geografia do rio de janeiromarcospaiva.com.br/rio.doc · web viewmata de baixada, restingas e...

16
GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIRO – 4º BIMESTRE MAPA POLÍTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO MAPA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO 1

Upload: doantuong

Post on 20-Jan-2019

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIRO – 4º BIMESTRE

MAPA POLÍTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MAPA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

1

Page 2: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

História do Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro é mencionada oficialmente pela primeira vez quando a segunda expedição exploratória portuguesa, comandada por Gaspar Lemos, chegou em Janeiro de 1502, à baía de Guanabara, que o navegador supôs, compreensivelmente, ser a foz de um rio, por conseguinte, dando o nome à região do Rio de Janeiro. A palavra Guanabara tem sua origem no tupi guarani, e significa "rio-mar".

Porém só em 1530 a corte portuguesa mandou uma expedição para colonizar a área, em vez de continuar usando-a simplesmente como uma parada em suas aventuras marítimas. Os franceses, por outro lado, tinham estado no Rio de Janeiro e arredores desde o começo do século e estavam dispostos a lutar pelo domínio da região.

A fundação da cidade do Rio de Janeiro

A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar em 1º de março de 1565 por Estácio de Sá. O nome São Sebastião foi uma homenagem ao rei de Portugal. O objetivo da fundação foi dar início à expulsão dos franceses que já estavam na área há 10 anos, instalados num forte da ilha de Villegagnon. Estácio de Sá morreu em 20 de fevereiro de 1567, um mês depois de expulsar os franceses, em conseqüência de uma infecção no rosto causada por uma flecha envenenada, que o feriu durante os combates.

Origem do nome Pão de Açúcar

Há várias versões a respeito da origem do nome Pão de Açúcar, mas, a mais forte, segundo o historiador Vieira Fazenda, indica os portugueses como os responsáveis. Durante os séculos XVI e XVII, pão de açúcar era o nome da fôrma de barro cônica na qual os blocos de açúcar eram colocados para serem exportados à Europa. A semelhança do penhasco carioca com aquela fôrma teria originado o nome.

2

Fôrmas de "pão de açúcar" numa casa de purgar (onde o açúcar era “branqueado”, purificado) desativada. Engenho de Santa Fé, Pernambuco, Brasil.

Na foto se vê a Fortaleza Histórica de São João, que foi construída em 1578, na ponta do Morro Cara de Cão, na entrada da barra da Baía de Guanabara, ao lado do Morro do Pão de Açúcar.

Page 3: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

Após a morte de Estácio de Sá, Mem de Sá (terceiro governador-geral do Brasil e tio do fundador da cidade), transferiu a cidade da área da Urca para Morro de São Januário, mais tarde conhecido como Morro do Castelo, depois Praça Quinze, até hoje centro vital do Rio. 

Ocupando posição estratégica no litoral sul da colônia, na Baía de Guanabara, a povoação cresce como região portuária e comercial. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o Porto do Rio de Janeiro torna-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saem ouro e diamantes e entram escravos e manufaturados, entre outros produtos. Em 1763 a cidade transforma-se na sede do Governo Geral, em substituição a Salvador.

Em 1808, com a chegada da família real, o Rio torna-se a sede do governo português. Após a independência, a cidade continua como capital, enquanto a província enriquece com a agricultura canavieira da região de Campos

3

Vista da Ladeira da Misericórdia, no Centro do Rio, que servia de ligação ao extinto Morro do Castelo e é uma das mais antigas ruas da cidade. Junto à Ladeira (lado direito) está o prédio da Santa Casa da Misericórdia.

Foto do morro do Castelo, demolido em 1921, pelo Prefeito do Distrito Federal Carlos Sampaio.

Page 4: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. Para separar a província e a capital do Império, a cidade converte-se, em 1834, em município neutro e a província do Rio de Janeiro passa a ter como capital Niterói.

Como centro político do país, o Rio concentra a vida político-partidária do Império e os movimentos abolicionistas e republicanos. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde a força política para São Paulo e Minas Gerais.

O processo de enfraquecimento econômico e político do Rio continua após a Revolução de 1930. A economia fluminense não se beneficia da industrialização, apesar de o estado ser escolhido para sediar a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, ponto de partida para a implantação da indústria de base no país.

