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GEOCONSERVAÇÃO NO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA (PR): TEORIA E

PRÁTICA COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Mauro Bruczkovski1

Gilson Burigo Guimarães2

Resumo

A Geoconservação tema relativamente novo no contexto nacional e mal explorado no Ensino

Fundamental, foca seus estudos na conservação e valorização dos aspectos geológicos. A

Geografia, com o auxílio da Geologia, pode ajudar a superar a falta de conhecimento que os alunos

possuem com relação ao tema. Aliar teoria e prática é fundamental para que o aluno construa este

conhecimento a partir do seu local de vivência. O embasamento teórico possibilita ao educando

condições para que no campo ele sane as suas dúvidas, pois a prática de campo desperta a sua

curiosidade, fazendo com que ele observe e compreenda o ambiente, diferenciando as modificações

ocasionadas por meio da ação humana daquelas de caráter natural. A utilização de uma atividade

diferenciada nas aulas de Geografia, como a montagem de quebra-cabeças com exemplos da

geodiversidade do Parque Estadual de Vila Velha (PR), pode ajudar a tornar as aulas mais

interessantes, fazendo com que os alunos valorizem o rico patrimônio geológico e os atrativos

turísticos que a região dos Campos Gerais oferece e que tanto chamam a atenção dos turistas. A

sensibilização da sociedade é um desafio, devendo ocorrer de maneira contínua através de uma

educação ambiental voltada também aos aspectos geológicos, pois só assim teremos cidadãos mais

conscientes e responsáveis pelo ambiente.

Palavras-chave: Parque Estadual de Vila Velha, geoconservação, geografia,

geologia, patrimônio geológico, ensino fundamental.

1 Geógrafo, Professor especialista em Ciências Ambientais da rede estadual de ensino (Paraná), participante da

turma 2010-2012 do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Colégio Estadual Becker e Silva

2 Geólogo, Professor Doutor do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR

2

Abstract

Geoconservation, a relatively new theme in the Brazilian context and yet poorly explored in

elementary education, focus its studies on the conservation and valuing of the geological aspects.

Geography, with the aid of Geology, can help to overcome the lack of knowledge students have on the

issue. Combining theory and practice is essential for the student to build his/her knowledge from

his/her own place of living. The theoretical foundation allows the student to elucidate doubts at the

field work, because this kind of practice arouses your curiosity, causing him/her to observe and

understand the environment, differentiating the changes linked to human actions from those of natural

character. Using differentiated activity in Geography classes, like assembling puzzles with geodiversity

examples of the Vila Velha State Park (PR), can help to make lessons more interesting, so that

students value the rich geological heritage and tourist attractions offered by the Campos Gerais

region, so remarkable to the tourists. The awareness of society is a challenge, and should take place

continuously through an environmental education also turned to geology, because this is the only way

to achieve citizens more conscious and responsible for the environment.

Keywords: Vila Velha State Park, geoconservation, geography, geology, geological heritage, elementary education

Introdução

A região dos Campos Gerais, no Segundo Planalto Paranaense, apresenta

vários atrativos turísticos naturais, como cachoeiras, canyons, furnas, cavernas,

escarpamentos, relevo ruiniforme. Entre eles, o Parque Estadual de Vila Velha

chama a atenção pela extrema beleza cênica, recebendo turistas do Paraná e de

outras regiões do Brasil.

O parque foi criado em 1953 e está localizado junto à rodovia BR-376,

distante 70 km de Curitiba, a capital do estado, e a 20 km de Ponta Grossa (Figura

1), sede do município onde se situa o parque (vídeo

http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=PgqJvfrihMw).

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Figura 1: Localização do Parque Estadual de Vila Velha. A) posição no Estado do Paraná e no Brasil; B) posição no contexto da Bacia do Paraná. Fonte: “Melo et al. (1999, in Letenski et al., 2009)”.

A Geoconservação, tema novo dentro do contexto mundial e nacional, volta

seus estudos para a conservação e valorização dos componentes “não vivos” do

mundo natural, ou seja, de sua geodiversidade. Abordar esse tema que é

desconhecido pela comunidade escolar é um desafio.

