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SIMULADOS INÉDITOS - XXV EXAME DA OAB 2º Simulado Equipe de Professores Estratégia OAB 68 Na aula de hoje trazemos o gabarito e comentários do 2º Simulado Inédito. Espero eu todos tenham acertado, ao menos, 40 questões! Caso você não tenha atingido esse número, não se desanime! Lembro, por fim, que teremos o terceiro simulado em breve. Bons estudos a todos. Gabarito Q1. D Q2. A Q3. C Q4. A Q5. A Q6. C Q7. C Q8. A Q9. B Q10. C Q11. B Q12. D Q13. D Q14. C Q15. B Q16. D Q17. D Q18. D Q19. A Q20. A Q21. D Q22. C Q23. B Q24. D Q25. D Q26. C Q27. B Q28. C Q29. D Q30. C Q31. D Q32. A Q33. A Q34. D Q35. C Q36. B Q37. D Q38. B Q39. A Q40. D Q41. C Q42. B Q43. C Q44. B Q45. A Q46. C Q47. D Q48. B Q49. B Q50. D Q51. C Q52. B Q53. D Q54. A Q55. C Q56. B Q57. B Q58. D Q59. A Q60. D Q61. D Q62. B Q63. C Q64. B Q65. C Q66. A Q67. D Q68. C Q69. A

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SIMULADOS INÉDITOS - XXV EXAME DA OAB 2º Simulado

Equipe de Professores Estratégia OAB

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Na aula de hoje trazemos o gabarito e comentários do 2º Simulado Inédito.

Espero eu todos tenham acertado, ao menos, 40 questões! Caso você não tenha

atingido esse número, não se desanime! Lembro, por fim, que teremos o terceiro

simulado em breve.

Bons estudos a todos.

Gabarito

Q1. D

Q2. A Q3. C

Q4. A

Q5. A Q6. C

Q7. C Q8. A

Q9. B Q10. C

Q11. B Q12. D

Q13. D Q14. C

Q15. B Q16. D

Q17. D Q18. D

Q19. A

Q20. A Q21. D

Q22. C Q23. B

Q24. D

Q25. D Q26. C

Q27. B

Q28. C Q29. D

Q30. C Q31. D

Q32. A Q33. A

Q34. D Q35. C

Q36. B Q37. D

Q38. B Q39. A

Q40. D Q41. C

Q42. B

Q43. C Q44. B

Q45. A Q46. C

Q47. D

Q48. B Q49. B

Q50. D

Q51. C Q52. B

Q53. D Q54. A

Q55. C Q56. B

Q57. B Q58. D

Q59. A Q60. D

Q61. D Q62. B

Q63. C Q64. B

Q65. C

Q66. A Q67. D

Q68. C Q69. A

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Q70. A Q71. D

Q72. D Q73. A

Q74. D Q75. B

Q76. C Q77. C

Q78. A Q79. B

Q80. D

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SIMULADOS INÉDITOS - XXV EXAME DA OAB 1º Simulado - Comentários

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Lista de Questões com Comentários

Código de Ética e Estatuto da OAB

Questão 01

Sobre a competência do Conselho Federal marque alternativa incorreta:

a) Intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave

violação desta lei ou do regulamento geral.

b) Julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos

Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral.

c) Ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de

injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;

d) Representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais

dos advogados, mediante procuração individual.

Comentários

Gabarito: Letra D

Fundamentação legal: Art. 54, incisos II, VII, IX e XIV, EAOAB.

Questão 02

Sobre a competência do Conselho Seccional marque alternativa incorreta:

a) Os membros honorários vitalícios os seus ex-presidentes tem direito a voz

e a voto em suas sessões.

b) Criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados.

c) Intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados.

d) Editar seu regimento interno e resoluções.

Comentários

Gabarito: A

Fundamentação legal: Art. 56, parágrafo 1 e Art. 58, inciso I, II e XV EAOAB

Questão 03

Sobre as eleições e mandatos na OAB marque alternativa incorreta:

a) Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, quando

ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento

do profissional;

b) Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, quando

o titular sofrer condenação disciplinar;

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Professores Estratégia OAB 71

c) Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, quando o titular faltar, sem motivo justificado, a duas reuniões ordinárias

consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser

reconduzido no mesmo período de mandato.

d) Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de

fevereiro do ano seguinte ao da eleição.

Comentários

GABARITO: LETRA C.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Art. 65, parágrafo único c/c Art. 66, EAOAB.

Questão 04

Sobre o processo disciplinar na OAB marque alternativa correta:

a) O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial tenha

ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal.

b) A jurisdição disciplinar exclui a comum e, quando o fato constituir crime

ou contravenção, deve ser comunicado às autoridades competentes.

c) O processo disciplinar instaura-se somente mediante representação de

qualquer autoridade ou pessoa interessada.

d) É vedado a revisão do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por

condenação baseada em falsa prova.

Comentários

Gabarito: A

Fundamentação legal: Art. 71, 72, 73 e 74 EAOAB

Questão 05

Sobre a advocacia pro bono, marque alternativa correta:

a) Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e

voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins

econômicos.

b) A advocacia pro bono não pode ser exercida em favor de pessoas naturais

que, igualmente

c) A advocacia pro bono pode ser utilizada para fins político-partidários ou

eleitorais.

d) A advocacia pro bono pode incentivar a captação de clientela.

Comentários

Gabarito: A

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Fundamentação legal: Art. 30, CE

Questão 06

Sobre o sigilo profissional, marque alternativa correta:

a) O sigilo profissional não abrange os fatos de que o advogado tenha tido

conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos

Advogados do Brasil.

b) O sigilo profissional é de ordem pública, dependendo de solicitação de

reserva que lhe seja feita pelo cliente.

c) Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre

advogado e cliente

d) O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e

árbitro, não se submete às regras de sigilo profissional.

Comentários

Gabarito: C

Fundamentação legal: Art. 35 e 36, CE

Questão 07

Sobre as regras de publicidade profissional, marque alternativa correta:

a) É permitido a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e

televisão;

b) a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras

atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras;

c) o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados

na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo

permitida a referência a e-mail;

d) as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer

espaço público;

Comentários

Gabarito: Letra C

Fundamentação legal: Art. 40, inciso I a VI, CE.

Questão 08

Sobre as regras do desagravo público, marque alternativa correta:

a) O inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente em razão do

exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho competente, de ofício, a seu

pedido ou de qualquer pessoa.

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Professores Estratégia OAB 73

b) O relator não pode propor o arquivamento do pedido se a ofensa for pessoal, se não estiver relacionada com o exercício profissional ou com as

prerrogativas gerais do advogado ou se configurar crítica de caráter

doutrinário, político ou religioso.

c) O desagravo público, como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, depende de concordância do ofendido, que não

pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho.

d) Compete ao Conselho Seccional promover o desagravo público de

Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional.

Comentários

Gabarito: Letra A

Fundamentação legal: Art. 18 e 19, RE.

Direito Constitucional

Questão 09

Mévio, tendo tomado ciência acerca de decisão judicial proferida em seu

processo, que determinou exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretendia discutir a exigibilidade

de crédito tributário, questiona seu advogado sobre o caso, sendo informado que tal determinação seria inconstitucional cabendo uma medida judicial.

Nesse sentido, em consonância com o sistema jurídico constitucional

brasileiro, assinale a alternativa correta:

a) Interpor Recurso Extraordinário perante o STF, em razão de ofensa a

interpretação sumulada do Supremo Tribunal.

b) Ingressar com Reclamação Constitucional no Supremo Tribunal Federal,

por contrariar matéria já objeto de súmula vinculante.

c) Apresentar recurso de apelação para obter reforma da decisão recorrida.

d) Ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça,

tendo em vista que a decisão judicial viola diretamente texto constitucional.

Comentários

Meus amigos, questão bem simples e direta. Estamos diante de caso em que o

STF já se posicionou por meio da Súmula vinculante nº 28. “é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial

na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”.

A questão afirma que houve decisão judicial em sentido oposto ao entendimento

sumulado do Supremo. Nesse caso, estamos diante da possibilidade de uma

reclamação constitucional (art. 103-A, §3° CRFB/88). Gabarito letra b.

Questão 10

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SIMULADOS INÉDITOS - XXV EXAME DA OAB 1º Simulado - Comentários

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Professores Estratégia OAB 74

No que tange aos limites do poder de reforma e à sistemática das Emendas

Constitucionais, é correto afirmar que:

a) É possível o uso de Emenda Constitucional desde que haja a iniciativa de

dois quintos dos membros do Congresso Nacional.

b) A constituição não estabelece limites materiais ou formais ao poder de

reforma.

c) A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três

quintos dos votos dos respectivos membros.

d) A Constituição não poderá ser emendada apenas na vigência de

intervenção federal ou estado de sítio.

Comentários

a) Errada. Opa! Questão pegadinha. O inciso I do art. 60 da CF/88 diz que “a Constituição poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no mínimo,

dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal”.

b) Errada. Existe sim limites ao poder de reforma. E eles se encontram no art. 60

§4° da CF/88.

c) Correta. Este é o gabarito. É a redação literal do art. §2° do art. 60 da CF/88.

d) Errada. Mais uma pegadinha. Cuidado. A CRFB/88 não pode ser emendada na

vigência de intervenção federal, estado de defesa ou de estado de sítio.

Questão 11

Estado K editou Lei Estadual nº. 1234 prevendo que empresas privadas poderiam patrocinar bolsas de estudos para professores em faculdades

particulares. Em contrapartida, tais professores ficariam obrigados a lecionar, durante determinado tempo, para cursos de alfabetização ou

aperfeiçoamento dos funcionários das empresas patrocinadoras. Durante debate jurídico, você na qualidade de advogado foi instado a se manifestar.

Assinale a alternativa correta:

a) A referida Lei é inconstitucional, tendo em vista que a matéria é objeto

de competência privativa da União.

b) O Estado K pode editar a Lei sobre patrocínio de bolsas de estudo, pois o tema se insere no âmbito da competência concorrente, sendo constitucional

a lei em questão.

c) A Lei é inconstitucional, pois a competência é dos Municípios para

disciplinar a matéria.

d) A lei é constitucional, pois compete privativamente aos Estados disciplinar

sobre educação e ensino.

Comentários

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Temos uma questão que a OAB adora. O tema da Repartição da competência dos entes federativos. No caso prático, estamos diante de matéria relacionada à

educação e ensino. E, nesse sentido, a CRFB/88 estabelece em seu art. 24, IX, que “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

concorrentemente sobre (...) educação, cultura, ensino, desporto, ciência,

tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação”. Gabarito letra B.

Questão 12

Acerca dos direitos e garantias fundamentais previstos na CRFB/88, marque

a alternativa correta:

a) ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de

convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de

obrigação legal a todos imposta;

b) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,

durante o dia, por determinação judicial;

c) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada

para o mesmo local, sendo apenas exigido prévia autorização à autoridade

competente;

d) a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o

terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os

mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem;

Comentários

a) Errada. A questão não está 100%. A CRFB/88 fala em “salvo se as invocar

para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir

prestação alternativa, fixada em lei.

b) Errada. Pegadinha. No caso de flagrante delito ou desastre ou prestar socorro não há restrição de horário. Agora, nos demais casos deve ser durante o dia e

com determinação judicial.

c) Errada. Não há necessidade de autorização. Basta prévio aviso à autoridade

competente.

d) Correta. É exatamente o teor do art. 5º, LIII, CRFB/88. Muita atenção, pois

a Constituição fala em “inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia”.

Questão 13

A Constituição Federal traz em seu texto quais são os legitimados para

propor uma ação direta de inconstitucionalidade. Dentre as alternativas que

seguem, assinale a opção incorreta:

a) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil

b) Presidente da República

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c) Partido político com representação no Congresso Nacional

d) Entidade de classe

e) Procurador-Geral da República

Comentários

Muito cuidado! De acordo com o art. 103 da CF/88, inciso IX, não é qualquer entidade de classe. Trata-se de entidade de classe de âmbito nacional a

legitimada para a propositura da ADI. Gabarito letra D.

Questão 14

Diante de uma grave denúncia de prática de crime de responsabilidade pelo Presidente da República, a Câmara dos Deputados, por dois terços de seus

integrantes, admitiu a acusação contra o Presidente. Nessa senda, de acordo com a CRFB/88 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o

afastamento do Presidente da República do exercício de seu mandato

a) caberá à Câmara dos Deputados após juízo de admissibilidade.

b) caberá ao Supremo Tribunal Federal após a instauração do processo.

c) dependerá da instauração do processo pelo Senado após juízo de

admissibilidade desta casa.

d) dependerá de decisão conjunta da Câmara e do Senado.

Comentários

Em relação aos crimes de responsabilidade, o Presidente da República será processado e julgado pelo Senado Federal. O seu afastamento ocorrerá após a

instauração do processo pelo Senado. Guardem isso com carinho! :)

Vale destacar que, na ADPF 378, o STF firmou entendimento que, além do juízo

de admissibilidade da Câmara dos Deputados, o processo somente será instaurado após um juízo de admissibilidade da denúncia feito pelo Senado

Federal. O Senado Federal poderá, então, mesmo após a autorização da Câmara dos Deputados, decidir pela não instauração do processo contra o Presidente da

República. O gabarito é a letra C.

Questão 15

Considere a seguinte situação hipotética: Jorge é cidadão brasileiro e

empregado público concursado do Banco do Brasil, sociedade de economia mista federal. Em 2017, acabou recebendo promoção para a agência

bancária situada na cidade de Viena - Áustria, onde permaneceu até 2022. Enquanto trabalhava nessa cidade, Jorge conheceu Sharapova, cidadã russa,

com quem teve um breve relacionamento. Dessa relação nasceu Marina. Considerando o caso hipotético e o texto da Constituição brasileira de 1988,

a filha do casal:

a) será brasileira nata se os pais a tiverem registrado no consulado brasileiro

e caso venha a residir no Brasil até os 18 anos.

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b) é brasileira nata, independentemente de qualquer opção ou registro

consular.

c) será brasileira nata se vier a residir no Brasil e opte por tal nacionalidade

até um ano após a maioridade.

d) será brasileira nata se os pais a tiverem registrado no consulado brasileiro

e caso opte, a qualquer tempo, por tal nacionalidade.

e) não poderá acumular a nacionalidade brasileira nata que lhe seja reconhecida com eventuais nacionalidades natas austríaca e russa, que lhe

sejam garantidas pela legislação desses países.

Comentários

Vamos lá. Jorge é brasileiro nato e estava no exterior a serviço da República Federativa do Brasil, portanto sua filha será brasileira nata independentemente

de qualquer opção ou registro. Essa é a condição do art. 12º, inciso I, alínea b,

da CRFB/88. Gabarito letra B.

