

7.Fusos horários no Brasil

O Brasil tem três fusos horários. O horário de verão somente é observado nas regiões Sudeste,

Centro-Oeste e Sul, e também no estado do Tocantins, na região norte. Uma proposta para

mudar todo o país para uma única diferença com a UTC está sob consideração. OBS.: UTC:

Tempo Universal Coordenado (em inglês Coordinated Universal Time).

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Fusos horários brasileiros atualmente observados

(de 17 de fevereiro de 2013, a 20 de outubro de 2013).

UTC −4

UTC −3

UTC −2

7.1.Fusos horários brasileiros

O território brasileiro, incluindo as ilhas oceânicas, possui três fusos horários, todos a oeste do

meridiano de Greenwich (longitude 0°). Em cada faixa de 15° entre pares de meridianos

ocorre a variação de uma hora. Isso significa que o horário oficial no Brasil varia de duas a

quatro horas a menos em relação à hora de Greenwich (GMT Tempo Médio de Greenwich ou

Greenwich Mean Time). O primeiro fuso (longitude 30° O) tem duas horas a menos que a

GMT. O segundo (45° O) tem três horas a menos e é a hora oficial do Brasil. O terceiro fuso

(longitude 60° O) tem quatro horas a menos. O fuso que tinha cinco horas a menos em relação

à GMT deixou de existir em 24 de abril de 2008, quando a Lei Federal nº 11.662 reduziu a

quantidade de fusos horários do Brasil para três. São eles:

UTC −2: Atol das Rocas, Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo, Trindade e

Martim Vaz.

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UTC −3 (horário de Brasília): Distrito Federal, regiões Sul, Sudeste e Nordeste;

estados de Goiás, Tocantins, Pará e Amapá.

UTC −4: estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Acre e

Roraima.

Anterior à mencionada lei, um quarto fuso horário existia no território nacional brasileiro:

UTC −5: estado do Acre e porção oeste do estado do Amazonas.

Em relação ao estado do Acre, o Decreto Legislativo n.° 900/2009 convocou referendo, a ser

realizado juntamente com as eleições de 2010, para verificar a alteração do horário legal

promovida no estado. O TRE-AC definiu que o pleito fosse realizado no dia 31 de outubro de

2010, juntamente com o segundo turno das eleições.

Além disso, também anterior à dita lei, o estado do Pará possuía dois fusos horários

diferentes, cabendo à parte oriental do estado o atual fuso de todo o estado (UTC −3),

enquanto à parte ocidental cabia o fuso UTC −4.

7.5.Horário de verão

Desde 1985 o Brasil adota o horário de verão, no qual os relógios de parte dos estados são

adiantados em uma hora num determinado período do ano. No período compreendido entre o

terceiro domingo de outubro ao terceiro domingo de fevereiro é estabelecido o horário de

verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em 2011, o estado nordestino da Bahia aderiu

à medida, mas em 2012 a abandonou. Porém, nesse mesmo ano está entrando na medida o

estado do Tocantins.

Nesses lugares (principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste), durante o verão, a

duração do dia é significativamente maior do que a duração da noite, pois a mudança de

horário retarda a entrada elétrica, quanto ao pico de consumo de energia elétrica, quando as

luzes das casas são acesas. Com isso o governo espera diminuir em 1% o consumo nacional

de energia. Nos outros estados a pequena diferença de duração entre o dia e noite em todas as

estações do ano não favorece a adoção do novo horário.

Para o período 2011-2012, o horário de verão iniciou em 16 de outubro de 2011, e

terminou em 26 de fevereiro de 2012.

Para o período 2012-2013, o horário de verão iniciou em 21 de outubro de 2012, e

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terminou em 17 de fevereiro de 2013.

Para o período 2013-2014, o horário de verão iniciará em 20 de outubro de 2013, e terminará

em 16 de fevereiro de 2014.

8.Projeção cartográfica

A escolha de uma projeção e a conversão de uma a outra são problemas abordados pelos cartógrafos.

A projeção cartográfica é definida como um tipo de traçado sistemático de linhas numa

superfície plana, destinado à representação de paralelos de latitude e meridianos de longitude

da Terra ou de parte dela, sendo a base para a construção dos mapas. A representação da

superfície terrestre em mapas, nunca será isenta de distorções. Nesse sentido, as projeções

cartográficas são desenvolvidas para minimizarem as imperfeições dos mapas e

proporcionarem maior rigor científico à cartografia.

8.1.Tipos de Projeções Cartográficas

As projeções cartográficas podem ser classificadas de diversas maneiras.

Método

Projeção Geométrica: Baseia-se em princípios da Geometria. Pode ser obtida pela

intersecção sobre a superfície de projeção, do feixe de retas que passa por pontos da

superfície de referência partindo sempre de um ponto (centro perspectivo).

Projeção Analítica: Baseia-se em formulação matemática obtidas com o objetivo de se

atender condições previamente estabelecidas.

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Superfície de Projeção

Projeção Azimutal: Também chamada de Projeção Plana, é um tipo de projeção usada

comumente para representação das áreas polares pois parte sempre de um ponto para a

representação da(s) área(s), por isso é usado para pequenas áreas. Pode ser de três

tipos: Polar, Equatorial e Oblíqua (chamada também de horizontal).

Projeção cônica: A superfície terrestre é representada num cone envolvendo a globo

terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos são linhas retas

que convergem para os polos. As deformações ocorrem conforme se afastamos do

paralelo padrão (paralelo de contato com o cone). A projeção é utilizada para

representar áreas continentais (como regiões e continentes).

Projeção cilíndrica: A superfície terrestre é representada num cilindro envolvendo o

globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas retas que convergem entre si.

As deformações ocorrem conforme se aumentam as latitudes, tendo a chegar ao

infinito. É comumente utilizada para representações do globo, como mapas-mundí.

Projeção Polissuperficial: Quando apresenta mais de um tipo de projeção para

aumentar o contato da superfície de referência e, portanto, diminuir as

deformações (exemplos: cone- policônica, plano-poliédrica, cilindro-olicilindro)

Propriedades

Projeção conforme: Os ângulos se preservam, as áreas são deformadas.

Projeção equivalente: As áreas são preservadas e os ângulos são mudados.

Projeção Afilática: Tanto os ângulos quanto a área é deformada.

Tipo de Contato entre a Superfície de Projeção e Referência

Projeção Secante: a superfície de projeção secciona a superfície de referência. (plano-

uma linha; cone- duas linhas desiguais; cilindro- duas linhas iguais).

Projeção Tangente: a superfície de projeção tangencia à referência.(plano- um ponto;

cone e cilindro- uma linha).

9. Leitura e Interpretação de Mapas

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O mapa hoje é algo essencial, pois representa informações históricas, políticas, econômicas,

físicas e biológicas de diferentes lugares do mundo. A soma disso nos ajuda a compreender as

transformações e os problemas do mundo atual.

Todo bom mapa deve possuir algumas características para assegurarem a leitura e a

interpretação corretas das informações nele contidas. Os principais elementos são: área

geográfica, coordenadas, escala, legenda, título, indicação do norte e a fonte de onde foi

extraído o mapa. Ver e ler, estes são os principais objetivos nos mapas. Dessa forma, antes de

aprender a como ler um é essencial que se saiba com propriedade os principais elementos

presentes em um mapa.

Principais Elementos dos Mapas

Título

Descreve a informação principal que o mapa contém.

Um mapa com o título “Brasil físico” deve trazer o nome e a localização dos principais

acidentes do relevo, assim como os principais rios que cortam o país. Já um mapa com o título

“Brasil político” necessariamente terá a localização e o nome das unidades federativas, assim

como as suas respectivas capitais e, eventualmente, outras cidades principais.

Outras informações que esses mapas porventura contiverem, como as principais cidades num

mapa físico ou os rios mais importantes num mapa político, são consideradas secundárias e,

portanto, não devem ser sugeridas no título.

Escala

Indica a proporção entre o objeto real (o mundo ou uma parte dele) e sua representação

cartográfica, ou seja, quantas vezes o tamanho real teve de ser reduzido para poder ser

representado.

Consideremos o seguinte exemplo: um mapa na escala 1:10.000.000 indica que o espaço

representado foi reduzido de forma que 1 centímetro no mapa corresponde a 10 milhões de

centímetros ou 100 quilômetros do tamanho real.

Deve-se estabelecer a escala de um mapa antes de sua elaboração, levando-se em conta os

objetivos de sua utilização. Quanto maior for o espaço representado, mais genéricas serão as

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informações. Em contrapartida, quanto mais reduzido o espaço representado, mais

particularizadas serão as informações.

Mapas em diferentes escalas servem para diferentes tipos de necessidades:

• mapas em pequena escala (como 1:25.000.000) proporcionam uma visão geral de um grande

espaço, como um país ou um continente;

• mapas em grande escala (como 1:10.000) fornecem detalhes de um espaço geográfico de

dimensões regionais ou locais.

Por exemplo, em um mapa do Brasil na escala 1:25.000.000, qualquer capital de estado será

representada apenas por um ponto, ao passo que num mapa 1:10.000 aparecerão detalhes do

sítio urbano de qualquer cidade.

A representação das escalas cartográficas que usamos até agora é a numérica. Porém, existe

uma outra forma de representar a escala: a forma gráfica.

Escala Gráfica

A escala gráfica aparece sob a forma de uma reta dividida em várias partes, cada uma delas

com uma graduação de distâncias. A sua utilidade é a mesma da escala numérica.

Essa escala gráfica indica que 1 centímetro no papel corresponde a 20 quilômetros na

superfície representada.

Coordenadas Geográficas

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São linhas imaginárias traçadas sobre os mapas, essenciais para a localização de um ponto na

superfície terrestre.

Essa localização é o resultado do encontro de um paralelo e sua respectiva latitude (o

afastamento, medido em graus, do paralelo em relação ao Equador) e de um meridiano e sua

respectiva longitude (o afastamento, medido em graus, do meridiano em relação ao meridiano

principal ou de Greenwich).

Legendas

Permitem interpretar as informações contidas no mapa, desde a constatação da existência de

um determinado fenômeno até os diferentes graus de intensidade em que ele se apresenta.

As legendas podem vir representadas por cores, hachuras, símbolos ou ícones de diversos

tipos, ou utilizar combinações dessas várias representações.

No uso de legenda com cores, é necessário seguir algumas regras determinadas pelas

convenções cartográficas. O azul, por exemplo, presta-se para a representação de fenômenos

ligados à água, como oceanos, mares, lagos, rios.

Na representação de um fenômeno com várias intensidades, a graduação da cor utilizada deve

manter relação direta com a intensidade do fenômeno. Assim, num mapa de densidades

demográficas, as maiores densidades são representadas por uma cor ou tonalidade mais forte

do que as menores densidades.