O projeto teve como público-alvo os alunos da 7ª série do ensino fundamental

do Colégio Estadual Professor Becker e Silva, pois nesta série são tratados

assuntos como a formação dos continentes, deriva continental, placas tectônicas,

paisagens naturais. Buscou-se trabalhar o tema Geoconservação, uma vez que os

alunos desconhecem a formação geológica do parque, principal atrativo turístico

natural da cidade, além de seu valor didático e turístico para a região. A transmissão

de conhecimentos sobre os aspectos geológicos deve ser adequada ao patamar de

entendimento dos alunos, como bem destacado por Nascimento et al. (2008, p.41)

quando mencionam que: “a interpretação deste patrimônio (geológico) deve ser

acessível ao público leigo, além de promover a sua divulgação e o desenvolvimento

das ciências da terra”.

Diante da riqueza natural que a nossa região apresenta, tanto para lazer

quanto para estudos, Melo et al. (2007, p.58) destacam que: “são locais que

encerram rico patrimônio natural, a serem adequadamente utilizados em pesquisas

científicas, atividades econômicas sustentáveis, educação e preservação ambiental”.

4

Desse modo pretende-se fazer com que os alunos valorizem as riquezas

naturais da região, desenvolvam o sentido da observação e percepção das

alterações ocorridas no ambiente em que se encontram os atrativos, bem como

tomem conhecimento de temas como geodiversidade, geoconservação, geoturismo,

patrimônio geológico, levando-os a entenderem a importância de se conservar as

feições geológicas que aqui se encontram.

Nesse sentido a Geografia no ensino fundamental, com o auxílio da Geologia,

pode dar sua colaboração, uma vez que as formas de relevo do Parque Estadual de

Vila Velha que tanto chamam a atenção dos visitantes servem também ao estudo da

geologia, como bem destacam Guimarães et al. (2007, p.31), quando dizem que:

Especialmente para a geologia, inúmeros aspectos didáticos podem ser apresentados, exercitados e/ou debatidos nos Campos Gerais, independente do estilo pedagógico de visita adotado, ou seja, de treinamento, investigativo, contemplativo, etc. Estes locais especiais (ou monumentos geológicos) possuem um imenso potencial educativo e de entretenimento, em especial quando se pretende enfocar questões relacionadas ao uso dos recursos naturais com vistas ao desenvolvimento sustentável.

Sendo assim, aliar teoria e prática é necessário para que se consiga atingir os

objetivos propostos, pois na teoria são expostos temas desconhecidos pelos alunos,

tais como a origem geológica do Parque Estadual de Vila Velha, enfatizando a

importância da Geografia neste contexto. Com a prática de campo temos a

possibilidade de despertar a curiosidade do aluno, pois ele é fonte de várias

informações que podem ser trabalhadas a partir da realidade que o envolve, fazendo

com que ele estabeleça uma ligação com o que é abordado em sala de aula, isto é,

entre a teoria e a prática. Desse modo, acompanha-se o raciocínio de Compiani

(1988) quando o autor enfatiza que “não temos dúvidas de que o campo é um

excelente ambiente de ensino, se bem trabalhado, é capaz de questionar a sala de

aula tradicional, fechada por quatro paredes, com um professor em posição

inacessível e distante” (COMPIANI, 1988, p.162).

Para que as aulas teóricas não se tornem tão cansativas, apenas com

explicações e leituras, propomos a utilização de um material lúdico-didático, em

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forma de quebra-cabeça, confeccionado com fotos de elementos da geodiversidade

do parque, fazendo com que o aluno comece a se familiarizar com as formas de

relevo que irá encontrar quando da realização da prática de campo.

Conseguindo que o aluno se interesse pelo tema, poderemos ter uma

valorização dos atrativos turísticos naturais, principalmente os relacionados aos

aspectos geológicos, que muitas vezes são apenas precariamente mencionados,

tanto aos habitantes da cidade como aos turistas que se sentem atraídos pelas

belezas que a região oferece.

Desenvolvimento

O presente artigo é resultado do Programa de Formação Continuada

denominado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), ofertado pelo

Governo do Estado do Paraná, com o objetivo de oferecer aos professores da rede

pública de ensino um estudo diferenciado junto às Instituições de Ensino Superior

(IES), resultando em uma reflexão e investigação sobre suas práticas pedagógicas.

