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GASTROENTEROCOLITE AGUDA (GECA) Apresentação:Priscila Lessa Carnielli Villela www.paulomargotto.com.br Brasília, 28 de maio de 2015 Universidade Católica de Bras Curso de Medicina Internato - Pediatria

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Page 1: GASTROENTEROCOLITE AGUDA (GECA) Apresentação:Priscila Lessa Carnielli Villela  Brasília, 28 de maio de 2015 Universidade Católica

GASTROENTEROCOLITE AGUDA (GECA)

Apresentação:Priscila Lessa Carnielli Villela

www.paulomargotto.com.brBrasília, 28 de maio de 2015

Universidade Católica de BrasíliaCurso de MedicinaInternato - Pediatria

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CONCEITO• Manifestação clinica:

diarreia!

• Outros conceitos:• 3 ou mais evacuações de

fezes amolecidas em 24 horas.

• Volume fecal acima de 10mL/kg/dia

• Duração < 14 dias (aguda)

• Etiologia infecciosa na grande maioria das vezes.

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EPIDEMIOLOGIA• Primeira causa de mortalidade no mundo na

população pediátrica.

• Frequência subestimada grande parte dos casos tem resolução espontânea!

• Mundo: crianças < 4 anos media de 3,2 episódios de diarreia/ano.

• Mata por desidratação e causa morbidade por desnutrição.

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ETIOPATOGENIA• OSMOTICA

• Retenção de líquidos dentro do lúmen intestinal devido à presença de solutos (açúcares) osmoticamente ativos não absorvidos carreiam a água para dentro da alça intestinal

• Exemplo: rotavirus

• SECRETORA• Liberação de enterotoxina bloqueia o transporte ativo de água e eletrólitos

aumento da sua secreção intestinal, principalmente de ânions cloreto e bicarbonato

• Exemplo: E.coli enterotoxigênica

• INVASORA• A lesão da célula epitelial do intestino impede a absorção de nutrientes.• Mucosa invadida produz substancias que estimulam a secreção de eletrólitos

para o lúmen intestinal (bradicina + histamina). • Presença de muco, pus e sangue nas fezes Salmonella, Shiguella• Sintomas sistêmicos (invasão da lamina própria com disseminação

hematogênica) E.coli enteroinvasora, Salmonella

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ETIOLOGIA

Barbuti, R.C. Diarréias agudas: aspectos clínicos, etiológicos e terapêuticos. Rev Bras de Med Ped Mod.

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VIRUS• Rotavirus

• Causa mais frequente em < 2 anos• Faixa etária: 6 – 24 meses• Incubação: 48 – 72 horas• Sazonalidade: inverno (países temperados) e ano todo (países

tropicais)• Clinica: vômitos + febre + diarreia volumosa• Duração: 2 – 8 dias

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VIRUS• Calicivirus

• Crianças mais velhas• Clinica: náuseas e vômitos importantes +

diarreia de leve a moderada.• Duração: 12 – 48 horas

• Adenovirus (sorotipos 40 e 41)• Diarreia prolongada

• Astrovirus• Duram mais de 14 dias• Associadas a infecções nosocomiais, surtos

em creches e diarreia em imunodeprimidos.• Duração: 1 – 4 dias.

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BACTERIAS• E. coli enterotoxigênica (ETEC)

• Mais comum entre as bacterianas• Acomete todas as idades (diarreia do

viajante)• Transmissão por agua e alimentos

• Clinica:• Evacuação abundante, aquosa e

explosiva – sem muco• Dor abdominal + náuseas. Sem febre• Duração: 3-5 dias

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BACTERIAS• E. coli enteropatogênica (EPEC)

• Áreas de má higiene• Mais importante em lactentes• Clinica: vômitos + mal-estar + febre. Muco nas fezes.

• E. coli entero-hemorragica (EHEC)

• Carne bovina mal cozida e leite não pasteurizado• Toxinas Shiga like associação com SHU (anemia hemolítica +

trombocitopenia + IRA)• Clinica: cólica, vômitos e fezes sanguinolentas (pode simular

abdome agudo)

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BACTERIAS• Salmonella

• Produtos animais contaminados (carne, leite, ovos e aves)

• Incubação: 12-72 horas• Clinica: febre + cólica + diarreia liquida (pode

ter sangue ou muco)• Duração: 2-7 dias

• Casos severos: febre elevada, cefaleia, confusão mental, meningismo e convulsões.

• Bacteremia: meningite, osteomielite e sepse.

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BACTERIAS• Shigella

• Principal causa de disenteria em nosso meio

• Transmissão fecal-oral (alta infectividade)

• Faixa etária: 1-4 anos• Incubação: 1-4 dias• Clinica: diarreia aquosa disenteria +

tenesmo + cólicas.• Duração: 1-2 semanas• São comuns: manifestações

neurológicas (40%)

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BACTERIAS• Clostridium difficile

• Transmissão pessoa a pessoa

• Causa de infecção nosocomial

• Clinica: colite pseudomembranosa (tenesmo + distensão abdominal + dor + febre + desidratação)

• ATBs: cefalosporinas, ampicilina, cindamicina, metotrexate.• Não e dose dependente

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BACTERIAS• Vibrio cholarae

• Transmissão fecal-oral

• Clinica: assintomáticos casos graves • Inicio súbito• Diarreia aquosa (fezes amarelo-esverdeadas, odor peculiar de ‘peixe’,

sem muco ou sangue).• Grande perda de agua e eletrólitos pode levar a morte em poucas

horas!

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PROTOZOARIOS• Giardia lamblia

• Faixa etária: 1-5 anos

• Resistem a cloração da agua

• Incubação: 1-2 semanas

• Clinica: flatulência + cólica• Má absorção: perda de peso e

fezes gordurosas.

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PROTOZOARIOS• Entamoeba histolytica

• Incidência aumenta com a idade

• Transmissão fecal-oral

• Clinica: • 90% são assintomáticos• Se invadir mucosa diarreia persistente, disenteria fulminante,

abscesso hepático, peritonite e perfuração intestinal.

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DIAGNOSTICO

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DIAGNOSTICOAVALIAR DESIDRATAÇÃO!!!

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TRATAMENTO• Objetivo:

• Melhora dos sintomas• Diminuição do tempo da

doença• Prevenção de

complicações• Eliminação dos agentes.

• Reservado a alguns casos:• Imunocomprometido • > 7 evacuações no dia • Diarréia com sangue ou

muco • Diarréia por Shigella,

E.coli enterotoxigênica, V cholerae, Ameba e giárdia e. Salmonelose em 50 anos ou se portador de prótese articular

Ciprofloxacina 500mg VO ou 400mg EV (12/12h)

Ceftriaxone 2g/dia EV 1x/dia Bactrim 800/160 VO 12/12h

Metronidazol - Clostridium difficile

E.coli enterohemorrágica - não deve ser tratada com antibiótico, pois aumenta o risco de SHU.

Antidiarreicos: não devem ser utilizados Inibidores do peristaltismo (loperamida):

não utilizar na presença de febre ou diarreias com sangue.