geografia expoente - clima e meio ambiente

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Temperatura Elemento climático de maior destaque, devido à intensa interferência humana. Quanto maior a distância em relação ao Equador, menor a temperatura (menor incidência de raios solares). Nas regiões mais altas o ar rarefeito absorve menor quantidade de calor. (repartição das águas e das terras). As águas demoram mais a se aquecer, mas conservam mais o calor. Por isso, o Hemisfério Sul (hemisfério das águas) possui menor variação térmica que o Hemisfério Norte (hemisfério das terras). De dia impede a incidência dos raios solares no solo, filtrando-os; à noite, funciona como uma estufa. O desmatamento e a retirada da cobertura vegetal interferem na temperatura atmosférica. Asfalto, calçamento, concreto, vidros, etc. absorvem mais calor do Sol que as áreas cobertas pela vegetação, devolvendo-o com mais intensidade para a atmosfera. Aliando-se ainda as atividades urbanas à liberação de gás carbônico (queima de combustíveis fósseis), transformam as cidades em verdadeiras ilhas de calor, nas quais a temperatura é superior à da área rural circunvizinha. Fenômeno que ocorre quando o ar próximo à superfície é mais frio do que aquele que está acima dele. Pode ser causado por uma frente fria ou pelo excesso de poluição. O ar mais frio da superfície impede o movimento ascendente do ar atmosférico, retendo os poluentes e causando problemas de saúde às populações. Aquecimento acima do normal das águas do Pacífico, numa enorme região que vai da costa da América do Sul até próximo ao litoral da Austrália. Modifica a circulação atmosférica, provocando grandes alterações no tempo meteorológico em diversas partes do mundo, influindo também na ressurgência marinha. Latitude Altitude Continentalidade e/ou Maritimidade Vegetação Aglomerações urbanas Inversão térmica El Niño La Niña Efeito Estufa Chuva ácida Relacionada à diminuição da temperatura do Pacífico Sul, provoca alterações no tempo meteorológico. Fenômeno atmosférico natural causado por gases como o dióxido de carbono (C0 ), óxido nitroso (N H) e metano (CH ), retém o calor refletido pela superfície 2 2 4 terrestre, mantendo a temperatura dentro dos limites indispensáveis à vida. O excesso desses gases é liberado pela queima de combustíveis fósseis e pelas queimadas; o metano é gerado pela decomposição do lixo e pela pecuária; e o óxido nitroso pelo uso de fertilizantes. O Protocolo de Kyoto, criado em 1997, no Japão, e ratificado por mais de 150 países, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, após a adesão da Rússia, estipula que, entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos reduzam em média 5,2% o lançamento na atmosfera dos gases que agravam o efeito estufa, em relação aos níveis de 1990. O grande ausente no Protocolo de Kyoto – EUA – respondem por 25% das emissões mundiais. Na 11ª conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Montreal, no Canadá (dez. 2005), discutiram-se mecanismos para garantir que as emissões de gases que provocam o efeito estufa continuem sendo reduzidas após 2012, com um novo plano de metas com vigência até 2017. Ficou acertado que será adotado um plano de ações para que os países em desenvolvimento contribuam para a redução dos gases estufa, com incentivos e compensações financeiras para a diminuição das taxas de desmatamento. Isso interessa ao Brasil, onde a queima e a derrubada de florestas têm intensificado os gases estufa. Em dezembro de 2007, na 13ª conferencia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-13) em Bali, na Indonésia, estabeleceu-se um cronograma de negociações, visando a um novo protocolo que substituirá Kyoto, que deve ser firmado na próxima conferência em Copenhague, no final de 2009. Os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) propõem uma redução de 50% das emissões de gases do efeito estufa, em relação aos níveis de 1990, até 2050 para limitar o aquecimento global em 2°C, nível considerado aceitável. A poluição do ar com gases e produtos químicos, provenientes das indústrias e da queima de carvão e derivados de petróleo, reage com a atmosfera e torna a água da chuva ácida, o que pode trazer graves danos à natureza e aos seres humanos. Um dos temas mais pesquisados e discutidos nos meios científicos e divulgado na imprensa mundial é o clima e suas alterações. O derretimento das calotas polares e a redução da cobertura gelada das altas montanhas e o consequente aumento no nível dos oceanos são cada vez mais evidentes. Pesquisas mostram também que o clima mais quente interfere no equilíbrio da flora e fauna e intensificam as tempestades tropicais e furacões e provocam enchentes e secas severas. Um conhecimento adequado dos elementos e fatores climáticos, bem como as ações antrópicas que interferem nos mesmos, são fundamentais para que a humanidade possa orientar-se para um “desenvolvimento sustentado”, isto é, aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. PÁG. 1 2008 www.expoente.com.br GEOGRAFIA Professor Boing Clima e meio ambiente

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Page 1: Geografia Expoente - Clima e Meio Ambiente

TemperaturaElemento climático de maior destaque, devido à intensa interferência humana.