O PDE contempla várias atividades aos professores participantes como

cursos de caráter geral e específicos, seminários, encontros de orientação com

professores da IES, pesquisa bibliográfica, tutoria de curso virtual pelo ambiente

Moodle, produção de material didático a ser aplicado no colégio de lotação do

professor.

O PDE é desenvolvido em um período de dois anos, sendo que no primeiro

ano o professor é afastado de suas atividades escolares em 100% e no segundo

ano ele volta com 75% de suas atividades. O programa é dividido em quatro

períodos de seis meses, assim organizados:

- no primeiro período ocorre a elaboração do projeto de implementação na escola;

- no segundo período a produção do material didático-pedagógico, a partir do tema

selecionado pelo professor PDE, a ser aplicado no colégio de lotação;

- no terceiro período ocorre a intervenção pedagógica no colégio, isto é, a aplicação

do material didático com os alunos;

- no quarto período a elaboração do artigo sobre o desenvolvimento do projeto de

implementação na escola.

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O material didático é composto de texto de fundamentação teórica sobre o

tema abordado pelo professor, propostas de atividades para os alunos,

procedimentos para aplicação do material e sugestões de leituras.

As atividades foram desenvolvidas, no Colégio Estadual Professor Becker e

Silva, com alunos da 7ª série do ensino fundamental, pois nesta série, são

trabalhados temas como formação de continentes, deriva continental, placas

tectônicas, grandes paisagens naturais, podendo-se assim abordar também o tema

Geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha.

A produção didático-pedagógica procurou aliar teoria à prática, fazendo com

que o aluno tivesse condições de construir seu conhecimento a partir da teoria e na

prática vivenciasse o que foi visto em sala de aula, sanando então suas dúvidas com

relação ao que foi trabalhado em sala.

Teoria

O primeiro passo foi a apresentação do projeto a alunos da 7ª série (neste

caso, da turma D), enfatizando a necessidade de se conhecer o Parque Estadual de

Vila Velha sob diferentes olhares e não somente o turístico. Destacou-se a

importância de se conhecer a origem geológica do parque, uma vez que as feições

que lá estão são as que mais chamam a atenção dos turistas que visitam o local.

Para que o tema Geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha fosse

trabalhado de forma adequada e atingisse os objetivos propostos, foi necessário

expor aos alunos noções de geologia e geomorfologia, enfocando a formação e as

transformações pelas quais a Terra passou até chegar ao estágio atual. Também foi

exibido um vídeo sobre as eras geológicas

(http://www.youtube.com/watch?v=r7XM0e6xILo), retratando sua evolução ao longo

de milhões de anos.

A evolução e a transformação da Terra foram dimensionadas e discutidas sob

a ótica da Escala do Tempo Geológico, destacando-se as características de cada

uma de suas eras. As informações referentes às eras geológicas foram adaptadas

de uma página da internet (http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_geol%C3%B3gica) e do

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folheto “Sítio Geológico do Parque Estadual de Vila Velha”, confeccionado pela

MINEROPAR (PIEKARZ et al., 2004), o Serviço Geológico do Paraná.

Foi feita a leitura da apostila juntamente com os alunos, explicando os

principais acontecimentos ocorridos na Terra ao longo de milhões de anos. Durante

a leitura foi dada ênfase à Era Paleozoica, mais especificamente ao Período

Carbonífero, há 300 milhões de anos, quando as areias que mais tarde formariam o

Arenito Vila Velha foram depositadas. A paisagem de então era dominada por

geleiras, rios e lagos glaciais, constituindo um ambiente flúvio-glacial. As geleiras,

ao se movimentarem para áreas mais baixas, agregavam em sua massa sedimentos

finos e grandes fragmentos de rocha que encontravam pelo caminho (PIEKARZ et

al., 2004).

Com o derretimento do gelo, o material incorporado à geleira dava origem a

depósitos chamados de morenas. Os rios caudalosos, criados a partir da fusão das

geleiras, lavaram os sedimentos, depositando as areias que originaram o Arenito

Vila Velha. Na região do parque, estes sedimentos são principalmente arenosos.

