gabriel vagner - contestação2

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VIVIAN LOPES NASCIMENTO Advogada _______________________________________________________________________________ ____________ EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ DA 54ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – CAPITAL PROCESSO Nº 01340201005402009 GABRIEL VAGNER COIMBRA EPP, pessoa jurídica, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº 09.094.458/001-21, estabelecida na Avenida Interlagos, 2.501 – Jd. Umuarama – CEP 04661-200 – São Paulo/SP, representada pelo Sr. Gabriel Vagner Coimbra, brasileiro, empresário, solteiro, portador da cédula de identidade RG nº 34.564.763 SSP/SP e devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº 326.622.398-59, residente e domiciliado na Rua Padre Vieira, 575 – apto. 174 – B. Jardim ___________________________________________________________________ _____ R: Tirana, n° 606 – sala 02 – Vila Matarazzo – Santo André / SP, Tel.: 4479-1591

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Exmo

VIVIAN LOPES NASCIMENTO

Advogada

___________________________________________________________________________________________

EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ DA 54 VARA DO TRABALHO DE SO PAULO CAPITAL

PROCESSO N 01340201005402009GABRIEL VAGNER COIMBRA EPP, pessoa jurdica, devidamente inscrita no CNPJ sob o n 09.094.458/001-21, estabelecida na Avenida Interlagos, 2.501 Jd. Umuarama CEP 04661-200 So Paulo/SP, representada pelo Sr. Gabriel Vagner Coimbra, brasileiro, empresrio, solteiro, portador da cdula de identidade RG n 34.564.763 SSP/SP e devidamente inscrito no CPF/MF sob o n 326.622.398-59, residente e domiciliado na Rua Padre Vieira, 575 apto. 174 B. Jardim Santo Andr/SP, por sua advogada e bastante procuradora infra-assinado (mandato e contrato social inclusos Doc. 1 e 2), vem, mui respeitosamente a presena de Vossa Excelncia, com fundamento no artigo 847 da CLT, apresentar Defesa e Contestao nos autos da RECLAMAO TRABALHISTA, que lhe move HELINTON MARCELINO JNIOR, j qualificado nos autos, opondo a bem de seus interesses os argumentos de fato e de direito a seguir deduzidos articuladamente, os quais, se necessrio sero cabalmente provados:

RESUMO DA INICIALTimbra a exordial que o Reclamante foi admitido em 01 de setembro de 2008, para exercer a funo de Vendedor demitido imotivadamente no dia 10 de novembro de 2008.

Alega que aps ser demitido, continuou sendo mantido vnculo empregatcio com a Reclamada no perodo de 23 de janeiro de 2009 a 14 de julho de 2009, trabalhando das 09:00h as 19:30h, com 1 hora de intervalo de segunda a sexta, e aos sbados das 9:00h as 16:00h, sem intervalo para o almoo.

Descreve ainda, confusamente, que a partir de 23 de janeiro de 2009, foi transferido para outra loja da Rede Oficina Brasil, laborando das 9:00h as 20:00 de segunda a sexta e, aos sbados das 09:00 as 16:00h.

O Reclamante pleiteia o reconhecimento do vnculo empregatcio entre 01 de setembro 2008 a 15 de julho de 2009, prmio de meta cumprida, horas extraordinrias, pagamento de intrajornada e liberao das guias de seguro-desemprego.

NO MRITODo Contrato de trabalho e da DispensaAlega o Reclamante que foi transferido para outra loja da Reclamada em 23.01.2009 sendo dispensado em 14.07.2009, sem justa causa, juntando para tanto o Termo de Resciso do contrato de trabalho.

Sustenta, ainda, que aps a dispensa no foi pago qualquer valor a ttulo de verbas rescisrias, fazendo jus mesma.

Pleiteia que seja reconhecido o vnculo empregatcio de 01 de setembro de 2008 a 15 de julho de 2009.

No reconhece a Reclamada o vnculo empregatcio, pois conforme documentos juntados pelo Reclamante, houve os devidos registros e as devidas rescises. inconcebvel que haja o reconhecimento de vnculo do perodo de 01 de setembro de 2008 a 15 de julho de 2009, pois no houve transferncia do Reclamante para outra loja e, sim, nova contratao, tendo em vista que tratam-se da mesma rede de lojas e no da mesma empresa, conforme se verifica a prpria denominao empresarial e seu devido CNPJ.

No se pode pleiteiar vnculo empregatcio, sem ter efetivamente trabalhado, pois, com se verifica nos autos, o Reclamante deixou de laborar para a rede de lojas denominada Gabriel Vagner Coimbra EPP, localizada na Avenida Interlagos, 2.501, durante 1 ms e posteriormente, foi devidamente contratado pela empresa GV Coimbra EPP, localizada na Avenida das Naes Unidas, 15.187.

