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Gabarito de Direito Tributário da 2ª Fase do XVI Exame da OABTRANSCRIPT
XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO
2ª FASE - TRIBUTÁRIO
DAMASIO EDUCACIONAL
XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO
XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2ª FASE DIREITO DO TRIBUTÁRIO
Gabarito - Simulado – Peça Prática:
Quesito avaliado Faixa de valores
1. Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...Vara Cível (ou Vara
Federal) da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte (0,2) 0,20
2.Qualificação completa das partes: – Impetrante: XYZ S/A, pessoa
jurídica de direito privado, regularmente inscrita no CNPJ sob o nº ...,
com sede no endereço ..., em Macaé/RJ, por seu advogado e bastante
procurador que esta subscreve (procuração anexa) com escritório no
endereço ..., onde receberá as devidas intimações nos termos do artigo
39, I, do CPC (0,15), Autoridade Coatora: “contra ato ilegal e abusivo do
Ilustríssimo Senhor Delegado da Receita Federal do Brasil, ou quem lhe
faça as vezes no exercício da coação impugnada, agente público
vinculado a Secretaria da Receita Federal do Brasil, entidade da
Administração Pública Federal (ou União) (0,25)
- Impetrado: União, pessoa jurídica de direito público interno, com
endereço ..., na pessoa de seu procurador (0,10)
0,50
3. Fundamentação legal da Anulatória: art. 5º, LXIX, CF, art. 1º e
seguintes da Lei 12.016/09 (0,1) e art. 282 do CPC (0,1) 0,20
4. Mérito
4.1 O candidato deverá alegar a existência de imunidade genérica
subjetiva ou condicional (0,25), nos termos do art. 150, VI, c, da CF,
(0,25) ante a existência de jurisprudência consolidada sobre o tema sum
730 STF(0,25) que concede a Imunidade Tributária somente às
entidades fechadas de previdência privada se inexistir a contribuição
dos beneficiários (0,50).
4.2 No entanto, deverá o candidato demonstrar, ante a existência de
direito líquido e certo, o preenchimento dos requisitos previstos na
súmula e no art. 14 do CTN (0,25), qual seja: não contribuição dos
beneficiários, não distribuição de qualquer parcela de suas receitas,
aplicação de todos os valores recebidos no país e mantença de regular
escrituração fiscal (0,5).
2,00
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5. Medida Liminar –
Na liminar, o candidato deverá sustentar a existência do fumus boni
juris, ante a existência de imunidade subjetiva ou condicional (art. 150,
VI, c, da CF), súmula 730 do STF e requisitos do art. 14 do CTN (0,20).
No periculum in mora, o candidato deverá sustentar a possibilidade de
inscrição em dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal,
acarretando graves prejuízos econômicos à Impetrante com a possível
constrição patrimonial. (0,20).
Deverá, ainda, requerer a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, nos termos do art. 151, IV, do CTN (0,10).
0,50
6. Concessão de liminar, ante os requisitos do art. 7º, III, da Lei
12.016/09 (0,1), para o fins de suspender a exigibilidade do crédito
tributário (0,1), nos termos do inciso IV do art. 151 do CTN e diante da
existência do fumus boni iuris e periculum in mora (0,1);
0,30
7. Notificação da autoridade coatora (0,1) e Oitiva do Ministério
Público (0,1); 0,20
8. Concessão da segurança em definitivo (0,1), ratificando-se a liminar
pleiteada, para os fins de anular o auto de infração e imposição de
multa (0,1), nos termos do art. 150, VI, c, da CF e súmula 730 do STF
(0,1);
0,30
9. Ciência do feito ao órgão de representação judicial da União, para
integrar a lide na condição de litisconsorte passivo necessário (0,1) -
sum 631 STF (0,1)
0,20
10. Condenação em custas processuais, não cabendo condenação em
honorários e nem Provas ante a existência de direito líquido e certo.
0,20
11 . Valor da causa 0,20
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QUESTÃO 1
O fato da empresa ter impetrado o mandado de segurança e ter a concessão da
liminar afasta o cumprimento das obrigações principais (0,15), nos termos do art.
113,§ 1º do CTN(0,1), que surge com a ocorrência do fato gerador, mas não o
dispensa do cumprimento das obrigações acessórias (0,2), essas decorrentes da
legislação tributária e que têm por objeto as prestações positivas ou negativas,(0,1)
conforme o § 2º do art. 113 do CTN .(0,2)
Neste caso, a empresa não cumpriu a obrigação acessória, portanto, a autuação é
devida, nos termos do art. 113, §3º do CTN (0,25), já que a inobservância da
obrigação acessória converte-se em principal relativamente a obrigação principal
(0,25).
1,25
12. Fechamento da peça: Nestes termos, pede deferimento.
Advogado. OAB 0,20
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QUESTÃO 2
Não incide ICMS sobre a operação de venda, promovida por agência de automóveis,
de veículo usado como objeto de consignação por proprietários. (0,2). ( a mera
resposta negativa não pontua).
A circulação, para que produza efeitos jurídicos, deve trazer a modificação da
titularidade da mercadoria ou ainda, o mero deslocamento da coisa, sem que haja a
transferência de propriedade, não gera o direito à cobrança do ICMS por parte do
ente tributante. (0,30)
À concessionária, como agente que apenas detém o veículo para venda, não se
consegue dar a titularidade ou disponibilidade jurídica do bem que exige a norma,
por isso, (0,25) afastados o fato gerador e o aspecto pessoal do tributo (0,25) nos
termos do art. 155, II da CF/88 e art. 4 da LC/87/96 (0,25).
A mera consignação do veículo, cuja venda deverá ser promovida por agência de
automóveis, não representa a circulação jurídica da mercadoria, porquanto não
induz à transferência da propriedade ou posse da coisa, inexistindo a modificação
da titularidade (REsp 1.321.681-DF).
1,25
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QUESTÃO 3
Não, uma vez que a autuação se deu não pelo não recolhimento do tributo -
obrigação principal –(0,25) §1º do art. 113 do CTN (0,25), mas pelo descumprimento
de obrigação acessória (0,25), art. 113, §2º do CTN (0,25), devendo o contribuinte
sofrer a respectiva autuação (0,25).
(a mera resposta negativa não pontua)
1,25
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QUESTÃO 4
Não. Enseja a cobrança do imposto de competência municipal se houver a existência
do fato gerador do ISS (0,25), ou seja, a comprovação da transferência onerosa de
bem imaterial a terceiro como um serviço efetivamente prestado e não objeto de
presunção por parte do ente tributante (0,25). (a mera resposta negativa não
pontua).
A mera existência do serviço constante da Lista Anexa à Lei Complementar não faz
nascer o fato gerador (0,25) descrito nos artigos 156, III da CF e art. 1º da LC
116/2003 (0,25), já que o elemento imprescindível determina que ambas realizem,
conjuntamente, a situação configuradora do fato gerador (0,25).
O fato de participarem do mesmo grupo econômico não significa que prestaram o
serviço público para que se determine a solidariedade do ISS. É imprescindível que
ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, sendo
irrelevante a mera participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela
outra empresa coligada ou do mesmo grupo econômico. (RESp 834.044/RS)
1,25