Ao produzir representações cartográficas de fenômenos da natureza, as cores também podem

sugerir as características do fenômeno. Em geral, os mapas climáticos utilizam as cores

“quentes” (alaranjado, vermelho) para representar climas “quentes” (tropical, equatorial,

desértico), ficando as cores “frias” reservadas aos climas mais frios.

Similarmente, os mapas de vegetação representam as florestas tropicais por meio de várias

tonalidades de verde. Já nos mapas de relevo, a cor verde deve ser reservada para as planícies,

bacias ou depressões, enquanto o amarelo é utilizado para os planaltos e o marrom, para as

áreas mais elevadas, como as cadeias montanhosas.

Como Ler Um Mapa?

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Ler mapas significa dominar a linguagem cartográfica. Esse é um processo que envolve

algumas etapas, estas que envolvem uma metodologia básica.

A leitura começa pela observação do título. Qual o espaço representado, seus limites e demais

informações. Identificado o tema, é preciso interpretar a legenda, relacionar os significados. A

última e não menos importante etapa, é em relação à escala indicada, esta observação serve

para futuros cálculos das distâncias ou dos fenômenos representados no mapa.

Exemplos de Mapas Temáticos e Suas Interpretações

Métodos de Mapeamento

O nível de organização dos dados, qualitativos, ordenados ou quantitativos, de um mapa está

diretamente relacionado ao método de mapeamento e a utilização de variáveis visuais

adequadas à sua representação. A combinação dessas variáveis, segundo os métodos

padronizados, dará origem aos diferentes tipos de mapas temáticos, entre os quais os mapas

de símbolos pontuais, mapas de isolinhas e mapas de fluxos; mapas zonais, ou coropléticos,

mapas de símbolos proporcionais ou círculos proporcionais, mapas de pontos ou de nuvem de

pontos.

Fenomenos Qualitativos

Os métodos de mapeamento para os fenômenos qualitativos utilizam as variáveis visuais

seletivas forma, orientação e cor, nos três modos de implantação: pontual, linear e zonal. A

partir desses fenômenos derivam-se os três tipos de mapas a seguir.

Mapas de Simbolos Pontuais

A construção de mapa de

símbolos pontuais nominais leva

em conta os dados absolutos que

são localizados como pontos e

utiliza como variável visual a

forma, a orientação ou a cor.

Também é possível utilizar

símbolo geométrico associado ou

não as cores. A disposição dos

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pontos nesse mapa cria uma regionalização do espaço formada especificamente pela presença/

ausência da informação.

Mapas de Simbolos Lineares

Os mapas de símbolos lineares nominais são indicados para representar feições que se

desenvolvem linearmente no espaço como a rede viária, hidrografia e, por isso, podem ser

reduzidos a forma de uma linha. As variáveis visuais utilizadas são a forma e a cor. Esses

mapas também servem para mostrar deslocamentos no espaço indicando direção ou rota (rotas

de transporte aéreo, correntes oceânicas, fluxo de migrações, direções dos ventos e correntes

de ar) sem envolver quantidades. Nesses mapas qualitativos a espessura da linha permanece a

mesma, variando somente sua direção.

Mapas Corocromáticos

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Os mapas corocromáticos apresentam dados geográficos e utilizam diferenças de cor na

implantação zonal. Este método deve ser empregado sempre que for preciso mostrar

diferenças nominais em dados qualitativos, sem que haja ordem ou hierarquia. Também é

possível o uso das variáveis visuais granulação e orientação, neste caso, as diferenças são

representadas por padrões preto e branco. Quando do uso de cores, estas devem separar

grupos de informações e os padrões diferentes e serem aplicados, para fazer a subdivisão

dentro dos grupos. Para os usuários, a visualização de fenômenos qualitativos em mapas

corocromáticos, apenas aponta para a existência ou ausência do fenômeno e não a ordem ou a

proporção do fenômeno representado.

Fenômenos Ordenados

Os fenômenos ordenados são representados em classes visualmente ordenadas e utilizam a

variável valor na implantação zonal. Os mapas mais significativos para representar fenômenos

ordenados são os mapas coropléticos.

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Mapas Coropléticos

Os mapas coropléticos são elaborados com dados quantitativos e apresentam sua legenda

ordenada em classes conforme as regras próprias de utilização da variável visual valor por

meio de tonalidades de cores, ou ainda, por uma sequência ordenada de cores que aumentam

de intensidade conforme a sequência de valores apresentados nas classes estabelecidas. Os

mapas no modo de implantação zonal, são os mais adequados para representar distribuições

espaciais de dados que se refiram as áreas. São indicados para expor a distribuição das

densidades (habitantes por quilômetro quadrado), rendimentos (toneladas por hectare), ou

índices expressos em percentagens os quais refletem a variação da densidade de um fenômeno

(médicos por habitante, taxa de natalidade, consumo de energia) ou ainda, outros valores que

sejam relacionados a mais de um elemento.

Fenômenos Quantitativos

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Os fenômenos quantitativos são representados pela variável visual tamanho e podem ser

implantados em localizações pontuais do mapa ou na implantação zonal, por meio de pontos

agregados, como também, na implantação linear com variação da espessura da linha.

Mapas de Símbolos Proporcionais

Os mapas de símbolos proporcionais representam melhor os fenômenos quantitativos e

constituem-se num dos métodos mais empregados na construção de mapas com implantação

pontual. Esses mapas são utilizados para representar dados absolutos tais como população em

número de habitantes, produção, renda, em pontos selecionados do mapa. Geralmente utiliza-

se o círculo proporcional aos valores que cada unidade apresenta em relação a uma

determinada variável, porém, podem-se utilizar quadrados ou triângulos. A variação do

tamanho do signo depende diretamente da proporção das quantidades que se pretende

representar. Geralmente o número de classes com utilização do tamanho, deve atingir no

máximo cinco classes.

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Mapas de Círculos Concêntricos

O mapa de círculos concêntricos consiste na representação de dois valores ao mesmo tempo

por meio de dois círculos sobrepostos com cores diferentes. Este tipo de representação é

recomendado para a apresentação de uma mesma informação em períodos distintos, ou para

duas informações diferentes com dados não muito discrepantes.

Mapas de Pontos

Os mapas de pontos ou de nuvem de pontos expõem dados absolutos (número de tratores de

um município, numero de habitantes, totais de produção, etc.) e o número de pontos deve

refletir exatamente o número de ocorrências. Sua construção depende de duas decisões: qual

valor será atribuído a cada ponto e como esses pontos serão distribuídos dentro da área a ser

mapeada.

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Mapas Isopléticos

Os mapas isopléticos ou de isolinhas são construídos com a união de pontos de mesmo valor e

são aplicáveis a fenômenos geográficos que apresentam continuidade no espaço geográfico.

Podem ser construídos a partir de dados absolutos de altitude do relevo (medida em

determinados pontos da superfície da Terra); temperatura, precipitação, umidade, pressão

atmosférica (medidas nas estações meteorológicas); distância-tempo, ou distância-custo

(medidas em certos pontos ao longo de vias de comunicação) e outros, como volume de água

(medida em pontos de captação); também podem ser construídos a partir de dados relativos

como densidades, percentagens ou índices.

Mapas de Fluxos

Os mapas de fluxo são representações lineares que tentam simular movimentos entre dois

pontos ou duas áreas (figura 10). Esses movimentos podem ser medidos em certos pontos ao

longo das vias de comunicação ou entre duas áreas, na origem e no destino sem

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necessariamente especificar a via de comunicação. Esse tipo de mapa mostra claramente em

que direção os valores ou intensidades de um fenômeno crescem ou decrescem.

Anamorfose

Em Geografia usamos essa técnica para representar cartograficamente temas e visualizá-los de

forma diferente da habitual. A superfície de cada espaço cartografado vai mudar

proporcionalmente segundo uma determinada variável. Os dados estatísticos, normalmente

aplicados nessa transformação, são os de população, PIB, exportação de produtos

manufaturados, mortalidade, etc.

A cartografia por anamorfose é um instrumento interessante para as análises comparativas e é

também “um documento de comunicação e não uma representação do mundo real”.

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10. Dinâmica da Paisagem Natural

Geologia

Províncias geológicas mundiais

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Crosta oceânica

0-20 Ma

20-65 Ma

>65 Ma

Província geológica

Escudo

Plataforma

Orógeno

Bacia

Província ígnea de grandes dimensões

Crosta

Geologia, do grego γη- (ge-, "a terra") e λογος (logos, "palavra", "razão"), é a ciência que

estuda a Terra, sua composição, estrutura, propriedades físicas, história e os processos que lhe

dão forma. É uma das ciências da Terra. A geologia foi essencial para determinar a idade da

Terra, que se calculou ter cerca de 4,6 bilhões de anos e a desenvolver a teoria denominada

tectônica de placas segundo a qual a litosfera terrestre, que é rígida e formada pela crosta e o

manto superior dispõe-se fragmentada em várias placas tectônicas as quais se deslocam sobre

a astenosfera que tem comportamento plástico. O geólogo ajuda a localizar e a gerir os

recursos naturais, como o petróleo e o carvão, assim como metais como o ouro, ferro, cobre e

urânio, por exemplo. Muitos outros materiais possuem interesse económico: as gemas, bem

como muitos minerais com aplicação industrial, como asbesto, pedra pomes, perlita, mica,

zeólitos, argilas, quartzo ou elementos como o enxofre e cloro.

A Astrogeologia é o termo usado para designar estudos similares de outros corpos do sistema

celeste.

A palavra "geologia" foi usada pela primeira vez por Jean-André Deluc em 1778, sendo

introduzida de forma definitiva por Horace-Bénédict de Saussure em 1779.

A geologia relaciona-se directamente com muitas outras ciências, em especial com a

geografia, e astronomia. Por outro lado a geologia serve-se de ferramentas fornecidas pela

química, física e matemática, entre outras, enquanto que a biologia e a antropologia servem-se

da Geologia para dar suporte a muitos dos seus estudos.

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No Brasil, a profissão da geologia é regulamentada pelo Confea - Conselho Federal de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia e fiscalizada pelos Conselhos Regionais, instalados em

todos os estados brasileiros.

História

Na China, Shen Kua (1031 - 1095) formulou uma hipótese de explicação da formação de

novas terras, baseando-se na observação de conchas fósseis de um estrato numa montanha

localizada a centenas de quilómetros do oceano. O sábio chinês defendia que a terra formava-

se a partir da erosão das montanhas e pela deposição de silte.

A obra, Peri lithon, de Teofrasto (372-287), estudante de Aristóteles permaneceu por milénios

como obra de referência na ciência. A sua interpretação dos fósseis apenas foi revogada após

a Revolução científica. A sua obra foi traduzida para latim, bem como para outras línguas

europeias.

