genocÍdio de ruanda: de quem É a culpa?
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Trabalho de analise sobre o Genocídio em Ruanda.TRANSCRIPT
Universidade de Brasília – UnB
Geografia Politica
Matricula: 13/0136549
Nome: Victor Hugo de Oliveira Lima
Guerra civil ou
genocídio de Ruanda:
de quem é a culpa?
INTRODUÇÃO
O genocídio de Ruanda completa vinte anos no ano de dois mil e quatorze. Nada mais
importante do que relembrar um dos episódios mais chocantes e tristes da historia mundial.
O trabalho apresenta a historia de Ruanda pouco antes de esta ser colonizada pelos
alemães, e depois pelos belgas. É necessário conhecer o passado para demonstrar o porquê do
presente. O tema se torna relevante para abordagem porque no ano de dois mil e quatorze o
genocídio completa 20 anos.
A situação atual de Ruanda é complicada. Este país é um dos mais pobres do mundo,
figurando entre os que possuem uma das mais baixas expectativas de vida e PIB per capita
mundial. Tudo isso consequência do passado conturbado de Ruanda. Marcado por uma
colonização sem planejamento e por guerras civis arrasadoras.
O objetivo é apresentar fatores suficientes para criar o entendimento em volta do
genocídio. O que levou a tal acontecimento, do que se trata, quantas vitimas e principalmente
de quem é a culpa.
1 – HISTÓRICO DE RUANDA
A República de Ruanda é um país que fica localizado no coração do continente
africano, ou seja, territorialmente está na chamada África Central. Faz fronteira com Uganda
ao norte, Burundi ao sul, Tanzânia ao leste e ao oeste com a República Democrática do Congo
(ex-Zaire). (LIGIA, SÉRGIO, p.2).
Historicamente, Ruanda sempre foi dividida entre duas etnias majoritárias, Tutsis (8%)
e Hutus (90%), e ainda existem os Twa (2%). E antes da colonização este território era uma
monarquia regida pelos Tutsis.
Durante a Conferência de Bruxelas ficou definido que o território de Ruanda seria
ocupado pela Alemanha. E assim quando a Alemanha tomou posse do território de Ruanda, o
governo monárquico foi mantido causando revoltas dos Hutus, que foram duramente
reprimidas pelos Tutsis.
Porém em 1916 com a derrota da Alemanha na primeira guerra mundial, o território de
Ruanda foi ocupado pela Bélgica, ligando Ruanda a Liga Belga das Nações.
Os belgas por sua vez, resolveram redefinir os grupos étnicos desconsiderando sua raiz
histórica. Toda pessoa que tivesse mais de dez vacas e/ou traços mais próximos aos traços
dos europeus seriam denominados Tutsis, e assim identificados em seus registros,
constituindo dessa forma uma elite governante para a colônia que se apoiaria na Igreja
Católica para exercer o poder. (EDUARDO, p.1).
Em 1959, o rei Mutara II foi assassinado, sendo sucedido por Kingeni V, o que
desagradou os Hutus que exigiam maior participação na politica do país. No mesmo ano de
1959, um politico da frente do Movimento de Emancipação Hutu sofreu uma tentativa de
assassinato, o que causou uma grande revolta que ficou marcada na história de Ruanda como
Ventos da Destruição. A qual, milhares de tutsis foram mortos e milhares se refugiaram nos
países vizinhos.
Em 1961, o governo belga fez um referendo para saber se o governo aristocrático
continuaria ou não no país, e como a maioria do país é Hutu, a maioria dos votos foi não e em
1962 a Bélgica saiu do território ruandês.
Assim sendo, Ruanda proclamou sua independência da Bélgica em 1961, tendo como
seu presidente de transição Dominique Mbonyumutwa, o mesmo que sofreu a tentativa de
assassinato.
Após o período do governo de transição que durou menos de seis meses, aconteceram
as primeiras eleições democráticas de Ruanda que elegeu Gregóire Kayibanda como o
primeiro presidente eleito por voto de Ruanda. Ele ficou no poder pela primeira vez por cinco
anos e ganhou mais duas eleições em seguida.