Sendo assim, requer a Reclamada que o pedido do autor seja julgado improcedente pelos motivos acima citados.Das horas extrasO Reclamante salientou em sua exordial que exercia a funo de Vendedor e que laborava das 09:00h as 19:30h, com 1 hora de intervalo de segunda a sexta, e aos sbados das 9:00h as 16:00h, sem intervalo para o almoo.Ora, Excelncia, no merece cabida tal alegao, tendo em vista que ao Reclmante era pago as horas extras que esse eventualmente fazia.Do Prmio por meta cumpridaNo cabe o acolhimento da pretenso do adicional de insalubridade , tendo em vista que o Reclamante no estava exposto a agentes nocivos, conforme classificado nos artigo 189 e 192 da CLT.

Bem como, a empresa fornecia equipamentos de proteo individual e tomava medidas para dirimir ou eliminar a nocividade.

MULTA DO ART. 477 e SEGURO DESEMPREGOA multa do art. 477 da CLT no procede porque as parcelas rescisrias foram pagas no prazo previsto em lei.

DOS DANOS MORAISQuanto ao dano moral, no se encontra evidenciado e no caso depende de prova inequvoca, pois resulta da verificao do efetivo abalo causado esfera ideal do ofendido.

A exigncia da prova do fato, do nexo de causalidade e da culpa - em se tratando de ato ilcito - ou de anormalidade, - em caso de ato lcito -, so os requisitos mnimos persecuo da reparao moral.

O Reclamante no descreve os fatos de forma cristalina a evidenciar quais as condutas ilcitas que o preposto da empresa reclamada cometeu para ensejar o pedido de dano moral.

Do DireitoEvidencia a doutrina serem quatro os elementos essenciais para a responsabilidade civil: ao ou omisso, culpa ou dolo do agente, relao de causalidade e o dano experimentado pela vtima.

Na tica dos ensinamentos a propsito do tema, o dano moral implica sofrimento ntimo, desgosto, aborrecimento, mgoa e tristeza que no repercutem quer no patrimnio quer na rbita financeira do ofendido.

O dolo, por sua vez, consiste na concreta vontade de cometer uma violao de direito, consubstanciando, assim, uma violao deliberada, consciente e intencional do dever jurdico.

O nexo de causalidade representa a relao causa e efeito entre a conduta do empregador e o dano suportado pelo empregado ofendido, sendo imprescindvel a demonstrao indubitvel de que o dano no teria ocorrido sem a conduta geradora do fato causador da ofensa imputado ao recorrido.

Necessrio, tambm, se faz, para a configurao do dano moral, que a conduta tenha causado prejuzos consumados, o que deve ficar robustamente comprovado nos autos, cuja prova incumbe parte autora, inteligncia do previsto no artigo 818 da Consolidao das Leis do Trabalho c/c o artigo 333, inciso I, do Cdigo de Processo Civil, por se tratar de fato constitutivo do seu direito.

No tocante ao tema, a jurisprudncia dos Regionais, inclusive deste Tribunal, pacfica, consoante ementas a seguir:

DANO MORAL. OFENSA IMAGEM DO EMPREGADO. NO-CONFIGURAO. No trazida aos autos qualquer prova da existncia de nexo causal entre o prejuzo sofrido e a relao empregatcia, bem como ser o dano sofrido indene de dvidas, impe-se a manuteno da sentena que indeferiu a indenizao por dano moral. (TRT da 20. Regio - Acrdo Nmero: 1421/04 - Ao/Recurso: Recurso Ordinrio N. 01913-2003-002-20-00-8 - Processo Nmero: 01913-2003-002-20-00-8 - Relator: Juiz Carlos Alberto Pedreira Cardoso)

DANO MORAL. INEXISTNCIA DE PROVA DO ATO ILCITO. INDENIZAO INDEVIDA. Para a caracterizao da responsabilidade civil, faz-se imprescindvel a presena dos seguintes requisitos: fato lesivo voluntrio, decorrente de ao ou omisso, negligncia ou imprudncia do agente; a existncia de dano experimentado pela vtima e o nexo causal entre este dano e o comportamento do agente (Exegese do art. 159 do Cdigo Civil). No provada a culpabilidade pelo ato lesivo invocado ao empregador, tem-se que no concorrem na hiptese todos os pressupostos que autorizam a configurao do instituto jurdico em exame, sendo indevida, portanto, a indenizao pleiteada pela obreira. (TRT da 23 Regio - Processo TRT RO- 01412.2001.021.23.00-1 - Acrdo Nmero: AC. TP. N 2750/2002 - Relator: Juiz Joo Carlos)

ASSDIO MORAL. COBRANAS DE METAS. NO CONFIGURAO. Para configurao do assdio moral e conseqente responsabilizao do empregador por sua indenizao, mister que estejam presentes os seguintes elementos: A) intensidade da violncia psicolgica; b) lapso temporal em que ocorre o assdio; c) conduta do empregador com objetivo de causar dano psquico ou moral ao empregado para marginaliz-lo no seu ambiente de trabalho; d) comprovao do dano. No caso dos autos, a alegao de assdio moral cinge-se cobrana supostamente excessiva de metas. Ocorre que a prova testemunhal comprovou que no houve abuso por parte do empregador. A cobrana do atingimento de metas no extrapola o poder diretivo do Reclamado, pois faz parte do elemento "subordinao jurdica", que compe o vnculo empregatcio. Portanto, o assdio moral inexistente. Recurso a que se nega provimento, no particular. (TRT 09 R.; Proc. 02555-2006-020-09-00-5; Ac. 28912-2007; Quarta Turma; Rel. Des. Arnor Lima Neto; DJPR 05/10/2007)