A cidade do Rio de Janeiro mantém-se como importante zona comercial, industrial e financeira, mas com a mudança da capital federal para Brasília, em 1960, o declínio do novo estado da Guanabara é inevitável. Em 1974 os estados do Rio de Janeiro e Guanabara fundem-se por determinação do Regime Militar, constituindo o atual estado do Rio de Janeiro. Com o objetivo de recuperar a sua importância política e econômica os governos militares fazem grandes investimentos no estado, como a construção das usinas nucleares Angra I e Angra II, no município de Angra dos Reis e a implantação do pólo petrolífero na bacia de Campos, a mais produtiva do país.

HISTÓRIA DO ESTADO DA GUANABARA

Em 1836, a cidade do Rio de Janeiro foi transformada no Município Neutro da Corte, permanecendo como capital do Império do Brasil, enquanto que Niterói passou a ser a capital da província do Rio de Janeiro. Em 1889, após a Proclamação da República do Brasil, a cidade do Rio continuou sendo a capital da nação e a província homônima foi transformada em estado. No dia 24 de fevereiro de 1891, mediante a promulgação da primeira constituição republicana do Brasil, o então Município neutro passou à categoria de Distrito Federal. Com a mudança da capital para Brasília, em 21 de abril de 1960, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se o Estado da Guanabara, de acordo com as disposições transitórias da Constituição de 1946 e da Lei Número 3 752, de 14 de abril de 1960 (Lei Santiago Dantas).

A condição de cidade-estado permitiu que a Guanabara, mesmo depois de perder verbas federais com a transferência da Capital Federal para Brasília, desfrutasse de uma elevada receita per capita de dupla arrecadação com os impostos municipais e estaduais, o que lhe possibilitou o financiamento do grande número de obras públicas realizadas durante a década de 1960. Era um estado rico, ao contrário do vizinho estado do Rio de Janeiro, que era pobre, com uma economia que se esvaziava desde 1927, mesmo com a industrialização ocorrendo no eixo Rio-São Paulo.Os investimentos efetuados foram considerados instrumentos de estímulo à reinserção da Guanabara num novo cenário político e econômico brasileiro. O governo federal tirou da gaveta a antiga idéia de uma ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói por uma ponte, a qual seria um símbolo da fusão. Foi construída, então, a Ponte Costa e Silva, conhecida popularmente como Ponte Rio - Niterói. Outros investimentos federais foram implementados no estado do Rio de Janeiro, como as usinas nucleares de Angra dos Reis, porém, com a fusão, a cidade do Rio de Janeiro perdeu arrecadação estadual e teve sua economia fortemente afetada pela fraca economia do estado do Rio de Janeiro.

4

Page 5: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

SÍNTESE GEOGRÁFICA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

A cidade do Rio de Janeiro, constituída por paisagens de excepcional beleza cênica, tem na água e na montanha os regentes de sua geografia exuberante. A diversidade topográfica do Rio de Janeiro se estende à cobertura vegetal. Florestas recobrem encostas e espécies remanescentes de mata atlântica são preservadas no Parque Nacional da Tijuca. Mata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha.

Embora a cidade tenha se tornado uma das maiores áreas urbanas do mundo, cresceu em volta de uma grande mancha verde, que responde pelo nome de Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo, que continua mantendo valiosos remanescentes de seus ecossistemas originais, mesmo tendo sido replantada no século XIX. Foi o primeiro exemplo de reflorestamento com espécies nativas. A interferência do homem trouxe ainda mais natureza para a cidade com a construção de parques, praças e jardins.

Aos poucos os ecossistemas foram sendo protegidos pela legislação ambiental e uma grande quantidade de parques, reservas e área de proteção ambiental foram sendo criados para garantir sua conservação.

POSIÇÃO GEOGRÁFICA

A cidade do Rio de Janeiro é a capital do Estado do Rio de Janeiro, um dos componentes da Região Sudeste do Brasil. Ao norte, limita-se com vários municípios do Estado do Rio de Janeiro. É banhada pelo oceano Atlântico ao sul, pela Baía de Guanabara a leste e pela Baía de Sepetiba a oeste. Suas divisas marítimas são mais extensas que as terrestres.

ÁREA METROPOLITANA

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é composta por outros 17 municípios, segundo Lei Complementar de 2002: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica, Mesquita e Tanguá. Os municípios de Maricá, Itaguaí e Mangaratiba também tem forte relação com a dinâmica metropolitana e que constituem o chamado Grande Rio, com uma área de 5.384 km.

