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GÊNERO TEXTUAL RECEITA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA 1

Autora: Mara Lúcia Serpa2

Orientadora: Profª. Drª. Aparecida de Jesus Ferreira3

Resumo

O presente trabalho faz parte de um projeto do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), um curso de formação continuada em rede da Secretaria de Educação do Estado do Paraná e tem como objetivo o uso do gênero textual Receita, no Ensino de Língua Estrangeira (LEM- Inglês), que são sugeridos pelas Diretrizes Curriculares de Ensino (DCE-SEED, 2008), considerando os aportes teóricos de Bakhtin (2000), Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), Ferreira (2008), Marcuschi (2003), Cristovão (2008), que discorrem sobre o uso das unidades didáticas. A metodologia utilizada para viabilizar a teoria será uma unidade didática aplicada aos alunos do 6º ano (5ª série), do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Professor Júlio Teodorico, de Ponta Grossa no Paraná. Como resultado espera-se mostrar que é possível unir teoria à prática, tendo como princípio os conteúdos estruturantes da disciplina, o discurso visto nos diversos gêneros textuais disponíveis nas situações comunicativas orais e escritas no ensino de língua Estrangeira. Assim, a aprendizagem do inglês passa a ser um meio de comunicação universal e real, já que a escola passa a ser um local de reflexão das práticas sociais.

Palavras-chave : Gêneros Textuais; Receitas; Língua Estrangeira; inglês

1 Gostaria de agradecer a Deus por me dar sabedoria durante toda a minha vida. Agradecer a Secretaria de Estado da Educação do Paraná pela oportunidade de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ao NRE de Ponta Grossa pelo apoio recebido. Agradecer, também a Universidade Estadual de Ponta Grossa pelos eventos e aulas promovidos para apropriação do conhecimento. Agradecer e mencionar a minha orientadora a Profª Drª Aparecida de Jesus Ferreira pelos momentos de estudo, reflexão, incentivo, orientação e por estar ao meu lado nos momentos de produção do projeto, da unidade didática, de implementação e produção deste artigo. Aos meus amigos e colegas: a direção da escola. equipe pedagógica, professores, funcionários e a presidente da APMF, pela ajuda e incentivo nas horas difíceis, tornando possível a realização deste trabalho com sucesso. Finalmente agradecer a minha família pelo apoio e compreensão pelos momentos que não pude ficar com eles para a realização deste trabalho.2 Professora Estadual graduada em Letras com Licenciatura em Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas, especialista em Educação e professora PDE pelo governo do Estado do Paraná.3 Professora da UEPG, Pesquisadora e Palestrante. Doutora em Educação de Professores e em Lingüística Aplicada pela University of Lodon – Institue of Education (2005). Organizadora do Livro Formação de Professores de Línguas: Gêneros Textuais em Práticas Sociais. UNIOESTE, Cascavel, 2008. Professora orientadora do PDE.

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1 Introdução

Este trabalho é uma das atividades previstas no Plano Integrado de Formação

Continuada, desenvolvida por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE, oportunizando o estudo de teorias Educacionais vigentes, no qual ingressei em

agosto de 2010 e sua conclusão em julho de 2012, ofertado pela Secretaria de

Educação do Paraná aos professores que se encontram na classe 11 do nível II de

seu plano de carreira como meio de avanço para o nível três.

Constata-se que nos últimos dois séculos foram as novas tecnologias, em

especial as ligadas à área da comunicação, que propiciaram o surgimento de novos

gêneros textuais. Dessa forma é importante ensinar Língua estrangeira Moderna

(LEM), para alunos de escolas públicas, pois parte do conhecimento do papel das

línguas na sociedade como meio de conhecer, expressar e transformar maneiras de

ver o mundo e de construir significados. Assim, este estudo se justifica por vir ao

encontro do proposto pelas Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) de Língua

Estrangeira Moderna (PARANÁ, 2008) ao afirmar que a escola tem o dever de

formar alunos responsáveis, críticos e capazes de transformar a sociedade em que

vivem; isso será possível por meio dos conhecimentos adquiridos com a leitura e

produção de textos. (PARANÁ, 2008, p.57)

Pesquisas demonstram que é necessário estudo sobre a utilização dos

gêneros textuais, por parte dos professores de línguas que estejam preocupados

com o letramento crítico, isto é, “desmistificar os discursos decifrando as ideologias”

(WODAK, 2004, p. 236) e com a análise de materiais de ensino. O gênero receita

torna-se especial por ainda ser objeto de pesquisas, conforme comprova estudos

realizados no Brasil e no exterior por Bakhtin (2000), Dolz; Noverraz; Schnewly

(2004); Marcuschi (2005), Ferreira (2008); Cristóvão (2006,2007); Motta-Roth

(2006); SEED(2008), entre outros.

