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8/13/2019 GabaritoTrabalho2faseOAB
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XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
2 FASE - TRABALHO
DAMASIO EDUCACIONAL
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO2 FASE
Simulado
Pea:
Ana Michele Lemos foi contratada, na data de 26/10/2009, pela empresa
TECMAISELETRODOMSTICOS LTDA para trabalhar na cidade de Linhares/ES. Ana exercia a
funo de vendedora, recebendo salrio de R$ 1.500,00 por ms, mais comisses que eram
devidamente discriminadas em seu comprovante de pagamento e pagas em perodo
semestral.
Alm do salrio e das comisses, Ana Michele tambm recebia um suplemento de R$
900,00 ofertado pelo fabricante MVK Eletrodomsticos para incentivar a venda de seu
produto.
Ana laborava de segunda a sexta-feira, das 8 s 18horas, com intervalo de uma hora
para refeio e descanso.
Desde a data de sua admisso, Ana recebia o pagamento de auxlio-habitao, de
natureza indenizatria, para custear as despesas com moradia, sendo que tal benefcio
encontrava-se previsto em norma coletiva. Contudo, o pagamento desta vantagem foi
suprimido pelo empregador, sem que ocorresse a negociao em novo instrumento
normativo.
Em 12/07/2013, Ana foi dispensada sem justa causa, sem receber as verbas rescisrias
a que fazia jus.
Como advogado procurado por Ana Michele, redija a pea processual adequada para
defesa de seus interesses, em decorrncia dos fatos narrados, salientado que Ana lhe
informou que est desempregada at o presente momento e sem condies para arcar com as
custas processuais e demais encargos, deixando por escrito tal condio.
(Valor: 5,00)
Quesito Avaliado Faixa de valores
1Reclamao Trabalhista (0,10) pelo rito ordinrio (0,10): artigo 840,
1, CLT (0,10) c/c artigo 282 do CPC (0,10), aplicado subsidiariamente
ao processo do trabalho por fora do artigo 769 CLT (0,10)
0,50
2Endereamento: Excelentssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da
... Vara do Trabalho de Linhares/ES (0,20)0,20
3No submisso Comisso de Conciliao Prvia (0,10) 0,10
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DAMASIO EDUCACIONAL
XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
4 Pagamento das Comisses: indevida a fixao de pagamento das
comisses em perodo excedente a um trimestre (0,20): artigo 4,
pargrafo nico, da Lei 3.207/57 (0,20)
0,40
5 Integrao das gueltas (pagamento realizado pelo fabricante MVK
Eletrodomsticos para incentivar a venda de seu produto)
remunerao (0,20): aplicao por analogia do artigo 457, caput,
3, da CLT (0,10) e da Smula 354 do TST (0,10) e reflexos nas verbas
contratuais e rescisrias (0,10)
0,50
6Horas extras5 horas semanais ou 1 hora extra diria (0,20): artigo
7, XIII e XVI, da CF (0,10) e artigo 58 da CLT (0,10), bem como reflexos
nas verbas contratuais e rescisrias (0,10)
0,50
7Auxlio-Habitao suprimidoas clusulas normativas dos acordos
ou convenes coletivas integram os contratos individuais de trabalho
e somente podero ser suprimidas mediante negociao coletiva de
trabalho (0,20): Smula 277 do TST (0,10)
0,30
8 Verbas Rescisrias: saldo de salrio 12 dias (0,10); aviso prvio
proporcional 39 dias (0,10); 13 salrio proporcional 8/12 (0,10);
frias proporcionais acrescidas do tero constitucional 10/12 (0,10);
depsitos do FGTS sobre saldo de salrios, aviso prvio e dcimo
terceiro (0,10); multa/indenizao compensatria de 40% do FGTS
(0,10); liberao do Termo de Resciso do Contrato de Trabalho (0,10)
e das guias do seguro desemprego (0,10)
0,80
9.1Multas dos artigos 467 (0,10) e 477, 8, CLT (0,10) 0,20
9.2 Justia Gratuita Pedir justia gratuita - a Reclamante no tem
condies de arcar com as custas, tendo, inclusive, firmado declarao
de pobreza (0,10): artigo 790, 3, da CLT OU artigo 4 Lei 1.060/50
(0,10)
0,20
9.3Pedido completo: Procedncia (0,10) dos pedidos de pagamento
das comisses em perodo trimestral ou inferior (0,10); integrao das
gueltas e reflexos (0,10); uma hora extra diria ou cinco horas extras