O médico Georg Agricola (1494-1555) escreveu o primeiro tratado sobre mineração e

metalurgia, De re metallica libri XII 1556 no qual se podia encontrar um anexo sobre as

criaturas que habitavam o interior da Terra (Buch von den Lebewesen unter Tage). A sua obra

cobria temas como a energia eólica, hidrodinâmica, transporte e extracção de minerais, como

o alumínio e enxofre.

Nicolaus Steno (1638-1686) foi o autor de vários princípios da geologia como o princípio da

sobreposição das camadas, o princípio da horizontalidade original e o princípio da

continuidade lateral, três princípios definidores da Estratigrafia.

O Geólogo, Pintura do século XIX por Carl Spitzweg.

James Hutton é visto frequentemente como o primeiro

geólogo moderno. Em 1785 apresentou uma teoria

intitulada Teoria da Terra (Theory of the Earth) à

Sociedade Real de Edimburgo. Na sua teoria, explicou que

a Terra seria muito mais antiga do que tinha sido suposto

previamente, a fim de permitir "que houvesse tempo para

ocorrer erosão das montanhas de forma a que os

sedimentos originassem novas rochas no fundo do mar,

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que ulteriormente foram levantadas e constituíram os continentes." Hutton publicou uma obra

com dois volumes acerca desta teorias em 1795.

Em 1811 George Cuvier e Alenxandre Brongniart publicaram a sua teoria sobre a idade da

Terra, baseada na descoberta, por Cuvier, de ossos de elefante em Paris. Para suportar a sua

teoria os autores formularam o princípio da sucessão estratigráfica.

Em 1830 Sir Charles Lyell publicou pela primeira vez a sua famosa obra Princípios da

Geologia, publicando contínuas revisões até à sua morte em 1875. Lyell promoveu com

sucesso durante a sua vida a doutrina do uniformitarismo, que defende que os processos

geológicos são lentos e ainda ocorrem nos dias hoje. No sentido oposto, a teoria do

catastrofismo defendia que as estruturas da Terra formavam-se em eventos catastróficos

únicos, permanecendo inalteráveis após esses acontecimentos.

Durante o século XIX a geologia debateu-se com a questão da idade da Terra. As estimativas

variavam entre alguns milhões e os 100.000 mil milhões de anos. No século XX o maior

avanço da geologia foi o desenvolvimento da teoria da tectónica de placas nos anos 60. A

teoria da deriva dos continentes foi inicialmente proposta por Alfred Wegener e Arthur

Holmes em 1912, mas não foi totalmente aceite até a teoria da tectónica de placas ser

desenvolvida.

Campos da geologia e disciplinas relacionadas

Uma descrição ilustrada de um sinclinal e anticlinal frequentemente estudados na Geologia

estrutural e Geomorfologia.

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Existem muitos campos diferentes dentro da disciplina geologia, e seria difícil listá-los a

todos. De qualquer forma entre eles incluem-se:

Cartografia geológica

Geologia de engenharia

Estratigrafia

Geodesia

Geofísica

Geologia ambiental

Geologia económica

Geologia estrutural

Geologia do petróleo

Geologia médica

Gemologia

Geomorfologia

Geoquímica

Geotectónica

Geotecnia

Hidrogeologia

Mineralogia

Paleontologia

Pedologia

Petrologia

Sedimentologia

Sismologia

Vulcanologia

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Importantes princípios da geologia

A geologia rege-se por princípios que permitem, por exemplo, ao observar a disposição actual

de formações estabelecer a sua idade relativa e a forma como foram criadas.

Princípio da Sobreposição das Camadas

Segundo este princípio, em qualquer sequência a camada mais jovem é aquela que se encontra

no topo da sequência. As camadas inferiores são progressivamente mais antigas. Este

princípio pode ser aplicado em depósitos sedimentares formados por acresção vertical, mas

não naqueles em que a acresção é lateral (por exemplo em terraços fluviais). O princípio da

sobreposição das camadas é válido para as rochas sedimentares e vulcânicas que se formam

por acumulação vertical de material, mas não pode ser aplicado a rochas intrusivas e deve ser

aplicado com cautela às rochas metamórficas.

Princípio da Horizontalidade Original

O princípio da horizontalidade original afirma que a deposição de sedimentos ocorre em leitos

horizontais. A observação de sedimentos marinhos e não marinhos numa grande variedade de

ambientes suporta a generalização do princípio.

Princípio das Relações de Corte

Este princípio, introduzido por James Hutton, afirma que uma rocha ígnea intrusiva ou falha

que corte uma sequência de rochas, é mais jovem que as rochas por ela cortadas. Esse

princípio permite a datação relativa de eventos em rochas metamórficas, ígneas e

sedimentares, sendo fundamental para o trabalho em terrenos orogênicos jovens e antigos.

Este princípio é válido para qualquer tipo de rocha cortada por umas das estruturas acima

relacionadas.

Princípio dos Fragmentos Inclusos

Este princípio de datação relativa diz que os fragmentos de rochas inclusas em corpos ígneos

(intrusivos ou não) são mais antigos que as rochas ígneas nas quais estão inclusos. Este

princípio, juntamente com o princípio das relações de corte, é fundamental em áreas formadas

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por grandes corpos intrusivos permitindo a datação relativa não só de rochas estratificadas,

mas também de rochas ígneas e metamórficas.

Princípio da Sucessão Faunística

O Princípio da Sucessão Faunística ou Princípio da Identidade Paleontológica, diz que os

grupos de fósseis (animal ou vegetal) ocorrem no registro geológico segundo uma ordem

determinada e invariável, de modo que, se esta ordem é conhecida, é possível determinar a

idade relativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero. Esse princípio, inicialmente

utilizado como um instrumento prático, foi posteriormente explicado pela Teoria da Evolução

de Charles Darwin. Diversos períodos marcados por extinção de grande parte da vida,

evidenciados nas rochas devido a escassez do conteúdo fossilífero, são conhecidos na história

da Terra e levaram ao desenvolvimento da Teoria do Catastrofismo.

11. Relevo Brasileiro

Classificações de relevo

*O território brasileiro pode ser dividido em grandes unidades e classificado a partir de

diversos critérios.

a) Uma das primeiras classificações do relevo brasileiro, identificou oito unidades e foi

elaborada na década de 1940 pelo geógrafo Aroldo de Azevedo.

b) No ano de 1958, essa classificação tradicional foi substituída pela tipologia do geógrafo

Aziz Ab´Sáber (falecido em 2012), que acrescentou duas novas unidades de relevo.

c) Uma das classificações mais atuais é do ano de 1995, de autoria do geógrafo e pesquisador

Jurandyr Ross. Seu estudo fundamenta-se no grande projeto Radambrasil, um levantamento

feito entre os anos de 1970 e 1985. O Radambrasil tirou diversas fotos da superfície do

território brasileiro, através de um sofisticado radar acoplado em um avião. Jurandyr Ross

estabelece 28 unidades de relevo, que podem ser divididas em planaltos, planícies e

depressões.

11.1. Características do Relevo Brasileiro

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O relevo do Brasil é muito antigo e erodido. É Formado por 64% de bacias sedimentares

(TSA, TSR e DLB) e 36% de rochas cristalinas antigas. É rico em minerais metálicos.

ATENÇÃO: Não têm no território brasileiro, dobramentos modernos e depressões absolutas

O relevo brasileiro apresenta-se 2º Aroldode Azevedo em :Aroldo baseou seu trabalho nas

informações produzidas sobre o território até então e em trabalhos de campo onde partiu para

a observação direta do relevo. Ele dividiu o Brasil em quatro planaltos e quatro planícies

(divisão antiga).

Os planaltos são:

Planalto das Guianas

Planalto Atlântico

Planalto Central

Planalto Meridional

As planícies são:

Planície Amazônica

Planície do Pantanal

Planície Costeira

Planície do Pampa ou Gaúcha (Divisão antiga)

Os Planaltos Brasileiros

a) Planalto das Guianas

O planalto das Guianas ou escudo das Guianas como também e chamado localiza-se ao Norte

da Planície Amazônica e prolonga-se do Brasil até à Venezuela e às Guianas, onde, na área de

fronteira entre esses países e o Brasil.É formado basicamente por terrenos cristalinos sendo

rico em minerais metálicos.

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Pico da Neblina

Pico da Neblina - Brasil - É o ponto mais alto do Brasil com 3.014 m, localizado no norte do

Amazonas, na Serra do Imeri, município de São Gabriel da Cachoeira, fronteira do Brasil com

a Colômbia e a Venezuela.

b)Planalto Brasileiro divide-se em:

1. Planalto Central:

Chapada dos Veadeiros no Planalto Central

Como o próprio nome já diz, está localizada bem no centro do país, região que faz fronteira

com todas as regiões brasileiras

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A maior parte do Planalto Central é formada por terras planas, com altitudes que variam de

300 a 500 metros acima do nível do mar, intercaladas por chapadas e alguns vales e sua

vegetação e formada pelo cerrado.

2. Planalto Atlântico:

Vista por satélite Planalto Atlântico

Planalto Atlântico ocupa o litoral, relevo acidentado, principal serras: Mantiqueira e do Mar.

Na região Sudeste tem suas maiores altitudes médias e aparecem os “mares de morros”, com

formações características de “meias-laranjas” e “pães-de-açúcar” Exemplo: Pão-de-açúcar.

Formado de rochas cristalinas é rico em minerais metálicos.

3. Planalto Meridional:

Este planalto recobre a maior parte do território da Região Sul, alternando extensões de

arenito com outras extensões de basalto o que deixa o solo desta região bastante fértil (solo de

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terra roxa). Na Região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são poucas as áreas que

possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por arenitos.A

elevação de maior destaque no Planalto Meridional é a Serra Geral, que no Paraná e em Santa

Catarina. As cuestas são as escarpas ou serras deste planalto.

Planícies Brasileiras

1. Planície Amazônica:

Planície Amazônica

A mais extensa área de terras baixas está situada no Norte do Brasil. A planície, propriamente

dita, ocupa apenas uma pequena parte dessa região, estendendo-se pelas margens do Rio

Amazonas e seus afluentes. Ao redor dela aparecem vastas extensões de baixos-platôs, ou

baixos-planaltos sedimentares.

Observando-se a disposição das terras da planície no sentido norte-sul, identificam-se três

níveis altimétricos no relevo:

TESOS:

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Constantemente inundada

Junto à margem dos rios, apresentando-se terrenos de formação recente, que sofrem

inundações freqüentes, as quais sempre renovam a lâmina do solo;

VÁRZEA: cujas altitudes não ultrapassam os 30 m e que são periodicamente inundados;

Periodicamente inundada, ex: Seringueira

TERRA-FIRME OU BAIXOS PLATÔS: Salvos das inundações comuns, OCUPA 80% da

floresta Amazônica.