Dessa forma, utilizar o gênero textual receita para ensinar inglês, na

modalidade leitura e produção de textos, propicia ao aluno um aprendizado efetivo,

sabendo que a língua faz parte da nossa identidade. Sendo assim, muitas vezes é

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só na escola pública que os alunos menos favorecidos têm contato com a língua

estrangeira. Diante disso, este trabalho pretende mostrar que o professor ao utilizar

conteúdos do dia a dia do aluno, como o gênero receita, para o aprendizado da

língua inglesa pode ser útil e prazeroso e a sua prática em sala contribuirá para que

a língua Inglesa seja ensinada, obtendo um aprendizado real e significativo por parte

dos alunos.

Assim, o aluno será capaz de usar adequadamente a Língua Inglesa,

utilizando as quatro habilidades: listening, reading, writing e speaking; diferenciar o

gênero textual receita em sua estrutura e na forma, como reprodução do

pensamento humano; pesquisar para ampliar informações sobre o gênero receita,

em duplas, equipes ou individualmente.

Então, o professor formará cidadãos com opiniões críticas, tornando-os

capazes de interagir em sociedade utilizando a língua como discurso; promoverá a

interdisciplinaridade entre outras áreas como: geografia, ciências, matemática, história e

português.

Em primeiro lugar, foi feito uma reflexão teórica sobre a abordagem dos

gêneros textuais no ensino da Língua Estrangeira por meio da prática social; em

segundo lugar apresento a metodologia: o trabalho utilizando o gênero textual

receita nas atividades orais e escritas para alunos da 5ª série (6° ano) do Ensino

Fundamental, para o alcance de uma linguagem real de uso e interpretação de

enunciados usando vídeo, receitas de família, pesquisas, cartazes, trocas de

receitas, organizadas em uma sequência didática. Em terceiro, lugar está o

desenvolvimento da proposta. Em quarto lugar, os resultados as discussões, onde

se espera contribuir na formação de alunos críticos e capazes de se comunicar e

interagir na sociedade em que vivem utilizando a língua inglesa e também

possibilitar que outros professores de língua estrangeira possam utilizar e refletir

sobre os gêneros textuais. E, finalmente apresento a conclusão.

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2 . Reflexão Teórica

2.1 Históricos dos Gêneros Textuais

Todos os textos usados para se comunicar e que apresentam características

próprias dependendo do espaço social em que circulam, orais ou escritos pertencem

a um gênero textual. Isto é, para quem ele é escrito, por quem, e a que sequencia

tipológica predomina (dissertativo, narrativo, injuntivo, descritivo, expositivo e

dialógico), possibilitará identificar a que gênero determinado texto pertence.

Quando surge a necessidade de estabelecer comunicação, quer seja para

uma conversa, um telefonema, uma palestra, um relato, etc. usa-se um gênero

textual existente para isso. Então ao surgir novas necessidades comunicativas,

aparecem novos gêneros textuais, como por exemplo: e-mail, Messenger, que

surgiram da necessidade de uma comunicação rápida e objetiva. È necessário

entender que para cada espaço social há um determinado gênero textual que possui

determinados vocabulários e linguagens específicas. Por exemplo: dentistas,

médicos, advogados, etc. Outro exemplo é a linguagem que os padres, religiosos e

pessoas que frequentam as igrejas usam. Assim, estes diferentes espaços

determinam os domínios discursivos: jurídico, religioso, da saúde, jornalístico e

outros.

Desse modo gêneros textuais é o nome dado para classificar os diversos

textos que circulam em nossa sociedade, que cumprem com funções e objetivos

definidos.

2.2 Documentos Oficiais

Ao Iniciar este trabalho fui procurar o embasamento teórico nos documentos

oficiais: Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira (PCNs – LE

-1998), que enfatiza a necessidade de se considerar ”os aspectos da história dos

alunos, da comunidade e da cultura local” para o ensino de uma língua estrangeira,

por isso é importante usar o gênero receita, pois cada aluno socializará o seu

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conhecimento de mundo, isto é, a bagagem cultural dele. Já que segundo os PCNs

os conteúdos de Língua Estrangeira (LE) devem ser trabalhados com os temas

transversais tornando possível o aprendizado da LE pela compreensão dos vários

modos de se viver a experiência humana (BRASIL, 1988, p15).

De acordo com os PCNs -LE (BRASIL,1998), o ensino da LE deve “centrar-se

no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e

engajar os outros no discurso de modo a poder agir no mundo social” (p.15). Assim,

baseado no enfoque sociointeracional da linguagem pressupõe que as pessoas ao

se utilizarem do discurso, consideram aqueles a quem se dirigem ou quem se

dirigem a elas na construção social do significado. Para isso, se faz necessário o

posicionamento das pessoas na instituição, na cultura e na história. Isso será feito,

principalmente por meio da leitura, contudo pode se considerar o uso das outras

habilidades, dependendo das condições existentes no contexto escolar (BRASIL,

1988, p. 20 a 22).