DIMENSÕES

A área do município do Rio de Janeiro é de 1.255,3 Km², incluindo as ilhas e as águas continentais. Mede de leste a oeste 70 km e de norte a sul 44 km. O município está dividido em 32 Regiões Administrativas com 159 bairros.

RELEVO

5

Page 6: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

O relevo carioca está filiado ao sistema da serra do Mar, recoberto pela floresta da Mata Atlântica. É caracterizado por contrastes marcantes, montanhas e mar, florestas e praias, paredões rochosos subindo abruptamente de baixadas extensas, formando um quadro paisagístico de rara beleza que tornou o Rio mundialmente conhecido como a Cidade Maravilhosa. O Rio de Janeiro apresenta três importantes grupos montanhosos, mais alguns conjuntos de serras menores e morros isolados em meio a planícies circundadas por esses maciços principais.

O relevo mesmo é dominado por três conjuntos principais de elevações que formam os Maciços da Tijuca (com um pico de 1021m), da Pedra Branca (com 1024m) e o de Gericinó (com 964m); vários maciços pequenos e destacados. Entre todos estão situadas planícies sedimentares que são denominadas de baixadas: Inhaúma, Irajá, Bangu, Campo Grande, Jacarepaguá, Guaratiba e Santa Cruz, que apresentam inúmeros morros isolados.

O Pico da Pedra Branca, situado no maciço de mesmo nome, com 1.024 m, é o ponto culminante da cidade e pode ser avistado de qualquer parte do bairro de Bangu (interiorano), do Recreio dos Bandeirantes (litoral) e adjacências. 

Maciço da Tijuca - Este maciço é separado pelo da Pedra Branca por uma estreita passagem no bairro da Taquara e pela grande Baixada de Jacarepaguá.

Sobre este maciço encontra-se o Parque Nacional da Tijuca, que é composto por quatro áreas distintas:

1.1 Região do Morro do Corcovado e entorno; 1.2 Região da Pedra da Gávea e entorno; 1.3 Região da Serra dos Três Rios e entorno; 1.4 Região da Serra dos Pretos Forros e entorno.

Esse parque encontra-se sob a direção do IBAMA.O ponto culminante do Parque é o Pico da Tijuca com 1021 metros de altura.

Maciço da Pedra Branca - Devido à sua distância ao centro da cidade encontra-se mais preservado que o Maciço da Tijuca, que sofre grande ação antrópica (do homem). Pela sua área e distância, é o menos conhecido dos três.

Sobre este maciço encontra-se o Parque Estadual da Pedra Branca, que apresenta várias entradas: na Estrada do Pau da Fome, no bairro Taquara; nas proximidades do Riocentro; no Camorim e em Campo Grande. Esse parque encontra-se sob a direção da Fundação Instituto Estadual de Florestas (IEF – RJ).O Pico da Pedra Branca, situado no maciço de mesmo nome, com 1.024 m, é o ponto culminante da cidade.

Maciço de Gericinó - Dos três grandes maciços encontrados na cidade do Rio de Janeiro, este é o que não está completamente nos limites da cidade, visto que a maior parte dele se encontra nos municípios de Mesquita e de Nova Iguaçu. Tem como ponto culminante o Pico do Guandu, com 964m de altitude.

6

Page 7: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

Neste maciço, na vertente para o Rio de Janeiro, foi criado o Parque Natural Municipal do Mendanha, e na parte voltada para Nova Iguaçu foi criado o Parque Municipal de Nova Iguaçu, na Serra de Madureira.O ESTADO DO RIO DE JANEIRO

O Rio de Janeiro é um estado da região sudeste do Brasil, que possui uma área de 43.696,054 km². A capital do estado tem aliás o mesmo nome do estado, ou seja, a capital tem o nome de Rio de Janeiro. A cidade do Rio de Janeiro, , é mundialmente conhecida como a “Cidade Maravilhosa”. O estado abriga a terceira maior população do país. Os limites do Rio de Janeiro são os seguintes:

Norte e noroeste – Minas Gerais Sudoeste – São Paulo Leste e Sul – Oceano Atlântico Nordeste – Espírito Santo

O litoral do estado é muito recortado, e se estende por 636 quilômetros, sendo que possui várias baías e um grande número de ilhas. ASPECTOS NATURAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Relevo

O relevo do Rio de Janeiro é constituído por três unidades básicas, as terras altas, também chamadas de Planalto ou Serra Fluminense (acima de 200 metros de altitude), as terras baixas, também chamadas de Baixada Fluminense (abaixo de 200 metros de altitude) e os maciços litorâneos (formações rochosas, ao longo da costa, como, por exemplo, o Corcovado). O ponto mais alto do estado é o Pico das Agulhas Negras, com 2791 metros de altitude.