semanais e respectivos reflexos (0,10); pagamento referente
supresso do auxlio-habitao (0,10); indicao das verbas rescisrias
(0,10); TRCT (0,10) e guias (0,10); multas dos artigos 467 e 477, 8, da
1,00
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CLT (0,10) e Justia Gratuita (0,10)
9.4 Fechamento tradicional: Notificao da Reclamada (0,10) /
Protesto por provas (0,10) / Valor da Causa (0,10)0,30
Questes:
1. Rosemarie Lopes foi contratada pelo Circo "S Alegria LTDA, por meio de contrato
de experincia, em 28/10/2012, na forma estipulada pela Consolidao das Leis do Trabalho,
para realizar a atividade de malabarista em diferentes localidades do Brasil. Na data de
19/12/2012, a empregada descobriu o seu estado gravdico de trs semanas, por meio da
realizao de exames laboratoriais. Diante de tal fato, Rosemarie informou imediatamente a
empresa acerca de sua gravidez, solicitando a manuteno de seu contrato de trabalho. Seu
superior hierrquico, insatisfeito com a situao, argumentou que a gestante no faria
garantia no emprego, vez que engravidou no curso de um contrato de experincia,
ainda,dispensou a empregada sem justa causa. Considerando a situao hipottica
apresentada, responda de forma fundamentada, s seguintes indagaes:
a)A empregada Rosemarie faz jus estabilidade provisria? Neste sentido, indique se
possvel propor alguma medida judicial para defesa de seus interesses, indicando os
fundamentos legais e/ou jurisprudenciais aplicveis ao caso em tela. (Valor: 0,60)
b) Caso seja possvel a propositura de uma medida judicial para restaurar a relao
empregatcia, qual ser o foro competente? Fundamente sua resposta com base nas regras de
Competncia Territorial da Justia do Trabalho. (Valor: 0,65)
Questo 01 Faixa de Valores
a) A estabilidade da empregada gestante est disciplinada no artigo 10, II, b, do ADCT,e se inicia com a confirmao da gravidez at 5 meses aps o parto (0,15). Sobre o tema,a Smula 244, III, do TST, aduz que a empregada gestante tem direito a estabilidade
provisria, mesmo que o pacto laboral tenha sido estipulado por contrato deexperincia (0,15). Assim, sendo detentora de garantia no emprego, Rosemariepoder propor Reclamao trabalhista - artigo 840, 1, CLT; c/cartigo 282 CPC e artigo769 CLT, pleiteando, por tutela antecipada, nos termos do artigo 273 do CPC, suareintegrao ao emprego, ou, sendo esta invivel ou desaconselhvel, indenizaosubstitutiva - artigo 496 da CLT OU Smula 396, I, do TST (0,30).
0,60
b) A empresa, Circo S Alegria, pela natureza da atividade que exerce, realiza
espetculos em diferentes locais do Brasil. Assim, com fulcro no artigo 651, 3, CLT(0,35), verifica-se que Rosemarie poder propor a Reclamao Trabalhista no local dacontratao ou no ltimo local de prestao de servio (0,30).
0,65
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2. Determinada Reclamao Trabalhista foi julgada procedente e, com a deciso, foi
apresentada tabela com a respectiva liquidao do valor da condenao. O prazo recursal
transcorreu in albise o Magistrado iniciou a execuo ex officio. A Reclamado foi devidamente
notificado para cumprir a sentena, quedando-se inerte. Ato subsequente, o Juiz determinou a
penhora de numerrios da conta bancria da Reclamado. Imediatamente, o advogado da
empresa impetrou mandado de segurana para defesa dos interesses de seu cliente. Com base
na jurisprudncia trabalhista consolidada, responda, de forma fundamentada:
a) No caso em tela, fere direito lquido e certo do impetrante o ato judicial que
determina penhora em dinheiro do Executado? Fundamente.(Valor: 0,60)
b) luz do artigo 880 da CLT, legtima a execuo ex officio realizada pelomagistrado?Justifique sua resposta. (Valor: 0,65)
Questo 02 Faixa de Valores
a) No presente caso, no fere direito lquido e certo do impetrante o ato judicial quedetermina penhora em dinheiro do Executado, em execuo definitiva, para garantir crditoexequendo (0,20), uma vez que obedece ordem prevista no artigo 655 do CPC, aplicadopor fora do artigo 769 da CLT (0,20), conforme prescreve a Smula 417, I, do TST (0,20).