O professor de LE necessita do discurso oral e escrito que tratam do

conhecimento de mundo que o aluno traz isso faz com que ele se sinta seguro para

aprender a LE (inglês) e este conhecimento pode ser ampliado. Portanto, ao usar o

gênero textual receita para o aprendizado da língua inglesa, estará de acordo com a

proposta dos PCNs-LE.

Da mesma forma nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua

Estrangeira (DCE-LE) do Paraná (PARANÁ-2008), o ensino de Língua Estrangeira

deve proporcionar ao aluno uma visão mais ampla do mundo, incluindo-os

socialmente e como participantes ativos do mundo ao utilizarem a língua como

discurso, pois “é no engajamento discursivo com o outro que damos forma ao que

dizemos e ao que somos” (PARANÁ, 2008, p.29). Ainda, é necessário levar em

conta as leituras de mundo que o aluno traz para a escola, que fazem parte da sua

cultura e, como tal, devem ser respeitadas.

Então, discutir sobre as DCE – LE (PARANÁ, 2008) é importante porque

“entende-se que o ensino de Língua Estrangeira deve considerar as relações que

podem ser estabelecidas entre a língua estudada e a inclusão social, objetivando o

desenvolvimento da consciência do papel das línguas na sociedade” [...] (PARANÁ,

2008, p.56), desse modo com a abordagem crítica da leitura, trabalha-se a interação

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ativa dos sujeitos do discurso que dará condições ao aluno de construir sentidos

para os textos.

Nessa perspectiva é relevante que os alunos saibam que há vários tipos de

produção e circulação de textos em nossa cultura e em outras, e que existem

diferentes práticas de linguagem que são valorizadas de forma distintas nas

sociedades, entre eles o gênero textual receita. Assim, ao ensinar e aprender uma

LE, alunos e professores passam a construir significados além daqueles permitidos

pela língua materna.

O projeto está de acordo com o Projeto Político Pedagógico do Colégio

Estadual Professor Júlio Teodorico, local em que esta pesquisa foi desenvolvida,

que coloca a escola como o lugar onde as diversidades sócio-econômicas e culturais

se evidenciam e se contrapõem. A escola deve oportunizar aos alunos um ensino

com conteúdos que sejam significativos tornando-os capazes de compreender,

conhecer o mundo e interagir em sociedade com dignidade, autonomia e

responsabilidade.

Assim, propõem uma educação baseada nas práticas sociais, proporcionando

instrumentos para a busca do pensamento científico, técnico e cultural, a formação

ética, humana necessária para a construção de identidades. Para o ensino

fundamental, que é o objeto de estudo em questão, oferece o ensino da Língua

estrangeira Moderna, o inglês, tendo como norte as DCE de LE do Paraná.

2.3 Pesquisas e Reflexões Recentes sobre Gêneros Textuais

Partindo do pressuposto que existem diversas abordagens referindo-se a

gêneros textuais é importante ressaltar como precursor de todas elas, Bakhtin (2000,

p. 284), que afirma:

Uma dada função (científica, técnica, ideológica, oficial, cotidiana) e dadas às condições específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal, geram um dado gênero, ou seja, um dado tipo de

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comunicado, relativamente estável do ponto de vista temático, composicional e estilístico.

Assim sendo, o gênero relativamente estável, segundo Bakhtin (2000) deve-

se considerar a natureza e as particularidades de gênero referentes à variedade do

discurso. Para Tamarozi e Cristóvão (2007, p. 31) é para a sociedade em que o

aluno vive que ele precisa saber como usar os gêneros para se comunicar no seu

dia a dia, quando diz:

Na prática com os gêneros textuais, o aluno está mais perto da sua realidade, da realidade do mundo em que vive e de seu cotidiano. È para a sociedade em que vive que ele precisa saber como usar os gêneros.

E o meu projeto é o gênero textual receita, que se propõe ao que foi acima

mencionado. Já que os gêneros estão presentes nas suas ações diárias como:

cartas, e-mails, blogs, textos informativos, nos jornais, revistas, placas, na escola,

contas de água, luz, etc. O seu uso real é importante para o aprendizado da língua,

pois em contato com os diversos gêneros textuais o aluno terá a possibilidade do

domínio da organização textual e da linguagem específica de cada um, trazendo

para dentro da escola a vida e a prática social. A importância do gênero textual

receita é que o aluno pode compreender a diversidade linguística e cultural e por

meio do discurso perceba que os vários significados possíveis dos textos em relação

ao mundo em que vive e são sociais e historicamente construídos (PARANÁ, 2008).