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Nunca inundada pelo Rio Amazonas

2. Planície Litorânea ou Costeira:

Formam uma longa e estreita faixa litorânea, que vai desde o Amapá até o Rio Grande do Sul.

Em alguns pontos dessa extensão, o planalto avança em direção ao mar e interrompe a faixa

de planície no sudeste. Aparecem, nesses pontos, falésias, que são barreiras à beira-mar

resultantes da erosão marinha.

Nesta planície aparecem, basicamente, às praias, mas ocorrem também dunas, restingas,

manguezais e outras formações.

3. Planície do Pantanal:

Planície do Pantanal

A mais típica das planícies brasileiras é esta planície, situada na porção oeste de Mato Grosso

do Sul e pequena extensão do sudoeste de Mato Grosso, entre os planaltos Central e

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Meridional. Como é banhada pelo RIO PARAGUAI e seus afluentes, é inundada anualmente

por ocasião das enchentes, quando vasto lençol aquático recobre quase toda a região.

As partes mais elevadas são conhecidas pelo nome indevido de cordilheiras e as partes mais

deprimidas constituem as baías ou largos. Essas baías, durante as cheias (chuvas de verão),

abrigam lagoas que se interligam através de canais conhecidos como corixos.

Pontos Culminantes do Brasil

Pico Serra Altitude (m)

Da Neblina Imeri (Amazonas) 3.014

31 de Março Imeri (Amazonas) 2.992

Da Bandeira do Caparaó (Espírito Santo/Minas Gerais) 2.890

Roraima Pacaraima (Roraima) 2.875

Cruzeiro do Caparaó (Espírito Santo) 2.861

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12. Os Solos Brasileiros

Característica visual do solo tipo “terra roxa”.

O solo brasileiro é formado a partir de três estruturas geológicas, são elas: escudos

cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos. Cada uma permite a formação de

determinados minerais e solos. A partir dessas estruturas geológicas são identificados quatro

tipos de solos: terra roxa, massapé, salmorão e aluviais.

• Terra roxa: solo extremamente fértil, possui uma coloração avermelhada. É encontrado,

especialmente, na região Sul, oeste do Estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de

Minas Gerais e Goiás. A terra roxa é resultado da decomposição de rochas compostas de

basalto, que tem origem vulcânica. Isso prova que em um passado remoto já houve

derramamento de lavas nas áreas citadas.

• Massapé: é um tipo de solo caracterizado pela elevada fertilidade, possui cor escura em

razão de sua formação ser proveniente da decomposição de rochas, como gnaisses escuros,

calcários e filitos.

• Salmorão: é um tipo de solo constituído a partir da decomposição de rochas graníticas e

gnaisses claros. É encontrado, principalmente, no Centro-Sul do Brasil.

• Aluviais: é um tipo de solo identificado em todos os pontos do Brasil, é formado a partir do

acúmulo de sedimentos em várzeas, vales e etc.

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13.Hidrografia do Brasil

Bacias Hidrográficas.

A hidrografia do Brasil envolve o conjunto de recursos hídricos do território brasileiro, as

bacias hidrográficas, Oceano Atlântico, os rios, lagos, lagoas, arquipélagos, golfos, baías,

cataratas, usinas hidrelétricas, barragens, etc. De acordo com os órgãos governamentais,

existem no Brasil doze grandes bacias hidrográficas, sendo que sete têm o nome de seus rios

principais. Amazonas, Paraná, Tocantins, São Francisco, Parnaíba, Paraguai e Uruguai; as

outras são agrupamentos de vários rios, não tendo um rio principal como eixo, por isso são

chamadas de bacias agrupadas. Veja abaixo as doze macro bacias hidrográficas brasileiras:

Região hidrográfica do Amazonas

Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental

Região hidrográfica do Tocantins

Região hidrográfica do Paraguai

Região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental

Região hidrográfica do Parnaíba

Região hidrográfica do São Francisco

Região hidrográfica do Atlântico Leste

Região hidrográfica do Paraná

Região hidrográfica do Atlântico Sudeste

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Região hidrográfica do Uruguai

Região hidrográfica do Atlântico Sul

O Brasil possui uma das mais amplas, diversificadas e extensas redes fluviais de todo o

mundo. O maior país da América Latina conta com a maior reserva mundial de água doce e

tem o maior potencial hídrico da Terra; cerca de 13% de toda água doce do planeta encontra-

se em seu território.

A maior parte dos rios brasileiros é de planalto, apresentando-se encachoeirados e permitindo,

assim, o aproveitamento hidrelétrico. As bacias Amazônica e do Paraguai ocupam extensões

de planícies, mas as bacias hidrográficas do Paraná e do São Francisco são tipicamente de

planalto. Merecem destaque as quedas-d'água de Urubupungá (no rio Paraná), Iguaçu (no rio

Iguaçu), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio São Francisco), onde estão

localizadas usinas hidrelétricas.

Os rios brasileiros apresentam regime de alimentação pluvial, ou seja, são alimentados pelas

águas das chuvas. Em decorrência de o clima tropical predominar na maior parte do território,

as cheias ocorrem durante o verão, constituindo exceção alguns rios nordestinos, cujas cheias

ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul não tem vazante acentuada, devido à boa

distribuição das chuvas na região, assim como os da bacia Amazônica, também favorecidos

pela uniformidade pluviométrica da região.

No Brasil, predomina a drenagem exorréica, ou seja, os rios correm em direção ao mar, como

o Amazonas, o São Francisco, o Tocantins, o Parnaíba, etc. Pouquíssimos são os casos de

drenagem endorréica, em que os rios se dirigem para o interior do país, desaguando em outros

rios, como o Negro, o Purus, o Paraná, o Iguaçu, o Tietê, entre outros.

Em sua maior parte, os rios brasileiros são perenes, isto é, nunca secam. Mas na região semi-

árida do Nordeste há rios que podem desaparecer durante uma parte do ano, na estação seca:

são os chamados rios temporários ou intermitentes.

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Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, Brasil. À direita, o Oceano Atlântico.

O Brasil possui poucos lagos, classificados em:

Lagos de barragem, que são resultantes da acumulação de materiais e subdividem-se

em lagunas ou lagoas costeiras, formadas a partir de restingas, tais como as lagoas

dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e lagoas de várzea, formadas quando as

águas das cheias ficam alojadas entre barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao

voltarem ao seu leito normal. São comuns na Amazônia e no Pantanal Mato-

Grossense;

Lagos de erosão, formados por processos erosivos, ocorrendo no Planalto Brasileiro.

Os centros dispersores — ou seja, as porções mais altas do relevo que separam as bacias

fluviais — que merecem destaque no Brasil são três: a cordilheira dos Andes, onde nascem

alguns rios que formam o Amazonas; o planalto das Guianas, de onde partem os afluentes da

margem esquerda do rio Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros

dispersores menores.

Os rios, ao desembocarem em outro rio ou no oceano, podem apresentar-se com uma foz do

tipo estuário, com um único canal, ou do tipo delta, com vários canais entremeados de ilhas;

ocorre, excepcionalmente, o tipo misto. No Brasil, predominam rios com foz do tipo estuário,

com exceção do rio Amazonas, que possui foz do tipo misto, e dos rios Paranaíba, Acaraú,

Piranhas e Paraíba do Sul, que possuem foz do tipo delta.

País úmido, com muitos rios, o Brasil, possuía quatro bacias principais e três secundárias,

divisão que vigorou até a promulgação da Resolução nº 32, de 15 de outubro de 2003,

aprovada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos:

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Bacias principais

o Amazônica

o Tocantins-Araguaia

o Platina

o São Francisco

Bacias secundárias

o Nordeste

o Leste

o Sudeste-Sul

Bacia Amazônica

A imagem mostra o complexo da Região Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia

hidrográfica do mundo (clique para ampliar e ver detalhes).

Com uma área, em terras brasileiras, de 3.984.467 km², a bacia Amazônica — a maior bacia

hidrográfica do mundo — ocupa mais da metade do território brasileiro e estende ainda pela

Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A Venezuela não faz parte

dessa bacia. Além do rio principal — o Amazonas —, compreende os seus afluentes: na

margem esquerda, os rios Içá, Japurá, Negro e Trombetas; na margem direita, os rios Juruá,

Purus, Madeira, Tapajós e Xingu.

Atravessada pela linha do Equador na sua porção norte, a bacia Amazônica possui rios nos

dois hemisférios e, devido à sua posição geográfica, apresenta três regimes de cheias: nos rios

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do norte, tropical boreal, com volume máximo em julho; nos rios do sul, tropical austral, com

volume máximo em março; e no tronco central, volume máximo em abril, maio e junho.

Dessa forma, o rio Amazonas tem sempre um grande volume de água, já que seus afluentes

sofrem cheias em épocas diferentes.

O rio Amazonas, o mais extenso do mundo, possui 6.992,06 km dos quais 3.165 km situam

em território brasileiro. Nasce na Cordilheira dos Andes, tem sua origem na nascente do rio

Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes) (Peru), onde recebe os nomes de

Apacheta, Lloqueta, Tunguragua, Marañón, Apurímac, Ene, Tambo, Ucayali e Amazonas

(Peru), e quando entra no Brasil passa a se chamar Solimões, nome que mantém até a foz do

seu afluente rio Negro, próximo a Manaus. A maior parte do rio está inserida na planície

sedimentar Amazônica, embora a nascente em sua totalidade é acidentada e de grande

altitude.

Dentre os diversos rios do mundo, o Amazonas é o que possui maior débito, ou seja, é o que

descarrega o maior volume de água em sua foz: em épocas normais, lança no oceano 80.000

m³/s, mas chega a jogar até 120.000 m³/s. Um fenômeno interessante que se observa na foz do

rio Amazonas é a pororoca, encontro das águas do rio, durante as enchentes, com as águas do

mar, quando ocorre maré alta.

A largura média do rio Amazonas é de 4 a 5 km, mas chega, em alguns trechos, a mais de 50

km. Devido ao pequeno declive que apresenta, a velocidade de suas águas é lenta, oscilando

entre 2 e 7 km por hora.

Além do rio Amazonas e seus grandes afluentes, inúmeros cursos de água desenham uma

verdadeira teia na planície Amazônica. São os furos, córregos ou pequenos rios que unem rios

maiores entre si; os igarapés, pequenos e estreitos canais naturais espalhados pelo baixo-

planalto e planície; e os paranás-mirins, braços de rios que contornam ilhas fluviais.

Bacia Platina

Formada pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, estende-se pelo Brasil, Uruguai,

Bolívia, Paraguai e Argentina.