Direito Civil

Questão 16

Antônio celebra contrato de compra e venda de um veículo automotor com

Pedro, pelo valor de R$10.000,00. No entanto, o veículo não seria entregue naquele momento, mas posteriormente, ainda que devesse ser o preço pago

desde já. Sobre a situação narrada, assinale a alternativa correta:

a. Sendo Pedro filho de Antônio, podem Marina e Santiago, irmãos de Pedro,

requerer a anulação do contrato, não subsistindo ele para qualquer efeito,

se demonstrado que a real intenção daqueles era evitar que fosse o veículo tido como adiantamento da legítima em favor de Pedro, já que seu valor real

era de R$120.000,00;

b. Caso o negócio jurídico tenha sido levado a efeito quanto Antônio se

encontrava em situação de iminente insolvência, e anulado por fraude contra credores na sequência, o veículo ou o valor equivalente é transferido ao

credor que requereu a anulação;

c. Tendo-se em conta que Antônio celebrou o negócio para salvar sua ex-

companheira das consequências de um grave acidente automobilístico, é irrelevante que Pedro soubesse do fato, já que, por não ser ela membro da

família de Antônio, irreconhecível vício de consentimento;

d. Se o valor do automóvel for de R$120.000,00, Antônio poderá anular o

negócio, ante a desproporcionalidade manifesta da contraprestação, mesmo

que Pedro não quisesse de aproveitar da premente necessidade daquele.

Comentários

A alternativa A está incorreta, já que, a despeito da evidente situação de simulação (Antônio e Pedro simularam uma compra e venda para mascarar uma

doação, em vista do preço vil praticado), o art. 167 permite validar o negócio

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dissimulado, a doação (“É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma”), entendendo-se-a,

posteriormente, como adiantamento da legítima.

A alternativa B está incorreta, na dicção do art. 165: “Anulados os negócios

fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que

se tenha de efetuar o concurso de credores”.

A alternativa C está incorreta, na conjugação dos arts. 156, caput (“Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou

a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa”, com seu parágrafo único (“Tratando-se de

pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias”). Ou seja, o conhecimento da outra parte é relevante para se

compreender o referido vício de consentimento.

A alternativa D está correta, como se extrai do art. 157 (“Ocorre a lesão quando

uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a

prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta”), que

não exige dolo de aproveitamento da contraparte.

Questão 17

Lauro e Fernando se envolveram em acidente automobilístico, em

15/06/2015. Fernando prontamente reconheceu o erro e assumiu a culpa pelo ocorrido, já que havia recebido há pouco notícia sobre a piora da

condição de saúde de seu companheiro, prestes a morrer. Advogado, pediu a Lauro que comparecesse a escritório no dia seguinte, para acertarem o

assunto. Desde já, solicitou a ele que levasse o veículo à concessionária, para um orçamento, e para a oficina de Sérgio, conhecido mecânico seu. No

dia seguinte, eles se encontram no escritório de Fernando e entabulam

acordo verbal para reparar os danos ocorridos.

Sobre o caso narrado, assinale a alternativa correta:

a. Se Lauro e Fernando tivessem se casado em 23/09/2016 e se divorciado

em 19/11/2019, teria a prescrição se interrompido, o que possibilitaria a

Lauro manejar a ação no dia seguinte à dissolução da sociedade conjugal;

b. Se Fernando, em 10/06/2019, fizer termo de confissão de dívida,

reconhecendo a culpa pelo acidente, a prescrição continua a correr, eis que

tal ato deve ser judicial ou homologado pelo juiz;

c. Já pode Fernando renunciar, hoje, à prescrição, desde que isso não prejudique terceiros, de maneira expressa ou tácita, sendo que, neste caso,

se presume a renúncia de Fernando por fato que seja compatível com a

prescrição;

d. Se Lauro entrasse com a ação de indenização em face de Fernando em 15/06/2019, estaria ela prescrita, já que o prazo para as ações de reparação

são, segundo o Código Civil, de três anos, sendo que esse prazo não pode

ser alterado pelas partes.

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Comentários

A alternativa A está incorreta, porque o art. 197, inc. I (“Não corre a prescrição

entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal”) prevê causa de

suspensão da prescrição, não da interrupção.

A alternativa B está incorreta, pela cumulação do art. 202, inc. VI (“A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á por

qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor”) com seu parágrafo único (“A prescrição interrompida

recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo

para a interromper”).

A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 191: “A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,

depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição”. Como a prescrição da

reparação civil ocorre em três anos, conforme o art. 206, §3º, inc. V (transcrito

abaixo), ela só ocorreria em 16/06/2018, não sendo possível a renúncia expressa antes dessa data. Errada também porque na renúncia tácita o ato deve ser

incompatível com a prescrição.

A alternativa D está correta, na conjugação do art. 206, § 3º, inc. V (”Prescreve

em três anos a pretensão de reparação civil”) com o art. 192 (“Os prazos de

prescrição não podem ser alterados por acordo das partes”).

Questão 18

Victor e Daniel celebram contrato de compra e venda de um lote de 50.000

caixas contendo, cada caixa, 100 canetas da marca X, modelo Y, a serem entregues por aquele em até 30 dias da celebração do contrato. Ao fixarem

o preço, estabelecerem que o valor da venda seria estabelecido de determinada maneira, mas não se o prefixando no próprio contrato. Não

poderiam ter deliberado, porém, que sua fixação:

a. ficaria a cargo de Carolina, escolhida pelas partes já no contrato, e que,

se ela não fizesse a escolha em até 5 dias da notificação, passaria tal poder

a Ana, irmã de Victor;

b. se obteria pela média ponderada dos preços dos três tipos de macarrão

instantâneo mais vendidos nos três minimercados mais próximos, em linha

reta, do estabelecimento comercial de Daniel, no dia 07/12/2017;

c. se obteria diretamente em razão da média aritmética do valor da arroba do boi gordo na cidade de Lucas do Rio Verde e de Ribeirão Preto, em

07/12/2017 e em 08/12/2017, respectivamente;

d. seria obtida com o índice de confiança no mercado de canetas fornecido

pelo gerente da filial de Carolina, sediada em Niterói, em função da

perspectiva dela em relação ao crescimento do mercado.

Comentários

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A alternativa A está incorreta, como se extrai do art. 485: “A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou

prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito

o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa”.

A alternativa B está correta, de acordo com o art. 487: “É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva

determinação”.

A alternativa C está incorreta, conforme o art. 486: “Também se poderá deixar

a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e

lugar”.

A alternativa D está correta, pois, como visto, o art. 487 exige que seja o preço baseado em parâmetro “de objetiva determinação” e a perspectiva de Carolina

sobre o crescimento do mercado é subjetiva, depende de avaliação pessoal dela.

Questão 19

Maurício pretende alienar a Lucas um veículo modificado para suportar

condições de tráfego adversas, que permitem, segundo aquele, a prática de trilhas em vias rudimentares. Lucas, apaixonado pelo esporte, encontrou ali

uma ótima oportunidade de negócio, já que o seu veículo permite que ele percorra apenas trilhas destinadas a amadores, impedindo-o de competir em

eventos profissionais. O valor do jipe, porém, é bastante alto, pelo que convencionam eles o pagamento do preço em prestações mensais e

consecutivas. Além disso, apesar da entrega, Maurício continuará a ser proprietário do bem até determinado momento. A tradição induziria a

transmissão da propriedade móvel mesmo se:

a. Maurício ainda não tivesse recebido integralmente o preço;

b. Lucas ainda não tivesse manifestado seu agrado, unilateralmente;

c. Maurício tivesse reservado para si o domínio do bem;

d. Lucas ainda não tivesse comprovado as qualidades propagandeadas por

Maurício.

Comentários

A alternativa A está correta, já que este seria caso de adimplemento a termo, ou seja, uma “compra a prazo”, que transmite a propriedade da coisa

imediatamente, salvo se fosse o negócio estabelecido com reserva de domínio,

como permite o art. 521, mas que não foi mencionado no exercício.

A alternativa B está incorreta, conforme o art. 509: “A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa

lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não

manifestar seu agrado”. Sem a manifestação não se transmitiria a propriedade.

A alternativa C está incorreta, segundo o art. 521: “Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja

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integralmente pago”. A venda com reserva de domínio, assim, impede a

transmissão da propriedade.

A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 510: “Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha

as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se

destina”.

Questão 20

André, casado com Mariana sob o regime da comunhão universal de bens,

depois de alguns anos de um relacionamento conturbado, separa-se de fato desta. Mariana, então, começa a relacionar-se com Rodrigo e pretende com

este se casar. Se já estivessem divorciados, Mariana e Rodrigo não estariam

impedidos de casar se:

a. Guilherme, cunhado de Rodrigo, tivesse sido nomeador curador de

Mariana;

b. Vitória, adotada por Mariana e André, estivesse judicialmente separada

de Rodrigo;

c. Mariana, adotada por Claudio, não tivesse convivido na mesma casa com

Rodrigo, filho consanguíneo daquele;

d. Rodrigo fosse o avô de André.

Comentários

A alternativa A está correta, já que o art. 1.523, inc. IV prevê causa suspensiva

do casamento, e não impeditiva: “Não devem casar o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa

tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem

saldadas as respectivas contas”.

A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 1.521, inc. III: “Não podem casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi

do adotante”.

A alternativa C está incorreta, art. 1.521, inc. V: “Não podem casar o adotado

com o filho do adotante”.

A alternativa D está incorreta, art. 1.521, inc. II: “Não podem casar os afins em linha reta”, já que Rodrigo, no caso, seria o pai do sogro de Mariana, parente por

afinidade em linha reta.

Questão 21

Aroldo faleceu, deixando quatro filhos: Carlos, o filho mais velho, Bruno, Fabiano e Amanda, a filha mais nova. Os herdeiros não entraram em

consenso acerca da divisão do patrimônio do falecido pai, acusando-se mutuamente de tentarem tirar proveito da morte dele, bem como de

enganá-lo, em vida, acerca de sua real situação patrimonial. Amanda, porém, avessa à briga dos irmãos, e necessitando de dinheiro para concluir

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a abertura de um food truck, pretende alienar o mais rapidamente possível

os bens a que tem direito. Sobre a situação narrada, é correto afirmar que:

a. Amanda pode ceder sua quota hereditária a João, mesmo Carlos a

querendo para si;

b. Se Amanda ceder sua quota hereditária a João, sem o conhecimento de Carlos, pode ele, depositando o preço, havê-la para si, no prazo de 180 dias

da abertura da sucessão;

c. Amanda pode ceder seu direito à sucessão aberta, desde que o faça por

documento com reconhecimento de firma em cartório;

d. Se Aroldo deixasse quatro sobrados idênticos, por ele construídos pouco

tempo antes do falecimento, a cessão desses sobrados, feita por Amanda, é

válida, mas ineficaz.

Comentários

A alternativa A está incorreta, conforme o art. 1.794: “O coerdeiro não poderá

ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro coerdeiro

a quiser, tanto por tanto”.

A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 1.795: O coerdeiro, a quem

não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a

transmissão”, e não em 180 dias da abertura da sucessão.

A alternativa C está incorreta, segundo o art. 1.793: “O direito à sucessão

aberta, bem como o quinhão de que disponha o coerdeiro, pode ser objeto de

cessão por escritura pública”.

A alternativa D está correta, de acordo com o art. 1.793, § 2º: “É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança

considerado singularmente”.

Questão 22

Marcos, 29 anos, fora interditado por seus pais, em 2012, em virtude de doença mental grave. Em 2014, ele passou a fazer parte de um estudo

científico que testava uma nova classe de medicamentos específicos para

sua doença. Com os resultados significativos obtidos, o medicamento foi aprovado pelos órgãos reguladores e passou a ser distribuído pelo SUS, dado

que sua eficácia era muito elevada. O uso contínuo do medicamento permite às pessoas com aquela deficiência uma vida mais “comum”, porque ele

controla os surtos psicóticos de tal forma que Marcos não teve nenhum episódio relacionado à doença nos últimos dois anos. Em 2017, Marcos

requereu judicialmente fixação de apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, elegendo seus pais, que são de sua confiança, para tanto. O Juízo

acatou o pedido.

Acerca da capacidade de Marcos e suas consequências jurídicas, assinale a

alternativa correta:

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a. Ele é relativamente incapaz, já que possui causa transitória ou

permanente que lhe impede de exprimir sua vontade;

b. Se Marcos se tornar dependente químico, poderá ser reconhecida sua

incapacidade em virtude da doença mental;

c. Marcos, sendo plenamente capaz, poderá ser submetido à curatela;

d. É nulo o negócio jurídico celebrado por Marcos.

Comentários

A alternativa A está incorreta, já que as causas de incapacitação da pessoa com

deficiência previstas no CC/2002 foram revogadas pelo Estatuto da Pessoa com

Deficiência.

A alternativa B está incorreta, porque a doença não será causa de incapacitação, mas sim o vício, nos termos do art. 4º, inc. II: “São incapazes, relativamente a

certos atos ou à maneira de os exercer os ébrios habituais e os viciados em

tóxico”.

A alternativa C está correta conforme a previsão do art. 84, § 1º da Lei

13.146/2015: “Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à

curatela, conforme a lei”.

A alternativa D está incorreta, dado que o art. 166, inc. I, estabelece que “É nulo o negócio jurídico quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz”, o

que não é o caso de Marcos, plenamente

Direito Administrativo

Questão 23

Maria fora aprovada em 8º lugar em concurso público para provimento do cargo de Arquiteto do Tribunal de Justiça de Sergipe. Contudo, no edital

apenas estavam previstas 7 vagas para este cargo. Com base nesta situação

hipotética, assinale a alternativa correta:

a) Maria possui direito subjetivo a nomeação no cargo durante o prazo de

validade do concurso.

b) Maria possui apenas mera expectativa de direito quanto à nomeação no concurso, mas se o 7º colocado for regularmente nomeado e expressamente

desistir da vaga, Maria passará a ter direito subjetivo à nomeação.

c) Maria jamais terá direito subjetivo a ser nomeada neste concurso, visto

que fora aprovada fora do número de vagas previstas no Edital.

d) O Tribunal de Justiça de Sergipe possui obrigação de nomear os 7

primeiros colocados no concurso nos 30 primeiros dias após a homologação

do certame, ainda que o prazo de validade do concurso seja de 2 anos.

Comentários

Alternativa correta, Letra B.

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Este o entendimento do STJ quanto aos candidatos aprovados fora do número de vagas em concurso público. Primeiramente, estes apenas terão mera expectativa

de direito e não direito subjetivo à nomeação. Tal direito apenas surgirá em

específicas hipóteses:

III. O Supremo Tribunal Federal, em julgamento submetido ao rito da repercussão

geral (RE n. 837311/PI), fixou orientação no sentido de que o surgimento de

novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo

de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação

dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as

hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,

caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de

revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de

validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.

(...)

(RMS 53.506/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em

26/09/2017, Dje 29/09/2017)

Contudo, acaso o candidato aprovado dentro do número de vagas venha a desistir

da vaga, o candidato imediatamente posterior passará a ter o direito subjetivo a

nomeação. Este o entendimento da Letra B e que deve ser considerado correto:

O direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do número de vagas

previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência

de candidatos classificados em colocação superior. Precedentes.