Cristóvão, V.L.L. (2007,p.32), em sua pesquisa intitulada Modelos Didáticos

de Gêneros: uma abordagem para o ensino de LE desenvolve a concepção de que é

possível utilizar os gêneros textuais, em atividades que proporcionem trocas entre a

turma na sala de aula, próximas de sua realidade, ficando fácil o aprendizado de

línguas, pois estarão usando em suas vidas o que aprendem na escola, como é o

caso do gênero receita.

Assim, ao utilizarmos textos do cotidiano do aluno no ensino de LE e LM torna

mais fácil a apropriação pelos alunos dos elementos presentes nos diversos gêneros

textuais e reconhecer nas práticas sociais uma atividade de comunicação, pois “o

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ensino de linguagem em sala de aula pode e deve fazer o aluno-leitor questionar e

produzir novos sentidos para os discursos que nos rodeiam [...]”. (CRISTOVÃO,

DURÃO, NASCIMENTO & SANTOS, Pelotas, 2006, p.73).

Dessa forma os gêneros por adaptarem-se às situações sócio-comunicativas

não podem ser considerados estáticos, pois quando numa situação de comunicação,

há o confronto das representações vividas com as cristalizadas por formações

sociais. No mesmo sentido, Motta-Roth (2006), pesquisando sobre gêneros textuais

enfatiza o uso da linguagem nas práticas sociais e da importância do estudo das LM

e LE por meio dos gêneros textuais que circulam na nossa sociedade, como o

gênero receita. É primordial a prática de ensino norteada no desenvolvimento das

competências linguísticas e discursivas para todos que participam da sociedade

contemporânea com condições de produzir textos utilizados no nosso dia a dia.

Assim, a escola estará cumprindo com a sua função que é de formar indivíduos

críticos e capazes de interagir no meio em que vivem.

Para Ferreira, A. J (2008), os gêneros textuais, podem assumir aspectos

formais ou informais, enquanto diferentes formas de linguagem, tornando-se a fonte

primária do processo comunicativo. Isto é, em toda a atividade comunicativa estão

presentes os gêneros textuais que circundam pelos domínios discursivos e que

permeiam toda a intenção de comunicação. A linguagem humana se torna real na

interação, então o estudo dos gêneros textuais parece primordial ao ensino de

línguas na escola.

Conforme afirma Marcuschi (2005, p.29) sobre o domínio dos gêneros

textuais, formas diferentes de comunicação: “Quando dominamos um gênero textual,

não dominamos uma forma linguística e sim uma forma de realizar linguisticamente

objetivos específicos em situações sociais particulares”. Quando aborda a questão

do domínio, ele quer dizer esfera, então depende da esfera em que circulam os

textos orais ou escritos para atingir fins específicos de comunicação, como por

exemplo, jornalística, religiosa, jurídica, etc., dão origem a novos gêneros. Com

relação ao gênero textual receita por pertencer a esfera de circulação do cotidiano,

ficando mais próximo do aluno, permite que ele construa e assimile mais facilmente

novos significados e sentidos para os textos. Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004, p.

97), no texto intitulado Sequencias Didáticas para o oral e a escrita: Apresentação

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de um procedimento, confirmam isso ao dizer: “quando nos comunicamos

adaptamo-nos a situação de comunicação”, isto é, para cada atividade de

comunicação realizada no nosso dia-a-dia usamos um gênero textual próprio. Assim,

o leitor tem a possibilidade de relacionar os diversos elementos envolvidos, como:

cultura, língua, contextos e ideologias num texto.

Cristóvão,V.L.L. (2008), em sua pesquisa que se volta para o interacionismo

sociodiscursivo (ISD) de linguagem e em teorias de linguagem que privilegiam as

práticas sociais. Isto é, na importância do papel da linguagem e do trabalho

educacional para a transformação do ambiente social e da própria pessoa. Para

estudarmos as ações humanas precisamos usar as dimensões sociais, discursivas e

constitutivas, em uma perspectiva dialógica e histórica. Então, utilizar o gênero

textual receita para o ensino de Língua Inglesa, se fundamenta na teoria do

interacionismo sociodiscursivo, pois são nas atividades sociais que se desenvolvem

as ações de linguagem.

Já o gênero textual receita que é o objeto deste trabalho, por nossa região

conhecida como Campos Gerias, no Paraná, ser formada por uma variedade de

grupos étnicos: poloneses, japoneses, portugueses, alemães, indígenas, afro-

descendentes... etc. será rico na diversidade cultural, linguística e ideológica

ampliando o conhecimento de mundo dos alunos. Em consequência, é na língua, e

não por meio dela que se percebe a realidade, pois a percepção de mundo está

ligada ao conhecimento das línguas.

3 Metodologia

Para que o uso dos gêneros em situações de comunicação oral ou escrita

seja positivo, no ensino-aprendizagem em LE torna-se necessário organizar as

atividades em uma sequencia didática (SD), aqui identificada como unidade didática.