No dia 5 de julho de 1973, aconteceu o golpe de Estado liderado pelo ministro da
defesa, então primo do presidente no poder, que transformou o país em uma ditadura
temporária. No poder, Juvenal Habyarimana, criou apenas um partido para o país, o MRND –
Movimento Revolucionário Nacional para o Desenvolvimento, que foi o único partido de
Ruanda por duas décadas. (EDUARDO, p.1).
Em 1978 uma nova constituição foi promulgada, e como havia apenas um partido o
então presidente se elegeu por três vezes seguidas. E neste mesmo ano o principal produto
que compunha o PIB do país caiu de preço no mercado internacional por causa das
commodities, e assim o PIB retraiu cerca 40% deixando milhares de pessoas com desnutrição,
e outras milhares morreram. Importante lembrar que o resto do PIB que o país ainda tinha,
estava sendo gasto com armamentos e tecnologia de guerra, frente à revolta que se organizava
em Ruanda.
Em 1990, o país foi invadido por frentes ofensivas do FPR – Frente Patriótica
Ruandesa, grupo politico armado formado por soldados tutsis que estavam exilados em países
vizinhos a Ruanda. Comandados por Paul Kagame, o grupo deu inicio a uma guerra civil que
apenas terminou em 1993 quando o Arusha Accords foi assinado pelas duas partes envolvidas
no conflito.
Neste mesmo ano a ONU, assinou no Conselho de Segurança, o MIANUR – Missão
de Assistência das Nações Unidas para Ruanda, que enviou tropas em sua maioria belgas para
evitar futuros conflitos dentro do país.
Em seis de abril de 1994 o avião que trazia o presidente Juvenal Habyarimana, foi
alvejado quando se aproximava do aeroporto da capital de Ruanda, Kigali, provocando a
morte de todos que estavam dentro do avião. Criando assim um sentimento anti-tutsis entre os
hutus, pois estes pensavam que o assassinato do presidente teria sido liderado por tutsis.
No mesmo mês da morte do presidente, a milícia hutu Interahamwe liderada por
George Rutaganda, começou a pregar o discurso anti-tutsis, pelo radio, cartazes, e de todas as
maneiras possíveis. E assim o genocídio teve inicio com a morte de cerca de um milhão de
pessoas ao decorrer de cem dias, sem nenhuma intervenção internacional no evento ocorrido.
No ano seguinte a ONU criou a corte internacional para o genocídio de Ruanda, que
condenou os três mandantes principais a prisão perpetua. Por vários motivos históricos
Ruanda ainda está entre os países mais pobres do mundo, e desde 2000 o presidente tem sido
Paul Kagame, o mesmo que liderou as tropas refugiadas na guerra de 1990 a 1993.
Segundo a Wikipédia, estimativas de 2012 indicam que o país tem cerca onze milhões
de habitantes. A maioria dos ruandeses é católica, mas houve mudanças significativas na
demografia religiosa do país desde o genocídio com muitas conversões para religiões
evangélicas e islâmicas. A principal língua do país é kinyarwanda, que é falada pela maioria
dos ruandeses, mas inglês e francês também estão descritas como línguas oficiais.
2 – A INDEPENDÊNCIA E DESCONOLONIZAÇÃO DE RUANDA
O Tratado de Versalhes dividiu a África Oriental Alemã, passando a maior parte do
território a ser conhecido como Tanganica, que foi colocado nas mãos da Grã-Bretanha,
enquanto a parte ocidental correspondia a Bélgica. Formalmente, esta parte é conhecida como
Territórios Belgas Ocupados da África Oriental. Em 1924, tornou-Ruanda-Urundi, quando a
Liga das Nações emitiu um mandato formal para garantir o controle total da área.
A presença belga no território era muito maior do a alemã, especialmente em Ruanda. Embora
pelas regras do mandato da Bélgica teria de contribuir para o desenvolvimento dos territórios
e prepará-los para a independência, os belgas exploraram o território economicamente,
obtendo lucros para a metrópole. O cultivo do café foi uma das principais atividades
econômicas. (FONTE-DBPEDIA).