(RE 946425 AgR, Relator Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, julgamento em

28.6.2016, Dje de 9.8.2016)

A letra D está falsa porque a Administração poderá escolher o momento de

nomear os aprovados – dentro do prazo de validade do concurso:

Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento no

qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de

acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma,

um dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do concurso com número

específico de vagas, o ato da Administração que declara os candidatos aprovados no

certame cria um dever de nomeação para a própria Administração e, portanto, um direito à

nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de vagas.” (RE

598099, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, Dje de

3.10.2011, com repercussão geral – tema 161)

Questão 24

O Município de Tão Tão Distante aprovou projeto de lei que previu a

delegação do Poder de Polícia de trânsito, inclusive com a aplicação de multas, para a Sociedade de Economia Mista Municipal TÃO TÃO DISTANTE

TRANSPORTE S/A, especializada na cobrança de créditos rurais. A sociedade, cuja natureza é de direito privado, fez vários investimentos em fiscalização

eletrônica, redundando no aumento de 70% (setenta por cento) na arrecadação do Município com multas de trânsito. Nesta situação hipotética,

segundo a jurisprudência do STJ:

a) agiu corretamente Município, eis que é possível a delegação integral do

poder de polícia a particulares, tal qual a atuação proposta;

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b) o princípio da eficiência justifica a atuação do Município que visivelmente aumentou sua arrecadação, sendo possível a delegação do poder de polícia

nos moldes propostos;

c) não agiu corretamente o Município eis que o poder de polícia é indelegável

a particulares, ainda que vinculados à Administração Indireta;

d) não agiu corretamente o Município, eis que apenas os atos de polícia

relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, não sendo

possível delegar os atos relativos à legislação e sanção;

Comentários

Gabarito, letra D.

Conforme jurisprudência do STJ, o poder de polícia deve ser dividido em ciclos,

fases ou momentos. Estes, concretamente, são 4:

i. Legislação ou ordem – A administração pública edita atos normativos que restringem ou condicionam direitos. A edição destes atos depende diretamente

da atuação do ente público, não podendo ser delegada, haja vista que o poder

de polícia apenas poderá fundamentar-se em lei.

ii. Consentimento – No consentimento de polícia, o Estado restringe o exercício

de algumas atividades privadas ao prévio consentimento estatal, a exemplo da licença. Neste caso, o Estado apenas analisará se o particular preenche os

requisitos elencados na norma jurídica. Este ciclo do poder de polícia poderá ser

delegado;

iii. Fiscalização – A fiscalização consiste em verificar se o particular está respeitando as normas postas. Se nessa fiscalização for verificado o

descumprimento de norma por parte do particular, o Estado aplica a respectiva sanção. Os atos materiais de fiscalização podem ser delegados, a exemplo de

radares eletrônicos existentes nas rodovias para fiscalizar o cumprimento das

normas de trânsito;

iv. Sanção – A sanção é uma punição que o Estado aplica ao particular que descumpre as normas de polícia. Segundo o STJ, este ciclo não pode ser

delegado, eis que prejudicaria o bom funcionamento da administração pública (o

particular que busca o lucro não pode assumir uma atividade de sanção, muito menos a atribuição para analisar eventuais recursos contra as sanções

aplicadas);

Em resumo, os atos relativos ao consentimento e fiscalização poderão ser

delegado, sendo indelegáveis os atos relativos à normatização e sanção. Neste

sentido:

ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE.

(...)

3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente

divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv)

sanção.

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4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses

grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a

obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica

a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos

eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e

também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção).

5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois

aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder

Público.

6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares

estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para

aumentar a arrecadação.

7. Recurso especial provido.

(REsp 817.534/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado

em 10/11/2009, DJe 10/12/2009)

Questão 25

Os bens públicos possuem diversas características que o distinguem dos

bens particulares. Considerando esta afirmação, pode-se afirmar que os bens de uma sociedade de economia mista estadual que atua no mercado

em regime de concorrência com outras companhias são

a) impenhoráveis e inalienáveis.

b) inalienáveis, porém passíveis de penhora.

c) imprescritíveis e impenhoráveis, porém alienáveis, observadas as

exigências legais.

d) alienáveis e passíveis de penhora, observadas as exigências legais.

Comentários

Gabarito: letra D.

São características dos bens públicos a imprescritibilidade, a

impenhorabilidade, a não-onerabilidade e a inalienabilidade relativa.

Contudo, as sociedades de economia mistas são pessoas jurídicas de direito

privado e seus bens não podem ser considerados bens públicos. A regra é que seus bens, em virtude de não serem bens públicos, não são impenhoráveis e

muito menos inalienáveis. É possível que sobre um bem de uma sociedade de

economia mista seja feita penhora e alienação.

A questão exigia que o aluno dominasse a identificação das pessoas jurídicas de direito público, dado que a elas pertencem os bens públicos. São pessoas jurídicas

de direito público:

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Questão 26

Astolfo, em uma bela manhã de sol, passeava pelas ruas do Município de Tão Tão Distante quando fora atropelado por um ônibus coletivo de uma

concessionária do serviço de transporte municipal que “furou” o semáforo vermelho. Astolfo teve sérias lesões na perna direita, sendo necessária a

imediata amputação do membro. Com base nesta situação hipotética,

a) Astolfo apenas terá direito a ser indenizado acaso demonstre em juízo

que é usuário do serviço de transporte coletivo;

b) A responsabilidade civil da concessionária de serviço de transporte

coletivo municipal opera-se sob a modalidade subjetiva, ainda que quanto

aos atos comissivos praticados por seus agentes;

c) A concessionária do serviço de transporte coletivo municipal responderá objetivamente pelos prejuízos causados a Astolfo, independente de ser ele

usuário ou não usuário do serviço público

d) Não existe norma jurídica que albergue a pretensão de Astolfo contra a

concessionária de serviço público;

Comentários

Pessoa Jurídica de Direito Público

Incluem-se no Conceito

União

Estados

Municípios

Distrito Federal e Territórios

Autarquia

Fundação Pública

Não se incluem no Conceito

Empresas Públicas

Sociedades de Economia Mista

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Gabarito, Letra C

A responsabilidade civil dos prestadores de serviço público opera-se da mesma forma que a responsabilidade da Administração: segundo a teoria do risco

administrativo, aplica-se a responsabilidade civil objetiva por atos comissivos,

com fulcro no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal:

Constituição Federal

Art. 37.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de

serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem

a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou

culpa.

Assim, uma concessionária de energia elétrica, por exemplo, responderá

objetivamente por um choque elétrico causado a um particular em razão da

queda de um fio de alta tensão de um de seus postes.

E se o particular atingido pelo choque elétrico não for consumidor da

concessionária respectiva, caberá a responsabilidade objetiva mesmo

assim?

Esta discussão, amigos, chegou ao Supremo Tribunal Federal.

O fato de o particular ser ou não consumidor da concessionária altera o regime

da responsabilidade civil? Haverá diferença na forma como a concessionária será

responsabilidade: se objetiva ou subjetivamente?

A resposta é negativa.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se orienta no sentido de que as pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço

público, respondem objetivamente pelos prejuízos que causarem a

terceiros usuários e não usuários do serviço.

Neste sentido:

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO

AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DE CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO

PÚBLICO. NEXO CAUSAL RECONHECIDO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. INDENIZAÇÃO POR

DANO MORAL. NECESSIDADE DE NOVA ANÁLISE DOS FATOS E DO MATERIAL PROBATÓRIO.

SÚMULA 279/STF. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se orienta no sentido

de que as pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público, respondem

objetivamente pelos prejuízos que causarem a terceiros usuários e não usuários do serviço.

(RE 591.874-RG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tema 130). 2. Divergir do entendimento

do Tribunal de origem acerca da existência dos elementos configuradores da

responsabilidade objetiva pressupõe, necessariamente, uma nova apreciação dos fatos e do

material probatório constante dos autos. Incidência da Súmula 279/STF. 3. Embargos de

declaração conhecidos como agravo regimental a que se nega provimento.

(AI 782929 ED, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em

27/10/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-223 DIVULG 09-11-2015 PUBLIC 10-11-2015)

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Questão 27

Determinada Sociedade de Economia Mista federal, exploradora de atividade

econômica, é objeto de controle pelo Tribunal de Contas da União, o qual verifica, em tomada de contas especial, que há editais de licitação da estatal

que contêm critérios de julgamento inadequados. Diante desta situação

hipotética, assinale a alternativa correta:

a) A Sociedade de Economia Mista Federal não se sujeita a nenhum tipo de

controle por parte do Tribunal de Contas da União.

b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas,

não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.

c) A sociedade de economia mista pode se sujeitar ao controle do Tribunal

de Contas da União. Contudo, as empresas públicas que possuírem natureza

jurídica de direito privado não se sujeitam a tal controle.

d) Apenas os entes da Administração Direta Federal estão sujeitos ao

controle pelo Tribunal de Contas da União.

Comentários

Gabarito, Letra B.

A Sociedade de Economia Mista é pessoa jurídica de direito privado, instituída

pelo Poder Público, atuando na exploração de atividade econômica ou na prestação de serviço público. No entanto, quanto ao regime jurídico, a doutrina

costuma dizer que este é um regime híbrido, dada a vinculação da pessoa jurídica

com a Administração Pública.

Assim sendo, a empresa estatal estaria inserida na fundamental obediência aos preceitos constitucionais que regem toda a Administração Pública, seja ela Direta

ou Indireta. Em suma, há a inserção da atuação das estatais no controle feito

pelos Tribunais de Contas, dado o caráter público que circunda sua atuação.

Neste sentido:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. SOCIEDADE DE

ECONOMIA MISTA: FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO

DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA.

I. - Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais

responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,

incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as

contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte

prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I).

II. - As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da

administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não

obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.

III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o responsável pelo seu acompanhamento em

juízo deixa de apelar. O argumento de que a não-interposição do recurso ocorreu em virtude

de não ter havido adequada comunicação da publicação da sentença constitui matéria de

fato dependente de dilação probatória, o que não é possível no processo do mandado de

segurança, que pressupõe fatos incontroversos.

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IV. - Mandado de segurança indeferido.

(MS 25092, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/11/2005,

DJ 17-03-2006 PP-00006 EMENT VOL-02225-03 PP-00407)

O fundamento para tanto encontra-se nos artigos 70 e 71 da Constituição

Federal:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União

e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,

economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo

Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada

Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que

utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos

quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do

Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e

valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades

instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a

perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

A lei 13.303/2016 criou o estatuto jurídico das empresas estatais e em seu artigo

90 discorre sobre o controle das estatais pelos Tribunais de Contas. Estes não

poderão interferir na gestão das companhias no ato de sua fiscalização:

Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar

interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele

submetidas nem ingerência no exercício de suas competências ou na definição de políticas

públicas.

Questão 28

O município “X”, tendo desapropriado um imóvel para a instalação da sede

da prefeitura e, necessitando realizar obras de reparo no prédio, instala em terreno contíguo, de propriedade de Mário, o canteiro de obra necessário à

realização dos reparos. O instrumento de intervenção na propriedade privada que deve ser utilizado pelo Município, considerando apenas as

informações passadas na questão, deverá ser:

a) Desapropriação.

b) Servidão Administrativa

c) Ocupação Temporária

d) Requisição

Comentários

Gabarito, letra C.

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A intervenção utilizada pelo município no caso concreto deve ser a ocupação temporária que se caracteriza pelo uso temporário de imóvel privado pelo Poder

Público para realização de obras públicas ou execução de serviços públicos.

A necessidade de ocupação do imóvel decorre de circunstâncias normais na

execução de obras ou serviços públicos, como a construção de um canteiro de

obras, por exemplo.

Percebam que a requisição administrativa não se confunde com a ocupação temporária, visto que aquela possui fundamento em uma situação de iminente

perigo, enquanto a ocupação fundamenta-se em uma necessidade normal de

interesse público.

Direito Processual Civil

Questão 29

José, divorciado, está na cidade de Turim na Itália, local em que

permanecerá por, pelo menos, um ano para realização de curso de especialização em gastronomia. Após oito meses de curso, sofre acidente de

trânsito e falece no local. José era domiciliado em Curitiba/PR, onde desempenhada a função de auxiliar de chef há mais de cinco anos. Seus

bens estão situados na cidade de São Paulo, local em que nasceu e seus filhos residem em Porto Alegre, local em que, ambos, fazem faculdade de

Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A saída do território

nacional se deu pela cidade do Rio de Janeiro, no aeroporto de Galeão.

No caso concreto, considerando a disciplina da Lei 13.146/2015 (Código de

processo Civil) sobre competência territorial, conclui-se que a ação de

inventário deverá ser ajuizada no foro da

a) comarca do Rio Grande do Sul, onde residem os herdeiros do falecido.

b) comarca do Rio de Janeiro, último domicílio do falecido no Brasil.

c) comarca de São Paulo, onde estão situados os bens imóveis do falecido.

d) comarca de Curitiba, onde está situado o domicílio do autor da herança.

Comentários

Nos termos estabelecidos pelo Novo Código, a competência para processamento

do inventário será o foro da comarca de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia,

onde está situado o domicílio do autor da herança.

Vejamos o art. 48, do NCPC:

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente

para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas

as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no

estrangeiro.

Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é

competente:

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I - o foro de situação dos bens imóveis;

II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;

III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

Questão 30

Priscila ajuizou ação indenizatória contra Pamela e o feito tramita em uma

das varas cíveis da comarca de Cascavel/PR. No curso do processo, Priscila, por intermédio de seu advogado contratado, altera a verdade dos fatos e

provoca incidentes manifestamente infundados. Neste caso, o magistrado que preside o feito deverá, de ofício, ou a requerimento da outra parte,

considerar Priscila litigante de má-fé, condenando-a a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e arcar com os honorários

advocatícios e com todas as despesas que ela efetuou, além de pagar multa,

em regra,

a) superior a 1% e inferior a 20% do valor corrigido da causa.

b) não excedente a 1% sobre o valor corrigido da causa.

c) superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa.

d) não excedente a 2% sobre o valor corrigido da causa.

Comentários

De acordo com o art. 81, o juiz deverá, de ofício ou a requerimento da outra parte, considerar Priscila litigante de má-fé e condená-lo a indenizar a parte

contrária pelos prejuízos que esta sofreu e arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que ela efetuou, além de pagar multa, em regra,

superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa. Veja:

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a

pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta

sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que

efetuou.

Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

Questão 31

Juliano, juiz de direito, possui uma família de juristas. Seu bisavô, José, é

advogado. Também são advogados seus primos, André, filho do seu tio Gilberto, e João, neto do seu tio Ronaldo. Nesses casos, de acordo com o

Código de Processo Civil brasileiro, Juliano não poderá exercer suas funções de juiz no processo contencioso ou voluntário, quando estiver postulando

como advogado da parte

a) José e André, apenas

b) André e João, apenas.

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c) José, André e João.

d) José, apenas.

Comentários

Primeiramente devemos retomar os graus de parentesco, à luz da legislação civil:

• José – bisavô – parente de terceiro grau

• André – filho do tio – parente de quarto grau

• João – neto do tio – parente de quinto grau

Nesse caso, de acordo com o NCPC, em seu art. 144, III, Juliano não poderá

exercer suas funções de juiz no processo contencioso ou voluntário, quando José

estiver postulando como advogado da parte.

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no

processo:

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,

consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Questão 32

Em um processo de conhecimento, a parte ré adota postura defensiva e não colaborativa. Além de opor resistência injustificada, o réu embargou

inconsistentemente, por duas vezes, caracterizando abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório das partes, a parte lesada poderá

requerer tutela provisória de

a) evidência.

b) urgência cautelar incidental.

c) urgência antecipada antecedente.

d) urgência cautelar antecedente.