Assim, a metodologia utilizada neste trabalho foi uma unidade didática que propõe

atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero

textual oral ou escrito, que levem o aluno a dominar um gênero de texto, podendo

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assim falar ou escrever de uma maneira mais adequada numa determinada situação

de comunicação, conforme afirma Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004, p.114):

As sequencias didáticas propõem numerosas atividades de observação, de manipulação e de análise de unidades linguísticas. (...) O trabalho será centrado, por exemplo, nas marcas de organização características de um gênero, nas unidades que permitem designar uma mesma realidade ao longo de um texto, nos elementos de responsabilidade enunciativa e de modalização dos enunciados, no emprego de tempos verbais, na maneira como são utilizados e inseridos os discursos indiretos.

Uma Unidade didática, enquanto procedimento teórico-metodológico

organiza-se em forma de uma estrutura linear, que constitui um esquema onde

prevê o seguinte ordenamento didático:

a) Apresentação da situação

b) Produção inicial

c) Módulo 1

d) Módulo 2

e) Módulo 3 ( e quantos mais forem necessários)

f) Produção final.

Conforme Dolz et alii (2004), no momento inicial da unidade, o da

apresentação da situação, os alunos devem ser informados sobre o projeto que será

realizado na produção final. Bem como o gênero textual a ser abordado; os

interlocutores a quem as produções serão encaminhadas, de que forma serão

encaminhadas e quem participará da produção (se individualmente ou em grupos).

4 Desenvolvimento da Proposta

O gênero estudado neste trabalho foi o da receita, mas outros gêneros como

textos informativos e cartazes foram utilizados para uma melhor compreensão e

desenvolvimentos do assunto.

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Ao desenvolver esta proposta como apresentação da situação fez-se um

breve histórico sobre os gêneros textuais, quando foi contada a história dos

cadernos de receitas, então, os alunos assistiram um vídeo sobre uma receita,

depois analisaram a estrutura desse gênero, observando seu contexto de produção,

sua organização textual e as principais características, dentro da abordagem do

letramento crítico. Para Ruth Wodak (2004, p.236) em seu artigo sobre a análise

crítica do discurso (ACD) afirma que “desmistificar os discursos decifrando as

ideologias” é um dos objetivos da ACD. Em seguida houve a aquisição do

vocabulário básico usado em receitas.

Num segundo momento, conheceram receitas de outros países, em inglês,

por meio de pesquisa no laboratório de informática, em fonte previamente

determinada. Analisando-as sob os aspectos sóciodiscursivo e culturais em grupos e

socializando com os outros. Então, apresentaram a receita de sua família para os

colegas refletindo sobre os aspectos anteriormente vistos, pois como já foi citado por

Ferreira (2008) a linguagem humana se torna real na interação.

Como produção inicial os alunos passaram a receita de família para o inglês

utilizando-se do vocabulário estudado e do dicionário, entregaram para a professora

para a correção. Neste momento alguns alunos tiveram um pouco de dificuldade

para passar a sua receita para o inglês, por serem extensas.

Módulo 1 - Para esclarecer dúvidas encontradas com o vocabulário e

gramatical os alunos fizeram exercícios de combinar colunas, colocar o nome em

gravuras, caça-palavras e organizar frases.

Módulo 2 - Fizeram uma pesquisa no laboratório de informática sobre

alimentação saudável e pirâmide alimentar, produzindo cartazes e discutindo sobre

a alimentação saudável.

Módulo 3 - Os alunos fizeram a versão final da receita de família em inglês,

pois segundo Beato-Canato (2008, p. 44) em seu artigo Produção Escrita em Língua

Estrangeira à Luz do Interacionismo Sociodiscursivo afirma que “O trabalho com a

escrita na escola deve se dar como um processo, havendo possibilidade de refacção

de um mesmo texto diversas vezes no intuito de aprimorá-lo”.

Produção Final - Finalmente foi montado um caderno de receitas para cada

aluno, com a ajuda das professoras de português, quando trouxeram as receitas de

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família com a história e a professora de artes ajudou na capa. A professora de

matemática fez um gráfico sobre a alimentação. Demonstrando com isso que o

trabalho com gêneros textuais, especialmente o gênero "receita" nos traz um leque

de atividades que promovem a interdisciplinaridade e a possibilidade de trabalhar

baseado no letramento crítico, que “visa à inclusão do indivíduo no mundo”

(MATTOS e VALÉRIO, 2010, p. 46), possibilitando um melhor aproveitamento para o

aluno.

Uma atividade que não estava prevista foi uma receita de “beijinho” e de

salada de frutas, que os alunos fizeram com a ajuda das professoras: de inglês que

providenciou o material, de matemática que ajudou na preparação das receitas e da

presidente da Associação de Pais mestres e Funcionários (APMF) que providenciou

o local, as toucas e das cozinheiras que disponibilizaram os utensílios.