Para programar seu sistema, os belgas usaram a estrutura de poder indígena que
consistia de uma classe dirigente tutsi, que governava a maioria da população Hutu. Os
administradores belgas acreditavam nas teorias raciais da época e convenceram os tutsis que
estes eram racialmente superiores. Embora antes da colonização, os Hutus tinham
desempenhado um papel importante no governo, os belgas simplificaram os assuntos
estratificando a sociedade por critérios raciais. A raiva diante a opressão e o desgoverno se
dirigiu a elite tutsi, em vez do poder colonial distante. Estas divisões foram relevantes décadas
após a independência. Após a dissolução da Liga das Nações, a região tornou-se um território
sob tutela das Nações Unidas em 1946. Isto incluía a promessa belga de preparar as áreas para
a independência, mas acreditava que levaria décadas até estarem prontas para o
autogoverno. (IDEM)
A independência veio em grande parte devido aos eventos que ocorreram em outras
regiões. Nos anos cinquenta, surgiu um movimento pela independência no Congo Belga e a
Bélgica, se convenceu de que não poderia controlar o território. Em 1960, o maior vizinho de
Ruanda-Burundi tornou-se independente. Após dois anos de preparação, a colônia ganhou a
independência em 1 de julho de 1962, divididos em Ruanda e Burundi. Levou mais dois anos
para que os dois se tornassem completamente separados do governo. (IBIDEN).
3 – O GENOCÍDIO
Antes da independência do país, o governo era dominado pela minoria Tutsi, criando
uma rivalidade entre as duas tribos. Rivalidade não apenas alimentada pelo favorecimento da
minoria tutsi, mas também pelo rebaixamento dos hutus na sociedade colonial ruandesa.
Em 1990 houve uma invasão de tutsis liderados por Paul Kagame, que haviam sido
exilados por hutus. E assim, para evitar uma guerra mais longa um acordo foi assinado entre
as partes, conhecido como acordo de Arusha, e firma um governo um governo misto entre
Tutsis e Hutus.
Em 1994, a Interahamwe, equipado com armas do exercito ruandês, e com a ajuda de
uma radio ultranacionalista, começa a pregar o ódio ao povo tutsi, pregando a caça aos tutsis
dizendo que eles iriam fazer um genocídio do povo hutu. Um grande meio utilizado pelos
hutus em sua “tarefa” de propagação ao ódio tutsi esteve o uso da Radio Télévision Libre de
Mille Collines (RTLM), uma rádio ruandesa de grande alcance de publico.
Há documentos do governo ruandês de que o genocídio foi patrocinado por verbas
fornecidas pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional, tais verbas teriam sido
desviadas, pois eram destinadas ao desenvolvimento do país. Não apenas estes dois
patrocinaram indiretamente, como países como França e Alemanha patrocinaram diretamente
com o fornecimento de armas e treinamento de soldados antes do genocídio acontecer.
O genocídio teve inicio quando o presidente Juvénal Habyarimana foi morto por um
atentado a seu avião quando chegava á capital da Ruanda. Como ele era da etnia hutu, esta
culpou os tutsis de terem assassinado o presidente. Então a etnia hutu realizou vários
massacres contra os tutsis no período de três meses, fazendo assim cerca cento e cinquenta
mil refugiados e um milhão de mortos no conflito. Sendo que destes um milhão de mortos no
genocídio, noventa por cento eram tutsis.
O massacre não poupou ninguém que se aliasse ou fosse tutsi. Clérigos, padres e
outras pessoas da igreja católica que moravam no país, se posicionaram no conflito, e cerca de
trezentos clérigos e freiras foram mortos por terem se aliado aos tutsis ou por serem tutsis.
(WIKIPEDIA: RUANDA). Mulheres também foram estupradas durante o massacre, e destas
relações cerca de cinco mil crianças nasceram e foram brutalmente assassinadas. Em algumas
análises do massacre de tutsis, autores abordam o genocídio como uma tentativa de limpeza
étnica feita pelos hutus.