Comentários

O abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte constituem hipóteses em que a lei autoriza o juiz a conceder a tutela da

evidência punitiva. Vejamos o art. 311, I, do NCPC.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,

quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto

propósito protelatório da parte;

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 33

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Lacir trafegava com sua moto quando foi vítima de um acidente de trânsito, em que colidiu com o carro de Deolinda, que dirigia o veículo no momento

da batida. Em decorrência da colisão, Lacir teve seu pé amputado. Há em trâmite uma ação penal onde se verificam as causas do acidente e eventual

responsabilidade penal de Deolinda pelo evento lesivo. Lacir propôs posteriormente a ação penal, uma demanda pleiteando reparação civil pelos

danos sofridos. Nessa situação, é correto afirmar:

a) se o conhecimento do mérito da ação depender da verificação da

existência de fato delituoso, e havendo ação penal em curso, ocorrerá a

suspensão do processo cível que não poderá ser superior a um ano.

b) a responsabilidade civil independe da penal e por isso não poderá o juiz

suspender o trâmite da ação.

c) se a ação penal não for proposta no prazo de seis meses a contar da data da suspensão, o juiz poderá suspender o processo civil, devendo examinar

incidentalmente a questão prévia sobre a responsabilidade penal.

d) caso o processo seja suspenso por conta da existência da ação penal em trâmite, após o prazo de um ano sem que a questão de mérito seja apreciada

na esfera penal, deverá o juiz extinguir o processo civil proferindo sentença

terminativa.

Comentários

Nessa situação, se o conhecimento do mérito da ação cível depender da

verificação da existência de fato delituoso, ou seja, a existência da prática de infração penal, e havendo ação penal em curso, ocorrerá a suspensão do processo

cível até o pronunciamento da decisão na seara criminal. A suspensão do processo cível não poderá ser por prazo superior a um ano, conforme prevê o

art. 315, do NCPC.

Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da

existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do

processo até que se pronuncie a justiça criminal.

§ 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da

intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível

examinar incidentemente a questão prévia.

§ 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo

de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1o.

Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

A alternativa B está incorreta, pois, como vimos, a apuração criminal do fato

gera efeitos no processo cível, especialmente quanto à suspensão do feito.

A alternativa C está incorreta, pois o prazo de propositura da ação penal é de

três meses e não seis, como diz a assertiva.

A alternativa D está incorreta, pois não há extinção do processo.

Questão 34

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José é autor de ação de revisão de contrato, cuja sentença foi de improcedência. Não conformado, busca seu advogado que sugere a

interposição de recurso de apelação com vistas a modificar o conteúdo decisório. Informa, ainda, que será necessário efetuar o pagamento de

preparo no valor de R$ 257,00. A parte, entretanto, não efetua o pagamento do preparo no prazo recursal, mas o recurso é interposto. No dia seguinte

ao término do prazo recursal, José procura o advogado que, corretamente,

informa:

a) que o recurso será inadmitido, por deserto.

b) que o prazo para efetuar o pagamento do preparo poderá ocorrer até a

data da sessão de julgamento no tribunal.

c) que, à luz do Novo CPC, não há mais preparo para interposição de

recursos.

d) que, à luz do Novo CPC, o relator determinará a intimação do advogado

para efetuar o recolhimento no valor de R$ 514,00.

Comentários

De acordo com o art. 1.007, §4º, do NCPC, o recorrente que não comprovar, no

ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar

o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. Logo, a alternativa D é a correta

e gabarito da questão.

Questão 35

Ana ingressou com uma ação contra Maria. Em 9/março (sexta-feira), na

audiência de instrução e julgamento, o juiz julgou a ação improcedente, saindo as partes intimadas de tal decisão nessa data. A parte sucumbente

pretende recorrer da decisão do juiz. Levando em consideração que, durante

o prazo do recurso, não há qualquer feriado, é correto afirmar que

a) tanto Ana quanto Maria têm interesse de agir no recurso de apelação, e eles terão prazo comum de 15 dias úteis, contados de 12/3 (segunda-feira),

para apresentar tal peça processual.

b) Maria deverá manejar recurso de apelação no prazo de 15 dias corridos,

contados a partir de 12/3 (segunda-feira).

c) Ana deverá interpor recurso de apelação, e terá, para isso, prazo fatal até

30/3 (sexta-feira).

d) o recurso a ser manejado por Ana é o de agravo de instrumento, e ele

terá 15 dias úteis para fazer tal peça processual, contados a partir de 9/3.

Comentários

Questão que envolve a contagem de prazos processuais! Conforme exemplos que

demos em aula a sugestão para resolver esse tipo de questões sempre passará

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pela identificação do começo do prazo, quando ocorre efetiva publicidade do ato

processual que gerará a manifestação da parte.

No caso do enunciado o ato processual a ser comunicado é a sentença, da qual cabe recurso de apelação no prazo de 15 dias. A publicação ocorreu na própria

audiência, momento em que o juiz a proferiu, conforme prevê o art. 366, do

NCPC.

No caso do art. 1.003, do NCPC, o prazo para interposição do recurso será contado da data em que houver a intimação. Ressalte-se que o §1º do art. 1.003,

do NCPC, prevê as partes “considerar-se-ão intimados em audiência quando

nesta for proferida a decisão”.

Vistas as regras do NCPC, temos condições de responder a questão.

A audiência de instrução e julgamento ocorreu no dia 9/3, em uma sexta-feira.

Logo, neste dia temos a efetiva publicação e, portanto, o começo do prazo

processual. Logo, o primeiro dia da contagem será o dia útil seguinte.

Importante registrar, ainda, que o enunciado da questão fala que nesse período

não teremos feriado.

Outro detalhe relevante é que a sentença foi de improcedência, ou seja, o “réu

ganhou”. Assim, apenas a parte autora foi sucumbente, logo, apenas a parte autora – no caso Ana – é quem poderá recorrer. Maria não terá interesse recursal,

pois venceu a ação totalmente.

Assim:

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09/mar sexta-feira COMEÇO DO PRAZO

10/mar sábado SUSPENSÃO

11/mar domingo SUSPENSÃO

12/mar segunda-feira 1º dia do prazo

13/mar terça-feira 2º dia do prazo

14/mar quarta-feira 3º dia do prazo

15/mar quinta-feira 4º dia do prazo

16/mar sexta-feira 5º dia do prazo

17/mar sábado SUSPENSÃO

18/mar domingo SUSPENSÃO

19/mar segunda-feira 6º dia do prazo

20/mar terça-feira 7º dia do prazo

21/mar quarta-feira 8º dia do prazo

22/mar quinta-feira 9º dia do prazo

23/mar sexta-feira 10º dia do prazo

24/mar sábado SUSPENSÃO

25/mar domingo SUSPENSÃO

26/mar segunda-feira 11º dia do prazo

27/mar terça-feira 12º dia do prazo

28/mar quarta-feira 13º dia do prazo

29/mar quinta-feira 14º dia do prazo

30/mar sexta-feira 15º dia do prazo

Logo, considerando a contagem dos prazos processuais em dias úteis, o último

dia para Ana apresentar o recurso de apelação será no dia 30 de março, dentro do expediente forense se os autos forem físicos ou até as 24 horas do dia, se

forem autos eletrônicos.

Assim, temos que concluir que a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

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Assim, as alternativas A e B estão incorretas, pois Maria não tem interesse recursal. Do mesmo modo, a alternativas D está incorreta, pois o agravo de

instrumento será utilizado para atacar decisões interlocutoras na hipótese do art.

1.015, do NCPC, o que não é caso.

Direito Penal

Questão 36

Augusto, diretor de uma repartição pública, por estar distraído, esquece a

porta do cofre ali existente destrancada. Alexandre, outro funcionário público que ali trabalha, valendo-se da facilidade de acesso ao local em razão de seu

cargo, percebe o ocorrido e subtrai bens particulares que ali estavam

guardados. De acordo com esta situação,

A) Augusto e Alexandre responderão pelo crime de peculato-furto em

concurso de agentes.

B) Augusto cometeu o crime de peculato culposo e Alexandre praticou o

crime de peculato-furto.

C) Augusto cometeu o crime de furto culposo, enquanto Alexandre praticou o crime de furto qualificado, considerando que os bens subtraídos do cofre

eram particulares.

D) Augusto não cometeu crime algum, em razão da ausência de dolo.

Alexandre responderá pela prática de peculato-apropriação.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA – (Não há concurso de pessoas! Ver o art. 29 do

CP).

ALTERNATIVA B CORRETA - (Art. 312, § 2º, CP para Augusto e Art. 312, § 1º,

CP para Alexandre).

ALTERNATIVA C INCORRETA - (Art. 312, § 2º, CP para Augusto e Art. 312, § 1º,

CP para Alexandre, independente do bem ser de particular, ele tinha acesso em

razão da função).

ALTERNATIVA D INCORRETA - (Augusto não teve dolo, mas o crime está previsto na forma culposa, e para Alexandre não responde por apropriação, pois não tinha

a posse do bem, neste caso trata-se de subtração, ele não tinha a posse).

Questão 37

Mévio, endividado, sequestra o próprio pai, senhor de 70 anos, objetivando obter como resgate, de seus irmãos, a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil

reais). Para tanto, conta com a ajuda de Caio. Passadas 13 horas do sequestro, Caio se arrepende e decide comunicar o crime à Polícia que, pouco

depois, invade o local do sequestro, libertando a vítima. A respeito da

situação retratada, é correto afirmar que

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A) Mévio e Caio praticaram extorsão mediante sequestro, na forma

qualificada, haja vista que o crime perdurou por período superior a 12 horas.

B) por se tratar de crime contra o patrimônio, Mévio é isento de pena, pois

cometeu o crime em prejuízo de ascendente.

C) Caio, mesmo tendo denunciado o crime à autoridade policial, não faz jus

à redução da pena, por se tratar de crime na forma qualificada.

D) Mévio e Caio praticaram extorsão mediante sequestro, na forma

qualificada, por se tratar de vítima idosa.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA - (Nos termos do art. 159, § 1º Se o sequestro dura

mais de 24 (vinte e quatro) horas)

ALTERNATIVA B INCORRETA - (Não se aplicam as escusas absolutórias quando o

crime é praticado se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando

haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa)

ALTERNATIVA C INCORRETA - (Não, ele faz jus sim nos termos do artigo art.

159, § 4º se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de

um a dois terços)

ALTERNATIVA D CORRETA - (Sim, nos termos do art. 159, § 1º Se o seqüestro

dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou

quadrilha)

Questão 38

João, que acabara de completar dezessete anos de idade, levou sua namorada Rafaela, de doze anos e onze meses de idade, até sua casa.

Considerando ser muito jovem para namorar, a garota aproveitou a oportunidade e terminou o relacionamento com João. Inconformado, João

prendeu Rafaela na casa, ocultou sua localização e forçou-a a ter relações sexuais com ele durante o primeiro de treze meses em que a manteve em

cativeiro. Após várias tentativas frustradas de fuga, um dia antes de

completar quatorze anos de idade, Rafaela, em um momento de deslize de João, conseguiu pegar uma faca e lutou com o rapaz para, mais uma vez,

tentar fugir. Na luta, João tomou a faca de Rafaela e, após afirmar que, se ela não queria ficar com ele, não ficaria com mais ninguém, desferiu-lhe um

golpe de faca. Rafaela fingiu estar morta e, mesmo ferida, conseguiu escapar e denunciar João, que fugiu após o crime, mas logo foi encontrado e detido

pela polícia. Rafaela, apesar de ter sido devidamente socorrida, entrou em

coma e faleceu após três meses.

Nessa situação hipotética, João

A) responderá pelo crime de tentativa de homicídio.

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B) não responderá pelo crime de estupro segundo a lei penal, de acordo com

a teoria adotada pelo CP em relação ao tempo do crime.

C) responderá por crime de estupro de incapaz, previsto no CP.

D) não poderá ser submetido à lei penal pelo cometimento de crime de

cárcere privado, pois, à época do crime, ele era menor de idade.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA – (Responderia Pela forma consumada, não

tentativa.)

ALTERNATIVA B CORRETA – (Sim, pois ele era menor de idade a época. Art.

27, CP)

ALTERNATIVA C INCORRETA - (Não, pois ele era menor de idade a época. Art.

27, CP)

ALTERNATIVA D INCORRETA - (Sim, pelo crime de cárcere privado poderia, tendo em vista tratar-se de crime permanente, o qual teve inicio com ele menor de

idade e findou-se já maior).

Questão 39

Cabelo de Anjo, no intuito de prejudicar seu desafeto, o delegado de polícia

civil da cidade, cuja atuação na repressão à criminalidade é amplamente reconhecida, especialmente nos casos de corrupção, apresenta

representação por via postal ao Ministério Público, imputando à referida autoridade policial a prática de vários ilícitos penais, dentre eles o de

corrupção passiva, sabendo que tais fatos não ocorreram. No intervalo entre a remessa da correspondência e o recebimento pelo representante do

Ministério Público, o delegado toma conhecimento e consegue interceptar a missiva, desmascarando a trama com a prova de sua inocência. Nesse caso,

Cabelo de Anjo responderá por

A) denunciação caluniosa na forma tentada.

B) calúnia na forma consumada.

C) denunciação caluniosa na forma consumada.

D) calúnia na forma tentada.

Comentários

ALTERNATIVA A CORRETA - (Sim, conforme art. 339, do CP)

ALTERNATIVA B INCORRETA - (Se o ato do agente fosse no intuito de atingir a honra de seu desafeto apenas desconstituindo a sua imagem perante os demais

seria crime contra a honra, mas o objetivo é dar inicio a um procedimento investigatório, o que caracteriza o delito de denunciação caluniosa do art. 339 do

CP)

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ALTERNATIVA C INCORRETA - (O delito seria sim o de denunciação caluniosa, mas na forma tentada, pois o delito não se consumou por circunstâncias alheias

à vontade do agente, nos termos do art. 339 e art. 14, II ambos do CP)

ALTERNATIVA D INCORRETA – (Se o ato do agente fosse no intuito de atingir a

honra de seu desafeto apenas desconstituindo a sua imagem perante os demais seria crime contra a honra, mas o objetivo é dar inicio a um procedimento

investigatório, o que caracteriza o delito de denunciação caluniosa do art. 339 do

CP)

Questão 40

João e José decidem praticar um crime de roubo, que ocorreria com a

subtração do veículo automotor de Maria, vizinha de João. A grande dificuldade do plano criminoso estava no local em que seria escondido o

veículo antes de ser desmontado para a venda das peças. João e José procuraram Marcus, primo de José e proprietário de uma oficina mecânica,

e perguntaram se ele teria interesse em guardar o carro no estabelecimento

por uma semana. Marcus concordou, o acordo foi sacramentado e, então, o

crime de roubo foi praticado.

Considerando apenas os fatos descritos, Marcus responderá criminalmente

pelo crime de

A) favorecimento pessoal.

B) favorecimento real

C) receptação simples.

D) roubo majorado.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA - (Não comete o delito do art. 348 do CP, pois não

auxiliou a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é

cominada pena de reclusão ou detensão.)