Bacia do Paraná

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O mapa mostra a Bacia do Rio Paraná, com destaque para o rio Tietê, um dos seus principais

afluentes(clique para ampliar e ver mais detalhes).

É a mais extensa das três, abrangendo mais de 10% do território nacional. Possui o maior

potencial hidrelétrico instalado no Brasil, merecendo destaque grandes usinas, como a de

Itaipu, Jupiá e Ilha Solteira, no rio Paraná; Ibitinga, Barra Bonita e Bariri no rio Tietê;

Cachoeira Dourada, Itumbiara e São Simão, no rio Paranaíba; Furnas, Jaguara, Marimbondo e

Itutinga, no rio Grande; e ainda Jurumirim, Xavantes e Capivara, no rio Paranapanema.

Seus rios são tipicamente de planalto, o que dificulta muito a navegação, que se tornará mais

fácil com a utilização das eclusas construídas com a instalação das usinas hidrelétricas.

Bacia do Paraguai

Rio Paraguai.

Compreende um único grande rio, o Paraguai, que possui mais de 2.000 km de extensão, dos

quais 1.400 km ficam em território nacional. É tipicamente um rio de planície, bastante

navegável. Os principais portos nela localizados são Corumbá e Porto Murtinho.

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Além do Paraguai, destacam-se rios menores, como o Miranda, o Taquari, o rio Apa e o São

Lourenço. O regime desses rios é também o tropical austral, com grandes cheias nos meses de

verão.

Bacia do Uruguai

O rio Uruguai e sua bacia ocupam apenas 2% do território brasileiro, estendendo-se pelos

estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Formado pelos rios Canoas e Pelotas, possui

cerca de 1.500 km de extensão e serve de limite entre Brasil, Argentina e Uruguai. Situa-se na

porção subtropical do País e apresenta duas cheias e duas vazantes anuais. Seus afluentes de

maior destaque são: na margem direita, Peixe, Chapecó e Peperiguaçu; na margem esquerda,

Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini. Com o potencial hidrelétrico limitado, o rio Uruguai é usado para

a navegação em alguns trechos. Suas principais hidrelétricas são: Barracão, Machadinho,

Pinheiro, Estreito do Sul e Iraí.

Bacia do Tocantins-Araguaia

Ocupando uma área de 803.250 Km2, é a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira.

Além de apresentar-se navegável em muitos trechos, é a terceira do País em potencial

hidrelétrico, encontrando-se nela a Usina Hidrelétrica de Tucuruí.

O Tocantins, principal rio dessa bacia, nasce no norte de Goiás e deságua no Oceano

Atlântico. Em seu percurso, recebe o rio Araguaia, que se divide em dois braços, formando a

Ilha do Bananal; situada no estado de Tocantins, é considerada a maior ilha fluvial interior do

mundo.

Nessa região ocorrem rios de regime austral, ao sul, e equatorial, ao norte.

Bacia do São Francisco

Mapa da Bacia do São Francisco.

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Formada pelo rio São Francisco e seus afluentes, essa bacia está inteiramente localizada em

terras brasileiras. Estende-se por uma área de 631.133 km², o que equivale a 7,5% do

território nacional.

Apelidado pela população ribeirinha de Velho Chico, o São Francisco é um rio de planalto,

que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e atravessa os estados da Bahia,

Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Além de ser navegável em cerca de 2.000 km, possui

também grande potencial hidrelétrico, merecendo destaque as usinas de Três Marias, Paulo

Afonso e Sobradinho. Seus principais afluentes são os rios Paracatu, Carinhanha e Grande, na

margem esquerda; e os rios Salitre, das Velhas e Verde Grande, na margem direita.

O rio São Francisco desempenhou importante papel na conquista e povoamento do sertão

nordestino, sendo o grande responsável pelo transporte e abastecimento de couro na região.

Ainda hoje, sua participação é fundamental na economia nordestina, pois, devido ao fato de

atravessar trechos semi-áridos, permite a prática da agricultura em suas margens, além de

oferecer condições para irrigação artificial de áreas mais distantes. Possuindo um regime

tropical austral, com cheias de verão, tem um débito que oscila de 1.000 m³/s nas secas, a

10.000 m³/s nas cheias.

Bacias secundárias

Bacia do Nordeste

É constituída por rios do sertão nordestino, na sua grande maioria temporários, pois secam em

determinadas épocas do ano. Os rios dessa bacia são o Acaraú e o Jaguaribe, no Ceará; o

Piranhas e o Potenji, no Rio Grande do Norte; o Paraíba, na Paraíba; o Capibaribe, o Una e o

Pajeú, em Pernambuco. Além desses, fazem parte dessa bacia os rios maranhenses Turiaçu,

Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Mearim, além do rio Parnaíba, que separa o Maranhão do Piauí.

Bacia do Leste

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Mapa da Bacia do Atlântico Leste.

Constituída por rios que descem do Planalto Atlântico em direção ao oceano, merecem

destaque os rios Pardo, Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais e Bahia; Paraíba do Sul, em

São Paulo e Rio de Janeiro; e Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e Paraguaçu, na Bahia.

Bacia do Sudeste e Sul

É constituída também por rios que correm na direção oeste-leste, ou seja, que vão das serras e

planaltos em direção ao oceano. Destacam-se os rios Ribeira do Iguape, em São Paulo; Itajaí,

em Santa Catarina; Jacuí e Camacuã, no Rio Grande do Sul.

Com exceção dos rios temporários do sertão nordestino, os demais rios das bacias secundárias

apresentam regime tropical austral, com cheias no verão. São rios de planalto, pouco

aproveitáveis para a navegação fluvial.

14.Clima

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Mapa climático do Brasil de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger.

O clima do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a fisionomia

geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Este último fator é

de suma importância porque atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade,

provocando as diferenciações climáticas regionais. As massas de ar que interferem mais

diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a

polar atlântica.

O Brasil apresenta o clima superúmido com características diversas, tais como o super-úmido

quente (equatorial), em trechos da região Norte; super-úmido mesotérmico (subtropical), na

Região Sul do Brasil, no sul e planalto paulista do estado de São Paulo, e super-úmido quente

(tropical), numa estreita faixa litorânea de São Paulo ao Rio de Janeiro, Vitória, sul da Bahia

até Salvador, sul de Sergipe e norte de Alagoas.

O clima úmido, também com várias características: clima úmido quente (equatorial), no Acre,

Rondônia, Roraima, norte de Mato Grosso, leste do Amazonas, Pará, Amapá e pequeno

trecho a oeste do Maranhão; clima úmido subquente (tropical), em São Paulo e sul do Mato

Grosso do Sul, e o clima úmido quente (tropical), no Mato Grosso do Sul, sul de Goiás,

sudoeste e uma estreita faixa do oeste de Minas Gerais, e uma faixa de Sergipe e do litoral de

Alagoas à Paraíba.

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O clima semi-úmido quente (tropical), corresponde à área sul do Mato Grosso do Sul, Goiás,

sul do Maranhão, sudoeste do Piauí, Minas Gerais, uma faixa bem estreita a leste da Bahia, a

oeste do Rio Grande do Norte e um trecho da Bahia meridional.

O clima semi-árido, com diversificação quanto à umidade, correspondendo a uma ampla área

do clima tropical quente. Assim, tem-se o clima semi-árido brando, no nordeste do Maranhão,

Piauí e parte sul da Bahia; o semi-árido mediano, no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco e interior da Bahia; o semi-árido forte, ao norte da Bahia e interior da Paraíba, e

o semi-árido muito forte, em pequenas porções do interior da Paraíba, de Pernambuco e norte

da Bahia.

A maior temperatura registrada oficialmente no Brasil foi 44,7 °C em Bom Jesus, Piauí, em

21 de novembro de 2005, superando o recorde também oficial de Orleans, Santa Catarina, de

44,6 °C, de 6 de janeiro de 1963. Já a menor temperatura registrada foi de -17,8 °C no Morro

da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, em 29 de junho de 1996 (registro extra-oficial).3 A

menor temperatura registrada oficialmente no país foi de -14,0 °C, no município de Caçador,

no mesmo estado, em 11 de junho de 1952. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia

(INMET), o maior acumulado de chuva em 24 horas já observado no país foi de 404,8 mm,

em Florianópolis, Santa Catarina, no dia 15 de novembro de 1991. Entretanto fontes não-

oficiais indicam a ocorrência de 622,5 mm na localidade de Itapanhaú, município de Biritiba

Mirim, São Paulo, no dia 20 de junho de 1947.

Equatorial

Pequeno afluente do rio Amazonas no Brasil.

Ocorre na região Amazônica, ao norte de Mato Grosso e a oeste do Maranhão e está sob ação

da massa de ar equatorial continental – de ar quente e geralmente úmido. Suas principais

características são temperaturas médias elevadas (25 °C a 27 °C); chuvas abundantes, com

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índices próximos de 2,000 mm/ano, e bem distribuídas ao longo do ano; e reduzida amplitude

térmica, não ultrapassando 3 °C. No inverno, essa região pode sofrer influência da massa

polar atlântica, que atinge a Amazônia ocidental ocasionando um fenômeno denominado

"friagem", ou seja, súbito rebaixamento da temperatura em uma região normalmente muito

quente.

Tropical

Abrange toda a região central do país, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e

a porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do

Brasil, em Roraima. Caracteriza-se por temperaturas elevadas (entre 18 °C e 28 °C), com

significativa amplitude térmica de (5 °C e 7 °C), e estações bem definidas – um verão quente

e chuvoso e inverno ameno e seco. Apresenta alto índice pluviométrico, em torno de 1 500

mm/ano. A estação chuvosa é o verão, quando a massa equatorial continental está sobre a

região. No inverno, com o deslocamento dessa massa diminui a umidade e então ocorre a

estação seca.

Tropical de altitude

Campos do Jordão é a cidade mais alta do Brasil.

É encontrado nas partes mais elevadas, entre 800 m e 1 000 m, do planalto Atlântico do

Sudeste. Abrange trechos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito

Santo, norte do Paraná e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. Sofre a influência da massa de

ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena,

entre 18 °C e 26 °C, e amplitude térmica anual entre 7 °C e 9 °C. No inverno, as geadas

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acontecem com certa frequência em virtude da ação das frentes frias originadas da massa

polar atlântica.

Tropical atlântico ou tropical úmido

Rio de Janeiro.

Estende-se pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao extremo leste de São Paulo. Sofre a

ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas.

O clima é quente com variação de temperatura entre 18 °C e 26 °C e amplitude térmica maior

à medida que se avança em direção ao Sul -, úmido e chuvoso durante todo o ano.