Vale lembrar e insistir que a reclamao por danos morais haver, igualmente, de fundar-se no trplice requisito do prejuzo, do ato culposo do agente (erro de conduta marcado pela imprudncia, impercia e negligncia) e do nexo de causalidade entre o referido ato e resultado lesivo (Cdigo Civil, art. 186). Cabendo ao ofendido, em princpio, o nus de provar a ocorrncia dos trs requisitos retro-alinhados.Conforme preleciona Srgio Cavalieri Filho, o dever de indenizar advm de intensa dor ou sofrimento experimentado pelo ofendido. "mero dissabor, aborrecimento, mgoa, irritao ou sensibilidade exacerbada esto fora da rbita do dano moral, porquanto, alm de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trnsito, entre os amigos e at no ambiente familiar, tais situaes no so intensas e duradouras, a ponto de romper o equilbrio psicolgico do indivduo. Se assim no se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando aes judiciais em busca de indenizao pelos mais triviais aborrecimentos" ( in Programa de Responsabilidade Civil, 5 ED. revista, ampliada e atualizada de acordo com o novo Cdigo Civil, So Paulo. Malheiros Editores, 2004. pp. pp. 149)

Por todo o exposto, imperiosa se mostra a prova do prejuzo suportado, seja ele material ou imaterial, para que se configure a responsabilidade civil e conseqente obrigao de indenizar, o que no ocorre no caso em tela.

DO COMPORTAMENTO PROCESSUAL DA RECLAMANTE LITIGANTE DE M-FCom o devido respeito, deve-se registrar que o dano moral relativamente recente nos meandros desta Justia Especializada, sendo elevado ao patamar constitucional (artigo 5., incisos V e X), merecendo muita cautela e senso de razoabilidade, para que no se extreme, ao ponto de se transformar o referido instituto em um verdadeiro "salvador da ptria" para cura de todos os males dos empregados, sendo certa a afirmao de que o prestgio concedido ao dano moral pelo legislador constituinte deve ser mantido em sede de razoabilidade.

O pedido de dano moral no importe de R$ 46.500,00 pela eventual ofensa moral, sem haver embasamento algum representa pedido desarrazoado, pois dividindo o valor por 06 meses que foram efetivamente trabalhados, tem-se que o Reclamante pretende uma remunerao mensal de R$ 7.750,00 (sete mil, setecentos e cinquenta mil reais)!!!!.

Impe assinalar que o Reclamante altera a verdade dos fatos, de forma sofismtica, ao pleitear verbas trabalhistas que sabe que ora recebeu, ora so indevidas aproveitar-se da situao da empresa Reclamada, e, por via de conseqncia a condenao da Reclamada nas indenizaes trabalhistas pleiteadas, utilizando-se do referido processo, por estar agraciado pelos benefcios da assistncia judiciria gratuita, com a certeza de que caso o seu pleito seja negado por este H. Juzo, nenhuma penalidade ser aplicada a este.Desta feita, reputa-se a autora litigante de m-f nos termos do art. 17, do CPC, incisos III e V, quais sejam: utilizao do processo para obteno de objetivo ilegal (enriquecimento sem causa) e procedimento de modo temerrio no processo.

Por fim, impugnamos todos os documentos acostados presente. DOS PEDIDOSPor todo o exposto, diante de todos os pedidos formulados pela Reclamante, contidos na pea inicial, so todos devidamente CONTESTADOS, como anteriormente explanado por este, nos tpicos anteriores.DIANTE DO EXPOSTO, requer seja a presente contestao acatada em todos os seus termos, para que sejam julgados improcedentes todos pedidos constantes na exordial.

a)Requer-se, ainda, a compensao de todos os valores pagos, a qualquer ttulo.

b)Protesta-se pela produo de todos os meios de prova em direito admitidos para a demonstrao do alegado, especialmente o depoimento pessoal da Reclamante, sob pena de confisso, juntada e requisio de documentos e informaes, inquirio de testemunhas, vistorias, percias e outras mais cuja convenincia se verifique oportunamente.c)Por derradeiro, com suporte no pargrafo 2, do art. 18, do CPC, requer seja condenado o Reclamante a pagar o valor da indenizao a ser fixado por esse H. Juzo, em razo da litigncia de m-f manifestamente comprovada nos autos.

Neste termos

Pede Deferimento.

Santo Andr, 16 de novembro de 2009

VIVIAN LOPES NASCIMENTO

OAB/SP 283.463________________________________________________________________________R: Tirana, n 606 sala 02 Vila Matarazzo Santo Andr / SP, Tel.: 4479-1591

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