ALTERNATIVA B INCORRETA - (Nos termos do art. 349 do CP, incide neste delito o agente que prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,

auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime. Entenda, o crime já teria

de ter ocorrido então o agente é procurado para guardar o objeto, prestando apenas um favor, sem qualquer outro interesse, sob pena de responder por

receptação)

ALTERNATIVA C INCORRETA - (Nos termos do art. 180 do CP, para que

configurasse a receptação ele deveria ter adquirido o produto do ilícito e não

participado do crime anterior, como ocorreu)

ALTERNATIVA D CORRETA – (Trata-se de participação em roubo, pois ele sabe e aceita participar antes do delito literalmente ocorrer. Nos termos do art. 29 e

157, § 2º, II, ambos do CP)

Questão 41

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Professores Estratégia OAB 102

Durante uma discussão, Theodoro, inimigo declarado de Valentim, seu cunhado, golpeou a barriga de seu rival com uma faca, com intenção de

matá-lo. Ocorre que, após o primeiro golpe, pensando em seus sobrinhos, Theodoro percebeu a incorreção de seus atos e optou por não mais continuar

golpeando Valentim, apesar de saber que aquela única facada não seria

suficiente para matá-lo.

Neste caso, Theodoro

A) não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento.

B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu

arrependimento eficaz.

C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua desistência

voluntária.

D) responderá por tentativa de homicídio.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA - (O arrependimento puro e simples não afasta a

responsabilidade penal do agente. Eventualmente, poderá ser considerada

circunstância atenuante inominada, nos termos do artigo 66 do Código Penal)

ALTERNATIVA B INCORRETA - (Não se trata de arrependimento eficaz, pois a

execução não foi encerrada)

ALTERNATIVA C CORRETA - (É a hipótese de desistência voluntária, nos termos do art. 15 do CP, e a diferença entre a desistência voluntária e o

arrependimento eficaz é que, na primeira, o processo de execução do crime ainda

está em curso; no arrependimento eficaz, a execução já foi encerrada)

ALTERNATIVA D INCORRETA - (Não há que se falar em tentativa tendo em vista que o crime não ocorreu porque o agente interferiu, por vontade própria, e não

por circunstâncias alheias a sua vontade)

Questão 42

Durante uma operação em favela do Rio de Janeiro, policiais militares conseguem deter um jovem da comunidade portando um rádio transmissor.

Acreditando ser o mesmo integrante do tráfico da comunidade, mediante

violência física, os policiais exigem que ele indique o local onde as drogas e as armas estavam guardadas. Em razão das lesões sofridas, o jovem vem a

falecer. O fato foi descoberto e os policiais disseram que ocorreu um acidente, porquanto não queriam a morte do rapaz por eles detido, apesar

de confirmarem que davam choques elétricos em seu corpo molhado com o fim de descobrir o esconderijo das drogas. Diante desse quadro, que restou

integralmente provado, os policiais deverão responder pelo crime de

A) lesão corporal seguida de morte.

B) tortura qualificada pela morte com causa de aumento.

C) homicídio qualificado pela tortura.

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D) abuso de autoridade.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA. Da leitura do enunciado se depreende que os agentes direcionaram a sua conduta para a prática do crime de tortura, previsto

no Artigo 1º, inciso I, alínea “a”, da Lei 9455/97.

ALTERNATIVA B CORRETA. Hipótese clássica de crime preterdoloso, onde há dolo

na conduta (praticar o crime de tortura) e culpa no resultado agravador (ocasionar a morte da vítima). Trata-se do crime de Tortura previsto no Artigo

1º, inciso I, alínea “a”, da Lei 9455/97, qualificado pela morte (Artigo 1º, §3º, da Lei 9455/97) e majorado de 1/6 a 1/3 por se tratar de conduta praticada por

agente público, nos termos do Artigo 1º, §4º, inciso I, da Lei 9455/97.

ALTERNATIVA C INCORRETA. Não se trata de homicídio qualificado pela tortura,

pois da leitura do enunciado se depreende que o resultado morte não era aquele inicialmente pretendido pelos agentes, que praticaram o crime de tortura para

obter informação, declaração ou confissão de pessoa supostamente envolvida no

crime de tráfico de drogas. Como mencionado, trata-se de hipótese de crime

preterdoloso, em que há dolo na conduta e culpa no resultado.

ALTERNATIVA D INCORRETA. Não se trata do crime de abuso de autoridade, mas

sim de tortura qualificada pela morte com causa de aumento de pena.

Direito do Trabalho

Questão 43

João, auxiliar de estoque, trabalha desde 2016 para a empresa “Pé Quente

I” LTDA., localizada na Av. Paulista, São Paulo-SP. Apesar de constar em sua CTPS o cargo ora mencionado, ele exercia efetivamente as funções de

vendedor, de forma a efetuar vendas e auxiliar os clientes na escolha de seus produtos. Recebia, porém, remuneração 30% menor do que seus

colegas de trabalho. Inconformado com tal situação ingressa com Reclamação Trabalhista, requerendo, dentre outros pedidos, a equiparação

salarial com José, vendedor admitido em 2015, que labora na loja “Pé

Quente II” LTDA., situada duas quadras da loja “Pé Quente I”.

Os empregados exercem as mesmas funções, com mesma produtividade e perfeição técnica. Diante da situação apresentada, nos termos da legislação

vigente, assinale a opção correta:

a) João não pode requerer equiparação salarial com José, pois o paradigma

labora há mais tempo para o empregador.

b) João pode requerer equiparação salarial com José, alegando exercer as

mesmas funções, com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica.

c) Ainda que exerça as mesmas funções, com a mesma produtividade e com a mesma perfeição técnica, João não pode requerer equiparação salarial com

José, pois não trabalham no mesmo estabelecimento.

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d) Como exercem as mesmas funções, com a mesma perfeição técnica e laboram para o mesmo empregador, ainda que em estabelecimentos

distintos, João pode pedir equiparação salarial com José.

Comentários

GABARITO: C - Ante o exposto no artigo 461, “caput” da CLT, corresponderá igual salário, sem distinções, àqueles que exercerem idêntica função, para o mesmo

empregador e no mesmo ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. No caso narrado, como João e José trabalham em lojas distintas, não cabe o pedido de equiparação

salarial.

Questão 44

Lara, Antônio e João são sócios na Sociedade Empresarial M.S LTDA. Lara e Antônio também são donos da empresa B.K Ltda. Trata-se de empresas

atuantes em ramos distintos e sem qualquer comunhão de interesses.

Maria, auxiliar de limpeza na empresa B.K LTDA, apresentou Reclamação

Trabalhista em face de seu empregador e requereu a responsabilização

solidária da Sociedade Empresarial M.S LTDA, alegando tratar-se de grupo econômico devido à identidade de sócios. João, atônito, solicita no seu

escritório, informações acerca da responsabilidade da Sociedade Empresarial M.S LTDA nessa demanda. Com base na legislação vigente, qual o melhor

parecer a ser apresentado?

a) A Sociedade Empresarial M.S LTDA é responsável solidária, pois Lara e

Antônio são sócios nas duas empresas, caracterizando assim grupo

econômico.

b) A Sociedade Empresarial M.S LTDA não é responsável solidária pelos créditos requeridos por Maria, pois a mera identidade de sócios não

caracteriza grupo econômico.

c) A Sociedade Empresarial M.S LTDA é responsável subsidiária pelos

créditos trabalhistas.

d) A Sociedade Empresarial M.S LTDA não é responsável solidária pelos

créditos requeridos por Maria, porém responde subsidiariamente e nos

limites das cotas de Lara e Antônio caso não sejam adimplidas as verbas.

Comentários

GABARITO: B - A simples identidade de sócios não caracteriza grupo econômico. Logo, a configuração do grupo depende da demonstração de interesse integrado,

efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta das empresas integrantes. Cabe salientar que, caso fosse demonstrada a existência de grupo econômico, a

responsabilidade das empresas que lhe integram seria solidária e não subsidiária,

conforme art. 2º, § 2º e 3º da CLT.

Questão 45

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Flavia, advogada, pretende contratar 2 (dois) assistentes jurídicos para seu escritório. Os contratados serão empregados exclusivos e a prestação de

serviço ocorrerá preponderantemente fora das dependências do escritório, sendo as atividades realizadas por meio de sistemas específicos instalados

em notebooks fornecidos pelo empregador. Quanto ao regime que ocorrerá

a prestação desses serviços, assinale a afirmação correta:

a) Os serviços serão prestados sob o regime de teletrabalho, devendo essa

informação constar expressamente no contrato individual de trabalho.

b) Os serviços serão prestados sob o regime de trabalho intermitente.

c) Os serviços serão prestados como se os assistentes jurídicos contratados

fossem autônomos.

d) Os serviços serão prestados sob o regime de teletrabalho, podendo ser

iniciado em regime presencial e alterado a qualquer tempo, mesmo sem

anuência do empregado.

Comentários

GABARITO: A - O regime de teletrabalho está disciplinado pela Consolidação das

Leis do Trabalho nos artigos 75-A a 75-E. Neste sentido, observe:

Alternativa A: CORRETA – A assertiva traz expressamente o que consta nos arts.

75-B e 75-C da CLT, como se observa:

“Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de

tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se

constituam como trabalho externo.

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades

que serão realizadas pelo empregado.”

Alternativa B: INCORRETA - O Trabalho intermitente é uma espécie de contrato

de trabalho e não forma como será prestado.

Alternativa C: INCORRETA - O Contrato de trabalho autônomo, artigo 442-B, é

forma de contratação e não modo como será prestado. Logo, a Celebração de

qualquer cláusula de exclusividade descaracteriza esse contrato.

Alternativa D: INCORRETA - É licita a realização de alteração entre regime

presencial e de teletrabalho, desde que haja mútuo acordo entre as partes,

registrado em aditivo contratual.

Questão 46

Em virtude da forte crise econômica que assola o país, a Empresa DGL S.A

dispensou 150 funcionários da linha de produção de uma de suas unidades. O Sindicato a qual pertence esses funcionários, inconformado, resolve

ingressar com ação coletiva requerendo a nulidade dessas dispensas, argumentando ser indispensável negociação sindical prévia. Quanto ao

alegado pelo sindicato, assinale a alternativa correta:

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A) Em que pese as dispensas coletivas se equipararem as dispensas imotivadas individuais, é necessário cláusula em convenção ou acordo

coletivo autorizando a dispensa.

B) O Sindicato tem razão em sua alegação, sendo imprescindível negociação

sindical prévia a dispensa imotivada.

C) Não assiste razão ao sindicato, pois as dispensas imotivadas individuais,

plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de

convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação.

D) Assiste razão ao sindicato em partes, eis que, para a dispensa como

realizada pela empresa é necessária previsão expressa em convenção

coletiva.

Comentários

GABARITO C - A reforma trabalhista introduziu o artigo 477-A da CLT e equiparou

as dispensas plúrimas ou coletivas às dispensas individuais, trazendo

expressamente que não é necessária negociação coletiva prévia. Anteriormente,

não havia previsão legal sobre o tema.

Questão 47

Lucas é técnico de informática na empresa “TEC TEC” LTDA. Sua jornada de

trabalho é das 08h00 as 17h00 horas, dispondo de uma hora de intervalo para refeição e descanso. A empresa localiza-se dentro de um enorme centro

comercial, sendo necessário Lucas andar por cerca de 20 minutos até chegar a seu local de trabalho. O aparelho para registro do ponto eletrônico fica

situado no mesmo setor em que Lucas presta serviço. Inconformado com o tempo despendido, Lucas procura o setor de Recursos Humanos requerendo

o pagamento dos 20 minutos como horas extraordinárias. Considerando os

fatos narrados, assinale a alternativa correta.

A) Lucas tem razão em seu requerimento, pois havendo extrapolação de dez (dez) minutos no tempo de deslocamento entre a entrada do centro

comercial e o local de trabalho, considera-se tempo a disposição do

empregador.

B) O setor de recursos humanos deve mudar o local em que está instalado

o aparelho para registro do ponto eletrônico.

C) Lucas teria direito às horas extras, dada a distância entre a entrada do

centro comercial e o local de trabalho, caso ultrapasse 30 (trinta) minutos o

tempo de deslocamento.

D) Lucas não tem direito as horas extras, pois o período de deslocamento até o efetivo posto de trabalho não é considerado no computo da jornada,

tampouco tempo à disposição do empregador.

Comentários

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GABARITO: D - O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por

qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do

empregador.

Questão 48

Ana, engenheira agropecuária, trabalhou em uma fazenda localizada no interior do Estado e despendia cerca de 1 hora no trajeto de ida ao trabalho,

e para o retorno ao seu domicilio. O seu horário de trabalho era das 04h00min às 13h00min, dispondo de uma hora de intervalo. O local em que

a fazenda está situada não é servido por transporte Público, razão pela qual o empregador disponibiliza ônibus fretado, com intuito de auxiliar o

deslocamento dos empregados. Após sua demissão, Ana ingressa com reclamação trabalhista requerendo a integração das horas in itinere a sua

jornada diária. De acordo com a legislação em vigor, responda:

A) O pleito de Ana deverá ser julgado procedente, pois se trata do instituto conhecido como horas in itinere, devendo tal período integrar a jornada de

trabalho.

B) O pleito de Ana deverá ser julgado improcedente, pois com o advento da

reforma trabalhista, Lei nº 13.467/2017, não há remuneração do tempo gasto para deslocamento, mesmo que o transporte seja oferecido pela

empresa.

C) O pleito de Ana deverá ser julgado procedente e as horas gastas em seu

deslocamento deverão ser remuneradas como horas extraordinárias com

adicional de 20%.

D) O pleito de Ana só seria procedente se a jornada de trabalho fosse

realizada totalmente no período noturno.

Comentários

GABARITO: B - A reforma trabalhista extinguiu a figura conhecida

doutrinariamente como horas in itinere e trouxe expressamente no artigo 58 §2º

da CLT, no seguinte sentido:

“O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva

ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado

na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.”

Direito Empresarial

Questão 49

Além de advogado e engenheiro agrônomo, Paulo é proprietário de quatro grandes fazendas onde realiza, em nome próprio, exploração de culturas

de soja e trigo, bem como criação intensiva de gado. A atividade em todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de

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tecnologia e insumos de alto custo. Por fim, Paulo não está registrado na

Junta Comercial.

Com base nessas informações, é correto afirmar que

a) Paulo, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado

empresário independentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.

b) Paulo, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário

pelo fato de não ter realizado seu registro na Junta Comercial.

c)Paulo não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro

agrônomo, exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de

colaboradores.

d) Paulo é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta

Comercial antes do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

Comentários

A questão envolve o conceito de empresário, noções de inscrição, e o tratamento

do empresário rural no nosso Código Civil.

Art. 966, CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou

de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da

profissão constituir elemento de empresa. (sem grifos no original)

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público

de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua

atividade. (sem grifos no original)

Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto

à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. (sem grifos no original)

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal

profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e

seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará

equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. (sem

grifos no original)

Gabarito: B.

Questão 50

Marcel, durante a realização de seu estágio em um escritório de advocacia, devidamente autorizado por seu chefe, atendeu a uma consulta formulada

por um cliente. O cliente desejava esclarecimentos sobre o direito de voto

e seu exercício nas companhias.

Marcel respondeu, corretamente, que

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a) na eleição dos membros do Conselho Fiscal, o voto poderá ser múltiplo.

b) em caso de penhor da ação, somente o credor pignoratício exercerá o

direito de voto.

c) independente da espécie ou da classe de ação, o voto é um direito

essencial de todo e qualquer acionista.

d) a qualquer espécie ou classe de ação, é vedado atribuir voto plural.