Em seguida, os alunos trouxeram um prato para degustação das receitas de

família e foi feita a exposição de trabalhos.

Enquanto estava aplicando o material da Unidade didática com os alunos

houve um curso on-line com a participação dos professores da rede pública do

Estado, denominado Grupo de Trabalho em Rede (GTR), um grupo de estudos on-

line realizado junto com a implementação, no qual aconteceu a reflexão e discussão

sobre a aplicabilidade do Gênero Textual “Receita”, na modalidade Leitura e

produção Textual em Língua Estrangeira Moderna-Inglês para alunos do 6º ano do

Ensino Fundamental da rede pública do Estado. As discussões e reflexões

aconteceram em três fases: na primeira comentou-se da relevância do projeto; a

aplicabilidade da Unidade Didática na segunda; e a implementação na terceira fase.

5 Resultados e discussões

Durante a implementação do material as aulas transcorreram dentro da

sequência didática a princípio planejada, pois para que haja reflexão é necessário

que haja um planejamento das ações a serem realizadas, entretanto partindo desse

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norteamento podem-se adequar as atividades conforme as necessidades da

situação de ensino.

Com vinte e seis alunos do 6º ano no Colégio Estadual Professor Júlio

Teodorico, em Ponta Grossa, participando da implementação aplicada em 22 aulas

e a cada aula entregava uma parte do material para os alunos que formaram um

portfólio, com as atividades desenvolvidas, pelo qual foram avaliados.

No início da implementação a expectativa dos alunos e minha era grande,

pois quando apresentei o material eles gostaram da história dos cadernos e do

vídeo, responderam as questões sobre o gênero receita com facilidade e o

vocabulário da receita do vídeo foi assimilado rapidamente.

Ao apresentar a receita escrita em inglês, os alunos trabalharam em duplas,

para discutirem sobre a organização textual da receita, os aspectos sóciodiscursivos

e interagirem com os colegas. Em seguida houve o debate sobre os diversos tipos

de receitas que existem e quais conheciam. Os alunos interagiram com os colegas

perguntando e anotando sobre a comida preferida de cada um, em inglês. A

princípio timidamente, mas depois se soltaram.

Quando os alunos foram ao laboratório de informática para pesquisar sobre

as receitas de outros países, em grupos, houve duas alunas que perguntaram: “-

Professora, podemos fazer essa receita em casa, depois trazer para a escola?” e um

aluno que sempre estava atrasado nesse dia foi o primeiro a terminar as atividades

com isso percebi que estavam motivados a participar. Ao socializarem as receitas e

perguntas sobre alimentação saudável, observei a participação ativa dos

componentes e aqueles que não estavam interagindo com os outros, os próprios

colegas alertavam sobre a importância de participar. Então, vi que o aluno realmente

estava sendo envolvido no processo ensino/aprendizagem/ avaliação.

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Figura 1 – Pesquisa sobre receitas de outros países.

Fonte: a autora

Figura 2 - Atividade com os alunossocialização das receitas.

Fonte: a autora

Em seguida houve a socialização das receitas de famílias, acompanhadas de

uma breve história sobre a mesma, em grupos de quatro alunos, pois são nas

atividades sociais que se desenvolvem as ações de linguagem (CRISTÓVÃO, 2008).

Refletindo sobre os aspectos sociodiscursivo e culturais; e fazendo uma pesquisa

com os colegas sobre alimentação saudável. Dessa forma nota-se que por meio da

comparação da realidade do aluno com a de seus colegas há uma avaliação da sua

realidade. Além disso, as diferenças e semelhanças foram apontadas pelos próprios

alunos, partindo das receitas de família e da pesquisa sobre alimentação saudável,

com os colegas. Com isso perceberam que a língua, cultura e sociedade se formam

ou se modificam através da interação com a variedade discursiva presente nas

práticas sociais. E, ainda que são sujeitos participantes e integrantes dessa

sociedade capazes de interferir na sua realidade levando-os a refletir sobre o seu

universo sociocultural.

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Figura 3 – Pesquisa sobre alimentação saudável.

Fonte: a autora

Figura 4 - Pesquisa sobre a pirâmide alimentar.

Fonte: a autora

No momento em que os alunos fizeram a pesquisa sobre a alimentação

saudável, no laboratório de informática e completaram a pirâmide alimentar. Uma

aluna fez o seguinte comentário: ”Hoje a aula estava legal porque fomos ao

laboratório de informática pesquisar sobre a pirâmide alimentar, eu nunca tinha visto

a pirâmide na minha vida”. Constatei que os alunos trabalharam perfeitamente em

grupos, com interação, um auxiliando o outro nas dificuldades e como é importante o

papel da linguagem e do trabalho educacional para a transformação do ambiente

social e da própria pessoa, o resultado do trabalho reflete as pesquisas feitas por

Cristóvão (2008).