Após o genocídio, a ONU, em seu Conselho de Segurança, resolveu entrar no caso e
criou um tribunal internacional para julgar os mandantes do genocídio. Três mandantes do
genocídio foram condenados à prisão perpetua Theneste Bagosora, Aloys Ntabakuze e
Anatole Nsengyumva. É importante ressaltar o fato de que as tropas responsáveis pelo
massacre tinham a sua disposição armas a vontade, granadas, facões e machados para o
genocídio. O povo tutsi não tinha como se defender, pois todos estavam do lado dos Hutus em
consequência da propaganda de “Caça aos Tutsis".
4 – INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA DA ONU EM RUANDA E SEU FRACASSO
O processo de intervenção humanitária em Ruanda foi considerado um fracasso.
Primeiro, porque o caso de Ruanda evidenciaria os limites políticos da perspectiva de recorrer-
se à força armada com objetivos humanitários e, também por ter sido uma ameaça à paz e à
segurança internacionais e que as ações empreendidas para pôr fim ao massacre deveriam
estar baseadas no Capítulo VII da Carta da ONU. (REVISTA ÂMBITO JURÍDICO).
A inércia da comunidade internacional frente ao caso de Ruanda marcaria a
intervenção humanitária da ONU como um fracasso com grandes proporções. A falta de
financiamento e de interesse dos países em ajudar Ruanda em sua recuperação ou até mesmo
durante o conflito, mostra falhas no sistema de cooperação internacional que os países
participantes da ONU pregam todo o tempo.
Além disso, a intervenção humanitária em Ruanda deu sinais de falta de compromisso
com o Direito Internacional Humanitário. Pode-se chegar a esta conclusão a partir do
momento em que as tropas belgas, consideradas o maior contingente e mais forte da
UNAMIR, foram retiradas e isso dificultava qualquer reação. (IDEM).
Logo nos primeiros dias (do massacre), o comandante militar da UNAMIR, general
canadense Roméo Dallaire, pediu a ampliação das tropas para cinco mil homens e novo
mandato para impor o cessar-fogo. Porem, todos os países contatados para suprir essas tropas
requisitadas, se negaram a mandar soldados para Ruanda, e assim o comandante da ação
humanitária recebeu apenas 270 pessoas para comandar um cessar fogo imediato.
A decisão de enviar apenas 270 soldados para impor um cessar fogo ao conflito, foi
altamente criticado pela comunidade africana de países, e por grandes potências mundiais. É
possível se notar aqui hipocrisia e descaso quanto a Ruanda. A ONU pediu ajuda e tropas a
todos os países membros que poderiam ajudar, porém nenhum quis oferecer soldados.
Quando algumas tropas são enviadas, não o requerido, a ONU é criticada por tentar ajudar.
Um exemplo é o posicionamento dos Estados Unidos que “julgavam não haver
nenhum dever moral ou legal de intervir”. “A diplomacia norte-americana observou que a
intervenção somente poderia ocorrer com o consentimento das facções em conflito”.
(IBIDEN).
Após um tempo que essa intervenção aconteceu, a França recebeu da ONU a
permissão para interferir em Ruanda apenas para realizar ações humanitárias e para não haver
posicionamento da França quanto ao conflito.
A Resolução 929 contou com dez votos favoráveis, um voto contra e cinco abstenções
(Brasil, China, Nova Zelândia, Nigéria e Paquistão). A intervenção, comandada pelo exército
francês, não poderia exceder o período de dois meses. (IBIDEN).
No fim em 17 de maio de 1994, a ONU impôs um embargo aos armamentos em
Ruanda. A ONU percebeu que o conflito em Ruanda oferecia perigo á paz e segurança
internacional.
5 – DE QUEM É A CULPA?
O genocídio de Ruanda foi um caso que chocou pessoas do mundo todo, não apenas
pela crueldade dos hutus para com os tutsis, mas também com o desprezo da comunidade
internacional para com o conflito.
Existem inúmeros motivos os quais são apontados como responsáveis pelo massacre
em Ruanda. Porém há quatro vertentes de discussão que apontam um culpado pelo conflito.
Existe a vertente histórica das tribos, a vertente que culpa a colonização como um todo, a
vertente que culpa a Bélgica, e a vertente do governo ruandês que usa todas as vertentes
anteriores, somadas ao descaso internacional com o conflito e a França.
Como citado anteriormente, existe uma rivalidade histórica entre os hutus e os tutsis.