Comentários

A assertiva D é o gabarito da nossa 50ª questão. Vejamos os dispositivos

relativos a cada um dos itens.

a) Na eleição dos membros do Conselho Administrativo, o voto poderá ser múltiplo, pois repercutirá nos diversos interesses da sociedade. (art. 141, §7º,

da LSA)

b) No penhor da ação, o credor pignoratício, exceto se estiver estabelecido no

contrato, não exerce ainda o direito de voto, pois ainda está adstrito ao devedor

acionista, ou seja, mesmo que a ação esteja sob penhora, isso não impede o voto

do devedor.

Art. 113. O penhor da ação não impede o acionista de exercer o direito de voto; será lícito, todavia, estabelecer, no contrato, que o acionista não poderá, sem

consentimento do credor pignoratício, votar em certas deliberações.

c) O direito de voto é inerente as ações ordinárias, nas preferenciais, por

exemplo, o voto poderá ser suprimido.

Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou

alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou

conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

d) É vedado atribuir voto plural, pois a cada uma das ações é estabelecido e atribuído um único direito de voto, ou seja, não posso utilizar a mesma ação para

votar várias vezes determinada matéria.

Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da

assembleia-geral.

§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.

Questão 51

Rosenval emitiu uma nota promissória em favor de Ricardo. No momento da emissão, ele não inseriu a quantia nem o lugar de pagamento. Na data do

vencimento, o subscritor foi procurado por um procurador do beneficiário, que lhe exibiu a cártula com endosso-mandato e exigiu o pagamento.

Rosenval verificou, então, que o título havia sido preenchido abusivamente, pois constava o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), quando o correto

seria R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), e o lugar de pagamento era

diverso de seu domicílio, em Itaboraí-RJ.

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Procurado pelo devedor para analisar o caso e ciente de que o pagamento

não foi realizado por ele, você, como advogado(a), responde que

a) é possível alegar em juízo, com êxito, a nulidade do título, em razão de o lugar de pagamento ser domicílio diverso do subscritor, caracterizando má-

fé do portador atual.

b) não é possível ao subscritor se recusar validamente ao pagamento diante

da autonomia das obrigações cambiárias e do endosso-mandato realizado

na cártula.

c) é possível ao subscritor da nota promissória opor exceção pessoal ao beneficiário quanto ao conteúdo literal do título, diante do preenchimento

abusivo.

d) não é possível a oposição de exceção ao pagamento, porque o subscritor

da nota promissória é equiparado ao aceitante da letra de câmbio e, como

tal, obriga-se a pagar na data do vencimento.

Comentários

Nos termos do parágrafo único do art. 891 do Código Civil:

Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de

conformidade com os ajustes realizados.

Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles

participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao

adquirir o título, tiver agido de má-fé.

Portanto, o gabarito da questão é assertiva de letra C.

Apenas recordando, nos termos do art. 75, da LUG, a nota promissória deve

conter:

1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do

título e expressa na língua empregada para a redação desse título;

2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

3. a época do pagamento;

4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;

5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória

é passada;

7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).

Questão 52

Na condição de advogado, você participou da elaboração, apresentação e

negociação do plano de recuperação extrajudicial de devedor sociedade empresária. Tendo sido o plano assinado por todos os credores por ele

atingidos, seu cliente o contratou para requerer a homologação judicial.

Assinale a opção que indica o juízo em que deverá ser apresentado o pedido

de homologação do plano de recuperação extrajudicial.

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Professores Estratégia OAB 111

a) O juízo da sede do devedor.

b) O juízo do principal estabelecimento do devedor.

c) O juízo da sede ou de qualquer filial do devedor.

d) O juízo do principal estabelecimento ou da sede do devedor.

Comentários

A competência é do local do principal estabelecimento do devedor (ou da filial, se

a empresa tiver sede fora do Brasil) – art. 3º da Lei.

Para o direito falimentar, a correta noção de principal estabelecimento está

ligada ao aspecto econômico: local onde o devedor concentra o maior volume

de negócios. Esta competência é absoluta.

Neste sentido, é o entendimento do STJ:

“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AGRAVO INTERNO. PROCESSAMENTO E

JULGAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ART. 3º DA LEI N. 11.101/2005.

1. Nos termos do art. 3º da Lei n. 11.101/2005, o foro competente para o

processamento da recuperação judicial e a decretação de falência é

aquele onde se situe o principal estabelecimento da sociedade, assim

considerado o local onde haja o maior volume de negócios, ou seja, o local

mais importante da atividade empresária sob o ponto de vista econômico.(...)”

(AgInt no CC 147.714/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA

SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe 07/03/2017)

Gabarito: B.

Questão 53

A sociedade empresarial Cerqueira Moda Masculina Ltda. é locatária de uma loja situada no shopping center Sousa Stores. Sobre o contrato de locação

de uma unidade comercial em shopping center, assinale a afirmativa correta.

a) O locador poderá recusar a renovação do contrato com fundamento na

necessidade de ele próprio utilizar o imóvel.

b) As despesas cobradas do locatário não precisam estar previstas em

orçamento, desde que devidamente demonstradas.

c) O empreendedor poderá cobrar do locatário as despesas com obras de

reformas que interessem à estrutura do shopping.

d) As condições livremente pactuadas no contrato respectivo prevalecerão

nas relações entre os lojistas e o empreendedor.

Comentários

Segundo a Lei nº 8.245/1991:

Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping center , prevalecerão

as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições

procedimentais previstas nesta lei.

(...)

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Observação: quanto à natureza jurídica desses contratos, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Resp 178.908, decidiu que “os contratos de locação de

espaços em shopping center são contratos atípicos, ensejando locação de bens e

serviços”.

Gabarito: D.

Direito Processual Penal

Questão 54

Juca foi processado e, ao final, condenado como incurso nas penas do art. 158, “caput”, combinado com o art. 14, II, ambos do Código Penal, a 1 (um)

ano e 8 (oito) meses de reclusão, pois teria tentado constranger Martinho, mediante grave ameaça, a sacar dinheiro em caixa eletrônico, momento em

que foi surpreendido pelo policial militar José. O juiz competente negou o pedido de suspensão condicional da pena formulado pelo advogado de Juca,

pedido este elaborado por tratar-se de réu primário e de bons antecedentes. O advogado, então, impetrou habeas corpus, o qual foi denegado pela 2ª

Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em votação não-unânime. Como

advogado de Juca, qual a peça cabível perfeitamente cabível?

A) Recurso Ordinário Constitucional

B) Recurso em Sentido Estrito

C) Apelação

D) Embargos Infringentes/Nulidade

Comentários

ALTERNATIVA A CORRETA – De acordo com o art. 105, II da CF, caberá interposição ao STJ de Recurso Ordinário Constitucional das decisões

denegatórias de habeas corpus, proferidas em única ou última instância pelos

Tribunais Estaduais ou Tribunais Regionais Federais.

ALTERNATIVA B INCORRETA – Somente seria cabível o Recurso em Sentido Estrito se o habeas corpus fosse denegado por juiz de 1º grau (art. 581, X do

CPP).

ALTERNATIVA C INCORRETA – A apelação somente é cabível contra sentenças

condenatórias ou absolutórias (art. 593 do CPP).

ALTERNATIVA D INCORRETA – Os Embargos Infringentes/Nulidade são cabíveis

contra acórdão de Apelação, Rese ou Agravo em execução não-unânime (art. 609, parágrafo único do CPP), ou seja, contra acórdão de proferido pela análise

de um recurso.

Questão 55

Assinale a alternativa correta:

A) O perdão é ato unilateral, ou seja, para que opere efeito, basta que o

ofendido manifeste de forma expressa o seu desejo de perdoar o ofensor.

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B) A renúncia ao direito de queixa-crime somente pode ser expressa. Não

se admite a renúncia tácita.

C) Nos crimes de ação privada, em caso de concurso de agentes, a renúncia ao direito de queixa-crime em relação a um dos autores, se estenderá aos

demais.

D) A renúncia e o perdão são causas de extinção da culpabilidade do

querelado, fazendo desaparecer todos os efeitos penais e extrapenais.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA – O perdão é um ato bilateral, precisa ser aceito pelo ofensor para que haja a extinção da punibilidade (art. 58, parágrafo único

do CPP)

ALTERNATIVA B INCORRETA – A renúncia ao direito de queixa se admite de forma

tática (art. 57 do CPP)

ALTERNATIVA C CORRETA – Letra do art. 49 do CPP.

ALTERNATIVA D INCORRETA – São causas de extinção de PUNIBILIDADE (art.

107 do CP)

Questão 56

Jurandir foi denunciado pela prática de crime de furto simples. Na denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração da correntinha da

vítima, indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima narrou que Jurandir empurrou-a em direção ao chão dizendo que se

gritasse “o negócio ia ficar feio”, arrancando, em seguida, sua correntinha. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica convencido

de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso apresentado, de

acordo com o Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta.

A) O juiz na sentença poderá condenar Jurandir pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a

descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar

pena mais grave”.

B) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve

aplicar o artigo 28 do CPP.

C) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a

denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar Jurandir pelo crime de roubo, tendo em vista que a vítima narrou

a agressão em juízo.

D) O juiz poderá condenar Jurandir pelo crime de roubo, independentemente

de qualquer providência, em homenagem ao princípio da verdade

processual.

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Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA – A assertiva está incorreta, haja vista que, na

hipótese ocorreu “Mutatio Libelli”, conforme artigo 384 do CPP.

ALTERNATIVA B CORRETA - Por ter sido verificada definição jurídica diversa

aquela constante na denúncia é exatamente isso que o Ministério Público deverá

fazer, tal como descrito na redação do artigo 384 do Código de Processo Penal.

ALTERNATIVA C INCORRETA – Alternativa incorreta, haja vista o disposto no artigo 384 do CPP, aplicando-se o que dispõe o artigo 28 do CPP, ou seja, remeter

os autos ao Procurador Geral de Justiça.

ALTERNATIVA D INCORRETA – Alternativa incorreta, haja vista o disposto no

artigo 384 do CPP, aplicando-se o que dispõe o artigo 28 do CPP, ou seja, remeter

os autos ao Procurador Geral de Justiça.

Questão 57

Nelio, policial militar, convida seu amigo Alvo que é administrador de

empresas a visitar um comércio onde há fortes suspeitas de vender produtos

roubados. Lá chegando Nelio e Alvo solicitam a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para não prenderem o proprietário do estabelecimento em

flagrante por crime de receptação. No que se refere à competência para

processar Nelio e Alvo assinale a alternativa correta

A) Nelio e Alvo serão processados pela Justiça Militar já que Alvo mesmo não

sendo militar tinha pleno conhecimento da condição de Nelio.

B) Nelio será processado pela Justiça Militar e Alvo pela Justiça Comum.

C) Nelio e Alvo serão processados pela Justiça Comum.

D) Alvo só seria processado pela Justiça Comum se desconhecesse a

condição de policial do seu amigo Nelio.

Comentários

ALTERNATIVA A INCORRETA – Nelio deverá ser julgado pela Justiça militar e Alvo

pela Justiça comum, de acordo com a Súmula 90 do STJ.

ALTERNATIVA B CORRETA – De acordo com a Súmula 90 do STJ: “Compete à

Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime

militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele”

ALTERNATIVA C INCORRETA – Nelio deverá ser julgado pela Justiça militar e Alvo

pela Justiça comum, de acordo com a Súmula 90 do STJ.

ALTERNATIVA D INCORRETA – Nelio deverá ser julgado pela Justiça militar e Alvo

pela Justiça comum, de acordo com a Súmula 90 do STJ.

Questão 58

Assinale a alternativa INCORRETA:

A) É possível que o réu apele contra sentença que o tenha absolvido, para

modificar o enquadramento que justificou a apelação.

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B) A natureza jurídica dos recursos decorre da própria ordem constitucional

e está intimamente ligada ao princípio do duplo grau de jurisdição.

C) O efeito regressivo (ou iterativo) autoriza que o próprio órgão prolator da

decisão reexamine a questão, modificando-a.

D) O descumprimento de prazo para a apresentação das razões e das contrarrazões do recurso em sentido estrito impede seu conhecimento pela

ocorrência da preclusão.

Comentários

ALTERNATIVA A CORRETA – É possível o réu absolvido apelar da decisão para obter a modificação do fundamento legal quando demonstrado o prejuízo do

fundamento da sentença absolutória.

ALTERNATIVA B CORRETA – a natureza jurídica dos recursos está ligada ao

princípio do duplo grau de jurisdição.

ALTERNATIVA C CORRETA – o conceito do efeito regressivo é justamente

regressar ao órgão que prolatou a decisão para que possa revê-la e caso entenda

necessário, realize a modificação.

ALTERNATIVA D INCORRETA – A alternativa está incorreta, pois de acordo

com o art. 589 do CPP, o descumprimento do prazo na apresentação das razões

do RESE gera mera irregularidade.

Direito Processual do Trabalho

Questão 59

Joaquina ingressou com Reclamação trabalhista contra seu ex-empregador.

A audiência inaugural foi marcada para o dia 18/03/2018, data em que Joaquina terá reunião na escola de seu filho. Preocupada com as

consequências de sua ausência no ato processual, procura o seu escritório para orientação. Com base nos fatos narrados, quais as cominações legais

no caso de ausência da Reclamante na audiência?

A) Ocorrerá o arquivamento da reclamação trabalhista, e será condição para

propositura de nova demanda o pagamento das custas processuais decorrentes do arquivamento, ainda que Joaquina seja beneficiária da justiça

gratuita.

B) A Reclamante será declarada revel e confessa de todos os fatos alegados

na inicial.

C) Ocorrerá o arquivamento da Reclamação Trabalhista, com posterior

extinção da ação sem resolução de mérito, podendo Joaquina ingressar com

nova ação a qualquer tempo, independente de qualquer outra condição.

D) Não haverá nenhuma cominação legal, pois é dever dos pais acompanhar

a vida escolar de seus filhos.

Comentários

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GABARITO: A - O não comparecimento do Reclamante à audiência acarretará o arquivamento da Reclamação Trabalhista. No entanto, a reforma trabalhista, Lei

nº 13.467/2017 inseriu o dever de pagamento das custas processuais, mesmo que o autor seja beneficiário da justiça gratuita, como condição para a

propositura de nova demanda, quando tiver dado causa ao arquivamento.

Questão 60

Em determinada Reclamação Trabalhista na qual Maria é patrona do Reclamante, foi publicada em 19/01/2018 – sexta feira, sentença

desfavorável aos pedidos declinados na inicial. Maria, sabendo que o prazo de 8 (oito) dias para interposição de recurso ordinário se iniciou em

22/01/2018 (Segunda-feira), protocola em 31/01/2018 (Quarta-feira), no sistema PJE, seu recurso. Ocorre que o respeitável juízo “a quo” proferiu

despacho indeferindo o prosseguimento do recurso, alegando sua intempestividade. Considerando os fatos narrados e a forma de contagem

dos prazos na Justiça do Trabalho, assinale a afirmativa correta.

A) A decisão do Juizo “a quo” está correta, pois o prazo na Justiça do

Trabalho deverá ser contado em dias corridos.

B) Maria interpôs o recurso tempestivamente, já que o ultimo dia do prazo

era 02/02/2018.

C) A decisão do Juízo “a quo” está incorreta, pois o motivo do indeferimento do prosseguimento do recurso deveria ser a deserção. D) Maria interpôs o

recurso tempestivamente, no ultimo dia do prazo, e os prazos na Justiça do

Trabalho são contados em dias úteis.