A Baixada Fluminense acompanha todo o litoral e ocupa cerca de metade da superfície do estado. Apresenta largura variável, bastante estreita entre as baías da Ilha Grande e de Sepetiba, alargando-se progressivamente no sentido leste, até o rio Macacu. Nesse trecho, na capital, erguem-se os maciços da Tijuca e da Pedra Branca, que atingem altitudes um pouco superiores a mil metros. Da baía da Guanabara até Cabo Frio, a baixada volta a estreitar-se numa sucessão de pequenas elevações, de duzentos a quinhentos metros de altura, os chamados maciços litorâneos fluminenses. A partir de Cabo Frio, alarga-se novamente, alcançando suas extensões máximas no delta do Rio Paraíba do Sul. O Planalto ou Serra Fluminense ocupa o interior do estado, por isso está localizado entre a Baixada Fluminense, ao sul e o vale do Rio Paraíba do Sul. A elevação da Serra do Mar, ao norte da baixada, forma o seu rebordo. A Serra do Mar recebe diversas denominações locais: serra dos Órgãos, com o Pico Maior de Friburgo (2 316 metros), a Pedra do Sino (2 263 metros) e Pedra - Açu (2 232 metros), das Araras, da Estrela e do Rio Preto. A serra da Mantiqueira cobre o noroeste do estado, ao norte do vale do rio Paraíba do Sul, onde é paralela à Serra do Mar. O ponto mais alto do Rio de Janeiro, pico das Agulhas Negras (2 791 metros) localiza-se no maciço de Itatiaia, que se ergue da serra da Mantiqueira. Para o interior, o planalto vai diminuindo de altitude, até chegar ao vale do rio Paraíba do Sul, onde a média cai para 250 metros. A nordeste observa-se uma série de morros e colinas de baixas altitudes.

7

Page 8: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

8

Vista do Dedo de Deus. O Dedo de Deus é um pico com 1692 metros de altitude e cujo contorno se assemelha a uma mão apontando o dedo indicador para o céu. É um dos vários monumentos geológicos da Serra dos Órgãos, que fica localizada na Serra do Mar, entre as cidades de Petrópolis, Guapimirim e Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Baixada Fluminense ao fundo, vista pela cidade de Teresópolis (situada no planalto).

O ponto mais elevado do Estado é o Pico das Agulhas Negras (foto ao lado) com 2.787 metros de altura na Serra Mantiqueira.

Page 9: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

Clima

Predominam no estado do Rio de Janeiro os climas tropical (baixadas) e tropical de altitude (planalto). Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, domina o clima tropical semi-úmido, com chuvas abundantes no verão, que é muito quente e invernos secos, com temperaturas amenas. A temperatura média anual é de 22°C a 24°C e o índice pluviométrico fica entre 1.000 a 1500 milímetros anuais. Nos pontos mais elevados da região serrana, limite entre a Baixada Fluminense e a Serra Fluminense, observa-se o clima tropical de altitude, mas com verões um pouco quentes e chuvosos e invernos frios e secos. A temperatura média anual é de 16°C. Na maior parte da Serra Fluminense, o clima também é tropical de altitude, mas com verões variando entre quentes e amenos e na maioria das vezes, chuvosos, e invernos frios e secos, com índice pluviométrico elevado, se aproximando dos 2500 mm anuais em alguns pontos. Nas Baixadas Litorâneas, a famosa Região dos Lagos, o clima é tropical marítimo, com média anual de cerca de 24°C com verões moderadamente quentes, mas amenizados devido ao vento do mar e invernos amenos.Também é devido ao vento frio trazido pela Corrente das Malvinas (corrente de águas frias do sul do continente) vindo do mar que esta região é uma das mais secas do Sudeste, com precipitação anual de apenas cerca de 750mm em cidades como Arraial do Cabo, Cabo Frio e Armação dos Búzios, e não passando de cerca de 1100 mm nas cidades mais chuvosas da região, Maricá e Saquarema. Ocasionalmente, podem ocorrer precipitações de neve nas partes altas do Parque Nacional do Itatiaia, onde está situado o Pico das Agulhas Negras. Em 1985, foi registrada uma abundante nevada nas proximidades deste pico, com acumulações de um metro em certos pontos.Vegetação