Muito antes de os colonizadores chegarem a Ruanda, existia a sociedade ruandesa comum, a
qual era dividida entre as tribos hutus, tutsis e twas. Sempre houve uma disputa entre essas
tribos pelo poder da sociedade, disputa entre eles para o mais forte sobressair-se.
Sempre houve também hostilidade e assassinatos entre os povos. Pois esses eram
tribos selvagens antes da chegada dos colonizadores europeus. Com a chegada dos
colonizadores europeus a ordem natural da briga entre as tribos mudou, porém a rivalidade
entre elas nunca mudou. E essa vertente da culpa do massacre de Ruanda, apenas mostra que
os europeus e tudo o que aconteceu foram apenas “catalisadores” que aceleraram o conflito
que mais cedo ou mais tarde aconteceria. Pois antes da chegada dos alemães os tutsis
mostravam certa dominância sobre os hutus e twas.
A segunda vertente que culpa a colonização em geral, é talvez a mais forte entre os
pesquisadores deste assunto especifico. A intervenção europeia na ordem das tribos pode ter
feito toda a diferença no desenvolvimento do conflito décadas mais tarde.
Quando os alemães chegaram, eles apenas organizaram um governo central com tutsis
no poder, porem não organizaram uma hierarquia social. Mesmo assim não sendo muito
radical, aconteceram muitas revoltas do povo hutu contra o governo alemão-tutsi, que foram
duramente reprimidas. Após os alemães os belgas foram para Ruanda.
Esta colonização talvez tenha sido a mais problemática, pois os belgas resolveram
redefinir os grupos étnicos de acordo com aparência e propriedades. E ao mesmo tempo, os
belgas colocaram os tutsis no governo, criando uma hierarquia, pois apenas tutsis poderiam
participar do governo da colônia. Estes eram o cargo mais alto e a classe mais alta na
sociedade ruandesa criada pelos belgas. Após a descolonização belga, foi apenas uma questão
de tempo até o desenvolvimento do conflito em si.
A terceira vertente culpa apenas a Bélgica. É a vertente mais radical, pois apenas culpa
a hierarquização feita pelos belgas como causa de todo o conflito que aconteceu apenas 32
anos após a descolonização belga.
E a quarta vertente que seria defendida pelo governo ruandês, defende que a culpa
seria de todas as vertentes anteriores somadas ao descaso internacional e a França. O descaso
internacional seria a falta de interesse dos países na solução do conflito em Ruanda, a falta de
interesse em ajudar o fim do conflito que dizimou um milhão de pessoas no país africano.
A grande nova do governo ruandês são documentos da época encontrados
recentemente (ano de 2010), que mostram que a França muito antes do conflito, exatamente
no momento de maior tensão quando o presidente sofreu o atentado que o levou á morte,
forneceu soldados para treinar o exercito ruandês e ofereceu armamento pesado juntamente
com armas brancas.
O dinheiro que Ruanda tinha do FMI e do BM foi utilizado para tais treinamentos e
preparação para o conflito. Dinheiro que foi depositado no cofre Francês por tais serviços de
preparação para o massacre futuro.
CONCLUSÕES FINAIS
Durante o trabalho é possível notar a grande carga histórica que Ruanda possui de
conflitos entre suas tribos. A colonização e descolonização foram desorganizadas e mal
planejadas, criando assim uma sociedade defeituosa que até hoje possui problemas em se
sustentar.
Quanto á culpa do genocídio, a vertente defendida pelo estado ruandês é a mais aceita
internacionalmente, pois abriga todos os fatores que foram relacionados ao conflito, antes e
durante.
O objetivo do trabalho foi demonstrar todo o necessário para se compreender Ruanda
e sua situação econômica, social e internacional no mundo atual. E criar uma consciência
quanto ao genocídio e suas causas e culpados.
Enquanto a sociedade internacional não conseguir se posicionar quanto a conflitos que
ferem direitos humanos e podem comprometer a paz e segurança internacionais, conflitos
como o de Ruanda podem acontecer novamente sem que aja quem os termine. Uma
consciência necessita ser criada, para assim novos massacres não aconteçam.
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