Comentários

GABARITO: D - Quando da vigência da reforma trabalhista, em 11 de novembro

de2017, os prazos na Justiça do Trabalho passaram a ser contados em dias úteis,

conforme disposto no artigo 775 da CLT.

Questão 61

Com relação ao pagamento dos honorários periciais no processo do Trabalho,

assinale a afirmativa correta:

A) A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte

Reclamante, exceto se essa for beneficiária da justiça gratuita.

B) Quando verificar necessário, o juízo poderá exigir adiantamento de

valores para realização de perícias.

C) A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais será sempre

da empresa Reclamada.

D) A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça

gratuita.

Comentários

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GABARITO: D - A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da

justiça gratuita, nos termos do artigo 790-B da CLT.

Questão 62

A empresa X S.A, em sentença proferida nos autos da Reclamação Trabalhista movida por sua ex-empregada Mila, foi condenada ao pagamento

das verbas requeridas na inicial e honorários de sucumbência. Acerca do pagamento de honorários na Justiça do Trabalho, assinale a alternativa

correta:

A) Não é cabível o pagamento de honorários advocatícios no processo do

trabalho, pois a contratação de advogado é faculdade das partes.

B) Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários

de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da

sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,

sobre o valor atualizado da causa.

C) Os honorários não são devidos nas ações contra a Fazenda Pública.

D) Serão devidos honorários no processo do trabalho, exceto ao advogado

que atue em causa própria.

Comentários

GABARITO: B - A Reforma trabalhista expandiu as hipóteses de cabimento dos

honorários advocatícios na Justiça do Trabalho. A alternativa B, correta, está

literalmente disposta no artigo 791-A , in verbis:

“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o

máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre

o valor atualizado da causa.

§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e

nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua

categoria.”

Questão 63

Mario, anteriormente ao ingresso de Reclamação Trabalhista em face de seu ex-empregador, propõe a realização de acordo de forma extrajudicial, o que

fazem e, sequencialmente, apresentam à Justiça do Trabalho. Acerca do procedimento para homologação de acordo extrajudicial na Justiça do

Trabalho, assinale a alternativa correta:

A) O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição

conjunta, não sendo necessária a representação por advogado.

B) Qualquer das partes pode, por si e mesmo sem anuência da outra,

requerer a homologação do acordo extrajudicial.

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C) O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado,

podendo o trabalhador ser assistido por advogado do sindicato de sua

categoria.

D) Somente o empregador é competente para requerer a homologação de

acordo extrajudicial.

Comentários

Gabarito: C - A reforma trabalhista inseriu no artigo 652 da CLT, entre as

competências das Juntas de Conciliação e Julgamento (Varas do Trabalho), a competência para julgar as decisões quanto à homologação de acordo

extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. O procedimento

de jurisdição voluntária está disciplinado nos artigos 855-B a 855-E da CLT.

Assim, a alternativa correta “C” traz expresso no artigo 855-B, caput e § 2º da

CLT.

Direito Tributário

Questão 64

A União instituiu empréstimo compulsório por meio de lei ordinária com o

objetivo de arrecadar receitas para a realização de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Sobre a hipótese, pode-

se afirmar que a União:

A) Acertou, pois a Constituição Federal permite à União instituir empréstimo

compulsório na forma descrita.

B) Errou, pois o empréstimo compulsório não pode ser instituído por meio

de lei ordinária.

C) Acertou, pois a lei ordinária é o veículo normativo constitucionalmente

previsto à instituição do empréstimo compulsório.

D) Errou, pois o empréstimo compulsório não é um tributo de competência

privativa da União.

Comentários

De acordo com o inciso II do art. 148 da CF/88, a União poderá instituir,

mediante lei complementar, empréstimos compulsórios para a realização de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse

nacional. Portanto, é um tributo de competência privativa da União, cujo

exercício depende da edição de Lei Complementar.

Portanto, a alternativa correta é a “B”.

Questão 65

O inciso III do art. 156 da CF/88 prescreve que compete aos Municípios

instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza, desde que não compreendidos na competência tributária dos Estados e do Distrito Federal,

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definidos em lei complementar. Cumprindo o mandamento constitucional a Lei Complementar nº 116/2003 descreveu, em sua lista anexa, todos os

serviços tributáveis pelo ISSQN. É correto afirmar que a Lista de Serviços

anexa à Lei Complementar nº 116/2003:

A) É taxativa, não comportando interpretação extensiva de seus itens.

B) É exemplificativa, já que lei infraconstitucional não pode descrever quais

são os serviços tributáveis.

C) É taxativa, admitindo interpretação extensiva de seus itens.

D) É exemplificativa, já que a definição final acerca de quais serviços são

tributáveis é dos Municípios.

Comentários

O STJ já sedimentou o entendimento de que “Embora taxativa, em sua

enumeração, a lista de serviços admite interpretação extensiva, dentro de cada item, para permitir a incidência do ISS sobre serviços correlatos àqueles previstos

expressamente.” (REsp. nº 121428/RJ, 2ª Turma, 16.08.2004).

Portanto, a alternativa correta é a “C”.

Questão 66

O Estado X ajuizou execução fiscal em face da pessoa jurídica Alfa Ltda., objetivando a cobrança do ICMS por ela declarado e não pago. No curso do

processo ficou comprovado que a executada encerrou suas atividades e que não comunicou tal fato aos órgãos competentes. Ao analisar pedido

formulado pelo Estado, o juiz deferiu a inclusão de João, sócio-administrador da pessoa jurídica, no polo passivo da execução fiscal. Sobre a hipótese, é

correto afirmar, segundo a jurisprudência do STJ, que:

A) O encerramento das atividades da pessoa jurídica sem a comunicação aos

órgãos competentes autoriza a inclusão de João no polo passivo da execução

fiscal, pois tal fato é considerado infração à lei.

B) João não poderia ser incluído no polo passivo da execução fiscal, pois o encerramento da pessoa jurídica sem comunicação aos órgãos competentes

não é justa causa para o redirecionamento da cobrança.

C) O simples inadimplemento por parte da pessoa jurídica já seria

juridicamente suficiente à inclusão de João no passivo da execução fiscal.

D) O fato de João ser sócio da pessoa jurídica Alfa Ltda. já é causa suficiente

e bastante para a sua inclusão no polo passivo da execução fiscal.

Comentários

De acordo com o inciso III do art. 135 do CTN, os diretores, gerentes ou

representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes

de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou

estatutos.

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De acordo com o entendimento do STJ, consubstanciado na Súmula nº 435, presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu

domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o

redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

Ainda, de acordo com o entendimento consubstanciado no Súmula nº 430 dessa mesma Corte, o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,

por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Portanto, a única alternativa correta é a “A”.

Questão 67

Com o objetivo de intervir no mercado econômico, o Presidente da República

aumentou a alíquota do imposto de importação mediante Decreto, obedecido o limite legal. A alíquota majorada passou a incidir sobre os fatos geradores

ocorridos a partir da publicação do Decreto, data em que entrou em vigor.

Sobre a hipótese, é correto afirmar que:

A) A alíquota do imposto de importação não pode ser majorada por Decreto,

sob pena de afronta ao Princípio da Legalidade.

B) A alíquota do imposto de importação pode ser majorada por Decreto,

tendo em vista que esse imposto tem função predominantemente fiscal.

C) A alíquota majorada só poderia entrar em vigor noventa dias após o início

da vigência do Decreto, em cumprimento ao Princípio da Noventena ou

Anterioridade Nonagesimal.

D) A alíquota do imposto de importação pode ser majorada por Decreto,

desde que obedecido o limite legal.

Comentários

De acordo com o disposto no § 1º do art. 153 da CF/88, é facultado ao chefe do

Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar a alíquota do imposto de importação, dentre outros impostos indicados no

referido dispositivo.

Paralelamente, conforme § 1º do art. 150 da CF/88, o imposto de importação

não se submente aos Princípios da Anterioridade de Exercício e da Anterioridade

Nonagesimal.

O fundamento de ambas hipóteses é o seguinte: o imposto de importação é um

tributo com função predominantemente extrafiscal, isto é, sua função principal

não é arrecadar receitas, mas induzir comportamentos.

Portanto, a única alternativa correta é a “D”.

Questão 68

De acordo com o disposto no caput do art. 38 da Lei Federal nº 6.830/80 – Lei de Execução Fiscal, a discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda

Pública só é admissível em execução, na forma da lei em questão, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação

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anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos

juros e multa de mora e demais encargos. O STF entende que a exigência

desse depósito:

A) É constitucional.

B) É ilegal.

C) É inconstitucional.

D) É uma faculdade conferida à Fazenda Pública.

Comentários

De acordo com a Súmula Vinculante nº 28: “É inconstitucional a exigência de

depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se

pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.”

Portanto, a única alternativa correta é a “C”.

Direitos Humanos

Questão 69

“O Brasil ratificou, em 2015, o chamado Tratado de Marraquexe para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas para Pessoas Cegas [1], que veio à luz

para possibilitar às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de leitura o acesso ao conteúdo de livros originalmente

impressos. No plano internacional, o texto foi aprovado em junho de 2013, no âmbito da conferência diplomática da Organização Mundial da

Propriedade Intelectual (OMPI) realizada na cidade marroquina que lhe dá o

nome” (Valério de Oliveira Mazuolli).

Internamente:

a) Foi incorporado ao nosso ordenamento jurídico, com aprovação, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos

respectivos membros, razão pela qual são equivalentes às emendas

constitucionais.

b) Foi incorporado ao nosso ordenamento jurídico, com aprovação, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos

respectivos membros, razão pela qual possuem estatura de norma

supralegal.

c) Foi incorporado ao nosso ordenamento jurídico, com aprovação, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois terços dos votos dos

respectivos membros, razão pela qual são equivalentes às emendas

constitucionais.

d) Foi incorporado ao nosso ordenamento jurídico, com aprovação, em cada

Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, razão pela qual possuem estatuto de normas

supraconstitucionais.

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Comentários

O Tratado de Marraquexe, tal como a Convenção de Nova Iorque e seu Protocolo

facultativo foram internalizados observando o quórum qualificado do art. 5º, §3º,

da CF.

Veja:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem

aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas

constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Considerando que os tratados internacionais podem ser internalizados com o

quórum de emenda constitucional ou com o quórum de lei ordinária, conforme

atual posicionamento do STF:

• tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de

emenda constitucional: possuem status de emenda constitucional;

• tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de

norma infraconstitucionais: possuem status de norma supralegal, em

ponto intermediário, acima das leis, abaixo da Constituição Federal.

• demais tratados internacionais, independentemente do quórum de

aprovação: possuem status de norma infraconstitucional.

Esse entendimento a respeito dos tratados de direitos humanos conduziu a uma sensível alteração na pirâmide hierárquica do ordenamento jurídico

brasileiro.

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Assim, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

Questão 70

Por meio de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal aplicou ao direito brasileiro as disposições da Convenção Americana de Direitos Humanos

(denominado Pacto de San José da Costa Rica), entendendo que essa

Convenção considera ilícito.

a) a prisão de depositário infiel.

b) o nepotismo.

c) alguém culpado antes do trânsito em julgado de sentença penal

condenatória

d) toda e qualquer prisão civil por dívida.

Comentários

A questão é bastante tranquila e refere-se à seguinte Súmula:

Súmula Vinculante 25

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do

depósito.

Constituição Federal e tratados internacionais de DireitosHumanos aprovados com o quórum de emenda

•compreende o texto originário e as emendas constitucionais

Tratados Internacinoais de Direitos Humanos aprovados comquórum de normas infraconstitucionais

•caráter supralegal

Atos normativos primários

•buscam validade diretamente no texto constitucional

•ex. leis ordinárias, leis complementares, decretos legislativos etc.

•estão compreendidos dentro do conjunto de leis infraconstitucionais ostratados internacionais, à exceção dos de Direitos Humanos

Atos normativos secundários

•buscam validade nos atos normativos primários

•ex. decretos executivos, portarias, instruções normativas

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Professores Estratégia OAB 124

Vejamos o julgado1 paradigma do STF sobre a matéria:

DIREITO PROCESSUAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO

INFIEL. PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. ALTERAÇÃO DE ORIENTAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. A matéria em julgamento

neste habeas corpus envolve a temática da (in)admissibilidade da prisão civil do depositário infiel no ordenamento jurídico brasileiro no período posterior ao

ingresso do Pacto de São José da Costa Rica no direito nacional. 2. Há o caráter especial do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da

Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), ratificados, sem reserva, pelo Brasil, no ano de 1992. A esses

diplomas internacionais sobre direitos humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação

interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna inaplicável a legislação infraconstitucional

com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação. 3. Na

atualidade a única hipótese de prisão civil, no Direito brasileiro, é a do devedor de alimentos. O art. 5°, §2°, da Carta Magna, expressamente estabeleceu que

os direitos e garantias expressos no caput do mesmo dispositivo não excluem outros decorrentes do regime dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. O Pacto de São José da Costa Rica, entendido como um tratado internacional em matéria de

direitos humanos, expressamente, só admite, no seu bojo, a possibilidade de prisão civil do devedor de alimentos e, conseqüentemente, não admite mais a

possibilidade de prisão civil do depositário infiel. 4. Habeas corpus concedido.

Vejamos, ainda, o que disciplina o art. 7º, 7:

7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de

inadimplemento de obrigação alimentar.

Logo a alternativa A é a correta e gabarito da questão.

Direito Ambiental

Questão 71

Floresvaldo procurou o órgão ambiental competente com o objetivo de

instituir uma Unidade de Conservação em sua propriedade com o objetivo de conservar a biodiversidade. Conforme orientação do Analista Ambiental

que o atendeu, a unidade indicada seria uma RPPN. De acordo com as

disposições da Lei do SNUC, marque a opção correta.

A – A unidade de conservação a ser instituída na propriedade de Floresvaldo

pertence ao grupo de Proteção Integral.

B – Floresvaldo será obrigado a instituir zona de amortecimento no entorno

desta unidade, com o objetivo de minimizar os impactos negativos.

1 HC 95.967 (DJe 28.11.2008) - Relatora Ministra Ellen Gracie - Segunda Turma.

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C – Não será permitida a visitação na área, por expressa proibição da Lei

9.985/00.

D - A unidade a ser criada depende da existência de interesse público.

Comentários

Letra D.

A – Errado. A unidade a ser criada é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural

(RPPN) e pertence ao grupo de Uso Sustentável, conforme art. 14, VII, da Lei

9.985/00.

B – Errado. De acordo com o art. 25, da Lei 9.985/00, as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do

Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando

conveniente, corredores ecológicos

C – Errado. Conforme disposto no art. 21, § 2º, da Lei 9.985/00, só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em

regulamento: I - a pesquisa científica; e II - a visitação com objetivos turísticos,

recreativos e educacionais. Logo, é possível ter visitação nesta categoria de

Unidade de Conservação, conforme dispuser o regulamento.

D – Certo. De acordo com o art. 21, da Lei 9.985/00, a Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o

objetivo de conservar a diversidade biológica. O § 1o do mesmo artigo dispõe que o gravame constará de termo de compromisso assinado perante o órgão

ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à

margem da inscrição no Registro Público de Imóveis.