Devido à ocupação agropastoril, o desmatamento modificou sensivelmente a vegetação original do estado. Atualmente, as florestas ocupam um décimo do território fluminense, concentrando-se principalmente nas partes mais altas das serras. Há grandes extensões de campos produzidos pela destruição, próprios para a pecuária. No litoral e no fundo das baías, registra-se a presença de manguezais (conjunto de árvores chamadas mangues, que crescem em terrenos lamacentos).

Hidrografia

O principal rio do Estado é o rio Paraíba do Sul que percorre o território em grande extensão, além dos rios Macaé, Muriaé, Piraí e Grande.

O rio Paraíba do Sul nasce no Estado de São Paulo e deságua no Oceano Atlântico, esse importante manancial tem como afluentes os rios Piabinha, Piraí e Paraibuna, isso na margem direita e Pomba e Muriaé na margem esquerda.

Formado pela confluência dos rios Paraitinga e Paraibuna, o rio Paraíba do Sul nasce na Serra da Bocaina, no Estado de São Paulo, fazendo um percurso total de 1120 km, até a foz em Atafona, no Norte Fluminense. A bacia do rio Paraíba do Sul estende-se pelo território de três estados - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - e é considerada, em superfície, uma das três maiores bacias hidrográficas secundárias do Brasil, abrangendo uma área aproximada de 57.000 km².

No Estado do Rio de Janeiro, o rio Paraíba percorre 37 municípios, numa extensão de 500 km, praticamente quase a metade do território do Estado. Sua importância estratégica para a população fluminense pode ser avaliada pelo fato de que o rio Paraíba do Sul é a única fonte de abastecimento de água para mais de 12 milhões de pessoas, incluindo 85% dos habitantes da Região Metropolitana, localizada fora da bacia, seja por meio de captação direta para as localidades ribeirinhas, seja por meio do rio Guandu, que recebe o desvio das águas do rio Paraíba para aproveitamento hidrelétrico. Nesta bacia, está localizado o sistema hidroenergético de Furnas Centrais Elétricas, representado pelo reservatório de Funil e da empresa Light, constituído por cinco reservatórios: Santa Cecília, Vigários, Santana, Tocos e Lajes.

AS PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS DAS REGIÕES FLUMINENSES

Região Metropolitana

A região metropolitana abriga 75% da população do estado, o que representa uma enorme força de trabalho. Esse e outros fatores, como concentração de capital e de infra-estrutura, contribuem para que nela se localize a maior parte das indústrias do estado do Rio de Janeiro, que constituem um parque industrial bastante diversificado – um dos mais importantes parques industriais do Brasil. Entre suas indústrias, destacam-se a petroquímica, a de materiais de construção, a de produtos químico-farmacêuticos, a de transporte, a metalúrgica, a de estruturas metálicas, a de lataria e funilaria, a de estamparia, a de fundição e laminação, a têxtil, a alimentícia e a de cerâmica.

9

Page 10: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

Além disso, ela oferece um variadíssimo comércio e serviços altamente especializados que abrangem vários setores – educacional, de saúde e financeiro -, além de um grande número de órgãos públicos.

O município do Rio de Janeiro destaca-se entre os demais não apenas por sediar o governo estadual, mas também por se constituir no principal centro produtor e distribuidor de bens e serviços de todo estado. Além disso, por suas exuberantes belezas naturais, a cidade do Rio movimenta um grande turismo, recebendo visitantes de todas as partes do mundo.

Segue-se em importância, o município de Niterói, tanto pela sua condição de ex-capital estadual como pela proximidade da cidade do Rio devido à construção da ponte Rio - Niterói.

A maioria dos novos investimentos no estado ocorre nesses dois municípios. Entretanto, devido à sua grande concentração populacional, a Região Metropolitana é um espaço geográfico onde os contrastes são marcantes: apesar do seu grande desenvolvimento econômico, grande parte da população não consegue ter as suas necessidades básicas atendidas. Isso é visível no crescimento das favelas, na degradação ambiental e na distribuição desigual de serviços.