Outra era que mereceu destaque foi a Cenozoica, pois no Período

Quaternário, nos últimos 1,8 milhão de anos, através das águas pluviais, ocorreram

os processos de erosão que esculpiram o Arenito Vila Velha. A característica

principal desse arenito é a presença do relevo ruiniforme, isto é, com aspecto de

ruínas, marcado pela associação de formas como cones de dissolução, topos

pontiagudos, caneluras, torres e pilares, que deram origem às esculturas naturais do

parque (PEIKARZ et al., 2004).

Foi chamada a atenção dos alunos para as feições existentes no parque que

se devem à ação conjunta das águas pluviais, da energia solar, das mudanças e

alterações de temperaturas e da atividade orgânica sobre as rochas. A ação erosiva

se desenvolveu através das zonas de fraqueza da rocha tais como fratura e falhas,

estruturas sedimentares, textura e cimentação diferenciadas (PIEKARZ et al., 2004),

o que permitiu a formação dos monumentos existentes.

As paisagens atuais, utilizadas como atrativos turísticos levaram milhões de

anos para se originarem e possuem informações importantes sobre a constituição

geológica do nosso planeta. Para que os alunos entendessem a origem e a

formação de tais atrativos a Geografia, com o auxílio da Geologia, trouxe condições

para que os mesmos tivessem o embasamento necessário para a compreensão da

formação geológica do parque.

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A Geografia também abordou temas pouco divulgados e mal explorados,

principalmente no ensino fundamental, como geodiversidade, geoconservação,

geossítio, patrimônio geológico, geoturismo, conceitos necessários para que os

alunos começassem a elaborar seus conhecimentos sobre um tema que começa a

ganhar destaque no cenário nacional.

Inicialmente foi passado um vídeo de pequena duração sobre geodiversidade,

disponível na página do Instituto Ambiental do Paraná na internet

(http://www.uc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=78), destacando

a importância da geodiversidade, que segundo Stanley (2000 apud Nascimento et

al., 2008, p.10) é “a variedade de ambientes geológicos, fenômenos e processos

ativos que dão origem a paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros

depósitos superficiais que são o suporte para a vida na Terra”. Essa variedade de

ambientes é fundamental para que se valorize e entenda a história do nosso planeta

que está contida nas formações rochosas.

Diante da valorização cada vez maior do ambiente e da necessidade de

conservação, destaca-se a importância da geoconservação, “que tem como objetivo

a preservação da diversidade natural de significativos aspectos e processos

geológicos, geomorfológicos e de solo, mantendo a evolução natural desses

aspectos e processos” (Sharples apud Brilha 2005, p.51).

Sendo assim pode-se afirmar que a região dos Campos Gerais possui um rico

e valioso acervo de geossítios, pois apresenta a ocorrência de um ou mais

elementos da geodiversidade com valor singular do ponto de vista científico,

pedagógico, cultural, turístico (BRILHA 2005).

Dentro desse ambiente especial aparece o Parque Estadual de Vila Velha, um

conjunto de formações areníticas de expressivo valor cênico, científico e ambiental

(MOREIRA; ROCHA, 2007), constituindo um importante patrimônio geológico. Este

exemplo de patrimônio natural, segundo Brilha (2005, p. 52), “é definido pelo

conjunto de geossítios inventariados e caracterizados numa dada área ou região”

podendo ser utilizado em atividades de geoturismo e por instituições de ensino para

pesquisas, sensibilização e valorização da constituição geológica.

O Geoturismo, que segundo Nascimento et al. (2008, p.43), visa:

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sensibilizar as pessoas sobre a importância do patrimônio geológico e despertar o desejo de contribuir para sua conservação. Para isto, a linguagem de geologia deve ser traduzida para a linguagem comum, para que o visitante entenda as informações de áreas específicas do conhecimento.

Ainda sobre a importância do patrimônio geológico, Moreira (2008, p.107)

destaca:

O patrimônio geológico precisa deixar de ser esquecido pelas políticas públicas, educativas e de proteção do meio ambiente. Conscientizar a sociedade sobre nossa rica geodiversidade é importante para que assim ela possa ser utilizada com fins não somente científicos, e também educativos e turísticos.

Desse modo o geoturismo se torna um aliado do patrimônio geológico e da

geoconservação, pois auxilia na divulgação e no maior reconhecimento por parte do

público do potencial geológico e geomorfológico (MOREIRA, 2008).