Quanto maior a distância em relação ao Equador, menor a temperatura (menorincidência de raios solares).

Nas regiões mais altas o ar rarefeito absorve menor quantidade de calor.

(repartição das águas e das terras). As águas demoram mais a se aquecer, masconservam mais o calor. Por isso, o Hemisfério Sul (hemisfério das águas) possuimenor variação térmica que o Hemisfério Norte (hemisfério das terras).

De dia impede a incidência dos raios solares no solo, filtrando-os; à noite,funciona como uma estufa. O desmatamento e a retirada da cobertura vegetal interferem na temperatura atmosférica.

Asfalto, calçamento, concreto, vidros, etc. absorvem mais calor do Sol que asáreas cobertas pela vegetação, devolvendo-o com mais intensidade para aatmosfera. Aliando-se ainda as atividades urbanas à liberação de gás carbônico(queima de combustíveis fósseis), transformam as cidades em verdadeiras ilhasde calor, nas quais a temperatura é superior à da área rural circunvizinha.

Fenômeno que ocorre quando o ar próximo à superfície é mais frio do que aqueleque está acima dele. Pode ser causado por uma frente fria ou pelo excesso depoluição. O ar mais frio da superfície impede o movimento ascendente do aratmosférico, retendo os poluentes e causando problemas de saúde àspopulações.

Aquecimento acima do normal das águas do Pacífico, numa enorme região quevai da costa da América do Sul até próximo ao litoral da Austrália. Modifica acirculação atmosférica, provocando grandes alterações no tempo meteorológicoem diversas partes do mundo, influindo também na ressurgência marinha.

Latitude

Altitude

Continentalidade e/ouMaritimidade

Vegetação

Aglomerações urbanas

Inversão térmica

El Niño

La Niña

Efeito Estufa

Chuva ácida

Relacionada à diminuição da temperatura do Pacífico Sul, provoca alteraçõesno tempo meteorológico.

Fenômeno atmosférico natural causado por gases como o dióxido de carbono(C0 ), óxido nitroso (N H) e metano (CH ), retém o calor refletido pela superfície2 2 4

terrestre, mantendo a temperatura dentro dos limites indispensáveis à vida. Oexcesso desses gases é liberado pela queima de combustíveis fósseis e pelasqueimadas; o metano é gerado pela decomposição do lixo e pela pecuária; e oóxido nitroso pelo uso de fertilizantes.O Protocolo de Kyoto, criado em 1997, no Japão, e ratificado por mais de 150países, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, após a adesão da Rússia,estipula que, entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos reduzam em média 5,2% o lançamento na atmosfera dos gases que agravam o efeito estufa, emrelação aos níveis de 1990. O grande ausente no Protocolo de Kyoto – EUA – respondem por 25% das emissões mundiais. Na 11ª conferência das NaçõesUnidas sobre Mudança Climática, em Montreal, no Canadá (dez. 2005),discutiram-se mecanismos para garantir que as emissões de gases queprovocam o efeito estufa continuem sendo reduzidas após 2012, com um novoplano de metas com vigência até 2017. Ficou acertado que será adotado umplano de ações para que os países em desenvolvimento contribuam para aredução dos gases estufa, com incentivos e compensações financeiras para adiminuição das taxas de desmatamento. Isso interessa ao Brasil, onde aqueima e a derrubada de florestas têm intensificado os gases estufa.Em dezembro de 2007, na 13ª conferencia das Nações Unidas sobre MudançasClimáticas (COP-13) em Bali, na Indonésia, estabeleceu-se um cronograma denegociações, visando a um novo protocolo que substituirá Kyoto, que deve serfirmado na próxima conferência em Copenhague, no final de 2009. Os cientistasdo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) propõem umaredução de 50% das emissões de gases do efeito estufa, em relação aos níveisde 1990, até 2050 para limitar o aquecimento global em 2°C, nível consideradoaceitável.

A poluição do ar com gases e produtos químicos, provenientes das indústrias eda queima de carvão e derivados de petróleo, reage com a atmosfera e torna aágua da chuva ácida, o que pode trazer graves danos à natureza e aos sereshumanos.

