gênero

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É certo que o pensador francês em muito contribuiu para o debate e a temática sobre gêneros, especialmente na sua última fase, onde privilegiou os processos de subjetivação, sendo chamado esse período pelos comentadores como fase da ética. Entretanto o que propomos no presente espaço é uma proposta de pensamento mais conjunturalmente da alçada do poder, identificada com sua segunda fase, por isso trabalharemos, dentro da genealogia foucaultiana, muito proximamente com os conceitos de dispositivo e discurso. O que Foucault parece identificar como evento problemático não vem a ser a ideologia, ou as ilusões de cada época, mas justamente a produção de verdades, os enunciados que, sempre provisórios, são tomados como universais e invariantes, prescrevendo Contrapondo estas noções à concepção de sujeito fálico em psicanálise, que como nos mostra Birman em Cartografias do feminino, “Ser sujeito, pois, é ter de recomeçar insistentemente seu percurso singular, ter de lidar com seu desamparo em um mundo em que universalidade e totalidade não mais existem” (BIRMAN, 1999, p. 95). A feminilidade faz saltar a nossos próprios

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escrtio sobre gênero. Tema de suam importância para os dias atuais em que se esquadrinham e escavam a verdade da pessoa concreta na sexualidade.

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Page 1: Gênero

É certo que o pensador francês em muito contribuiu para o debate e a temática sobre gêneros, especialmente na sua última fase, onde privilegiou os processos de subjetivação, sendo chamado esse período pelos comentadores como fase da ética. Entretanto o que propomos no presente espaço é uma proposta de pensamento mais conjunturalmente da alçada do poder, identificada com sua segunda fase, por isso trabalharemos, dentro da genealogia foucaultiana, muito proximamente com os conceitos de dispositivo e discurso.

O que Foucault parece identificar como evento problemático não vem a ser a ideologia, ou as ilusões de cada época, mas justamente a produção de verdades, os enunciados que, sempre provisórios, são tomados como universais e invariantes, prescrevendo

Contrapondo estas noções à concepção de sujeito fálico em psicanálise, que como nos mostra Birman em Cartografias do feminino,

“Ser sujeito, pois, é ter de recomeçar insistentemente seu percurso singular, ter de lidar com seu desamparo em um mundo em que universalidade e totalidade não mais existem” (BIRMAN, 1999, p. 95).

A feminilidade faz saltar a nossos próprios