Para que o patrimônio geológico do Parque Estadual de Vila Velha, seja

valorizado, é necessário uma sensibilização da sociedade local, dando ênfase à

geodiversidade do parque. Neste sentido Guimarães et al. (2009, p.56) destacam

que “um dos grandes desafios para a geoconservação nos Campos Gerais é o de

elevar o conhecimento médio de seus habitantes, e também de visitantes

ocasionais, sobre temas relativos às Ciências da Terra”.

Podemos dizer que existe uma ligação entre geoturismo, geodiversidade e

geoconservação, pois o geoturismo está associado a visitas em locais com rico

patrimônio geológico, daí a necessidade da geoconservação para proteger esse

patrimônio, bem como toda a geodiversidade existente no local.

O trabalho de sensibilização e valorização dos aspectos geológicos do parque

deve ser um processo contínuo de Educação Ambiental, o qual deve e pode ser

trabalhado por todas as disciplinas, como bem destacado por Reigota (2004, p.25),

quando diz que:

A educação ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações

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entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades.

Um preparo teórico foi repassado aos alunos para que os mesmos tivessem

uma base necessária para o bom entendimento do tema. Este procedimento é

imprescindível, principalmente aos alunos do ensino fundamental, onde tópicos das

Geociências são mal explorados e muitas vezes nem chegam a ser mencionados.

Entre a leitura e as explicações feitas aos alunos foi colocado em prática o

material didático produzido, ou seja, a montagem de quebra-cabeças.

Figura 2: Quebra-cabeças tendo como tema a Taça de Vila Velha.

Em visitas prévias ao Parque Estadual de Vila Velha, foram tiradas fotos das

principais feições da geodiversidade do parque. Das fotos obtidas foram

selecionadas as consideradas mais expressivas, como camelo, taça, garrafa, proa

do navio, golfinho, bota, índio, noiva e relevo ruiniforme. Levadas a uma gráfica, as

fotos foram ampliadas no tamanho de 19,5 x 28 cm, mesmas dimensões do quebra-

cabeças confeccionado (Figura 2). O material foi feito em papelão com folha em

adesivo brilho 180 g/m, num total de vinte peças, duas de cada foto selecionada.

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O objetivo do material era levar aos alunos uma atividade diferenciada nas

aulas de geografia, tornando-as menos cansativas, fugindo de uma abordagem

tradicional apenas com explicações e textos. Também se buscou um primeiro

contato com as imagens que iriam encontrar quando da prática de campo. O

material didático foi exercitado várias vezes, pois despertou o interesse dos alunos,

fazendo com que se concentrassem e trabalhassem em grupos. Outra atividade

desenvolvida foi uma cruzadinha, que teve por objetivo fixar os conceitos vistos na

apostila referentes às eras geológicas e termos por eles desconhecidos como

geodiversidade, geoconservação, geossítio, patrimônio geológico, geoturismo.

A Figura 3, uma seção geológica esquemática na direção nordeste-sudoeste,

transversal ao eixo do Arco de Ponta Grossa e passando pelo Parque Estadual de

Vila Velha, foi apresentada aos alunos com o objetivo de familiarizá-los com as

unidades geológicas do local em estudo.

Figura 3: seção geológica esquemática na direção nordeste-sudoeste (NE-SW), transversal ao eixo do Arco de Ponta Grossa, passando pelo Parque Estadual de Vila Velha. 1: embasamento proterozoico; 2: Formação Furnas (Devoniano); 3: Formação Ponta Grossa (Devoniano); 4: Grupo Itararé (Carbonífero – Permiano); 5: diques de diabásio do Magmatismo Serra Geral (Cretáceo); P: Arco de Ponta Grossa; D: Escarpa Devoniana; V: Vila Velha; L: Lagoa Dourada. Fonte: Melo (2006).

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Prática

Vários autores apontam a prática de campo como fundamental, para que o

aluno produza seu conhecimento a partir da realidade em que está inserido. Dentre

os autores que seguem essa linha de pensamento podemos citar Compiani (1998),

Scortegana e Negrão (2005), Carneiro et al. (2008), Justen e Carneiro (2009).