Um dos temas mais pesquisados e discutidos nos meioscientíficos e divulgado na imprensa mundial é o clima e suasalterações.O derretimento das calotas polares e a redução da coberturagelada das altas montanhas e o consequente aumento nonível dos oceanos são cada vez mais evidentes. Pesquisasmostram também que o clima mais quente interfere noequilíbrio da flora e fauna e intensificam as tempestadestropicais e furacões e provocam enchentes e secas severas.

Um conhecimento adequado dos elementos e fatoresclimáticos, bem como as ações antrópicas que interferem nosmesmos, são fundamentais para que a humanidade possaorientar-se para um “desenvolvimento sustentado”, isto é,aquele que atende às necessidades do presente semcomprometer a possibilidade de as gerações futurassatisfazerem suas próprias necessidades.

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Clima e meio ambiente

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Qualidade do ar

Odesafio das águas

A renovação do ar atmosférico por meio da interação com os oceanos e avegetação encontra-se cada vez mais ameaçada pela derrubada de florestas,pela intensa poluição decorrente da queima de combustíveis fósseis, pelacrescente industrialização e pelo uso de veículos motorizados.Nos países pobres, as principais formas de degradação ambiental relacionadas àpoluição do ar são os desmatamentos e as queimadas.Para extração de madeira, cultivo de solo, criação de gado, povoamento, etc., asflorestas tropicais já foram reduzidas a menos da metade. A velocidade dodesmatamento está acima da capacidade de regeneração da vegetação.As queimadas, além de poluir, são responsáveis pela redução da biodiversidade,pois nas florestas tropicais úmidas concentram dois terços de todas as espéciesvegetais e animais conhecidas, guardando o mais importante patrimôniogenético da humanidade, além de serem fontes de uma grande quantidade de matérias-primas: madeira, medicamentos, combustíveis, borracha, frutas, etc.As florestas tropicais, especialmente a Floresta Amazônica, desempenhamimportante função climática e ambiental: amenizam a temperatura atmosféricae ajudam na manutenção do ciclo hidrológico (evapotranspiração), além deminimizarem erosão, enchentes e assoreamento.

O volume total de água da Terra está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de3quilômetros cúbicos (km ), sendo 97,2% desse total formado pela água salgada

dos mares e oceanos. Aproximadamente 1,8% da água total está estocado na forma de neve ou gelo nas montanhas ou nas zonas polares. A água subterrânearepresenta 0,9% desse total, a água atmosférica 0,001% e os rios, lagos e lagoasde água doce apenas 0,0092% da água do planeta.O ciclo hidrológico retira a água dos oceanos e realimenta os rios e lençóissubterrâneos. O ritmo acelerado de desmatamento e o crescimento urbano--industrial, que gera a necessidade cada vez maior de água, vêm alterando esseciclo.O desmatamento e o pastoreio excessivo diminuem a capacidade do solo deabsorver água das chuvas e liberá-la novamente para a atmosfera. Na ausênciade cobertura vegetal e com os solos compactados, a tendência das chuvas éescorrer pela superfície e escoar rapidamente pelos cursos de água, o que trazcomo consequência inundações, aceleração no processo de erosão e diminuiçãoda estabilidade dos cursos de água, que ficam diminuídos fora do período decheias, comprometendo a agricultura e a pesca. Os níveis dos lençóis freáticosbaixam constantemente, muitos lagos encolhem e pântanos secam.Com a melhoria dos padrões de vida e o aumento de população, diversos paísesjá vêm enfrentando sérios problemas de falta de água potável, dificuldades queprovavelmente se agravarão futuramente.

Problemas ambientais nos centros urbanosOs centros urbanos estão sujeitos também ao acúmulo de lixo e ao esgoto, nosquais se multiplicam ratos e insetos transmissores de doenças. O chorume,formado nos lixões e nos esgotos, polui rios e lençóis freáticos que abastecemas cidades, contaminando as populações. A reciclagem e o tratamento do lixosão processos possíveis, mas caros e, por isso, não são praticados na maioriadas cidades.Os problemas de degradação ambiental não são novos, a novidade está natomada de consciência da humanidade quanto a esses problemas e napercepção da necessidade de combater suas causas, implantando um modelode desenvolvimento sustentado.Tal consciência é mais evidente nos países desenvolvidos, nos quais a reduçãono uso de CFCs e na emissão de outros gases poluentes, bem como otratamento dos resíduos sólidos e outras práticas conservacionistas, já sãouma realidade.É preciso, no entanto, que toda a humanidade tenha consciência de quedesenvolvimento não é apenas crescimento econômico. O desenvolvimentosustentado exige mudanças sociais sucessivas e profundas. Além de umpadrão de vida adequado, devem-se criar condições para que as populaçõesfuturas também possam viver bem.

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