Região Noroeste Fluminense

A principal atividade econômica da Região Noroeste Fluminense é a agropecuária. Mas sua economia encontra-se enfraquecida, devido, sobretudo a um mau aproveitamento das terras rurais, utilizadas na prática da pecuária extensiva. Isto provoca consequentemente, grande êxodo rural.

As atividades industriais, comerciais e de serviços da região, por outro lado, não conseguem ganhar impulso, o que prejudica a geração de emprego e de renda. Merece destaque a indústria de laticínios em Itaperuna e Bom Jesus de Itabapoana.

Região Norte Fluminense

Essa região sempre teve a sua economia baseada na produção açúcar de cana. Mas, a partir da década de 1970, o álcool (etanol) e o petróleo, este último extraído na Bacia de Campos, vêm impulsionando cada vez mais a economia da região, transformando-a numa das principais do estado.

Extração de petróleo e gás natural do fundo do mar na Bacia de Campos.

O município de Campos dos Goytacazes é o principal é o principal município da região, exercendo influência inclusive sobre a região Noroeste Fluminense. Nele, a agroindústria açucareira se modernizou por causa da mecanização da agricultura canavieira e da concentração da produção em grandes fazendas. Se de um lado, esses fatores aumentaram a capacidade de produção da região, de outro, contribuíram para o êxodo rural e o aumento do trabalho informal.

Seu setor terciário (comércio e serviços) atende às necessidades das populações no Norte e Noroeste Fluminense. A cidade de Campos abriga também o maior número de indústrias da região, entre as quais se destacam as indústrias de transformação de minerais não metálicos, alimentícias, químicas e mecânicas. A receita

10

Page 11: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

do município se beneficia também dos royalties1 repassados pela Petrobras pela exploração do petróleo e do gás natural na Bacia de Campos.O segundo município em importância no Norte Fluminense é Macaé. Sua economia, tradicionalmente baseada na cana-de-açúcar, tem se beneficiado com a exploração de petróleo e de gás natural da Bacia de Campos Macaé, a partir das últimas décadas, vem recebendo muitos migrantes, atraídos pelas atividades extrativas. Com isso a cidade cresceu em tamanho e em número de submoradias.

Outras indústrias importantes da região são as indústrias de bebidas (São João da Barra) e de doces e conservas (Conceição de Macabu).

Região Serrana

Economicamente falando, a região Serrana pode ser submetida a uma divisão espacial:

De um lado, os municípios de Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis, que possuem uma atividade econômica forte, baseada na indústria, no turismo e na produção de hortifrutigranjeiros.2

De outro, os demais municípios da região, nos quais o cultivo de café foi substituído pela pecuária extensiva em solos empobrecidos, que reduzem o índice de produtividade. A avicultura é uma atividade importante nos municípios de São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Duas Barras. A atividade industrial ainda é fraca. Merece destaque a produção de cimento em Cantagalo e Cordeiro.

Os principais municípios da região Serrana são Nova Friburgo e Petrópolis. Nova Friburgo, por ter os setores industrial, comercial e de prestação de serviços bem desenvolvidos, exerce influência sobre a maioria dos municípios da região. Sua atividade industrial é bastante diversificada, destacando-se as seguintes indústrias: metalúrgica, mecânica, têxtil, de vestuário, de matéria plástica, editorial e gráfica. O turismo é outro ramo de atividade que tem um peso significativo na sua economia, oferecendo aos turistas uma rede de bons hotéis. Além disso, apresenta uma atividade agrícola bem estruturada, baseada na olericultura3 e na fruticultura.

Por tudo isso, Nova Friburgo é um município que atrai muitos migrantes. Já Petrópolis distingue-se pelo setor industrial, principalmente de indústrias têxteis, de vestuário e alimentício (café solúvel, bebidas e biscoitos). Seu setor de comércio e serviços também atende as necessidades da população de municípios vizinhos.

Região das Baixadas Litorâneas

Até a década de 1960, o trabalho na Região da Baixadas Litorâneas estava exclusivamente voltado para a pesca, para a exploração do sal, para a criação de gado e para a produção de laranja. A partir de então, os municípios litorâneos começaram a ampliar cada vez mais a atividade turística, que hoje representa sua principal fonte de recursos.

Entretanto, o turismo foi e continua sendo explorado de maneira incorreta, interferindo na vida das comunidades locais e alterando o meio ambiente com aterros e loteamentos desordenados. A degradação ambiental é visível principalmente nas lagoas, onde se despejam esgotos sem tratamento, e também na construção de moradias em áreas de preservação ambiental.