O trabalho de campo torna-se importante, principalmente na disciplina de

Geografia, que deve dar condições para que o aluno compreenda e entenda as

transformações que ocorrem no ambiente que o cerca. Dessa maneira concordamos

com Justen e Carneiro (2009, p.5) quando dizem que:

A geografia deve oferecer ao aluno a capacidade de observar, analisar, interpretar e pensar criticamente, observando a realidade, tendo em vista sua transformação. Tal compreensão da realidade, do espaço produzido e das relações entre homem e natureza, passa pela compreensão das relações sociais de produção do espaço.

As atividades de campo auxiliam o aluno a produzir seu próprio

conhecimento, permitindo uma ligação entre a teoria e prática, questionando o que

foi visto em sala de aula. No campo temos a possibilidade de despertar a

curiosidade do aluno, pois ele é fonte de várias informações que podem ser

trabalhadas a partir da realidade que o envolve.

Como o objetivo é fazer com que o aluno entenda a constituição geológica do

Parque Estadual de Vila Velha e perceba as alterações que ocorreram ao longo do

tempo, a Geologia dá sua contribuição à Geografia, quando da realização da prática

de campo.

Scortegana e Negrão (2005, p.37) destacam a importância dessa modalidade

de atividade quando dizem que

......sem dúvida, os trabalhos de campo em Geografia e Geologia são imprescindíveis, pois permitem ao aluno se posicionar perante o saber teórico e a realidade vigente, desmitificando a ciência e construindo um saber mais próximo do seu cotidiano.

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Nesse sentido o trabalho de campo voltado à geoconservação no Parque

Estadual de Vila Velha assume um papel de altíssima relevância, pois é nesse local

que os alunos poderão observar e perceber as alterações ocorridas ao longo de

milhões de anos.

Quando os alunos chegaram ao parque foram recepcionados por um guia,

que os encaminhou ao auditório da sede para que assistissem a um vídeo sobre o

parque. O vídeo apresentado abordou a constituição geológica do parque, a flora e

fauna existente, bem como as formações areníticas, destacando também o cuidado

que se deve ter quando do transcurso pelas trilhas.

Após assistirem ao vídeo, os alunos foram deslocados para o começo da

trilha, tendo o guia insistido sobre a obrigatoriedade de permanência na mesma.

Iniciado o percurso, os alunos encontram pelo caminho um painel informativo, onde

o guia deu algumas explicações importantes de quando e como se originaram os

arenitos, destacando que os agentes do intemperismo físico foram os responsáveis

pelas formas atuais dos arenitos, com destaque para a ação das águas pluviais.

Durante o percurso realizado pelos alunos eles tiveram a oportunidade de

visualizar as principais feições existentes no parque e que tanto chamam a atenção

dos visitantes. Também foi destacada a erosão do Arenito Vila Velha ocasionada

pelo pisoteio dos visitantes nas antigas trilhas e pelas inscrições realizadas nos

monumentos, degradando a parede rochosa do arenito. Foi dada ênfase aos

alvéolos na superfície rochosa do arenito, que resultam da combinação da

dissolução do cimento dos arenitos com a erosão mecânica que remove os grãos

liberados (MELO 2006), sendo a água das chuvas o principal agente de controle.

Outro exemplo do processo erosivo que combina dissolução e remoção mecânica

são os pináculos, os quais são topos ou terminações pontiagudas destacadas do

maciço rochoso, favorecendo a composição de uma paisagem de relevos

ruiniformes (MELO 2006).

Feito o percurso dos arenitos, os alunos se deslocaram em direção às furnas.

Na Furna 1 eles foram reunidos em frente ao painel existente no local para que o

guia desse as explicações necessárias quanto à gênese das mesmas. As furnas se

originam da circulação das águas superficiais, que lentamente destrói a ligação entre

os grãos que mantêm a rocha coesa. Esse processo se acelera nas partes onde

existem falhas e fraturas, locais em que a rocha vai sendo degradada, e seus

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materiais sendo transportados pela água subterrânea, ocasionando assim os poços

de desabamento (PIEKARZ et al., 2004).