Depois disso, os alunos em grupos, produziram um cartaz com a pirâmide

alimentar e discutiram sobre a necessidade de uma alimentação saudável para o

desenvolvimento do corpo e da mente. Neste momento a professora de Matemática

trabalhou gráficos com eles, esta atividade sem dúvida contribuiu para a valorização

do meu trabalho.

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Figura 5 - Produção de material para o Cartaz.Fonte: a autora

Figura 6 - Cartaz sobre pirâmide alimentar.Fonte a autora

Figura 7- Atividade realizada pelos alunos na aula de matemática.

Fonte: a autora

Os alunos tiveram oportunidade, até aqui, de pesquisar, discutir e aprender o

vocabulário e estruturas utilizadas no gênero receita e ainda fazer perguntas e

responder em inglês sobre alimentação. A escola é um “autêntico lugar de

comunicação” e as situações escolares “são ocasiões de produção e recepção de

textos” (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, p. 78.). Durante as aulas descobri a

importância do trabalho em grupo e da pesquisa, percebendo o envolvimento do

aluno, um aluno mais ativo, buscando respostas para suas curiosidades, tornando o

conteúdo mais relevante e significativo. Já que está intimamente ligado ao seu dia a

dia de acordo com que pregam as DCE - LE (PARANÁ, 2008).

A seguir os alunos passaram as receitas de família para o inglês com a ajuda

do dicionário, da internet e entregaram para a professora para correção. Houve certa

demora nesta atividade, pois alguns alunos encontraram um pouco de dificuldade

para transcrever para o inglês o modo de fazer de algumas receitas por serem

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extensas. Para tentar sanar isso os alunos participaram de jogos e exercícios para

fixar estruturas e o vocabulário.

Figura 8 - Copiando as receitas nas aulas de Português.

Fonte: a autora

Figura 9 - Copiando as receitas em inglês no caderno de receitas.

Fonte: a autora

Chegou o momento dos alunos montarem o seu caderno de receitas em

português e em inglês, durante as aulas das duas disciplinas citadas e a professora

de artes ajudou-os com a capa nesta ação percebi a importância do envolvimento de

outras disciplinas no projeto enriquecendo-o com sugestões e ações buscando a

melhoria no processo ensino-aprendizagem. Aqui, também, tivemos um pouco de

dificuldade, pois alguns alunos não copiaram algumas receitas dos colegas, mas

tiraram xérox e colaram apesar da professora pedir para que isso não fosse feito.

Isso é uma consequência da modernidade, do avanço das tecnologias e do uso das

mesmas em sala de aula.

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Figura 10 - Montando caderno de receitas.Fonte a autora

Finalmente, os alunos “colocaram a mão na massa”, isto é, fizeram uma

receita de beijinho e da salada de frutas, com a ajuda das professoras de

matemática e de inglês; da presidente da APMF (Associação de Pais, Mestres e

Funcionários) e das funcionárias da escola, que tornaram possível esta atividade

provando mais uma vez que quando há o envolvimento da comunidade escolar tudo

se torna mais fácil e produtivo. É importante dizer que um dos alunos mais

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indisciplinados4 da sala foi o que mais participou dessa atividade e das outras

atividades práticas. Com isso, quero dizer que se a atividade proposta é significativa

para o aluno ele participa.

Assim, os resultados apontam que a possibilidade de ensino efetivo da língua

inglesa por meio do uso dos gêneros textuais, especialmente, o gênero “receita” pela

enorme variedade de atividades desenvolvidas pelos alunos aqui mostradas, é

viável, pois possibilitam ao professor trabalhar de forma interativa com os alunos

propiciando-lhes um aprendizado efetivo e prazeroso da língua inglesa. Por isso, a

relevância deste trabalho para os professores de LE que estão preocupados com o

ensino da mesma, baseado no letramento crítico, onde o aluno “aprende língua

(materna/ ou estrangeira) para transformar a si mesmo e a sociedade, se assim lhe

convier” (MATTOS E VALÉRIO, 2010, p 139). A escola sendo um lugar autêntico de

comunicação, recepção e produção de textos utilizando o gênero “receita” que faz

parte do dia a dia dos alunos, aprofunda o seu conhecimento por meio de textos

verbal e não verbal aumentando as possibilidades de entendimento do assunto

tornando o educando mais ativo, participante, crítico e envolvido na aprendizagem.

No Grupo de Trabalho em Rede (GTR), um grupo de estudos on-line

realizado junto com a implementação, no qual participaram professores da rede

pública do estado, de vários lugares, quando o professor PDE passou a ser tutor

houve a reflexão e discussão sobre a aplicabilidade do Gênero Textual “Receita”, na

modalidade Leitura e produção Textual em Língua Estrangeira Moderna-Inglês para

alunos do 6º ano do Ensino Fundamental da rede pública do Estado. Nas discussões

comentou-se da relevância do projeto, pois o mesmo está de acordo com as

diretrizes curriculares (DCE-LE) que concebe a língua como discurso.