Subtropical

É o clima das latitudes abaixo do trópico de Capricórnio: abrange o sul do estado de São

Paulo e a região metropolitana de São Paulo, a maior parte do Paraná (com exceção do norte),

Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. Está localizado na

faixa de luminosidade temperada, contudo, não apresenta várias características do clima

temperado. É influenciado pela massa polar atlântica, que determina temperatura média de

18°C e amplitude térmica anual elevada para padrões brasileiros, de cerca de 10 °C. As

chuvas variam dos 1 000 mm/ano aos 2 000 mm/ano e bem distribuídas anualmente. Há

geadas com frequência e eventuais nevadas.

Em termos de temperatura, apresenta as quatro estações do ano relativamente bem marcadas.

Os verões são um pouco quentes, na maior parte da Região Sul (Cfa, segundo a Classificação

climática de Köppen-Geiger), enquanto os verões são amenos nas Serras Gaúcha e

Catarinense, além do extremo sul do país, nas partes mais elevadas das Serras de Sudeste

(caracterizado por Köppen como Cfb), com média anual de temperatura inferior aos 17 °C. Os

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invernos são frescos (frios para os padrões brasileiros), com a ocorrência de geadas em toda a

sua área de abrangência, havendo a ocorrência de neve nas partes mais elevadas da região. A

neve ocorre com regularidade anual apenas acima dos 1.000 metros de altitude (constituindo

uma pequena área entre os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina), sendo, nas áreas

mais baixas, de ocorrência mais esporádica, não ocorrendo todos os anos.

Nos pontos mais altos do planalto, onde pode ocorrer a neve durante os dias de inverno, estão

situadas as cidades mais frias do país: São Joaquim e Urupema, em Santa Catarina, e São José

dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, as três com temperatura média anual de 13 °C. O local

mais frio do país é creditado ao cume do Morro da Igreja, no município de Urubici, próximo a

São Joaquim, o ponto habitado mais alto da Região Sul do país.

Paisagem de caatinga predominante no semiárido brasileiro.

Semiárido

Típico do interior do Nordeste, região conhecida como o Polígono das Secas, que corresponde

a quase todo o sertão nordestino e aos vales médios e inferiores do rio São Francisco. Sofre a

influência da massa tropical atlântica que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca

umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de 27 °C) e chuvas escassas (em

torno de 200 mm/ano), irregulares e mal distribuídas durante o ano. Há períodos em que a

massa equatorial atlântica (superúmida) chega no litoral norte de Região Nordeste e atinge o

sertão, causando chuva intensa.

O país tem 11% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização

das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Tropical Litorâneo

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É encontrado na parte oriental do país e abrange as áreas próximas ao litoral. Esse tipo de

clima é fortemente influenciado pela massa de ar Tropical Atlântica e pelos ventos úmidos

vindos do oceano.

15.Vegetação

A Vegetação do Brasil envolve o conjunto de formações vegetais distribuídas por todo o

território brasileiro.

O Brasil possui diferentes tipos

de vegetação. Os principais são:

a Floresta Amazônica no norte, a

Mata dos Cocais no meio-norte,

a Mata Atlântica desde o

nordeste até o sul, a Mata das

Araucárias no sul, a Caatinga no

nordeste, o Cerrado no centro, o

Complexo do Pantanal no

sudoeste, os campos no extremo

sul com manchas esparsas em

alguns estados do país e a vegetação litorânea desde o Amapá até Rio Grande do Sul.

Mapa de vegetação do Brasil.

Formações Florestais

Floresta Amazônica

Rio Amazonas no Brasil.

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Também conhecida como Hiléia ou floresta latifoliada equatorial, recobre cerca de 49,29% do

território nacional, estendendo-se pela Amazônia e parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste.

Constitui uma das mais extensas áreas florestais do mundo.

Muito densa e fechada, com grande variedade de espécies, a Floresta Amazônica caracteriza-

se por grande umidade, altos índices de chuva, elevadas temperaturas e pequena amplitude

térmica. O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominância de

espécies vegetais de folhas largas.

Acompanhando essa floresta há uma emaranhada rede de rios, que correm num relevo onde

predominam terras baixas (planícies e baixos-planaltos). Os solos são, em geral, pouco férteis.

Apesar de sua aparente uniformidade, a Floresta Amazônica abriga três tipos de associações,

assim divididas:

mata de igapó: constantemente inundada, é formada principalmente por palmeiras e árvores

não muito altas, emaranhadas por cipós e lianas. É bastante rica em espécies vegetais;

mata de várzea: mais compacta, sofre inundações periódicas (cheias). Apresenta árvores

maiores, sobressaindo as seringueiras, por seu valor econômico;

mata de terra firme: pouco inundada, é a que apresenta árvores mais altas. Nela são comuns

o castanheiro, o guaraná e o caucho.

As queimadas para a abertura de pastos, instalação de fazendas para criação de gado e

plantações de diversos produtos agrícolas, os desmatamentos para retirada de madeira e a

mineração são os principais impactos provocados pela ocupação humana na Amazônia.

A Floresta Amazônica é uma verdadeira farmácia natural ao ar livre, cujas árvores, cipós e

outras espécies fornecem remédios para todos os males do corpo humano, desde doenças do

coração até diabetes. Por isso tem sido cobiçada pelos maiores laboratórios do mundo, que

têm extraído dela uma infinidade de medicamentos.

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Mata dos Cocais

Mata dos Cocais.

Abrange predominantemente os estados do Maranhão e Piauí (Meio-Norte), mas distribui-se

também pelo Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Está numa zona de transição entre os

ecossistemas da Floresta Amazônica e da caatinga. É classificada como uma formação

florestal, mas, na realidade, constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado

desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira muito importantes para

a economia local:

Babaçu, de cuja amêndoa se extrai o óleo; as folhas são usadas para a cobertura de casas e o

palmito como alimento para o gado. Um rico artesanato emprega suas fibras para confeccionar

esteiras, cestos e bolsas. Da casca do côco, podem ser retirados o alcatrão e o acetato.

Carnaúba, cujo produto mais conhecido é a cera. Como tudo dessa palmeira pode ser

aproveitado (folhas, caule, fibras), o nordestino denominou-a "árvore da providência".

Na Mata dos Cocais, as altas temperaturas são constantes. As pastagens representam o

principal impacto ambiental nesse ecossistema.

Mata Atlântica

Mata Atlântica.

Estende-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, junto ao litoral, quase sem

interrupções. Predominando em regiões de clima quente e úmido, com verões brandos, surge

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nas encostas das serras litorâneas. Topograficamente, surge em serras elevadas (escarpas do

Planalto Atlântico) em formas arredondadas, chamadas "mares de morros". Esta formação

vegetal apresenta-se muito densa, emaranhada e com grande variedade de vegetais hidrófilos

(adaptados a ambientes úmidos) e perenes.3

Devido à sua localização geográfica é a formação vegetal brasileira que mais devastações

sofreu, principalmente em trechos menos elevados do relevo. Esse impacto ambiental é uma

das consequências da intensa urbanização e industrialização que ocorreram no Brasil.

Mata Intermediaria

É a mesma floresta úmida da encosta, mas se desenvolve nas vertentes das serras, à retaguarda

do mar, não influenciadas diretamente pela umidade marítima. Muito densa, apresenta

espécies bastante altas e de troncos grossos. No entanto, quando se desenvolve em solos

areníticos, ou de calcário, o aspecto da floresta modifica-se completamente: ela se torna

menos densa, com árvores mais baixas e de troncos finos. Quase inteiramente devastada, por

possuir solos férteis para a agricultura, restam, de sua formação original, apenas, alguns

trechos esparsos.

O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominância de espécies

vegetais de folhas largas.

Mata de Araucária

Mata de Araucárias.

Predominando em regiões de clima subtropical e tropical de altitude, que apresentam regular

distribuição das chuvas por todos meses do ano, estende-se desde o sul de São Paulo até o

norte do Rio Grande do Sul, em trechos mais íngremes do relevo (Campos do Jordão, por

exemplo). É muito comum no planalto Meridional, nos estados do Paraná e Santa Catarina.

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O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = "pequena agulha") e indica o predomínio de

espécies que apresentam folhas pontiagudas. Destaca-se a Araucaria angustifolia, mais

conhecida como pinheiro-do-paraná, mas aparecem ainda outras espécies, como a imbuia, o

cedro, o ipê e a erva-mate.

Os solos em que se desenvolve, em geral de origem vulcânica, são mais férteis que os das

áreas tropicais o que explica a grande devastação sofrida por essa vegetação para o

aproveitamento agrícola.

Além dessas formações florestais aparecem ainda no Brasil alguns outros subtipos,

merecendo destaque a mata dos Cocais e as matas galerias ou ciliares.

A mata dos Cocais é uma formação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga,

abrangendo áreas do Maranhão, Piauí e Tocantins. O babaçu é a espécie predominante.

As matas galerias ou ciliares são florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos de água,

cuja umidade as mantém. Praticamente devastadas pela ocupação humana, restringem-se a

trechos do cerrado ou dos campos do Rio Grande do Sul.

Calcula-se que 5% da área original dos pinheirais esteja preservada. A retirada da madeira,

para a produção de móveis e papel de jornal, e a agropecuária são os principais fatores de sua

devastação acentuada e complexa .

Formações complexas

Cerrado

Cerrado.

Depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se espalhou,

predominando no planalto Central, mas aparecendo também como manchas esparsas em

outros pontos do país (Amazônia, região da caatinga do Nordeste, São Paulo e Paraná),

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recobrindo mais de 20% do território nacional. Predomina em áreas de clima tropical, com

duas estações: verão chuvoso e inverno seco.

Não é uma formação uniforme, o que permite identificar duas áreas: o cerradão e o cerrado

propriamente dito. No cerradão existem mais árvores que arbustos. No cerrado, bastante ralo,

aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de troncos sinousos e casca espessa, que

apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras; entre as árvores e os arbustos, espalha-

se uma formação contínua de gramíneas altas.

Imagem de satélite com o cerrado em destaque.

O cerrado espalha-se pelos chapadões e por algumas escarpas acentuadas.

Dentre os fatores que explicam a fisionomia do cerrado, além da escassez de água, destacam-

se a profundidade do lençol freático e a natureza dos solos, ácidos e com deficiências

minerais.

A expansão agropecuária, os garimpos, a construção de rodovias e cidades como Brasília e

Goiânia, são os principais aspectos provocados pela ação humana, que reduziram esse

ecossistema a pequenas manchas distribuídas por alguns estados brasileiros.

O cerrado foi declarado "Sítio do Patrimônio Mundial" pela Unesco em 13 de dezembro de

2001 e

Caatinga

Caatinga: formação vegetal xerófila que aparece no Polígono das Secas.