Depois da Furna 1 os alunos visitaram a Furna 2, concluindo o trabalho de

campo na Lagoa Dourada, considerada uma furna em estágio final de

assoreamento. Seu nome se deve ao reflexo do sol na superfície da lagoa em certas

horas do dia (MELO 2006).

O Parque Estadual de Vila Velha, principal atrativo turístico dos Campos

Gerais, serve ao turismo e ao estudo de várias instituições de ensino, especialmente

na realização de práticas de campo. No parque podem ser abordados vários temas

de interesse, como o estudo dos aspectos geológicos e geomorfológicos, educação

ambiental, estudo da flora e fauna existente no local, ciclo das rochas, estudo da

paisagem, o homem como agente transformador da natureza etc. Dentro desse

contexto concordamos com Moreira e Rocha (2007, p.204) quando dizem que:

O Parque Estadual de Vila Velha é um dos principais atrativos turísticos dos Campos Gerais e do Paraná e destaca-se como um centro de visitação de escolas e universidades de todo Brasil; os aspectos geológicos e geomorfológicos, juntamente com as particularidades da flora e fauna, fazem do local um destino muito importante para a realização de estudos e aulas de campo.

Após a realização da prática de campo, em sala de aula, foi pedido para que

os alunos apresentassem um relatório sobre a saída, apontando os pontos positivos

e negativos do parque. Os pontos destacados pelos alunos foram:

-Pontos positivos – limpeza do parque; beleza natural; estrutura existente no parque;

informações do vídeo; guias; regras de conservação; arenitos; variedade de formas;

boa acessibilidade aos locais.

-Pontos negativos – restrição de se chegar aos arenitos; o elevador da Furna 1, por

não poder ser utilizado; corrimão quebrado na trilha para a Furna 2; painel de

informações sobre o Parque de Vila Velha distante da recepção; degradação dos

arenitos (marcas, nomes); pouca divulgação do parque por parte do município;

poucos objetos na loja de conveniência (as lembranças não são muito atrativas).

Após o levantamento dos pontos positivos e negativos, passou-se à

montagem de um painel com as informações e fotos tiradas pelos alunos quando da

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realização da prática de campo. Nesse momento, foi feito também uma retomada

dos conceitos que foram trabalhados durante a aplicação do projeto, de modo a

garantir sua fixação.

O painel montado pelos alunos continha definições de geodiversidade,

geoconservação, geoturismo, geossítio, patrimônio geológico, educação ambiental,

apresentava os pontos positivos e negativos existentes no parque, fotos de locais

turísticos voltados à área geológica, fotos dos alunos no Parque Estadual de Vila

Velha.

Para que o tema Geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha fosse

divulgado à comunidade escolar, optou-se por apresentar o painel, em área de

grande visibilidade, na mesma data em que ocorreu a escolha da nova direção para

a escola. Dessa maneira a comunidade teve a oportunidade de visualizar e tomar

conhecimento do trabalho realizado pelos alunos ao longo da execução do projeto.

No transcorrer do projeto ocorreu a colaboração de outras disciplinas como

História, Ciências, Educação Física e Português, que tentaram na medida do

possível trabalhar com o tema Geoconservação no Parque Estadual de Vila Velha,

mostrando aos alunos a ligação existente do conteúdo com as diversas áreas do

saber, ampliando dessa maneira a visão do aluno.

A disciplina de História pediu para que os alunos preparassem uma pesquisa

sobre as lendas de Vila Velha e em que ano e governo o parque foi criado. A

disciplina de Ciências abordou as formações vegetais, destacando espécies de

flores que podem ser encontradas dentro do parque, incluindo também a exposição

de um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=6Av7e1r9HMo) de pequena duração

que mostrava imagens de vegetais e pássaros existentes no local. Após a prática de

campo, a disciplina de Português solicitou aos alunos uma redação sobre a atividade

realizada no parque. Já a disciplina de Educação Física abordou os cuidados

necessários quando se executa uma caminhada, como o uso de protetor solar ou

boné, o consumo de água durante o percurso, o uso de roupas e calçados

adequados para a realização da trilha.

Dessa maneira a Geografia, juntamente com as demais disciplinas, ajudaram

os alunos a elaborarem seu conhecimento, bem como a entender a importância de

se conservar e valorizar os atrativos turísticos naturais existentes na região.