O trabalho com a leitura e produção de texto sob a perspectiva do letramento

crítico e o interacionismo sociodiscursivo coloca a necessidade de fornecer

ferramentas para o ensino, para mediar à atividade e materializá-la. O gênero receita

é do conhecimento dos alunos ficando fácil o envolvimento deles e o aprendizado.

Assim, a professora da Rede Estadual, participante do GTR, Silvana afirmou sobre o

trabalho com esse gênero: “desperta no aluno a curiosidade de investigar a

diversidade de formas de leituras que há na sociedade que os circunda. O gênero 4 Indisciplinado é aquele que não observa as relações de subordinação do aluno para com o professor. Não observa preceitos e normas.

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receita poderá dar uma visão ao aluno das diferentes culturas, crenças e valores de

nossa cultura”. Já que abre um leque de opções para o trabalho usando a

interdisciplinaridade.

Os professores participantes do GTR comentaram que o resultado do projeto

para trabalhos futuros será positivo, pois as atividades apresentam uma sequencia

didática elaborada de forma linear, com atividades variadas e interessantes,

utilizando as tecnologias: vídeo e laboratório de informática, além de jogos levando

os alunos a se envolverem.

Segundo a professora Isaura P. Toschi da Rede Estadual, participante do

GTR:

o uso do laboratório para pesquisa, com atividades bem direcionadas, motiva os alunos e dá a eles a oportunidade de se apropriar das novas tecnologias e dos conhecimentos históricos e socialmente produzidos. Muitas vezes pensamos que o uso do computador e da internet é algo comum para os nossos alunos, mas há aqueles que dominam tudo,são capazes de produzir power point, movie maker, usar dicionário on-line e tradutor de texto, enquanto outros não sabem nada, por isso precisamos dar oportunidades a eles de se apropriarem de mais esse conhecimento que a cada dia torna-se imprescindível para atuar nas práticas sociais (TOSCHI, 2011).

Constatou-se que no laboratório, no trabalho em grupo, eles trocam

experiências e aprendem com seus pares.

Conforme disse o professor da rede estadual, participante do GTR, Vanderlei

“Quando há um envolvimento da classe em torno de um conteúdo, é por que

desperta o seu interesse pelo saber, e com receitas é um saber fazer, porque o

resultado vai ser um experimento de todos da classe, com sabor e gosto, que motiva

a busca de resultado [...]”.

Outro ponto discutido no GTR, pelos professores participantes é que os

professores estão sempre em busca de novas práticas que envolvam nossos alunos,

participando de cursos, como este. Os professores concluintes do GTR concordaram

que por tudo o que foi discutido e observado o material é de fácil aplicabilidade

parcial e integralmente em suas escolas. Houve sugestões que serão aplicadas e

enriquecerão o meu trabalho.

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Foi muito importante este tempo de reflexão e discussão, pois como foi

comentado durante o GTR pelos professores “nós sempre produzimos o nosso

material já que não tínhamos livro”. E, é na troca de experiências que há a

oportunidade de crescer e procurar novas alternativas de trabalho, sendo que com

isso os alunos têm oportunidade de ter um aprendizado de qualidade.

6. Conclusão

Para elaborar este material busquei fundamentação em estudos sobre o uso

de gêneros textuais em sala de aula o que me propiciou contato com a produção de

atividades de leitura e a didatização de materiais autênticos. Logo, exige pesquisa,

delimitação de objetivos e reflexão, além, de prever as possíveis dificuldades dos

alunos, os pontos falhos e positivos das atividades.

Com a elaboração da unidade didática, além do estudo sobre a teoria dos

gêneros textuais, constatou-se a aplicabilidade da mesma, já que o ensino de

línguas, seja ela inglesa ou portuguesa, requer o trabalho com diferentes discursos.

A proposta foi sustentada na leitura crítica dos diferentes gêneros textuais utilizados

com base nas atividades orais e escritas da temática.

Por meio deste trabalho houve a oportunidade de socializar e refletir sobre a

prática de ensino tendo como norte os gêneros textuais, especialmente o gênero

receita”, objeto do mesmo. Essa experiência mostrou-me uma nova concepção do

processo de ensino aprendizagem de línguas sobre aula de leitura e produção

textual em Língua Inglesa e as possibilidades de atividades interdisciplinares. É

preciso dizer que a unidade por ser apenas um material de ensino, motivou a

elaboração de projetos futuros, que envolvam as necessidades do ensino de

línguas,

Assim, posso dizer que os resultados do meu trabalho foram positivos, e

espero que contribua para uma proposta de ensino efetivo da Língua Inglesa

fazendo parte do cotidiano escolar e a prática que acontece ao longo dos anos,

exigindo esforço e dedicação seja capaz de transformar.

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