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Predominando na região de clima semi-árido do Nordeste é uma formação vegetal

tipicamente xerófita, ou seja, adaptada à escassez de água. É uma vegetação esparsa, que se

espalha pelos maciços e tabuleiros, por onde correm rios, em geral intermitentes.6

Desenvolvendo-se em solos quase rasos e salinos, apresenta-se muito heterogênea: em alguns

trechos, predominam árvores esparsamente distribuídas; em outros, arbustos isolados; e em

outros, ainda, apenas capões de gramíneas altas.

A falta de água impõe múltiplas adaptações aos vegetais na caatinga, que vão desde a perda

das folhas na estação mais seca até o aparecimento de longas raízes, em busca de lençois

subterrâneos de água. Entre as principais espécies de árvores, estão o juazeiro, o angico, a

barriguda, e, entre os arbustos, as cactáceas, como o xiquexique e o mandacaru.

Atualmente, a Caatinga vem sendo agredida ao sofrer o impacto da irrigação, drenagem,

criação de pastos, latifúndios e da desertificação.

Pantanal

Ocupando a planície do Pantanal Sul Mato-Grossense, é uma formação mista que apresenta

espécies vegetais próprias das florestas, dos campos, dos cerrados e até da caatinga.

Podem-se identificar nessa formação três áreas diferenciadas: as sempre alagadas, nas quais

predominam as gramíneas; as periodicamente alagadas, nas quais se destacam diversos tipos

de palmeiras (buritis, paratudos e carandás); e as que não sofrem inundações e são mais

densas, aparecendo nelas o quebracho e o angico.

Formações campestres

Campos meridionais

Formações de campo limpo, ou seja, constituídos predominantemente por gramíneas,

aparecem em manchas esparsas, a partir da latitude de 20ºS. Em São Paulo, no Paraná e em

Santa Catarina recebem a denominação de campos do planalto; no Rio Grande do Sul, são

conhecidos como campos da Campanha ou Campanha Gaúcha; e em Mato Grosso do Sul,

onde aparecem em trechos esparsos, são chamados de campos de vacaria. No sudoeste do Rio

Grande do Sul, os campos meridionais surgem num relevo dominado por colinas suaves e de

vertentes pouco acentuadas conhecidas como coxilhas.

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Campos sujos

Apresentam uma emaranhada mistura de gramíneas e arbustos, geralmente decorrente da

degradação dos cerrados. Seus limites são bastante indefinidos.

Campos da Hiléia

Conhecidos como campos da várzea, caracterizam-se por serem inundados na época das

cheias. Aparecem no baixo Amazonas e em trechos do estado do Pará, principalmente na

parte oeste da ilha de Marajó.

Campos serranos

Surgem em porções mais elevadas do território nacional, em pontos onde o relevo ultrapassa

1.500 m, como nas serras da Bocaina e do Itatiaia. Menos densos que as outras formações

campestres, apresentam algumas espécies vegetais adaptadas à altitude.

Formações litorâneas

Manguezais

Mangue.

Ocupam porções mais restritas do litoral, em reentrâncias da costa, onde as águas são pouco

movimentadas, como os pântanos litorâneos, os alagadiços e as regiões inundadas pela maré

alta. Neles predominam vegetações halófitas (que se adaptam a ambientes salinos), com raízes

aéreas e respiratórias, dotadas de pneumatóforos que lhes permitem absorver o oxigênio

mesmo em áreas alagadas. Conforme a topografia e a umidade do solo, é possível distinguir o

mangue-vermelho, nas partes mais baixas, o mangue-siriúba, onde as inundações são menos

freqüentes; e o mangue-branco, em solos firmes.

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Formações dos litorais arenosos

As praias e as dunas aparecem em vastas extensões de nosso litoral e nelas surgem formações

herbáceas e arbustivas. Nas praias, essas formações são pouco densas, mas, nas dunas, são

relativamente compactas. Geralmente, entre o litoral arenoso e a serra aparece também o

jundu, formação de transição da floresta ao solo salino, ao alcançar o litoral.

17. Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Os domínios morfoclimáticos são divisões que se baseiam nos diferentes tipos de relevos,

resultantes das condições climáticas atuais e do passado bem como na cobertura vegetal e nos

tipos de solo.

O Brasil é um país tropical de grande extensão territorial. Sua geografia é marcada por grande

diversidade. A interação e a interdependência entre os diversos elementos de sua paisagem

(relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo, fauna etc.) explicam a existência dos chamados

domínios geoecológicos.

Os domínios geoecológicos podem ser compreendidos como a combinação ou síntese dos

diversos elementos da natureza, em uma determinada porção do território. Assim sendo,

reconhecemos, no Brasil, a existência de seis grandes paisagens naturais:

Domínio Amazônico

Domínio das Caatingas

Domínio dos Cerrados

Domínio dos Mares e Morros

Domínio das Araucárias

Domínio das Pradarias

Domínio Amazônico:

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Localização: É a maior região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5

milhões km² – equivalente a 60% do território nacional –abrangendo os Estados: Amazonas,

Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso.

Clima: Equatorial, a qual é o mais quente e o mais úmido da Terra. (Quente/Úmido)

Rios: Apresenta a maior bacia fluvial da Terra ocupando ¼ das terras da América do Sul

(Amazonas).

Vegetação: Predomina a floresta equatorial Amazônica.

O domínio amazônico é formado por terras baixas: depressões, planícies aluviais e planaltos,

cobertos pela extensa floresta latifoliada equatorial Amazônica. É banhado pela Bacia

Amazônica, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico.

A degradação ambiental, representada pelas queimadas e pelos desmatamentos, é um grava

problema desse domínio. O governo brasileiro, por meio do Programa Piloto para a Proteção das

Florestas Tropicais do Brasil, pretende adotar atividades como o ecoturismo e a biotecnologia,

para promover o desenvolvimento da Amazônia, preservando-a.

Domínio do Cerrado:

Localização: Região central do Brasil, o domínio morfoclimático do Cerrado detém uma área de

45 milhões de hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão territorial. Incluindo neste

espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás,

da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Minas Gerais (parte noroeste).

Relevo: Chapadas e Chapadões.

Clima: Tropical com uma estação seca bem definida.

Solos: Ácidos.

Rios: Diminuem muito na época das secas e transbordam na época das chuvas.

Vegetação: Campos que apresentam árvores retorcidas com cascas grossas.

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O domínio do cerrado corresponde à área do Brasil Central e tem essa denominação devido à

ocorrência de vegetação o mesmo nome. Apresenta extensos chapadões e chapadas, e o clima é

tropical semi-úmido.

A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos retorcidos, recobertos por

casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas colocando-se calcário no solo (método da

calagem), estão sendo aproveitados pelo setor agrícola. Já é considerada a nova fronteira da

agricultura, pois representa a expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.

Nesse domínio estão às áreas dispersoras da Bacia do Paraná, do Paraguai, do Tocantins e do

Madeira, entre outros rios destacáveis.

Domínio da Caatinga:

Localização: Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange

em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma extensão de aproximadamente

850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe,

de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí.

Relevo:Chapadas e serras.

Clima:Semi-Árido quente, com chuvasescassas e mal distribuídas.

Solos:ricos em minerais e pobres em matérias orgânicas.

Rios:temporários – predominantes.

Vegetação: Arbustos espinhentos e cactos além de árvores que perdem suas folhas nas secas.

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O domínio da caatinga corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, com clima quente

e semi-árido. A caatinga, formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores, é a vegetação típica.

O extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava, destaca-se nesse domínio.

É atravessado pela bacia do São Francisco e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico. Os

projetos de irrigação no seu vale propiciam a produção de frutas (melão, manga, goiaba, uva, por

exemplo).

A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, porém com baixo

aproveitamento.

No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de

pediplanação em clima semiárido.

Domínio dos Mares de Morros:

Localização: Acompanha a faixa litorânea do Brasil, do nordeste até o sul do País,

obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km².

Relevo: Morros arredondados que resultam da alternância de períodos de secas e de chuvas .

Clima: Tropical quente, com uma estação seca e outra chuvosa.

Solos: Férteis.

Rios: Muito importantes pelo grande potencial hidrelétrico.

Vegetação: Predomina a Mata Atlântica que está muito devastada. Também apresenta

campos e cerrados.

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O domínio dos mares de morros acompanha a faixa litorânea do Brasil desde o Nordeste até o

Sul do país. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em "meia-laranja" (mamelonares ou

mares de morros), formados por intensa ação erosiva na estrutura cristalina das Serras do Mar,

da Mantiqueira e do Espinhaço.

Nele, predomina o clima tropical quente e úmido, caracterizado pela floresta latifoliada

tropical. Na encosta da Serra do Mar essa floresta é conhecida como Mata Atlântica.

Em conseqüência da forte ocupação humana, essa paisagem sofreu grande degradação. Além

do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e clima

úmido), com deslizamentos freqüentes e formação de voçorocas.

Domínio das Araucárias:

Localização: Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o domínio das

araucárias ocupa uma área de 400.000 km².

Relevo: Predomina o planalto.

Clima: Subtropical.

Solos: fértil

Rios: Importantes para a navegação e para a geração de eletricidade.

Vegetação: Floresta dos Pinhais ou de Araucária a qual está muito devastada.

O domínio da araucária ocupa o planalto da Bacia do Rio Paraná, onde o clima subtropical

está associado às médias altitudes, entre 800 e 1300 metros. Nesse domínio aparecem áreas

com manchas de terra roxa, como no Paraná. É homogênea, aciculifoliada e tem grande

aproveitamento de madeira e erva-mate.

A floresta de araucária também é conhecida como Mata dos Pinhais.

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Nesse domínio, a devastação a floresta é causada pela intensa ocupação agrária,

especialmente a agricultura de café e soja.

Domínio das Pradarias:

Localização: Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio

morfoclimático das pradarias compreende uma extensão de 45.000 km² a 80.000 km².

Relevo: Planícies.

Clima: Subtropical.

Solos: Férteis.

Rios: de planície.

Vegetação: Gramais que formam imensos campos muito utilizados para a pecuária.

O domínio das pradarias é representado pelo Pampa, ou Campanha Gaúcha, onde o relevo é

baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto pela vegetação herbácea das pradarias

(campos).

A ocupação econômica desse domínio tem-se efetuado pela pecuária extensiva de corte, com

gado tipo europeu, obtendo altos rendimentos. Destaca-se, também, a rizicultura irrigada.