Outra colaboração que o projeto teve foi do GTR (Grupo de Trabalho em

Rede), que é um curso à distância, oferecido pela SEED aos professores da rede

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estadual de ensino, onde os tutores são os professores participantes do PDE. Eles

tiveram a oportunidade de analisar o projeto e o material didático proposto.

Tanto o curso, quanto a participação dos professores foi positiva, pois os

mesmos contribuíram com sugestões de vídeos, enfatizando a necessidade de se

trabalhar com os recursos audiovisuais, destacando também a importância da

prática de campo, seu papel na conexão entre teoria e prática, além da oportunidade

adicional dos alunos de sanar suas dúvidas em campo. Aprovaram o material

didático proposto, pois hoje em dia se faz necessário a aplicação de novos métodos,

com o objetivo de fazer com que o aluno se torne mais participativo e que o

conteúdo trabalhado parta da realidade em que ele está inserido, contribuindo assim

para a sua formação.

Durante a implementação do projeto de intervenção na escola surgiu à

oportunidade de apresentá-lo, em forma de painel, no I Simpósio Brasileiro de

Patrimônio Geológico, que se realizou em setembro de 2011 no Rio de Janeiro

(BRUCZKOVSKI e GUIMARÃES, 2011). Este evento representa um marco para a

consolidação da geoconservação em território nacional e foi muito positivo expor à

comunidade científica que um dos principais patrimônios geológicos do país, além

de sua vocação geoturística e de destino para atividades práticas no ensino

superior, também explora seu potencial em projetos pedagógicos voltados ao ensino

fundamental.

A inserção das geociências no ensino fundamental traz a possibilidade de

formar cidadãos mais conscientes do funcionamento dos processos naturais e do

papel do ser humano neste contexto (CARNEIRO et al., 2004). Assim, acreditamos

que a sensibilização e a valorização do patrimônio geológico e sua importância

devam ocorrer de maneira contínua na sociedade, pois só assim as gerações futuras

terão a oportunidade de conhecer, visualizar e compreender belezas cênicas como

as existentes no Parque Estadual de Vila Velha.

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Conclusão

A realização deste trabalho possibilitou iniciar com os alunos a construção de

um conhecimento sobre um tema mal explorado no ensino fundamental. Para que

tivessem o embasamento necessário, a Geografia contou com o auxílio da Geologia,

para que entendessem a importância da Geoconservação no Parque Estadual de

Vila Velha.

A participação os alunos ocorreu de forma satisfatória, tanto na parte teórica

como na prática, com o adicional da oportunidade de construírem seu conhecimento

a partir da sua região, isto é, do seu local de vivência.

A utilização do material proposto despertou o interesse dos participantes pelo

tema, fazendo com que os mesmos tivessem uma atividade diferenciada dentro da

sala de aula, levando-os a se concentrarem e trabalharem em grupo e ao mesmo

tempo valorizarem os atrativos turísticos naturais que a região oferece.

As atividades desenvolvidas, tanto em sala de aula como em campo,

possibilitaram aos alunos entenderem a importância de se preservar os atrativos

geológicos do parque. Também os levaram a observar e perceber as alterações que

ocorreram no ambiente em que se encontram estes atrativos, ocasionadas tanto

pela ação humana como pelos agentes naturais do intemperismo físico,

responsáveis pelas atuais feições existentes no parque e que tanto chamam a

atenção dos visitantes.

Um desafio a ser superado é adequar a linguagem geológica à linguagem

comum, principalmente nas séries do ensino fundamental, pois se percebeu a

dificuldade que os alunos tiveram para entender a evolução geológica da Terra, por

meio da Escala do Tempo Geológico. Tal dificuldade abre possibilidades de novos

estudos nessa área, um obstáculo a ser superado para que o tema seja melhor

compreendido.

O trabalho foi realizado tendo a preocupação de possibilitar ao aluno a

construção do seu conhecimento, ampliando sua visão para um tema novo, levando-

o também a entender e valorizar as estruturas geológicas do Parque Estadual de

Vila Velha, que se constitui em um dos principais atrativos turísticos naturais dos

Campos Gerais.

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Conheça o Parque Estadual de Vila Velha, um lugar lindo e cheio de histórias.

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