Questão 72

Paulo Machado possui uma pequena propriedade na área urbana de Viçosa,

em Minas Gerais. No quintal da propriedade, Machado cria galinhas para vender na feira que ocorre todos os sábados no centro da cidade. Na situação

em tela, considerando as disposições do Código Florestal, julgue as

alternativas abaixo e marque a correta:

A – Paulo Machado deve manter 35% da área com cobertura de vegetação

nativa, a título de Reserva Legal, de acordo com o Novo Código Florestal.

B – Paulo Machado deverá registrar reserva legal da sua propriedade em

cartório.

C – Por ser uma pequena propriedade, o processo de demarcação da reserva

legal da sua propriedade será simplificado.

D – Com base nas informações apresentadas e, de acordo com as

disposições do Novo Código Florestal, Paulo Machado não tem obrigação de

instituir área de Reserva Legal.

Comentários

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Professores Estratégia OAB 126

Letra D. De acordo com o artigo 3º, III, da Lei 12.651/12, reserva Legal é uma área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural. Ainda de acordo

com o que dispõe o Código Florestal, em seu artigo 12, todo imóvel rural deve

manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal.

Portanto, não é exigida área de reserva legal em áreas urbanas! A reserva legal somente é exigida em imóvel rural. Dessa forma, Paulo Machado não tem

obrigação de instituir área de Reserva Legal.

Direito da Criança e do Adolescente

Questão 73

De acordo com a Convenção sobre o Direito das Crianças, aprovado na ONU, adotada em 1989, “considera-se como criança todo ser humano com menos

de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável

à criança, a maioridade seja alcançada antes”.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), por sua vez, em seu artigo 2º, para efeitos da Lei, considera as idades de criança e

adolescente, respectivamente:

a) até doze anos incompletos e entre doze e dezoito anos, podendo estender

até 21 anos, excepcionalmente.

b) de zero a doze anos completos e de treze a dezesseis anos, podendo

estender até 24 anos, excepcionalmente.

c) até treze anos incompletos e entre quatorze e dezoito anos, podendo

estender até 21 anos, excepcionalmente.

d) de um a onze anos completos e entre doze e dezesseis anos, podendo

estender até 23 anos, excepcionalmente.

e) de três a doze anos incompletos e entre doze e dezoito anos, podendo

estender até 22 anos, excepcionalmente.

Comentários

Conforme art. 2, do Estatuto da Criança e do Adolescente a idade da criança é

até doze anos incompletos, e a idade do adolescente entre doze e dezoito anos,

podendo estender até 21 anos, excepcionalmente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos

de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este

Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 74

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Professores Estratégia OAB 127

Sobre o direito à convivência familiar e comunitária expressamente garantido e promovido no Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a

afirmativa correta.

a) A família natural compreende aquela formada por parentes próximos com

os quais a criança ou o adolescente convive e mantém vínculo de afinidade

e afetividade.

b) A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela e curatela, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente,

nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

c) O tutor testamentário somente será admitido se comprovado que a

medida é vantajosa à família, e que não existe outra pessoa em melhores

condições para assumi-lo.

d) O estágio de convivência para a adoção poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a guarda legal do adotante durante tempo suficiente

para análise da conveniência do vínculo.

e) A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer antes da propositura do

procedimento judicial.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O conceito dado na alternativa é o de família extensa. Família natural é apenas aquela formada pelos pais e seus

descendentes.

A alternativa B está incorreta. A curatela não é uma forma de colocação em

família substituta. A colocação em família substituta ocorrerá por meio da guarda,

tutela ou adoção, de acordo com o art. 28.

A alternativa C está incorreta. Lembre-se que o Eca tem como princípio o melhor interesse do menor. Dessa forma, o tutor testamentário somente será admitido

se comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando, conforme art. 37.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 46, § 1º.

Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou

adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as

peculiaridades do caso.

§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja

possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.

A alternativa E está incorreta, pois a adoção será deferida apenas se a

manifestação inequívoca de vontade ocorrer no curso do procedimento de

adoção.

Direito do Consumidor

Questão 75

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Professores Estratégia OAB 128

Marinilda, sempre antenada com as promoções de roupas nos sites das lojas, resolveu realizar a compra de uma camiseta recém lançada que ainda não

havia nas lojas físicas de sua cidade. No momento da compra, percebeu que o site apenas trazia 03 (três) opções de tamanho (P, M e G), sem informar

exatamente as medidas. Baseada nas medidas de outras marcas que

costuma comprar, Marinilda resolveu comprar o tamanho M.

Passados 10 (dez) dias, a peça de roupa chega em sua casa e Marinilda é surpreendida com uma infelicidade: a peça de roupa ficou muito apertada

em seu corpo, aparentando que as medidas da loja online são por demais

reduzidas.

Diante de tal problema, sem saber o que fazer, Marinilda busca atendimento

no PROCON-MA para buscar esclarecimentos sobre seus direitos.

Assinale a alternativa que possui o correto posicionamento sobre o caso.

a) Marinilda não tem direito à troca da camiseta por um tamanho que sirva

nela;

b) Ainda que a camiseta vestisse bem em Marinilda, ela teria direito a se arrepender da compra no prazo de 7 dias a contar do recebimento do

produto;

c) No caso de Marinilda desistir do contrato de compra, ela não terá direito

ao ressarcimento do frete pago;

d) Se Marinilda houvesse comprado a mesma camiseta em uma loja física

de sua cidade, teria direito à troca.

Comentários

Gabarito, letra B.

Percebam, meus amigos, que o caso versa sobre o direito de arrependimento

existente nas compras realizadas fora do estabelecimento do vendedor, a

exemplo das vendas online.

Em especial, este dispositivo regula as compras feitas à distância, seja através

de telefone, internet, ou outro meio telemático.

Em até 07 (sete) dias contados da data da assinatura do contrato ou do ato de

recebimento do produto ou serviço, poderá o consumidor desistir da contratação feita remotamente, recebendo de imediato todos os valores eventualmente

pagos (produto, embalagem, frete), atualizados monetariamente, nos termos do

artigo 49 do CDC:

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua

assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de

fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,

especialmente por telefone ou a domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste

artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão,

serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

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Professores Estratégia OAB 129

Este direito não precisa de justificativa para ser exercido, tratando-se de verdadeiro direito potestativo do consumidor a desistir da compra, sem a

necessidade de provar qualquer motivação. Para Tartuce (2016, pg. 343):

Esse direito de arrependimento, relativo ao prazo de reflexão de sete dias, constitui direito

potestativo colocado à disposição do consumidor, contrapondo-se a um estado de sujeição

existente contra o fornecedor ou prestador.

Como se trata do exercício de um direito legítimo, não há a necessidade de qualquer

justificativa, não surgindo da sua atuação regular qualquer direito de indenização por perdas

e danos a favor da outra parte. Como decorrência lógica de tais constatações, não se pode

falar também em incidência de multa pelo exercício, o que contraria a própria concepção do

sistema de proteção ao consumidor.

O ressarcimento do frete pago é devido, conforme art. 49, parágrafo único do

CDC. Em caso de compra em loja física e tratando-se do mesmo problema (tamanho da camiseta), não há direito de troca, salvo se presente algum defeito

na qualidade ou quantidade do produto e obedecidos os demais requisitos da lei.

Questão 76

Adroaldo recebeu uma revista do Supermercado “X” com a exposição de

vários produtos e seus respectivos preços, contendo esta um aviso grande em sua capa: “COBRIMOS QUALQUER PREÇO”. Animado com a possibilidade

de comprar um computador por um preço mais razoável, o rapaz dirigiu-se até o Supermercado “X”, colocou o notebook que queria no carrinho e seguiu

para o caixa.

No momento de pagar, contestou o preço do Supermercado “X”, mostrando

o valor de uma loja de informática, que era menor, e requereu a diminuição do preço. Porém, a caixa, orientada pelo gerente do Supermercado, não

procedeu à redução do preço mesmo com o requerimento de Adroaldo sobre a publicidade da revista, justificando que só poderiam ser aceitos preços de

concorrentes do ramo de supermercados.

Inconformado com a situação, mas querendo comprar prontamente o

notebook, Adroaldo decide pagar o valor exposto no Supermercado “X” e

reivindicar seus direitos posteriormente.

Com base no Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar:

a) Adroaldo tem direito a receber o valor pago no notebook em dobro;

b) Houve publicidade abusiva por parte do Supermercado "X", visto que o

consumidor foi surpreendido no momento do pagamento;

c) Houve publicidade enganosa por parte do Supermercado "X", visto que a

informação publicitária era parcialmente falsa e capaz de levar o consumidor

a erro;

d) Houve publicidade enganosa por parte do Supermercado "X", visto que

esta fora capaz de causar danos à saúde do consumidor.

Comentários

Gabarito, letra C.

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Professores Estratégia OAB 130

A restituição por pagamento indevido é prevista no parágrafo único do artigo 42

do CDC:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,

nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do

indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção

monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Ocorre que o caso da questão não trata de pagamento oriundo de cobrança

indevida, mas sim de um pagamento feito para a compra de um produto. Por tal motivo, é incabível a devolução em dobro por não se tratar de valor

indevidamente pago.

A promoção ofertada na revista do Supermercado “X” não atenta contra os

valores da sociedade, não se encaixando nas situações do art. 37, §2º do CDC:

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

(...)

§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que

incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de

julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de

induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou

segurança.

Não houve, portanto, qualquer tipo de violação à moralidade, ao bem coletivo ou

à saúde ou indução a violar estas.

No momento em que o Supermercado “X” não cumpre o que fez publicar em sua

revista (“COBRIMOS QUALQUER PREÇO”), essa publicidade passa a ser

considerada enganosa, vide art. 37, §1º do CDC:

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário,

inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de

induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,

propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

No caso em comento, o Supermercado “X” utiliza a chamativa “promoção” a fim

de aumentar o fluxo de consumidores em seu estabelecimento, visto que, em

tese, o Supermercado “X” ofertaria os produtos pelo menor preço do mercado.

Porém, ao negar a redução do preço do notebook (comparado com uma loja de informática), a publicidade feita passa a ser enganosa pois não é efetivada

quando requerida, mantendo o consumidor em erro (ir até o supermercado)

unicamente para fins de lucro.

Ademais, Adroaldo poderia até mesmo exigir (como também pode posteriormente por via judicial – a exemplo) o cumprimento da publicidade,

conforme prevê o art. 35, inciso I do CDC, vide:

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,

apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou

publicidade;

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Professores Estratégia OAB 131

Demonstra-se, portanto, que a alternativa que melhor se adequa à resposta é a

Letra C.

Direito Internacional

Questão 77

Sobre as condições do asilado previstos na Lei 13.445/17, marque

alternativa correta:

a) O asilo político não constitui ato discricionário do Estado.

b) A saída do asilado do País sem prévia comunicação não implica renúncia

ao asilo.

c) Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do

Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.

d) O asilo político é obrigatório.

Comentários

Gabarito: Letra C

Art. 27 a 29, Lei 13.445/17

Questão 78

Sobre as regras de impedimento de ingresso, na Lei 13.445/17, marque

alternativa correta:

a) Poderá ser impedida de ingressar no País, após entrevista individual e mediante ato fundamentado, a pessoa anteriormente expulsa do País,

enquanto os efeitos da expulsão vigorarem;

b) Não poderá ser impedido o ingresso de pessoa condenada ou que responda a processo em outro país por crime doloso passível de extradição

segundo a lei brasileira.

c) Não poderá ser impedido o ingresso de pessoa que apresente documento

de viagem que não seja válido para o Brasil.

d) Não poderá ser impedido o ingresso de pessoa que apresente documento

de viagem que esteja com o prazo de validade vencido ou que esteja com

rasura ou indício de falsificação.

Comentários

Gabarito: Letra A

Fundamentação legal: Art. 45, Lei de migração.

Filosofia do Direito

Questão 79

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Professores Estratégia OAB 132

“As diferentes ciências, destinadas à pesquisa do direito, não se distinguem uma das outras por se distribuírem entre si fato, valor e norma, como se

fossem fatias de algo divisível, mas sim pelo sentido dialético das respectivas investigações pois ora pode ter em vista prevalecentemente o momento

normativo, ora o momento fático, ora o axiológico, mas sempre em função

dos outros dois (...).” Miguel Reale

Miguel Reale ao desenvolver a teoria tridimensional do direito considera que a experiência jurídica e o Direito devem ser compreendidos a partir da

relação entre fato, valor e norma. Acerca de seu pensamento assinale o item

correto:

a) Fato, valor e norma se relacionam como polos contrários seguindo a

dialética de oposição adotada por Hegel.

b) Fato, valor e norma apesar de serem opostos possuem correlação

dinâmica e se estruturam em um processo dialético de complementariedade.

c) O estudo da norma jurídica passa pela separação das normas a

interferência dos valores e dos fatos, de modo a compreender o direito em

uma perspectiva científica.

d) Os fatos e os valores são essenciais para a construção de uma norma jurídica, no entanto após sua edição deixam de influenciar a interpretação

jurídica.

Comentários

a) De acordo com o pensamento de Miguel Reale fato, valor e norma são opostos, porém são inseparáveis e se relacionam de modo dinâmico em um processo

dialético de complementariedade, e não de dialética de oposição conforme consta

na assertiva.

b) Alternativa correta, conforme vimos na resposta da assertiva a.

c) O estudo da norma jurídica não pode se apartar das contribuições que advém

dos fatos e dos valores. Miguel Reale buscava combater a visão reducionista do

Direito.

d) Após a edição de uma norma os fatos e os valores continuam interferindo no

processo dialético e trazendo novas interpretação para a norma jurídica.

GABARITO: B

Questão 80

De acordo com o pensamento de Jeremy Bentham na obra Introdução ao

princípio da moral e da legislação o ser humano é conduzido por dois senhores soberanos: o prazer e a dor, de tal modo que as ações serem

tomadas de acordo com o princípio da utilidade, cujo conteúdo serviria de

fundamento para a moral e para o Direito.

De acordo com o autor o princípio da utilidade:

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Professores Estratégia OAB 133

a) compreende que a ação individual deve ser realizada de modo a resultar

maior felicidade pessoal em detrimento à coletiva.

b) importa em agir de tal modo que a ação individual possa ser elevada à

categoria de lei universal.

c) concebe que o direito natural possui caráter superior ao direito positivo,

por revelar maior utilidade para regular a convivência humana.

d) aprova ou desaprova ações a partir da tendência que possuem em

aumentar ou diminuir a felicidade do maior número de pessoas envolvidas.

Comentários

a) Para o utilitarismo a busca da felicidade consiste em garantir o bem-estar para

o maior número de pessoas. Para isso é preciso verificar quais ações aumentam o bem-estar com menos dor, ou seja, qual seria o seu resultado útil. O que vai

em oposição ao texto da assertiva.

b) Essa assertiva se assemelha ao pensamento de Immanuel Kant, em especial

ao imperativo categórico.

c) O utilitarismo compreende que as leis devem colaborar para alcançar a felicidade social, de modo que as discussões entre o direito positivo e o direito

natural conforme aparece na assertiva não são travadas por essa corrente.

d) Conforme vimos o princípio da utilidade busca garantir o bem-estar para o

maior número de pessoas, deve-se escolher de modo a maximizar o bem-estar,

com menor quantidade de dor alcançando assim o resultado útil.

GABARITO:D