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Representação dos Domínios Morfoclimáticos Brasileiros:

17. Fontes Energéticas: convencionais e alternativas

O que são, tipos, hidráulica, fóssil, solar, nuclear, eólica, biomassa, geotérmica, gravitacional

Usina hidrelétrica de Itaipú: geração de energia através da água

Introdução

Em nosso planeta encontramos diversos tipos de fontes de energia. Elas podem ser renováveis

ou esgotáveis. Por exemplo, a energia solar e a eólica (obtida através dos ventos) fazem parte

das fontes de energia inesgotáveis. Por outro lado, os combustíveis fósseis (derivados do

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petróleo e do carvão mineral) possuem uma quantidade limitada em nosso planeta, podendo

acabar caso não haja um consumo racional.

Principais fontes de energia

Energia hidráulica – é a mais utilizada no Brasil em função da grande quantidade de

rios em nosso país. A água possui um potencial energético e quando represada ele

aumenta. Numa usina hidrelétrica existem turbinas que, na queda d`água, fazem

funcionar um gerador elétrico, produzindo energia. Embora a implantação de uma usina

provoque impactos ambientais, na fase de construção da represa, esta é uma

fonte considerada limpa.

Energia fóssil – formada a milhões de anos a partir do acúmulo de materiais orgânicos

no subsolo. A geração de energia a partir destas fontes costuma provocar poluição, e esta,

contribui com o aumento do efeito estufa e aquecimento global. Isto ocorre

principalmente nos casos dos derivados de petróleo (diesel e gasolina) e do carvão

mineral. Já no caso do gás natural, o nível de poluentes é bem menor.

Energia solar – ainda pouco explorada no mundo, em função do custo elevado de

implantação, é uma fonte limpa, ou seja, não gera poluição nem impactos ambientais. A

radiação solar é captada e transformada para gerar calor ou eletricidade.

Energia de biomassa – é a energia gerada a partir da decomposição, em curto prazo, de

materiais orgânicos (esterco, restos de alimentos, resíduos agrícolas). O

gás metano produzido é usado para gerar energia.

Energia eólica – gerada a partir do vento. Grandes hélices são instaladas em áreas

abertas, sendo que, os movimentos delas geram energia elétrica. È uma fonte limpa

e inesgotável, porém, ainda pouco utilizada.

Energia nuclear – o urânio é um elemento químico que possui muita energia. Quando o

núcleo é desintegrado, uma enorme quantidade de energia é liberada. As usinas nucleares

aproveitam esta energia para gerar eletricidade. Embora não produza poluentes, a

quantidade de lixo nuclear é um ponto negativo.Os acidentes

em usinas nucleares, embora raros, representam um grande perigo.

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Energia geotérmica – nas camadas profundas da crosta terrestre existe um alto nível de

calor. Em algumas regiões, a temperatura pode superar 5.000°C. As usinas podem utilizar

este calor para acionar turbinas elétricas e gerar energia. Ainda é pouco utilizada.

Energia gravitacional – gerada a partir do movimento das águas oceânicas nas marés.

Possui um custo elevado de implantação e, por isso, é pouco utilizada. Especialistas em

energia afirmam que, no futuro, esta, será uma das principais fontes de energia do

planeta.

Alguns dados importantes sobre fontes de energia:

Cerca de 40% de CO2 (dióxido de carbono) produzido no mundo é resultante da geração

de energia e calor. Isto ocorre, pois o carvão mineral ainda é a principal fonte utilizada.

Atualmente, a China é o país que mais lança CO2 na atmosfera. Isto ocorre, pois o carvão

mineral é muito utilizado na geração de energia. Porém, o governo chinês vem

desenvolvendo, nos últimos anos, uma política de geração de energia limpa. Este fato faz da

China o país que mais produz eletricidade a partir de fontes de energia limpa.

Um dado positivo é que, desde 2006, os investimentos globais em energias renováveis

aumentaram mais de 500%.

Você sabia?

A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou 2012 o Ano Internacional da Energia

Sustentável para todos.

18. Problemas Ambientais Globais e no Brasil

Principais problemas ambientais no mundo e no Brasil

É possível dividir os problemas ambientais do mundo em três níveis:

a) Alterações climáticas

Os efeitos de El Niño e La Niña

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São fenômenos que se manifestam nas águas oceânicas do Pacífico ocasionando alterações no

clima do planeta Terra e interferências nas variações de temperatura e na regularidade das

chuvas.

Geralmente seguido do El Niño ocorre a La Niña, porém com efeitos contrários. O aumento

dos ventos alísios carrega as águas quentes superficiais para a Ásia, e as águas frias seguem a

direção inversa, chegando à superfície aos arredores do litoral peruano.

Degelo no Mundo

O degelo é um dos efeitos do aquecimento global que vem ocorrendo em diversas partes

do planeta.

As grandes cordilheiras mundiais estão tendo suas massas de gelo e neve reduzidas.

De acordo com os especialistas no assunto, até o ano de 1997 a região Ártica já tinha 14% de

sua área reduzida, e a Antártica possuía 3000 Km2 de degelo.

b) formas distintas de poluição

Poluição do ar

É causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis (como o carvão e o petróleo)

que aumenta a concentração de CO2

(dióxido de carbono) na atmosfera terrestre.

Poluição da água

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As águas são contaminadas pelo lançamento de materiais poluentes nos mares, rios, lagos e

represas. Lixo, produtos químicos e esgoto sem tratamento são os principais poluentes das

águas e a despoluição das águas é um processo bastante trabalhoso.

Poluição do solo

É causada pelos lixos que são jogados em locais impróprios e que demoram se decompor, e

por componentes químicos.

Principais poluentes do solo

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Poluição sonora

Ocorre principalmente nos grandes centros urbanos devido às buzinas, ruídos de motores e

escapamentos, máquinas, e pessoas falando ao mesmo tempo, prejudicando o sistema

auditivo.

Poluição visual

É provocada por placas, propagandas, outdoors, pichações dispostos em ambientes urbanos,

que além de poluir o visual das cidades, tiram a atenção dos motoristas contribuindo para os

acidentes de trânsito.

c) extinção de espécies e desmatamento

Muitas florestas estão sendo derrubadas para o comércio de madeira, ou sendo queimadas

para a formação de pastos e para o crescimento urbanização. Animais estão sujeitos à caça e

pesca predatória para a comercialização de sua pele e carne.

Com isso, muitas espécies de plantas e animais correm sérios riscos de entrar em extinção.

Importância das florestas

As florestas são muito úteis para a vida na terra, é o habitat mais diversificado do planeta.

A importância das florestas está relacionada a alguns fatores:

. Conservam o equilíbrio entre os gases presentes na atmosfera.

. Mantêm o equilíbrio da temperatura.

. Protegem os rios, diminuindo as chances de assoreamento.

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. Protegem os solos da água da chuva, evitando que ela passe pelo tronco e infiltre no subsolo.

. Favorece a existência de animais de várias espécies, fornecendo alimento à eles.

Portanto, a destruição das florestas representa um grande risco ambiental.

O selo verde

O Conselho de Manejo Florestal (FSC), uma ONG ambientalista internacional, representa o

selo verde que apóia os produtos de origem florestal de maneira sustentável.

O lixo

Com o crescimento populacional, a quantidade de lixo produzido também tem aumentado. A

decomposição é uma forma de controlar o lixo urbano, porém grande parte desse lixo não é

biodegradável, portanto, não se decompõe causando a poluição.

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O lixo das cidades pode ser levado para os lixões, aterros sanitários ou passam pelos

processos de incineração ou compostagem.

Lixão

Os Lixões são extensos terrenos a céu aberto para onde os lixos urbanos são levados.

Neste local o lixo não recebe tratamento adequado, causando grandes problemas ambientais

como a reprodução de moscas e a produção do chorume através da decomposição do lixo,

substância altamente tóxica que contamina os lençóis freáticos e o solo.

Aterros Sanitários

O aterro sanitário é um local onde o lixo é enterrado em camadas alternadas de lixo e terra,

evitando-se assim o mau cheiro e a proliferação de insetos. Na execução de um aterro

sanitário, é importante impermeabilizar sua base para evitar a contaminação do subsolo e

construir canais de drenagem para os gases e líquidos (chorume) que se formarão.

O lixo que vai para o aterro sanitário são os não-recicláveis, no entanto, é comum encontrar

materiais recicláveis nos aterros, pois a coleta seletiva ainda não é realizada adequadamente.

Incineração

Incineração é um processo que consiste em queimar o lixo em câmaras de incineração,

reduzindo o número de resíduos e destruindo os microorganismos causadores de doenças.

Compostagem

Compostagem é um processo na qual o lixo passa por uma triagem e é divido em três partes:

material orgânico, materiais não-aproveitáveis e materiais recicláveis.

O material orgânico passa por um tratamento biológico, onde é produzido um composto que é

usado como adubo para a fertilização do solo.

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Os materiais não-aproveitáveis são levados para os aterros sanitários.

Os materiais recicláveis são direcionados para determinados locais onde ele será

reaproveitado para fazer novos produtos.

Reciclagem

É um processo que reaproveita certos materiais com o intuito de reduzir a produção de lixos.

É preciso nos conscientizar de que reciclar é importante para a vida do planeta, pois esta

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prática traz muitos benefícios, como a economia de energia, redução de poluição, limpeza e

higiene das cidades, geração de empregos, entre outras.

Para reciclar é necessário adotar uma série de atitudes como a coleta seletiva, ou seja, não

misturar materiais recicláveis com o restante do lixo; reutilizar vasilhames, latas e sacolas,

etc.

Importância e vantangens da reciclagem

A partir da década de 1980, a produção de embalagens e produtos descartáveis aumentou

significativamente, assim como a produção de lixo, principalmente nos países desenvolvidos.

Muitos governos e ONGs estão cobrando de empresas posturas responsáveis: o crescimento

econômico deve estar aliado à preservação do meio ambiente. Atividades como campanhas de

coleta seletiva de lixo e reciclagem de alumínio e papel, já são comuns em várias partes do

mundo.

No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os

materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem

contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas

indústrias estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção.

Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas grandes

cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e conseguindo renda para

manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de papel e alumínio já são uma boa

realidade nos centros urbanos do Brasil.

Sacolas feitas com papel reciclável

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Muitos materiais como, por exemplo, o alumínio pode ser reciclado com um nível de

reaproveitamento de quase 100%. Derretido, ele retorna para as linhas de produção das

indústrias de embalagens, reduzindo os custos para as empresas.

Muitas campanhas educativas têm despertado a atenção para o problema do lixo nas grandes

cidades. Cada vez mais, os centros urbanos, com grande crescimento populacional, tem

encontrado dificuldades em conseguir locais para instalarem depósitos de lixo. Portanto, a

reciclagem apresenta-se como uma solução viável economicamente, além de ser

ambientalmente correta. Nas escolas, muitos alunos são orientados pelos professores a

separarem o lixo em suas residências. Outro dado interessante é que já é comum nos grandes

condomínios a reciclagem do lixo.

Símbolos da reciclagem por material