0,60
b) Trata-se do princpio do impulso oficial na execuo, autorizado pelo artigo 878 da CLT(0,35), o qual prev que aexecuo poder ser promovida por qualquer interessado, ou exofficio pelo prprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente. Diante da interpretaosistemtica, legtima a execuo ex officiorealizada pelo magistrado (0,30). A previso daCLT informa que o juiz est dentre os legitimados para promover a execuo trabalhista, deforma diversa do previsto no ordenamento comum, em que vigora o princpio da demanda,dispositivo ou da inrcia da jurisdio.
0,65
3. Em 18/09/2011, Flix foi contrato por Manoel como auxiliar de servios gerais. Em
09/01/2012, por meio dos demais empregados, Manoel tomou cincia de que Flix era
portador do vrus HIV. Em 15/01/2012, o empregado foi dispensado sem justa causa e todas as
verbas rescisrias foram devidamente quitadas, inclusive o avisoprvio indenizado, alegando,
o empregador, que preferia que Flix deixasse de frequentar a empresa o mais breve possvel,
em razo de suas "condies".
Em 14/05/2013, Flix props Ao Trabalhista, argumentando que sua dispensa fora
discriminatria em decorrncia de ser portador do vrus HIV.Em contestao, a empresa
alegou que sequer tinha conhecimento de que o empregado era soropositivo. sustentou,
ainda, que o nus da prova quanto ao motivo da dispensa seria do empregado Flix.
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XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
Os pedidos formulados na ao foram julgados improcedentes, sob o fundamento de
que o empregado no logrou xito em comprovar a dispensa discriminatria, nus este que
lhe cabia.
Diante do caso exposto, questiona-se: O Magistrado agiu com acerto em sua deciso?
Fundamente sua resposta. (Valor: 1,25)
Questo 3 Faixa de Valores
a) direito potestativo do empregador dispensar de forma imotivada qualquer empregado,exceto aqueles detentores de estabilidade ou garantia de emprego. Porm, o atodiscriminatrio do empregador que motiva a dispensa em razo da condio peculiar dotrabalhador fere diversos preceitos bsicos constitucionais, como: dignidade da pessoa
humana e valor social do trabalho e da livre iniciativa artigo 1, III, IV, CF/88; erradicaodo preconceito e da discriminao artigo 3, IV, CF/88; princpio da igualdade artigo 7,XXX, XXXI e XXXII, ambos da CF; dentre outros (0,30).O TST, em sua Smula 443 (0,35),presume que, uma vez tomada cincia da enfermidade, toda dispensa sem justa causa deempregados portadores de doenas graves, como o HIV, discriminatria, sendo invlido oato, o empregado tem direito reintegrao no emprego (0,30). Portanto, a sentenaproferida pelo Magistrado no est correta (0,30).
1,25
4. O Municpio de Santa Luz, necessitando efetivar a contratao de profissional
mdico, contratou, por meio de empresa interposta, a prestao de servios do Doutor Rafael
Mendes, sem a realizao de concurso pblico. Sob estas condies, Rafael, cardiologista,
atendeu diariamente no hospital municipal durante trs anos, no perodo de novembro de
2010 a novembro de 2013, juntamente com outro mdico cardiologista do quadro de efetivos
servidores municipais concursados. Ambos exerciam as mesmas funes e cumpriam a mesma
carga horria. Contudo, Rafael, por no ser concursado, percebia salrio 25% inferior ao seu
colega de trabalho. Diante do caso hipottico apresentado, responda de forma fundamentada
se Rafael Mendes faz jus ao reconhecimento de vnculo de emprego e ao recebimento dos
mesmos direitos de seu colega cardiologista. (Valor: 1,25)
Questo 04 Faixa de Valores
a) Inicialmente, importante destacar que a terceirizao irregular pela AdministraoPblica no gera vnculo de emprego com o trabalhador terceirizado (0,30), nos termos daSmula 331, II, do TST OU artigo 37, II, da CF (0,30). Entretanto, em conformidade com a OJ383 da SDI-I do TST (0,35), embora no ocorra a formao de vnculo empregatcio, peloprincpio da isonomia, assegurado o direito aos empregados terceirizados s mesmasverbas trabalhistas legais e normativas asseguradas queles contratados pela AdministraoPblica, desde que presente a igualdade de funes. Desta forma, Rafael faz jus ao
acrscimo de 25% sobre seu salrio, conforme recebido por seu colega cardiologista (0,30).
1,25