No setor industrial, destacam-se Fábrica Nacional de Álcalis, em Arraial do Cabo; a produção de sal de cozinha, em Araruama; as fábricas de doces e conservas, em Rio Bonito, grande produtor de frutas tropicais.

Região do Médio Paraíba

A Região do Médio Paraíba possui duas características básicas:

A grande industrialização de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende, que fizeram crescer a importância econômica da região.A agropecuária praticada pelos demais municípios, fazendo da região uma das maiores produtoras de leite do estado do Rio de Janeiro. Entretanto, é preciso haver uma modernização do setor agropecuário, que, muitas vezes, utiliza ainda técnicas tradicionais.

Os municípios de Volta Redonda e Barra Mansa influenciam grande parte da região e também alguns municípios da região Centro-Sul Fluminense. O crescimento desses dois municípios está relacionado à instalação da CSN –

1 Royalties – compensação financeira que a Petrobras repassa a municípios fluminenses pela exploração do petróleo e do gás natural.2 Hortifrutigranjeiros - Produtos de hortas, pomares e granjas (aves e ovos).3 Olericultura – Cultura de legumes.

11

Page 12: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

Companhia Siderúrgica Nacional, que contribuiu para o surgimento de um grande número de indústrias e de serviços na região. A comunicação desses municípios com outros municípios fluminenses, bem como com São Paulo e Minas Gerais, é facilitada por várias rodovias, como a Rodovia Presidente Dutra e a BR-393 – esta última estabelecendo a ligação com a BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte.

O município de Resende, que exerce influência sobre os municípios de Porto Real, Itatiaia e Quatis, possui uma indústria diversificada. Sua posição privilegiada no eixo Rio - São Paulo atrai sempre novos investimentos e novas indústrias, como as duas grandes montadoras – Volkswagen e Peugeot - Citroen e as indústrias de adubos químicos.

Na região também merece destaque o setor têxtil de Valença, que passou por uma modernização.

Entretanto, nas cidades de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende, a industrialização é responsável por uma série e problemas que prejudicam a qualidade de vida dos seus habitantes: poluição do ar e do Rio Paraíba do Sul (rio que abastece cerca de 12 milhões de pessoas), crescimento de submoradias em bairros periféricos sem o devido planejamento urbano.

Região Centro-Sul Fluminense

Antigamente, a economia da Região Centro-Sul Fluminense era dominada pelo café. Com o declínio da cultura cafeeira, porém, durante algumas décadas a economia da região foi abalada. Hoje, a economia da região apóia-se no turismo, na olericultura e na criação de gado. Principalmente nos municípios de Vassouras, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Barra do Piraí e Paracambi, muitas fazendas da época do esplendor do café abriram suas portas ao turismo rural, oferecendo ao turista um passeio diferente, tranqüilo e repleto de histórias da época cafeeira.

O município de Três Rios merece destaque no setor industrial, especialmente de indústrias alimentícias e de material ferroviário.

Região da Costa Verde

Antes da abertura da rodovia Rio-Santos, a economia dessa região baseava-se na agricultura feita com técnicas tradicionais, principalmente no cultivo da banana; na pesca, praticada por colônias de pescadores estabelecidas ao longo do litoral; e na indústria de construção naval.

Hoje, o turismo constitui uma importante atividade econômica para os municípios da região, impulsionando o setor de comércio e serviços. Seu litoral recortado, apresentando muitas praias e ilhas, e a Mata Atlântica ainda preservada são os principais chamativos de turistas.

O município de Angra dos Reis possui uma expressiva atividade portuária, além de vários estaleiros navais. Nele encontram-se instaladas as usinas nucleares de Angra I e Angra II. Entretanto, a atividade imobiliária vem se desenvolvendo de forma descontrolada, afetando os ecossistemas locais. Outro motivo de preocupação são as usinas nucleares, porque elas geram lixo atômico (sobra de material radiativo). Se por qualquer razão houver vazamento do lixo atômico ou um acidente nas usinas nucleares, as pessoas e o meio ambiente sofrerão contaminação radiativa, que provoca doenças graves e mortes.

MAPA DAS REGIÕES ECONÔMICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

12

Page 13: GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIROmarcospaiva.com.br/rio.doc · Web viewMata de baixada, restingas e manguezais são preservados nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha

13